1 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA Instituto Nacional de Meteorologia – INMET Endereço: Eixo Monumental - VIA S1 Telefone: + 55 61 344.9955/ Fax:+ 55 61 343-1487 BRASÍLIA / DF - CEP: 70680-900 - BRASIL http://www.inmet.gov.br Data: 14/06/2003 Prognóstico de inverno – 2003 O prognóstico climático de previsão a longo prazo, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), para o inverno astronômico deste ano, começa no dia 21 de junho às 16h10min e vai até o dia 23 de setembro às 07h46min. Tem como base as informações de análises e prognósticos climáticos fornecidos por modelos numéricos de médio e longo prazo dos principais Centros Meteorológicos Mundiais, juntamente com a análise dos mapas de padrões máximos e mínimos de precipitação e temperatura. Fig. 01 Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 1 2 O comportamento do Oceano Pacífico Equatorial, na parte leste e centro, têm apresentado uma diminuição considerável nas temperaturas da superfície do mar na ordem de 2.0 a 3,0 graus Celsius nos últimos dois meses. A figura 02, mostra a expansão das anomalias negativas de temperaturas na ordem de 5.500 km, de águas frias. Esta situação configura-se o surgimento do fenômeno La Niña. No Oceano Atlântico Sul, entre o litoral da Bahia e o Espírito Santo persistiu uma mancha de água quente de um grau Celsius positivo, durante as últimas semanas, o que têm contribuído com chuvas moderadas no leste da Bahia. Outra mancha de água quente tem-se observado no litoral do Pará com o Amapá, entre 0, 5ºC e 1,0ºC. Fig. 02 Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 2 3 Climatologicamente o inverno é caracterizado pela redução das chuvas em grande parte da Região Norte, com o pico da onda de “CHEIAS” nos afluentes da margem esquerda do rio Amazonas e predomínio de estiagem em grande parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Na costa leste do Nordeste, persiste a estação chuvosa, diminuindo a partir de agosto. Durante o inverno, com o deslocamento das massas de ar polares para o Brasil, ocasionam declínio nas temperaturas nas Regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste do País, com ocorrência de “GEADAS”. Na Região Sul, quedas de “NEVE” e no Mato Grosso e sudoeste da Região Norte, “FRIAGENS”. A partir de julho, diminui a umidade relativa do ar no estado de Goiás e Distrito Federal, atingindo valores inferiores a 15%, favorecendo a ocorrência de "Queimadas". As condições climáticas também favorecem a “QUEIMADAS” nas regiões centro-oeste, sudeste e sul da Região Norte. REGIÃO NORTE Chuva A estação é caracterizada pelo decréscimo gradativo das chuvas, de norte para sul, com irregularidade na distribuição espacial e temporal no norte da região, porém as linhas de instabilidade continuam ocasionando pancadas de chuvas e trovoadas no noroeste do Amazonas. Nos estados do Acre, Rondônia, Tocantins e sul dos Estados do Amazonas e Pará, continuará o período seco até meados de agosto. No Amapá, litoral e norte do Pará inicia o período menos chuvoso. Em julho, os máximos de precipitação variam de 300mm a 360mm e ocorrem no norte de Roraima e noroeste do Amazonas; os mínimos inferiores a 10mm ocorrem em Rondônia, Tocantins e sudeste do Pará. Em agosto, os máximos de precipitação variam entre de 240mm a 300mm no Norte de Roraima e extremo norte do Amazonas; os mínimos inferiores a 10mm ocorrem no sudeste do Pará e Estado do Tocantins. Em setembro, os máximos de precipitação variam de 240mm a 300mm, no noroeste do Amazonas e mínimos inferiores a 60mm ocorrem no Amapá, norte do Pará e sudeste do Estado de Tocantins. Prevê-se que os totais pluviométricos deverão ocorrer ligeiramente acima dos padrões climatológicos no centro, noroeste e nordeste do Pará, norte e nordeste do Amazonas, centro e sul de Roraima e sul do Amapá. Abaixo dos padrões no leste Acre e Rondônia. As demais áreas apresentarão valores dentro dos padrões climatológicos (FIG. 01). Temperatura A estação e caracterizada pela ocorrência de temperaturas altas em toda a região, com decréscimo das temperaturas eventualmente nos estados do Acre e sul dos estados do Amazonas e Pará devido à influência das massas de ar frio na parte sul da Região até meados de julho. Em julho, as máximas entre 33ºC e 36ºC ocorrem no Tocantins e sul do Pará; as mínimas inferiores a 18ºC ocorrem no sul do Pará, centro e sul do Tocantins, Acre, e Rondônia, podendo atingir temperaturas de até 12ºC no Acre. Em agosto, as temperaturas máximas oscilam entre 33ºC e 36ºC no Tocantins, centro e sul do Pará e sudeste do Amazonas e as mínimas de 15º e 18ºC no sul do Pará. Em setembro, as Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 3 4 máximas entre 33º e 36ºC no Tocantins, sul do Pará e leste do Amazonas e as mínimas de 18º e 21ºC no sul do Pará, sudoeste do Amazonas, Acre e norte do Tocantins. Prevê-se que as temperaturas ficarão dentro dos padrões climatológicos em toda a Região. REGIÃO NORDESTE Chuva O inverno é caracterizado pela continuidade das chuvas até meados de agosto no leste da Região, ocasionadas pelas Ondas de Leste. Quando associadas às frentes frias, são responsáveis por pancadas de chuvas, às vezes intensas no período de 24 horas, no litoral entre Natal e Salvador. No semi-árido persistem as condições de estiagem. A partir de agosto é normal a ocorrência de ressacas no litoral leste, devido à intensificação dos ventos alísios. Em julho, os valores máximos oscilam entre 300mm e 420mm no litoral da Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, centro e sul do Maranhão, sul e oeste do Ceará, sudoeste do Rio Grande do Norte, oeste de Pernambuco, centro e oeste da Bahia. Em agosto, os valores máximos de precipitação oscilam entre 120mm e 240mm no litoral leste do Rio Grande do Norte e litoral dos Estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, centro, sul e leste do Maranhão, centro, sul e oeste do Ceará, oeste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, centro e oeste da Bahia. Em setembro, os valores máximos variam de 60mm a 120mm em Alagoas, Sergipe e leste dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, Ceará, quase todo o Maranhão, centro e oeste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Prevê-se chuvas dentro dos padrões normais em toda região (FIG. 01). Temperatura A estação é caracterizada pela diminuição das temperaturas, principalmente das mínimas, em toda Região. Em julho, os valores máximos acima de 33ºC ocorrem no sudoeste do Maranhão, centro e norte do Piauí, sul e oeste do Ceará e oeste dos Estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Em agosto, os valores máximos acima de 33ºC, ocorrem no centro, sul e leste do Maranhão, centro e norte do Piauí, centro, sul e oeste do Ceará, oeste do Rio Grande do Norte e de Pernambuco, noroeste da Paraíba e da Bahia. Em setembro, os máximos acima de 36ºC ocorrem no centro e norte do Piauí, sul e oeste do Ceará, sudoeste do Rio Grande do Norte e oeste de Pernambuco. Durante o período os valores mínimos ocorrem entre 12ºC e 15ºC, nas regiões serranas dos Estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia, podendo chegar até a 10ºC em localidades isoladas nas regiões serranas da Bahia. Prevê-se condições de temperatura dentro dos padrões climatológicos. Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 4 5 REGIÃO CENTRO-OESTE Chuva O inverno é caracterizado pela estiagem em toda a Região e com baixos índices de umidade relativa do ar. Em julho, os maiores valores ocorrem de 20mm a 60mm no centro e norte do Mato Grosso do Sul, de 10mm a 20mm no sul de Goiás, sul e noroeste do Mato Grosso e abaixo de 10mm nas demais áreas da região. Em agosto, os maiores valores ocorrem entre 40mm e 60mm no sul e centro do Mato Grosso do Sul, de 20mm a 40mm no sul de Goiás, oeste e sul do Mato Grosso. Os menores valores abaixo de 10mm, em grande parte da Região. Em setembro, os maiores valores ocorrem entre 60mm e 120mm no oeste e norte do Mato Grosso, oeste e centro-sul de Goiás, norte, oeste e centro-leste do Mato Grosso do Sul. Os menores valores oscilam entre 10mm e 20mm no leste e nordeste de Goiás e Distrito Federal, de 20mm a 40mm no leste e sul do Mato Grosso, na maior parte do Mato Grosso do Sul, exceto o sul do Estado, e nas demais áreas do Estado de Goiás. Prevê-se que as chuvas ficarão dentro dos padrões climatológicos (Fig. 01). Temperatura Neste período, as temperaturas diminuem gradativamente em toda Região, com ocorrência de geadas no sul do Mato Grosso do Sul. Em julho, as máximas variam de 33ºC a 36ºC no norte do Mato Grosso, enquanto as mínimas variam de 12ºC a 15ºC no Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, sul e leste de Goiás e no Distrito Federal. Em agosto, as máximas variam de 33ºC a 36ºC em grande parte do Mato Grosso, no oeste e norte de Goiás. As mínimas variam de 12ºC a 15ºC no sul do Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, leste de Goiás e Distrito Federal. Em setembro, as máximas variam de 33ºC a 36ºC no sul, centro – leste do Mato Grosso, oeste e norte de Goiás, enquanto as mínimas variam de 12ºC a 15ºC no Mato Grosso do Sul. Prevê-se que as temperaturas ficarão dentro dos padrões climatológicos. REGIÃO SUDESTE Chuva A estação é caracterizada por baixos índices de precipitação em toda a Região. Em julho, os valores máximos oscilam entre 60mm e 120 mm no sul e sudeste de São Paulo, sul e leste do Rio de Janeiro, leste e norte do Espírito Santo; os mínimos, inferiores a 20mm, ocorrem no estado de Minas Gerais, centro, norte e oeste de São Paulo e oeste dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em agosto, os máximos oscilam de 60mm a 120mm no sul e leste de São Paulo e leste dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os mínimos inferiores a 10mm ocorrem no norte e oeste de São Paulo e em quase todo estado de Minas Gerais, exceto no Vale do Jequitinhonha. Em setembro o máximo de precipitação oscila de 120mm a 180mm no sul e leste de São Paulo e litoral sul do Rio de Janeiro; os mínimos, inferiores a 20mm ocorrem no centro e norte de Minas Gerais. Prevê-se para o período chuvas dentro dos padrões climatológicos para toda Região (FIG. 01). Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 5 6 Temperatura Na estação, o declínio das temperaturas provocado pela passagem de sistemas frontais, frentes frias e massas de ar frio, deve acentuar-se no mês de julho, podendo atingir valores abaixo de 0ºC nas áreas elevadas do nordeste de São Paulo e sul de Minas Gerais. Nessa época, as condições meteorológicas são predominantemente de dias ensolarados com maior presença de nevoeiros e formação de geadas, principalmente nas regiões serranas. Em julho, os valores máximos variam de 27ºC a 30ºC no Triângulo Mineiro e norte de Minas Gerais, Espírito Santo e noroeste de São Paulo; os valores mínimos oscilam de 3°C a 6°C no extremo sul de Minas Gerais. Em agosto, as máximas variam de 30°C a 33°C no Triângulo Mineiro, noroeste de Minas Gerais e noroeste de São Paulo; os valores mínimos, de 6°C a 9ºC, no sul de Minas Gerais. Em setembro, as máximas variam de 30°C a 33°C no norte, noroeste e oeste de Minas Gerais e noroeste do Estado de São Paulo; os valores mínimos oscilam entre 9°C e 12°C no extremo sul de Minas Gerais. Prevê-se que as temperaturas fiquem dentro dos padrões climatológicos em toda. REGIÃO SUL Chuva No inverno, o regime pluviométrico é influenciado principalmente por sistemas frontais. Devido à passagem rápida destes sistemas, associados a baixas pressões, podem ocorrer rajadas de ventos fortes, seguidas logo após pelos ventos "Minuano". As precipitações continuam baixas no norte do Paraná em julho e agosto. No período é comum a ocorrência de “veranicos”, com duração de 4 a 7 dias com ausência de chuvas e temperaturas elevadas. Em julho, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm na serra do sudeste, centro e norte do Rio Grande do Sul e os mínimos variam de 10mm a 20mm no extremo norte do Paraná. Em agosto, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm no norte do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina e os mínimos variam de 10mm a 20mm no norte do Paraná. Em setembro, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm no centro e norte do Rio Grande do Sul, em grande parte de Santa Catarina e no sul do Paraná e os mínimos variam de 40mm a 80mm no noroeste do Paraná. Prevê-se que a precipitação ficará dentro dos padrões climatológicos na Região (Fig. 01). Temperatura Devido à maior freqüência e intensidade de massas de ar frio, as temperaturas continuam em declínio, ocorrem geadas em quase toda a Região e neve nas áreas mais elevadas, com temperaturas mínimas atingindo valores abaixo de 0ºC. A formação de nevoeiros é freqüente durante a madrugada e início da manhã, principalmente nas regiões de planaltos, serras e vales. Em julho, as temperaturas máximas oscilam de 24ºC a 27ºC no noroeste do Paraná e as temperaturas mínimas variam de 6ºC a 9ºC na campanha, serra e planalto do Rio Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 6 7 Grande do Sul, planalto de Santa Catarina e centro-sul do Paraná. Em agosto, as temperaturas máximas oscilam de 24ºC a 27ºC no norte e oeste do Paraná e as temperaturas mínimas variam de 6ºC a 9ºC no leste do planalto do Rio Grande do Sul, planalto sul de Santa Catarina e na região central do Paraná (Curitiba e arredores). Em setembro, as temperaturas máximas variam de 27ºC a 30ºC no noroeste do Paraná e as mínimas oscilam entre 9ºC e 12ºC no sudoeste, centro e nordeste do Rio Grande do Sul e centro dos estados de Santa Catarina e Paraná. Prevê-se para o período temperaturas dentro dos padrões climatológicos na Região. Prognóstico de Inverno 2003 – Instituto Nacional de Meteorologia - INMET 7