A concepção da educação de Theodor W. Adorno

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A concepção da educação de Theodor W. Adorno
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Emerson Filipini de Lima1
Núcleo de Ensino/Prograd
Resumo:
O presente trabalho pretende demonstrar como o pensamento do filósofo alemão Theodor W.
Adorno está estritamente ligado com a questão da educação. Embora ele não tenha escrito nada
especificamente sobre este tema encontramos em sua principal obra, Dialética do
Esclarecimento, várias questões ligadas à educação, como o pretenso esclarecimento da
humanidade e sua submissão a uma razão totalitária e, a indústria cultural, com sua influência
fortíssima na formação dos pensamentos e ações dos indivíduos. Adorno procura mostrar que a
educação teria um poder de resistência ao rumo caótico para o qual a civilização humana está
tomando, ela poderia, se trabalhada da maneira correta, fazer com que o homem refletisse sobre
sua realidade e a analisasse de maneira crítica, não aceitando todas as imposições sociais como
sendo naturais, mas entendendo que é ele o responsável pela produção da realidade e se ela vai
mal está em sua mãos mudar de atitude, para que pelo menos ele próprio não se deixe levar pela
lógica irracional da sociedade administrada.
Palavras chave: Adorno. Teoria Crítica. Educação. Formação. Resistência.
1. Introdução.
Embora o filósofo alemão Theodor W. Adorno não tenha se dedicado
especificamente sobre educação podemos encontrar em seus escritos assuntos como a
cultura, o esclarecimento e a indústria cultural, que estão em conexão com a questão da
educação e formação humana; encontramos também no livro Educação e Emancipação,
que reúne algumas palestras e debates do autor, um grande conjunto de reflexões sobre
esta questão. Neste livro os comentários que Adorno faz se referem principalmente à
educação alemã de sua época, contudo, eles se adequam perfeitamente à realidade que
estamos vivenciando, sendo de grande valia para nossos estudos, ao explicitar
contradições que existem na sociedade capitalista no tocante à educação.
Adorno procura mostrar que a educação teria um poder de resistência ao rumo
caótico que a civilização humana está tomando. Ela poderia, se trabalhada da maneira
correta, fazer com que o homem refletisse sobre sua realidade e a analisasse de maneira
crítica, não aceitando todas as imposições sociais como sendo naturais, mas entendendo
que é ele o responsável pela produção da realidade.
1
Graduando em Filosofia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília.
[email protected]. Orientador: Profº. Dr. Vandeí Pinto da Silva.
Vol. 1, nº 1, 2008.
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2. O homem, o esclarecimento e suas conseqüências.
A “Dialética do Esclarecimento”, escrita em conjunto por Adorno e Horkheimer
em 1947, propôs investigar as raízes do esclarecimento (esclarecimento sendo entendido
aqui como o processo de evolução do pensamento humano no decorrer da história, sua
passagem da fase mítica até a racionalidade técnica), demonstrando antes de qualquer
coisa, que esse esclarecimento é uma forma de relação entre o homem e a natureza. No
decorrer de toda a história do pensamento o homem sempre seguiu acreditando que
estava em plena evolução, que seu saber sempre crescia e que desta forma ele sempre
ganhava mais poder para o domínio completo da natureza. Segundo Adorno e
Horkheimer, podemos dizer que “poder e conhecimento são sinônimos”, este poder que
julga dominar a natureza não deixa mais espaço para dúvidas ou pontos obscuros, o
homem dominador da natureza a conhece completamente, pois se tornou esclarecido.
Porém surge um problema da equiparação entre poder e conhecimento, é o fato de que o
conhecimento não tem mais consciência de si próprio ao se tornar mero instrumento na
luta pela dominação da natureza. Podemos notar que surge com Francis Bacon o
pensamento que diz que o saber pelo saber, a satisfação que vem da verdade, nada disso
importa, o conhecimento deve ter utilidade, deve favorecer de algum modo nossa vida
prática, é este tipo de pensamento que constituirá as bases da criação de toda a ciência
moderna, que permanece igual em muitos aspectos até os dias atuais.
Encontramos no texto “O conceito de esclarecimento” de Adorno e Horkheimer
o que motiva o homem a esta necessidade de domínio da natureza. Dizem os autores
que desde os primórdios da história da civilização humana, para que o homem pudesse
viver em paz e tranqüilidade ele tinha a necessidade de dominar a natureza, pois, caso
contrário ele teria sempre o inesperado a sua frente, a qualquer momento as forças da
natureza poderiam destruir sua vida, isto era fonte de medo. Neste contexto de angústia
causada pela sua situação de insegurança total perante seu futuro a razão humana se
revelou como um possível instrumento que poderia livrar o homem do medo e colocá-lo
em uma situação de domínio sobre a natureza, o medo que atormenta a vida do homem
só desaparece quando ele passa da situação de ser dominado para ser dominador.
Percebemos assim que o processo de esclarecimento do homem, que é o tema central do
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texto de Adorno e Horkheimer, é também o processo pela qual cresce seu domínio sobre
a natureza.
Primeiramente o homem criou o mito como uma forma primitiva de explicação
dos fenômenos da natureza, contudo, como o mito não dava controle total da natureza
ao homem, pois quem controlava a natureza eram os deuses, foram criadas as ciências
racionais como uma pretensa ruptura com a explicação mítica da natureza, porém, esta
explicação racional ratifica as bases e formas que já existiam no mito, apenas lhes
dando nova roupagem. Podemos encontrar no mito as mesmas características das
ciências racionais, estas têm a intenção de explicar a natureza, a paralisação desta
natureza e sua submissão a regras e leis.
Quando o mito é convertido em esclarecimento o homem acredita ter o domínio
e conhecimento completo sobre a natureza, porém o preço que ele paga por tal
dominação “é a alienação daquilo sobre o que exercem poder” (ADORNO e
HORKHEIMER, 1985, p. 24), ou seja, a natureza é desqualificada e entendida como
mero objeto, não se busca estudá-la para que a possamos entender, mas somente
buscamos estudá-la para dominá-la, e isto não gera um conhecimento completo. Na
contemporaneidade podemos ver os frutos que este tipo de conhecimento gera através
da devastação que sofre nosso planeta pelas catástrofes ambientais, foi só a partir destes
acontecimentos que o homem passou a ter consciência de que todas as suas ações sobre
a natureza causam reações que nem sempre podem ser previstas ou controladas.
A ilusão de se achar esclarecida afetou as estruturas de nossa sociedade e
conseqüentemente isso ecoa na escola. Podemos notar que nos tempos atuais a ciência
atingiu o mesmo estado de sagrado que antes tinha o mito: para que o homem se
encontre no campo da verdade e construa o verdadeiro conhecimento ele deve seguir as
normas já ditadas pelo método científico, que é quase como que os mandamentos e
preceitos religiosos que os homens têm o dever de seguir.
Outrora, enquanto exigência de nada aceitar sem verificação e
comprovação, ela significava liberdade, emancipação da tutela de
dogmas heterônimos. Atualmente ciência se converteu para seus
adeptos em uma nova forma de heteronomia, de modo que chega a
provocar arrepios. As pessoas acreditam estar salvas quando se
encontram conforme regras científicas, obedecem a um ritual
científico, se cercam de ciência. (ADORNO, 2006, p. 70).
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Um grande paradoxo que surge no decorrer da dominação da natureza é que o
homem, ao emancipar-se da tutela da natureza acaba caindo vítima de outro domínio. O
homem sai do status de dominado pela natureza para se tornar dominado pelo próprio
homem e sua mentalidade técnica. Para dominar a natureza exterior o homem precisa
dominar primeiramente sua natureza interior, ou seja, dominar seus instintos e mudar de
postura, tendo uma relação com a natureza totalmente diferente daquela que tinha no
passado. Esta domesticação racional pela qual o homem precisou passar foi fruto de
uma coerção extremamente violenta, pois fez com que ele renegasse seus instintos e
planejasse seu futuro. Para que seu plano de dominação da natureza fosse efetivado
concretamente foi necessário o uso de força física, e para tanto se fez necessária uma
grande força social que dominasse a grande maioria dos homens e os obrigasse a
trabalhar, utilizando-se de sua força física. A força social foi composta pelos homens
que detêm o conhecimento. Desta maneira a finalidade última do esclarecimento, que
era a liberdade acabou gerando um novo tipo de dominação, pois a razão técnica passa a
se impor como única forma de razão, o pensamento que antes almejava a liberdade
passou a ser totalitário devido ao uso de maneira equivocada a que foi submetido pela
técnica. Portanto a educação a que os homens são submetidos na sociedade
administrada não conduz a liberdade e autonomia de pensamento, mas sim a
heteronomia e alienação tanto intelectual quanto material.
3. Indústria cultural e semiformação.
O termo indústria cultural surge em 1947 no livro “Dialética do esclarecimento”
com o intuito de substituir o termo “cultura de massa”, pois este termo nos leva a
acreditar que exista alguma cultura surgindo das massas, ou que existe uma diferença
entre a cultura das massas e a cultura da elite, o que não passa de uma mentira, pois,
segundo Adorno e Horkheimer a cultura é a mesma para todos os homens.
O próprio termo “indústria cultural” vem mostrar a impossibilidade e as
contradições existentes na chamada cultura de massas, pois, a cultura é originalmente
uma só, mas devido às revoluções tecnológicas nas quais foi inserida acaba se
transformando em mercadoria. As palavras indústria e culturas já são antagônicas em si:
é impossível que a indústria com seu aparato técnico e ritmo alucinante crie cultura. A
partir do momento em que se cria algo em escala industrial seu objetivo é a venda e o
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lucro, não a divulgação da cultura. Existem aqueles que dizem que a indústria cultural
possibilita a democratização da cultura, pois faz com que a obra de arte chegue mais
facilmente aos homens, porém Adorno é contra esta idéia. Ele explica que quando se
vende um bem cultural juntamente com um sabonete ou um automóvel ele perde sua
capacidade de despertar a reflexão do indivíduo e serve apenas como um meio de
distraí-lo enquanto sua mente é vítima de uma imensa carga de informação e ideologias
que são disparadas pelos meios de informação como, por exemplo, em um comercial de
um automóvel de luxo. A imagem do carro em uma bela paisagem e uma música
clássica ao fundo: o caráter reflexivo que a música desperta se perde completamente,
pois sempre que o indivíduo a ouvir se lembrará do automóvel do comercial e esta
junção da arte com a propaganda faz com que a arte perca sua essência.
Também temos na indústria cultural um instrumento de ideologização das
massas, pois ela também vende idéias e opiniões juntamente com suas mercadorias,
impedindo assim a autonomia dos indivíduos e impondo certas opiniões que balizam as
ações dos homens, fazendo com que eles se esqueçam da situação de miséria e opressão
que vivem e voltem sua atenção para assuntos sem a menor relevância como as novelas,
os programas de fofocas sobre os famosos, etc.
Até mesmo em nosso lazer somos vítimas da indústria cultural. Ela tira toda a
ingenuidade da diversão e a transforma em prolongamento do trabalho. Mesmo em
nossas atividades de lazer o que temos é uma sucessão automática de operações
reguladas, como, por exemplo, nos vídeo games ou nas salas de cinema, onde devemos
voltar nossa atenção para a tela e não temos tempo nem de refletir sobre o que vemos,
devido a rapidez da sucessão de imagens. Podemos notar que nos dias atuais o homem
necessita de certos produtos e mercadorias oferecidos pela indústria cultural. Isto se dá
devido à massificação do pensamento causada por ela mesma, além de produzir os
produtos ela faz com que sintamos a necessidade de consumi-los.
[...] nenhuma pessoa pode existir na sociedade atual realmente
conforme suas próprias determinações; enquanto isso ocorre, a
sociedade forma as pessoas mediante inúmeros canais e instâncias
mediadoras, de um modo tal que tudo absorvem e aceitam nos termos
desta configuração heterônoma que se desviou de si mesma em sua
consciência. É claro que isto chega até às instituições, até à discussão
acerca da educação política e outras questões semelhantes. O
problema propriamente dito da emancipação hoje é se e como a gente
– e que é ‘a gente’, eis uma grande questão a mais – pode enfrentá-lo.
(ADORNO, 2006, p. 181-182).
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Podemos notar que a indústria cultural tem uma fortíssima influência sobre a
formação dos indivíduos, pois, desde o nascimento e por toda a vida os homens são alvo
de uma avalanche de informações e mensagens ideológicas. A partir disto o papel da
escola enquanto instituição de educação dos indivíduos fica muito prejudicado, pois, ao
iniciar sua vida de estudante o indivíduo já trás consigo uma certa bagagem intelectual
obtida pela exposição aos diversos meios de comunicação. Esta bagagem molda a sua
mente de forma que a estrutura cognitiva do indivíduo não seja levada a pensar, mas sim
interiorize tudo o que lhe é apresentado como natural. Desta maneira ao ir para a escola
o estudante entra em choque com um ambiente que exige seu esforço intelectual, que
lhe apresenta coisas diferentes das que está acostumado. Este choque pode causar no
estudante profundo desinteresse sobre os assuntos referentes ao conteúdo escolar,
fazendo da educação algo visto com desconfiança, como sendo algo chato e sem
importância, dificultando assim o trabalho da escola na formação de indivíduos
autônomos e conscientes.
4. Adorno e seu conceito de educação
Adorno era contrário a qualquer tipo de modelo ideal, pois, entendia que
modelos ideais eram como uma imposição exterior, uma postura autoritária que impedia
a autonomia intelectual do indivíduo. Iremos tentar esboçar o que o filósofo alemão
entendia por educação, mas mostrando que seu conceito de educação não era algo
estático, ou um modelo ideal, que se impõe como a verdade, mas que a educação é algo
que muda conforme a história, ela tem um papel diferente em cada sociedade, em cada
tempo. O que tentaremos expor aqui é a análise de Adorno sobre o que dever ser a
educação na sociedade contemporânea, na situação em que se encontra de submissão
aos ditames do capital e ao esclarecimento totalitário que domina a forma de pensar e
agir dos indivíduos.
Primeiramente, o que precisamos entender é que a educação não ocorre apenas
no interior da escola, mas sim em todas as relações no interior da sociedade, durante o
dia-a-dia do indivíduo, por toda a vida. Seja pela influência dos indivíduos com quem
convivemos, pela influência da indústria cultural, pela cultura e hábitos do próprio
ambiente em que somos formados, a todo o momento somos alvo de informações e
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ideologias que circulam no interior da sociedade. O grande problema é que esta
influência ocorre na maioria das vezes de maneira inconsciente. No decorrer de nossa
vida vamos interiorizando idéias e hábitos sociais, porém, muitas vezes esta
interiorização de idéias e hábitos é nociva à vida dos próprios indivíduos e
conseqüentemente da sociedade como um todo.
A seguir, e assumido o risco, gostaria de apresentar minha concepção
inicial de educação. Evidentemente não a assim chamada modelagem
de pessoas, porque não temos o direito de modelar pessoas a partir de
seu exterior; mas também não a mera transmissão de conhecimentos,
cuja característica de coisa morta já foi mais do que destacada, mas a
produção de uma consciência verdadeira. (ADORNO, 2006, p. 141).
Vemos, portanto, que para Adorno a educação não é algo que ocorra de maneira
inconsciente. Sua função é produzir nos sujeitos uma consciência verdadeira, ou seja, os
sujeitos devem perceber sua relação com o ambiente de forma crítica, não aceitando
tudo o que é apresentado de forma irrefletida. É esta consciência verdadeira que nos dá
autonomia, ela seria como que o estado da maior idade kantiano, onde o indivíduo tem
capacidade de julgar e decidir por si próprio o que é bom ou mal, sem se deixar
influenciar por outrem.
Entendendo a educação como algo que possui diversos campos e veículos
encontramos nela uma ambigüidade: ao mesmo tempo em que ela deveria formar os
homens para autonomia, ou seja, torná-los capazes de se movimentar, agir e pensar por
si próprios, ela também deve deixar os homens aptos a viver em sociedade, sendo
capazes de assimilar alguns preceitos necessários para sua inserção na vida social, ou
seja, ela também deve adaptá-los de certo modo.
A educação seria impotente e ideológica se ignorasse o objetivo de
adaptação e não preparasse os homens para se orientarem no mundo.
Porém ela seria igualmente questionável se ficasse nisso, produzindo
well adjusted people, pessoa bem ajustadas, em conseqüência do que a
situação existente se impõe precisamente no que tem de pior. Nestes
termos, desde o início existe no conceito de educação para a
consciência e para a racionalidade uma ambigüidade. (ADORNO,
2006, p. 143-144).
Apesar de ela trazer em si esta ambigüidade não devemos nos paralisar diante
disto, mas sim buscar entender a educação como um fruto de seu tempo. Portanto, ela
deve buscar solucionar os grandes problemas que seu tempo apresenta.
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A importância da educação em relação à realidade muda historicamente.
Mas se ocorre o que eu assinalei a pouco --- que a realidade se tornou
tão poderosa que se impõe desde o início aos homens ---, de forma que
este processo de adaptação seria realizado hoje de um modo antes
automático. A educação por meio da família, na medida em que é
consciente, por meio da escola, da universidade teria neste momento de
conformismo onipresente muito mais a tarefa de fortalecer a resistência
do que de fortalecer a adaptação. (ADORNO, 2006, p. 144).
Nesta citação Adorno é muito claro: a ambigüidade da educação existe. Porém
na atual conjuntura é mais importante valorizar a educação enquanto resistência. Já
vimos o caminho traçado pela humanidade no desenrolar da história. Seu
desenvolvimento técnico se deu de forma acelerada, porém se deixou de lado a
formação humana. Como conseqüência disto vemos a humanidade num caminho de
auto-alienação e de barbárie, todos os pensamentos e ações estão submetidos a uma
lógica desumana, que prima pelo lucro, e por isso submete o homem a uma
semiformação, o iludindo e distorcendo sua capacidade reflexiva. Não se visa formar o
homem de forma plena, mas sim formar pessoas que se adaptem ao sistema vigente e
sejam capazes de produzir.
Perante estas imposições sociais, que oprimem e mutilam o homem, impedindo
seu desenvolvimento pleno, vemos na crítica de Adorno algo de extrema importância. É
necessário expor as contradições da sociedade para que possamos nos posicionar contra
elas. Isto é educação, a tomada de consciência da realidade que nos cerca. A partir desta
tomada de consciência é que o homem poderá lutar de forma válida para a superação de
suas atuais condições de vida.
Referências
ADORNO, T. W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1985.
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