1 CÂMARA DOS DEPUTADOS GABINETE DO DEPUTADO EDINHO BEZ VICE-LÍDER DO PMDB PRONUNCIAMENTO DO DEPUTADO EDINHO BEZ NA CÂMARA DOS DEPUTADOS, EM 10.12.02, SOBRE PESQUISA DO FUNDO DE POPULAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados Programas nacionais eficazes de saúde e educação que incluem o planejamento familiar podem ajudar nações em desenvolvimento a impulsionar sua economia e sair da pobreza, disse o Fundo de População da Organização das Nações Unidas (ONU), FNUAP. Um melhor programa de saúde, incluindo a saúde reprodutiva, e educação contribuem com o crescimento econômico, apontou o FNUAP em seu relatório anual sobre o estado da população mundial, cujo tema em 2002 foi "População, pobreza e oportunidades". No Brasil, segundo o relatório, a redução no número de nascimentos resultou em um aumento de 0,7 por cento ao ano no Produto Interno Bruto (PIB) per capita. A taxa de fecundidade no país para o período 2000-2005 está estimada em 2,15 filhos por mulher, abaixo da taxa de 2,5 filhos para a América Latina e Caribe e da taxa mundial de 2,68 filhos. O relatório mostra, no entanto, números preocupantes sobre a gravidez na adolescência. Para cada 1.000 mulheres de 15 a 19 anos no Brasil, nascem 71 bebês, mesmo número registrado em toda a região da América Latina e Caribe, mas acima da taxa de 50 nascidos vivos em todo o mundo. Já os indicadores de mortalidade materna revelam que o Brasil está pior que sua região, mas não tão ruim se comparado ao resto do mundo. Aqui, 260 mães em cada 100.000 morrem em consequência da gravidez e do 2 CÂMARA DOS DEPUTADOS GABINETE DO DEPUTADO EDINHO BEZ VICE-LÍDER DO PMDB parto, segundo dados de 2000. Na América Latina, o número é de 190, mas em termos mundiais chega a 400. O relatório da FNUAP fez um apelo aos países ricos para que cooperem com os pobres nas áreas de saúde, educação e planejamento familiar. Além disso, a agência sugeriu que as nações pobres adaptem melhor seus programas para as camadas mais necessitadas. O documento diz que os gastos com educação em quase todos os países estão voltados para atender os mais ricos e pediu aos governos que reconcentrem seus investimentos para elevar o número de matrículas na rede de ensino por parte dos mais carentes. Investimentos no atendimento básico de saúde nos países em desenvolvimento também é significativamente inadequado e o FNUAP estima que as nações pobres gastam em média apenas 21 dólares anuais por pessoa com cuidados de saúde. O relatório cita as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial de que são necessários 30 bilhões de dólares por ano para fornecer os cuidados apropriados com a saúde. A saúde debilitada consome capacidade, produtividade e lucros, enquanto uma expectativa de vida maior -- um indicador importante da melhora da saúde em um país -- estimula o crescimento econômico. Uma análise de 53 países entre 1953 e 1990 verificou que taxas maiores de sobrevida adulta eram responsáveis por cerca de 8 por cento do crescimento econômico total. Além disso, famílias menores têm menos despesas e mais oportunidades de aumentar sua renda e poupança, elevando o consumo. 3 CÂMARA DOS DEPUTADOS GABINETE DO DEPUTADO EDINHO BEZ VICE-LÍDER DO PMDB Taxas altas de fertilidade, ao contrário, contribuem para a pobreza ao corroerem a capacidade de pessoas pobres comprarem bens e contratarem serviços, refreando o crescimento da economia, diz o documento, que cita dados de 45 países em desenvolvimento. Segundo o FNUAP, uma queda na taxa de nascimentos de 0,4 por cento significaria uma redução de 2,4 por cento no número de pessoas vivendo em pobreza absoluta na próxima década. Quero parabenizar a iniciativa por parte da FNUAP que realizou esse trabalho e deixar um alerta ao Governo Federal frente aos problemas de maior intensidade na área de saúde e econômica, relatados. Senhor Presidente, solicito que este pronunciamento seja registrado nos anais desta Casa e divulgado nos seus órgãos de imprensa. Era o que tinha a dizer. EDINHO BEZ DEPUTADO FEDERAL Vice-Líder do PMDB