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UNIDADE DE TERAPIA SEMI-INTENSIVA
E INTENSIVA: Perfil do enfermeiro e
condições de trabalho
Gabriela Requião Vaz de Almeida*
Taisa da Silva Araújo**
RESUMO
Introdução: A Unidade de Terapia Intensiva requer do
enfermeiro conhecimentos que vão desde a administração e
efeito das drogas até o funcionamento e adequação de
aparelhos, atividades estas que integram as atividades
rotineiras de um enfermeiro desta unidade e deve ser por ele
dominado. Objetivos: Traçar o perfil do enfermeiro da
Unidade Semi-Intensiva e Intensiva e avaliar as condições de
trabalho destes profissionais. Metodologia: Estudo
descritivo, com abordagem quanti-qualitativa, realizado com
oito enfermeiros atuantes em Unidade de Terapia Intensiva e
Semi-Intensiva do Hospital Geral de um município do
nordeste da Bahia. A coleta de dados foi realizada com a
aplicação de um questionário semiestruturado. Para os
dados quantitativos, utilizou-se a estatística descritiva e os
dados qualitativos foram analisados mediante a técnica de
Análise de Conteúdo. A pesquisa obedeceu a Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde, vigente no momento
da pesquisa. Resultados e Discussão: Entre os
participantes do estudo, 62,5% são mulheres, com idade
inferior a 40 anos (62,5%), 87% possuem pós graduação,
latu sensu, na área da saúde e 50% possui pós graduação,
latu sensu, em UTI. 50% dos enfermeiros possuem mais de
uma década de graduação, 87,5% referem possuir mais de
um vínculo empregatício. 87,5% trabalham na UTI por
aptidão, mas 12,5% referem que estão lá por falta de opção.
Em relação às condições de trabalho, 62,5% dos enfermeiros
ficam responsáveis por mais de 15 leitos e 50% refere que o
trabalho na UTI é tenso devido à sobrecarga de trabalho.
Considerações finais: Além da competência técnicocientífica
dos
enfermeiros
faz-se
necessário
o
dimensionamento adequado da equipe de enfermagem, pois
a qualidade do cuidado não está garantida somente pela
qualificação de seus profissionais, mas também pela
quantificação destes para o desenvolvimento das atividades
legalmente previstas. Portanto, um quantitativo adequado de
profissionais que tenha como diretriz as demandas de
cuidados dos pacientes é premissa indispensável ao cuidado
de qualidade, uma vez que favorece um ambiente saudável,
devido à redução da sobrecarga de trabalho e,
consequentemente, oferece menor risco à clientela.
Palavras-chave: Unidade de Terapia Intensiva. Enfermagem.
Trabalho. Assistência.
*Enfermeira. E-mail:
[email protected].
**Psicóloga.
E-mail:
[email protected].
C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.9, n.1, p.225-234, jan./jun. 2016
225
Gabriela Requião Vaz de Almeida, Taisa da Silva Araújo
1 INTRODUÇÃO
técnicos em enfermagem, fisioterapeutas,
nutricionista, psicólogo, assistente social,
A Unidade de Terapia Intensiva
fonoaudiólogo
e
odontólogo,
com
(UTI) tem sua origem atribuída a Florence
cooperação entre si. São necessários
Nightingale, fundadora da enfermagem
serviços de apoio ao diagnóstico e
moderna. Em meados do século XIX,
tratamento como farmácia, laboratório,
durante a Guerra da Criméia, Florence foi
radiologia;
a responsável por organizar os hospitais
higienização, manutenção e engenharia
de campanha para prestar assistência aos
clínica
soldados feridos. Assim, surgiu a ideia da
2001).
e
de
(NISHIDE;
suporte
MALTA;
como
AQUINO,
classificação dos doentes de acordo com
A enfermagem é a maior provedora
o grau de dependência, dispondo os mais
de cuidados na UTI representando cerca
graves próximo à área de trabalho das
de 50% de todos os profissionais que
enfermeiras visando uma maior vigilância
atuam no ambiente hospitalar (SOUSA et
e um melhor atendimento (NISHIDE;
al., 2008). Como tal, a Enfermagem no
MALTA; AQUINO, 2001).
espaço
A UTI corresponde a um espaço
processo
saúde
cuidado
ao
atendimento
de
UTI
vem
exigindo
dos
profissionais dessa área reflexões sobre o
físico diferenciado dentro dos serviços de
destinado
da
de
cuidar,
objetivando
um
individualizado
e
pacientes em estado grave ou crítico e
metodologicamente sistematizado. Nessa
que exijam assistência médica e de
busca, os enfermeiros têm construído um
enfermagem ininterruptas. É considerada
campo teórico específico da Enfermagem,
como um local que presta uma assistência
cuja aplicabilidade depende do processo
qualificada e especializada, que dispõe de
de enfermagem (MOREIRA et al., 2013).
recursos tecnológicos avançados e com
Devido
às
capacidade para tornar mais eficiente o
gravidade
dos
cuidado prestado ao paciente crítico
tecnológico
(BRASIL, 1998; ROCHA et al., 2007).
técnico-científica
características
pacientes,
disponível
dos
e
de
arsenal
habilidade
profissionais,
é
No que se refere ao planejamento
comum a manutenção de uma relação
e organização, a UTI conta com uma
fria, distante, verticalizada para com a
equipe multiprofissional composta por
pessoa
médicos,
enfermeiros,
estudos sobre o cuidado de enfermagem
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C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.9, n.1, p.225-234, jan./jun. 2016
auxiliares
e
idosa
e a
família.
Diversos
Unidade de terapia semi-intensiva e intensiva: perfil do enfermeiro e condições de trabalho
em
UTI
chama
a
teste aconteceu na UTI delimitada como
necessidade de se prestar um cuidado
local do estudo, com amostra selecionada
que transcenda as tecnologias duras e
por conveniência.
permita-se
a
atenção
permear
pelos
para
aspectos
O
questionário
semi-estruturado
humanísticos e relacionais (MARTINS;
contou com duas partes. A primeira
NASCIMENTO, 2005; FURUYA et al.,
correspondeu
2011).
informantes
Diante
como
sexo,
tempo
dos
de
formação, pós-graduação e tempo de
ao
serviço na instituição. A segunda parte do
enfermeiro de UTI, objetivamos traçar o
questionário contou com perguntas no
perfil do enfermeiro da Unidade Semi-
intuito de avaliar as condições de trabalho
Intensiva
dos enfermeiros na UTI.
de
e
complexidade
caracterização
e
demanda
da
à
trabalho
Intensiva
condições
de
imposta
e
avaliar
trabalho
as
destes
profissionais.
Após a coleta, as informações
foram
minuciosamente
analisadas
utilizando-se para os dados quantitativos
2 METODOLOGIA
a estatística descritiva, com a elaboração
de gráficos e tabelas, e para os dados
Para
objetivos
viabilizar
o
propostos
considerou-se
alcance
pelo
dos
estudo,
pertinente
qualitativos a técnica de Análise de
Conteúdo.
Os procedimentos de coleta de
o
desenvolvimento de um estudo descritivo,
informações
com
A
aprovação pela Comissão de Ética da
pesquisa foi realizada na UTI do Hospital
Faculdade de Tecnologia e Ciências -
Regional de um município do Nordeste
FTC,
Baiano e teve sua amostra composta por
respeitando os preceitos éticos contidos
oito enfermeiros atuantes na referida
na
unidade, selecionados aleatoriamente.
Nacional
abordagem
quanti-qualitativa.
Como técnica para coleta de dados
realizou-se
a
aplicação
questionário
semiestruturado,
de
que
foram
sob
Parecer
Resolução
de
instituídos
196/96
Nº
do
após
69/2009,
Conselho
Saúde (BRASIL, 1996),
vigente no momento da pesquisa.
um
foi
submetido a um teste piloto para ajustes
em sua estrutura e composição. Este
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os profissionais de enfermagem
entrevistados
foram
em
sua
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maioria
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Gabriela Requião Vaz de Almeida, Taisa da Silva Araújo
mulheres
o
que
representa
62,5%,
Observou-se ainda que 87% dos
conforme pode ser observado no gráfico
entrevistados
1. Este achado corrobora com o perfil de
muito
enfermeiros em geral do Brasil, onde há
especialização na área de UTI (Gráfico 2).
um predomínio do sexo feminino. É
A especialização em qualquer que seja a
importante
os
área de atuação é necessária para o
primórdios observamos a enfermagem
crescimento profissional individual, bem
como
como
ressaltar
uma
que
profissão
desde
inteiramente
feminina, no entanto, já é observado hoje
embora
para
especialização,
50%
assegurar
apresentem
uma
melhor
qualidade da assistência prestada.
um aumento significativo de homens a
procurar dessa profissão.
possuem
Os enfermeiros de UTI devem à
fundamentação teórica (imprescindível) a
capacidade de liderança, o trabalho, o
Gráfico 1 - Identificação dos enfermeiros em
relação ao sexo.
discernimento, a iniciativa, a habilidade de
ensino, a maturidade e a estabilidade
emocional (HUDAK; GALLO, 2007). Por
isso
a
constante
atualização
destes
profissionais faz-se necessária, tendo em
vista que estes desenvolvem com a
equipe
médica
e
de
enfermagem
habilidades para que possam atuar em
situações inesperadas de forma objetivas
Fonte: Dados da Pesquisa
e sincrônicas.
Quanto à faixa etária, a população
estudada foi considerada jovem, (62,5%
com menos de 40 anos), que é o perfil de
enfermeiros esperado para este setor,
pois, mesmo durante a graduação, são
motivados à prestação de assistência a
pacientes
críticos,
além
de
serem
pacientes que requerem maior tempo de
cuidado.
228
Paiva e Oliveira (2007) afirmam
que o trabalho em UTI é complexo e
intenso,
devendo
o enfermeiro
estar
preparado para, a qualquer momento,
atender os pacientes com alterações
importantes,
conhecimentos
que
específicos
requerem
e
grande
habilidade para tomar decisões rápidas
em tempo hábil. A esse respeito Gomes
(1988) apud Paiva e Oliveira, op cit.
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Unidade de terapia semi-intensiva e intensiva: perfil do enfermeiro e condições de trabalho
afirma que o enfermeiro que atua na UTI
No levantamento realizado é observado
necessita
que
de
conhecimento
cientifico,
87,5%
dos
profissionais
de
prática e técnica, a fim de que possa
enfermagem que atuam na UTI possuem
tomar decisões rápidas e concretas,
mais de um vínculo empregatício. Um
transmitindo segurança a toda equipe e
índice elevado considerando-se que os
diminuindo os riscos que ameaçam a vida
mesmos trabalham em sistema de plantão
do paciente.
de 12horas na referida unidade.
Gráfico 2. Nível de titulação dos enfermeiros que
atuam nas unidades de terapia intensiva e semiintensiva.
Cabe ressaltar que a Associação
Brasileira
de
Enfermeiros
Conselho
Regional
de
(Aben),
o
Enfermagem
(Coren) e a Federação Nacional dos
Enfermeiros (FNE) vêm discutindo na
perspectiva de reduzir a carga horária de
enfermeiros, auxiliares e técnicos de
enfermagem para 30 horas semanais, nas
entidades da rede pública e filantrópica,
uma vez que, atualmente a carga horária
de trabalho da categoria é de 40 horas.
Segundo Inoue e Matsuda (2009),
Fonte: Dados da Pesquisa
a UTI implica em elevada carga de
trabalho devido à alocação de pacientes
Os resultados deste estudo ainda
apontam que 50% dos entrevistados se
graduaram em Enfermagem há mais de
uma década, e que apenas 12,5% têm
menos de um ano de graduado e já atuam
em uma UTI.
Bakes et al. (2006) afirmam que
muitos enfermeiros tem necessidade de
possuir outros vínculos empregatícios
devido aos cortes de verbas públicas,
enfrentando dificuldades para manter-se.
sujeitos
às
constantes
alterações
hemodinâmicas e iminente risco de morte,
os quais exigem cuidados complexos,
atenção ininterrupta e tomada de decisão
imediata.
Nesse
sentido,
o
número
adequado de profissionais da equipe é
premissa indispensável para o cuidado de
qualidade que se faz parte da estrutura do
serviço que contribui para obtenção ou
manutenção de condições favoráveis no
ambiente de trabalho.
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Gabriela Requião Vaz de Almeida, Taisa da Silva Araújo
No que concerne à atuação dos
adequados
e
capacidade
de
tomar
enfermeiros, participantes deste estudo,
decisões imediatas. Portanto, o percentual
na UTI 87,5% referiram aptidão para atuar
reduzido de enfermeiros em relação ao
nesta área e 12,5% pontuaram que estão
total de clientes, gera sobrecarga de
lá por falta de opção. Este dado requer
trabalho a esses profissionais, ou mesmo,
atenção por parte dos gestores, tendo em
disfunção na atuação dos profissionais de
vista que o profissional que não possui
enfermagem de nível médio (técnicos e
afinidade com a área em que atua pode
auxiliares
promover
potenciais
um
cuidado
meramente
de
enfermagem),
prejuízos
à
qualidade
com
da
tecnicista, deixando de lado a assistência
assistência ao paciente crítico internado
humanizada e cuidado integral.
UTI (BRASIL, 1986).
deste
O Cofen preconiza no Art.3° da Lei
estudo, que 37,5% dos profissionais
n° 293/2004 que o referencial mínimo
entrevistados são responsáveis por até
para
cinco leitos na UTI e a maioria (62,5%)
enfermagem, incluindo os elementos que
fica responsável por até 15 leitos por
compõe a equipe, referido no Art.2° da Lei
turno, conforme gráfico 3. Isso caracteriza
n° 7.498/86, para as 24 horas de cada
sobrecarga de trabalho, cujos reflexos
unidade de internação, considera o SPC,
serão diretos na assistência prestada. A
as horas de assistência de enfermagem,
Portaria do Ministério da Saúde 3432/
os turnos e a proporção funcionário/leito.
1998, de 12 de agosto de 1988, refere
Art 4° vem com o calculo demonstrativo,
que
ser
devendo ser considerada como horas de
responsável por cinco leitos por turno de
enfermagem, por leito, nas 24 horas
trabalho (BRASIL, 1998).
(COFEN, 2004):
Evidenciamos,
cada
através
enfermeiro
deve
De acordo com a Lei 7.498/86 que
regulamenta o Exercício da Enfermagem,
cabe privativamente ao enfermeiro, a
realização
dos
cuidados
diretos
de
enfermagem a pacientes graves com risco
de vida, bem como os cuidados de
enfermagem
técnica
230
que
de
maior
exijam
complexidade
o
quadro
de
profissionais
de
-3,8 horas de enfermagem, por
cliente, na assistência mínima ou
autocuidado;
-5,6 horas de enfermagem, por
cliente,
na
assistência
intermediaria;
-9,4 horas de enfermagem, por
cliente, na assistência semiintensiva;
-17,9 horas de enfermagem, por
cliente, na assistência intensiva;
conhecimentos
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Unidade de terapia semi-intensiva e intensiva: perfil do enfermeiro e condições de trabalho
Gráfico 3. Número de clientes atendidos por cada
enfermeiro
uma UTI, foi avaliado também o estado
emocional desses profissionais. 50 % se
qualificam como tensos em relação ao dia
de trabalho, justificando na sua maioria a
falta de uma equipe qualificada o que
pode colocar em risco a vida do cliente e
consequentemente
a
atuação
do
enfermeiro tendo em vista que a equipe
de enfermagem se destaca por estar
muito
presente,
dimensão
e
cuidar/cuidado
Fonte: Dados da Pesquisa
devido
a
grande
complexidade
exigidos
do
(ALCANTARA;
SHIRATORI; PRADO, 2008).
Acredita-se que o cuidado é o elo
Inoue e Matsuda (2009) avaliaram
o
fundamental que aproxima o enfermeiro
descontentamento dos trabalhadores da
dos pacientes críticos internados em uma
equipe de enfermagem da UTI de um
UTI, e que ele favorece ações que se
Hospital ensino do Paraná. No referido
iniciam através das concepções biológicas
trabalho a carga horária, as atribuições
do
conferidas a cada categoria profissional, a
Dependendo
da
necessidade frequente de horas extras
possibilita
além,
para cobertura da escala, assim como a
interações, estabelecendo relação entre
fragilidade
interpessoais
cliente, equipe e família, a fim de garantir
foram alguns dos motivos observados que
o respeito às individualidades, as suas
interferem potencialmente na qualidade
formas de pensar e viver, pois o cuidado
de vida, no trabalho da equipe e na
busca promover, manter e ou recuperar a
qualidade da assistência de enfermagem.
dignidade
O
englobando a saúde de forma integral no
a
presença
que
das
ratifica
de
desgaste
relações
as
e
observações
já
a
ir
e
saúde
e
doença.
concepção,
para
totalidade
esta
favorecer
humana,
contexto psicobiologico, espiritual, social e
mencionadas anteriormente.
Considerando
processo
rotina,
a
sobrecarga de trabalho e a complexidade
político
(ALCANTARA;
SHIRATORI;
PRADO, 2008).
que envolve a atuação do enfermeiro em
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Gabriela Requião Vaz de Almeida, Taisa da Silva Araújo
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
de
mortalidade,
utilização
de
equipamentos e artefatos terapêuticos
Os enfermeiros que atuam na UTI
complexos e atenção intensa e contínua.
além de possuírem habilidades técnico-
Em vista disso, as Unidades devem ser
científicas
intensivo,
providas de adequada estrutura física,
precisam dispor de condições de trabalho
recursos humanos altamente qualificados,
adequadas de modo a assegurar à
bem como recursos materiais para a
segurança do paciente, à qualidade de
implantação
vida no trabalho e à qualidade da
qualidade.
para
o
cuidado
assistência prestada.
Em
de
vista
uma
disso,
assistência
o
de
quantitativo
Evidenciou-se, neste estudo, que
adequado da equipe de enfermagem nas
existe uma falta de dimensionamento de
diversas unidades de assistência à saúde,
enfermeiros
UTI,
mas, particularmente, na UTI representa
sobrecarregando estes profissionais, não
um forte aliado no atendimento das
permitindo que haja uma assistência
demandas de saúde.
que
qualificada
atuam
àqueles
da
que
estão
necessitando de um olhar, um tocar, um
ouvir para a recuperação da saúde.
Ressalta-se, pois, que os pacientes
atendidos
nas
características
UTI
comuns
possuem
como
altos
escores de gravidade, elevadas chances
ARE UNIT SEMI - INTENSIVE AND INTENSIVE: nursing profile and working conditions
ABSTRACT
Introduction: Intensive Care Unit nurses requires knowledge ranging from
administration and effect of the drugs to the operation and adequacy of
equipment, these activities that are part of the routine activities of a nurse
in this unit and must be dominated by it. Objectives: To describe the
profile of nursing Semi-Intensive Care Unit and Intensive and evaluate the
working conditions of these professionals. Methodology: Descriptive
study, with quantitative and qualitative approach, conducted with eight
nurses working in intensive care unit and Semi-Intensive General Hospital
from a municipality in northeastern Bahia. Data collection was performed
by applying a semi-structured questionnaire. For quantitative data,
descriptive statistics was used and the qualitative data were analyzed by
content analysis technique. The study followed the Resolution 196/96 of
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Unidade de terapia semi-intensiva e intensiva: perfil do enfermeiro e condições de trabalho
the National Health Council, in force at the time of the survey. Results
and Discussion: Among the study participants, 62.5% are women, under
the age of 40 years (62.5%), 87% have graduate, broad sense, in health
care and 50% have post graduation, latu sensu in ICU. 50% of nurses
have over a decade of graduation, 87.5% reported having more than one
job. 87.5% work in the ICU for fitness, but 12.5% report that they are there
for lack of choice. In relation to working conditions, 62.5% of nurses are
responsible for more than 15 beds and 50% report that work in the ICU is
tense due to work overload. Final thoughts: In addition to the technical
and scientific competence of nurses it is necessary to proper sizing of the
nursing staff because the quality of care is not guaranteed only by the
qualification of its professionals but also for the quantification of these for
the development of legally planned activities. Therefore, an adequate
number of professionals who have as a guideline the patient care
demands is indispensable premise to quality care as it promotes a healthy
environment due to reduced workload and therefore offers less risk to
customers.
Keywords:
Intensive Care Unit. Nursing. Work. Assistance.
Artigo recebido em 05/01/2016 e aceito para publicação em 25/02/2016
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C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.9, n.1, p.225-234, jan./jun. 2016
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