Protocolos de atendimento ambulatório de cardiologia 2013 da

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Volume 59 - Suplemento 1
2014
ISSN 0101-6067
ISSN 1809-3019 - on-line
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Apoio: Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho
Provedor
Kalil Rocha Abdalla
Diretor Clínico
Raimundo Raffaelli Filho
Diretor Superintendente
Antonio Carlos Forte
Diretor – Faculdade de Ciências Médicas
Valdir Golin
Presidente da FAVC
José Cândido de Freitas Júnior
Editor Chefe
Osmar Monte – Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo – São
Paulo Brasil
Editores Associados
Pedro Paulo Chieffi - Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo – São
Paulo - Brasil
Carlos Sérgio Chiattone - Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
– São Paulo - Brasil
Ligia A. da Silva Telles Mathias - Faculdade
de Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo – São Paulo - Brasil
Hudson de Souza Buck - Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo - Brasil
Distribuição: Faculdades, Uni­ver­si­dades,
Bibliotecas de Medi­cina e Ciências da Saúde,
Depar­tamentos e Centros de Estudos dos
Hospitais e Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo
Acesso on line:
http://www.fcmscsp.edu.br
Peridiocidade: Quadrimestral
Tiragem: 1.500 cópias
Impressão: Neoband Soluções Gráficas Ltda.
Tel.: (11) 2199-1200
Endereço para correspondência:
Revista Arquivos Médicos
Coordenação Editorial/Técnica
Biblioteca - FCMSCSP
Rua Dr. Cesário Mota Jr, 61, 2º andar – São
Paulo – SP
A/C.: Sonia Regina Fernandes Arevalo /
Sabia Hussein Mustafa
Fones (11) 3367.7735 – 3367.7815
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edu.br
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(Sistema de Información em Línea para
Revistas Científicas de América Latina, el
Caribe, España y Portugal). Disponível no
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Conselho Editorial
Adauto José G. de Araújo (Fundação Oswaldo Cruz
- Rio de Janeiro – Brasil)
Adhemar Monteiro Pacheco Jr. (Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São
Paulo - Brasil)
Alessandra Linardi (Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
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Paulo – São Paulo - Brasil)
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– São Paulo - Brasil)
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Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
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Paulo - Brasil)
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Jair Guilherme dos Santos Junior (Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São
Paulo - Brasil)
José da Silva Guedes (Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
José Egídio Paulo de Oliveira (Universidade Federal
do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro - Brasil)
José Humberto T. G. Fregnani (Hospital do Câncer
de Barretos - Barretos - Brasil)
José Mendes Aldrighi (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Kátia de Almeida (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Leonardo da Silva (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Luis Guillermo Bahamondes (Universidade Estadual
de Campinas – Campinas - Brasil)
Luisa Lina Villa (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Luiz Antonio Miorim (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Luiz Arnaldo Szutan (Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Luiz Fernando Ferreira (Fundação Oswaldo Cruz –
Rio de Janeiro – Brasil)
Lycia Mara Jenné Mimica (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Marcia Cristina da Silva Magro (Universidade de
Brasília – Brasília – Brasil)
Marcia Regina Car (Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Margaret de Castro (Universidade de São Paulo –
Ribeirão Preto – Brasil)
Maria do Carmo Q. Avelar (Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo
- Brasil)
Mariana da Silva Araujo (Universidade Federal de
São Paulo – São Paulo - SP)
Mariangela Gentil Savoia (Universidade de São
Paulo – São Paulo - Brasil)
Marsal Sanches (University of Texas – Houston – USA)
Mauricio Della Paolera (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo – Brasil)
Mauro José Costa Salles (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Osmar Avanzi (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo – Brasil)
Paulo Roberto Corsi (Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo – Brasil)
Quirino Cordeiro Junior (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Raul Sérgio Martins Coimbra (University of California San Diego, San Diego, USA)
Regina Aparecida Rosseto Guzzo (Irmandade
da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – São
Paulo – Brasil)
Robert Meves (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo – Brasil)
Roberto Alexandre Franken (Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo
- Brasil)
Roberto Stirbulov (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Rubens José Gagliardi (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Ruy Lyra da Silva Filho (Universidade Federal de
Pernambuco – Recife - Brasil)
Sandra Regina S. Sprovieri (Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo
- Brasil)
Saulo Cavalcanti da Silva (Irmandade da Santa Casa
de Misericórdia de Belo Horizonte – Belo Horizonte
– Brasil)
Sheldon Rodrigo Botogoski (Irmandade da Santa
Casa de Misericórdia de Curitiba – Curitiba – Brasil)
Tânia Araújo Viel (Universidade de São Paulo – São
Paulo - Brasil)
Thomaz Augusto A. da Rocha e Silva (Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São
Paulo - Brasil)
Tsutomu Aoki (Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Valdir Golin (Faculdade de Ciências Médicas da Santa
Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Vera Lucia dos Santos Alves (Irmandade da Santa
Casa de Misericórdia de São Paulo – São Paulo – Brasil)
Viviane Herrmann (Universidade Estadual de Campinas – Campinas - Brasil)
Wagner Ricardo Montor (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Wilma Carvalho Neves Forte (Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – São
Paulo - Brasil)
Wilson Luiz Sanvito (Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo – São Paulo - Brasil)
Colaboração
Coordenação Editorial/Técnica - Biblio­tecárias
Sonia Regina Fernandes Arevalo
Sabia Hussein Mustafa
PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO
AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIA 2013 DA
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
SÃO PAULO
PROTOCOLOS DE ATENDIMENTO
AMBULATÓRIO DE CARDIOLOGIA 2013 DA IRMANDADE DA SANTA CASA
DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO
REALIZAÇÃO
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO.
DEPARTAMENTO DE MEDICINA. SERVIÇO DE CARDIOLOGIA
AUTORES DO PROJETO
Alberto Carnieto Jr, Ana Cristina de S. Murta, Argemiro Scatollini Jr, Barbara Oliveira da Eira, Bruno K. V.
Bueno, Carlos M.H. Campos, José Mariani Jr, Luana Costa Scatamburlo, Marcos Felipe D. S. Dias, Renato Jorge
Alves, Ricardo Zauithy Silva, Roberto Alexandre Franken, Ronaldo Fernandes Rosa, Ronaldo Rabelo, Sergio
Tellermann, Talel Kadri, Uelra Rita Lourenço, Yona Afonso Francisco
Este protocolo deverá ser citado como: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento
de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014;
59 (supl. 1): 1-56.
Endereço para correspondência:
Roberto Alexandre Franken
Departamento de Medicina – Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Rua Dr. Cesário Mota Jr, 112 – Vila Buarque
01221-020 – São Paulo – SP – Brasil
ISSN 0101-6067
ISSN 1809-3019 (on-line)
Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo
2014; 59 (supl. 1): 1-56.
ÍNDICE
7
APRESENTAÇÃO
8
1 - CRITÉRIOS DE LIBERAÇÃO PARA ATIVIDADES ESPORTIVAS
12
2 - HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
15
3 - AVALIAÇÃO PERIOPERATÓRIA
19
4 - PACIENTE PORTADOR DE MARCAPASSO CARDÍACO
21
5 - ANGINA ESTÁVEL
30
6 - PALPITAÇÕES
33
7 - SÍNCOPE
36
8 - SEGUIMENTO AMBULATORIAL APÓS INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA
39
9 - DISLIPIDEMIAS
41
10 - FIBRILAÇÃO ATRIAL
47
11 - INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
54
12 - ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E
REVASCULARIZAÇÃO
56
Normas
ARQUIVOS MÉDICOS
dos Hospitais e da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo
APRESENTAÇÃO
A medicina vem apresentando nas últimas 3 décadas avanços que superam todo o conhecimento
que havia se acumulado em 3 séculos. Hoje o conhecimento médico se duplica em menos de 5 anos!
Deixamos a fase de ausculta, ECG e RX de tórax e nos embrenhamos no conhecimento genético /
molecular das doenças.
É importante que o médico esteja sempre atento aos avanços na medicina para trazer o melhor para
o atendimento de seu paciente. Todavia, como o volume de informações é muito grande, as diretrizes
e “guidelines” têm realizado o papel de concentrar as informações de modo objetivo, facilitando a
leitura e incorporação das informações para a prática clínica.
Recentemente tem se observado que, mesmo com o as diretrizes, o conhecimento médico tem volume de informações exponencial. Somente nos últimos 3 anos a Sociedade Brasileira de Cardiologia
publicou quase 20 diretrizes sobre diversos temas em cardiologia, demonstrando que a atualização do
médico consome muito tempo em leitura. Além disso, a leitura poderia ser acrescentada de diretrizes
americanas e europeia, que torna a atualização sempre trabalhosa.
Com o objetivo de focar essas informações na prática clínica, procuramos selecionar os principais
temas em cardiologia e reunir as informações de modo claro e de leitura rápida, mantendo em uma
única revista material que pode auxiliar na abordagem mais atual para nosso paciente.
Este trabalho é a referência para o atendimento ambulatorial dos pacientes cardiopatas na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e esperamos que seja útil em outras unidades de saúde.
Agradecemos aos Laboratórios Baldacci pelo apoio para a publicação deste suplemento.
Coordenadores
Roberto Alexandre Franken
Ronaldo Fernandes Rosa
7
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
1 - CRITÉRIOS DE LIBERAÇÃO PARA ATIVIDADES
ESPORTIVAS
Atividades Desportivas
• Atividade Desportiva Profissional (ADP) – 6/8
h dia, competitivo, VO2 > 50 mL/kg/min, busca
por ultrapassar limites, envolvimento financeiro/
mercadológico/patrocínio.
• Atividade Desportiva Recreativa (ADR) – não
pode existir envolvimento financeiro /mercadológico /patrocínio.
Idade acima de 35 anos:
ADR: anamnese, antecedente pessoal e familiar. Exame
físico. TE. Se sem alterações, liberar; se não avaliar
conforme queixa/alteração.
ADP: anamnese, antecedente pessoal e familiar. Exame
físico. TE e Ecocardiograma. Se normal, libera; se não
avaliar conforme queixa/alteração.
Análise por doenças específicas:
Cardiomiopatia hipertrófica septal assimétrica
ADR:
Assintomáticos: esforço em moderada intensidade.
• Apenas esportes não-competitivos e aeróbicos
(hidroginástica, natação, alongamento, ciclismo
moderado, trabalhos com peso em carga muito
baixa)
• VO2 máx até 35 mL/kg/min (controverso)
• Restrição a modalidades tipo (remo, futebol, artes
marciais, levantamento de pesos)
• Contra-indicado esportes em geral quando gradiente VE/Ao > 30mmHg em repouso e/ou septo
com espessura > 18 mm.
• Ausência de arritmias esforço induzida.
• Reavaliação semestral.
Sintomáticos: não liberado.
ADP: Não liberado em qualquer circunstância.
Classificação do treino
QUANTO AO ESFORÇO:
• Elevada Intensidade: de 85 a 100% da FC máx.
• Moderada Intensidade: até 85% da FC máx.
• Baixa Intensidade: até 70% da FC máx.
• Muito Baixa Intensidade: até 60% da FC máx.
QUANTO A FREQUÊNCIA:
• Intensa (> 4 x semana – 2h cada sessão)
• Moderada (até 3 x semana -2h)
• Leve (menos de 3 x semana – 1h)
COMPETITIVO OU NÃO
• Habitualmente, pacientes com cardiopatia não
estão liberados para esportes competitivos.
Crianças até 12 anos
Crianças até 12 anos, atividade recreativa ou profissional:
Anamnese, antecedente patológico, antecedente Familiar e Exame físico.
Avaliar conforme a queixa/alteração. Liberar se não
houver anormalidades.
CIA
ADR
• Sem repercussão – liberar.
• Com repercussão – tratar. Depois liberar. Acompanhamento 6 / 6 m.
ADP
• Atleta com até 5 mm e função normal do ventrículo direito e sem hipertensão pulmonar pode
participar.
• Quando CIA corrigida, liberar após 3 / 6 m da
cirurgia, desde que sem HAP ou sem disfunção
de câmaras direitas.
Reavaliação a cada 4 meses. Eco, TE e RX tórax.
Idade de 12 a 18 anos:
ADR: anamnese, antecedente pessoal e familiar. Exame
físico. Se sem alterações, liberar; senão avaliar conforme queixa/alteração.
ADP: anamnese, antecedente pessoal e familiar. Exame
físico. Ecocardiograma e ECG. Se normal, liberar; se
não avaliar conforme a queixa/alteração.
Idade 18 a 35 anos:
ADR: anamnese, antecedente pessoal e familiar.
Exame físico. Se normal, liberar; se não avaliar
conforme queixa/alteração. (Lembrar que o atleta
recreativo pode ter treinamento semelhante ao atleta
profissional.)
ADP: anamnese, antecedente pessoal e familiar. Exame físico. Ecocardiograma e Teste de Esforço (TE). Se
normal, liberar; se não avaliar conforme a queixa/
alteração.
CIV
ADR
• Sem repercussão: liberar.
• Com repercussão: tratar. Depois liberar. Acompanhamento 6/6 m.
ADP
• Até 4 mm, sem hipertensão pulmonar e sem comprometimento de câmaras direitas liberar.
8
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
• O intervalo de liberação após o reparo cirúrgico é
o mesmo da CIA.
Acompanhamento a cada 4 meses. ECO, TE e RX torax.
ADP:
· Atletas com regurgitação mitral leve e ritmo sinusal podem participar. Reavaliações periódicas.
Estenose Pulmonar
ADR
· Liberado: esforço moderado
· Se gradiente de pico < 40 mm Hg e função de
ventrículo direito normal. Necessário reavaliação
6 / 6 m.
· Após a valvuloplastia com balão recomenda-se
retornar ao esporte após 2 meses do procedimento.
· Se apresentar sintomas ou disfunção leve/moderada de VD, iniciar com programa específico,
suporte de O2 e reabilitação com supervisão
médica.
ADP
Liberado:
· Se gradiente de pico < 40 mm Hg e função de
ventrículo direito normal. Necessário reavaliação
4 / 4 m.
· Após a valvuloplastia com balão o paciente pode
retornar ao esporte após 2 meses se o aumento
da pressão sistólica residual for leve, função VD
normal e sem sintomas. Restrições a modalidades
como futebol, artes marciais, remo e levantamento
de pesos.
Regurgitação Aórtica
ADR:
• Liberados: atletas com refluxo leve ou moderado,
mas com diâmetro diastólico final do VE normal
ou apenas levemente aumentado podem participar. Reavaliação periódica.
ADP:
• Regurgitação leve e sem anormalidades anatômicas de VE. Reavaliação periódica.
Regurgitação Tricúspide
ADR:
• Liberados: regurgitação leve/moderada. Função
de VD normal e na ausência de pressão em átrio
direito maior que 20 mmHg podem participar.
Reavaliação semestral/anual. Atenção ás dimensões e pressões em câmaras direitas. Se alterações
progredirem, interromper.
• Para regurgitação importante, apenas atividades
de baixa intensidade com reavaliações semestrais.
ADP:
· Apenas regurgitação leve/moderada com função
de VD normal e na ausência de pressão em átrio
direito maior que 20 mmHg podem participar.
Reavaliação semestral. Se alterações progredirem,
interromper.
Estenose Aórtica
ADR
Liberados:
· Estenose aórtica leve e ECG normal,boa tolerância
ao esforço e sem história de dor torácica ao esforço,
síncope ou taquicardia atrial/ventricular associada a sintoma.
· Os pacientes tratados cirurgicamente com hipertrofia e/ou disfunção de VE necessitam de
programa específico com supervisão médica.
ADP Não liberado.
PCA
ADR:
• atletas com PCA e câmaras esquerdas normais
podem participar de atividades moderadas e
não competitivas. No PCA fechado é necessário
a ausência de sintomas, exame cardiológico
normal e ecocardiograma sem alteração de
câmaras esquerdas/direitas e sem hipertensão
pulmonar.
ADP:
· liberado apenas quando PCA fechado e sem qualquer alteração residuais ao Eco e ECG.
Estenose Mitral
ADR
· Em atletas com estenose mitral leve (área valvar
maior que 1,5 cm² e pressão capilar pulmonar
menor ou igual a 20 mmHg) com ritmo sinusal
e pressão arterial pulmonar de até 50mmHg no
pico de esforço estão liberados. Reavaliação semestral.
· Acima destes valores é avaliado individualmente.
ADP Não liberados.
PVM
ADR: liberado.
ADP:
· os atletas sem nenhuma das seguintes características estão liberados: síncope, taquicardia sustentada e repetitiva ou não sustentada, taquicardia
ventricular ao Holter, regurgitação moderada/
severa, disfunção sistólica do VE, evento embólico
prévio e história familiar de prolapso da valva
mitral associado à morte súbita. Reavaliação periódica.
Regurgitação Mitral
ADR:
· Restrição aos esportes quando regurgitação
grave.
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
ADR:
• Sem restrição desde que controlada. Reavaliações
anuais.
• Casos de HAS resistente: programa específico.
ADP:
• Liberado: HAS controlada sem lesão de órgão
alvo.
• Controverso: HAS controlada com lesão de órgão
alvo.
• Uma vez iniciado um programa de treinamento,
o atleta hipertenso deve ter sua PA reavaliada a
cada 2 - 4 meses.
Após correção, condições para liberar:
• pressão cardíaca direita normal ou quase normal,
• nenhuma ou apenas leve sobrecarga de volume
do ventrículo direito,
• sem evidência de shunt residual significativo,
• sem anormalidades tanto atriais quanto ventriculares ao Holter e ao esforço.
ADP: não liberado.
Anomalia de Ebstein
ADR: apenas até esforço moderado.
• atletas com uma expressão suave da anomalia,
sem cianose, diâmetro ventricular direito normal
e sem evidências de arritmias podem participar.
ADP: não liberado.
Doença Arterial Coronária (DAC)
Tratar todos os fatores de risco de acordo com as
diretrizes.
ADR:
• Liberado para atividades moderadas: avaliações
com prova de isquemia a cada 4/6 meses. Eco
anual. Controle rigoroso dos fatores de risco.
Função sistólica normal. Sem déficit contrátil
segmentar.
ADP:
• Apenas para modalidades de baixo VO2.
• Provas isquêmicas a cada 4 meses.
• Ausência de arritmias ao esforço.
• Ausência de disfunção sisto-diastólica.
• Seguir programa de reabilitação e monitorização
cardíaca semanalmente.
Origem anômala das coronárias
ADR: apenas para esforços moderados ou de baixa
intensidade
• Apenas pacientes após três meses de correção da
anomalia e sem evidências de isquemia miocárdica residual, taquicardia, arritmias ou disfunção
ventricular durante um teste de esforço máximo
poderão participar.
ADP: não liberado.
Doença de Kawasaki
ADR: apenas atividades de baixa intensidade sob as
seguintes condições:
• A anatomia da artéria coronária pode evoluir ao
longo do tempo e o risco de exercício deste paciente pode mudar. Pacientes sem anormalidades
das coronárias podem participar após seis a oito
semanas do quadro agudo e estudo para pesquisa
de isquemia. Pacientes com regressão do aneurisma podem participar se não houver evidência de
isquemia esforço induzida associado a imagens de
perfusão miocárdica. Os testes de isquemia devem
ser repetidos no intervalo de 6 meses a 1 ano para
monitorar isquemia e reorientação desportiva.
• Não liberado para pacientes com aneurisma de
coronária.
ADP: não liberado.
Coarctação de Aorta
ADR: apenas esportes de baixa intensidade.
• Atletas com coarctação leve e ausência de grandes vasos colaterais ou dilatação da raiz aórtica
maior que 30 mm, com teste de esforço normal e
gradiente de pressão em repouso de até 20mm Hg
entre membros superiores e inferiores e pressão
sistólica de pico de ate 230 mmHg ao esforço pode
se envolver no esporte.
• Na avaliação pós-operatória alem dos exames de
rotina pode ser necessária ressonância nuclear
magnética (RNM) para avaliar anormalidades
anatômicas residuais como dilatação aórtica e
formação de aneurisma.
• Pacientes após correção de cardiopatias congênitas
com pressão sistólica pulmonar de até 30 mm Hg
poderão participar, mas devem ser submetidos a
tratamento reparador e deverão ter uma avaliação
cardiológica semestral.
ADP: não liberado.
Válvula Aórtica Bicúspide
ADR: até intensidade moderada
• Dilatação da raiz aórtica até 40/45 mm podem
participar. Reavaliação anual/semestral. Caso
ocorra progressão da dilatação da aorta e ventricular, interromper. ADP:
• Sem qualquer dilatação da raiz da aorta.
• Sem arritmias ao esforço.
• Sem remodelação ventricular.
Reavaliação semestral.
Tetralogia de Fallot e Transposição das
grandes artérias
ADR: apenas esportes de muito baixa intensidade
10
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
·
·
·
·
·
·
Fibrilação Atrial Crônica
ADR:
Apenas esforços moderados nas seguintes situações:
• Ausência de disfunção ventricular.
• Ausência de valvopatia com disfunção importante.
• Ausência de hipertensão pulmonar.
• Ausência de trombo intracavitário.
• Ausência de eventos trombo-embólicos prévios.
• Ausência de arritmias esforço induzida.
Reavaliações semestrais com TE e ECO.
ADP: não liberado.
Disfunção sistólica de VE.
Disfunção de câmaras direitas.
Doença coronária.
Doenças multivalvares de gravidade moderada.
Próteses valvares.
Atenção especial aos atletas com familiares de
primeiro grau com morte súbita precoce.
Conclusão
A personalização da avaliação cardiológica do
atleta deve seguir de maneira análoga a prescrição
de exercícios, avaliação nutricional e fisioterápica. Os
casos de arritmias como BAV de 2º. grau, ESV desencadeadas por esforços, WPW tratado, portadores de
MP e CDI dentre outros mais complexos e incomuns,
são melhor avaliados em conjunto com arritmologista.
Fatores de contra-indicação relativa
para ADRecreativa e absoluta para
ADProfissionalizante
· Cardiopatia congênita complexa.
· Cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica.
· Cardiomiopatia hipertrófica septal assimétrica.
· Síndrome de WPW.
· Síndrome de Brugada.
· Síndrome do QT largo e curto e outras canalopatias
· Taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica.
· Displasia arritmogênica de VD.
· Síndrome de Marfan.
Bibliografia Consultada
Ghorayeb N, Costa RVC, Castro I, Daher DJ, Oliveira Filho JA, Oliveira MAB, et al. Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício
da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira
de Medicina do Esporte. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.2):1-41.
Maron BJ, Zipes DP 36th Bethesda Conference Eligibility Recommendations for Competitive Athletes With Cardiovascular Abnormalities J Am Coll Cardiol. 2005; 45:1312-75.
11
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
2 - HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A hipertensão arterial é uma doença muito prevalente na população adulta e seu diagnóstico é relativamente simples necessitando apenas do médico, de um
estetoscópio e de um esfigmomanômetro devidamente
calibardo. De acordo com os níveis da pressão arterial
aferidos, podemos classificar os pacientes em diferentes níveis, ) de acordo com a VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão(1) (Tabela 1)
terciários a qualquer unidade básica de saúde, e que
são descritos na tabela 3
Tabela 3
Avaliação inicial de rotina para o paciente hipertenso
Análise de urina (Classe I< nível C)
Potássio plasmático (Classe I, Nível C)
Creatinina plasmática (Classe I, Nível B) e estimativa do ritmo
de filtração glomerular (Classe I, Nível B)10,11 (Tabela 4)
Glicemia em jejum (Classe I, Nível C)
Coleterol total, HDL, triglicerídeos plasmáticos (Classe I, Nível
C)*
Ácido úrico plasmático (Classe I, Nível C)
Eletrocardiograma convencional (Classe I, Nível B)
Tabela 1
Classificação da pressão arterial de acordo com a
medida casual no consultório (> 18 anos)
Classificação
Ótima
Normal
limítrofe*
Hipertensão estágio 1
Hipertensão estágio 2
Hipertensão estágio 3
Hipertensão sistólica isolada
Pressão sistólica
(mmHg)
Pressão
diastólica
(mmHg)
< 120
< 80
< 130
130-139
140-159
160-179
≥ 180
< 85
85-89
90-99
10-109
≥ 110
≥ 140
< 90
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira
de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.(1)
Em algumas situações pode-se ampliar a investigação com exames mais específicos, descritos na tabela 4.
Tabela 4
Avaliação complementar para o paciente hipertenso:
exames recomendados e população indicada
Todavia, para a adequada abordagem de nosso
paciente não basta apenas o número, a cifra pressórica e sim inserir esse número no contexto de risco do
paciente, de maneira individualizada. Essa correlação
pode ser feita de acordo com a tabela 2
Radiografia de tórax: recomendada para pacientes com suspeita
clínica de insuficiência cardíaca (Classe IIa, Nível C)16, quando
demais exames não estão disponíveis; e para avaliação de
acometimento pulmonar e de aorta
Ecocardiograma: hipertensos estágios 1 e 2 sem hipertrofia
ventricular esquerda ao ECG, mas com dois ou mais fatores de
risco (Classe IIa, Nível C); hipertensos com suspeita clínica de
insuficiência cardíaca (Classe I, Nível C)
Microalbuminúria: pacientes hipertensos diabéticos (Class I,
Nível A); hipertensos com síndrome metabólica e hipertensos
com dois ou mais fatores de risco (Classe I, Nível C)
Ultrassom de carótida: pacientes com sopro carotídeo, com sinais
de doença cerebrovascular, ou com doença aterosclerótica em
outros territórios (Classe IIa, Nível B)
Teste ergométrico: suspeita de doença coronariana estável,
diabetes ou antecedente familiar para doença coronariana em
paciente com pressão arterial controlada (Classe IIa, Nível C)
Hemoglobna glicada (Classe IIa, Nível B): na impossibilidade
de realizar hemoglobina glicada sugere-se a realização do teste
oral de tolerância à glicose em pacientes com glicemia de jejum
entre 100 e 125 mg/dl (Classe IIa, Nível B)
MAPA e medida domiciliar segundo as indicações convencionais
para os métodos
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira
de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.(1)
Investigação de hipertensão secundária, quando indicada pela
história, exame físico ou avaliação laboratorial inicial
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira
de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):151.(1)
Além da avaliação clínica, é importante que se
estabeleça uma rotina com exames complementares
básicos, que possam ser realizados desde hospitais
12
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
A avaliação da pressão arterial pode ser auxiliada
pela monitorização ambulatorial da pressão arterial
(MAPA), que fornece importantes informações que
não são obtidas na rotina do consultório, descritas
na tabela 5.
De acordo com a situação clínica e presença de
comorbidades, deve –se estabelecer metas de pressão
arterial a serem atingidas, descritas na tabela 6.
Para a abordagem do paciente hipertenso, deve-se estabelecer o tratamento não farmacológico ou
mudança de estilo de vida, descrito na tabela 7
Para o tratamento da hipertensão, o uso de medicamentos deve ser individualizado e racionalizado
e o fluxograma da Sociedade Brasileira de Cardiologia pode auxiliar na tomada de decisão clínica
(tabela 8)
Os diferentes medicamentos anti-hipertensivos
são descritos de acordo com seu nível da evidência,
descritos inclusive na Diretriz de Cardiogeriatria(2)
(tabela 9).
Desse modo, entende-se que o tratamento deva
ser instituído com o objetivo de reduzir mortalidade
Tabela 5
Principais indicações para o uso da MAPA
Suspeita de hipertensão do avental branco (Grau de Recomendação I - Nível de Evidência A)
Avaliação de normotensos no consultório com lesão de órgãos-alvo, ou seja, suspeita de hipertensão mascarada (Grau de Recomendação
I - Nível de Evidência A)
Avaliação da eficácia terapêutica anti-hipertensiva:
a) Quando a pressão arterial casual permanecer elevada apesar da otimização do tratamento anti-hipertensivo para diagnóstico de
hipertensão arterial resistente (Grau de Recomendação IIa - Nível de Evidência B) ou efeito do avental branco (Grau de Recomendação
IIa - Nível de Evidência B),
ou
b) Quando a pressão arterial casual estiver controlada e houver indícios da persistência (Grau de Recomendação IIa - Nível de Evidência
B), ou progressão (Grau de Recomendação I - Nível de Evidência B) de lesão de órgãos-alvo
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.(1)
Tabela 6
Metas a serem atingidas em conformidade com as características individuais
Categoria
Considerar
Hipertensos estágios 1 e 2 com risco cardiovascular baixo e médio
< 140/90 mmHg
Hipertensos e comportamento limítrofe com risco cardiovascular alto e muito alto, ou com 3 ou
mais fatores de risco, DM, SM ou LOA
Hipertensos com insuficiência renal com preteinúria > 1,0 g/L
130/80 mmHg
DM - diabetes melito; SM - síndrome metabólica; LOA - lesões de órgãos-alvo.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.(1)
Tabela 7
Mudança de estilo de vida para pacientes hipertensos
Modificação
Recomendação
Controle de
peso
Manter o peso corporal na faixa normal (Índice de massa corporal entre 18,5 e 24,9 kg.m2)
Padrão
alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gorduras
saturadas e totais. Adotar dieta DASH
Redução do
consumo de sal
Reduzir a ingestão de sódio para não mais que 2 g (5 g de sal/dia = no máximo 3 colheres de café rasas de sal = 3 g
+ 2 g de sal dos próprios alimentos)
Moderação no
consumo de
álccol
Limitar o consumo a 30 g/dia de etanol para os homens e 15 g/dia para mulheres
Exercício físico
Habituar-se à prática regular de atividade física aeróbica, como caminhadas por, pelo menos, 30 minutos por dia, 3
vezes/semana, para prevenção e diariamente para tratamento
Índice de massa corporal para idosos aceitável até 27,5 kg/m2 (2)
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.(1)
13
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Tabela 8
Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.(1)
Tabela 9
Principais fármacos e grau de recomendação – nível de evidência
* Diuréticos tiazídicos: Grau de Recomendação I – Nível de Evidência A
* Bloqueadores dos canais de cálcio: Grau de Recomendação I – Nível de Evidência A
* Inibidores da enzima de conversão: Grau de Recomendação I – Nível de Evidência A
* Bloqueadores do receptor de angiotensina: Grau de Recomendação I – Nível de Evidência A
* Betabloqueadores: Grau de Recomendação IIb – Nível de Evidência A
* Alfabloqueadores: Grau de Recomendação IIb – Nível de Evidência A
* Inibidores da renina: Grau de Recomendação IIb – Nível de Evidência C
Fonte: Gravina CF, Rosa RF, Franken RA, Freitas EV, Liberman A, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretrizes Brasileiras em
Cardiogeriatria. Arq Bras Cardiol 2010; 95(3 supl.2): 1-112. (2)
e morbidade e as diretrizes tem o papel de tornar esse
caminho mais fácil e objetivo para ser percorrido.
Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1 supl.1):1-51.
Referencias Bibliográficas
Gravina CF, Rosa RF, Franken RA, Freitas EV, Liberman A, et al.
Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretrizes Brasileiras em
Cardiogeriatria. Arq Bras Cardiol 2010; 95(3 supl.2): 1-112.
1. Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de
Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1
supl.1):1-51.
2. Gravina CF, Rosa RF, Franken RA, Freitas EV, Liberman A, et
al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. II Diretrizes Brasileiras
em Cardiogeriatria. Arq Bras Cardiol 2010; 95(3 supl.2): 1-112.
Mancia G, Fagard R, Narkiewicz K, Redón J, Zanchetti A, Böhm M,et
al. 2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial hypertension: the Task Force for the management of arterial hypertension
of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European
Society of Cardiology (ESC). J Hypertens. 2013; 31:1281-357.
Aronow WS, Fleg JL, Pepine CJ, Artinian NT, Bakris G, Brown AS,
et al. ACCF/AHA 2011 expert consensus document on hypertension in the elderly: a report of the American College of Cardiology
Foundation Task Force on Clinical Expert Consensus Documents.
Circulation. 2011; 123:2434-506.
Bibliografia Consultada
Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de
14
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
3 - AVALIAÇÃO PERIOPERATÓRIA
Objetivos
- diminuir os riscos em todo o período operatório
(pré, intra e pós operatório).
- estabelecemos novas rotinas, adequamos o tratamento, modificamos a indicação, adiamos ou
cancelamos a cirurgia baseados nas informações
da avaliação perioperatória.
- informamos ao paciente e a equipe sobre possíveis
riscos relacionados à intervenção proposta.
Exames complementares e suas indicações
ECG:
- história e/ou anormalidades ao exame físico
sugestivas de cardiopatia, dor torácica recente
indicativa de coronariopatia e diabetes (IC),
- obesos e idade maior que 40 anos (IIA).
Rx de tórax:
- suspeita de doença cardiopulmonar de base (IC),
- idade maior que 40 anos e cirurgias de médio e
grande porte: intratorácicas e abdominais (IIaC).
Etapas da avaliação perioperatória
- identificar o paciente (nome, idade, sexo, cor, naturalidade, procedência e registro na instituição).
- verificar as condições clínicas e comorbidades mais
relevantes: avaliar a capacidade funcional.
- decidir sobre a necessidade de testes para avaliação complementar.
- adequar o tratamento.
- avaliar o risco cardíaco baseado na cirurgia proposta e perfil do paciente através do algoritmo de
preferência: Lee, American College of Physicians,
entre outros.
Ecocardiograma:
- suspeita de valvulopatia e pré operatório de transplante hepático (IB),
- insuficiência cardíaca sem avaliação da função
ventricular esquerda (IIaC).
Hemograma:
- suspeita de anemia, doenças hematológica ou
hepática e cirurgias de médio e grande porte (IC),
- idade maior que 40 anos (IIA).
Analisar o número de variáveis de risco: - 0 a 1 variável → BAIXO RISCO (< 3% de Eventos
Cardíacos) → OPERAR.
- 2 ou mais variáveis → RISCO INTERMEDIÁRIO
(3% a 15% de risco de eventos cardiovasculares):
Cirurgia não vascular → OPERAR.
Cirurgia vascular → teste isquemia → negativo →
OPERAR.
ALTO RISCO > 15% de risco de eventos cardiovasculares
- risco Isquêmico → determinar elegibilidade para
revascularização miocárdica baseada nas indicações.
- insuficiência cardíaca, arritmia cardíaca e doença
valvar: otimizar o tratamento e refazer a avaliação
do risco.
Coagulograma:
- pacientes anticoagulados, insuficiência hepática,
distúrbios de coagulação e atos de médio/grande
porte.
Fatores não modificáveis → considerar cancelamento ou modificação da cirurgia não cardíaca.
Sempre que possível adiar a operação até estabilizar
a condição clínica do paciente.
Recomenda-se, em pacientes de alto/intermediário risco de complicações, pós-operatório em UTI,
manutenção da monitoração eletrocardiográfica por
72 h e dosagem seriada de marcadores de necrose
miocárdica na tentativa de diagnóstico de isquemia/
infarto agudo do miocárdio.
Cintilografia de perfusão miocárdica e
ecocardiograma com estresse:
- risco intermediário e cirurgia vascular (IIaB),
- risco intermediário e cirurgia intermediária /
baixa capacidade funcional e operação de risco
intermediário e alto (IIbC).
Creatinina sérica:
- nefropatia, diabetes, HAS, insuficiência hepática e
cardíaca, sem o exame nos últimos 12 meses, atos
de médio/grande porte (IC),
- idade maior que 40 anos (IIA).
Testes para isquemia
Teste ergométrico:
- baixo custo, fácil execução e alta reprodutibilidade,
mas a maioria dos pacientes não atinge 85% da
frequência cardíaca máxima.
Cateterismo:
- síndromes coronarianas agudas de alto risco (IA),
- testes não invasivos indicativos de alto risco (IC),
15
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
oral dos pacientes internados visando diminuir as
complicações perioperatórias (IIaA),
- anestésico local com vasoconstritor (IC),
- controle do INR 24h antes do procedimento dentário (IC),
- se INR<3 não é necessário suspender o anticoagulante para pequenos procedimentos (IC).
- pré transplante renal.
- pré operatório de cirurgia de aorta.
Profilaxia para tromboembolismo venoso
Cirurgia geral com um alto risco de sangramento:
- tromboprofilaxia mecânica (meia elástica). Assim
que houver uma diminuição do risco de sangramento, substituir ou adicionar a tromboprofilaxia
farmacológica; nível de evidência C;
- duração da tromboprofilaxia em cirurgias gerais
maiores: manter até a alta hospitalar; nível de
evidência A. Grau de recomendação IIa.
Suspensão Antiagregantes plaquetários
- suspender o AAS em cirurgias neurológicas e
ressecção transuretral de próstata.
- coronarianos em programação de cirurgias não
cardíacas, manter o AAS com dose em 75/100mg.
Exceto condições acima.
- dupla antiagregação por angioplastia com stent,
manter o AAS e suspensão do tienopiridínico cinco
dias antes e reintrodução o mais precoce sendo
ideal até dez dias de suspensão prévia.
Cirurgias gerais maiores:
- a duração da tromboprofilaxia em pacientes de
mais alto risco, incluindo aqueles submetidos a
grandes cirurgias por neoplasia ou com tromboembolismo venoso prévio, considerar tromboprofilaxia após a alta hospitalar por até 28 dias; nível
de evidência A.
Tabela 1
Intervalos preconizados entre a revascularização
miocárdica e a operação não cardíaca. Obs.: Nos
casos de stent, esse intervalo compreende o tempo de
suspensão do clopidogrel (5 dias)
Manejo de pacientes em uso de
anticoagulantes
Pacientes de alto risco para tromboembolismo (I C)
- interromper a varfarina cinco dias antes da operação e aguardar INR < 1,5;
- iniciar heparina não fracionada (HNF) ou HBPM
dose plena quando INR < 2,0,
- suspender HNF endovenosa 4 horas antes do
procedimento e a HBPM subcutânea 24 h antes;
- no pós operatório, reiniciar HNF ou HBPM em
dose plena e a varfarina 12 a 24 h após o procedimento e suspender a heparina somente quando o
INR estiver dentro da faixa terapêutica.
intervalo
mínimo
intervalo
ideal
Variável:
condoções do
paciente
30 dias
Angioplastia sem stent
7 dias
14 dias
Stent convencional
14 dias
>6
semanas
Stent farmacológico
Um ano
Indefinido
Tipo de revascularização
Cirúrgica
Momento ideal de suspensão de
hipoglicemiantes
Hipoglicemiantes orais:
- biguanidas (metfomina): 24 a 48 horas antes
- sulfonilureias: 1ª geração (clopropramida) – 48 a
72 horas antes;
- 2ª e 3ª geração (glicazida, glibemclamida, glipizida, glimepirida) – no dia da operação.
- tiazolidinedionas (rosiglitazona, pioglitazona): no
dia da intervenção;
- acarbose: 24 horas antes;
- glinidas (repaglinida, nateglinida): no dia da cirurgia;
Pacientes de risco intermediário para
tromboembolismo (IIa C)
- dependendo da avaliação individual de cada paciente, podem ser seguidas as orientações tanto
para o alto como para o baixo risco, a critério do
médico assistente.
Procedimentos de baixo risco de sangramento (I C)
- realizar o procedimento com INR dentro da faixa
terapêutica, não é necessária suspensão do anticoagulante;
- se o INR > 3 descontinuar o anticoagulante por
um a dois dias antes da cirurgia e reiniciar na noite
depois da cirurgia;
Insulinas:
Insulinas NPH, detemir e glargina: dose noturna
pode ser mantida; na manhã da cirurgia administrar:
- 2/3 da dose da insulina NPH ou lenta se for operar
Procedimentos odontológicos
- averiguação da saúde bucal com eliminação de
focos infecciosos e controle intensivo da higiene
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
no primeiro horário;
- 1/2 da dose da insulina NPH ou lenta se for operar
pela manhã;
- 1/3 da dose da insulina NPH ou lenta se for operar
à tarde. Insulina rápida ou ultrarrápida : suspender as
doses prandiais fixas e manter esquema escalonado
enquanto estiver em jejum; -
-
-
-
-
-
-
-
Bibliografia Consultada
dilatação do esôfago,
cistoscopia,
dilatação uretral,
cateterização uretral na presença de infecção urinária,
cirurgia urológica na presença de infecção urinária,
cirurgia do trato biliar,
incisão e drenagem de tecido infectado
parto normal na presença de infecção
Procedimentos odontológicos, vias aéreas
superiores e trato digestivo alto
- amoxicilina: 50mg/kg (dose máxima= 2g) IM ou
IV, 30 minutos antes do procedimento,
No impedimento da via oral:
- ampicilina: 50mg/kg (dose máxima = 2g), IM ou
IV, 30 minutos antes do procedimento ou cefazoline: 25mg/kg (dose máxima=1g) IM ou IV, 30
minutos antes do procedimento.
Alergia ou resistência à penicilina:
- clindamicina: 20mg/kg (dose máxima = 600mg),
VO, 1 hora antes do procedimento ou azitromicina
ou claritromicina: 15 mg/kg (dose máxima = 500
mg), VO, 1 hora antes do procedimento.
Impedimento da via oral nos casos de alergia à peniclina:
- clindamicina: 20 mg/kg (dose máxima = 600mg),
IV, 30 minutos antes do procedimento.
Feitosa ACR, Marques AC, Caramelli B, Ayub B, Polanczyk CA,
Jardim C, et al. II Guidelines for Perioperative Evaluation of the
Brazilian Society of Cardiology. II Diretriz de Avaliação Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol.
2011; 96(3 supl.1):1-68.
Profilaxia Endocardite Infecciosa
Condições de alto risco
- próteses valvares, incluindo as biopróteses,
- endocardite infecciosa prévia, mesmo sem lesão
residual,
- cardiopatias congênitas cianogênicas complexas,
- condutos ou shunts sistêmicos pulmonares.
Condições de médio risco
- valvulopatia adquirida reumática ou de outra
etiologia,
- cardiopatias congênitas estruturais (exceto outras
especificadas neste texto),
- cardiomiopatia hipertrófica,
- Prolapso de valva mitral com insuficiência, e/ou
espessamento ou displasia valvar.
Procedimentos e cirurgias dos tratos
genitounurinário e gastrointestinal
Alto risco: ampicilina: 50mg/kg (dose máxima
=2g) IM ou IV + gentamicina 2mg/kg (dose máxima =
120mg) IM ou IV, 30 minutos antes do procedimento.
A seguir, 6 horas após a 1° dose, ampicilina: 25mg/kg,
IM ou IV ou amoxicilina: 25mg/kg, VO.
Médio risco: ampicilina: 50mg/kg, IM ou IV, 30 minutos antes do procedimento ou amoxicilina: 50mg/
kg, VO, 1 hora antes do procedimento.
Alergia ou resistência à penicilina alto risco: vancomicina: 20mg/kg (máximo=1g), IV, infusão lenta em
1 a 2 horas + gentamicina: 2m/kg (máximo=120mg),
IM ou IV, 30 minutos antes do procedimento. A seguir,
6 horas após a 1° dose, Ampicilina: 25mg/kg, IM ou
IV ou Amoxicilina: 25mg/kg, VO.
Alergia ou resistência à penicilina médio risco:
vancomicina 20mg/kg (máximo=1g), IV, infusão lenta
em 1 a 2 horas, completando a infusão 30 minutos após
o início do procedimento.
Profilaxia não recomendada
- CIA isolada tipo ostium secundum,
- Correção cirúrgica de CIV, PCA e CIA (após seis
meses) sem shunt residual,
- Prolapso de valva mitral sem regurgitação e sem
espessamento valvar,
- Dispositivos cardíacos implantáveis ( marcapassos: intravascular ou epicárdio, ressincronizador
e desfribiladores).
Procedimentos dentários e cirúrgicos nos
quais a profilaxia de endocardite está
indicada
- procedimentos dentários que provocam sangramento gengival ou da mucosa,
- adenoidectomia e/ou tonsilectomia,
- cirurgia envolvendo a mucosa intestinal ou respiratória,
- broncoscopia com broncoscópio rígido,
- escleroterapia para varizes de esôfago,
Avaliação de dispositivos cardíacos implantáveis
(marcapasso, ressincronizador e CDI): encaminhar
para o especialista.
17
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Fluxograma da avaliação perioperatória
Bibiografia Consultada
Feitosa ACR, Marques AC, Caramelli B, Ayub B, Polanczyk CA,
Jardim C, et al. II Guidelines for Perioperative Evaluation of the
Brazilian Society of Cardiology. II Diretriz de Avaliação Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol.
2011; 96(3 supl.1):1-68.
Fleisher LA, Beckman JA, Brown KA, Calkins H, Chaikof E, Fleischmann KE, et al. ACC/AHA 2007 guidelines on perioperative
cardiovascular evaluation and care for noncardiac surgery: a report
of the American College of Cardiology/American Heart Association
Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise the
2002 Guidelines on Perioperative Cardiovascular Evaluation for
Noncardiac Surgery): developed in collaboration with the American
Society of Echocardiography, American Society of Nuclear Cardiology, Heart Rhythm Society, Society of Cardiovascular Anesthesiologists, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions,
Society for Vascular Medicine and Biology, and Society for Vascular
Surgery. Circulation. 2007; 116:e418-99.
Task Force for Preoperative Cardiac Risk Assessment and Perioperative Cardiac Management in Non-cardiac Surgery; European
Society of Cardiology (ESC), Poldermans D, Bax JJ, Boersma E, De
Hert S, et al. Guidelines for pre-operative cardiac risk assessment
and perioperative cardiac management in non-cardiac surgery. Eur
Heart J. 2009; 30:2769-812.
18
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
4 - PACIENTE PORTADOR DE MARCAPASSO CARDÍACO
O atendimento do paciente portador de marcapasso deverá ser composto de avaliação clínica e
eletrônica do dispositivo cardíaco.
1) Esclarecimento de dúvidas do paciente em relação
ao marcapasso.
2) Solicitação de exames para investigação dos sintomas de acordo com cada caso ou solicitação de
exames de rotina conforme citados abaixo.
3) Modificação do tratamento medicamentoso quando indicado.
4) Encaminhamento para acompanhamento conjunto
com outras especialidades caso necessário.
5) Definição do tempo de retorno.
A avaliação clínica será composta de:
Queixa e duração
História da moléstia atual
Interrogatório dos diversos aparelhos e sistemas
Antecedentes pessoais e familiares
Na descrição dos antecedentes pessoais deverá ser
detalhado todos os procedimentos de implante do
marcapasso e trocas com suas respectivas datas,
incluindo o fabricante, modelos e números de série
do gerador e eletrodos.
5) Medicações em uso
6) Exame físico
O local da loja do marcapasso deverá ser sempre
avaliada, independente dos sintomas do paciente.
1)
2)
3)
4)
Preconiza-se realização rotineira dos seguintes
exames:
- Eletrocardiograma – toda consulta
- Ecocardiograma transtorácico – semestral ou anual
- Holter 24h – semestral ou anual
- Teste Ergométrico – anual. No caso de pacientes
com sensor ativado deverão realizar, de acordo
com a sintomatologia, teste cardiopulmonar.
- Exames Laboratoriais – semestral ou anual
- RX de Tórax – anual e em caso de avaliação de
criança, este deverá ser realizada em cada consulta.
Após avaliação clínica será realizada avaliação
eletrônica do marcapasso composta de:
1) Realização de eletrocardiograma com e sem imã.
2) Pesquisa de inibição do marcapasso através de
miopotenciais.
3) Interrogação do dispositivo através do programador:
- Realização dos testes de sensibilidade e capturas.
- Definição do ritmo cardíaco de base do paciente, se possível.
- Avaliação das impedâncias de bateria e eletrodos.
- Avaliação dos histogramas de frequência.
Atenção especial deve ser dada aos pacientes
com sensor ativado.
- Avaliação dos gráficos ou histogramas que
mostram percentuais de estimulação e sensibilidade.
- Avaliação de possíveis arritmias ocorridas
no período entre a última avaliação e a atual
através de gráficos, histogramas e registro de
eletrogramas endocavitários.
4) Correção das alterações encontradas através de
reprogramação do dispositivo. Caso não seja possível, indicação de procedimento cirúrgico após
avaliação do risco e benefício do procedimento.
5) Modificações na programação de acordo com as
necessidades individuais de cada paciente.
Os retornos deverão ocorrer em 30 e 90 dias após
o implante do dispositivo e após, a cada 6 meses; e
quando estiver próximo ao fim de vida do marcapasso
este período de retorno deverá ser reduzida.
Particularidades do Protocolo de
Atendimento Ambulatorial do paciente com
Ressincronizador Cardíaco
- Fazer questionamento específico, durante avaliação clínica, dos sintomas relacionados a insuficiência cardíaca.
- Na avaliação eletrônica do dispositivo:
1) Atenção especial dever ser dada aos percentuais de ressincronização do dispositivo, definição do diagnóstico de problemas e correção
específica de acordo com cada caso.
2) Fazer correlação entre a clínica e alterações na
impedância torácica caso possível, na dependência do tipo de dispositivo.
- Os ressincronizadores dever ser submetidos a
ajuste dos intervalos eletromecânicos (intervalo atrioventricular e interventricular) guiado
pelo ecocardiograma ou outro método de avaliação funcional, anualmente ou sempre que
necessário, de acordo com a condição clínica do
paciente.
- Os pacientes deverão passar em consulta a cada 3
Após a avaliação clínica e eletrônica deve-se realizar:
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meses ou com maior periodicidade na dependência do quadro clínico.
conjunto com a cardioarritmia e reavaliação do
tratamento.
- Os pacientes deverão passar em consulta a cada 3
meses ou com maior periodicidade na dependência do quadro clínico.
Particularidades na Avaliação Préoperatória do paciente com Marcapasso ou
Ressincronizador Cardíaco
Particularidades na avaliação pré-operatória
de paciente com Cardioversor-Desfibrilador
Implantável (CDI)
- Todo portador de dispositivo eletrônico implantável deverá ser submetido a avaliação completa do
dispositivo antes da liberação cirúrgica e posterior
recomendação conforme segue abaixo:
1 - Monitorização hemodinâmica contínua e oximetria de pulso durante o procedimento.
2 - Se possível, não utilizar bisturi elétrico,
caso for imprescindível, dar preferência ao
bipolar, com pulsos curtos, utilizar de forma
intermitente e o menor tempo possível. Caso
o bisturi elétrico seja unipolar, colocar a placa
do bisturi distante do gerador. Se for optado
pela utilização do bisturi, fazer aposição de
imã sobre a loja do marcapasso. Frequência
de estimulação após aposição do imã de .....
pulsos por minuto.
3 - Se possível, solicitar a presença de especialista
com programador do marcapasso durante o
procedimento.
4 - Utilizar antibiótico profilático adequado ao
tipo de cirurgia.
- Avaliar necessidade de modificação da frequência
de estimulação básica e desativação do sensor de
frequência.
- Deverá ser submetido a avaliação completa do
dispositivo antes da liberação cirúrgica e posterior
recomendação conforme segue abaixo:
1 - Monitorização hemodinâmica contínua e oximetria de pulso durante o procedimento.
2 - Se possível, não utilizar bisturi elétrico, caso
for imprescindível, é necessário reprogramação
do dispositivo imediatamente antes do procedimento, para desabilitar terapias antitaquicardia e fazer modificações na programação do
tratamento antibradicardia adequadas para o
caso. No caso de utilização do bisturi elétrico
dar preferência ao bipolar, com pulsos curtos,
utilizar de forma intermitente e o menor tempo
possível. Caso o bisturi elétrico seja unipolar,
colocar a placa do bisturi distante do gerador.
Fazer reavaliação completa e reprogramação
do CDI imediatamente após procedimento.
3 - Se possível, solicitar a presença de especialista
com programador do CDI durante o procedimento.
4 - Utilizar antibiótico profilático adequado ao
tipo de cirurgia.
Particularidades do Protocolo de
Atendimento Ambulatorial do paciente com
Cardioversor-Desfibrilador Implantável (CDI)
Bibliografia Consultada
Gillis AM, Philippon F, Cassidy MR, Singh N, Dorian P, Love BA,
Kerr CR; Canadian Working Group on Cardiac Pacing. Guidelines
for implantable cardioverter defibrillator follow-up in Canada: a
consensus statement of the Canadian Working Group on Cardiac
Pacing. Can J Cardiol. 2003; 19:21-37.
- Fazer questionamento específico, durante avaliação clínica, da ocorrência ou não de choques
(definição pelo paciente do número de choques,
da situação de ocorrência e sintomas associados).
- Durante avaliação eletrônica do CDI, atenção
especial deve ser dada para os eventos arrítmicos
ocorridos e terapias aplicadas; reprogramação, se
possível, na tentativa de prevenção da ocorrência
de choques.
- Avaliação detalhada para identificar fatores desencadeantes de arritmias para correção dos mesmos.
Avaliação da necessidade de ablação de arritmias
e/ou encaminhamento para acompanhamento
Lenive PA, Sanders R, Markowitz HT. Pacemaker diagnostics: measured data, event marker, electrogram, and event counter telemetry.
In: Ellenbogen KA, Kay GN, Wilkoff BL (eds). Clinical cardiac
pacing. Phialdelphia: W.B. Saunders; 1995. p.639-55.
Martinelli Filho M, Zimerman LI, Lorga AM, Vasconcelos JTM, Rassi
A Jr. Diretrizes Brasileiras de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos
Implantáveis (DCEI). Arq Bras Cardiol. 2007; 89 (6): e210-e238.
Mond HG. The cardiac pacemaker: function and malfunction. New
York, Grune & Stratton 1983. 507p.
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5 - ANGINA ESTÁVEL
Definição:
paradoxal de segunda bulha No exame dos pulmões
estertores crepitantes, podem sugerir a presença de
doença coronária. Evidências de obstruções arteriais
em outros territórios também elevam a probabilidade
do diagnóstico de insuficiência coronária.A medida
da pressão arterial, a ausculta cardíaca podem dar
pistas sobre a presença de outras alterações do sistema cardiovascular que podem contribuir para a
angina.
Probabilidade do diagnóstico após a anamnese e
exame físico:
Estudos demonstraram ser possível calcular a probabilidade do diagnóstico de coronariopatia apenas
com a história e o exame físico.
Angina é definida como uma síndrome clínica
transitória, devido o desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio pelo miocárdio
Avaliação Clínica:
A descrição do tipo da dor torácica é de suma
importância para o diagnóstico. Tal avaliação possui
alta acurácia e se relaciona com o achado diagnóstico
pela angiografia de obstruções ≥ 70% nas coronárias
epicárdicas maiores e estenoses em torno de 50% do
tronco da coronária esquerda.
Os itens da dor a devem obrigatoriamente serem
investigados
A classificação mais usada para a dor pré cordial
é: angina típica, atípica e dor não cardíaca.
Tabela II
Graduação da Intensidade de Angina de Peito, segundo
a Sociedade de Cardiologia Canadense
Classe I: Atividade física habitual, como caminhar, subir
escadas, não provoca angina.A angina ocorre após esforços
físicos prolongados e intensos.
Tabela I
Classificação Clínica da Dor Torácica
Angina típica (definitiva)
Classe II:Discreta limitação para atividades habituais.A
angina ocorre após caminhar ou subir escadas
rapidamente,caminhar em aclives,caminhar ou subir
escadas após as refeições, ou no frio ou ao vento,ou
sob estresse emocional,ou apenas após poucas horas ao
despertar.A angina ocorre após caminhar dois quarteirões
planos ou subir mais de um lance de escadas em condições
normais.
- Desconforto ou dor retroesternal
- Desencadeada pelo esforço ou estresse emocional
- Aliviada com repouso ou nitroglicerina
Angina atípica (provável)
Presença de apenas dois fatores acima
Dor torácica não cardíaca:
Classe III: Angina ao realizar as atividades habituais.
Ocorre ao caminhar um quarteirão plano ou subir um
lance de escadas.
apenas 1 dos fatores acima ou nenhum
Modificado de Diamond et al, 1983
Diamond et al, 1983(1)
Classe IV:Incapacidade de realizar qualquer atividade
habitual sem desconforto.Os sintomas anginosos podem
estar presentes no repouso.
Outro aspecto que deve se levar em conta diz
respeito ao caráter da angina se estável ou instável,
pois esta última está associada à Síndrome Coronária
Aguda e ao Infarto Agudo do Miocárdio. Esta pode
ser classificada em 3 tipos: angina de repouso, angina em crescendo e angina de aparecimento recente
(Tabela II).
Após a descrição da dor torácica segue-se a investigação dos fatores de risco que, se presentes, aumentam a probabilidade do diagnóstico. Exame físico: em
geral, fora do episódio anginoso, é normal. Alguns
aspectos, durante a dor anginosa podem orientar o
diagnóstico, tais como:presença de ritmo de galope
de terceira ou quarta bulhas,sopro de insuficiência
mitral que melhora após o evento (sugerindo disfunção isquêmica do músculo papilar), desdobramento
Extraído de Campeau, 1976(2)
Diamond e Forrester, combinando dados de estudos
angiográficos das décadas de 60 a 70 com dados da
observação clínica de pacientes com suspeita de angina
mostraram que os fatores que mais ajudaram prever o
diagnóstico foram a caracterização do tipo de dor torácica,
idade e sexo (3). Resultados semelhantes foram obtidos por
estudos realizados nas universidades de Duke e Stanford
(ver tabela III e IV) (4).
Diagnóstico Diferencial:
Outras condições que podem causar isquemia
miocárdica de etiologia outra que a doença coronária
aterosclerótica obstrutiva devem ser descartadas.
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-teste para DAC para idade, sexo e sintomas. Nível
de evidência B.
- Pacientes com baixa probabilidade pré-teste para
DAC. Nível de evidência C.
- Pacientes em uso de digoxina que tem infradesnivelamento do ST < 1 mm no ECG de repouso.
Nível de evidência B.
- Pacientes com sinais de sobrecarga do ventrículo
esquerdo e infradesnivelamento do ST < 1mm.
Nível de evidência B.
Tabela III
Condições não coronarianas que podem provocar
isquemia
Aumento de Consumo de
Oxigênio
Causas não cardíacas
Hipoxemia
Hipertermia
Hipertireoidismo
Toxicidade
Simpatomimética
(anfetaminas, cocaína)
Hipertensão Arterial
Ansiedade
Fistula Arteriovenosa
Pneumonia
Asma
Diminuição da Oferta de
Oxigênio
Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica
Hipertensão Pulmonar
Fibrose Pulmonar
Intersticial
Apnéia do Sono Obstrutiva
Doenças falciformes
Hiperviscosidade
Policitemia
Leucemia
Trombocitose
Hipergamaglobulinemia
Classe III:
Pacientes com as seguintes anormalidades do ECG:
- Síndrome de pré-excitação- Wolf-Parkinson-White. Nível de evidência B.
- Ritmo de marcapasso. Nível de evidência B.
- Infradesnivelamento do segmento ST>1mm.Nível
de evidência B.
- Bloqueio Completo do Ramo Esquerdo.Nível de
evidência B.
Pacientes já com DAC estabelecida (infarto do miocárdio prévio ou com angiografia coronária prévia mostrando obstruções. Entretanto, o teste ergométrico pode
dar informações sobre capacidade funcional e dados
sobre o prognóstico. Nível de evidência B. Achados
diagnósticos do ECG do esforço (teste ergométrico):
Resposta sintomática frente ao esforço,capacidade de
exercício, resposta hemodinâmica e resposta do ECG.
Causas Cardíacas
Estenose Aórtica
Cardiomiopatia
Hipertrófica
Cardiomiopatia Dilatada
Taquicardias Supra e
ventricular
Exames Laboratoriais e Subsidiários no
diagnóstico de angina estável:
Eletrocardiograma de Repouso: importante exame
de triagem.
Indicação classe I: nível de evidência B:
Radiografia de Tórax: classe I, nível de evidência B
para pacientes com sinais de congestão pulmonar,
doença valva cardíaca, doença pericárdica e/ou aórtica
(aneurisma ou dissecção).
Classe IIa, nível de evidência B: sinais de doença
pulmonar
Classe II b: pacientes em outras situações.
Tomografia Helicoidal de Tórax.
Laboratoriais:
Classe I, nível de evidência C: dosagem de Hemoglobina, glicemia de jejum, perfil lipídico.
Ecocardiograma de Repouso
Classe I:
Paciente com sopro sistólico sugestivo de estenose aórtica ou cardiomiopatia hipertrófica.Nível de
evidência C.
Avaliação da gravidade da isquemia pela repercussão na contratilidade segmentar do miocárdio
durante crise de dor precordial ou até 30 min após.
Nível de evidência C.
Classe IIb: Paciente com clique sistólico ou sopro
sugestivo de prolapso de valva mitral. Nível de evidência C.
Classe III: pacientes sem história de infarto do miocárdio, ECG de repouso normal e ausência de sinais
e sintomas de insuficiência cardíaca, doença valvar e
ou cardiomiopatia hipertrófica.Nível de evidência C.
Estudos de Imagem com Stress: ecocardiograma
com estresse farmacológico com dobutamina e medicina nuclear (cintilografia de perfusão miocárdica com
radioisótopos-sestamibi, Tecnécio 99 ou tálio).
Eletrocardiograma de Esforço (Teste
Ergométrico):
Recomendações para obtenção de registros de
ECG sem imagem associada:
Classe I: pacientes com probabilidade pré-teste intermediária para DAC,baseada na idade, sexo e sintomas,
incluindo aqueles com bloqueio completo de ramo
direito ou infradesnivelamento do segmento ST<1mm.
Nível de evidência B. Classe IIa: pacientes com suspeita de angina vasoespástica. Nível de evidência C.
Classe IIb: -pacientes com alta probabilidade pré-
Classe I: imagem de perfusão miocárdica com
exercício ou ecocardiograma de esforço em pacientes
com probabilidade pré-teste intermediária para DAC
que tem:
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a) As seguintes alterações no ECG de repouso:
- Sinais de pré-excitação: Wolf –Parkinson-White. Nível de evidência B
- Infradesnivelamento de ST≥ 1mm. Nível de
evidência B.
b) Imagem de perfusão miocárdica com exercício ou
ecocardiograma de esforço em pacientes que já tenham se submetido a procedimentos de desobstrução de coronárias ( cirurgia de revascularização do
miocárdio e/ou angioplastia).Nível de evidência B.
c) Imagem de perfusão miocárdica com adenosina
ou dipiridamol em pacientes com probabilidade
pré-teste intermediária para DAC e o ECG de
repouso contendo:
- Ritmo de marcapasso.Nível de evidência C
- Bloqueio de Ramo Esquerdo. Nível de evidência B.
Classe I:
a) Cintilografia de perfusão miocárdica com adenosina ou dipiridamol e; ou ecocardiograma
com estresse com dobutamina em pacientes com
probabilidade pré-teste intermediária para DAC.
Nível de evidência B.
b) Cintilografia de perfusão miocárdica com adenosina ou dipiridamol e; ou ecocardiograma
com estresse com dobutamina em pacientes com
procedimento para revascularização do miocárdio
prévio (cirurgia de revascularização do miocárdio
e/ou angioplastia coronária).Nível de evidência B.
Classe IIb:
a) Cintilografia de perfusão miocárdica com adenosina e/ou dipiridamol ou ecocardiografia com dobutamina em pacientes com baixa probabilidade
de DAC na ausência de ritmo de marcapasso ou
bloqueio de ramo esquerdo. Nível de evidência B
b) Cintilografia de perfusão miocárdica com adenosina ou dipiridamol em pacientes com alta ou baixa
probabilidade de DAC com uma das seguintes
alterações de ECG basal:
- Ritmo de marcapasso
- Bloqueio de Ramo Esquerdo.
Classe IIb:
a) Cintilografia de perfusão miocárdica com exercício
ou ecocardiografia com estresse para pacientes
com probabilidade alta ou baixa para DAC que
tenham no ECG:
- Sinais de pré-excitação (Wolf-Parkinson-White).Nivel de evidência B.
- Infradesnivelamento de ST > 1mm.Nível de
evidência B.
b) Perfusão miocárdica com adenosina ou dipiridamol em pacientes com alta ou baixa probabilidade
para DAC e cujo ECG tenham:
- Ritmo de Marcapasso
- Bloqueio de Ramo Esquerdo
c) Cintilografia de Perfusão Miocárdica com exercício
ou ecocardiograma com estresse em pacientes com
probabilidade intermediária para DAC com as
seguintes alterações do ECG:
- Uso de digoxina e ECG de base com infra-desnivelamento do ST<1mm.Nível de evidência B.
- Sobrecarga do ventrículo esquerdo com infra-desnivelamento do segmento ST < 1mm,.
Nível de evidência B.
d) Cintilografia de perfusão miocárdica com exercício, ou ecocardiografia com estresse,cintilografia
de perfusão miocárdica com dipiridamol ou adenosina, ou ecocardiograma com dobutamina como
teste de estresse inicial em um paciente que não
está tomando digoxina. E com ECG de repouso
normal. Nível de evidência B.
e) Ecocardiografia com exercício ou com estresse em
pacientes com bloqueio de ramo esquerdo. Nível
de evidência C.
Recomendações para imagem cardíaca com estresse como teste diagnóstico inicial em pacientes
com angina crônica estável naqueles pacientes
incapazes de se exercitarem.
Comparação entre a Cintilografia de
Perfusão Miocárdica por radioisótopos e a
ecocardiografia com estresse.
A Tabela VI contém os critério comparativos de
ambos os métodos:
Tabela VI
Comparação das vantagens da ecocardiografia com
stress e a cintilografia de perfusão miocárdica com
radioisótopos
Vantagens do Ecocardiograma com estresse
1. Maior especificidade
2. Versatilidade: avaliação mais extensa da anatomia e
função cardíacas
3. Maior conveniência/eficácia/disponibilidade
4. Menor custo
Vantagens da Cintilografia de Perfusão Miocárdica com
Radioisótopos
1. Maior taxa de sucesso técnico
2. Maior sensibilidade e especificidade para obstrução
uniarterial
3. Maior acurácia na avaliação de possível isquemia
quando múltiplas anormalidades segmentares na
contração do ventrículo esquerdo estão presentes.
4. Maior número de trabalhos publicados na literatura,
especialmente em relação ao prognóstico da DAC e os
achados diagnósticos
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Estudo de viabilidade miocárdica:
Paciente com clique ou sopro sugestivo de prolapso de valva mitral com limitação técnica no ecocardiograma.
O paciente, em algumas circunstâncias, pode não
apresentar dor precordial embora já tenha comprometimento isquêmico do miocárdio, com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. A pesquisa de tecido
miocárdico viável mostra se existe vantagem ou não
em procedimentos de revascularização. Tal abordagem
pode ser feita pela cintilografia de perfusão miocárdica
com radioisótopos. Os melhores resultados são obtidos
com o protocolo de reinjeção tardia com o tálio.
O emprego da Ecocardiografia com contraste,
permite visualizar melhor as bordas da parede miocárdica no repouso e no esforço. Recomendação IIb.
Nível de evidência C.
Classe III - Nível de evidência C
Avaliação da função ventricular global e regional
em pacientes sem sintomas de insuficiência ventricular esquerda ou em pacientes com função ventricular
esquerda bem documentada pelo ecocardiograma.
Classe III - Nível de evidência C
Avaliação da função ventricular global e regional
em pacientes sem sintomas de insuficiência ventricular esquerda ou em pacientes com função ventricular
esquerda bem documentada pelo ecocardigrama.
Recomendações para uso da ressonância magnética cardíaca de repouso (avaliação da função ventricular global e segmentar e da viabilidade miocárdica
em repouso) no diagnóstico em pacientes com suspeita
de angina estável crônica.
Ressonância Magnética: A Ressonância Nuclear
Magnética permite visualizar, com detalhes, aspectos
da anatomia cardíaca de forma estática e em movimento
bem como estudos de perfusão miocárdica que mostram as áreas de isquemia, fibrose e até sinais sugestivos
de inflamação, no diagnóstico diferencial com miocardite, por exemplo. O fator limitante para o seu uso está
no custo, ainda muito elevado, necessidade de que o
paciente esteja com a frequência cardíaca em torno de
60 batimentos por minuto para a aquisição das imagens.
A presença de marcapasso, próteses valvares metálicas
e alguns tipos de stents são contraindicações ao exame.
Classe I - Nível de evidência B
Pacientes com sintomas de ICC, disfunção ventricular, doença arterial coronariana documentada
e com possibilidade técnica para revascularização
miocárdica com áreas de acinesia ou discinesia e com
contra-indicação para realização de estudo de estresse
por ecocardiograma ou medicina nuclear (lesões críticas, arritmia ventricular, DPOC, etc), ou, ainda, com
limitações técnicas no ecocardiogram; pacientes com
suspeita de infarto do miocárdio prévio sem confirmação por outros métodos diagnósticos (detecção de
infartos subendocárdicos ou microinfartos).
Classe I - Nível de evidência B.
Pacientes com dor torácica e suspeita de dissecção
de aorta.
Classe I - Nível de evidência C
Pacientes com sopro sistólico sugestivo de estenose
aórtica e/ou cardiomiopatia hipertrófica com limitação técnica no ecocardiograma;
Pacientes com sintomas compatíveis com disfunção
ventricular esquerda associada a dor precordial ou
suspeita de equivalente isquêmico e com limitação
técnica no ecocardiograma;
Pacientes sem histórico de infarto miocárdico prévio
(ou história não confirmada), porém com sinais sugestivos de infarto ao ECG e com limitação técnica
no ecocardiograma;
Pacientes com dor torácica com evidências clínicas
de doença valvar, pericárdica ou doença miocárdica
primária e com limitação técnica no ecocardiograma;
Pacientes com dor torácica e suspeita de isquemia miocárdica com ECG de repouso não-diagnóstico e com limitação técnica no ecocardiograma e medicina nuclear.
Classe I - Nível de evidência C
Pacientes diabéticos e disfunção ventricular ou
áreas de acinesia ou discinesia.
Classe IIa - Nível de evidência B.
Pacientes com sintomas de ICC, disfunção ventricular, doença arterial coronariana documentada e
com viabilidade técnica para revascularização miocárdica, com áreas de acinesia ou discinesia sem contra-indicações para realização de estudo de estresse por
ecocardiograma ou medicina nuclear.
Classe IIb - Nível de evidência B
Paciente com disfunção ventricular importante,
doença arterial coronariana documentada (mais de
um vaso), com angina típica ou infarto prévio documentado para avaliar a viabilidade miocárdica global
ou segmentar e como suporte à estratégia de revascularização miocárdica.
Avaliação diagnóstica da presença de infarto do
miocárdio prévio em paciente sem confirmação defi-
Classe IIb - Nível de evidência C
Avaliação complementar ao ecocardiograma para
suspeita de cardiomiopatia hipertrófica.
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nitiva pela história e com evidências sugestivas, mas
não confirmatórias, ao ECG ou ecocardiograma.
estresse: pré-excitação (Wolf Parkinson White), mais
de 1mm de depressão do segmento ST, bloqueio de
ramo esquerdo, uso de digoxina e depressão do segmento ST <1mm, hipertrofia de VE com depressão do
segmento ST <1mm.
Como teste inicial em pacientes com ECG de repouso normal e limitações técnicas no ecocardiograma
e medicina nuclear de estresse.
Classe III - Nível de evidência C
Paciente com suspeita de angina estável, sem ICC
e sem histórico de infarto miocárdico prévios ou sinais
sugestivos ao ecocardiograma ou ECG.
Avaliação da viabilidade miocárdica em pacientes
com suspeita de angina estável, com ICC e predomínio
de regiões com hipocinesia e espessura ventricular
preservadas ao ecocardiograma ou com outras informações altamente sugestivas de viabilidade miocárdica preservadas.
Recomendações para uso da ressonância magnética cardíaca de estresse (avaliação da função ventricular
global e segmentar e da perfusão miocárdica durante
estresse farmacológico – dobutamina, dipiridamol ou
adenosina) no diagnóstico em pacientes com suspeita
de angina estável crônica
Classe III - Nível de evidência C
Avaliação de rotina em pacientes após revascularização miocárdica.
Recomendações para uso da ressonância magnética cardíaca de repouso e de estresse na avaliação
prognóstica em pacientes com suspeita de angina
estável crônica
Classe I - Nível de evidência B
Avaliação da viabilidade miocárdica (miocárdio
hibernado) para planejamento da revascularização;
avaliação da função ventricular em repouso e durante
estresse com dobutamina.
Avaliação da função ventricular sequencial para
seguimento do efeito de intervenção terapêutica
(maior reprodutibilidade da função ventricular esquerda pela ressonância magnética).
Classe I - Nível de evidência B
Pacientes com probabilidade pré-teste intermediária de doença arterial coronariana e incapazes de
realizar exercício físico eficaz e com limitações técnicas
no ecocardiograma ou medicina nuclear de estresse.
Classe I - Nível de evidência C
Pacientes com revascularização miocárdica prévia
(angioplastia ou cirurgia) e com limitações técnicas
no ecocardiograma ou medicina nuclear de estresse;
pacientes com probabilidade pré-teste intermediária
de doença arterial coronariana e capazes de realizar
esforço físico eficaz, porém com uma das alterações
abaixo no ECG de repouso e com limitações técnicas
no ecocardiograma e medicina nuclear de estresse:
pré-excitação (Wolf Parkinson White), mais de 1mm
de depressão do segmento ST, bloqueio de ramo
esquerdo.
Avaliação da reestenose após angioplastia em
pacientes com sintomas recorrentes atípicos e com limitação técnica no ecocardiograma e medicina nuclear.
Classe I - Nível de evidência C
Avaliação da extensão, localização e gravidade da
isquemia miocárdica pela função ou perfusão miocárdica de repouso ou estresse; avaliação da significância
funcional das lesões coronarianas no planejamento de
angioplastia coronariana;
Avaliação da função ventricular para guiar a terapêutica medicamentosa em pacientes com disfunção
ventricular conhecida ou suspeita e com limitação
técnica no ecocardiograma.
Classe IIb - Nível de evidência C
Avaliação de pacientes assintomáticos com teste
de esforço, ecocardiograma de estresse ou medicina
nuclear positivos.
Classe IIa - Nível de evidência C
Avaliação da reestenose após angioplastia em
pacientes com sintomas recorrentes típicos e com limitação técnica no ecocardiograma ou medicina nuclear.
Classe IIb Nível de evidência C.
Pacientes com baixa ou alta probabilidade pré-teste de doença arterial coronariana e com limitações
técnicas no ecocardiograma e medicina nuclear de
estresse; pacientes com probabilidade pré teste alta
ou baixa de doença arterial coronariana e capazes
de realizar esforço físico eficaz, porém com uma das
alterações abaixo no ECG de repouso e com limitações
técnicas no ecocardiograma e medicina nuclear de
Classe III - Nível de evidência C
Avaliação de pacientes assintomáticos com baixa
probabilidade de doença arterial coronariana;
Avaliação de pacientes estáveis para os quais nenhuma alteração terapêutica esteja sendo planejada;
Substituição do teste de esforço para pacientes nos
quais o teste ergométrico deve ser suficiente;
Avaliação de rotina em pacientes após revascularização miocárdica.
Tomografia computadorizada de alta resolução: A
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tomografia computadorizada avalia a carga de placas
de ateroma que é representada pela calcificação coronariana (CAC) e também pode avaliar as obstruções
coronarianas por meio da angiografia não-invasiva.
A CAC se correlaciona com a carga de placas de
ateroma em estudos anatomopatológicos e de ultra-som intracoronariano. A carga de placa, por sua vez,
correlaciona-se com o risco de eventos clínicos. Metanálise publicada recentemente, com uma população
que equivale a um seguimento de 13.000 pessoas-anos
de observação, mostrou o papel independente dos
escores de cálcio coronariano na predição de eventos
clínicos, sem intervenção dos fatores de risco clássicos
(tabela VII).
Como a CAC aumenta com a idade, outra possibilidade é a avaliação dos escores de cálcio, segundo
os percentuais de distribuição para a idade e sexo.
São classificados como de alto risco para eventos coronarianos indivíduos com escores acima de 400 ou
acima do percentual 75 para a idade e sexo. Kondos et
al (2003)(5) avaliaram esses escores num estudo prospectivo de 5635 indivíduos assintomáticos com idade
entre 30-76 anos submetidos a EBT com risco baixo e
médio de DAC. A presença de CAC associou-se a um
risco 10,6 vezes maior nos homens e 2,6 vezes maior
nas mulheres, quando comparados à ausência da CAC.
Naqueles com CAC acima do percentual 75 para
idade e sexo, o risco de eventos coronarianos maiores
(infarto do miocárdio fatal ou não) foi no mínimo
duas vezes maior do que o dos indivíduos nos outros três percentuais de distribuição. Esses achados
ocorreram após ajuste para os fatores de risco para a
DAC. A distribuição dos escores de cálcio, avaliada
pela tomografia ultra-rápida para homens e mulheres
em população branca brasileira, foram recentemente
publicados.
É importante enfatizar que esses escores, bem
como a maioria dos dados da literatura, foram obtidos
em aparelhos ultra-rápidos e não em tomógrafos de
múltiplos detectores. Contudo, aceita-se equivalência
entre os dois métodos para escores de cálcio acima
de 100. Há evidência, também, de que a ausência de
calcificação associa-se ao baixo risco de eventos coronarianos no curto prazo. Entretanto, esse risco, mesmo
baixo, não é ausente.
A sensibilidade da tomografia ultra-rápida para
o diagnóstico de obstrução coronariana beira os 95%,
sua especificidade está apenas ao redor de 66%. A avaliação da CAC pela tomografia computadorizada não
tem utilidade em indivíduos com o diagnóstico clínico
de doença coronariana, já que a mesma não afetará o
manuseio do paciente. Assim, para indivíduos com
diagnóstico firmado de doença coronariana: Classe
III, nível de evidência C.
Da mesma forma, não está indicada em indivíduos assintomáticos de baixo risco (<10% em 10 anos)
ou alto risco, segundo os escores de Framingham (>
20% em 10 anos), já que não há evidências de sua
efetividade em mudar a conduta terapêutica. Assim,
para indivíduos com alto ou baixo risco pelo escore de
Framingham, Classe III, nível de evidência C.
Até o momento, as evidências mostram que a
avaliação da CAC poderá ser útil para melhorar a avaliação de indivíduos com risco intermediário (10-20%).
Caso haja cargas de placa moderadas a altas, o paciente
poderá ser promovido para a categoria de alto risco.
Avaliação Invasiva com
Cineangiocoronariografia associada à
ventriculografia esquerda (cateterismo
cardíaco):
Estratificação de Risco em pacientes com angina
crônica estável:
- Recomendações classe I: pacientes que apresentem
angina classe III-IV pela Classificação Canadense,
crônica estável a despeito do tratamento. Nível de
evidência B.
- Pacientes com critérios de alto risco para testes
não invasivos independentemente da gravidade
da angina.Nível de evidência B.
- Pacientes com angina e sinais e sintomas de insuficiência cardíaca associada. Nível de evidência C.
- Pacientes com características clínicas que indicam alta
probabilidade de DAC grave.Nível de evidência C.
Classe IIa:
Pacientes com disfunção significativa do ventrículo esquerdo (fração de ejeção<45%), angina classe
funcionla I-II pela escala canadense e isquemia demonstrável mas com critérios de não alto risco pelos
testes não invasivos. Nível de evidência C.
Pacientes com informações sobre risco inadequadas pelos testes não invasivos. Nível de evidência C.
Tabela VII
Intensidade da calcificação coronariana, carga de placa
e risco relativo de eventos clínicos coronarianos
Escore de cálcio
Carga de Placa Razão de Chance
0
Muito baixa -
1-100
Baixa a Moderada
101-400
Moderada a elevada
>400
Elevada
Classe IIb:
Pacientes com angina classe I e II da escala canadense, com fração de ejeção >45% e sem critérios
de alto risco pelos testes não invasivos. Nível de
evidência C.
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Classe III:
Pacientes com angina classe I ou II que respondem
à terapia medicamentosa e não mostraram isquemia
nos testes não invasivos. Nível de evidência C.
Pacientes que recusam revascularização do miocárdio. Nível de evidência C.
piridínicos devem ser evitados.
· IECA ou BRA usados continuamente em pacientes
que não tenham baixo risco (este sendo definido
naqueles com fração de ejeção normal e cujos
fatores de risco estejam bem controlados e a revascularização miocárdica tenha sido realizada),
ao menos que haja contra-indicação.
Tratamento da Angina Crônica Estável
Classe IIb:
· Anticoagulantes como varfarina associada a aspirina.Nível de evidência B.
· O uso de IECA ou BRA é razoável naqueles pacientes com baixo risco porém com fração de ejeção
discretamente reduzida ou normal e em quem os
fatores de risco estejam bem controlados e a revascularização do miocárdio tenha sido realizada.
Recomendações para o tratamento farmacológico
para prevenir o infarto do miocárdio e morte e redução
de sintomas:
Classe I:
· Aspirina na ausência de contra-indicações.Nível
de Evidência A.
· Betabloqueadores como terapia inicial na ausência
de contra-indicações. Nível de evidência A.
· Antagonistas do Cálcio e nitratos de longa duração
como terapia inicial quando os betabloqueadores
são contraindicados. Nível de evidência B.
· Antagonistas do Cálcio e nitratos de longa duração em associação com betabloqueadores quando
a terapia inicial com estes últimos não foi bem
sucedida. Nível de evidência B. Antagonistas de
cálcio de curta duração como a nifedipina devem
ser evitados.
· Antagonistas do Cálcio e nitratos de longa duração
quando a terapia inicial com betabloqueadores
produziu efeitos colaterais inaceitáveis.Nível de
evidência C.
· Nitroglicerina sublingual ou spray para alívio
imediato da angina.Nível de evidência C.
· Terapia hipolipemiante em pacientes com DAC
documentada, sendo que o LDL alvo <70 mg/dL.
· Se os triglicérides estiverem entre 200 a 499 mg/
dL deve ser tratado com dieta e ou associação com
fibratos para atingir alvo < 130 mg/dL.
· Inibidores da Enzima conversora de angiotensina
(IECA) e/ou bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) em pacientes com angina estável
função ventricular esquerda < = a 40% e naqueles
com diabetes mellitus HAS ou doença renal crônica a menos que haja contra-indicação.
Classe III:
· Dipiridamol. Nível de evidência B.
· Terapia com quelantes. Nível de evidência B.
A terapia farmacológica tem dois objetivos principais. Aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos
pacientes. Os agentes que comprovadamente reduzem
a mortalidade são os anti-agregantes plaquetários e as
estatinas. Os que reduzem os episódios isquêmicos:
betabloquadores, antagonistas do cálcio, nitratos de
longa duração.
Em pacientes com angina crônica estável, a comparação entre tratamento clínico farmacológico e
angioplastia tem efeitos e sucesso semelhantes.
O tratamento de co-morbidades associadas que
aumentam o risco cardiovascular deve ser efetuado;
hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus,
abandono do fumo.
Estimular dieta saudável e realização de atividade
física.
Indicações de Revascularização do Miocárdio
em pacientes com angina crônica estável:
O tipo de abordagem da Revascularização do
Miocárdio (intervencionista ou cirúrgica seguirá
os critérios da análise da anatomia coronariana associada à presença de extensão da área isquêmica
realizada por uma equipe de especialistas ( “Heart
Team”) composta por Cardiologista Clínico, Hemodinamicista e Cirurgião Cardíaco. Estudos como o
Syntax tem mostrado a eficácia deste tipo de análise
mais individualizada.
Classe IIa:
· Clopidogrel quando a aspirina é contraindicada.
Nível de evidência B.
· Antagonistas de cálcio de longa duração não
diidropiridínicos como terapia inicial ao invés de
betabloqueadores.Nível de evidência B.
· Terapia hipolipemiante em pacientes com DAC
suspeita e LDL –C entre 100-129 mg/dL, com alvo
LDL<100 mg/dL.Nível de evidência B.
· Antagonistas de cálcio de curta duração, diidro-
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6 - PALPITAÇÕES
Definição
Palpitação é a percepção dos batimentos cardíacos.
Pode estar associada à sensação desagradável das pulsações (desconforto, opressão, dor) ou a movimentos
no tórax e/ou em estruturas adjacentes.
A palpitação pode ser fisiológica, quando ocorre
em situações como após esforço físico ou estresse emocional. Além dessas situações, é considerada anormal.
PALPITAÇÕES - principais causas
Cardiopatia estrutural: prolapso da valva mitral,
insuficiência mitral ou aórtica severas, cardiopatia
congênita com shunt significativo, aneurisma ventricular gigante
·
Medicamentos e drogas ilícitas ou recreativas: simpaticomiméticos inalatórios, vasodilatadores, retirada
de betabloqueadores, álcool, cocaína, anfetaminas,
cafeína, heroína, maconha, inibidores de apetite.
PALPITAÇÕES - História
Etiologia
Origem arrítmica – correspondem a 41% dos casos
Origem não-arrítmica – correspondem a 43% dos
casos
Origem inexplicada (provavelmente não-arrítmica) – correspondem a 16% dos casos.
Documentação eletrocardiográfica do ritmo durante sintoma espontâneo é essencial para confirmação
da relação de causa e efeito, estabelecendo uma causa
arrítmica ou não para o sintoma.
·
·
Avaliação clínica
História: a avaliação clínica do paciente com
palpitações começa com a história do sintoma e dos
antecedentes. Algumas questões quanto circunstâncias, modo de início e de término do sintoma e
tipo de palpitação são importantes para direcionar a
investigação. História prévia de comorbidades e uso
de medicações também deve ser obtida.
Fisiopatologia
Mecanismos relacionados: 1) batimentos cardíacos rápidos regulares ou irregulares ou lentos, como
ocorrem em taquicardias fisiológicas ou secundárias
a arritmias, 2) contrações cardíacas muito intensas
e movimentos anômalos do coração no tórax, como
nos casos de cardiopatias estruturais congênitas ou
adquiridas, 3) percepção subjetiva exacerbada dos
batimentos cardíacos, o que ocorre nas desordens
psicossomáticas.
Arritmias cardíacas: extrassístoles ou taquicardias
supraventriculares e ventriculares, bradicardia sinusal
severa, pausas, bloqueios atrioventriculares
Causas sistêmicas: febre, anemia, gravidez, hipoglicemia, hipovolemia, feocromocitoma, hipertiroidismo,
fístulas artério-venosas
Prognóstico
Pacientes que apresentam palpitações geralmente têm um prognóstico benigno, com baixas taxas
de mortalidade, porém o prognóstico vai variar de
acordo com a etiologia subjacente e as características
do paciente.
Pacientes com palpitações frequentes e recorrentes
têm prejuízo significativo das suas qualidades de vida.
Importância
As palpitações são a segunda causa de atendimento médico em cardiologia, 16% dos sintomas, perdendo
apenas para dor torácica.
Devido a possibilidade de múltiplas causas, algumas potencialmente malignas, há uma tendência
médica a aplicar inúmeros recursos complementares
com fins diagnósticos, que demandam tempo e apresentam custo elevado.
·
·
·
Circunstâncias: atividade (repouso, esforço, alteração
de postura), posição (decúbito ou ortostase), fatores
predisponentes (estresse emocional, esforço físico)
·
Início do sintoma: súbito, progressivo, sintomas
precursores (dor torácica, dispnéia, tonturas)
·
Características do episódio: tipo de palpitações (regulares, irregulares, batimentos isolados, batimentos
repetitivos), duração dos episódios, sintomas associados (dispnéia, dor torácica, poliúria, síncope ou
pré-síncope, batimentos no pescoço)
·
Término do sintoma: súbito, progressivo, espontâneo,
uso de medicações ou manobras vagais
·
Antecedentes: idade de início, número de episódios
prévios, frequência dos episódios, cardiopatia prévia, desordens psicológicas diagnosticadas, doença
sistêmica (anemia, hipo ou hipertiroidismo, feocromocitoma, hipotensão postural), história familiar de
morte súbita, uso de medicações ou drogas ilícitas ou
recreativas.
Exame físico: na maioria das vezes é realizado
fora dos episódios sintomáticos. Avaliar presença de
sinais sugestivos de cardiopatia estrutural ou doenças
sistêmicas.
Eletrocardiograma: quando realizado durante os
Desordens psicossomáticas: ansiedade, transtorno
do pânico, depressão, desordens de somatização
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episódios de palpitações pode esclarecer o diagnóstico e estabelecer a relação causa arrítmica-sintomas
ou não. Fora dos episódios deve ser avaliado quanto
à presença de sinais sugestivos de origem arrítmica
das palpitações.
cada, no mesmo procedimento. Porém, está indicado
apenas no final do processo diagnóstico, quando os
outros métodos não ajudaram no esclarecimento, e as
palpitações são sugestivas de causa arrítmica. Como
exceção, o EEF deve ser indicado precocemente em
pacientes portadores de cardiopatias significativas e
naqueles com síncopes precedidas por palpitações,
pelo elevado risco de arritmias malignas.
PALPITAÇÕES – Alterações eletrocardiográficas que
podem sugerir causas arrítmicas
·
Anormalidades de ondas P (ex. ritmos atriais ectópicos)
·
Sobrecargas de câmaras (ex. miocardiopatias, fibrilação atrial)
·
Ondas Q patológicas (ex. doença arterial coronariana,
miocardiopatia hipertrófica)
·
Anormalidades da repolarização (ex. miocardiopatias,
fenômeno de memória elétrica)
·
Ritmo sinusal bradicárdico ou taquicárdico (ex.doença
do nó sinusal, anemia)
·
Extrassístoles atriais ou ventriculares (ex. miocardiopatias, idiopáticas)
·
Intervalo QT longo ou curto (ex.canalopatias, uso de
medicamentos)
·
Bloqueios atrioventriculares e intraventriculares (ex.
doença degenerativa do sistema de condução)
·
Padrão eletrocardiográfico de Brugada (Síndrome de
Brugada)
·
Ondas épslon ou inversão das ondas T de V1 a V3
(Cardiomiopatia Arritmogênica do ventrículo direito)
Holter: tem como objetivo documentar o ritmo
cardíaco durante os episódios sintomáticos através
de monitorização eletrocardiográfica prolongada.
Pode confirmar ou excluir causas arrítmicas para as
palpitações. Tem boa especificidade, porém sua sensibilidade pode ser muito pequena (33-35%), a depender
da frequência de recorrência das palpitações. Estão
indicados para todos os pacientes com palpitações
recorrentes de origem desconhecida.
Looper implantável: é um dispositivo com cerca
de 2,0-3,0 cm, implantado subcutaneamente na região
torácica anterior dos pacientes. São monitores de
eventos que permitem gravação contínua, em alça,
do ritmo cardíaco, e que retêm a informação ao serem
ativados pelo paciente ou automaticamente, de acordo
com parâmetros previamente programados. Os mais
modernos têm duração de bateria de mais de 24 meses.
Estão indicados em pacientes com palpitações severas
e infrequentes (intervalos entre as crises > 4 semanas)
e quando todas as outras formas de investigação são
negativas.
Estudo eletrofisiológico (EEF): permite identificar
o tipo de arritmia responsável pelas palpitações, bem
como realização de terapia por ablação, quando indi-
Tratamento
· Deve ser direcionado para as causas etiológicas
determinadas.
· Uma vez afastada etiologia arrítmica ou diagnosticada arritmia benigna, tranquilizar o paciente da
natureza benigna do quadro.
· Restrição de substâncias adrenérgicas, como bebidas alcoólicas e cafeína.
· Controle adequado dos fatores de risco cardiovasculares, principalmente hipertensão.
· Acompanhamento e tratamento de condições psiquiátricas (transtorno psicossomático, depressão,
ansiedade)
· Se uma arritmia específica é encontrada, terapia
direcionada com antiarrítmicos, ablação ou cardiodesfibrilador implantável.
Indicações de hospitalização
A maioria dos pacientes que apresenta palpitações
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Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
· Bradiarritmias que tenham indicação de implante
de marcapasso
· Disfunção de CDI/Marcapasso que não seja corrigível por reprogramação
não tem indicação de hospitalização. A indicação de
hospitalização se impõe quando:
· Avaliação clínica inicial sugere um risco iminente
para arritmia grave (ex. Taquicardia Ventricular
Polimórfica em paciente portador de Síndrome
do QT longo, Taquicardia Ventricular Sustentada
em portador de Miocardiopatia Isquêmica)
· Avaliação clínica inicial evidenciando taquiarritmias supraventriculares ou ventriculares que
necessitem de interrupção imediata ou em curto
espaço de tempo
Bibliografia Consultada
Raviele A, Giada F, Bergfeldt L, Blanc JJ, Blomstrom-Lundqvist C,
Mont L, et al. Management of patients with palpitations: a position
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Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
7 - SÍNCOPE
Definição
Síncope é a perda abrupta e transitória da consciência associada à perda do tônus postural, seguida
por completa e usualmente rápida recuperação espontânea.
Avaliação clínica
História: a história dos eventos e dos antecedentes
é diagnóstica da etiologia da síncope em mais de 50%
dos casos. Algumas questões devem ser abordadas:
quanto ao tipo do episódio (evento sincopal ou não),
número de episódios, sintomas associados, sintomas
prodrômicos, início dos sintomas, posição prévia ao
evento, fatores desencadeantes, duração dos eventos,
comorbidades, história familiar, uso de medicações ou
drogas ilícitas ou recreacionais.
Exame físico: avaliação da pressão arterial na
posição supina, sentada e em ortostase, avaliação
da regularidade do pulso e da frequência cardíaca,
ausculta cardíaca e do pescoço, avaliação de sinais
neurológicos.
Testes laboratoriais: na avaliação de síncope, testes
laboratoriais apesar de pouco valor diagnóstico podem
ser solicitados. Dentre eles: hemograma, função renal
e eletrólitos, gasometria arterial e função tireoidiana.
Eletrocardiograma: deve ser obtido em todos os
pacientes com síncope. Pode sugerir causa cardíaca.
Etiologia
• Síncope reflexa (neuralmente mediada)
Vasovagal; Situacional; Síndrome do Seio Carotídeo; Formas atípicas.
• Síncope por hipotensão ortostática
Falência autonômica primária; Falência autonômica secundária; Induzida por drogas ou depleção
de volume.
• Síncope cardíaca
Arrítmica: bradiarritmias, taquiarritmias
Estrutural: cardíaca e outras (embolia pulmonar,
dissecção aórtica aguda, hipertensão pulmonar).
SÌNCOPES – Características clínicas que sugerem síncope
reflexa
· Ausência de cardiopatia estrutural
· Síncopes recorrentes de longa data
· Relação com sensações desagradáveis visuais, sonoras,
do olfato ou dor
· Relação com posturas ortostáticas prolongadas e ambientes aglomerados e abafados
· Associação com náuseas, vômitos e epigastralgia, principalmente em crianças
· Ocorrência durante ou após a refeição
· Relação com postura ou movimentos do pescoço
· Ocorrência após o exercício
SÍNCOPES – Alterações eletrocardiográficas sugestivas de
causa arrítmica
· Bloqueio bifascicular ou outras anormalidades da condução intraventricular
· Bloqueio atrioventricular do 2° e 3° graus
· Bradicardia sinusal (frequência cardíaca < 50 bpm) ou
pausas > 3 s na ausência de medicações inotrópicas negativas
· Taquicardia ventricular não-sustentada
· Pré-excitação ventricular
· Intervalo QT longo ou curto
· Repolarização ventricular
· Padrão eletrocardiográfico de Brugada (padrão de BRD
com elevação do ST de V1 a V3)
· Ondas Q sugerindo áreas eletricamente inativas ou Miocardiopatia Hipertrófica
· Ondas épslon ou inversão das ondas T de V1 a V3 (Cardiomiopatia Arritmogênica do ventrículo direito)
SÌNCOPES – Características clínicas que sugerem síncope
por hipotensão ortostática
· Relação com o movimento de levantar-se
· Relação temporal com início ou ajuste de doses de drogas
vasodepressoras
· Relação com posturas ortostáticas prolongadas e ambientes aglomerados e abafados
· Presença de neuropatias autonômicas (ex. neuropatia
diabética) ou Parkinson
· Ocorrência após exercício
Holter: está indicado na presença de características
clínicas ou eletrocardiográficas que sugiram síncope
arrítmica, e nos casos de síncopes ou pré-síncopes
muito frequentes. Pode confirmar ou excluir causas
arrítmicas para os eventos.
Looper implantável: é um dispositivo com cerca
de 2,0-3,0 cm, implantado subcutaneamente na região torácica anterior dos pacientes. São monitores
de eventos que permitem gravação contínua, em
alça, do ritmo cardíaco, e que retêm a informação ao
serem ativados pelo paciente ou automaticamente, de
acordo com parâmetros previamente programados.
SÌNCOPES – Características clínicas que sugerem síncope
cardíaca
· Presença de cardiopatia estrutural
· História familiar de morte súbita inexplicada ou canalopatia
· Ocorrência durante o exercício
· Síncope precedida por palpitações
· Eletrocardiograma anormal
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Avaliação neurológica: deve ser solicitada a todos
os pacientes em quem a perda de consciência pode ser
de origem convulsiva. Deve-se considerar etiologia
convulsiva dos episódios de perda de consciência
quando: houver história de aura, movimentos tônicos-clônicos prolongados, automatismos, mordedura da
língua, confusão prolongada, cefaléia ou sonolência
após o evento e história familiar de epilepsia.
Estratificação de risco: estratificação de risco, para
avaliar a possibilidade de eventos cardiovasculares
maiores e morte súbita, deve ser realizada em todo
paciente com síncope de origem incerta após avaliação
clínica inicial.
Os mais modernos têm duração de bateria de mais
de 24 meses. Estão indicados na presença de síncopes
recorrentes na ausência de cardiopatia aparente e de
características sugestivas de síncopes neuromediadas
(síncopes inexplicadas).
Teste ergométrico: está indicado nos casos em que
os episódios de síncope ocorrem durante ou imediatamente após o exercício.
Ecocardiograma: na suspeita de cardiopatias, para
avaliação do substrato e estratificação de risco.
Cateterismo cardíaco e outros estresse testes indutores de: devem ser solicitados quando há suspeita
de doença coronariana e isquemia miocárdica como
causas de arritmias.
Estudo eletrofisiológico (EEF): a eficácia diagnóstica do estudo eletrofisiológico para determinar a causa
da síncope é bastante dependente do grau de suspeita
clínica. Outro fator também importante, é o protocolo
do estudo realizado.
SÍNCOPES – Critérios de alto risco a curto prazo e
indicação de hospitalização
· Presença de insuficiência cardíaca ou história de cardiopatia estrutural ou de doença arterial coronariana
· Eletrocardiograma anormal: isquemia aguda, arritmias,
anormalidades de condução significativas
· Anemia severa (HT< 30%) ou distúrbio hidroeletrolítico
· Síncope com trauma
· Idade avançada (> 65 anos)
SÌNCOPES – Indicações de EEF
· Síncopes em portadores de cardiopatia isquêmica quando
a avaliação clínica inicial sugere uma causa arrítmica da
síncope, exceto quando já existe indicação para implante
de um cardiodesfibrilador
· Síncopes em pacientes com bloqueios de ramo, quando
os testes não-invasivos forem negativos
· Síncopes precedidas de palpitações, também quando os
testes não-invasivos forem negativos
· Síncopes em pacientes com ocupações de alto-risco
Teste de inclinação (Tilt test) : é um teste em que o
paciente é submetido a estresse ortostático (inclinação a
60-70°, por 20-40 min) passivo ou sensibilizado com fármacos (ex. nitrato, isoprenalina) com objetivo de desencadear o reflexo vasovagal, naqueles com suscetibilidade.
O exame tem uma boa especificidade para diagnóstico
de síncopes neuromediadas, com sensibilidade satisfatória. A manobra de compressão dos seios carotídeos
para diagnóstico de Síndrome do Seio Carotídeo, está
indicada em pacientes maiores de 40 anos com síncope
de origem inexplicada. Geralmente, é realizada durante
o exame de Tilt Test, antes da sensibilização.
SÍNCOPES – Indicação do Tilt test
· Síncopes recorrentes sem cadiopatia
· Quando a confirmação e demosntração de suscetibilidade
a síncope reflexa é necessária
· Episódio isolado de síncope em paciente de risco (profissões de risco, atletas, traumatismo físico, idade avançada)
· Síncope recorrentes em pacientes cardiopatas, desde que
afastadas as causas relacionadas a cardiopatia, ou caso a
história seja muito sugestiva de etiologia vagal
· Discriminação entre síncope reflexa e síncope por hipotensão postural
· Avaliação de pacientes com quedas recorrentes
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Tratamento
Os objetivos do tratamento para pacientes com
síncopes são prolongar a sobrevida, limitar possíveis
lesões físicas e prevenir recorrências. Conhecer a causa e o mecanismo da síncope é essencial para que se
estabeleça o tratamento adequado.
Bibliografia Consultada
Alboni P, Brignole M, Menozzi C, Raviele A, Del Rosso A, Dinelli
M,et al. Diagnostic value of history in patients with syncope with
or without heart disease. J Am Coll Cardiol 2001; 37:1921-8.
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and the prevention of sudden cardiac death: a report of the American
College of Cardiology/American Heart Association Task Force and
the European Society of Cardiology Committee for Practice Guidelines (Writing Committee to Develop Guidelines for Management
of Patients With Ventricular Arrhythmias and the Prevention of
Sudden Cardiac Death). J Am Coll Cardiol 2006; 48:e247-346.
SÍNCOPE REFLEXA E HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA Tratamento
· Tranquilizar o paciente, esclarecer o quadro e o risco de
recorrências
· Medidas higiênico-dietéticas e modificação do estilo de
vida: hidratação e ingesta de sal adequada, evitar bebidas
alcoólicas e medicações vasodepressoras (diuréticos, beta-bloqueadores, dipirona), evitar ambientes aglomerados
e quentes, buscar proteção sentado ou deitado quando
reconhecimento dos pródromos
· Utilização de meias elásticas e cintas abdominais nos
casos mais severos
· Recomendar utilização de contramanobras isométricas
naqueles com pródromos
· Tilt training
· Fludrocortisona ou Midodrina nos casos refratários às
medidas de orientação higiênico-dietéticas e de estilo de
vida
· Marcapasso cardíaco artificial nas formas predominantemente cardioinibitórias, em casos selecionados
· Dormir com elevação da cabeceira da cama (>10°) para
pacientes com hipotensão postural importante
Huff JS, Decker WW, Quinn JV, Perron AD, Napoli AM, Peeters S, et
al.Clinical policy: critical issues in the evaluation and management
of adult patients presenting to the emergency department with
syncope. Ann Emerg Med. 2007; 49:431-44.
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Society of Cardiology (ESC), European Heart Rhythm Association
(EHRA), Heart Failure Association (HFA); Heart Rhythm Society
(HRS), Moya A, Sutton R,et al. Guidelines for the diagnosis and management of syncope (version 2009). Eur Heart J. 2009; 30:2631-71.
SÍNCOPES ARRÍTMICAS - Tratamentos
· Terapia com drogas antiarrítmicas: controle da frequência
e do ritmo da Fibrilação Atrial, taquicardias supraventriculares ou ventriculares como adjuvante à terapia por
ablação ou em casos de insucesso da técnica
· Ablação por cateter: como terapia primária de taquicardias supraventriculares ou ventriculares em pacientes
com coração estruturalmente normal, ou como terapia
adjuvante ao cardiodesfibrilador implantável em pacientes cardiopatas
· Cardiodesfibrilador implantável (CDI): indicado como
profilaxia secundária em pacientes cardiopatas com
taquicardia ventricular documentada, como profilaxia
primária em coronariopatas com taquicardia ventricular
ou fibrilação ventricular induzida no EEF, como profilaxia
primária em cardiomiopatias herdadas e canalopatias
· Marcapasso cardíaco artificial: doença do nó sinusal,
bloqueios atrioventriculares, bloqueios bifasciculares com
estudo eletrofisiológico positivo
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8 - SEGUIMENTO AMBULATORIAL APÓS INTERVENÇÃO
CORONÁRIA PERCUTÂNEA
− Os pacientes portadores de doença coronariana
estável, e que foram submetidos à angioplastia com
stent farmacológico, devem receber clopidogrel por
no mínimo doze meses (Classe I, Nível B). Já aqueles
que realizaram angioplastia com stent não-farmacológico, devem receber clopidogrel por no mínimo
trinta dias e idealmente por 12 meses, caso não
haja alto risco de sangramento (Classe I, Nível B).
O manejo clínico ambulatorial dos pacientes
submetidos à intervenção coronária percutânea (ICP)
deve ser norteado pela prevenção secundária, uma vez
que tais pacientes são de alto risco para recorrência de
eventos coronarianos, pela terapia de dupla antiagregação plaquetária e seus riscos, além da monitorização
de possível trombose e/ou reestenose coronária.
Prevenção secundária
Retorno ambulatorial
Medidas gerais
Pacientes submetidos à ICP são considerados de
alto risco para eventos coronarianos futuros, devendo
receber atenção especial no que tange às medidas de
prevenção secundária. Tais medidas devem ser instituídas ainda durante a internação hospitalar, são fundamentais para retardar a progressão da aterosclerose e,
consequentemente de novos eventos ou coronarianos
ou em demais órgãos-alvos. Consistem em:
− Manutenção dos níveis de LDLc abaixo de 70 mg/
dL (Classe I, Nível A); dose adequada de estatina
deve ser instituída (Classe IIa Nível C).
− Controle dos níveis pressóricos com modificações
no estilo de vida (Classe I, Nível B) e farmacoterapia adjunta (Classe I, Nível A), mantendo a meta
de níveis abaixo de 140X90 mmHg.
− Manejo do diabetes mellitus com mudanças de
hábitos e medicamentos (Classe I, Nível C).
− Advertir quanto à necessidade de cessar o tabagismo (Classe I, Nível A).
Idealmente o retorno ambulatorial deve acontecer
ainda no primeiro mês após a ICP, com o objetivo de
avaliar sintomas, presença de insuficiência cardíaca,
aderência ao tratamento medicamentoso, especialmente
à dupla antiagregação plaquetária, além da monitorização de complicações inerentes a ela, como ocorrência de
sangramentos. A pesquisa de isquemia, especialmente
a silenciosa, é fundamental e deve ser minuciosa, uma
vez que pacientes submetidos à ICP são considerados
de alto risco para novos eventos coronarianos.
Monitorização de sangramentos
Nos pacientes com aspirina associada à terapia
prolongada com tienopiridínicos por seis meses a
um ano, deve-se monitorar sangramentos e realizar
hemograma semestral 3.
Retorno às atividades habituais
O retorno às atividades habituais varia de acordo com a evolução clínica; se favorável, deve ser
estimulada precocemente. As recomendações para
retorno às atividades laborativas também devem ser
individualizadas, variando de acordo com o grau de
estresse e tipo de atividade desempenhada. Nos pacientes submetidos à angioplastia pós IAM, o retorno
às atividades fica diretamente dependente da evolução
clínica do mesmo e também deve ser individualizada.
Para os pacientes submetidos à revascularização
miocárdica incompleta, especialmente no contexto do
tratamento percutâneo da síndrome coronariana aguda,
é importante enfatizar a necessidade de tratamento das
demais lesões mediante avaliação prévia de isquemia.
Terapia de dupla antiagregação plaquetária
A dupla antiagregação plaquetária diminui a possibilidade de trombose coronária, reduzindo as taxas
de mortalidade. A aderência a tal terapia, bem como
a monitorização de possíveis complicações inerentes
ao seu emprego, especialmente sangramentos, são
fundamentais.
− A aspirina deve ser mantida indefinidamente
(Classe I, Nível A).
− Os pacientes portadores de síndrome coronariana
aguda (SCA) e submetidos à angioplastia com
implante de stent farmacológico ou não, o derivado tienopiridínico deve ser usado por 12 meses
no mínimo. São opções: Clopidogrel 75 mg/dia,
Prasugrel 10 mg/dia e Ticagrelor 90 mg duas vezes
ao dia (Classe I, Nível B). Quanto ao Prasugrel, seu
uso não é recomendado em pacientes com mais
de 75 anos e/ou peso corporal menor que 60 Kg,
devido ao elevado risco de sangramento maiore,
os quais associam-se a aumento da mortalidade.
Avaliação de isquemia
Passados trinta dias, sintomas anginosos limitantes
ou equivalentes entre o terceiro e sexto mês, falam a favor de reestenose, sendo indicação de nova cinecoronariografia, por tratar-se de paciente de alto risco clínico.
Em pacientes com perspectiva de ingressar em
programa de reabilitação cardíaca após ICP, é razoá-
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vel a realização de teste de esforço para avaliação de
capacidade de exercício e frequência cardíaca (Classe
IIa, Nível C). Não há evidências de benefícios com a
realização rotineira de testes de esforço em indivíduos
assintomáticos submetidos à ICP. Testes de esforço
de rotina apresentam alto índice de resultados falso-positivos, além de baixa sensibilidade, sendo portanto
contra-indicados neste cenário.
Cerca de 25% dos pacientes com reestenose são
assintomáticos, sendo fundamental a pesquisa de
isquemia silenciosa, justamente por serem pacientes
de alto risco clínico. A baixa sensibilidade do teste
ergométrico na detecção de isquemia para este grupo
populacional e sua limitação na localização do território miocárdico isquêmico fazem da cintilografia
miocárdica e o ecocardiograma sob estresse os exames
recomendáveis neste cenário, especialmente por apresentarem melhor sensibilidade e especificidade para
detecção de isquemia após a ICP, quando comparados
com o teste ergométrico.
A ecocardiografia sob estresse na avaliação de
reestenose coronária após ICP, em pacientes com
recorrência de sintomas típicos tem indicação Classe
IIa. A cintilografia miocárdica após intervenção para
avaliação de isquemia também tem a mesma indicação. Em pacientes assintomáticos, no nosso serviço,
sugerimos a realização da cintilografia miocárdica
com stress com 6 meses e 1 ano após a intervenção.
Depois disso, se o paciente se mantiver assintomático, anualmente. O tipo de stress utilizado deverá ser
individualizado para cada tipo paciente.
A sensibilidade da angiotomografia de coronárias
para avaliação de reestenose intra-stent é discutível
e limitada na presença de calcificação coronariana
intensa (Classe IIb). Tem maior acurácia nos casos de
vasos com diâmetros acima de 3 mm e no tronco de
coronária esquerda.
Os fatores mecânicos são aqueles associados à intervenção: subdimensionamento do stent, má aposição,
hipoexpansão, fraturas e dissecções.
Reestenose coronária
Mecanismos
O principal mecanismo de reestenose é a hiperplasia neointimal; outros fatores consistem em migração de
células lisas, deposição plaquetária, formação de trombos, recolhimento elástico e remodelamento negativo.
Fatores associados
Fatores relacionados ao paciente como presença de
diabetes mellitus, idade avançada, sexo feminino, lesões
envolvendo bifurcação e lesões multiarteriais, contribuem para o desenvolvimento da reestenose. Lesões longas ( >20 mm extensão ), vasos finos (diâmetro ≤ 2.5 mm)
e enxertos de veia safena também são fatores de risco.
Incidência
A incidência varia com o tipo de intervenção,
ocorrendo em:
− 30 a 60% das angioplastias realizadas somente com
a utilização de balão;
− 16 a 44% das angioplastias com stent não-farmacológico, dependendo do grupo de risco;
− 3 a 5% das angioplastias com stent farmacológico
Apresentação clínica
Menos da metade dos pacientes com reestenose
angiograficamente comprovada (reestenose que produz obstrução que compromete 50% ou mais da luz do
vaso) apresentam sintomas, em geral angina recorrente. Porém em 5 a 10% dos casos a apresentação clínica
é infarto agudo do miocárdio e em 25% angina instável
Trombose de stent
Pacientes em vigência de dupla terapia
antiplaquetária e cirurgia não-cardíaca
A trombose aguda de stent está associada a taxas
de mortalidade de 20 a 45%. Tem incidência de 1% nos
trinta primeiros dias após a ICP, e de 0.2 a 0.6% ao ano
após este período. A apresentação clínica é habitualmente de síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST, sendo, nesta situação,
indicação de cineangiocoronariografia emergencial
com pronta revascularização percutânea, se factível.
Os fatores associados à trombose são mecânicos ou
farmacológicos. A causa mais comum é a má aderência
à dupla terapia de antiagregação plaquetária, podendo haver também resistência à aspirina e derivado
tienopiridínico; menos frequentes são as trombofilias
congênitas ou adquiridas; por isso é fundamental
sempre confirmar a aderência à dupla antiagregação.
Com o espaço conquistado pela intervenção coronária percutânea e a necessidade de manter o paciente
com terapia de dupla antiagregação plaquetária,
surge a questão do manuseio de tais drogas quando
há necessidade de intervenção cirúrgica neste grupo
populacional. Estima-se que cerca de 5% dos pacientes
submetidos à ICP serão candidatos à cirurgia não-cardíaca ainda no primeiro ano após a intervenção.
O dilema do aumento do risco hemorrágico deste
paciente ser submetido à cirurgia não-cardíaca, em
vigência da dupla antiagregação, se impõe ao aumento
do risco de trombose coronária quando da sua suspensão, situação de elevada morbimortalidade.
Assim, idealmente, este procedimento cirúrgico, se
eletivo, deve ser postergado até o momento da possibi-
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lidade de interrupção segura desta antiagregação plaquetária dupla, conforme descrito aqui previamente.
É importante enfatizar que pacientes portadores de
stents farmacológicos que descontinuam a terapia antiplaquetária dupla antes do período recomendado de
um ano, são classificados como de alto risco para trombose coronária. Aqueles com stents não-farmacológicos,
após três meses da ICP, passam a ser de baixo risco. A
antiagregação endovenosa com tirofiban ou abciximab
e a anticoagulação com heparinas não-fracionada ou de
baixo peso molecular, como ponte entre a suspensão
da dupla terapia e a cirurgia não tem embasamento
científico, e dessa forma, não devem ser utilizadas
rotineiramente neste cenário.
Após a realização do procedimento cirúrgico, a antiagregação deve ser reiniciada o mais breve possível
e a otimização das demais medicações é fundamental,
incluindo a permanência das estatinas (Classe I, Nível
B), uma vez que é rara a incidência de rabdomiólise
perioperatória.
Nos casos de cirurgias emergenciais realizadas em
vigência da dupla terapia antiplaquetária, recomendase a transfusão de plaquetas; seis horas após a última
dose de clopidogrel, as plaquetas transfundidas já não
são afetadas. E, assim como no procedimento cirúrgico eletivo, a terapia de dupla antiagregação deve ser
reiniciada o mais precocemente possível.
cionista é fundamental para a individualização do
tratamento e escolha da melhor estratégia terapêutica.
Considerações finais
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A doença aterosclerótica é a principal causa de
mortalidade em pacientes acima de 40 anos. Com o
avanço da cardiologia intervencionista e com a utilização cada vez mais frequente da angioplastia, uma das
modalidades do tratamento da doença aterosclerótica
coronária, tem sido cada vez mais frequente a necessidade da dupla terapia de antiagregação plaquetária. E
a indicação da angioplastia coronária como forma de
tratamento deve ser ponderada na possibilidade ou
não da utilização prolongada destes antiagregantes
e na possibilidade de procedimento cirúrgico no ano
que segue à intervenção.
No seguimento clínico ambulatorial desses pacientes, são primordiais o controle dos fatores de risco
associados à doença aterosclerótica, a aderência ao
tratamento medicamentoso, em especial à terapia de
dupla antiagregação plaquetária, a monitorização de
trombose e reestenose coronária e a pesquisa de isquemia, inclusive a silenciosa, neste grupo de pacientes
agora considerados de maior risco clínico, em função
da intervenção coronariana prévia.
Cada paciente tem suas peculiaridades: morbidades associadas, riscos de sangramentos, necessidades
de cirurgias não-cardíacas eletivas breves. A interação
entre o cardiologista clínico e o cardiologista interven-
Mattos LA, Lemos Neto PA, Rassi A Jr, Marin-Neto JA, Sousa AGMR,
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
9 - DISLIPIDEMIAS
Definição
• Diabete melito
• Síndrome nefrótica
• Insuficiência renal crônica
• Icterícia obstrutiva
Também investiga-se o uso de fármacos que podem alterar o perfil lipídico:
• Uso de dose altas de diurético
• Betabloqueadores
• Corticosteróides
• Anabolizantes
Além disso, deve-se questionar se há alcoolismo
e ao exame físico, presença ou não de obesidade
e/ou de xantomas.
Com resultados dos exames, pode-se classificar
laboratorialmente em:
· Hipercolesterolemia isolada
· Hipertrigliceridemia isolada
· Hiperlipidemia mista
· HDL-C baixo com ou sem elevação de colesterol e/ou triglicérides
Outro tipo de classificação, utilizado com frequência nesse ambulatório, é de ordem fenotípica, Figura 1.
O termo dislipidemias significa distúrbio dos
lípides plasmáticos. A Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) possui ambulatório médico específico para estas patologias, que
pertence ao serviço de Cardiologia da Instituição. São
atendidos adultos e crianças, que são encaminhados
se apresentarem:
- LDL-c acima de 190 mg/dL na ausência de fatores
de risco ateroscleróticos;
- LDL-c acima de 160 mg/dL na presença de um ou
mais fatores de risco ateroscleróticos;
- triglicérides acima de 400 mg/dL;
- HDL abaixo de 30 mg/dL;
- Ocorrência de complicações clínicas no tratamento
hipolipemiante, tais como mialgias, miopatias,
rabdomiólise, etc;
- Não forem alcançadas as metas terapêuticas com
o tratamento hipolipemiante anteriormente prescrito;
- Na presença de fatores de risco ateroscleróticos:
idade acima de 45 anos para homens e 55 anos para
mulheres, história familiar de DAC em parente de
primeiro grau (abaixo de 55 anos para homens e de
65 para mulheres), obesidade, hipertensão arterial,
tabagismo, diabetes mellitus, síndrome metabólica
associados à dislipidemia.
Os indivíduos devem ter seus lípides avaliados
a partir de:
• 10 anos
• 2 a 9 anos: Parente 1.º grau com doença aterosclerótica antes de 55 anos (homens) e 65 anos
(mulheres) ou com CT > 300 e TG > 400 mg/dL.
Ou se pancreatite aguda, xantomatose, obesidade
ou outros fatores risco DAC.
Critérios e exames diagnósticos de
acompanhamento
Figura 1 - Classificação fenotípica das dislipidemias.
Qm=quilomícrons
Na primeira consulta, pacientes matriculados no
ambulatório de Dislipidemias, devem ter averiguados
os seguintes exames laboratoriais: creatinina, glicemia,
TSH, colesterol e frações, triglicérides, TGO, TGP, CPK,
urina I, além de ECG e RX Tórax.
Estes exames complementares são realizados no
intuito de pesquisar causas secundárias de dislipidemia e, assim, classificá-las em:
- Dislipidemias primárias (origem genética)
- Dislipidemias secundárias a:
• Hipotiroidismo
Para detecção de aterosclerose subclínica, poderão
ser feitos teste ergométrico, Doppler de carótidas com
medida da IMT ou escore de cálcio coronário. Estes
devem ser solicitados nos pacientes de risco intermediário ou para melhor estratificação de risco (ex:
portador de DM e assintomático).
No acompanhamento clínico do paciente em
tratamento farmacológico, perfil lipídico, creatinina,
TGO, TGP e CPK são feitos após 1º mês, no 3º mês e,
após este período, de 6 em 6 meses.
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Tratamento
brato 200 e 250 mg, bezafibrato 200 mg, genfibrozil 600
mg e ciprofibrato 100 mg, podem ser usados.
Todos estes fármacos estão disponíveis em nossa
farmácia de programa de alto custo.
Na hipoalfalipoproteinemia, preconiza-se uso
de ácido nicotínico e acompanhamento de perto dos
pacientes.
Alternativas aos intolerantes às drogas acima ou
que não atingiram as metas preconizadas: colestiramina, fármaco que apresenta diversos efeitos colaterais
e por isso tem seu uso reduzido; ezetimiba e Omega
3, que não estão no programa alto custo, dificultando
sobremaneira sua administração.
Deve sempre ser iniciado por dieta e modificação
no estilo de vida (MEV). Exceto em casos mais graves,
por exemplo níveis de triglicérides acima de 500 mg/
dL devido risco de pancreatite aguda. Contudo, os
exames devem sempre ser repetidos a intervalo não
inferior de 8 a 15 dias, para confirmação diagnóstica.
Na dieta para reduzir colesterolemia, orienta-se
evitar gorduras saturadas, dar preferência para mono
e poliinsaturadas. Para reduzir trigliceridemia: evitar
carboidratos, açúcares, doces e álcool.
MEV: estimular atividade física, que deve ser leve
a moderada e supervisionada, e também eleva os níveis de HDL-c; perda do excesso de peso, orientando
dieta de baixa caloria. Poderá ter avaliação complementar de nutricionista.
Após dois meses, se não atingir as metas preconizadas, o paciente iniciará o tratamento farmacológico.
Para os casos de hipercolesterolemia, utiliza-se
atorvastatina, dispondo-se de doses de 10 a 80 mg. A
posologia deve ser diretamente para atingir as metas
e não escalonada.
Para terapêutica da hipertrigliceridemia, fenofi-
Bibliografia Consultada
European Association for Cardiovascular Prevention & Rehabilitation, Reiner Z, Catapano AL, De Backer G, Graham I, Taskinen MR,
et al. ESC/EAS Guidelines for the management of dyslipidaemias:
the Task Force for the management of dyslipidaemias of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Atherosclerosis
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Sposito AC, Caramelli B, Fonseca FAH, Bertolami MC, Afi une
Neto A, Souza AG, et al. IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias
e prevenção da aterosclerose. Arq Bras Cardiol. 2007;88(Supl 1):2-19.
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10 - FIBRILAÇÃO ATRIAL
Paciente intrahospitalar
por registro eletrocardiográfico ou história clínica que
não deixa dúvidas.Isto é de fundamental importância,
pois até 48 horas do início de um episódio o risco de
tromboembolismo relacionado à reversão (química,
elétrica ou espontânea), é significativamente menor
do que após 48 horas de seu início. Caso não se possa
definir precisamente o início do episódio de FA, ela
será considerada como de início indeterminado e
abordada como FA de duração maior que 48 horas.
Pacientes com história de FA com duração menor
que 48h devem ser monitorizados até a decisão sobre
reversão química ou elétrica (observar a possibilidade
de reversão espontânea).
Neste contexto ou fatores possivelmente associados à gênese da arritmia devem ser investigados e
tratados. A FA pode ser ocorrer na vigência de quadros
agudos e durante situações transitórias, incluindo a
ingestão de álcool (“holiday heart syndrome”), cirurgias, choque elétrico, infarto agudo do miocárdio,
pericardite, miocardite, embolia pulmonar ou outras
doenças pulmonares, hipertireoidismo e outras doenças metabólicas. Em tais situações, o tratamento eficaz
das causas de base pode ser a única medida necessária para que se restaure o ritmo cardíaco normal. Na
vigência de infarto agudo do miocárdio, a ocorrência
de FA demonstra um prognóstico pior quando comparado ao ritmo sinusal ou à FA já instalada antes
do infarto. Quando a FA está associada a outras taquicardias supraventriculares como o flutter atrial, à
síndrome de Wolff-Parkinson-White ou à taquicardia
por reentrada nodal, o tratamento da arritmia primária
reduz ou elimina a incidência de FA recorrente.
Havendo menos de 48 horas, a Fibrilação atrial
será classificada como Aguda, e deverá se tentar sua
reversão, seja farmacológica ou elétrica.
Já nos episódios com 48 horas ou mais de início,
será classificada como Crônica e, na ausência de instabilidade, deverá ser realizado controle da resposta
ventricular da arritmia e avaliar-se a presença de
fatores de risco para tromboembolismo venoso.
Na possibilidade de realização de ecocardiograma
trans-esofágico, este poderá ser realizado para avaliação da presença de trombos em átrios. Na ausência
destes, está autorizada a tentativa de cardioversão,
seja química ou elétrica. Cabe ressaltar que sendo
mais efetiva e estando o paciente já sedado para a
realização do exame, a cardioversão elétrica seria a
primeira escolha.
Na ausência de disponibilidade do exame ou na
presença de trombo ou imagem duvidosa em átrios,
deverá ser iniciada a anticoagulação, permanecendo
Avaliação inicial
No âmbito hospitalar, seja no pronto socorro,
UTI ou em enfermaria, ao se observar a ocorrência
de fibrilação atrial (FA) de início recente, o primeiro
dado que deverá ser observado é se há ou não sinais
de instabilidade hemodinâmica secundários à arritmia
(figura 1). Para todos os pacientes que apresentarem
Flutter atrial, a conduta inicial deve ser a mesma que
na fibrilação atrial.
Pacientes sintomáticos com alta resposta ventricular
devem ser tratados prontamente e, em caso derebaixamento do nível de consciência, angina instável, síncope
ou pré-síncope, choque cardiogênico ou edema agudo
de pulmão, deve ser considerada a indicação de cardioversão elétrica imediata (CVE) ou de uso de drogas
intravenosas que diminuam rapidamente a frequência
ventricular, como beta-bloqueadores ou antagonistas
dos canais de cálcio e eventualmente digitálicos (Classe
I, NE C). Porém deve-se estar atento para o risco de
piora da instabilidade ao se utilizar tais drogas. Neste
caso deverá ser realizada preferencialmente a CVE.
Nos pacientes com pré-excitação ventricular e taquicardia muito rápida também deve-se optar pela CVE,
pelo risco aumentado de morte súbita que os mesmos
apresentam (Classe I, NE B)
Figura 1 – Abordagem inicial ao paciente com fibrilação
atrial
Na ausência de sinais de descompensação hemodinâmica que exijam a imediata reversão da arritmia,
o segundo dado que deve ser abordado é se o tempo
decorrente da instalão da arritmia até sua detecção é
maior ou não do que 48 horas.
Devemos considerar FA com menos de 48 horas
de duração aquela cujo início pôde ser estabelecido
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por pelo menos 3 semanas de forma efetiva para que
se possa realizar tentativa de cardioversão.
Havendo insucesso na CVQ, espera-se completar
jejum de 6 a 8 horas para realização da CVE, desde
que mantida a estabilidade hemodinâmica (figura 3).
Figura 2 - Condutas na fibrilação atrial crônica
Cardioversão
A CV poderá ser química (CVQ) ou por choque
elétrico (CVE). Embora o desenvolvimento de novas
drogas tenha aumentado a popularidade da CVQ,
esta apresenta maior risco de torsades de pointes ou
outras arritmias, por ação próarrítmica dos fármacos
empregados. Também a CVQ é menos efetiva que a
por corrente elétrica direta, principalmente quando
se utiliza o choque bifásico. A desvantagem da CVE
é a necessidade de sedação. Deve-se lembrar que a
recomendação para anticoagulação é a mesma para
ambos os métodos.
A) Cardioversão Farmacológica
Para pacientes com coração estruturalmente normal a droga de escolha é a Propafenona (Classe I, NE
A), devendo-se administrar 450 mg, via oral, em dose
única, para pacientes com menos de 70 Kg de peso,
e 600 mg para aqueles com 70Kg ou mais de peso. A
forma injetável da droga não é mais disponível no
Brasil. Como a amiodarona demora mais do que a
propafenona e tem menor sucesso na CVQ aguda,
além do risco de flebite, deverá ser a segunda opção
terapêutica nestes casos (Classe IIa, NA A).
No caso de cardiopatia estrututal com disfunção
cardíaca moderada ou grave conhecida ou suposta, a
droga que deverá ser utilizada é a amiodarona (Classe
IIa, NE A), preferencialmente endovenosa, utilizando-se 5 a 7 mg/Kg, em infusão por 30 a 60 minutos. Após
esta dose inicial inicia-se infusão contínua de 1,2 a
1,8g/24h. Importante ressaltar que estas são as doses
de ataque seguida do início da dose de impregnção.
Porém só se considera que há impregnação farmacológica de fato pela amiodarona após se atingir uma
dose total de 8 a 10g da droga.
Lembrar que o uso de Digoxina e sotalol para
reversão farmacológica da FA está contra-indicado
(Classe III, NE A).
Figura 3 - Condutas na fibrilação atrial aguda
B) Cardioversão elétrica
A CV elétrica deve ser realizada com o paciente
em jejum e sob anestesia ou sedação profunda adequada. Iniciar a CV elétrica com doses maiores de
energia é mais efetivo, resultando em menor número
de choques e menor quantidade de energia cumulativa. Choques monofásicos iniciais de 100 J geralmente
são ineficazes para a CV da FA sendo recomendado
iniciar-se com energia igual ou superior a 200 J. Para
choques bifásicos é igualmente recomendado iniciar-se
com a aplicação de 120 J ou mais, principalmente em
pacientes com FA de longa duração.
Controle da frequência cardíaca
A frequência cardíaca (FC) em pacientes com FA
depende principalmente das características de condução e refratariedade do nó AV, assim como da modulação autonômica. As drogas mais eficazes para controle
da FC são as que prolongam o período refratário do
nó AV. Nesse sentido, as terapias disponíveis para o
controle da FC incluem drogas como digitálicos, betabloqueadores e os bloqueadores dos canais de cálcio
não-dihidropiridínicos, como verapamil e diltiazem
e, em casos selecionados, a amiodarona. Tratamento
medicamentoso oral é utilizado preferencialmente em
pacientes estáveis hemodinamicamente.
Os digitálicos são bem empregados em pacientes
com insuficiência cardíaca, isoladamente ou em associação com beta-bloqueadores (classe I, NE B). Quando
associados aos beta-bloqueadores e bloqueadores de
canais de cálcio, permitem utilizar doses menores
dessas drogas, minimizando assim seus efeitos inotrópicos negativos. Cuidados especiais devem ser
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tomados em relação à toxicidade da digital, interação
com outras drogas e ajuste de dose em pacientes com
insuficiência renal.
Os beta-bloqueadores são a classe de drogas mais
utilizadas para controle da FC em pacientes com FA
(classe I, NE B). Sua utilização intravenosa (metroprolol ou esmolol) é particularmente útil em situações de
tônus adrenérgico aumentado, como nas crises agudas pós-cirurgia cardíaca. São preferíveis em relação
aos bloqueadores de canais de cálcio em pacientes
com cardiopatia isquêmica ou disfunção ventricular
esquerda. Devem ser utilizados cuidadosamente em
pacientes com disfunção ventricular esquerda grave.
Os bloqueadores dos canais de cálcio não-dihidropiridínicos (verapamil e diltiazem), são eficazes para o
controle da FC mas devem ser evitados em pacientes
com cardiopatia estrutural significativa, em especial
disfunção ventricular esquerda sistólica, devido a seus
efeitos inotrópicos negativos. São preferíveis em relação aos beta-bloqueadores em pacientes com história
de broncoespasmo ou doença pulmonar obstrutiva
crônica (classe I, NE B).
A amiodarona também deprime a condução pelo
nó AV, exercendo, assim, efetivo controle da FC em
pacientes com FA. Sua utilização pode ser útil em casos
em que a terapia com digitálicos, beta-bloqueadores ou
bloqueadores dos canais de cálcio não é efetiva (classe
IIa, NE C). Em pacientes com insuficiência cardíaca, a
amiodarona e a digoxina são opções relevantes.
A Propafenona apresenta discreto efeito beta-bloqueador, geralmente insuficiente para o controle
da FC, não sendo portanto, considerada como opção
medicamentosa para o controle da FC.
casos a cardioversão elétrica é mandatória. Em pacientes hemodinamicamente estáveis, pode-se cogitar o
uso de amiodarona endovenosa.
Anticoagulação
Pacientes com FA de duração ≥ 48 h ou de tempo
indeterminado devem iniciar anticoagulação imediatamente na emergência com heparina intravenosa ou
subcutânea, associada a anticoagulante oral (RNI de
2,0 a 3,0) por pelo menos 4 semanas após a CV.
A dose indicada de enoxaparina é de 1 mg/Kg de
12/12h. Em pacientes com idade >75 anos, utiliza-se
0,75mg/Kg de 12/12h e se apresentar disfunção renal
moderada (30 < ClCr < 50), aplicar 1 mg/Kg somente
1 vez por dia. Se clearance de creatinina menor do que
30 mg/min, indica-se uso de heparina não fracionada
com dose de ataque de 60 UI/Kg IV em bolus (máximo de 5.000UI), seguido de dose de manutenção de
12 UI/Kg/h.
Caso seja utilizado ecocardiograma transesofágico
para a identificação de trombos no átrio e apêndice
atrial como alternativa à anticoagulação antes da CV
da FA e não se identificando trombos, iniciar a administração de heparina com a injeção de um bolo inicial
seguida de infusão contínua com dose ajustada para
prolongar o TTPA de 1,5 a 2 vezes o valor controle
mantida até que a anticoagulação oral com RNI maior
do que 2 tenha sido atingida. (NE B). Manutenção da
anticoagulação oral (RNI de 2 a 3) por pelo menos
4 semanas após a reversão ao ritmo sinusal. (NE B).
Nos pacientes em que foram identificados trombos
pelo ETE, realizar a anticoagulação oral (RNI entre 2
e 3) 3 semanas antes e no mínimo 4 semanas após a
CV. (NE C)
A anticoagulação nos pacientes com flutter atrial
submetidos à CV utilizanda o mesmo protocolo empregado na FA.
Paciente ambulatorial:
Abordagem inicial:
Ao se avaliar pacientes com história de FA no
ambulatório, os três pontos mais importantes são a
prevenção de tromboembolismo, o controle da frequência ou do ritmo cardíaco e a prevenção de recorrências. Desta forma inicialmente deve-se classificar
os episódios apresentados para que se possa instituir
o tratamento mais adequado.
A. Fibrilação atrial paroxística: é aquela que termina espontaneamente, sem neccessidade de cardioversão. Geralmente são episódios que duram menos de
7 dias, frequentemente menos que 24 horas, podendo
ou não apresentar recorrências.
Figura 4 - Drogas para controle de FC na fibrilação atrial
Em pacientes com Síndrome de Wolff-Parkinson-White, algumas observações devem ser feitas. A
administração intravenosa de beta-bloqueadores, digitálicos, bloqueadores dos canais de cálcio ou adenosina
é contra-indicada em pacientes com taquicardias pré-excitadas associadas à FA, flutter atrial ou taquicardia
atrial com condução anterógrada por via acessória,
pois podem facilitar a condução aos ventrículos pela
via acessória. Assim, podem ocasionar hipotensão
arterial, baixo débito e fibrilação ventricular. Nesses
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Caso tenha ocorrido somente um episódio, na
vigência de fatores desencadeantes evidentes e potencilamente tratáveis, pode-se somente acompanhar
sem uso de medicamentos ou, em casos selecionados,
utilizar-se a terapia sob demanda, isto é, somente se
episódio de arritmia (“pill-in-the-pocket”), com propafenona 450 a 600 mg, via oral, dose única.
Já nos casos de episódios recorrentes, deve-se
iniciar terapia medicamentosa anti-arrítmica, visando
o controle de ritmo sinusal. Em casos selecionados
poderá ser indicada a ablação por radiofreuqência.
B. Fibrilação atrial persistente: é aquela que se
instala e não se interrompe a menos que seja realizada
cardioversão elétrica ou com fármacos, com duração
maior do que 7 dias. Incluída nesta categoria é a FA
com duração superior a 1 ano, chamada de FA persistente de longa duração.
Estes pacientes, após adequada anticoagulação,
deverão ser submetidos a pelo menos uma tentativa
de cardioversão, seja química ou elétrica. Havendo
sucesso, será instituída medicação para controle de
ritmo. Caso contrário, deverá ser realizado controle
de resposta ventricular. Em casos selecionados poderá
ser indicada a ablação por radiofreuqência.
C. Fibrilação atrial persistente: é aquela onde as
tentativas de reversão falharam ou na qual se fez a
opção por não tentar a reversão da arritmia.
São considerados pacientes com FA permanente
aqueles que apresentam arritmia secundária à disfunção valvar mitral moderada ou grave, pacientes com
átrio esquerdo de tamanho superior a 55 mm e os que
já foram submetidos a duas ou mais CVE sem sucesso.
Para estes pacientes deverá ser instituída terapia
medicamentosa exclusivamente para o controle da
frequência cardíaca.
com fração de ejeção igual ou menor do que 45%, somente a amiodarona pode ser utilizada e, se insucesso,
indicar-se a ablação por radiofrequência (figura 5).
Figura 5 - Abordagem ambulatorial do paciente com fibrilação atrial
Controle de frequência cardíaca
Nos pacientes onde não se conseguiu controle
de ritmo, deverá ser institído controle de resposta
ventricular.
Para tanto as drogas de escolha inicialmente são
os beta-bloqueadores. Nos pacientes com DPOC ou
asma moderada ou grave, os bloqueadores de canais
de cálcio serão a primeira opção.
Não se conseguindo controle adequado, ambas
as classes podem ser associadas. Caso não se consiga
o controle adequado, poderá ser associado um digitálico como segunda ou terceira droga no controle de
frequência.
Havendo disfunção ventricular moderada ou
grave e/ou contra-indicação para as drogas acima, a
amiodarona também pode ser utilizada na tentativa
do controle de ritmo.
Controle de ritmo
Para se obter o controle de ritmo várias drogas são
possíveis e a avaliação clínica e individualizada é que
permitirá a escolha da terapia adequada.
Em pacientes com coração estruturalmente nomal
as drogas de escolha são a propafenona e sotalol. Não
havendo controle, pode-se utilizar amiodarona ou
indicar a ablação por radiofrquência.
Caso o paciente apresente hipertensão arterial
sistêmica com hipertrofia importante, somente a
amiodarona deverá ser utilizada, sendo a ablação por
radiofrequência também uma opção.
Nos indivíduos com doença arterial coronariana
conhecida, mas sem disfunção cardíaca, a droga de
escolha é o sotalol. Caso não seja possível ou tenha
insucesso no controle de ritmo, deverá ser utilizada a
amiodarona ou indicada ablação por radiofrequência.
Por fim, nos pacientes com disfunção ventricular
Figura 6 - Drogas e doses utilizadas no controle de frequência
cardíaca no paciente ambulatorial
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Não havendo sucesso no controle, ou na intolerância às drogas utilizadas, resta o implante de marcapasso cardíaco definitivo seguido da ablação do nó
atrioventricular como última opção.
FA, os mais indicados são o CHADS2 e o CHA2DS2VASc. Embora o primeiro seja mais prático, por apresentar menor número de variáveis, muitos pacientes
com alto risco podem ser classificados erroneamente
como risco moderado para evento tromboembólico.
Desta forma sugere-se avaliar inicialmente o
CHADS2. Caso não apresente nenhum fator de risco,
indica-se AAS 75 a 325 mg por dia ou nenhuma droga,
a depender do paciente.
Caso apresente escore igual ou maior do que 2,
avalia-se o risco de sangramento. Se o risco for menor
do que o benefício, inicia-se a anticoagulação. Caso
contrário, indica-se uso de AAS.
Nos casos de escore igual a 1, deverão ser avaliaods os demais fatores de risco, contidos no CHA2DS2-VASc, para que se possa indicar anticoagulação
ou não.
Para se avaliar o potencial risco de hemorragia se
instituída a anticoagulação, indica-se o escore HASBLED para avaliação. Quanto maior o escore, maior
o risco de hemorragia grave se institída a anticoagulação.
Prevenção de fenômenos tromboembólicos
Ao se avaliar o paciente, deverá se observar a
presença de fatores de risco que aumentam a chance
de eventos tromboembólicos assim como de hemorragia, se indicada anticoagulação, para que possa ser
instituída a droga ideal para prevenção de fenômenos
tromboembólicos.
A proteção contra AVE alcançada com o AAS, em
pacientes com FA, é sensivelmente menor que com a
anticoagulação. Quanto maior o risco de AVE, menor a
segurança conferida pelo AAS. Pacientes com história
prévia de episódio isquêmico transitório (EIT) ou AVE
tiveram taxas significativamente superiores de novos
eventos (10 a 12%) sendo substancialmente benéfico o
uso de anticoagulação oral neste grupo. Cabe também
ressaltar, que as evidências sustentando a utilização
do AAS como alternativa à anticoagulação foram
observadas em doses mínimas de 300mg.
Para a anticoagulação podem ser utilizadas a
Warfarina, Pradaxa ou Rivaroxaban, sendoclasse I
nos pacientes com risco moderado ou alto de TE, independente do tipo de FAC (paroxística, persistente
ou permanente).
Nos pacientes com DAC conhecida, submetidos
ou não a procedimento de revascularização, o Pradaxa
deve ser evitado.
Se indicado o uso de warfarina, o objetivo será
atingir a intensidade capaz de minimizar efetivamente os riscos de tromboembolismo sem impacto
significativo nas taxas de hemorragia. Essa intensidade foi alcançada com o nível de RNI entre 2,0 e 3,0.
Esquemas terapêuticos isolados ou combinados com
baixas doses de varfarina não demonstraram eficácia.
Pacientes com prótese valvar metálica devem manter
RNI superior a 2,5.
Na impossibilidade de controle laboratorial do
níviel de anticoagulação (TP) ou do uso das novas
drogas para ACO, a associação de clopidogrel com
AAS apresenta maior benefício que AAS isolado, porém inferior à anticoagulação clássica e com o mesmo
risco de sangramento, devendo ser reservada para
casos bem selecionados.
É importante destacar que a manutenção da
anticoagulação na FA crônica, sobretudo em pacientes
com fatores de risco associados, deve ser feita por tempo indefinido, inclusive quando a estratégia de controle do ritmo parece ter sido efetivamente alcançada.
Dentre os diversos esquemas de avaliação clínica
para estratificação de risco de tromboembolismo na
Figura 7 - Avaliação de risco de evento tromboembólico e
hemorrágico
Figura 8 - Escore CHADS2
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desconhecida, mesmo pacientes com FA solitária. (NE
B) Pacientes com próteses valvares metálicas deverão
manter RNI > 2,5.
Bibliografia Consultada
Camm AJ, Lip GY, De Caterina R, Savelieva I, Atar D, Hohnloser SH,
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Figura 9 - Escore CHA2DS2-VASc
European Heart Rhythm Association, European Association for
Cardio-Thoracic Surgery, Camm AJ, Kirchhof P, Lip GY, Schotten U,
et al. Guidelines for the management of atrial fibrillation: the Task
Force for the Management of Atrial Fibrillation of the European
Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2010; 31:2369-429.
Gage BF, van Walraven C, Pearce L, Hart RG, Koudstaal PJ, Boode
BS, et al. Selecting patients with atrial fibrillation for anticoagulation: stroke risk stratification in patients taking aspirin. Circulation.
2004; 110:2287-92.
Lip GH, Nieuwlaat R, Pisters R, Lane DA, Crijns HM. Refining clinical risk stratification for predicting stroke and thromboembolism
in atrial fibrillation using a novel risk factor-based approach: The
Euro Heart Survey On Atrial Fibrillation. Chest. 2010; 137:263-72.
Wann LS, Curtis AB, January CT, Ellenbogen KA, Lowe JE, Estes
NA 3rd, et al. 2011 ACCF/AHA/HRS focused update on the
management of patients with atrial fibrillation (updating the 2006
guideline): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines.
Circulation. 201; 123:104-23.
Figura 10 - Escore HAS-BLED
A anticoagulação oral (RNI entre 2,0 e 3,0) deverá
ser mantida por 3 semanas antes e 4 semanas após a
CV (elétrica ou farmacológica) em todos os pacientes
com FA com duração ≥ 48 h, ou quando a duração é
Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M, Grupi C, Atié J, Lorga
Filho A, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretrizes Brasileiras de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardiol. 2009; 92(6 supl.1):1-39.
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
11 - INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Definição
para suprir as necessidades metabólicas dos tecidos,
ou manter o débito cardíaco (DC) adequado através
de pressão de enchimento ventricular elevada.
Insuficiência cardíaca (IC) é a incapacidade do
coração em bombear sangue em quantidade suficiente
Classificação da NYHA
Classe I – Pacientes com doença estrutural cardíaca, sem limitação da atividade física
Classe II – Pacientes com doença estrutural cardíaca, com leve limitação da atividade física habitual (dispnéia, fadiga ou
palpitação), assintomáticos no repouso
Classe III – Pacientes com doença cardíaca estrutural, com acentuada limitação da atividade física, menos que o habitual,
mas assintomáticos no repouso
Classe IV – Pacientes com doença cardíaca estrutural sintomáticos para qualquer atividade física, mesmo em repouso
Classificação da AHA/ACC
Estágios
Descrição
Fatores etiológicos (exemplos)
A (Pacientes de alto risco)
Pacientes com alto risco de desenvolver IC
pela presença de condições clinicas associadas
ao desenvolvimento dessa enfermidade. Tais
pacientes não apresentam nenhuma alteração
funcional ou estrutural do pericárdio,
miocárdio ou de valvas cardíacas e nunca
apresentaram sinais ou sintomas de IC
Hipertensão sistêmica, coronariopatia,
diabetes mel/itus, histórico de cardiotoxicidade,
tratamento por droga ou abuso de álcool;
histórico pessoal de febre reumática; histórico
familiar de miocardiopatia
B (Disfunção ventricular
assintomática)
Pacientes que já desenvolveram cardiopatia Hipertrofia ventricular esquerda ou
estrutural sabidamente associada à IC, mas fibrose; dilatação ventricular esquerda ou
que nunca exibiram sinais ou sintomas de IC hipocontratilidade; valvulopatia ou infarto
agudo do miocárdio
C (IC sintomática)
Pacientes com sintomas prévios ou presentes Dispnéia ou fadiga por disfunção ventricular
de IC associados com cardiopatia estrutural esquerda sistólica; pacientes assintomáticos
subjacente
sob tratamento para a prevenção de IC
D (IC refratária)
Pacientes com cardiopatia estrutural e
sintomas acentuados de I.C. em repouso,
apesar da terapia clinica máxima, e que
requerem intervenções especializadas
Exames complementares para o diagnóstico
Pacientes hospitalizados por IC ou que não
podem receber alta; pacientes hospitalizados
esperando transplante; pacientes em casa sob
tratamento de suporte IV ou sob circulação
assistida; pacientes em unidade especial para
manejo da IC
alto risco);
Avaliações laboratoriais específicas nas suspeitas de doença do tecido conectivo
Feocromocitoma e outras causas de HÁ secundária
Machado Guerreiro quando epidemiologia for
positiva para doença de Chagas;
• ECG;
• Raio X de tórax;
• Ecocardiograma;
1. Exames laboratoriais gerais: hemograma, glicemia,
creatinina, urina I, eletrólitos, T4, TSH, transaminases, perfil lipídico
2. Exames laboratoriais específicos :
• BNP (peptídeo natriurético cerebral);
• De acordo com a clínica:
Saturação de transferrina e ferritina (afastar
hemocromatose), Anti-HIV (nos pacientes de
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Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
• Medicina nuclear.
– cintilografia miocárdica de perfusão (MIBI
ou tálio avaliando isquemia, necrose e
viabilidade miocárdica);
– ventriculografia radioisotópica (função
ventricular);
– gálio 67 (atividade inflamatória);
• Ressonância nuclear magnética (avaliação da
viabilidade miocárdica, presença de displasia
do ventrículo direito, doenças do pericárdio);
• Angiotomografia (afastar doença coronária –
tem valor preditivo negativo elevado);
• Coronariografia (naqueles com história de
•
•
•
•
doença coronariana, ou com fortes fatores de
risco ou com cintilografia miocárdica sugerindo isquemia);
Ergoespirometria – quantificando o consumo
máximo de oxigênio, avaliando a gravidade e
o prognóstico do paciente com IC, referindo
ou não para transplante cardíaco;
Biópsia endomiocárdica – na suspeita de miocardite;
Estudo eletrofisiológico (avaliar arritmias que
potencialmente podem levar a morte súbita);
Polisonografia (na suspeita de apnéia do sono).
Recomendações para o uso do BNP e NT-proBNP na IC crônica, segundo a III Diretriz Brasileira de IC crônica
Classe de
Recomendação
CLASSE IIa
CLASSE IIb
Nível de
Evidência
Indicações
Dosagem de BNP/NT-proBNP pode ser utilizado para o complemento de
diagnóstico de IC no atendimento de atenção primária
A
Dosagem de BNP/NT-proBNP pode considerado para estratificação
prognóstica em pacientes com IC
A
Dosagem de BNP/NT-proBNP pode ser utilizado quando o diagnóstico clínico
de IC é incerto
C
Medidas seriadas de BNP/NT-proBNP podem ser consideradas como
complemento ao exame físico para guiar tratamento de pacientes com IC
B
ALGORITMO DIAGNÓSTICO PARA I.C.
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ALGORITMO DIAGNÓSTICO PARA I.C. COM F.E.
NORMAL
Condições Cardíacas e Extra-cardíacas que Precipitam
ou Agravam a IC
– Atividade reumática
– Endocardite infecciosa
– Tromboembolismo pulmonar
– Arritmias cardíacas e efeitos pró-arritmicos de outros medicamentos
(taquiarritmias, bradiarritmias, extra-sistolia ventricular frequente,
bloqueio atrioventricular avançado)
– Anemia
– Infecções
– Tireotoxicose
– Gestação
– Estresse físico e emocional
– Administração excessiva de sal e líquidos
– Medicamentos com atividade inotrópica negativa (antiarrítmicos,
antagonista dos canais de cálcio, antidepressivos tricíclicos, litio)
– Medicamentos vasoconstritores e com efeito retentor de sódio e água
(antiinflamatórios)
– Medicamentos que deprimem a função cardíaca (álcool, cocaína)
– Não-adesão ao tratamento
ALGORITMO DE TRATAMENTO
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Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Diretrizes da ACC/AHA: Manuseio do Paciente com IC e Fração de Ejeção Reduzida (IC Estágio C)
Classe I - Há evidência e/ou consenso geral de que as abordagens que se seguem são efetivas no manuseio do paciente
com sintomas de IC e FEVE reduzida
• Diuréticos e restrição de sal quando há retenção de líquido
• IECA a todos os pacientes, a menos que seja contra-indicado
• Betabloqueadores em todos os pacientes estáveis, a menos que haja contra-indicação (carvedilol, bisoprolol ou succinato de metoprolol)
• Bloqueador do receptor da angiotensina II (BRAs) nos pacientes que não toleram IECA (candesartan ou valsartan)
• Evitar ou retirar, se possível, drogas que tragam efeitos adversos no status clínico do paciente (antiinflamatórios não-esteróides, várias drogas antiarrítimicas e muitos dos bloqueadores dos canais de cálcio)
• Exercício físico como uma abordagem coadjuvante para melhorar o status clínico do paciente ambulatorial
• Cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenção secundária prolongando a sobrevida do paciente com história
de parada cardíaca, fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular com instabilidade hemodinâmica
• CDI na prevenção primária para reduzir mortalidade total por prevenir morte súbita cardíaca (MSC) em pacientes
com cardiomiopatia dilatada não isquêmica ou doença cardíaca isquêmica que apresentem os seguintes critérios: no
mínimo 40 dias após infarto do miocárdio, FEVE ≤ 35%, sintomas de IC classe II ou III da NYHA, apesar da terapia
médica otimizada e uma razoável expectativa de sobrevida com um bom status funcional por mais do que um ano
• Ressincronização cardíaca, a menos que haja contra-indicação, em pacientes que se encontram dentro dos seguintes
critérios: dissincronia cardíaca definida por um QRS com duração > 120 mseg, FEVE ≤ 35%, ritmo sinusal e classe
funcional III ou classe IV ambulatorial da NYHA, apesar da terapia médica otimizada, com ou sem CDI, a menos
que haja contra-indicação.
Classe IIa - O peso das evidências e/ou opiniões são em favor das abordagens que se seguem, no manuseio do paciente
com sintomas prévios ou atuais de IC e FEVE reduzida
• É razoável tratar pacientes com FA e IC com estratégia para manter o ritmo sinusal ou com a estratégia de só controlar
a frequência cardíaca
• Teste de exercício máximo com ou sem a mensuração dos gases respiratórios para facilitar a prescrição de programa
de exercícios apropriados para pacientes com IC
• BRAs como uma alternativa para IECA no tratamento de primeira linha em pacientes com discreta a moderada IC,
particularmente naqueles que já estejam fazendo uso de BRA por outras indicações
• Digitálicos nos pacientes com sintomas prévios ou atuais de IC para reduzir hospitalização por IC
• Adição da combinação hidralazina e um nitrato em pacientes com sintomas persistentes e que já estejam tomando
um IECA e betabloqueador
• Adição de um antagonista do receptor da aldosterona em pacientes selecionados com sintomas moderadamente
graves para graves de IC e FEVE reduzida e em quem a creatinina e o potássio sérico possam ser monitorados. A
creatinina sérica basal deve ser ≤ 2,5 mg/ dl em homens, ≤ 2,0 mg/dl nas mulheres e o potássio sérico deve ser < 5,0
mEq/1
• Ressincronizador com ou sem CDI para pacientes que tenham FE ≤ 35%, duração de QRS ≥ 0,12 segundos e FA, em
classe funcional III ou classe IV ambulatorial, recebendo terapia médica otimizada
• Ressincronizador para pacientes com FE ≤ 35%, classe funcional III ou classe IV ambulatorial, que estejam em terapia
médica otimizada e que tenham dependência frequente do estimulo de marcapasso.
Classe Ilb - O peso das evidências e/ou opiniões são menos bem estabelecidas para as abordagens que se seguem, no
manuseio do paciente com sintomas prévios ou atuais de IC e FEVE reduzida
• A combinação de hidralazina e um nitrato em pacientes que não podem fazer uso de IECA ou BRA por intolerância
a droga, hipotensão ou insuficiência renal
• Adição de um BRA em pacientes com sintomas persistentes e que já estejam sendo tratados com IECA, betabloqueador e diuréticos
Classe III - Existem evidências e/ou consenso geral de que as abordagens que se seguem não são efetivas e até podem
ser prejudiciais no manuseio do paciente com sintomas prévios ou atuais de IC e FEVE reduzida
• Uso rotineiro de terapia tripla com IECA, um BRA e um antagonista do receptor da aldosterona não é recomendado
• Administração rotineira de bloqueadores dos canais de cálcio não é indicado
• Infusão por longo prazo de uma droga inotrópica positiva pode ser prejudicial e não é recomendada, exceto como
terapia paliativa para doenças terminais que não podem ser estabilizadas com a medicação padrão
• Suplementos nutricionais não são indicados
• Terapia hormonal pode ser prejudicial e não é recomendada, a menos que seja adotada como reposição em deficiências
hormonais
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Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Medicamentos Utilizados na IC
Diuréticos
– Furosemida (IV) (VO) → 20-160 mg/dia
– Hidroclorotiazida → 25-100 mg/dia
– Clortalidona → 12,5-50 mg/dia
– Espironolactona → 25-200 mg/dia
IECA
– Captopríl → 12,5-150 mg/dia
– Enalapríl → 5-40 mg/dia
– Lisinopril → 2,5-10 mg/dia
BRA
– Losartan → 25-100 mg/día
– Valsartan → 40-320 mg/dia
Digitálicos
– Digoxina → 0,125-0,50 mg/dia (média – 0,25 mg/dia)
– Lanatosídio C (IV) → 0,4-0,8 mg/dia
Vasodilatadores
– Hidralazina → 75-150 mg/dia
– Mononitrato de isossorbida → 20-120 mg/dia
– Nitroprussiato de sódio (IV) → 0,5-10 µg/kg/min
– Nitroglicerina (IV) → 20-200 g/min
Betabloqueadores
– Carvedilol → 6,25-50 mg/dia (> 85 kg dar até 100 mg/dia)
– Metoprolol (succinato) → 12,5-200 mg/dia
– Bisoprolol → 1,25-10 mg/dia
ESCADA DE TRATAMENTO
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Recomendações para terapia de ressincronização cardíaca na IC crônica pela III Diretriz Brasileira de IC Crônica
Classe de
Recomendação
Indicações
Classe I
FE ≤ 35%, ritmo sinusal, CF III na vigência de tratamento clínico otimizado e
com QRS > 150ms
B
Classe IIa
FE ≤ 35%, ritmo sinusal, CF III na vigência de tratamento clínico otimizado
e QRS entre 120 a 150ms e comprovação de dissincronismo por método de
imagem
B
FE ≤ 35%, ritmo sinusal, CF III ou IV na vigência de tratamento clínico
otimizado dependente de marcapasso convencional, c/ QRS >150ms e
comprovação de dissincronismo por método de imagem
B
FE ≤ 35%, FA de baixa resposta ou após ablação do nó AV, CF III na vigência
de tratamento clínico otimizado e c/ QRS > 150ms ou QRS de 120 a 150ms e
comprovação de dissincronismo por método de imagem
C
FE ≤ 35%, CF III ou IV na vigência de de tratamento clínico otimizado, c/
indicação de marcapasso quando a estimulação ventricular for imprescindível
C
Pacientes em IC sob tratamento farmacológico não otimizado ou c/ boa
resposta terapêutica, independentemente da presença de distúrbio de condução
A
Classe IIb
Classe III
Nível de
evidência
Recomendações de CDI para prevenção secundária de morte súbita em pacientes com disfunção ventricular, segundo a
III Diretriz Brasileira de IC crônica
Classe de
Recomendação
Nível de
Evidência
Indicações
Pacientes com cardiomiopatia isquêmica, sobreviventes de parada cardíaca
devido à FV/TV ou TVS com instabilidade hemodinâmica, excluindo-se A
alguma causa totalmente reversível
CLASSE I
Pacientes com cardiomiopatia não isquêmica ou chagásica, sobreviventes de
parada cardíaca devido à FV/TV ou TVS com instabilidade hemodinâmica, C
excluindo-se alguma causa totalmente reversível
Paciente com doença cardíaca estrutural com documentação de TVS espontânea
B
estável ou instável
CLASSE IIa
Síncope recorrente com indução de TVS instável ou FV no estudo
B
eletrofisiológico
CLASSE IIb
Síncope recorrente, de etiologia não explicada
CLASSE III
Pacientes com pouca expectativa de vida em um ano ou co-morbidades graves
C
ou tempestade elétrica ou na espera de um transplante cardíaco iminente
C
FV- fibrilação ventricular; TV- taquicardia ventricular; TVS- taquicardia ventricular sustentada
Recomendações de CDI para prevenção primária de morte súbita em pacientes com disfunção ventricular, segundo a
III Diretriz Brasileira de IC crônica
Classe de
Recomendação
Indicações
Nível de
Evidência
CLASSE IIa
Cardiomiopatia isquêmica com infarto do miocárdio com pelo menos 6
meses de evolução, FE ≤ 35%, CF II e III na vigência de tratamento clínico
A
otimizado, sem indicação de revascularização miocárdica e sem co-morbidades
importantes.
CLASSE IIb
Cardiomiopatia dilatada não isquêmica, FE ≤ 35%, CF II ou III na vigência de
B
tratamento clínico otimizado.
CLASSE III
Infarto do miocárdio com menos de 6 meses de evolução; cardiomiopatia
isquêmica com indicação de revascularização; cardiomiopatia com FE > 35%; B
baixa expectativa de vida em 1 ano
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
Bibliografia Consultada
Critérios de Admissão Hospitalar
Critérios para hospitalização imediata
Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Ayub-Ferreira SM, Rohde LE,
Oliveira WA, Almeida DR, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia.
III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras
Cardiol. 2009; 93(1 supl.1):1-70.
Edema pulmonar ou desconforto respiratório na
posição sentada
Saturação arterial de oxigênio < 90%
Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Bacal F, Ferraz AS, Albuquerque D,
Rodrigues D, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização
da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - 2012. Arq
Bras Cardiol 2012: 98(1 supl. 1):1-33.
Frequência cardíaca > 120 bpmp na ausência de
fibrilação atrial crônica
Pressão arterial sistólica ≤ 75 mmHg
Alteração mental atribuída à hipoperfusão
McMurray JJ, Adamopoulos S, Anker SD, Auricchio A, Böhm M,
Dickstein K, et al. ESC Committee for Practice Guidelines. ESC
Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic
heart failure 2012: The Task Force for the Diagnosis and Treatment
of Acute and Chronic Heart Failure 2012 of the European Society
of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure
Association (HFA) of the ESC. Eur Heart J. 2012; 33:1787-847.
Descompensação na presença de síndromes
coronarianas agudas
IC descompensada aguda
Critérios para hospitalização de urgência
Distensão hepática grave, ascite volumosa ou anasarca
Yancy CW, Jessup M, Bozkurt B, Butler J, Casey DE, Jr, Drazner
MH, et al. 2013 ACCF/AHA Guideline for the Management of
Heart Failure: A Report of the American College of Cardiology
Foundation/American Heart Association Task Force on Practice
Guidelines. Circulation. 2013; 128:e240-e327.
Descompensação na presença de condições nãocardíacas agudamente descompensadas, como doença
pulmonar ou disfunção renal Instalação rápida e
progressiva de sintomas de IC
Considerar hospitalização
Queda rápida do sódio sérico abaixo de 130 mEq/1
Elevação rápida da creatinina acima de 2,5 mg/dl
Sintomas persistentes em repouso, apesar de tratamento
oral otimizado
Co-morbidade com esperada piora do quadro de IC
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Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
12 - ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL
APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E
REVASCULARIZAÇÃO
O objetivo é estratificar e reduzir risco de evento
cardíaco recorrente e morte súbita
São fatores clínicos independentes de risco pós
IAM: idade (>65 anos), sexo feminino, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, acidente vascular cerebral
(AVC) e depressão.
São considerados parâmetros cardíacos de risco:
FE < 50%, ICC, IMi, tamanho e localização do IAM,
anatomia coronária, FA, Bloqueio de ramo, Bloqueio
A-V.
Devem ser considerados os seguintesaspectos para
os pacientes em acompanhamento:
2) Clopidogrel 75mg:
a) Pós angiolpastia – conforme protocolo
b) Tratamento clínico – 12 meses
c) pós RM – 12 m
d) Indefinidamente para aqueles com intolerância a AAS
3) Anticoagulante oral:
a) Associado a AAS: alto risco embólico (Ex.
Fibrilação atrial, trombo em ventrículo esquerdo)
b) Associado a AAS e Clopidogrel: pacientes submetidos a ATC com implante de stent e com
alto risco embólico, avaliando-se a questão
risco x benefício.
4) Betabloqueador: todos os pacientes sem contra-indicação e com boa tolerância em relação à
pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC)
5) Inibidor da enzima de conversão da angiotensina
(IECA): todos os pacientes sem contra-indicação
e com boa tolerância com relação à PA.
6) Bloqueador da angiotensina I (BRA): para
pacientes com intolerância a IECA e sem contra-indicação.
7) Bloqueador de canal de cálcio: pacientes com
contra-indicação para betabloqueador e sem disfunção de ventrículo esquerdo (diidropiridinicos).
8) Estatinas: todos os pacientes. A dose tem como
meta terapêutica LDL-C < 70 para os pacientes de
muito alto risco.
9) Nitratos: para pacientes com angina e auxílio no
controle da PA.
10) Espirolactona: pacientes com FEVE < 35% e insuficiência cardíaca.
11) Imunização contra Influenza: para todos os pacientes.
A - Exames subsidiários
1) Eletrocardiograma: deve ser realizado na primeira
consulta ambulatorial e sempre que houver alteração clínica. Avaliar: ritmo, frequência,bloqueio de
ramo, duração de QRS, hipertrofia de ventrículo
esquerdo (HVE). Toda consulta de retorno.
2) Holter: sintoma de palpitação. Avaliar: arritmia
ventricular, variabilidade da frequência cardíaca
(FC), turbulência da FC, intervalo RR, FA, variabilidade da onda T.
3) Ecocardiograma: Solicitar na primeira consulta
ambulatorial. Avaliar: fração de ejeção do VE
(FEVE),alteração de contratilidade, função diastólica.
4) Teste Ergométrico: solicitar para programação de
atividade física.
5) Cintilografia miocárdica: solicitar em pacientes
assintomáticos ou com sintoma atípico e pesquisa
de viabilidade miocárdica e nos pacientes com
fatores de risco em até 6 meses do IAM. Avaliar:
isquemia e viabilidade miocárdica (Tálio).
6) Ressonância Nuclear magnética: solicitar em
pacientes assintomáticos ou com sintoma atípico e
pesquisa de viabilidade miocárdica e nos pacientes
com fatores de risco.
7) Cinecoronariografia: solicitar quando houver
angina ou evidência de isquemia miocárdica a fim
de avaliar extensão e programação terapêutica.
8) Estudo eletrofisiológico: história de síncope e/ou
palpitações taquicárdicas na ausência de isquemia
tratável.
C - Hábitos:
1) Ingesta diária de frutas, verduras e legumes,
Ingesta reduzida de sal
2) Evitar os alimentos ricos em colesterol1 ( ingerir
menos de 300mg de colesterol ao dia ) - derivados do leite com alto teor de gordura, gordura
aparente das carnes, gema dos ovos, pele das
aves, miúdos, embutidos, gorduras saturadas
(frituras) e as gorduras trans ou hidrogenadas ( ler
o rótulo de composição do alimento ) - produtos
industrializados como molhos, sorvetes, bolos
e certos biscoitos. Incentivar a ingesta de peixe,
B - Medicamentos:
1) AAS 100 mg: para todos os pacientes sem contra-indicação
54
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Departamento de Medicina. Serviço de Cardiologia. Protocolos de atendimento - Ambulatório de
Cardiologia 2013 da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. 2014; 59 (supl. 1): 1-56.
principalmente os ricos em ácido graxos ômega 3
( sardinha, truta, salmão e bacalhau ), pelo menos
duas vezes por semana. Os fitoesteróis são substâncias antioxidantes de origem vegetal e, podem
ser encontrados em margarinas enriquecidas, que
são uma ótima opção para substituir a manteiga
ou as margarinas com gorduras hidrogenadas.
Ingerir alimentos ricos em fibras ( cereias, frutas,
verduras e legumes ), derivados de soja, grão
integrais, nozes, assim como outros alimentos,
apresentam efeitos comprovadamente benéficos
sobre as gorduras do sangue e a aterosclerose.
3) Atividade sexual: poderá ser reiniciada (com o
parceiro habitual ), 7 a 10 dias após a alta hospitalar naqueles pacientes que sofreram um infarto
do miocárdio sem complicações ou com complicações leves e que estão sem sintomas ( pacientes
de baixo risco ). Em pacientes de médio risco ou
alto risco, o momento da liberação para atividade
sexual ficará a critério do médico assistente. O uso
de medicações para disfunção erétil está contra-indicada em uso concomitante de nitrato.
4) Retorno ao trabalho e as atividades físicas: Os
pacientes que sofreram um infarto do miocárdio
sem complicações ou com complicações leves
e que estão sem sintomas, poderão retornar ao
trabalho dentro de duas a quatro semanas. Caso
não haja uma contra-indicação, as atividades
físicas mais intensas, poderão ser reintroduzidas
também neste período, com caminhadas leves no
plano, iniciando com 15 minutos e aumentando
este tempo gradativamente até atingir cerca de
uma hora. Pacientes de médio e alto risco deverão
ser reavaliados para o retorno ao trabalho e as
atividades físicas após teste ergométrico.
5) Exercícios físicos e reabilitação cardíaca: Os exercícios físicos são fundamentais dentro de um programa de reabilitação cardíaca, o qual é obrigatório
após o infarto do miocárdio. Esta reabilitação deverá ser iniciada ainda na unidade de terapia intensiva
( fase hospitalar) e mantida após a alta hospitalar (
fase ambulatorial ). A reabilitação cardíaca engloba um conjunto de medidas que permitem uma
melhora das condições do sistema cardiovascular,
mas também dos fatores de risco para as doenças
cardiovasculares ( reabilitação cardiometabólica ).
Em pacientes de médio e alto risco, a reabilitação
cardíaca deverá ser supervisionada, ou seja, realizada inicialmente em uma clínica especializada.
Em pacientes de baixo risco, recomenda-se caminhadas no plano, iniciando com 15 minutos, com
incrementos gradativos até atingir uma hora, pelo
menos três a cinco vezes por semana.
6) Atividades esportivas: caso não haja contra-indicação, num momento oportuno, recomenda-se
a prática de marcha atlética, corrida de pequenas
distância e tênis em duplas. Squash, tênis individual, futebol e basquete devem ser evitados. Natação
e hidroginástica requerem atenção especial quanto
a temperatura da água da piscina, a qual deverá
ficar entre 18 e 25 graus.
Bibliografia Recomendada
Anderson JL, Jacobs AK, Halperin JL, Albert NM, Brindis RA. 2013
ACCF/AHA Guideline for the Management of ST-Elevation Myocardial InfarctionA Report of the American College of Cardiology
Foundation/American Heart Association Task Force on Practice
Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2013; 61:e78-e140.
Bax JJ, Baumgartner H, Ceconi C, Dean V, Deaton C, Fagard R et
al. ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation. Eur Heart
J. 2012; 33:2569–619.
Piegas LS, Feitosa G, Mattos LA, Nicolau JC, Rossi Neto JM, Timerman A, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz da
Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto
agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arq Bras
Cardiol. 2009;93(6 supl.2):e179-e264.
Santos RD, Gagliardi ACM, Xavier HT, Magnoni CD, Cassani R,
et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de gorduras e saúde cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013;
100(1Supl.3):1-40.
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Instruções aos Autores
1.A Revista Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo, ISSN 0101-6067; ISSN 1809-3019 (on-line), fundada
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científica dos Hospitais e da Faculdade da Santa Casa e as publicações de outras
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prévia avaliação de dois (2) revisores indicados pelos Editores, mantendo-se sigilosa a identidade do(s) autor(es) e revisor(es).Os comentários serão devolvidos aos
autores para modificações no texto ou justificativas de sua manutenção. Somente
após aprovação final dos editores e revisores, os trabalhos serão encaminhados
para publicação. O Conselho Editorial se reserva o direito de não se responsabilizar
pelas afirmações ou opiniões inseridas nos artigos publicados.
2. Os artigos deverão ser destinados exclusivamente à Revista Arquivos Médicos
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não será permitida a sua apresentação simultânea a outro periódico, desta forma,
o artigo enviado deverá ser acompanhado de carta assinada por todos os autores,
autorizando sua publicação, declarando que o mesmo é inédito e que não foi, ou
está sendo submetido à publicação em outro periódico, transferindo os direitos
autorais à Revista, sendo vedada a reprodução parcial ou total dos mesmos, em
qualquer meio de divulgação, impresso ou eletrônico, sem a autorização prévia
do Editor Chefe da Revista.
A Revista receberá artigos no idioma português, espanhol e inglês.
INFORMAÇÕES GERAIS:
- Declaração de Conflito de Interesse, quando pertinente. A Declaração de
Conflito de Interesses, segundo Resolução do Conselho Federal de Medicina
n° 1595/2000, veda que em artigo científico seja feita promoção ou propaganda
de quaisquer produtos ou equipamentos comerciais
- Deverá constar a carta ou número do protocolo da aprovação do estudo
envolvendo seres humanos ou animais, pelo CEP da Instituição onde foi
realizado o trabalho
- Informações sobre eventuais fontes de auxílio à pesquisa
- Os ensaios clínicos submetidos à publicação devem ter o registro em uma
base de dados de ensaios clínicos. A Revista “Arquivos Médicos” adota a
exigência do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC) (http://www.
ensaiosclinicos.gov.br/) ou do Comitê Internacional de Editores de Revistas
Médicas (ICMJE) (http://www.icmje.org/clin_trialup.htm) de registro prévio
dos ensaios clínicos (estudos experimentais randomizados) em plataforma que
atenda os critérios elaborados pelas duas organizações citadas. O número do
registro do ensaio clínico deverá constar em Materiais e Métodos.
- Os autores serão notificados do andamento do artigo até a sua conclusão final.
A Revista aceitará publicações de caráter clínico ou experimental como Artigo
original, Ensaios Clínicos, Artigo de atualização, Artigo de revisão, Relato de caso,
Artigo histórico, Editorial, Carta ao Editor, Resumos de trabalhos científicos
3. PREPARO DO ARTIGO: Os trabalhos enviados para publicação deverão obedecer os seguintes critérios:
- Cada artigo deve conter de 1 a 10 laudas, incluindo ilustrações e tabelas,
referências bibliográficas, fonte Times New Roman, corpo 12 e espaço duplo;
- Cada artigo deverá ser acompanhado de 01(cópia) e um CD, sendo: 01 cópia
com a página de identificação, contendo: a) título do artigo, em português
(ou espanhol) e inglês, que deverá ser conciso, porém informativo; b) nome
completo de cada autor e afiliação institucional; c) nome do Departamento e
Instituição aos quais o trabalho deve ser atribuído; d) nome, endereço, fax e
e@mail do autor responsável e a quem deve ser encaminhada correspondência; e) Declaração isenção e de conflito de interesse; f) artigo que envolva
pesquisa com seres humanos ou animais, deverá constar carta ou número do
protocolo de aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Instituição em que o trabalho foi realizado; g) para os artigos de pesquisa
clínica, a afirmação de que todos os sujeitos envolvidos estão de acordo e que
consentiram a realização da pesquisa e a divulgação de seus resultados de
acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde; h) Pesquisa
de levantamento de prontuários ou documentos de uma Instituição deverá
ter a menção da aprovação do CEP fontes de auxílio à pesquisa; g) Fontes de
Auxílio à pesquisa
- Resumo: O Resumo não excederá a 250 palavras para os artigos originais,
deve ser feito na forma estruturada com: Objetivo, Métodos, Resultados e
Conclusões. Para as demais categorias, o resumo não deve ser estruturado.
Artigo histórico não deve ser feito resumo.
- Abstract: Versão em língua inglesa, correspondente ao Resumo.
- Descritores/Keywords: Descritores (ao final do resumo), Key Words (ao final
do Abstract), no máximo 6 (seis), seguindo-se o DECS – Descritores em Ciências
da Saúde (BIREME).
ARTIGO ORIGINAL: Trabalho destinado a divulgar resultados de pesquisa original
inédita, de aspectos experimentais ou observacionais, inclui análise descritiva
ou interferências de dados próprios. Estão incluídos nesta categoria os ensaios
clínicos. Constará das seguintes seções: Resumo, Abstract, Introdução, Material
e Métodos (Deverá constar a carta ou número do protocolo da aprovação do
estudo envolvendo seres humanos ou animais, pelo CEP da Instituição onde foi
realizado o trabalho; descrever a metodologia estatística empregada), Resultados,
Discussão, Agradecimentos e Referências bibliográficas.
ARTIGO DE REVISÃO: Trabalho que constitui de avaliação crítica e sistemática
da literatura sobre um assunto específico referente a trabalhos já publicados
anteriormente em periódicos científicos. Constará das seguintes seções: Resumo,
Abstract, Introdução; Conclusão, Referências bibliográficas
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ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO: Trabalho destinado a descrever informações atuais
sobre tema de interesse para determinada especialidade, uma nova técnica ou
método. Constará das seguintes seções: Resumo, Abstract, Introdução (breve
histórico do tema; estado atual de conhecimento e as razões do trabalho, métodos
de estudo), Conclusão, Referências bibliográficas
EDITORIAL: Uma declaração de opiniões, crenças e políticas do editor de uma
revista. Matérias de responsabilidade dos Editores da Revista, estes, poderão
convidar uma autoridade para escrevê-lo. Limite de duas páginas.
RELATO DE CASO: Trabalho que apresenta dados descritivos de um ou mais casos
clínicos, explorando um método ou problemas através de um exemplo. Os relatos
de casos aceitos para publicação serão de grande interesse ou raros. Constará
das seguintes seções: Introdução (breve histórico do tema), descrição do caso,
Discussão, Comentários finais e referências bibliográficas
ARTIGO HISTÓRICO: Relato ou descrição de eventos ou circunstâncias significantes referentes a um determinado campo de estudo.
CARTA AO EDITOR: Destinada a comentários de leitores sobre os artigos publicados anteriormente na revista, expressando concordância ou não sobre o assunto
abordado. Os autores do artigo citado serão convidados a responder.
RESUMOS (TRABALHOS CIENTÍFICOS – PIBIC/CNPq, Eventos Científicos, etc.):
Dependendo da quantidade deste material, será publicado em suplementos.
CITAÇÃO DE AUTORES: Deve ser obrigatória no corpo do texto. No sistema
numérico, proposto pelos editores de periódicos científicos internacionais
denominado “Vancouver Style”, as citações são indicadas numericamente na
seqüência que aparecem no texto.
- Citação Numérica: as citações são indicadas numericamente em expoente ou
sobrescrito, entre parênteses, seguindo a sequência numérica das citações, na
sequência que aparecem no texto.Quando houver mais de uma citação no
parágrafo, as citações são indicadas no meio ou no final do texto, citando-se o
número de cada uma das citações; se forem sequenciais, deverão ser separadas
por hífen; se forem aleatórias, deverão ser separadas por vírgula.
Ex: O papel dos enterococos é polêmico(1-5) embora se saiba que E.coli e B.fragilis
contribuam ...
Diversos estudos sugerem que um escore de mais de 10 pontos representa
uma doença grave(3,7,10,25).
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: As referências serão baseadas no formato
denominado “Vancouver Style”, os títulos de periódicos deverão ser abreviados de acordo com o “List of Journal Indexed Medicus, da National Library of
Medicine”, devem constar apenas as citadas no texto e ordenadas de acordo com
a citação numérica. Para todas as referências citar até seis autores, acima de sis,
citar os seis primeiros seguidos da expressão et al.
EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LIVRO NO TODO
Piato S. Urgências em obstetrícia. São Paulo: Artes Médicas; 2004. 437p.
CAPITULOS OU PARTES DE LIVROS
Andrade OVB, Coates V, Corrêa MM, Ribeiro Neto JPM, Medeiros EB, Brezolin
NL, et al. Tubulopatias crônicas. In: Toporovski J, Mello VR, Perrone HC,
Martini Filho D. Nefrologia pediátrica. São Paulo: Sarvier; 1991. p.299-326.
ARTIGOS DE PERIÓDICOS
Malheiros CA, Rodrigues FCM, Rahal F. Câncer gástrico e metástases. Operar?.
Rev Assoc Med Bras. 2001; 47:95-6.
TESE
Alonso FJ F. Sífilis adquirida na infância. Tese (Mestrado). São Paulo: Escola
Paulista de Medicina; 1984.
EVENTOS CIENTÍFICOS (CONGRESSOS, SEMINÁRIOS, SIMPÓSIOS, ETC)
Coates MVG. Evolução histórica da medicina do adolescente. In: 1º Congresso
Nacional. A Saúde do Adolescente, 1991; Rio de Janeiro. Conferência. Rio de
Janeiro: Academia Nacional de Medicina; 1991. p. 24-7.
AUTORES CORPORATIVOS (ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS, ASSOCIAÇÕES, ETC.)
Brasil. Ministério da Saúde. Coordenação de Saúde da Criança e do Adolescente. Tratamento de pneumonia em hospitais de pequeno e médio porte.
Brasília (DF): Ministério da Saúde; 1997.
DOCUMENTOS EM SUPORTE ELETRÔNICO
ARTIGOS DE PERIÓDICOS (ON LINE)
Murade ECM, Hungria Neto JS, Avanzi O. Estudo da relação e da importância
entre a semiologia clínica, tomografia axial computadorizada e eletroneuromiografia nas radiculopatias lombares. Acta Ortop Bras. [periódico online] 2002;
[citado 18 maio 2004] ; 10:18-25. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522002000400003&lng=pt&nrm=iso
5. A solicitação de separatas de artigos já publicados será atendida mediante prévio
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