Resumo de História para os 7ºs anos Professora Mônica Nunes Sampaio A Reforma Religiosa Conceito: Podemos definir a Reforma Religiosa como o movimento que rompeu a unidade religiosa da Europa ocidental, dando origem a novas igrejas cristãs. Com ela, a Igreja Católica perdeu o monopólio religioso que mantivera durante a Idade Média. Principais fatores do Movimento reformista: insatisfação dos reis e dos nobres, descontentamento da burguesia, questões teológicas, corrupção moral do corpo eclesiástico da Igreja católica. 1- Reforma na Alemanha: Luteranismo - A Reforma protestante iniciou-se na Alemanha; - Na 1ª metade do século XVI o frade agostiniano Martin Lutero (1483-1546) publicou 95 teses, afirmando a fé como único fundamento para a salvação. Além de criticar doutrinas e liturgias católicas como os jejuns e as indulgências (Absolvição papal a pecados cometidos); - Lutero condenava a idolatria, o culto as imagens, como os católicos faziam com Virgem Maria; - Lutero traduziu a Bíblia latina para o alemão; - Foi excomungado e considerado herege. Diante da perseguição da Igreja Católica, Lutero é protegido pelos nobres alemães, que tinham interesse em confiscar as terras da Igreja Católica; - Por outro lado, Lutero apoiou o massacre aos camponeses anabatistas liderados por Thomas Munzer; - O luteranismo condenava o dinheiro e o capitalismo, já que se sustentava na nobreza alemã, ainda caracterizada fortemente pelos traços feudais; 2- Reforma na Suíça: A Expansão do Calvinismo: - Na Suíça, o protestantismo se amplia com a teologia do francês João Calvino (1509-1564), defensor da predestinação absoluta como fundamento para a salvação; - Calvino afirmava que Deus daria ao homem um sinal de sua salvação, através da prosperidade, ou seja, todos os homens que fossem prósperos, ricos, devido ao seu esforço, contínuo, pelo trabalho estariam salvos. Então, a nobreza não entra nesse grupo porque sua propriedade não se deu pelo trabalho; - Calvino era burguês, daí ele defender tal fundamento religioso, que enobrecia o trabalho da burguesia e o enriquecimento pessoal através do trabalho; - Em 1536 Calvino publica a obra Instituição da religião cristã, suplicando proteção aos protestantes perseguidos na França; - Pregava um culto simples e tinha regras sociais e morais rígidas; - A partir da Suíça, os pregadores calvinistas conseguiram difundir sua doutrina em várias partes da Europa. Na Inglaterra os calvinistas ficaram conhecidos como puritanos. Foram perseguidos e imigraram em grande número para a América. Na Escócia, ficaram conhecidos como presbiterianos, e na França como huguenotes. - A burguesia encontrou no calvinismo a doutrina adequada à seus interesses e ao seu modo de vida. Incompatibilizada com o princípio católico do justo preço e da proibição da usura, a burguesia abraçou a nova doutrina. 3- Reforma na Inglaterra: Anglicanismo - De todos os movimentos reformistas, a Reforma Anglicana foi a que mais claramente revelou motivos políticos. Ela teve origem no conflito entre o rei Henrique VIII (1509-1547) da Inglaterra e o papa Clemente VII, que não concordou em conceder ao rei o divórcio de sua primeira esposa, Catarina de Aragão. - Esse conflito, aparentemente simples, escondia divergências mais profundas. Vimos que a centralização política opunha os monarcas nacionais à Igreja. Além disso, Henrique VIII pretendia confiscar as terras da Igreja em solo inglês. A questão do divórcio serviu como pretexto para o rompimento definitivo. Por meio do Ato de Supremacia, Henrique VIII tornou-se o chefe da Igreja inglesa. Os membros do clero inglês tiveram que jurar fidelidade ao rei e romper com o papa. Os que se recusaram, foram destituídos e perseguidos. As terras confiscadas da Igreja foram vendidas à nobreza inglesa, que, desta forma, se tornou fiel partidária da Igreja Anglicana. - Como se pode perceber, esta reforma não se deu por motivos doutrinários e sim claramente políticos. Por isso, inicialmente, a religião anglicana pouco diferia da católica. Diferenciava-se apenas pelo uso do inglês em lugar do latim e pela obediência ao rei e não ao papa. Mais tarde, sofreu algumas mudanças introduzidas pela rainha Elisabeth I, filha de Henrique VIII com Ana Bolena. - Na Inglaterra o Rei Henrique VIII (1509-1547) através do ato de supremacia cria a Igreja Anglicana (Inglesa), sendo assim, o líder inglês da Reforma Protestante; - Elizabeth I, filha de Henrique VIII, estruturou a religião e completou a reforma iniciada pelo pai, mesclando fundamentos calvinistas e mantendo preceitos tipicamente católicos. Contra Reforma Conceito: Foi a reação da Igreja Católica as novas religiões cristãs, as religiões protestantes. Ou Podemos definir a Contra-Reforma como o conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica para deter o avanço das igrejas reformadas. - O monopólio da Igreja foi quebrado, já que ela perdeu fiéis para o Calvinismo, luteranismo e anglicanismo; - Diante da perda de fiéis, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento que proíbiu a venda de indulgências e passou a exigir a formação (seminários) para os sacerdotes. Além disso, o Concílio aumentou as práticas de combate aos hereges através do Santo Ofício da Inquisição, e criou o Index (lista de livros probidos). - O Concílio fez mudanças apenas superficiais com o intuito de impedir o crescimento do Protestantismo; - Porém em alguns lugares o protestantismo não conseguiu penetrar, como na Itália, na França, em Portugal e na Espanha. Nesses lugares o protestantismo não teve influência direta; - Nesta época, a ordem religiosa fundada por Inácio de Loiola, Companhia de Jesus, foi reconhecida pela Igreja. Esta ordem teria importante papel da difusão do catolicismo na América. Os jesuítas, submetidos a uma rigorosa disciplina, se dedicavam à educação e à catequese. A Companhia de Jesus era formada por jesuítas e foi criada para disseminar o cristianismo pelas colônias e principalmente combater infiéis e protestantes. - Os jesuítas catequizaram os não cristãos, como os índios no Brasil. - Jesuítas de destaque no Brasil: padre José de Anchieta e padre Antonio Vieira. A Contra-Reforma conseguiu afastar a ameaça reformista do sul da Europa. Até hoje, Itália, Espanha e Portugal são países essencialmente católicos. Mas, muitos estudiosos atribuem o relativo atraso cultural e científico dos países católicos à atuação repressiva da Igreja.