ÚLCERAS DE PRESSÃO: UM ENFOQUE SOBRE AS INTERVENÇÕES PREVENTIVAS REALIZADAS PELO ENFERMEIRO INTENSIVISTA Márcia Vargas Ribeiro Pereira 1 RESUMO O CTI, por se caracterizar em um ambiente composto por pacientes graves, isentos de deambulação, altamente medicamentados e com instabilidade hemodinâmica, possui risco iminente para o desenvolvimento da úlcera por pressão (UPP). Visto que as causas são propensas de eliminações e que as complicações podem influenciar negativamente no prognóstico do paciente, prolongando o período de internação, discute-se no presente estudo sobre as intervenções preventivas de responsabilidade da equipe de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com caráter descritivo, baseada em dados levantados no Pubmed, Scielo e Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Palavras-chave: CTI; UPP; medidas preventivas; enfermagem intensivista. ABSTRACT The CTI, because it is characterized in an environment composed of critically ill patients, free of ambulation, highly medicamentados and hemodynamic instability, has an imminent risk for developing pressure ulcers (PU). Since the causes are prone to deletions and that complications can negatively influence the prognosis of the patient, prolonging the period of hospitalization, is discussed in this study on the preventive interventions of responsibility of the nursing team. This is a qualitative research, descriptive, based on data collected in Pubmed, Scielo and Journal of Intensive Care. Keywords: CTI; UPP; preventive measures; intensive care nursing. 1 Graduada em Enfermagem pela Universidade Nova Iguaçu (UNIG), Pós-graduada em Terapia Intensiva pela Faculdade São Camilo. 1. INTRODUÇÃO Na prática clínica é generalizada a concepção de que o centro de tratamento intensivo (CTI) constitui um ambiente dicotômico, cuja notoriedade pode variar entre um local frio, inóspito e estressante ou mesmo insubstituível para os portadores de patologias graves, ou seja, pode gerar sentimentos contraditórios entre os indivíduos. Cremasco et al1 (2009) defendem que no CTI, a demanda de cuidados especializados com o uso de tecnologia complexa é elevada, tendo em vista a necessidade e a preocupação da equipe de saúde em priorizar a estabilização da situação crítica do paciente, assim, os procedimentos de manutenção da higidez corporal que incluem a integridade cutânea pode ser comprometida ou dificultada. Por sua característica de alta complexidade, tendo enfoque principal na manutenção dos parâmetros fisiológicos do paciente, associado aos avanços no âmbito da saúde, permitindo que pacientes antes letais sobrevivam por mais tempo, são fatores que caracterizam o aumento da prevalência de UPP. Esta se caracteriza por uma lesão localizada na pele e/ou em tecidos moles, geralmente em locais onde há proeminências ósseas, tendo como fatores desencadeadores a pressão ou a combinação de pressão, fricção e cisalhamento (NUAP, 2007 apud LISBOA2, 2010). Nesse sentido, D’Assumpção3 (1985) classifica a evolução da UPP em 4 graus, sendo elas: Grau 1 - A pele se apresenta avermelhada, não ficando a pele isenta dessa coloração mesmo após o alívio da pressão sobre a região. É o estágio inicial e se não tratado pode evoluir para o grau 2. Grau 2 – Há a formação de flictenas dermo e epidérmicas que podem se romper evidenciando uma solução de continuidade da pele. Ao redor destas bolhas tem-se uma superfície avermelhada. Grau 3 – “Ocorre necrose total da pele, que pode se apresentar fixada no local com uma coloração escura”. Nesta fase a lesão passa a ser denominada escara. No entanto, a escara sendo eliminada, fica apenas uma superfície avermelhada, isenta de pele e com consequente exposição do subcutâneo, caracterizando em uma úlcera de decúbito ou UPP. Grau 4 – Há o aprofundamento da lesão, deixando músculos e ossos aparentes. O desencadeamento da UPP afeta negativamente no prognóstico do paciente, traduzindo não apenas a um prolongamento do período de internação, mas a sérias complicações provenientes desta, além de desconforto ao portador. Visto algumas das consequências da UPP para o paciente e principalmente tendo-se consciência que a prevenção constitui na melhor e menos custosa aliada para a minimização dos casos, além da alta taxa de prevalência para o desenvolvimento da UPP em CTI exposta por Rogenski & Santos; Fife et al (apud Serpa & Santos4, 2007) correspondendo a 66%, considera-se necessário evidenciar as intervenções preventivas adotadas pela enfermagem na prevenção da UPP, tendo como auxílio a escala de Braden. Objetivos Tendo em vista as consequências negativas aos quais os pacientes acometidos pela UPP estão predispostos, visa-se analisar as causas, bem como os parâmetros e comorbidades agravantes, tendo-se como meta principal evidenciar as relevantes medidas preventivas adotadas pela enfermagem para minimizar os índices de desenvolvimento de UPP, enfocando o CTI. Método Tal estudo representa uma abordagem qualitativa e descritiva, baseando-se exclusivamente em dados levantados na Revista Brasileira de Terapia Intensiva, Scielo e Pubmed, constituindo, portanto, em uma pesquisa de caráter bibliográfica. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 UPP: Um olhar sobre as causas e complicações A UPP constitui ainda uma realidade bastante vivenciada no âmbito da saúde, acometendo principalmente os pacientes que encontram-se com dificuldades de movimentação, no qual são mantidos acamados e predispostos ao desenvolvimento da UPP. Anselmi et al5 (2009) cita diferentes autores com o intuito de demonstrar as taxas de incidência da UPP, demonstrando que no Brasil, estudos em unidade de terapia intensiva estimaram incidências 10,62% a 62,5%. Enquanto em clinica médica, a incidência estimada foi de 42,6% e em unidades cirúrgicas de 39,5%. Diante da discussão envolvendo a UTI, Fernandes e Caliri6 (2008) evidenciam que a hospitalização neste setor remete ao fato de tipicamente os clientes encontrarem-se acamados por vários dias, além de sedados, com alteração do nível de consciência, suporte ventilatório, instabilidade hemodinâmica, dentre outros. Tal imobilidade associada a outros fatores podem responder o porquê do referido ambiente ser considerado como um dos maiores predisponentes ao desenvolvimento da UPP. No entanto, para que haja o desencadeamento da UPP é necessário ausência de prevenção e existência de certos determinantes como o binômio: tempo e intensidade da pressão exercida sobre a pele e tecidos, principalmente onde se localizam as proeminências ósseas. Nesse contexto, Lyder e Ayello 7 (2008) explicam que as UPP se desenvolvem quando os capilares são comprimidos suficientemente para impedir perfusão, levando finalmente à necrose tecidual. A tolerância da pele à pressão é influenciada por fatores extrínsecos, sendo eles: a fricção e o cisalhamento associados e a umidade8 e intrínsecos, que compreende a perda da sensibilidade e diminuição da força muscular ou mobilidade, incontinência, hipertermia, anemia, desnutrição protéica, tabagismo, idade avançada, a perfusão tecidual, o uso de alguns medicamentos e as doenças crônicas como o diabetes mellitus e doenças cardiovasculares 8-9. Os fatores citados acima, principalmente alguns dos intrínsecos, podem estar presentes especialmente em pessoas com idade avançada, aumentando as chances de desencadeamento da UPP. Sobre a idade elevada, alguns autores fomentam que: “Eleva o risco de úlceras por pressão devido às alterações decorrentes do envelhecimento cutâneo, a diminuição da espessura da camada dérmica, alterações vasculares e redução da capacidade imunológica de defesa perante agressão externa” (apud WADA10 et al, 2010). Independente das causas faz-se necessário evidenciar as principais complicações que tal problemática pode desencadear, afetando negativamente no prognóstico do paciente e na sua qualidade de vida. Segundo Wada et al10 (2010) alguns estudos tem demonstrado que os custos relacionados ao tratamento de pacientes com úlceras por pressão são significativamente maiores que os custos gerados por medidas preventivas básicas. Além disso, a existência de uma úlcera por pressão constitui um fator de risco para óbito no paciente internado, e aumenta o tempo de internação. Nos EUA, entre 1990 a 2001, de todas as mortes reportadas no país, 0,4%, ou 114.380 mortes, foram relacionadas a úlcera por pressão. Os resultados exorbitantemente desagradáveis não rondam apenas os itens supracitados, mas também o aumento do risco para o desenvolvimento de riscos adicionais, maior probabilidade de infecções, necessidade de cirurgias corretivas e de cuidados intensivos provenientes, principalmente da equipe de enfermagem. Diante disso e na tentativa de impedir que a UPP alcance níveis, onde apenas o tratamento se faz essencial, discute-se a relevância da prevenção, enfatizando a equipe de enfermagem e os benefícios da sua assistência preventiva na minimização das taxas de UPP. 2.2 Métodos preventivos adotados pela equipe de enfermagem do CTI A incidência e prevalência de UPP permanecem maximizadas, principalmente no CTI, setor de alta complexidade que isenta o paciente de deambulação, o mantém sedado e em uso de variados medicamentos. Na tentativa de modificar essa realidade, a equipe de enfermagem associada às suas estratégias preventivas sobressai-se, sendo apenas exigido que estas sejam realizadas por equipes preparadas e de forma qualitativa para que qualquer indício de lesão dermatológica seja notado precocemente, assim como os riscos aos quais os pacientes estão predispostos. Nesse contexto, há relatos que a primeira medida a ser adotada para a prevenção da lesão, consiste na determinação do risco do paciente para o desenvolvimento da UPP. Esta deve ser realizada na admissão do cliente e pelo menos a cada 48 horas, ou quando ocorrer alteração em suas condições de saúde, principalmente em clientes criticamente enfermos, como os do CTI 6. Sendo assim, emerge a escala de Braden, relevante preditor da UPP, no qual Fernandes e Caliri6 (2008) a apresenta como um instrumento eficaz e extremamente útil no auxílio ao enfermeiro, quando em processo de decisão das medidas preventivas a serem adotadas, levando em consideração os riscos apresentados por cada paciente. Esta fornece seis parâmetros para avaliação através de subescalas: 1percepção sensorial; 2- umidade; 3- atividade; 4- mobilidade; 5- nutrição; 6- fricção e cisalhamento. Cada subescala tem pontuação que varia entre 1 e 4, com exceção do domínio fricção e cisalhamento 6. De acordo com Araújo et al11 (2010) a pontuação pode variar de 4 a 23. Clientes com uma contagem igual ou maior do que 16, são considerados de pequeno risco para desenvolver UPP; escores de 11 a 16 indicam risco moderado; e abaixo de 11, apontam alto risco. Moro et al12 (2007) atenta que é imprescindível que os profissionais da saúde atuem com a finalidade de prevenir o surgimento das lesões. Com um bom conhecimento da etiologia da doença, pressupõe-se que o manejo desses doentes seja otimizado. Destinado à atuação direta e diária junto ao paciente, trazendo uma assistência humanizada, integral e qualificada, o profissional da enfermagem deve saber lidar de maneira correta com a escala selecionada, sendo enfatizada no presente estudo a de Braden. Nesse sentido a percepção do enfermeiro deve englobar inclusive a higidez da pele, no qual a equipe intensivista ainda tem como desafio o fato dos pacientes do CTI estarem imóveis, sedados e alguns incapacitados de demonstrarem desconforto. Silva et al13 (2010) propõe que diante de pacientes isentos de percepção sensorial, visto que muitas vezes eles são incapazes de comunicar o desconforto causado pela pressão, o enfermeiro deve estar apto a diagnosticá-los precocemente, implementando ações que reduzam suas complicações; como a exposição prolongada à umidade pode desencadear lesão na pele, deve-se certificar que o leito esteja limpo e seco; pela característica de acamado, a equipe deve se atentar para a mudança de decúbito, proteção de proeminências ósseas e adoção de colchões especiais; ou seja, a equipe deve afastar as possibilidades e reduzir as probabilidades de desenvolvimento da UPP. É indiscutível que o enfermeiro é um profissional primordial na execução de medidas preventivas. Este possui ações determinantes na prevenção de UPP e segundo alguns autores citados por Medeiros et al 14 (2009) suas rotinas incluem: Avaliação do grau de risco com individualização da assistência, como a confecção de um protocolo para prevenção da úlcera por pressão; Utilização de escalas de avaliação do grau de risco, como por exemplo, a Escala de Braden adaptada para a língua portuguesa, e outras como as de Norton e Waterlow; Quadro demonstrativo enfatizando as áreas suscetíveis à úlcera por pressão; Providenciar um colchão de poliuretano (colchão de caixa de ovo) para o paciente, especialmente pacientes em cadeiras de rodas ou acamados; Identificar os fatores de risco e direcionar o tratamento preventivo, modificando os cuidados conforme os fatores individuais; Mobilização ou mudança de posição de duas em duas horas, bem como realizar massagem de conforto com emulsão; Proteger saliências ósseas, principalmente calcâneas, com rolos e travesseiros; Registro das alterações da pele do paciente seguindo os estágios de classificação das úlceras por pressão proposto pela NPUAP (National Pressure Ulcer Advisory Panel) em 1989; Tratamento precoce da pele: manter e melhorar a tolerância tecidual à pressão, a fim de prevenir a lesão; Checar as áreas vulneráveis da pele de todos os pacientes de risco e otimizar o estado dessa pele, através da hidratação com cremes à base de ácidos graxos essenciais, tratar a incontinência, evitar o uso de água muito quente, providenciar suporte nutricional; Monitorar e documentar intervenções e resultados obtidos; Implementar medidas de suporte mecânico: proteger/evitar complicações adversas de forças mecânicas externas; Criar e fornecer um programa de ensino para pacientes de risco em longo prazo e para as pessoas que tomam conta deles. As inúmeras intervenções às quais a equipe de enfermagem dispõe associada à informação evidenciada por Louro et al15 (2007) de que cerca de 95% das UPP são evitáveis, induz à concepção de que a UPP pode ser, se eficazmente prevenida, uma problemática reduzida. A situação supracitada pode ser visualizada ao analisar os dados expostos por Lyder e Ayello7 (2008) que apontam que inúmeras evidências sugerem que a prevenção da UPP pode ser relevante em todas as instituições de saúde, demonstrando através de estudos, dados que comprovam que no período anterior à intervenção de prevenção, a taxa de incidência de UPP foi de 23 %, enquanto após, a taxa correspondeu a 5 %. O mesmo aconteceu em uma investigação realizada em 1997 e 1999 e as reduções significativas nas taxas de incidência (55 % em 1997 para 29 % em 1999), sendo atribuído ao uso abrangente de programas de prevenção 7. Através da explanações realizadas no decorrer do presente estudo, pode-se notar que a prevenção é possível de se realizar de forma eficaz, sendo passível de resultados positivos, ficando evidente que para tanto, a equipe de enfermagem se faz necessária, bem como sua qualificação no uso da escala de Braden e atuação na prevenção propriamente dita. 3. CONCLUSÃO Conclui-se que existem variadas intervenções preventivas que a equipe de enfermagem do CTI pode adotar e que todas, caso realizadas por uma equipe preparada, de maneira adequada, qualitativa e contínua e com o auxílio da escala de Braden, podem ser eficazes, fato que responde com minimização dos números de incidência e prevalência de UPP e consequentemente, redução das complicações e repercussões positivas no prognóstico do paciente. 4. REFERÊNCIAS 1. CREMASCO, M. F. et al. Úlcera por pressão: risco e gravidade do paciente e carga de trabalho de enfermagem. Acta Paul Enferm. v. 22, p. 897-902, 2009. 2. LISBOA, C. R. 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