Revista medicina veterinária DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

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Investigação, 14(1):78-82, 2015
e Cirurgia de
Revisão de Literatura | Clínica
Pequenos Animais
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
CONSERVADOR DA DISPLASIA
COXOFEMORAL EM CÃES
Revista
INVESTIGAÇÃO
DIAGNOSIS AND TREATMENT CONSERVATIVE IN THE
HIP DYSPLASIA IN DOGS: LITERATURE REVIEW
medicina veterinária
1. UESP-Univ Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Jaboticabal, São Paulo, Brasil.
E-mail: [email protected]
Bruna Bressianini Lima1, Fernanda Gosuen Gonçalves Dias2, Lucas de Freitas Pereira2,
Maria Eduarda Bastos Andrade da Conceição1, Thiago André Salvitti de Sá Rocha1,
2. Pós-graduação em Ciência Animal, Hospital Veterinário, Universidade de Franca (UNIFRAN),
Franca, São Paulo, Brasil.
Cristiane dos Santos Honsho2, Luis Gustavo Gosuen Gonçalves Dias1
RESUMO
ABSTRACT
O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre a displasia coxofemoral em cães, envolvendo
principalmente meios diagnósticos e diferentes opções terapêuticas, enfatizando as medidas conservativas.
A displasia coxofemoral é uma afecção ortopédica de etiologia multifatorial, que comumente acomete
os cães de raças grandes e gigantes e de crescimento rápido. Caracteriza-se pelo desenvolvimento
anormal da articulação coxofemoral, causando doença articular degenerativa secundária irreversível. Os
sinais clínicos comumente observados nos animais acometidos são claudicação e relutância a exercícios
intensos. O diagnóstico deve ser baseado agregando informações como o histórico do paciente, sinais
clínicos e exame radiográfico da pelve. O tratamento instituído pode ser conservador ou cirúrgico e a
escolha varia de acordo com idade, grau de dor, achados clínicos e radiográficos. O tratamento clínico
inclui perda de peso, exercício controlados, medicações anti-inflamatórias e analgésicas, acupuntura,
e ainda terapia com ondas de choque e células tronco mesenquimais; contudo, os mesmos agem de
forma paliativa para alívio da dor, sendo muitas vezes necessário evolução para tratamento cirúrgico.
This paper aims to discuss the hip dysplasia in dogs, mainly involving diagnostic methods and different
treatment options, emphasizing conservative measures. Hip dysplasia is an orthopedic disease of
multifactorial etiology that commonly affects dogs of large and giant breeds and rapid growth. It is
characterized by abnormal development of the hip joint, causing irreversible secondary degenerative
joint disease. Clinical signs commonly observed in affected animals are lameness and reluctance to
intense exercise. The diagnosis should be based on adding information such as patient history, clinical
signs and radiographic examination of the pelvis. The treatment can be conservative or surgical and the
choice varies according to age, level of pain and findings clinical and radiographic. Medical treatment
includes losing weight, controlled exercise, anti-inflammatory and analgesic medications, acupuncture,
and even therapy with shock waves and mesenchymal stem cells, however, they act in the palliative
treatment of pain relief, and often is necessary surgical treatment
Keywords: dog; lameness; hip; veterinary orthopedic
Palavras-chave: cão; claudicação; pelve; ortopedia veterinária
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INTRODUÇÃO
A displasia coxofemoral é uma afecção ortopédica comumente
observada na espécie canina (ROCHA et al. 2013), principalmente
nos animais de porte grande e com crescimento rápido. Cães
pequenos apresentam menor risco de desenvolvimento da
doença, porém não podem ser excluídos dessa condição (MINTO
et al. 2012).
Diante da ocorrência comum da displasia coxofemoral em
cães, o objetivo do presente trabalho foi discorrer sobre esta
afecção nesta espécie, enfatizando alguns aspectos envolvidos,
principalmente o diagnóstico e protocolos terapêuticos
conservadores.
Caracteriza-se pelo desenvolvimento anormal uni ou bilateral
da articulação coxofemoral (ROCHA et al. 2013), demonstrando
diferentes graus de sub-luxação e alteração articular
degenerativa (MINTO et al. 2012), o que favorece a frouxidão
de tecidos moles e instabilidade local (ROCHA et al. 2013). Os
principais fatores associados à etiologia e a gravidade da doença
são hereditariedade, nutrição, influência hormonal e meio
ambiente (GUO et al. 2011; BARTOLOME et al. 2015; SANCHEZMOLANO et al. 2015). Há relatos da ocorrência da doença tanto
em machos quanto em fêmeas de qualquer idade (MINTO et al.
2012).
DESENVOLVIMENTO
Os sinais clínicos dependem do grau de evolução da doença
e quando percebidos pelo proprietário já podem estar em
estágio avançado. Os mais comumente demonstrados são dor,
claudicação unilateral ou bilateral progressiva e crônica, marcha
rígida, atrofia muscular e relutância durante a realização de
exercícios constantes (ROCHA et al. 2013; SOUZA et al. 2015).
O diagnóstico deve ser baseado na resenha, histórico completo,
sinais clínicos, exame ortopédico e radiográfico (BETTINI et al.
2007).
A escolha de tratamento conservador ou cirúrgico depende da
idade do paciente, gravidade da displasia e presença ou não
de afecções concomitantes, no entanto, o intuito de ambas é
diminuir a dor, melhorar a função do membro afetado e garantir
qualidade de vida ao paciente (SANTANA et al. 2010).
A articulação coxofemoral é composta pela cabeça e colo
femoral e acetábulo. Tal configuração anatômica confere
estabilidade e congruência, concomitantemente permitindo
grande amplitude de movimentos como lateralidade e rotação
dos membros pélvicos (VEZZONI, 2007).
Nesse sentido, a displasia coxofemoral ocorre por falha no
desenvolvimento da articulação, caracterizado por vários graus
de frouxidão de tecidos moles ao redor, má formação da cabeça
femoral e acetábulo, os quais podem contribuir para subluxação
em idade precoce (BETTINI et al. 2007), principalmente nos
animais de grande porte e com crescimento rápido (MINTO et
al. 2012; ROCHA et al. 2013). Esta afecção ortopédica ocorre por
problemas entre o desenvolvimento muscular e esquelético,
que podem levar a instabilidade e subluxação das mesmas à
medida que os filhotes crescem (VEZZONI, 2007; BARROS et al.
2008).
Devido à pressão que é submetida, a cartilagem é a que mais
sofre modificações, onde, no início da doença se encontra
áspera e com presença de fissuras, e no decorrer da afecção seu
estado fisiológico transparente esbranquiçado se torna amarelo
acinzentado e algumas vezes pode ser vermelho-amarronzado,
uma vez que pode ocorrer extensa lesão e consequentemente
exposição do osso subcondral. Microfraturas provocadas no
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osso subcondral, devido à distribuição anormal das forças, se
consolidam e alteram a elasticidade óssea. O estresse contínuo
sobre a cartilagem intensifica sua degeneração e promove a
exposição do osso (SANTANA et al. 2010). O processo seguinte
é caracterizado pela formação de osteófitos, espessamento de
cápsula articular e hipertrofia das vilosidades da membrana
sinovial. Ocorre também morte de condrócitos superficiais,
alterações na matriz de proteoglicanos e na cadeia de colágeno
(SANTANA et al. 2010).
Os fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos incluem estrutura
e conformação corpórea, alteração no desenvolvimento ósseomuscular, crescimento rápido, nutrição deficiente ou excessiva
(proteínas, cálcio e fósforo), distrofia do músculo pectíneo,
atrofia muscular pélvica, excesso de exercícios em cães jovens,
distúrbios hormonais e fatores ambientais como tipo de piso,
presença de escadas, entre outros (BETTINI et al. 2007).
Há descrições na literatura da ocorrência da doença tanto em
machos quanto em fêmeas de qualquer idade (MINTO et al.
2012). Diante do caráter genético desta doença, aconselha-se
que os animais acometidos sejam selecionados por triagem
rigorosa e retirados da reprodução por meio de esterilização,
principalmente nos centros criadouros (BETTINI et al. 2007).
A displasia coxofemoral é uma síndrome comumente
encontrada na espécie canina; por outro lado, Barros et al.
(2008) relatou que a importância ainda é questionável em
gatos. Raças caninas com alto índice de massa corporal como as
de grande porte e gigantes têm alto predomínio para a displasia
coxofemoral (SANTANA et al. 2010; MINTO et al. 2012) tais como
border collie, sheepdog (BETTINI et al. 2007), pastor alemão,
labrador, rottweiler, pointer, fila brasileiro e são bernardo, em
geral afetando as duas articulações coxofemorais. Ocorre em
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ambos os sexos com a mesma frequência e não há relatos de
predisposição em relação à idade (BARROS et al. 2008).
Os sinais clínicos demonstrados por animais jovens
acometidos são diversos e incluem claudicação unilateral com
aparecimento repentino e redução da atividade locomotora
associada à dor, dorso arqueado e peso corporal deslocado para
os membros torácicos. Nesses animais é observada intolerância
ao exercício e musculatura fracamente desenvolvida. Nos mais
senis, a claudicação normalmente é bilateral, podendo ser
classificada em leve a grave; tais sinais são decorrentes das
alterações articulares degenerativas crônicas. Também pode ser
observada hipertrofia da musculatura dos membros torácicos
em virtude do alívio de peso da região pélvica (HULSEN &
JOHNSON, 2002).
Para o diagnóstico desta afecção deve-se agregar uma série de
dados e informações como o histórico do animal, sinais clínicos
observados durante o exame físico e exame radiográfico da pelve
obtido na incidência ventrodorsal (TUDURY et al. 2004; BETTINI
et al. 2007; SANTANA et al. 2010), porém deve-se considerar que
nem sempre os sinais clínicos são compatíveis com os achados
radiográficos (BARROS et al. 2008).
Na anamnese, o proprietário deve ser questionado sobre o tipo
de ambiente que o animal permanece, se apresenta dificuldade
ou não de se levantar, intolerância ao exercício, claudicação,
crepitação ao movimento, dor, hipertrofia da musculatura
torácica e atrofia da musculatura pélvica (OHLERTH et al. 2001).
A maioria dos animais é assintomática ou demonstram sinais leves
(ANDERSON, 2011). Dentre os achados esperados em animais
jovens durante o exame físico ortopédico está a claudicação, dor
aguda, intolerância a exercícios e atrofia dos músculos da região
pélvica (MANLEY et al. 2007). Grande diversidade de alterações
pode ser encontrada nas articulações, desta forma, a doença
pode ser ponderada de discreta até severa, havendo diferenças
clínicas entre os pacientes dos diversos graus, principalmente
relacionadas à marcha, de acordo com o nível de dor (SOUZA et
al. 2015).
Em casos crônico, devido osteoartrite, encontra-se dor durante
a extensão da articulação coxofemoral, alterações na marcha,
dificuldade para subir ou descer escadas. Crepitação, sensibilidade
e amplitude de movimentação restrita da articulação também
podem ser observadas durante o teste ortopédico de Ortolani
(GINJA et al. 2009). Para realização deste exame, o paciente
sob contenção física ou química, deve ser posicionado em
decúbito lateral com o membro a ser avaliado para cima. Devese aplicar uma força no fêmur no sentido ventrodorsal fazendo
com que a cabeça do fêmur saia parcialmente ou totalmente do
acetábulo. Ato contínuo realiza-se abdução do fêmur voltando
à cabeça femoral para a fossa acetabular, que ao sair da borda
do acetábulo, produz som de estalo que pode ser ouvido ou
sentido pelas mãos do examinador, caracterizando o sinal de
Ortolani positivo (TUDURY et al. 2003).
Para o diagnóstico definitivo são necessárias radiografias
na incidência ventrodorsal obtidas com o paciente bem
posicionado, de maneira que possam ser visibilizados cabeça e
colo femorais, além do bordo acetabular (BETTINI et al. 2007);
para isso, os membros posteriores devem ficar estendidos e
os fêmures paralelos entre si e em relação à coluna vertebral.
Os membros pélvicos devem ser rotacionados internamente,
permitindo que as patelas se centralizem nos côndilos femorais
e a pelve fique em simetria. Existem alguns escores de avaliação
radiográfica como da Fédération Cynologique Internationale
(FCI) usada na Europa e OFA (Orthopedic Foundation for Animals),
usada principalmente nos Estados Unidos (FLUCKIGER, 2007). A
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primeira avalia nove parâmetros e cria escore entre zero a 106,
onde zero é uma articulação normal e 106, displasia coxofemoral
severa. Os parâmetros avaliados são ângulo de Norberg,
subluxação, borda acetabular cranial, borda acetabular caudal,
borda acetabular dorsal, rima acetabular cranial, fossa acetabular
(arrasamento) e conformação da cabeça e colo femoral (LEWIS
et al. 2010; SANCHEZ-MOLANO et al. 2015).
O ângulo de Norberg, o mais utilizado em cães, é avaliado a partir
da linha traçada entre o centro das duas cabeças femorais e outra
linha entre esse ponto e a borda acetabular, devendo ser 105º,
quando menor confirma subluxação. Entretanto há conformação
pélvica distinta para cada raça, logo, os valores do ângulo de
Norberg que distinguiria animais normais de displásicos deveriam
ser específicos para cada raça. A variação do ângulo de Norberg
é classificada em distintos graus, de acordo com os achados
radiográficos; neste contexto, grau A (articulações coxofemorais
normais: congruência entre cabeça femoral e acetábulo), grau B
(articulações próximas da normalidade: incongruência leve entre
cabeça femoral e acetábulo, com ângulo de aproximadamente
105°), grau C (presença de displasia coxofemoral leve: a cabeça
femoral e o acetábulo são incongruentes; o ângulo acetabular
é de aproximadamente 100°), grau D (displasia coxofemoral
moderada: incongruência entre a cabeça femoral e o acetábulo
evidente, podendo observar subluxação) e grau E (displasia
coxofemoral grave: alterações articulares evidentes de displasia,
com sinais de luxação ou subluxação) (BETTINI et al. 2007).
Segunda a OFA, outra forma de diagnosticar subluxação é por
meio da cobertura acetabular, ou seja, percentual da cabeça
do fêmur coberto pelo acetábulo. Assim, quanto maior a
porcentagem, melhor a congruência da articulação, desta forma,
se a cobertura for menor que 50%, caracteriza-se subluxação
(MCLAUGHLIN & TOMLINSON, 1996).
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Outras formas de avaliação da articulação incluem
ultrassonografia, principalmente para detecção de produção
exacerbada de fluido sinovial (GINJA et al. 2009). Ressonância
magnética apesar de usada com menor frequência, revela
detalhes não visibilizados na radiografia comum (ROCHA et al.
2008).
Contudo sabe-se que as características fenotípicas muitas vezes
não estão evidentes, principalmente em animais jovens, desta
forma o controle da displasia coxofemoral em cães não tem sido
tão efetivo nas últimas décadas, havendo pequena evolução
com esses métodos diagnósticos (JANUTTA et al. 2008; HOU et
al. 2010), de tal forma que tem sido determinado genoma de
cães que apresentem a doença em diversos graus, afetando
diferentes genes (BARTOLOMÉ et al. 2015; SANCHEZ-MOLANO
et al. 2015).
Inúmeros problemas ortopédicos e neurológicos em cães
provocam sinais clínicos parecidos, portanto a claudicação deve
ser diferenciada de panosteíte, osteocondrite, osteocondrose,
separação fiseal, osteodistrofia hipertrófica, fraturas, neoplasias
ósseas, doença do disco intervertebral, mielopatia degenerativa,
síndrome da cauda equina, poliartrite e lesão completa do
ligamento cruzado cranial (KIRKBY & LEWIS, 2012).
A escolha do tratamento correto para um cão com displasia
coxofemoral depende de inúmeros fatores como idade, tamanho
e atividade do paciente, ambiente doméstico, grau de displasia e
de osteoartrite, qualidade e profundidade do acetábulo, formato
da cabeça femoral, presença ou não de afecções concomitantes,
além dos custos do tratamento médico e cirúrgico e preferências
do Médico Veterinário (HULSE & JOHNSON, 2002).
Quando a doença já se encontra em estágio avançado, os
benefícios do tratamento clínico são temporários, evoluindo
na maioria das vezes, para a terapia cirúrgica (FERRIGNO et
al. 2007). No entanto, o tratamento conservador é indicado
principalmente para os casos de displasia coxofemoral leves,
mostrando-se menos eficaz no retardo a evolução da doença
articular degenerativa em animais jovens quando comparado
às técnicas cirúrgicas (ANDERSON, 2011; KIRKBY & LEWIS, 2012).
Além da dieta convencional, o uso de nutraceuticos tem sido
amplamente difundido na medicina veterinária com função
imunomoduladora para prevenção de diversas doenças,
incluindo osteoartose, aumentando a qualidade de vida e
longevidade do animal (BORGES, 2013).
Controle de peso é um dos fatores mais importantes para impedir
a evolução de osteoartrite (KIRKBY & LEWIS, 2012). O paciente
deve ser acompanhado semanalmente, determinando-se
ingestão calórica diária necessária (HULSE & JOHNSON, 2002).
Dentre os nutraceuticos, condroitina e glucosamina possuem
efeito anti-inflamatório benéfico e condroprotetor, por ser
importante constituinte da cartilagem hialina (SANTANA et
al. 2010). O primeiro inibe ação de enzimas que degradam
cartilagem, já a glucosamina estimula produção de colágeno e
proteoglicanos pelos condrócitos, havendo efeito codroprotetor
sinérgico pelas duas moléculas (BEYNEN, 2003). Contudo o efeito
desses compostos é tardio, sendo necessário 6 a 8 semanas para
observar melhora no quadro clínico do animal (Henrotin et al.,
2005).
Outras técnicas podem ser incluídas ao plano de exercícios
em pacientes com grave perda muscular e fraqueza, como por
exemplo, a eletroestimulação neuromuscular na recuperação
da força. A utilização de exercícios ativos e passivos visa à
recuperação da amplitude de movimentos, metabolismo e
difusão de nutrientes na cartilagem. A melhora na amplitude
de movimentos em cães portadores de displasia coxofemoral
ainda pode ocorrer apenas com o alongamento passivo (KIRKBY
& LEWIS, 2012).
Acupuntura também é indicada nos pacientes acometidos, é
considerada eficaz no alívio da dor, melhorando a mobilidade
da articulação e marcha do paciente e fortalecendo os músculos
que envolvem a articulação afetada (JAEGER et al. 2007).
O uso de anti-inflamatórios não esteroidais e analgésicos são
importante no alívio da dor, contudo não podem ser utilizados
prolongadamente, de forma que podem promover úlceras
gástricas, sendo necessário o uso de protetores gástricos
concomitantes ao anti-inflamatório (BARROS et al. 2008).
Diacereina é inibidor de citocina pró-inflamatórias, além
de estimular componentes cartilaginosos, havendo ação
antiosteoartrósica, analgésica e anti-inflamatória (FIGER & RICCI
JUNIOR, 2012).
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Terapia com onda de choque utiliza ondas sonoras de alta
energia através da pele para aumentar as citocinas e fatores
de crescimento no organismo, demonstrando boa resposta
no tratamento clínico de osteoartrite (MUELLER et al. 2007).
Outro tratamento menos utilizado clinicamente, mas que tem
mostrado bons resultados em estudos experimentais inclui a
utilização de células tronco mesenquimal autógena, por meio
da retirada e cultivo de células adiposas (BLACK et al. 2007).
Em contrapartida, o tratamento cirúrgico deve ser instituído
quando a terapia conservativa não estiver mais surtindo efeito
ou o paciente se encontrar incapacitado por período extenso
(MUELLER et al. 2007).
Devido à alta incidência da displasia coxofemoral e sua
consequente influência no desempenho locomotor dos cães
acometidos, o interesse pela busca de novas alternativas
terapêuticas é incessante, visto proporcionar minimização da
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sintomatologia, com consequente melhora na qualidade de vida
do paciente. Além disso, é de suma importância que o médico
veterinário avalie cada paciente para estabelecer o melhor
protocolo terapêutico individual diante de cada condição, sendo
a terapêutica clínica paliativa e, em muitos casos, é necessário
evolução para cirurgia.
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