ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Administração Pública (itens 14-18) para Auditor da RFB Aula 00 Orçamento público e os parâmetros da política fiscal Professor Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 1 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Aula 00 Saudações, caro aluno! Com esta aula inaugural, damos início a nosso curso com vistas ao próximo concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), especificamente quanto à matéria Administração Pública (itens 14 a 18 do último edital) dedicado à exposição teórica e à resolução de questões recentes de provas. O cargo é dos mais atrativos do Executivo Federal; podemos citar aqui algumas das vantagens: órgão forte na estrutura do governo; carreira estável; remuneração muito atrativa; possibilidades múltiplas de lotação... Vale a pena iniciar a preparação o quanto antes! Com nossas aulas, além de ter acesso ao conteúdo programado, de forma bem mastigada, você ainda verá os comentários e ênfases conforme o comportamento da ESAF nos últimos anos. Desse modo, utilizaremos, em nossas aulas, dezenas e dezenas de questões desta banca, mas, quando necessário, empregaremos algumas de outras organizadoras. Devo alertar que, muitas vezes, mesmo as questões da ESAF, que têm o formato “múltipla escolha” (A-B-C-D-E) serão adaptadas para o formato “certo ou errado”. Isso permite um estudo mais progressivo e didático do conteúdo, sem precisar adiantar outros assuntos que às vezes aparecem nas demais alternativas de uma questão. Para quem quiser se exercitar antes da resolução, as questões comentadas durante as aulas estarão reproduzidas ao final dos arquivos, sem gabarito visível, para quem quiser enfrentá-las “em estado puro”, juntamente com algumas questões adicionais. O gabarito de todas ficará na última página. Antes de avançarmos mais, conheçam-me um pouco. Eu me chamo Graciano Rocha Mendes, tenho 35 anos, sou Consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados; especialista em Orçamento Público pelo Instituto Serzedello Correa/TCU; professor da matéria em cursos preparatórios de Brasília e na Internet. Fui também Auditor do TCU por 6 anos, e tive uma breve passagem no cargo de Analista de Finanças e Controle da CGU. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 2 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Bom, dito isso, segue nosso conteúdo, reproduzido do edital e dividido em três aulas, além desta demonstrativa: Aula 00 01 02 03 Conteúdo Programático Orçamento público e os parâmetros da política fiscal. Ciclo orçamentário. Mensuração de desempenho e controle orçamentário. Orçamento e gestão das organizações do setor público; características básicas de sistemas orçamentários modernos: estrutura programática, econômica e organizacional para alocação de recursos (classificações orçamentárias) Elaboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA. Dito isso, vamos estudar, que é o que importa. Boa aula! GRACIANO ROCHA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 3 de 46 Data 22/fev 29/fev 7/mar ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Sumário ORÇAMENTO PÚBLICO E OS PARÂMETROS DA POLÍTICA FISCAL ...................................................5 POLÍTICA FISCAL E ORÇAMENTÁRIA .....................................................................................................5 FUNÇÕES DO ORÇAMENTO ............................................................................................................. 11 DÉFICIT PÚBLICO ......................................................................................................................... 17 NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO – NFSP .............................................................. 18 APURAÇÃO DAS NFSP: “ACIMA DA LINHA” E “ABAIXO DA LINHA” ............................................................ 25 RESUMO DA AULA ..................................................................................................................... 31 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ...................................................................................... 33 QUESTÕES ADICIONAIS .............................................................................................................. 42 GABARITO.................................................................................................................................. 46 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 4 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha ORÇAMENTO PÚBLICO E OS PARÂMETROS DA POLÍTICA FISCAL Política fiscal e orçamentária Para a doutrina, a política fiscal representa a obtenção e utilização planejada dos recursos arrecadados pelo governo, a fim de atingir os objetivos a cargo do setor público. Assim, a política fiscal procura agir sobre a arrecadação e alocação de recursos, a distribuição da renda, a estabilização da produção e do emprego e o crescimento econômico. A política fiscal se divide em política tributária e política orçamentária. A política tributária é concernente, sobretudo, à receita, já que desse âmbito – a tributação – sai a maior parte da arrecadação de recursos do setor público. Em São Paulo, defronte à Associação Comercial do estado, foi instalado o “Impostômetro”, um painel que demonstra, a partir de dados fiscais e modelos matemáticos, a quantidade de recursos financeiros apropriados pelo setor público (municípios, estados, DF e União). Em 2015, o Impostômetro apontou arrecadação tributária aproximada de R$ 2,01 trilhões, contabilizados todos os entes federados. Já a política orçamentária articula a previsão da arrecadação (a ser obtida pela tributação e outras fontes) com as demandas diagnosticadas pelo governo, a partir da identificação de suas despesas prioritárias. Política fiscal Política tributária Política orçamentária O orçamento público, aprovado como lei, e os créditos adicionais são os principais instrumentos de execução da política orçamentária. Mas podemos www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 5 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha citar ainda, nesse contexto, os decretos de contingenciamento; a lei de diretrizes orçamentárias; e, de forma menos “cotidiana” e mais estratégica, o plano plurianual. A política orçamentária, considerada em sua dimensão atual, pode ser considerada recente. Até três séculos atrás, com o predomínio da visão econômica liberal, o setor público tinha pouca participação na economia – e isso se refletia num orçamento simples e modesto. Para a escola econômica do liberalismo clássico, que esteve vigente entre a última metade do século XVIII e a primeira do século XIX, caberia ao Estado uma lista bastante restrita de funções. Nos dizeres desses teóricos, as atribuições estatais girariam em torno da segurança nacional, da manutenção da ordem pública e jurídica, da educação e da realização de obras públicas. O “pano de fundo” dessa teoria é a intervenção mínima do poder público na vida dos particulares. No entender de Adam Smith, importante economista britânico e grande teórico liberal, como princípio, o Estado seria um mau gastador. Para ele, a tributação que o Estado lançava sobre as forças produtivas da sociedade seria prejudicial para a economia das nações, já que o benefício dos recursos financeiros arrecadados ocorreria em favor apenas da própria máquina estatal. Em termos macro, esses recursos arrecadados pelo governo seriam mais bem utilizados se permanecessem sob o domínio dos atores privados. Tendo isso como ponto de partida, para os liberais, seria óbvia a necessidade de controle da tributação e do volume dos gastos públicos, para que o impacto negativo da participação estatal na economia fosse reduzido ao mínimo possível. Entretanto, as crises do capitalismo, culminando na de 1929, bem como a situação periclitante dos países envolvidos nas guerras mundiais, abriram espaço para um novo entendimento do papel do Estado: de um lado, provedor de demandas em macroescala (e aí aumenta a importância do orçamento público), e, por outro, regulador da atividade dos particulares. Nesse contexto, John Maynard Keynes (1883-1946), um importante economista britânico, deu uma significativa contribuição para o estudo das finanças públicas, ao difundir ideias a favor da intervenção do Estado na economia – em contraposição aos fundamentos liberais que ainda imperavam no início do século XX. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 6 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Para ele, o Estado deveria, inclusive, aumentar seu nível de endividamento, a fim de garantir a manutenção do emprego e dos níveis de preços na economia (isso seria uma ideia aterradora para os liberais clássicos). A revista Time, em 1999, elegeu Keynes uma das 100 pessoas mais influentes do século XX, dizendo que ele havia “salvado o capitalismo de si mesmo”, com a ideia básica de que “a fim de manter as pessoas plenamente empregadas, os governos devem assumir déficits quando a economia estiver em baixa”. A partir do final da Segunda Guerra Mundial, as ideias keynesianas foram adotadas em larga escala, principalmente em razão da reconstrução das economias afetadas pelo conflito. Os orçamentos nacionais, dessa forma, galgaram o posto de instrumento macroeconômico, com efeitos para toda a sociedade, e não apenas intragovernamentais. Com o arcabouço keynesiano adaptado pelos países, em maior ou menor grau, os governos, desde então, tentam manter o equilíbrio entre a expansão e a retração da política fiscal, conforme se apresentem as condições socioeconômicas do momento. Uma política fiscal expansionista, recomendada para tempos de baixa atividade econômica, refletiria a decisão governamental de aumentar seus gastos tanto em custeio quanto em investimento. A partir do “motor” movimentado pelo setor público, a demanda global da economia aumentaria, de modo a influenciar positivamente a oferta de bens e serviços. Ainda nesse sentido, o governo poderia optar pela diminuição da carga tributária sobre a renda, a circulação de mercadorias, a produção industrial etc., em nome da manutenção do consumo em níveis mais sustentáveis. Ao contrário, para frear a economia em momentos “aquecidos”, mecanismos opostos aos citados acima poderiam ser empregados: diminuição do gasto público e aumento da carga tributária, entre outros. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 7 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 1. (CEPERJ/ESPECIALISTA/RIOPREVIDÊNCIA/2013) Para atenuar as flutuações e situações de insuficiência de demanda efetiva, Keynes recomendava ao Estado: a) promover reduções frequentes de tributos, em particular nos produtos de grande valor agregado b) manter a tranquilidade e aguardar que o mercado regule a economia, evitando qualquer intervenção c) promover reduções frequentes dos tributos, em particular na linha branca d) intervir na economia e) manter-se fora da economia, mas disponibilizar seus assessores para reorganizar as empresas e torná-las mais eficientes, a exemplo do que fez o governo norte-americano com os bancos e a General Motors, na crise de 2008. A tônica da teoria keynesiana era centrada na participação que o Estado pode (ou deve) assumir na economia nacional. Assim, segundo essa linha, os rumos das atividades de produção e consumo poderiam ser decididos, em grande parte, pelas decisões tomadas no âmbito do setor público, que deveria exercer de forma intensiva esse poder de intervenção. Principalmente em situações de baixa atividade econômica, o governo deveria intervir de forma a aumentar os níveis de demanda agregada. Gabarito: D. 2. (FMP/AUDITOR/TCE-RS/2011) Com base nas visões clássica e keynesiana quanto ao papel do Estado como agente de desenvolvimento econômico responda se as afirmativas são verdadeiras ou falsas: I. Na visão de Adam Smith, as legislações favoráveis ao capital, ao aperfeiçoamento da mão de obra e à segurança dos negócios estimulam a economia. Mas as intervenções do Estado deveriam limitar-se à regulamentação da concorrência e aos gastos com educação, saúde e segurança pública. II. Keynes defendia que, em períodos de depressão, o governo poderia gerar emprego pela política fiscal (gastos públicos, tributação) e pela política monetária (emissão de moeda, taxa de juro). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 8 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha III. Para Keynes, com o auxílio das políticas monetária, fiscal, cambial, etc., o governo age sobre as expectativas dos agentes econômicos, influenciando, direta e indiretamente, o nível do investimento e do emprego. As afirmativas I, II e III são, respectivamente: a) falsa, verdadeira, falsa. b) verdadeira, falsa, verdadeira. c) verdadeira, verdadeira, verdadeira. d) verdadeira, falsa, falsa. e) falsa, verdadeira, verdadeira. Na questão acima, todas as afirmativas são verdadeiras. O excerto que trata da visão liberal, de Adam Smith, confirma a atuação restrita do Estado idealizada por essa corrente de pensamento. Os outros dois trechos, a respeito da teoria keynesiana, também traduz corretamente algumas de suas ideias chave: a utilização das políticas fiscal, monetária, cambial em favor do equilíbrio econômico, em nome da garantia de certo nível de investimento, de preços e de emprego. Gabarito: C. 3. (ESAF/AFC/STN/2005) Baseada na visão clássica das funções do Estado na economia, identifique a opção que foi defendida por J. M. Keynes. a) As funções do Estado na economia deveriam ser limitadas à defesa nacional, justiça, serviços públicos e manutenção da soberania. b) As despesas realizadas pelo Governo não teriam nenhum resultado prático no desenvolvimento econômico. c) A participação do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a responsabilidade por atividades de interesse geral, uma vez que o setor privado não estaria interessado em prover estradas, escolas, hospitais e outros serviços públicos. d) A economia sem a presença do governo seria vítima de suas próprias crises, cabendo ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, do crédito e do nível de investimento. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 9 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha e) A atuação do Governo se faria nos mercados onde não houvesse livre concorrência e sua função seria a de organizá-la e defendê-la, para o funcionamento do mercado e para seu equilíbrio. Vejamos as afirmativas da questão: - a letra A reflete um pensamento tipicamente liberal, que Keynes buscou superar; - a letra B traz uma mensagem contrária às ideias que ele defendia; - quanto à letra C, a entrada em cena do Estado na economia não se dá pelo “desinteresse” dos agentes privados, mas, normalmente, pela ausência de condições destes no sentido de encamparem uma retomada econômica vigorosa e articulada em momentos de crise; - no tocante à letra E, a atuação mais intensa do governo, para Keynes, se daria nas economias capitalistas “normais” mesmo, de maneira a aperfeiçoar e equilibrar os mecanismos de mercado. A letra D, pelo que viemos discutindo, traduz corretamente uma das premissas do pensamento keynesiano. Gabarito: D. 4. (CESPE/AUFC/TCU/2009) Em épocas de estagnação e recessão econômica, as concepções keynesianas têm dado suporte à flexibilização na aplicação do princípio do equilíbrio orçamentário, defendendo, inclusive, um maior endividamento público, possibilitando uma utilização intensiva de recursos ociosos esterilizados por agentes econômicos privados. Questão CERTA. Como apontamos nos comentários anteriores, o compromisso do Estado com o equilíbrio da economia, ou com outras grandes questões, justificaria, inclusive, atitudes normalmente não aceitáveis, como é o caso do aumento do endividamento. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 10 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Funções do orçamento A política fiscal, sobre a qual tratamos há pouco, está historicamente ligada a três funções que pertencem à pauta do Estado no âmbito de sua intervenção econômica. Trata-se das funções alocativa, distributiva e estabilizadora. Isso se deu em razão da percepção de que a ação dos agentes de mercado, em defesa, cada um, de seus próprios interesses, não resulta na conquista de objetivos gerais, de natureza coletiva, mas, ao contrário, traz desequilíbrios de diversas ordens. Essas funções são cumpridas principalmente a partir da execução do orçamento público (que, relembrando, diz respeito à administração das receitas arrecadadas e das despesas programadas), embora a política tributária também possa bastante ser acionada para atender a necessidades coletivas. Assim, as funções do orçamento público, expostas em seguida, demonstram a própria necessidade da existência de um Estado razoavelmente forte. Uma das indagações relativas à participação do Estado na economia é a seguinte: é melhor a liberdade econômica, mesmo com a exclusão de significativas parcelas da sociedade do aproveitamento do desenvolvimento econômico, ou entregar parte da autonomia econômica ao Estado, a fim de corrigir desequilíbrios e conseguir um desenvolvimento mais homogêneo? Atualmente, a imensa maioria dos países optou pela segunda hipótese, o que explica a grande participação estatal nas economias ocidentais. Vale registrar que, para os liberais clássicos, a ação livre dos atores econômicos em favor de seus próprios interesses levaria a um estado de coisas em que todos seriam beneficiados – seria o efeito da “mão invisível do mercado”, concebida por Adam Smith. Essa ideia revelou-se insustentável com as crises capitalistas. A função alocativa, como já indica seu nome, é que se relaciona com a alocação de recursos pelo Estado, de maneira a favorecer a disponibilização de bens públicos e semipúblicos à população. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 11 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Bens públicos são aqueles cujas características não permitem que sejam fornecidos pelos agentes de mercado nos níveis reclamados pela sociedade. São bens cuja necessidade é geral, mas cujo consumo por pessoa não pode ser medido. A ação do poder público, nas situações que justificam o exercício da função alocativa para o fornecimento de bens públicos, substitui o mecanismo de mercado (demanda X oferta), que se mostra falho para suprir a necessidade desses bens. Assim, o exercício da função alocativa busca garantir níveis satisfatórios desses tipos de bens à sociedade. Os bens semipúblicos ou meritórios, por sua vez, podem ser submetidos às regras de mercado, mas, pelo fato de gerarem efeitos positivos (externalidades positivas) para a sociedade de forma geral, têm seu fornecimento assumido, ao menos em parte, pelo governo. Os exemplos mais comuns de bens semipúblicos são a saúde e a educação. A função distributiva diz respeito aos ajustes realizados pelo Estado para que a sociedade alcance determinado nível de concentração de renda. Esse nível é definido a partir das condições econômicas do momento e da percepção do que seja uma “distribuição justa” da renda nacional entre as classes sociais. As formas mais comuns de instituir a distribuição de renda entre a população são as modificações na política tributária e as políticas de transferências a certos segmentos sociais. É possível fazer ajustes distributivos, por exemplo, aplicando alíquotas mais pesadas aos bens e operações mais característicos das classes mais abastadas e, em compensação, diminuindo a carga tributária sobre bens e operações próprios das classes menos favorecidas. Outro exemplo está nos programas de distribuição de recursos a famílias carentes, como é o caso do atual Bolsa-Família, que condiciona a entrega de recursos do Orçamento à manutenção das crianças na escola. Por fim, a função estabilizadora trata das iniciativas governamentais em nome do alcance de certo equilíbrio entre taxa de inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos e taxa de desenvolvimento econômico (principalmente as duas primeiras). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 12 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha As atenções, nesse âmbito, estão voltadas para os níveis de “demanda agregada”, isto é, o somatório de despesas que indica o nível de consumo de bens e serviços pelo setor público e pelo setor privado. Como vimos anteriormente nesta aula, o Estado pode sopesar sua ação de forma a intensificar ou reduzir o “aquecimento” da economia, conforme deseje aumentar o ritmo de consumo (em épocas de recessão) ou freá-lo (em épocas de superaquecimento, ou inflação), atuando sobre os níveis de demanda agregada. O aumento da demanda agregada leva a maiores níveis de atividade econômica, o que resulta geralmente em diminuição do desemprego. Como dissemos, uma atuação estatal nesse sentido, elevando o nível do gasto público, reduzindo tributos, promovendo incentivos fiscais e subsídios etc., é classificada pela doutrina como política fiscal expansionista. No extremo oposto, a aceleração da atividade econômica provoca maior procura por bens e serviços, e, em obediência à lei da oferta e da procura, haverá aumento de preços, a conhecida inflação. Para combatê-la, o Estado deve atuar com políticas fiscais restritivas, com aumento da carga tributária e redução de despesas de custeio, por exemplo. O pulo do gato, para o Estado, reside num equilíbrio tênue, um fio de navalha, entre a expansão e a diminuição da demanda agregada, conforme se apresentem as condições socioeconômicas. 5. (FCC/ANALISTA/TRE-PR/2012) A disciplina da ciência econômica que estuda as relações econômicas do Governo com a sociedade é conhecida www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 13 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha modernamente como Economia do Setor Público. Dentro dos paradigmas atuais dessa teoria, considere as afirmações a seguir, relativas às funções que o Governo deve desempenhar em relação ao sistema econômico: I. Se a economia estiver passando por um ciclo de expansão que está pressionando a estabilidade dos preços, o Governo deve diminuir os impostos ou aumentar os gastos, ou ainda adotar uma combinação dessas duas medidas. II. O Governo deve atuar na correção das desigualdades da distribuição de renda da economia, através de medidas que aumentem a progressividade do sistema tributário e ampliando as despesas que beneficiam as classes de renda mais baixa. III. O Governo dever prover a produção de bens públicos, cujo fornecimento pelo mecanismo tradicional de mercado é impossível, uma vez que as pessoas que não querem pagar por eles não podem ser excluídas de seu consumo. IV. O Governo deve abster-se de produzir bens semipúblicos, tais como educação e saúde, mesmo que sejam bens que apresentam grandes externalidades positivas. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) II e III. (C) I e III. (D) I e IV. (E) II e IV. A primeira afirmativa relaciona exatamente o contrário do recomendável em épocas de economia aquecida. Nesse caso, o governo deve atuar para refrear o nível de demanda, ora diminuindo gastos públicos, ora aumentando a carga tributária. Isso já afasta as opções A, C e D. Além disso, a afirmativa IV está errada, já que bens que geram grandes externalidades positivas, públicos ou semipúblicos, devem ter seu fornecimento favorecido pela atuação estatal. Isso afasta a letra E. Gabarito: B. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 14 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 6. (ESAF/ANALISTA/CVM/2010) Ao incorporar e ampliar políticas públicas compensatórias, o orçamento nacional privilegia o exercício de sua função alocativa. Questão ERRADA. Políticas compensatórias servem ao reequilíbrio das condições socioeconômicas entre diferentes estratos da população. Dessa forma, tais medidas estão relacionadas à função distributiva. 7. (CESPE/ANALISTA/CAPES/2013) A função de estabilização da economia difere das funções alocativa e distributiva por utilizar instrumentos macroeconômicos para manter o nível adequado de utilização dos recursos e do balanço de pagamentos Questão CERTA. A função estabilizadora concentra suas principais características na manutenção de determinados níveis de emprego e preços, por meio de instrumentos macroeconômicos, como a taxa de juros, o nível de gasto público, a política cambial etc. 8. (ESAF/APOFP/SEFAZ-SP/2009) A atuação do governo na economia tem como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes formas, exceto: a) complemento da iniciativa privada. b) compra de bens e serviços do setor público. c) atuação sobre a formação de preços. d) fornecimento de bens e de serviços públicos. e) compra de bens e serviços do setor privado. Das opções da questão, a única que não reflete o exercício das funções alocativa ou distributiva é a compra de bens e serviços do próprio setor público. Nesse caso, o governo atua “para si mesmo”, sem que a potencialidade dos efeitos da ação pública se estenda para a sociedade de forma mais ampla. Gabarito: B. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 15 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 9. (FGV/ANALISTA/PROCEMPA/2014) Analise o fragmento a seguir. “Um governo, pela sua função _____ deve decidir quais serviços públicos devem ser concedidos ao setor privado, o qual explorará de forma mais eficiente provendo um serviço de maior qualidade para a população. Por sua vez, em sua função _____, o governo deve garantir a meta inflacionária, de forma a garantir o poder de compra da população, incentivando também neste cenário o maior volume de investimentos. Por fim, programas sociais estão atrelados à sua função _____, permitindo a melhora da renda dos mais pobres.” Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima. a) distributiva – alocativa – estabilizadora. b) distributiva – estabilizadora – alocativa. c) estabilizadora – alocativa – distributiva. d) alocativa – distributiva – estabilizadora. e) alocativa – estabilizadora – distributiva A disponibilização de serviços públicos, ora diretamente pelo governo, ora por meio de concessão ao setor privado, representa o exercício da função alocativa. Já as ações no sentido do controle dos níveis de inflação e do favorecimento ao desenvolvimento econômico dizem respeito à função estabilizadora. Por fim, a melhora da renda dos segmentos mais pobres da população é o objetivo da função distributiva do governo. Gabarito: E. 10. (ESAF/AFC/STN/2008) A aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte função do Governo: a) Função Estabilizadora. b) Função Distributiva. c) Função Monetária. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 16 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha d) Função Desenvolvimentista. e) Função Alocativa. Na questão acima, são descritas características da função estabilizadora do Estado. Gabarito: A. Déficit público Em finanças públicas, existe uma frase bastante semelhante com aquilo que acontece na esfera pessoal: as demandas são infinitas, e os recursos são escassos. Sempre é mais fácil identificar novas necessidades do que conseguir mais recursos disponíveis para atendê-las. Com isso, todo dinheiro arrecadado pelo governo encontrará facilmente despesas suficientes para consumi-lo inteiramente; assim, cabe aos administradores públicos indicarem as despesas prioritárias que receberão recursos, em detrimento de outras necessidades. No caso do setor público, existem demandas de consumo mais imediato, próprias do funcionamento do governo e da prestação de serviços à comunidade. Na teoria das finanças, esses gastos imediatos devem ser sustentados por recursos obtidos junto à população ativa e contribuinte. Por outro lado, há demandas coletivas cujos benefícios se estendem no tempo, favorecendo também gerações futuras. Nesse caso, estamos nos referindo, via de regra, aos investimentos públicos. Como os efeitos desses investimentos também serão aproveitados por gerações vindouras, assume-se como plausível que essas gerações contribuam para a execução de tais projetos. Essa contribuição se dá com a assunção de dívidas pelo governo, que serão pagas no futuro, a partir do sacrifício da sociedade naquele momento. Tendo isso em consideração, não seria, digamos, “justo” o setor público se endividar para pagar despesas correntes, de efeitos apenas imediatos. Daí concluir-se que o endividamento do Estado deve ocorrer de modo a beneficiar as gerações que suportarão seu impacto, com investimentos de longo prazo ou com a redução da dívida pública momentânea. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 17 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha A partir dessa ótica, temos justificativas para a existência do déficit público, que é conceituado como o excesso de despesas em relação às receitas arrecadadas. O “rombo” que cobre o déficit público é oriundo, geralmente, das operações de crédito e outras assemelhadas, celebradas pelos governos. Um problema do déficit público é o comprometimento que ele traz para a saúde fiscal dos governos, já que são agregadas às obrigações de pagamento as parcelas de amortização e juros. Também merece destaque o fato de os recursos úteis à economia terem seu montante reduzido quando o governo contrata (vultosas) somas de empréstimos junto aos agentes financeiros, que poderiam, não fosse isso, financiar atividades produtivas privadas. 11. (ESAF/APO/MPOG/2008) Como alternativas de financiamento do déficit público, podem ser citadas a venda de títulos ao setor privado e a venda de títulos ao Banco Central. A venda de títulos ao setor privado e ao BACEN são formas de o governo federal aumentar suas reservas financeiras, em contrapartida da expansão da dívida mobiliária. A questão está CERTA. 12. (CESPE/PROFESSOR/IFB/2010) O financiamento de dívida pública com a emissão de títulos provoca elevação adicional do nível de endividamento do país. A questão transmite uma noção quase que óbvia: quanto mais o governo toma dinheiro emprestado, mediante a emissão de títulos, mais aumenta o nível de endividamento. Questão CERTA. Necessidades de financiamento do setor público – NFSP O resultado fiscal do setor público – a diferença entre suas receitas e despesas – pode ser classificado a partir de alguns critérios. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 18 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha Para entender esse ponto, é útil relembrar a diferença entre o dinheiro obtido de fontes não financeiras e de fontes financeiras. Receitas financeiras são coletadas a partir de operações de crédito, resgate de empréstimos concedidos e outras operações assemelhadas; receitas não financeiras são aquelas arrecadadas mediante tributação, ou por operações comerciais e empresariais do setor público, ou outras formas que não envolvam endividamento público nem redução de ativos. As receitas não financeiras também são chamadas de receitas primárias, enquanto que as receitas financeiras são tratadas como não primárias. Quanto às despesas, podemos fazer uma simples correlação com o que vimos sobre as receitas. Despesas não primárias, ou financeiras, se correlacionam com a contratação de dívidas pelo Estado, e as despesas primárias não têm essa característica. A confrontação entre receitas e despesas primárias dá origem ao resultado primário (superávit ou déficit). O superávit primário é a diferença positiva entre as receitas primárias e as despesas primárias. Noutras palavras, nesse cálculo, não entra o componente financeiro – não são consideradas as despesas e receitas relacionadas a operações de endividamento. Assim, a existência de superávit primário significa que as receitas não financeiras são mais que suficientes para pagar as despesas não financeiras. É justamente esse o resultado perseguido há vários anos pelo governo federal: a sobra de recursos caracterizada pelo superávit primário é utilizada para amortizar a dívida pública, mantendo-a em níveis controlados. Já a confrontação entre o conjunto total de receitas e despesas governamentais, incluindo categorias primárias e não primárias, dá origem ao resultado nominal (superávit ou déficit). O cálculo do resultado nominal permite avaliar o montante de recursos obtidos pelo governo junto ao mercado para financiamento das despesas, com consequente aumento da dívida. Nesse índice, entram, portanto, os valores referentes aos juros de operações financeiras celebradas (tanto juros “passivos”, que devem ser pagos, quanto juros “ativos”, que devem ser recebidos pelo governo em razão de suas aplicações financeiras). Além desses dois índices, existe, ainda, o resultado operacional. Esse resultado deduz, do resultado nominal, os efeitos da atualização monetária www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 19 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha sobre a dívida pública. Isso faz mais sentido em ambientes de alta inflação, nos quais os pagamentos relativos à dívida embutem, além dos juros, altas parcelas próprias do ajuste do valor da dívida devido à corrosão inflacionária, e que não pertencem realmente ao resultado fiscal. Além disso, a divisão dos governos em órgãos e entidades pode receber uma classificação a partir dos critérios que estamos mencionando. O setor público não financeiro é constituído pela administração direta, pelas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes (aquelas que necessitam de recursos orçamentários para custear suas atividades normais), de todos os entes federados. E o setor público financeiro é formado pelos bancos estatais e pelo Banco Central. Vejamos a conceituação de “necessidades de financiamento do setor público”, conforme a Secretaria de Orçamento Federal (grifei): O resultado fiscal do Governo, também conhecido como Necessidades de Financiamento do Setor Público – NFSP, avalia o desempenho fiscal da Administração Pública em um determinado período de tempo, geralmente dentro de um exercício financeiro, ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Este instrumento apura o montante de recursos que o Setor Público não financeiro necessita captar junto ao setor financeiro interno e/ou externo, além de suas receitas fiscais, para fazer face aos seus dispêndios. As Necessidades de Financiamento são apuradas nos três níveis de Governo, quais sejam, Federal, Estadual e Municipal. Ademais, a partir da publicação da Lei Complementar nº 101/2000, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, as Leis de Diretrizes Orçamentárias de cada Ente deverão indicar os resultados fiscais pretendidos para o exercício financeiro ao que a lei se referir e os dois seguintes. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 20 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 13. (FCC/ANALISTA/MANAUSPREV/2015) Em caso de desequilíbrio no orçamento público (déficit ou superávit fiscal), a) as necessidades de financiamento do setor público serão tão maiores quanto menor for a capacidade arrecadadora dos governos em diferentes níveis e quanto menor for a flexibilidade dos gastos governamentais para baixo. b) se o superávit primário for menor do que o montante requerido para o pagamento dos serviços de juros da dívida pública, o país deve declarar moratória da dívida externa. c) um déficit público nominal pode ser financiado apenas por emissão monetária, uma vez que a incapacidade do governo em honrar seus compromissos financeiros levaria o mercado a automaticamente rejeitar a compra de títulos públicos. d) a obtenção de um superávit primário é suficiente para garantir o equilíbrio das contas públicas. e) um déficit primário do setor público significa necessariamente que os gastos estão excessivamente elevados por conta de má gestão dos recursos públicos. Vejamos a análise individual das alternativas: A: quanto menor for a arrecadação do governo, mais propenso a desequilíbrios fiscais ele se encontra, já que, para atender as múltiplas demandas por recursos, resta apenas a opção dos recursos de terceiros. Isso fica ainda mais agravado se os gastos forem inflexíveis, o que dificulta o ajuste pelo lado da despesa. B: a declaração de moratória (declaração de não pagamento da dívida) é uma situação limite, que não ocorre apenas pelo fato de o superávit pretendido não ter sido alcançado em certo momento. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 21 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha C: o aumento do déficit e da dívida pode sujeitar o governo a maiores taxas de remuneração dos títulos, para compensar a maior desconfiança dos investidores quanto à saúde das finanças públicas. Assim, a emissão monetária não é a única tábua de salvação do governo ante a ocorrência de déficit nominal. D: a obtenção de superávit primário, em determinado exercício, significa que o governo obteve, naquele período, recursos suficientes para pagar ao menos uma parcela da dívida. O “equilíbrio das contas públicas” é um conceito flexível, já que pode se referir a prazos diferentes, mas, normalmente, trata-se de uma trajetória controlada da dívida, numa sequência de exercícios. E: déficits não significam necessariamente que existe má gestão de recursos. Gabarito: A. 14. (VUNESP/ANALISTA/SP-URBANISMO/2014) Numa economia, o déficit nominal e o operacional são iguais, e ambos são superiores ao déficit primário. Isso significa que a) o governo só gasta o que arrecada. b) não há dívida pública. c) a taxa de juros é zero. d) a taxa de inflação é zero. e) não há investimentos do setor público. Numa situação em que o déficit nominal e o operacional têm idêntico valor, pode-se concluir que a taxa de inflação é zero, em vista de este ser o traço distintivo entre esses resultados fiscais. Gabarito: D. 15. (FUNCAB/CONTROLADOR/IPEM-RO/2013) O resultado primário da União é representado pela diferença entre as Receitas Primárias e as Despesas Primárias. Para a apuração desse resultado, as receitas são divididas entre primárias e não primárias. São exemplos da classificação orçamentária em receitas primárias e não primárias, respectivamente, as advindas: a) da emissão de títulos e das concessões. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 22 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha b) das concessões e das privatizações. c) das concessões e da cota-parte das compensações financeiras. d) das contribuições sociais e das provenientes de doações. e) da contratação de operações de crédito por organismos oficiais e das receitas de aplicações financeiras da União. Dos itens reproduzidos nas alternativas da questão, são receitas primárias: a de concessões (receita corrente patrimonial); a de cota-parte de compensações financeiras (receita corrente patrimonial); a de contribuições sociais (receita corrente de contribuições); e a de doações (outras receitas correntes). Por outro lado, são receitas não primárias: a de emissão de títulos (receita de capital de operações de crédito); a de privatizações (alienação de bens); a de contratação de operações de crédito (receita de capital...); e a de aplicações financeiras (receita corrente patrimonial). Gabarito: B. 16. (CESPE/AUDITOR/TCDF/2012) As necessidades de financiamento do setor público, apuradas nos três níveis de governo — federal, estadual e municipal —, administração correspondem pública, à podendo avaliação ser do desempenho denominadas fiscal da necessidades de financiamento das empresas estatais caso se refiram ao resultado do orçamento fiscal. Questão ERRADA: as NFSP não correspondem a uma “avaliação do desempenho fiscal”, mas à variação do endividamento público. Além disso, está errado falar em empresas estatais de forma geral, já que apenas as dependentes são classificadas como pertencentes ao setor público não financeiro. 17. (CESPE/ECONOMISTA/DPU/2010) A necessidade de financiamento do setor público deve ser apurada e considerada de forma isolada, em cada esfera de governo, e inclui todas as receitas diretas e indiretas. As NFSP são calculadas de forma agregada, considerando todos os entes federados. A questão está ERRADA. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 23 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 18. (ESAF/AFC/STN/2008) Do ponto de vista fiscal, o déficit público é medido a partir do Resultado Primário. Isso posto, é correto afirmar: a) o Resultado Primário corresponde à diferença entre receitas não financeiras e despesas não financeiras. b) entende-se por receita não financeira: a receita orçamentária arrecadada, mais as operações de crédito, as receitas de privatização e as receitas provenientes de rendimentos de aplicações financeiras. c) entende-se por despesa não financeira: a despesa total, aí incluídas aquelas com amortização e encargos da dívida interna e externa (amortização mais juros). d) do ponto de vista fiscal, ou pelo critério “acima da linha”, ocorre déficit público quando o total das receitas não--financeiras é superior às despesas não financeiras. e) nos casos em que o total das receitas próprias de um ente público (sem considerar empréstimos) é inferior às despesas realizadas, temos um superávit primário. Na questão acima, temos o seguinte: - o resultado primário realmente é obtido pelo balanceamento entre receitas e despesas não financeiras; - as receitas não financeiras não incluem operações de endividamento nem diminuição (no caso, alienação) de ativos; - a despesa não financeira não contempla encargos da dívida; - o resultado de um montante de receitas superior ao de despesas é um superávit; - o resultado negativo entre receitas e despesas é um déficit. Tendo isso em vista, a alternativa correta é a letra A. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 24 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 19. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) O Banco Central do Brasil (BACEN) não se inclui entre os órgãos cujos balanços são considerados no cálculo da dívida líquida e do déficit público, por não se tratar de instituição do setor público não financeiro. Questão ERRADA: apesar de fazer parte do setor público financeiro, os balanços do BACEN são incluídos no cálculo da dívida e do déficit, pelo fato de ser classificado como autarquia. Apuração das NFSP: “acima da linha” e “abaixo da linha” Para o cálculo das NFSP, são utilizados tradicionalmente dois critérios, conhecidos no jargão financeiro como “acima da linha” e “abaixo da linha”. Grosso modo, essas metodologias têm a ver com o “polo” da relação de endividamento adotado como foco: o governo, que toma recursos emprestados, ou os agentes financeiros “emprestadores”. O critério “abaixo da linha” é empregado pelo Banco Central, e consiste da verificação do saldo do endividamento líquido a cada período considerado, junto aos agentes financeiros. Ou seja, para obter o endividamento público em determinado período, faz-se a subtração entre o nível atual de dívida e o do período anterior, chegando-se ao resultado nominal imediato. Se o endividamento atual é menor que o pretérito, significa que houve superávit nominal: a dívida do governo diminuiu junto ao mercado. Doutra banda, um endividamento atual maior que o último considerado representa uma progressão no nível de dívida, implicando a ocorrência de déficit nominal no período. Utilizando-se o critério abaixo da linha, tem-se apenas a informação do quanto o governo recorreu ao mercado para financiar suas despesas, mas outros dados importantes, como a “qualidade” do endividamento, o perfil da aplicação dos recursos, a sustentabilidade da gestão fiscal etc., não têm como ser apreciados. Já o critério “acima da linha” mensura as necessidades de financiamento do setor público a partir da verificação da execução orçamentária do ente federado. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 25 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha O critério abaixo da linha foi criado para tornar mais confiável o cálculo do resultado fiscal do governo nos períodos de alta inflação, em que a execução da receita e da despesa orçamentária continha uma série de vícios que impediam uma contabilização precisa dos ativos e passivos governamentais. Com isso, era mais fácil constatar a dimensão da dívida pública olhando os “cadernos” de quem emprestava dinheiro ao governo. Entretanto, em regimes de inflação baixa, espera-se que o endividamento calculado mediante ambos os critérios tenha o mesmo resultado. 20. (ESAF/AFC/STN/2013) Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) representa a necessidade do governo em financiar-se. Assim, no que diz respeito à NFSP e ao déficit público, não se pode afirmar que: a) o déficit primário é apurado pela diferença entre as receitas não financeiras e os gastos não financeiros. b) a NFSP corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. c) um ponto importante a ser destacado em relação ao déficit público e seu financiamento é o comportamento da variável dívida ao longo do tempo. d) na NFSP no conceito operacional, são deduzidas as despesas com as correções monetária e cambial pagas sobre a dívida. e) na apuração do déficit público sob o conceito de competência, as despesas são consideradas como tendo ocorrido no momento ou período em que são de fato pagas. Vejamos as alternativas: A: receitas e despesas “não financeiras” correspondem a receitas e despesas primárias. Assim, a diferença entre elas é o resultado primário (déficit primário, no caso de as despesas serem maiores). B: no Brasil, as NFSP são compreendidas como a variação da dívida fiscal líquida, tanto sob o critério “acima da linha” (ótica do Tesouro Nacional) quanto “abaixo da linha” (ótica do Banco Central). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 26 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha C: o déficit é uma medida de fluxo, que interfere na trajetória da dívida pública (esta, por sua vez, uma medida de estoque). Portanto, os “comportamentos” do déficit e da dívida são observados para que sejam fixados os parâmetros de financiamento. D: no conceito operacional, os efeitos da correção monetária e cambial são afastados, para que se tenha noção do esforço fiscal do governo independentemente da variação dos valores pagos e devidos. E: a contabilização das despesas no momento em que são pagas reflete a adoção do regime de caixa, não de competência. Gabarito: E. 21. (ESAF/AFC/STN/2013) Em relação às Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), pode-se dizer que: a) é uma medida de estoque e corresponde ao déficit nominal, medido pelo critério “acima da linha”. b) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional elevam as NFSP no período em análise. c) excluem os gastos não financeiros e as receitas não financeiras. d) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos. e) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional, como forma de financiamento das NFSP, reduz a base monetária da economia. Analisando as opções: A: as NFSP representam uma medida de fluxo, consistindo da variação da dívida pública durante o exercício financeiro. B e E: apesar de se tratar de algo proibido pela Constituição (art. 164, § 1º), um hipotético empréstimo do Banco Central em favor do Tesouro Nacional não elevaria o déficit público, já que o BACEN é “juntado” ao setor público não financeiro para fins de cálculo das NFSP. Além disso, a “saída” de recursos do BACEN para o Tesouro resultaria no aumento da base monetária da economia (grosso modo, maior disponibilidade de moeda). www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 27 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha C: os componentes primários sempre fazem parte de qualquer cálculo das NFSP. D: a emissão de títulos é uma forma de obtenção de recursos que podem atender ao déficit público. Gabarito: D. 22. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) O déficit público pode ser mensurado de modo semelhante ao que ocorre com o balanço de pagamentos. Neste, estabelece-se uma linha divisória acima da qual se localizam os fatores que motivam o déficit e, abaixo dessa linha, as fontes de financiamento desse déficit. Na mensuração do déficit público sob esse modelo, acima da linha localizam-se as transações correntes e o movimento de capitais e, abaixo dessa linha, a variação das reservas internacionais do país. Nesse contexto, a necessidade de financiamento do setor público relaciona-se ao déficit público abaixo da linha. A questão propõe uma forma “física” de verificar o relacionamento e a explicação da nomenclatura “acima” e “abaixo” da linha. É como se, acima da linha de uma operação de soma/subtração, tivéssemos número positivos e negativos (receitas e despesas), e, abaixo da linha, o resultado dessa conta, que seria considerado no nível de endividamento líquido do ente público. Questão CERTA. 23. (ESAF/APOFP/SEFAZ-SP/2009) Com relação à Dívida Pública, Déficit Público e Necessidade de Financiamento do Setor Público, identifique a opção falsa. a) Uma medida muito utilizada para avaliar a capacidade de pagamento do setor público é a relação dívida / PIB. b) A diferença entre as receitas totais e os gastos totais é chamada de déficit primário, pelo conceito “acima da linha”. c) O déficit operacional é uma medida bastante requisitada em períodos de inflação elevada. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 28 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha d) Os vários conceitos de déficit público podem ser apurados por dois critérios: o de competência e o de caixa. e) No longo prazo, o crescimento da dívida pública ocupa o espaço que seria destinado à formação de capital (efeito crowding-out), por meio da redução de investimentos. Na questão acima, temos o seguinte a considerar: - a relação dívida/PIB é um dos principais indicadores a considerar no tocante à capacidade de pagamento, tendo em vista que reflete a geração de recursos da economia e, portanto, a possibilidade os governos sustentarem sua posição fiscal; - a diferença entre as receitas totais e as despesas totais é o resultado nominal, e não o primário; - o déficit operacional, como vimos, é um indicador útil principalmente diante de elevados quadros inflacionários; - os componentes do déficit público podem ser calculados pelo critério de caixa (impacto financeiro imediato) ou competência (impacto patrimonial imediato, sem vinculação temporal com o impacto financeiro); - o crescimento da dívida realmente drena recursos que poderiam ser aplicados em investimentos públicos – e daí uma das razões para a necessidade de manter o endividamento sob controle. A alternativa errada é a letra B. 24. (CESPE/ECONOMISTA/DPU/2010) A mensuração do deficit com base na execução orçamentária - receitas e despesas - representa o conceito denominado acima da linha, que corresponde à medição do deficit pelo lado do financiamento, ou seja, pela forma como o deficit foi financiado. A questão está ERRADA: o critério acima da linha reflete como o déficit público foi gerado, e não como foi financiado, tendo em vista a análise orçamentária das receitas e despesas do período. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 29 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 25. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) Pela metodologia de apuração denominada acima da linha, o resultado nominal é obtido deduzindo-se do resultado primário os valores pagos e recebidos de juros nominais. Questão ERRADA. O enunciado inverteu os polos: o resultado primário é obtido pela dedução, do nominal, dos valores correspondentes aos juros e encargos. 26. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) Ao passo que os saldos da dívida líquida do setor público são apurados por meio do critério de competência, o resultado fiscal do governo é obtido por intermédio do resultado primário e nominal. Os resultados podem ser apurados mediante os critérios acima da linha e abaixo da linha, em que o último considera o desempenho fiscal do governo pelo cálculo da variação do endividamento líquido. Questão CERTA. Realmente, a dívida líquida tem seu saldo calculado por competência, ou seja, conforme o fato gerador das variações, e o critério abaixo da linha considera apenas a variação do endividamento líquido. Bem, dileto aluno, nossa aula demonstrativa fica por aqui. Aguardo você na próxima. Para quaisquer dúvidas, podemos nos falar por meio do fórum, na parte restrita do site. Forte abraço, até a próxima! GRACIANO ROCHA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 30 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha RESUMO DA AULA A política fiscal representa a obtenção e utilização planejada dos recursos arrecadados pelo governo, e se divide em política tributária e política orçamentária. As crises do capitalismo e a grave situação dos países envolvidos nas guerras mundiais abriram espaço para um novo entendimento do papel do Estado: de um lado, provedor de demandas em macroescala, e, por outro, regulador da atividade dos particulares. Para Keynes, o Estado, a fim de garantir a manutenção do emprego e dos níveis de preços na economia, deveria, inclusive, aumentar seu nível de endividamento. Com o arcabouço keynesiano adaptado pelos países, em maior ou menor grau, os governos, desde então, tentam manter o equilíbrio entre a expansão e a retração da política fiscal, conforme se apresentem as condições socioeconômicas do momento. A função alocativa se relaciona com a alocação de recursos pelo Estado, de maneira a favorecer a disponibilização de bens públicos e semipúblicos à população. A função distributiva diz respeito aos ajustes realizados pelo Estado para que a sociedade alcance determinado nível de concentração de renda. A função estabilizadora trata das iniciativas governamentais em nome do alcance de certo equilíbrio entre taxa de inflação, taxa de desemprego, balanço de pagamentos e taxa de desenvolvimento econômico. No caso do setor público, existem demandas de consumo mais imediato, próprias do funcionamento do governo e da prestação de serviços à comunidade. Na teoria das finanças, esses gastos imediatos devem ser sustentados por recursos obtidos junto à população ativa e contribuinte. Por outro lado, há demandas coletivas cujos benefícios se estendem no tempo, favorecendo também gerações futuras. Nesse caso, estamos nos referindo, via de regra, aos investimentos públicos. Como os efeitos desses investimentos também serão aproveitados por gerações www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 31 de 46 vindouras, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha assume-se como plausível que essas gerações contribuam para a execução de tais projetos. Um problema do déficit público é o comprometimento que ele traz para a saúde fiscal dos governos, já que são agregadas às obrigações de pagamento as parcelas de amortização e juros. Receitas financeiras são coletadas a partir de operações de crédito, resgate de empréstimos concedidos e outras operações assemelhadas; receitas não financeiras são aquelas arrecadadas mediante tributação, ou por operações comerciais e empresariais do setor público, ou outras formas que não envolvam endividamento público nem redução de ativos. Quanto às despesas, podemos fazer uma simples correlação com o que vimos sobre as receitas. A existência de superávit primário significa que as receitas não financeiras são mais que suficientes para pagar as despesas não financeiras. O cálculo do resultado nominal permite avaliar o montante de recursos obtidos pelo governo junto ao mercado para financiamento das despesas, com consequente aumento da dívida. O resultado operacional deduz, do resultado nominal, os efeitos da atualização monetária sobre a dívida pública. O setor público não financeiro é constituído pela administração direta, pelas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes (aquelas que necessitam de recursos orçamentários para custear suas atividades normais), de todos os entes federados. O setor público financeiro é formado pelos bancos estatais e pelo Banco Central. O critério “abaixo da linha” é empregado pelo Banco Central, e consiste da verificação do saldo do endividamento líquido a cada período considerado, junto aos agentes financeiros. Já o critério “acima da linha” mensura as necessidades de financiamento do setor público a partir da verificação da execução orçamentária do ente federado. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 32 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1. (CEPERJ/ESPECIALISTA/RIOPREVIDÊNCIA/2013) Para atenuar as flutuações e situações de insuficiência de demanda efetiva, Keynes recomendava ao Estado: a) promover reduções frequentes de tributos, em particular nos produtos de grande valor agregado b) manter a tranquilidade e aguardar que o mercado regule a economia, evitando qualquer intervenção c) promover reduções frequentes dos tributos, em particular na linha branca d) intervir na economia e) manter-se fora da economia, mas disponibilizar seus assessores para reorganizar as empresas e torná-las mais eficientes, a exemplo do que fez o governo norte-americano com os bancos e a General Motors, na crise de 2008. 2. (FMP/AUDITOR/TCE-RS/2011) Com base nas visões clássica e keynesiana quanto ao papel do Estado como agente de desenvolvimento econômico responda se as afirmativas são verdadeiras ou falsas: I. Na visão de Adam Smith, as legislações favoráveis ao capital, ao aperfeiçoamento da mão de obra e à segurança dos negócios estimulam a economia. Mas as intervenções do Estado deveriam limitar-se à regulamentação da concorrência e aos gastos com educação, saúde e segurança pública. II. Keynes defendia que, em períodos de depressão, o governo poderia gerar emprego pela política fiscal (gastos públicos, tributação) e pela política monetária (emissão de moeda, taxa de juro). III. Para Keynes, com o auxílio das políticas monetária, fiscal, cambial, etc., o governo age sobre as expectativas dos agentes econômicos, influenciando, direta e indiretamente, o nível do investimento e do emprego. As afirmativas I, II e III são, respectivamente: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 33 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha a) falsa, verdadeira, falsa. b) verdadeira, falsa, verdadeira. c) verdadeira, verdadeira, verdadeira. d) verdadeira, falsa, falsa. e) falsa, verdadeira, verdadeira. 3. (ESAF/AFC/STN/2005) Baseada na visão clássica das funções do Estado na economia, identifique a opção que foi defendida por J. M. Keynes. a) As funções do Estado na economia deveriam ser limitadas à defesa nacional, justiça, serviços públicos e manutenção da soberania. b) As despesas realizadas pelo Governo não teriam nenhum resultado prático no desenvolvimento econômico. c) A participação do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a responsabilidade por atividades de interesse geral, uma vez que o setor privado não estaria interessado em prover estradas, escolas, hospitais e outros serviços públicos. d) A economia sem a presença do governo seria vítima de suas próprias crises, cabendo ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, do crédito e do nível de investimento. e) A atuação do Governo se faria nos mercados onde não houvesse livre concorrência e sua função seria a de organizá-la e defendê-la, para o funcionamento do mercado e para seu equilíbrio. 4. (CESPE/AUFC/TCU/2009) Em épocas de estagnação e recessão econômica, as concepções keynesianas têm dado suporte à flexibilização na aplicação do princípio do equilíbrio orçamentário, defendendo, inclusive, um maior endividamento público, possibilitando uma utilização intensiva de recursos ociosos esterilizados por agentes econômicos privados. 5. (FCC/ANALISTA/TRE-PR/2012) A disciplina da ciência econômica que estuda as relações econômicas do Governo com a sociedade é conhecida modernamente como Economia do Setor Público. Dentro dos paradigmas atuais dessa teoria, considere as afirmações a seguir, relativas às funções que o Governo deve desempenhar em relação ao sistema econômico: www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 34 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha I. Se a economia estiver passando por um ciclo de expansão que está pressionando a estabilidade dos preços, o Governo deve diminuir os impostos ou aumentar os gastos, ou ainda adotar uma combinação dessas duas medidas. II. O Governo deve atuar na correção das desigualdades da distribuição de renda da economia, através de medidas que aumentem a progressividade do sistema tributário e ampliando as despesas que beneficiam as classes de renda mais baixa. III. O Governo dever prover a produção de bens públicos, cujo fornecimento pelo mecanismo tradicional de mercado é impossível, uma vez que as pessoas que não querem pagar por eles não podem ser excluídas de seu consumo. IV. O Governo deve abster-se de produzir bens semipúblicos, tais como educação e saúde, mesmo que sejam bens que apresentam grandes externalidades positivas. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) II e III. (C) I e III. (D) I e IV. (E) II e IV. 6. (ESAF/ANALISTA/CVM/2010) Ao incorporar e ampliar políticas públicas compensatórias, o orçamento nacional privilegia o exercício de sua função alocativa. 7. (CESPE/ANALISTA/CAPES/2013) A função de estabilização da economia difere das funções alocativa e distributiva por utilizar instrumentos macroeconômicos para manter o nível adequado de utilização dos recursos e do balanço de pagamentos 8. (ESAF/APOFP/SEFAZ-SP/2009) A atuação do governo na economia tem como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 35 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes formas, exceto: a) complemento da iniciativa privada. b) compra de bens e serviços do setor público. c) atuação sobre a formação de preços. d) fornecimento de bens e de serviços públicos. e) compra de bens e serviços do setor privado. 9. (FGV/ANALISTA/PROCEMPA/2014) Analise o fragmento a seguir. “Um governo, pela sua função _____ deve decidir quais serviços públicos devem ser concedidos ao setor privado, o qual explorará de forma mais eficiente provendo um serviço de maior qualidade para a população. Por sua vez, em sua função _____, o governo deve garantir a meta inflacionária, de forma a garantir o poder de compra da população, incentivando também neste cenário o maior volume de investimentos. Por fim, programas sociais estão atrelados à sua função _____, permitindo a melhora da renda dos mais pobres.” Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do fragmento acima. a) distributiva – alocativa – estabilizadora. b) distributiva – estabilizadora – alocativa. c) estabilizadora – alocativa – distributiva. d) alocativa – distributiva – estabilizadora. e) alocativa – estabilizadora – distributiva 10. (ESAF/AFC/STN/2008) A aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte função do Governo: a) Função Estabilizadora. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 36 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha b) Função Distributiva. c) Função Monetária. d) Função Desenvolvimentista. e) Função Alocativa. 11. (ESAF/APO/MPOG/2008) Como alternativas de financiamento do déficit público, podem ser citadas a venda de títulos ao setor privado e a venda de títulos ao Banco Central. 12. (CESPE/PROFESSOR/IFB/2010) O financiamento de dívida pública com a emissão de títulos provoca elevação adicional do nível de endividamento do país. 13. (FCC/ANALISTA/MANAUSPREV/2015) Em caso de desequilíbrio no orçamento público (déficit ou superávit fiscal), a) as necessidades de financiamento do setor público serão tão maiores quanto menor for a capacidade arrecadadora dos governos em diferentes níveis e quanto menor for a flexibilidade dos gastos governamentais para baixo. b) se o superávit primário for menor do que o montante requerido para o pagamento dos serviços de juros da dívida pública, o país deve declarar moratória da dívida externa. c) um déficit público nominal pode ser financiado apenas por emissão monetária, uma vez que a incapacidade do governo em honrar seus compromissos financeiros levaria o mercado a automaticamente rejeitar a compra de títulos públicos. d) a obtenção de um superávit primário é suficiente para garantir o equilíbrio das contas públicas. e) um déficit primário do setor público significa necessariamente que os gastos estão excessivamente elevados por conta de má gestão dos recursos públicos. 14. (VUNESP/ANALISTA/SP-URBANISMO/2014) Numa economia, o déficit nominal e o operacional são iguais, e ambos são superiores ao déficit primário. Isso significa que www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 37 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha a) o governo só gasta o que arrecada. b) não há dívida pública. c) a taxa de juros é zero. d) a taxa de inflação é zero. e) não há investimentos do setor público. 15. (FUNCAB/CONTROLADOR/IPEM-RO/2013) O resultado primário da União é representado pela diferença entre as Receitas Primárias e as Despesas Primárias. Para a apuração desse resultado, as receitas são divididas entre primárias e não primárias. São exemplos da classificação orçamentária em receitas primárias e não primárias, respectivamente, as advindas: a) da emissão de títulos e das concessões. b) das concessões e das privatizações. c) das concessões e da cota-par te das compensações financeiras. d) das contribuições sociais e das provenientes de doações. e) da contratação de operações de crédito por organismos oficiais e das receitas de aplicações financeiras da União. 16. (CESPE/AUDITOR/TCDF/2012) As necessidades de financiamento do setor público, apuradas nos três níveis de governo — federal, estadual e municipal —, administração correspondem pública, à podendo avaliação ser do desempenho denominadas fiscal da necessidades de financiamento das empresas estatais caso se refiram ao resultado do orçamento fiscal. 17. (CESPE/ECONOMISTA/DPU/2010) A necessidade de financiamento do setor público deve ser apurada e considerada de forma isolada, em cada esfera de governo, e inclui todas as receitas diretas e indiretas. 18. (ESAF/AFC/STN/2008) Do ponto de vista fiscal, o déficit público é medido a partir do Resultado Primário. Isso posto, é correto afirmar: a) o Resultado Primário corresponde à diferença entre receitas não financeiras e despesas não financeiras. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 38 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha b) entende-se por receita não financeira: a receita orçamentária arrecadada, mais as operações de crédito, as receitas de privatização e as receitas provenientes de rendimentos de aplicações financeiras. c) entende-se por despesa não financeira: a despesa total, aí incluídas aquelas com amortização e encargos da dívida interna e externa (amortização mais juros). d) do ponto de vista fiscal, ou pelo critério “acima da linha”, ocorre déficit público quando o total das receitas não--financeiras é superior às despesas não financeiras. e) nos casos em que o total das receitas próprias de um ente público (sem considerar empréstimos) é inferior às despesas realizadas, temos um superávit primário. 19. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) O Banco Central do Brasil (BACEN) não se inclui entre os órgãos cujos balanços são considerados no cálculo da dívida líquida e do déficit público, por não se tratar de instituição do setor público não financeiro. 20. (ESAF/AFC/STN/2013) Necessidade de Financiamento do Setor Público (NFSP) representa a necessidade do governo em financiar-se. Assim, no que diz respeito à NFSP e ao déficit público, não se pode afirmar que: a) o déficit primário é apurado pela diferença entre as receitas não financeiras e os gastos não financeiros. b) a NFSP corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. c) um ponto importante a ser destacado em relação ao déficit público e seu financiamento é o comportamento da variável dívida ao longo do tempo. d) na NFSP no conceito operacional, são deduzidas as despesas com as correções monetária e cambial pagas sobre a dívida. e) na apuração do déficit público sob o conceito de competência, as despesas são consideradas como tendo ocorrido no momento ou período em que são de fato pagas. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 39 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 21. (ESAF/AFC/STN/2013) Em relação às Necessidades de Financiamento do Setor Público (NFSP), pode-se dizer que: a) é uma medida de estoque e corresponde ao déficit nominal, medido pelo critério “acima da linha”. b) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional elevam as NFSP no período em análise. c) excluem os gastos não financeiros e as receitas não financeiras. d) podem ser financiadas por emissão de títulos públicos. e) uma operação de empréstimos do Banco Central para o Tesouro Nacional, como forma de financiamento das NFSP, reduz a base monetária da economia. 22. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) O déficit público pode ser mensurado de modo semelhante ao que ocorre com o balanço de pagamentos. Neste, estabelece-se uma linha divisória acima da qual se localizam os fatores que motivam o déficit e, abaixo dessa linha, as fontes de financiamento desse déficit. Na mensuração do déficit público sob esse modelo, acima da linha localizam-se as transações correntes e o movimento de capitais e, abaixo dessa linha, a variação das reservas internacionais do país. Nesse contexto, a necessidade de financiamento do setor público relaciona-se ao déficit público abaixo da linha. 23. (ESAF/APOFP/SEFAZ-SP/2009) Com relação à Dívida Pública, Déficit Público e Necessidade de Financiamento do Setor Público, identifique a opção falsa. a) Uma medida muito utilizada para avaliar a capacidade de pagamento do setor público é a relação dívida / PIB. b) A diferença entre as receitas totais e os gastos totais é chamada de déficit primário, pelo conceito “acima da linha”. c) O déficit operacional é uma medida bastante requisitada em períodos de inflação elevada. d) Os vários conceitos de déficit público podem ser apurados por dois critérios: o de competência e o de caixa. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 40 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha e) No longo prazo, o crescimento da dívida pública ocupa o espaço que seria destinado à formação de capital (efeito crowding-out), por meio da redução de investimentos. 24. (CESPE/ECONOMISTA/DPU/2010) A mensuração do deficit com base na execução orçamentária - receitas e despesas - representa o conceito denominado acima da linha, que corresponde à medição do deficit pelo lado do financiamento, ou seja, pela forma como o deficit foi financiado. 25. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2010) Pela metodologia de apuração denominada acima da linha, o resultado nominal é obtido deduzindo-se do resultado primário os valores pagos e recebidos de juros nominais. 26. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) Ao passo que os saldos da dívida líquida do setor público são apurados por meio do critério de competência, o resultado fiscal do governo é obtido por intermédio do resultado primário e nominal. Os resultados podem ser apurados mediante os critérios acima da linha e abaixo da linha, em que o último considera o desempenho fiscal do governo pelo cálculo da variação do endividamento líquido. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 41 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha QUESTÕES ADICIONAIS 27. (FCC/TÉCNICO/PGE-RJ/2009) A intervenção do Estado na economia, concretizada basicamente por meio dos orçamentos públicos, pode ser classificada, quanto às suas atribuições econômicas, em três categorias, quais sejam: (A) de planificação, orçamentária e de controle. (B) alocativa, distributiva e estabilizadora. (C) alocativa, distributiva e de planificação. (D) distributiva, estabilizadora e de controle. (E) distributiva, estabilizadora e orçamentária. 28. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A política fiscal é dividida em dois segmentos: a política tributária, cujo objetivo é captar os recursos necessários ao atendimento das funções da administração pública, e a política orçamentária, que trata da aplicação desses recursos. 29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. PREVIDÊNCIA/2010) As políticas keynesianas defendem a presença do Estado na economia, por meio da implementação de políticas indutoras de investimentos e geradoras de renda e emprego, combinadas com políticas de conteúdo redistributivo. 30. (ESAF/AFC/CGU/2004) Quando o governo aumenta seus gastos, diz-se que a política monetária é expansionista e, caso contrário, é contracionista. 31. (ESAF/APO/MPOG/2008) A política monetária refere-se à atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos. 32. (ESAF/APO/MPOG/2008) A política monetária apresenta maior eficácia do que a política fiscal quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda. 33. (FCC/ANALISTA/ARCE-CE/2006) Ao regular o setor a que foi destinada, a agência reguladora tem por finalidade (A) limitar preços, dividir os clientes e fornecedores por região geográfica. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 42 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha (B) sanear (neutralizar), ou buscar sanear (neutralizar) as falhas regulatórias do setor em que atua, visando a consecução de maior eficiência. (C) controlar apenas os preços, fixando uma tabela para preços máximos, em atenção ao pleno atendimento dos interesses dos consumidores e do governo. (D) limitar as novas outorgas visando ao máximo aproveitamento do mercado pelos agentes que já nele atuam. (E) aplicar a política regulatória local em atenção ao plano de metas estabelecido pelo governo, priorizando os interesses privados e individuais. 34. (ESAF/AFC/STN/2008) A elevação dos depósitos compulsórios é considerada uma política monetária restritiva. 35. (CESPE/AGENTE/POLÍCIA FEDERAL/2009) A regulação do mercado, exercida pelas agências reguladoras e pelo Conselho Administrativo da Defesa Econômico (CADE), é necessária para, entre outras funções, coibir os abusos resultantes da atuação dos monopólios naturais, que se caracterizam pela maior eficiência alcançada nos casos de elevadas economias de escala ou de escopo em relação ao tamanho do mercado. 36. (CESPE/ANALISTA/SEGER-ES/2009) No Brasil, o esgotamento do modelo de Estado condutor do processo econômico e social, bem como a erosão da capacidade de prestação de serviços públicos, levou a um importante processo de privatização, no qual o Estado passou a assumir o papel de regulador da atividade econômica. 37. (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) As Agências Reguladoras, entidades dotadas de elevado grau de autonomia administrativa, bem como poderes de fiscalização, normatização e sancionatórios, podem revestir-se da forma de autarquia ou empresa pública, sujeitando-se, em ambos os casos, a regime especial. 38. (FCC/ANALISTA/ARCE-CE/2006) Dentre as características que denotam as atividades das agências reguladoras, enquanto autarquias de regime especial, inclui-se a (A) personalidade jurídica de direito privado. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 43 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha (B) instabilidade dos mandatos de seus dirigentes. (C) dependência financeira. (D) autonomia em relação à Administração Direta. (E) dependência patrimonial. 39. (ESAF/AFC/CGU/2004) A necessidade de atuação econômica do setor público prende-se à constatação de que o sistema de preços não consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou funções. Assim, é correto afirmar que a função distributiva do governo está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos eficientemente pelo sistema de mercado. 40. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) O sistema de mercado não tem a mesma eficiência na provisão de bens públicos, como na de bens privados, daí a necessidade de atuação do Estado na prestação de serviços de segurança pública, por exemplo. 41. (FCC/APOFP/SEFAZ-SP/2010) Para que o governo possa cumprir adequadamente sua função estabilizadora, necessariamente será de abrir mão das funções alocativa e distributiva, levando o país a perpetuar desigualdades regionais e setoriais. 42. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) As necessidades de financiamento do setor público correspondem ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. 43. (ESAF/ANALISTA/SEFAZ-CE/2006) O conceito de déficit nominal corresponde aos gastos totais deduzidas as receitas totais. 44. (ESAF/APO/MPOG/2010) O governo pode financiar seu déficit pela emissão de moeda e também por meio da venda de títulos da dívida pública ao setor privado. 45. (ESAF/APO/MPOG/2010) O desempenho fiscal pode ser mensurado pelo déficit primário, que é dado pela diferença entre receitas e despesas não financeiras. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 44 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha 46. (ESAF/APO/MPOG/2010) A Necessidade de Financiamento do Setor Público corresponde ao conceito de déficit nominal apurado pelo critério “acima da linha”. 47. (CESPE/ANALISTA/TJ-ES/2011) As necessidades de financiamento do setor público correspondem ao montante de recursos que o setor público não financeiro deve captar junto ao setor financeiro interno e(ou) externo, além de suas receitas fiscais, para custear os seus dispêndios. 48. (CESPE/ANALISTA/IJSN-ES/2010) A mensuração do deficit público a partir do financiamento do setor público é denominada acima da linha, enquanto a quantificação por intermédio de receitas e despesas é denominada abaixo da linha. 49. (CESPE/CONTADOR/DETRAN-ES/2010) Durante a etapa de cálculo da necessidade de financiamento do governo central, procura-se definir o resultado primário, cujas etapas de apuração incluem o chamado critério acima da linha, que considera o desempenho dos fluxos de receitas e despesas primárias ou não financeiras no período de referência. 50. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) A mensuração do deficit público como a diferença entre despesas e receitas, calculado pelo BACEN, corresponde às necessidades de financiamento do setor público (NFSP), no conceito abaixo da linha. www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 45 de 46 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ITENS 14-18) – AFRFB Aula 00 Prof. Graciano Rocha GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D C D C B E C B E A 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C C A D B E E A E E 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 D C B E E C B C C E 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 C E B C C C E D E C 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 E C C C C C C E C E www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 46 de 46