UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CARDIOPROTETORA DA PIRIDOSTIGMINA VEICULADA EM LIPOSSOMAS MULTILAMELARES ADMINISTRADOS POR VIA SUBCUTÂNEA ANA CAROLINA MOREIRA SOUZA OURO PRETO- MG- BRASIL Agosto de 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE CARDIOPROTETORA DA PIRIDOSTIGMINA VEICULADA EM LIPOSSOMAS MULTILAMELARES ADMINISTRADOS POR VIA SUBCUTÂNEA ANA CAROLINA MOREIRA SOUZA Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pósgraduação em Ciências Farmacêuticas da Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Linha de Pesquisa: Química e Farmacologia de Substâncias Bioativas Área de Concentração: Fármacos e Medicamentos Orientadora: Profa. Dra. Andrea Grabe Guimarães Co-orientadora: Profa. Dra. Neila Márcia Silva Barcellos Ouro Preto Escola de Farmácia – UFOP Agosto 2013 ii A779a Souza, Ana Carolina Moreira. Avaliação da atividade cardioprotetora da piridostigmina veiculada em lipossomas multilamelares administrados por via subcutânea [manuscrito] / Ana Carolina Moreira Souza – 2013. 87 f.: il. Color.; grafs., tabs. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andrea Grabe Guimarães. Co-orientadora: Profa. Dra. Neila Márcia Silva Barcellos. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Farmácia. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Área de concentração: Fármacos e Medicamentos 1. Piridostigmina - Teses. 2. Pressão arterial - Teses. 3. CardiografiaTeses. - Teses. 5. Medicamentos – Administração - Teses. I. Guimarães, Andrea Grabe. II. Souza, Jacqueline de. II. Barcelos, Neila Márcia Silva. III. Universidade Federal de Ouro Preto. IV. Título. CDU: 615.015.11 Catalogação: [email protected] iv “É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar; é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...”. (Martin Luther King). iii DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Celso e Neide, meus maiores incentivadores e pilares de minha vida, onde sei que sempre posso me apoiar. Vocês são meu exemplo de vida! iv AGRADECIMENTOS A Deus, por ser meu guia, iluminando sempre os meus caminhos para que eu pudesse chegar até aqui. Aos meus pais, Celso e Neide, pelo incentivo, por sempre acreditarem em meu potencial e por me apoiarem em todos os momentos de minha vida. Aos meus irmãos, Camilo e Mariana, pelo carinho e apoio, pois apesar da distância sempre estavam dispostos a me ajudar. Ao meu namorado Luiz Rafael, meu melhor amigo e grande amor, pela confiança, companheirismo, carinho e incentivo. À Professora Andrea Grabe Guimarães que acreditou em meu potencial como aluna e pessoa desde os primórdios de minha graduação. Agradeço pelo tempo dedicado a mim, com ensinamentos científicos e de vida. Obrigada pela amizade, paciência e carinho. À Professora Neila Márcia Silva Barcellos, pela orientação em boa parcela deste trabalho. Obrigada pela paciência, oportunidade, confiança e ensinamentos. Ao Professor Frezard pela colaboração em momentos de dificuldades. Ao Professor Homero Nogueira Guimarães e ao Adriano Cardoso pelo desenvolvimento do sistema de aquisição de dados e pelo suporte concedido desde o início dos experimentos. Aos Professores Carla Penido Serra e Romulo Leite, pela disposição em ajudar e orientações na resolução de dificuldades. A Professora Dênia Antunes Saúde Guimarães e aos alunos do Laboratório de Farmacognosia, em especial a doutoranda Zilma, pela disponibilização e ajuda no uso do espectrofotômetro. À Alessandra Teixeira Vidal Diniz pela colaboração tão preciosa neste trabalho. À Gisele Vieira Radovalho pela paciência e disposição em ajudar na resolução das dificuldades. Aos amigos do laboratório de Farmacologia Experimental, em especial, Thales, Wallace, Cínthia, Nívea e Gabriela. Muito obrigada a Quênia e Sherliane pela amizade, paciência e preciosa ajuda nos experimentos e análise de dados. Obrigada pela grande contribuição neste trabalho para que ele se concluísse. v Ao Sr. Wilson Silvestre pela disponibilidade em me ajudar sempre que precisei. À República Carpe Diem, pela amizade, aconchego e pelos bons momentos vividos juntas. À UFOP e ao CIPHARMA por fornecer suporte em toda minha formação academica e para a concretização deste trabalho. A CAPES pela bolsa concedida a mim. À FAPEMIG E REDE NANO pelo suporte técnico e financeiro. A TODOS AQUELES QUE CONTRIBUIRAM DE FORMA DIRETA OU INDIRETA PARA A COCRETIZAÇÃO DESTE TRABALHO, MUITO OBRIGADA! vi RESUMO A piridostigmina (PIR), um agente anti-colinesterásico reversível, apresenta efeitos cardioprotetores demonstrados pela redução da dispersão do intervalo QT do eletrocardiograma (ECG) em repouso em portadores de cardiopatias e do prolongamento do intervalo QT induzido por esforço ou, experimentalmente, por estimulação adrenérgica. No entanto, sua curta meia-vida de eliminação e incidência de efeitos adversos são fatores que limitam o seu uso prolongado. Este trabalho teve por objetivo principal a investigação da atividade cardioprotetora da piridostigmina veiculada em lipossomas convencionais multilamelares administrados por via subcutânea. Para isso, foi validado método espectrofotométrico em 270 nm para quantificação lipossomal de PIR. Este demonstrou ser linear entre 0,02-0,09 mg.ml-1. A precisão do método foi determinada intra e inter-dia, obtendo-se como resultados coeficiente de variação entre 1,73 a 2,72 % e 0,32 a 2,32 %, respectivamente. A exatidão variou entre 99,45 e 101,12 %. O método não se alterou em decorrência da matriz lipossomal. Duas formulações lipossomais multilamelares foram desenvolvidas: uma constituída de dioleil-fosfatidilcolina (DOPC) e colesterol (CHOL) ou outra constituída de distearoil-fosfatidilcolina (DSPC) e CHOL. A eficiência de encapsulação foi determinada em 15,4 % e 23,4 %, respectivamente. O método proposto demonstrou especificidade, precisão, exatidão sendo capaz de quantificar a PIR em lipossomas. A atividade cardioprotetora de PIR foi avaliada in vivo em ratos Wistar, por sua capacidade em impedir as alterações cardiovasculares, demonstradas nos sinais de pressão arterial (PA) e ECG, induzidas pela administração I.V. de noradrenalina (NA). Após administração de 10 µg/kg de NA, as formulações lipossomais DSPC e DOPC contendo PIR foram capazes de reduzir significativamente o prolongamento do intervalo QT, com máximos de inibição de 76,4 % e 73,0 %, respectivamente. Ambas as formulações, DSPC:CHOL e DOPC:CHOL, atenuaram o aumento da pressão arterial em até 12 e 24 horas respectivamente. Como o prolongamento do intervalo QT é um preditor de morte súbita e a PIR foi capaz de impedir seu prolongamento após a estimulação simpática, pode-se concluir que o brometo de piridostigmina veiculado em lipossomas e administrado por via subcutânea possui atividade cardioprotetora. Palavras-chave: cardioproteção, lipossomas, Piridostigmina. ECG, pressão arterial. vii ABSTRACT Pyridostigmine (PIR), a reversible anticholinestesic, has its cardioprotective effects demonstrated by the reduction of the QT interval of the electrocardiogram (ECG) dispersion at rest in patients with heart disease and QT prolongation induced by exertion or experimentally by adrenergic stimulation. However, its short half-life and the incidence of side efects are factors that limit its prolonged use. This study was aimed to investigate the cardioprotective activity of pyridostigmine conveyed in conventional multilamellar liposomes administered subcutaneously. A spectrophotometric method was validated for quantification at 270 nm of liposomal PIR. It was linear between 0.02 to 0.09 mg.ml-1. The accuracy of the method was determined in and between day, and the results obtained were 1.73 to 2.72% , and 0.32 to 2.32 %, for variation coefficient, respectively. The accuracy ranged between 99.45 and 101.12 %. The method was not affected by the liposomal matrix. Two multilamellar liposomal formulations were developed: one consisting of dioleil phosphatidylcholine (DOPC) and cholesterol (CHOL) and the other consisting of distearoyl phosphatidylcholine (DSPC) and CHOL. The encapsulation efficiency determined was 15.4 % and 23.4 % respectively. The proposed method showed specificity, precision, accuracy being adequate to quantify PIR in liposomes. The cardioprotective activity of PIR was evaluated in vivo in rats for its ability to prevent cardiovascular disorders, demonstrated in signs of blood pressure (BP) and ECG induced by IV administration of noradrenaline (NA). After administration of 10 mg/kg NA, the DSPC and DOPC liposomal formulations containing PIR were able to reduce significantly the QT interval, with a maximum inhibition of 76.4 % and 73.0 % respectively. Both formulations DSPC: CHOL and DOPC: CHOL, attenuated the increase in BP within 12 to 24 hours respectively. As the QT prolongation is a predictor of sudden death and the PIR was able to prevent its prolongation after sympathetic stimulation, it could be suggested that PIR in liposomes administered subcutaneously has cardioprotective activity. Keywords: cardioprotection, liposomes, Pyridostigmine. ECG, blood pressure. viii ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Características estruturais dos lipossomas................................................................. 6 Figura 2: Representação esquemática dos tipos de lipossomas ................................................ 6 Figura 3: Traço normal do ECG ............................................................................................. 18 Figura 4: Perfil de liberação de piridostigmina da formulação lipossomal (37 mg/ml). ........ 27 Figura 5: Variação percentual da PAS após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg................................................................................................................................ 32 Figura 6: Variação percentual da PAD após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg... ............................................................................................................................. 33 Figura 7: Variação percentual da PAS após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ............................................................................................................................... 34 Figura 8: Variação percentual da PAD após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg.. .............................................................................................................................. 35 Figura 9: Variação percentual da PAS após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ............................................................................................................................... 36 Figura 10: Variação percentual da PAD após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg.. .............................................................................................................................. 37 Figura 11: Variação percentual do intervalo QT após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. .......................................................................................................................... 40 ix Figura 12: Variação percentual do índice QTc após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ...................................................................................................................... 41 Figura 13: Variação percentual do intervalo QT após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg. ..................................................................................................................... 42 Figura 14: Variação percentual do intervalo QTc após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg. ..................................................................................................................... 43 Figura 15: Variação percentual do intervalo QT após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg........................................................................................................................... 44 Figura 16: Variação percentual do índice QTc após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg........................................................................................................................... 45 Figura 17: Variação percentual de PAS, PAD, intervalo QT e índice QTc após administração I.V. de 3 µg/kg de NA,12 horas após a administração S.C. de salina e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC nas doses de 10 e 20 mg/kg. ............................................. 46 Figura 18: Variação percentual de PAS, PAD, intervalo QT e índice QTc após administração I.V. de 10 µg/kg de NA,12 horas após a administração S.C. de salina e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC nas doses de 10 e 20 mg/kg.. ............................................ 47 x ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Delineamento grupos/doses/tempo de estudo ......................................................... 17 Tabela 2: Avaliação da linearidade a partir da análise de oito concentrações de brometo de piridostigmina. .................................................................................................................. 21 Tabela 3: Determinação da precisão intra-dia a partir da análise de três concentrações de brometo de piridostigmina. ............................................................................................... 21 Tabela 4: Determinação da precisão inter-dia a partir da análise de três concentrações de brometo de piridostigmina. ............................................................................................... 22 Tabela 5: Determinação da exatidão a partir da análise de três concentrações de brometo de piridostigmina. .................................................................................................................. 22 Tabela 6: Determinação do parâmetro limite de quantificação por meio de concentrações decrescentes de brometo de piridostigmina. ..................................................................... 23 Tabela 7: Parâmetros de caracterização das formulações lipossomais. .................................. 24 Tabela 8: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 1 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DSPC administrado por via S.C.. ........................................................ 48 Tabela 9: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 3 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DSPC administrado por via S.C.. ........................................................ 49 Tabela 10: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 10µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DSPC administrado por via S.C.. ........................................................ 50 Tabela 11: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 1 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DOPC administrado por via S.C.......................................................... 51 Tabela 12: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 3 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DOPC administrado por via S.C.......................................................... 52 Tabela 13: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 10 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DOPC administrado por via S.C.......................................................... 53 xi ÍNDICE DE ABREVIATURAS: AC Adenililciclase AcetilCoa Enzima colina acetilcolinesterase Ach Acetilcolina AMPc Adenosina monofosfato cíclico ANVISA Agencia nacional de vigilância sanitária CHOL Colesterol DCV Doenças cardiovasculares DOPC Dioleil-fosfatidilcolina DSPC Distearoil-fosfatidilcolina ECG Eletrocardiograma EE Eficiência de encapsulação FC Freqüência cardíaca GUV Lipossomas gigantes IAM Infarto agudo do miocárdio IC Insuficiência cardíaca ICH “International conferenceon harmonization” INMETRO Instituto nacional de metrologia, normatização e qualidade industrial I.P. Intraperitoneal IUPAC “International union of pure and applied chemistry” I.V. Intravenosa LD Limite de detecção LipoPIR Piridostigmina lipossomal LQ Limite de quantificação LUVs Lipossomas unilamelares grandes MLVs Lipossomas multilamelares xii NA Noradrenalina OMS Organização Mundial de Saúde PA Pressão arterial PAD Pressão arterial diastólica PAS Pressão arterial sistólica PE Polietileno PEG Polietilenoglicol PIR Piridostigmina S.C. Subcutânea SCV Sistema cardiovascular SNA Sistema nervoso autônomo SUVs Lipossomas unilamelares pequenos UFOP Universidade Federal de Ouro Preto USP U.S. Pharmacopeial Convention UV Ultravioleta xiii SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 2 2.1 - BROMETO DE PIRIDOSTIGMINA E SISTEMA CARDIOVASCULAR ...................................................2 2.2-Sistema nervoso autônomo e sistema cardiovascular .................................................................4 2.3-Lipossomas .......................................................................................................................................5 2.4-Validação de Método Analítico .....................................................................................................7 3-OBJETIVOS .............................................................................................................................. 10 3.1-Objetivo geral .................................................................................................................................10 3.2-Objetivos específicos .....................................................................................................................10 4- METODOLOGIAS ................................................................................................................... 10 4.1 - Reagentes e amostras ..................................................................................................................10 4.2 –Doseamento da PIR .....................................................................................................................11 4.3 - Validação do método analítico ...................................................................................................11 4.4-Preparação dos lipossomas contendo piridostigmina:...............................................................12 4.5-Determinação do rendimento de encapsulação ..........................................................................13 4.6-DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE LIPÍDI DOS LIPOSSOMAS E DA RELAÇÃO PIRIDOSTIGMINA/LIPÍDIO .......................................................................................13 4.7-Determinação do tamanho dos lipossomas .................................................................................14 4.8-Determinação da carga superficial dos lipossomas ...................................................................14 4.9 - Perfil de liberação in vitro ..........................................................................................................14 4.10-Animais experimentais ................................................................................................................15 4.11 - Procedimentos cirúrgicos e obtenção dos sinais cardiovasculares .....................................15 4.12-Modelo de ativação farmacológica do sistema nervoso simpático .......................................16 4.13 - Protocolos Experimentais: ........................................................................................................16 4.14-Análise dos parâmetros cardiovasculares .................................................................................17 4.15-Análise Estatística ........................................................................................................................18 xiv 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 20 5.1–Desenvolvimento e validação do método analítico para a quantificação de piridostigmina lipossomal ....................................................................................................................20 5.2 - Determinação da eficiência de encapsulação ...........................................................................23 5.3 - Determinação do tamanho dos lipossomas ..............................................................................24 5.4 - Determinação da carga superficial dos lipossomas .................................................................25 5.5 - Perfil de liberação in vitro ..........................................................................................................25 5.6 - Determinação da relação fármaco/lipídeo ................................................................................27 5.7-Avaliação das alterações dos parâmetros cardiovasculares em ratos Wistar tratados com Piridostigmina .......................................................................................................................................28 6- CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 56 7-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 57 8-ANEXO I....................................................................................................................................69 xv 1- INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares (DCV) são um problema de saúde pública nos países industrializados, incluindo os Estados Unidos e Europa (WHO, 2011). As DCV destacam-se no topo da lista de causas de morte em todo o planeta matando mais pessoas que qualquer outra doença. Somente no ano de 2008, 17,3 milhões de pessoas morreram por DCV (WHO, 2011). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o índice de mortalidade por DCV no Brasil de indivíduos com idade entre 30 e 70 anos foi de 248 por 100.000 habitantes (WHO, 2013). O custo econômico das DCV cresceu exponencialmente nas últimas décadas. Entre os anos de 2008 e 2011 o número de internações por doenças do sistema circulatório foi de três milhões, o que gerou um custo de R$ 5,7 bilhões para o país, segundo dados do DATASUS/Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS, 2011). Assim, as DCV representam um dos maiores problemas de saúde pública, com elevada incidência no mundo ocidental, acometendo tanto países do primeiro mundo como também os países em desenvolvimento (REDDY & YUSUF, 1998; MAGNUS & BEAGLEHOLE, 2001; NISSINEN et al.,2001; WHO 2002,2003; BEAGLEHOLE & YACH, 2003; MACKAY & MENSAH, 2004; MITKA, 2004; WHO 2013). Dessa maneira, é relevante e necessária à investigação de fármacos com atividade cardioprotetora, com potencial para a prevenção e tratamento de agravamentos decorrentes de DCV. Estudos clínicos e experimentais realizados com o brometo de piridostigmina (PIR), fármaco anti-colinesterásico reversível, demonstraram ser um agente promissor na terapêutica da doença cardíaca isquêmica (GRABE-GUIMARÃES et al., 1999; SANT’ANNA et al., 2003, VIDAL et al, 2010). Pacientes com isquemia miocárdica induzida por exercício físico (CASTRO et al., 2004) ou insuficiência cardíaca (IC) (SERRA et al., 2009) apresentaram melhora da atividade autonômica após a administração oral de PIR. A PIR é um fármaco utilizado em clínica para o tratamento da miastenia gravis. No entanto, sua curta meia-vida de eliminação (GOODMAN & GILMAN, 2010) e a alta incidência de efeitos adversos (KLUWE et al., 1989) são fatores que podem limitar seu uso prolongado. O desenvolvimento de formas farmacêuticas que pudessem prolongar sua vida útil e diminuir seus efeitos indesejáveis seria de grande utilidade terapêutica. Os lipossomas são vesículas lipídicas contendo espaço aquoso interno e têm sido utilizados como carreadores coloidais de substâncias ativas hidrofílicas ou lipofílicas, podendo conferir distribuição corporal diferenciada, maior estabilidade e modificadas 1 interações com células hospedeiras e patogênicas (BLUME & CEVIC, 1990). São constituídos por lipídeos naturais ou sintéticos, biodegradáveis, não tóxicos, não imunogênicos e completamente biocompatíveis (LASIC, 1998; TORCHILIN, 1995) amplamente estudados como sistema de liberação sustentada de fármaco. Permitem, ainda, o direcionamento a alvos específicos, como células e tecidos, aumento da potência e/ou redução da toxicidade da substância encapsulada (ver CHON & CULLIS, 1995; LASIC, 1998). Estudos realizados anteriormente demonstraram que a PIR quando veiculada em lipossomas administrado por via intravenosa (I.V.) apresenta considerável atividade cardioprotetora, demonstrada pela redução do intervalo QT do ECG (VIDAL et al.,2010). Em continuidade, o presente estudo teve por objetivo avaliar uma nova formulação lipossomal contendo PIR para administração por via subcutânea (S.C.). O presente estudo avaliou a possibilidade de uso desta preparação como sistema de liberação sustentado da PIR na prevenção de doença cardíaca isquêmica. Adicionalmente, foi realizada a validação de método analítico para monitorar a eficiência de encapsulação de PIR em lipossomas. 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 - BROMETO DE PIRIDOSTIGMINA E SISTEMA CARDIOVASCULAR As DCV são um dos principais problemas de saúde pública no mundo, incluindo o Brasil. Portanto, torna-se cada vez mais necessário a busca por novos fármacos no intuito de controlar a mortalidade de pacientes com doenças cardíacas e infarto agudo do miocárdio (CASTRO et al, 2000). Em sua grande maioria as DCV estão associadas a disfunções do SNA, seja por uma hiperatividade do SNA simpático ou hipoatividade do SNA parassimpático, levando ao aumento do risco de arritmias e outros eventos cardíacos. Portanto o descontrole do SNA aumenta a morbidade cardiovascular e mortalidade (SCHWARTZ et al, 1992; LA ROVERE et al, 1998). 2 Sabe-se que é de grande importância clínica estudos sobre a hiperatividade simpática e seu tratamento em doenças cardiovasculares (CORR & GILLIS, 1978), no entanto são escassos os estudos referentes às interferências farmacológicas sobre a hipoatividade vagal. A PIR é uma amina quaternária que atua como um inibidor reversível da colinesterase e como consequência de sua ação aumenta os níveis de acetilcolina endógena e assim na fenda sináptica (GOODMAN & GILMAN, 2010). A principal indicação clínica da PIR é sua utilização para o tratamento da miastenia gravis, em que a dose diária é de 720 mg/dia. Também pode ser utilizada na esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, miotrofia espinhal, e paresia consecutivo de poliomielite. Outras indicações menos comuns da PIR incluem a prevenção de distúrbios após punção lombar e meningismo após eletroencefalografia e tratamento de enxaqueca e dor de cabeça (CASTRO, 2000). Outro relato de uso da PIR foi a ingestão de 30 mg a cada 8 horas aos soldados americanos que participaram no Guerra do Golfo. O objetivo era evitar a intoxicação por gases com ação anticolinesterase irreversível no caso de um ataque com armas químicas (VOLANS, 1996). A ação cardiovascular da PIR é geralmente considerada como um efeito adverso, porque no tratamento de miastenia grave, o objetivo são os efeitos colinomiméticos sobre a musculatura esquelética. Desta forma, ainda são poucos os estudos referentes à ação cardioprotetora da PIR, apesar de na última década ter sido crescente o número de estudos referentes à cardioproteção ocasionada pela PIR. A PIR melhora as respostas autonômicas e hemodinâmicas durante o exercício em pacientes com doença arterial coronariana, (CASTRO et al, 2004; CASTRO et al, 2006; SERRA et al, 2009), previne a disfunção miocárdica induzida pelo stress mental (NOBREGA et al, 2008), e reduz a dispersão do QTc (CASTRO et al, 2000). Grabe e colaboradores (1999), observaram atividade cardioprotetora da PIR administrada por via oral na dose de 10 mg/kg em até 2 horas após sua administração. Vidal e colaboradores (2010) observaram ação cardioprotetora da PIR em lipossomas unilamelares com redução do intervalo QT em até 6 horas após a sua administração I.V. Assim, no intuito de realizar maiores estudos da atividade cardioprotetora da PIR, foi proposto por este trabalho a avaliação da atividade cardiovascular da PIR veiculada em lipossomas multilamelares administrado por via S.C. 3 2.2-SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E SISTEMA CARDIOVASCULAR O SNA representa o componente eferente do sistema nervoso visceral e relaciona-se com a inervação do coração, vasos sanguíneos, glândulas e outros órgãos viscerais, e músculo liso, sendo importante para a manutenção da constância do meio interno. Possui duas subdivisões anátomo-funcionais: o sistema simpático e o sistema parassimpático, que em geral atuam de forma antagônica, mas não independente, colaborando e trabalhando harmonicamente na coordenação da atividade visceral (GOODMAN & GILMAN, 2010). O SNA é responsável por modular a atividade elétrica e contrátil do miocárdio. Esta regulação neuronal é realizada pela interação do SNA simpático e parassimpático. A ação simpática causa a despolarização celular gerando um efeito cronotrópico positivo sobre as células cardíacas, enquanto a estimulação vagal cardíaca sobre as células marca-passo acarreta em hiperpolarização celular causando efeito cronotrópico negativo (GOODMAN & GILMAN, 2010). O sistema cardiovascular (SCV) sofre influências neuro-humorais, quando ocorre aumento da atividade simpática e redução no tônus parassimpático ocorre aumento da frequência cardíaca (FC), da contratilidade, do débito cardíaco e da pressão arterial (PA) (KRANTZ & MANUCK, 1984), além de participar na doença arterial coronariana e na gênese de arritmias ventriculares ameaçadoras à vida (SCHWARTZ et al, 1990; KJELLGREN et al, 1993). Existem dois possíveis mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento de isquemia miocárdica na presença de doença aterosclerótica coronariana: o aumento do tônus vasomotor coronariano com diminuição do fluxo coronariano e a hiperatividade simpática que determina um aumento na FC, na PA e na contratilidade miocárdica levando ao aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdico (GOODMAN & GILMAN, 2010). A hiperatividade simpática também acarreta em prolongamento do intervalo QT do ECG e do índice QTc, fatores estes preditores de morte súbita (LA ROVERE ET AL, 1998; SCHWARTZ, 1998). A hipoatividade vagal, de forma independente, também se correlaciona a maior morbimortalidade cardiovascular, através da diminuição do limiar de fibrilação ventricular, aumento da frequência cardíaca e diminuição da modulação adrenérgica pré-sináptica. A atuação específica na disfunção parassimpática, como por exemplo, através do uso do fármaco anti-colinesterásico PIR, alterou de forma favorável importantes marcadores prognósticos para doença cardiovascular, em indivíduos normais (NÓBREGA et al, 1999, SERRA et al, 2001). Ainda através da ação de PIR, foi observado que o aumento da atividade 4 parassimpática reduziu a dispersão do prolongamento do intervalo QT e índice QTc, ou seja, o aumento da ação parassimpática conferiu cardioproteção (VIDAL et al, 2010). Estudos realizados por Vidal e colaboradores (2010) e por Zimerman e colaboradores (2010) demonstraram que o aumento da atividade parassimpática mediada por PIR não altera o complexo QRS e intervalo PR do ECG, assim como não produz distúrbios da condução eletrofisiológica com aumento do período refratário ventricular. A redução dos mecanismos vagais e o aumento da atividade simpática parecem ser, portanto, a preparação para o SCV para as rápidas variações na frequência e débito cardíacos que ocorrem durante a doença coronariana, embora as ações da noradrenalina possam agravála (BRUM et al, 2006). Alternativas farmacológicas destinadas a contrapor este desequilíbrio devem ser continuamente desenvolvidas, especialmente no que diz respeito à função parassimpática. 2.3-LIPOSSOMAS Os lipossomas são vesículas esféricas, constituídas de uma ou várias bicamadas concêntricas de lipídeos, que isolam um ou vários compartimentos aquosos internos do meio externo (BANGHAM et al., 1965)(Figura 1). Geralmente são formados por fosfolípides de origem natural, sintética ou semi-sintética e possuem grande potencialidade para o transporte de substâncias hidrofílicas, lipofílicas e anfifílicas (LASIC, 1998). As substâncias hidrofílicas podem ser encapsuladas no meio aquoso interno, as lipofílicas na porção apolar das bicamadas e as anfifílicas na interface hidrofílica lipofílica (JUNGINGER et al., 1991). Os lipossomas podem ser preparados a partir de misturas lipídicas naturais extraídas e purificadas, ou a partir de lipídeos sintéticos, disponíveis comercialmente (SANTOS &CASTANHO, 2002). Os lipossomas podem ser classificados em termos de tamanho, número de lamelas (e sua posição relativa), constituição lipídica (o que também condiciona a sua carga), estabilidade e modo de preparação (LICHTENBERG &BARENHOLZ, 1988). Os lipossomas podem ser classificados como vesículas multilamelares (MLV) com diâmetro entre 400 e 3500 nm, vesículas unilamelares pequenas (SUV) com diâmetro variando entre 20 e 50 nm, vesículas unilamelares grandes (LUV) diâmetro superior a 100 nm, vesículas unilamelares gigantes (GUV) com dimensões superiores a 1 μm. (GREGORIADIS, 1993) (Figura 2). 5 Figura 1: Características estruturais dos lipossomas Figura 2: Representação esquemática dos tipos de lipossomas (SANTOS & CASTANHO, 2002) Existem várias metodologias para a preparação de lipossomas, as quais, de modo geral, são compostas por três etapas básicas: 1) diluição dos fosfolipídios em solvente orgânico seguida de evaporação deste para obtenção do filme lipídico; 2) hidratação do filme lipídico em meio aquoso; 3) redução do tamanho da vesícula e/ou do número de camadas se for o caso. Quando administrados em organismos vivos, os lipossomas interagem, no primeiro momento, com os componentes dos fluidos biológicos, o que pode alterar a permeabilidade de sua membrana e a velocidade de liberação da substância encapsulada. Após administração dos 6 lipossomas por via oral, os sais biliares se incorporam na sua membrana, tendendo induzir a transição da fase lamelar para a fase micelar. Nestas condições, os lipossomas “fluidos”, que apresentam membrana na fase cristal-líquido, serão desestabilizados. Apenas lipossomas com membrana na fase gel parecem resistir parcialmente à ação dos sais biliares. Após administração dos lipossomas por via I.V., estes interagem com as lipoproteínas plasmáticas. Lipídeos podem ser transferidos dos lipossomas para as lipoproteínas, enquanto componentes das lipoproteínas (como a apolipoproteína) podem ser incorporados na membrana dos lipossomas. Nessas condições, lipossomas “fluidos” manterão sua integridade apenas se estes contiverem colesterol na proporção de pelo menos 30 % do total de lipídeos (FRÉZARD et al, 2005). A administração subcutânea de lipossomas apresenta muitas vantagens como liberação prolongada, constante e controlada de substâncias e com isso diminuir a variação dos níveis plasmáticos e os efeitos colaterais, principalmente de fármacos de estreito índice terapêutico. Pode ainda evitar as variáveis que influenciam na absorção gastrointestinal como pH, volume de alimento, mobilidade gastrointestinal, também pode evitar o metabolismo pré-sistêmico que diminui a biodisponibilidade de muitas substâncias como o propranolol, melatonina, metotrexato, salbutamol, etc. (HONEYWELL-NGUYEN et al., 2005, 2006; CHOI et al., 2005) A encapsulação de substâncias em lipossomas permite sua distribuição corporal diferenciada, podendo demonstrar maior estabilidade, modificadas interações com células hospedeiras e patogênicas (BLUME & CEVIC, 1990), além de atingir alvos específicos. O tipo lipossomal utilizado para uma determinada finalidade está diretamente relacionado à sua composição e estrutura, exemplo disso são lipossomas que possuem carga neutra ou positiva que se acumulam espontaneamente em tecido cardíaco infartado. Constata-se então que lipossomas podem ser usados para liberação passiva de fármacos em tecidos isquêmicos para fins diagnósticos e terapêuticos, particularmente no infarto do miocárdio (TORCHILIN, 1995; VERMA et al., 2005). No entanto, antes da utilização dos lipossomas, métodos analíticos devem ser validados para que garantam a eficiência de encapsulação de PIR. 2.4-VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO A validação é o monitoramento analítico de um produto farmacêutico ou de um ingrediente específico que o componha. Ela é necessária para que seja garantida a segurança e 7 eficácia do produto em todas as fases de seu prazo de validade, incluindo o armazenamento, a distribuição e o uso (BRENDOLAN, 1997). Para os métodos analíticos, a validação representa o processo pelo qual o laboratório, por meio de estudos adequados, comprova que as características de execução do método atendem às exigências das aplicações analíticas propostas. Além disso, que determinado procedimento analítico selecionado dê resultados reprodutíveis, confiáveis e adequados aos fins para os quais são destinados (BRENDOLAN, 1997). A demonstração da habilidade de um método analítico para quantificar substâncias é de grande importância para assegurar a qualidade, segurança e eficácia dos produtos farmacêuticos, considerando-se a sua aplicação e o nível de qualidade pertinente (PINTO et al., 2010). Órgãos como ICH (International Conference on Harmonization), IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e outros exigem o item validação de métodos analíticos como um requisito fundamental no credenciamento para qualidade assegurada e demonstração de competência técnica. O que se pode observar é que não há um procedimento normatizado que estabeleça como executar a validação de métodos instrumentais de separação. Como estes órgãos são responsáveis por acompanhar e credenciar a competência de laboratórios de ensaios é importante ressaltar que as diferentes terminologias e até algumas características de desempenho do método têm, em sua maior parte, o mesmo significado, porém descrito de uma maneira distinta, para aplicações diferentes (RIBANI et al., 2004). Validação de um método é a comprovação, através do fornecimento de evidência objetiva, de que os requisitos para uma aplicação ou uso específicos pretendidos foram atendidos (NBR ISO 9000). No Brasil, há duas agências credenciadoras para verificar a competência de laboratórios de ensaios, a ANVISA e o INMETRO. Estes órgãos disponibilizam guias para o procedimento de validação de métodos analíticos, respectivamente, a Resolução ANVISA RE nº 899, de 29/05/2003 e o documento INMETRO DOQ-CGCRE-008, de março/2003 (RIBANI et al., 2004). O método analítico utilizado para quantificação de PIR veiculada em lipossomas multilamelares será validado segundo as normas da ANVISA. Este método analítico determinará o teor de encapsulação do fármaco nessa matriz lipossomal. De acordo com a 8 resolução ANVISA nº 899 de 29 de maio de 2003, a validação deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados. Para tanto, deve apresentar especificidade, linearidade, intervalo, precisão, sensibilidade (limite de detecção), limite de quantificação e exatidão adequados a análise. Para atestar a eficiência da encapsulação de PIR foi necessário o desenvolvimento e validação de um método analítico específico que não sofra influencia da matriz lipídica. O desenvolvimento de métodos analíticos consiste na busca e avaliação de diferentes condições experimentais que permitam a determinação quantitativa do analito com confiabilidade, rapidez, baixo custo e com o mínimo de resíduos (BRENDOLAN, 1997). Muitos estudos sobre PIR têm recorrido a técnicas que extraem e o quantificam em amostras biológicas. As concentrações de PIR e/ou seus metabólitos podem ser mensurados por estudos empregando radioisótopos (KORNFELD et al.,1970; BARBER et al., 1975; BIRTLEY et al., 1966), técnicas por cromatografia gasosa (CHAN et al., 1976), cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) (YAKATAN et al.,1979; ELLIN et al., 1982; ABU-QARE et al., 2001; CHERSTNIAKOVAet al., 2006) e por radioimunoensaios (MEYER et al., 1988; MILLER et al.,1989). Para o doseamento de PIR em comprimidos, El-Kossay e colaboradores em 2009, utilizaram método eletroquímico com eletrodos de membrana específicos. Dentre as técnicas descritas a espectroscopia com detecção em ultravioleta (UV) pode ser considerada menos onerosa, mais facilmente exequível no controle de qualidade de matéria-prima e produtos farmacêuticos, além de estudos de cinética de liberação de fármacos (SIQUEIRA-MOURA et al., 2008). A quantificação de PIR como matéria-prima é descrita nas edições tanto da Farmacopeia Europeia (2004) quanto na Farmacopeia Americana (USP, 2005). Na Farmacopeia Europeia 6a edição é utilizada a titulação para o doseamento de PIR. Já na USP 9a edição, para a identificação da matéria prima de PIR utiliza-se absorção no infravermelho ou absorção no UV Ainda segundo a USP para o doseamento de PIR na forma farmacêutica injeção, solução oral e xarope foram utilizados espectrofotometria em comprimento de onda máximo de 269 nm para a injeção e 415 nm para solução oral e xarope. Para comprimidos a USP preconiza a utilização de cromatografia líquida de alta eficiência em 270 nm para seu doseamento. Na Farmacopeia Brasileira 5a edição (2010) não há descrições para produtos ou matéria prima de PIR. Para a forma farmacêutica lipossomal de PIR não foi ainda descrito método analítico para seu doseamento. Hegay e colaboradores, 2002, determinaram o teor de 9 PIR em microparticulas utilizando espectrofotometria UV á 270 nm. Desta forma, este trabalho teve como objetivo a validação de metodologia analítica utilizando espectrofotometria no UV para o doseamento de PIR a partir de formulações lipossomais. Em seguida foram avaliadas, in vivo, duas formulações lipossomais contendo PIR quanto à ação cardioprotetora em condições de hiperatividade do sistema nervoso simpático. 3-OBJETIVOS 3.1-OBJETIVO GERAL Avaliar a ação cardioprotetora da piridostigmina veiculada em dois diferentes tipos de lipossomas multilamelares administrados por via S.C. 3.2-OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desenvolver e validar um método analítico para quantificação de PIR veiculada em lipossomas. Preparar e caracterizar a formulação lipossomal de PIR constituída de dioleilfosfatidilcolina (DOPC) e colesterol (CHOL) Preparar e caracterizar a formulação lipossomal de PIR constituída de distearoilfosfatidilcolina (DSPC) e colesterol (CHOL). Avaliar a ação cardioprotetora de PIR veiculada nas preparações lipossomais, administradas por via S.C., em ratos Wistar, em um modelo de estimulação simpática periférica, 30 min a 24 horas após a administração de PIR S.C. 4- METODOLOGIAS 4.1 - REAGENTES E AMOSTRAS A PIR e o CHOL foram obtidos do laboratório Sigma, EUA. Os lipídeos DSPC e DOPC foram obtidos da Lipoid GmbH, (Ludwigshafen, Alemanha). Os solventes e todos os outros produtos químicos eram comercialmente disponíveis. A água foi purificada por osmose reversa (185 Symplicity System, Millipore, EUA). 10 4.2 –DOSEAMENTO DA PIR Para o doseamento da PIR foram utilizados como solvente o metanol e como condição espectrofotométrica os comprimentos de onda entre 240 e 300 nm, sendo selecionado 270 nm. Todas as análises quantitativas de doseamento de PIR foram realizadas em espectrofotômetro Modelo B582 Micronal, utilizando cubetas de quartzo. Maiores detalhes serão descritos no item 4.5. 4.3 - VALIDAÇÃO DO MÉTODO ANALÍTICO Antes de um método analítico totalmente novo ser implementado na rotina, deve preliminarmente ser validado para demonstrar que é adequado para seu propósito (HEGAZY, 2002; NAYAR, 1989; PINTO, 2010). Os parâmetros de validação avaliados no presente trabalho foram: especificidade, linearidade, limite de quantificação (LQ), precisão inter e intra-dia e exatidão. Os procedimentos foram realizados de acordo com Resolução ANVISA RE no 899, de 29/05/2003. Linearidade A linearidade foi estabelecida pela análise estatística de cinco curvas padrão elaboradas a partir da quantificação das soluções padrão diluídas entre as concentrações 0,02 a 0,09 mg/ml por espectrofotometria na região do U.V. no comprimento de onda de 270 nm. Para preparo da solução estoque padrão foram pesados 25 mg de PIR e solubilizados em 25 ml de metanol. A concentração final de PIR foi de 1,0 mg.ml-1. Foram pipetadas da solução padrão estoque alíquotas de PIR de 200, 300, 400, 500 e 600 µl sendo diluídas em metanol para 10.0 ml e 350, 400 e 450 µl, as mesmas, foram diluídas em 5 ml de metanol obtendo-se as concentrações finais de 0,02; 0,03; 0,04; 0,05; 0,06; 0,07; 0,08 e 0,09 mg.ml-1 Precisão Foram avaliadas a repetibilidade (intra-dia) e a precisão intermediária (inter-dia), através da determinação de três concentrações de PIR (0,03; 0,06 e 0,09 mg.ml-1.) em 11 quintuplicata cada. As análises foram realizadas em dois dias diferentes, por dois analistas diferentes. Exatidão A exatidão foi avaliada por meio da recuperação de quantidades conhecidas de PIR em soluções metanólicas de diferentes concentrações: 0,03; 0,06 e 0,09 mg.ml-1 (baixa, média e alta). Foram realizadas leituras em quintuplicatas de cada concentração. A porcentagem de recuperação foi utilizada para avaliar a exatidão, a qual é expressa pela relação entre a concentração média determinada experimentalmente e a concentração teórica correspondente. Exatidão = Concentração experimentalx 100 Concentração teórica Limite de Quantificação (LQ) O limite de quantificação foi estabelecido por meio da análise de soluções contendo concentrações decrescentes do fármaco até o menor nível determinável com precisão e exatidão aceitáveis. 4.4-PREPARAÇÃO DOS LIPOSSOMAS CONTENDO PIRIDOSTIGMINA: Lipossomas convencionais constituídos de DSPC e CHOL ou DOPC e CHOL na relação molar 5:4 foram preparados por metodologia de congelamento/descongelamento proposta por Nayar, (1989). Resumidamente: os lipídios foram solubilizados em clorofórmio e este evaporado com auxílio de um evaporador rotatório (Laborota4000®, Heidolph Instruments, Alemanha) a 70 G. e 60° C por 10 minutos, levando à formação de um fino filme lipídico nas paredes do balão. Após completa remoção do solvente orgânico, o filme lipídico foi hidratado por solução de PIR, isosmótica em relação ao plasma (37,0 mg/ml - Sigma, USA), para obtenção de lipossomas contendo a substância ativa, ou por solução salina tamponada (NaCl 0,15 M, fosfato 0,01 M, pH 7,2) para a obtenção de lipossomas “brancos ou vazios”. As soluções obtidas foram, então, homogeneizadas por 5 minutos em evaporador rotatório e submetidas a 10 ciclos de congelamento e descongelamento utilizando nitrogênio 12 líquido e banho a 60 °C, para formação de grandes vesículas multilamelares. A separação da substância ativa não encapsulada dos lipossomas contendo PIR foi realizada mantendo-se a preparação em diálise em tampão fosfato (pH= 7,2), durante 24 horas, utilizando membrana de celulose de 6 mm de diâmetro (Sigma, USA) e sendo separada pequena fração da preparação antes da diálise para determinação do rendimento de encapsulação. 4.5-DETERMINAÇÃO DO RENDIMENTO DE ENCAPSULAÇÃO Para a quantificação da PIR presente na preparação de lipossomas, antes da diálise foram retiradas alíquotas de 5, 10 e 20 µl que foram solubilizadas em 5,0 ml de metanol para rompimento da membrana vesicular e sua consequente liberação. Após a diálise foram retiradas alíquotas de 10, 20 e 30 µl que também foram solubilizadas em 5,0 ml de metanol. Foram realizados doseamentos, em triplicata, por metodologia de espectrofotometria no U.V. no comprimento de onda de 270 nm adaptado por Hegazy e colaboradores (2002). Leituras de absorção dos lipossomas vazios foram utilizadas para correção das leituras das amostras de lipossomas contendo PIR. O rendimento de encapsulação foi determinado como o teor de PIR presente na formulação após diálise de 24 horas, em relação ao total encontrado na preparação não submetida à diálise, através da equação: EE % = Concentração de PIR nos lipossomas após a diálise x 100 Teor total de PIR antes da diálise 4.6-DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE LÍPIDE DOS LIPOSSOMAS E DA RELAÇÃO PIRIDOSTIGMINA/LIPÍDIO A partir do método proposto por Stewart (1980), no qual uma solução de clorofórmio contendo fosfolipídios é misturada ao ferrotiocianato de amônio à temperatura ambiente, sendo formado um complexo colorido que absorve luz visível (comprimento de onda máximo - 488 nm), o teor de fosfolipídios contido nas preparações lipossomais foi determinado. Uma curva padrão em função de diferentes concentrações de DSPC ou DOPC (lipídios base) foi obtida misturando-se 2 ml de solução de ferrotiocianato de amônio a 2 ml de 13 clorofórmio contendo concentrações crescentes do fosfolipídio. As concentrações dos fosfolipídios presentes nas amostras de lipossomas foram determinadas em duplicata, utilizando-se uma curva padrão de DSPC e outra de DOPC, linear no intervalo de concentração entre 0,03 e 0,15 mg/ml. A relação PIR/Lipídeo foi determinada pela razão entre PIR presente na preparação lipossomal e o teor de lipídio, em p/p. 4.7-DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DOS LIPOSSOMAS O tamanho das partículas e índice de polidispersão da preparação foram determinados por espectroscopia de correlação de fótons, utilizando Nanosizer N5 (Beckman Coulter, EUA). As preparações contendo PIR e salina tamponada foram diluídas na proporção de 1:250 em água Milli-Q® e a distribuição de tamanho e a polidispersão avaliadas efetuando-se três leituras para cada amostra. 4.8-DETERMINAÇÃO DA CARGA SUPERFICIAL DOS LIPOSSOMAS O potencial zeta foi determinado pela mensuração da mobilidade eletroforética, utilizando o Zetasizer3000 HS (Malvern Instruments, Reino Unido). As preparações contendo PIR e salina tamponada foram diluídas na proporção de 1:200 em água purificada por osmose reversa e as leituras efetuadas em triplicata. 4.9 - PERFIL DE LIBERAÇÃO IN VITRO Com o objetivo de avaliar a capacidade dos lipossomas reterem PIR em condições fisiológicas, realizou-se uma diluição 1:5 da formulação lipossomal em solução salina tamponada de forma a garantir a condição sink (excesso de volume de meio que irá permitir que o ativo dissolva-se continuamente). Amostras foram então incubadas a 37 °C e após 0, 2, 4, 6, 12, 24, 48 e 72 horas, alíquotas de 200 μl foram centrifugadas à 14.000 g por 120 minutos para separação do fármaco liberado nos diferentes tempos e amostras do sobrenadante foram, então, submetidas à dosagem do teor de PIR liberada, por 14 espectrofotometria no UV, a fim de determinar o perfil de liberação in vitro do fármaco partir dos lipossomas. 4.10-ANIMAIS EXPERIMENTAIS Foram utilizados ratos Wistar machos pesando entre 230 a 270 g, fornecidos pelo Centro de Criação Animal da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A utilização dos animais foi aprovada pela Comissão de Ética no Uso de Animais da UFOP (CEUAUFOP) sob no. 2011/52. 4.11 - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS E OBTENÇÃO DOS SINAIS CARDIOVASCULARES Os animais foram anestesiados por cetamina (100 mg/kg) e xilasina (14 mg/kg), por via intraperitoneal (I.P.). Após a anestesia ter alcançado a profundidade necessária, os animais foram traqueostomizados utilizando um tubo de polietileno (PE) e deixados sob respiração espontânea. Após tricotomia e assepsia da região inguinal esquerda, uma pequena incisão para exposição do feixe femoral foi realizada. Para obtenção dos sinais da PA e para a administração I.V. das formulações, foram inseridos cateteres de polietileno na artéria e veia femorais, respectivamente. Os cateteres foram confeccionados unindo-se por aquecimento 5,0 cm de tubo de PE 10 a 15,0 cm de tubo de PE 50, preenchidos com solução salina e ocluídos por agulhas 25 x 7 cortadas. Após a cateterização, a extremidade PE 10 foi localizada na aorta abdominal, abaixo das artérias renais, para registro da pressão arterial, e veia cava inferior, para injeção das formulações. A extremidade PE 50 do cateter inserido na artéria femoral foi, então, acoplada a um transdutor de pressão TruWave® (Edwards Life science, Canadá) para aquisição dos sinais de PA. Para possibilitar a medição da diferença de potencial relativa à derivação DII do ECG, agulhas hipodérmicas de aço inoxidável foram inseridas no tecido subcutâneo dos animais. Os sensores de ECG e transdutor de PA foram acoplados a um sistema condicionador que fornece sinais em tempo real a uma frequência de 1200 Hz, processados por uma placa conversora analógico-digital (DaqBoard/2001, EUA). 15 4.12-MODELO DE ATIVAÇÃO FARMACOLÓGICA DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO A simulação das condições de hiperatividade do sistema nervoso simpático foi realizada pela administração I.V. de noradrenalina (NA) nas doses de 1, 3 e 10 µg/kg in bolus em cada animal, alternando-se a ordem de administração das doses. 4.13 - PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS: 1. Administração subcutânea de PIR lipossomal, nas doses de 10 mg/kg e 20mg/kg, ou PIR livre, na dose de 1 mg/kg ou lipossomas vazios (Tabela 1); 2. Anestesia nos animais 30 min, 1,5; 3,5; 5,5; 7,5; 9,5; 11,5; e 23,5 horas após a administração subcutânea das formulações; 3. Realização do procedimento cirúrgico; 4. Registro da PA e ECG controle por 5 min nos tempos 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração. 5. Administração de 3 doses de NA, com intervalos de 5 minutos entre as doses. Foram realizados assim 24 grupos de 8 animais cada: 16 Tabela 1: Delineamento grupos/doses/tempo de estudo (n=8) Tempo estudado em horas Dose de 1 mg/kg# Dose de 10 mg/kg# Dose de 20 mg/kg# 1A2 Salina 1e2 __ __ __ 3A6 PIR livre 1, 2, 4 e 6 X __ __ 7A8 Lipovazio_DSPC 1e2 __ __ __ 9 A 10 Lipovazio_DOPC 1e2 __ __ __ 11 A 18 LipoPIR_DSPC 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 __ X X 19 A 24 LipoPIR_DOPC 1, 2, 4, 6, 12 e 24 __ X __ Número dos grupos Grupos* *PIR livre, piridostigmina livre; Lipovazio_DSPC, lipossomas constituídos pelo lipídio DSPC em sua membrana e que não carreiam o fármaco pridostigmina e sim solução tampão; Lipovazio_DOPC, lipossomas constituídos pelo lipídio DOPC em sua membrana e que não carreiam o fármaco piridostigmina e sim solução tampão; LipoPIR_DSPC, lipossomas constituídos pelo lipídio DSPC em sua membrana e que carreiam o fármaco piridostigmina; LipoPIR_DOPC, lipossomas constituídos pelo lipídio DOPC em sua membrana e que carreiam o fármaco priridostigmina. #A dose 1 mg/kg foi utilizada apenas para o tratamento com o fármaco piridostigmina livre administrada por via subcutânea; a dose 10 mg/kg foi utilizada para o tratamento com o fármaco piridostigmina veiculada em ambas as formulações lipossomais por via subcutânea em todos os tempos estudados; a dose 20 mg/kg foi utilizada apenas para o tratamento com o fármaco piridostigmina veiculada na formulação lipossomal DSPC por via subcutânea apenas no tempo de 12 horas. 4.14-ANÁLISE DOS PARÂMETROS CARDIOVASCULARES Os registros digitais dos experimentos, obtidos em DaqBoard, foram convertidos pelo software Matlab 7.0 (MathWorks, EUA) e analisados por inspeção visual com o auxílio do software WinDaq (DATAQ Instruments, EUA). Foram selecionados segmentos em instantes específicos, os quais foram gravados para posterior obtenção dos parâmetros cardiovasculares, sendo 16 segmentos após cada dose de NA administrada por animal, desta forma perfazendo 17 um total de 48 segmentos para cada animal. Os seguintes parâmetros cardiovasculares foram extraídos: pressão arterial sistólica e diastólica, frequência cardíaca e intervalos QT, RR, PR e complexo QRS do ECG (figura 3) e correção do intervalo QT pelo índice de Fridericia (1920): QTc = QT / (RR)1/3. Figura 3: Traço normal do ECG Onda P: corresponde à despolarização atrial, esta é a primeira onda do ECG normal. Intervalo PR: é um intervalo sem alteração da linha isoelétrica do ECG de superfície. É o intervalo entre o início da onda P e início do complexo QRS. É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios e os ventrículos e corresponde ao tempo de condução do impulso elétrico desde o nodo atrioventricular até aos ventrículos. Complexo QRS: representa a despolarização dos ventrículos. É composto por uma deflexão ascendente, a onda R, a qual é precedida e sucedida por deflexões descendentes - onda Q e onda S, respectivamente. Onda T: Representa a regularização atrial. Intervalo QT: Intervalo de tempo medido entre o início do QRS ao final da onda T. Corresponde à sístole elétrica total ventricular. Intervalo QT varia inversamente em relação à frequência cardíaca, sendo menor na FC mais rápida e maior na FC mais lenta. Intervalo RR: É o intervalo entre duas ondas R. Corresponde à frequência de despolarização ventricular. 4.15-ANÁLISE ESTATÍSTICA 18 Os dados foram analisados utilizando-se One-way ANOVA seguida do pós-teste de Tukey. Foi utilizado o software Graph Pad Prism® 5.0 (Graph Pad Software, EUA) como ferramenta para as análises estatísticas. Os dados foram expressos como média ± erro padrão da média (e.p.m), foi utilizado intervalo de confiança de 95 % e as diferenças foram consideradas significativas quando o valor de P for menor ou igual a 0,05 (P < 0,05). 19 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1–DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DO MÉTODO ANALÍTICO PARA A QUANTIFICAÇÃO DE PIRIDOSTIGMINA LIPOSSOMAL O desenvolvimento de métodos de análise consiste na avaliação de diferentes condições experimentais que permitem a determinação quantitativa do analito com confiabilidade, rapidez do processo, baixo custo e com geração mínima de resíduos (BRENDOLAN, 1997). A espectrofotometria U.V. atinge estes objetivos e a PIR diluída em metanol mostrou absorção máxima no comprimento de onda de 270 nm, como descrito anteriormente, sendo este o comprimento de onda selecionado. Especificidade A análise de amostras contendo apenas a matriz lipossomal produziu dados coincidentes com a linha de base do espectro que mostra que a matriz não parece interferir com a quantificação da PIR em lipossomas a um comprimento de onda de 270 nm. Linearidade Os dados das curvas analíticas, resultantes da média de oito curvas padrão, foram ajustados por análise de regressão linear (Tabela 2). A equação da reta obtida foi: Absorbância = 16,398 [PIR] mg.ml-1 + 0,0351, com coeficiente de correlação r = 0,9993, significando que 99,93% da variação total em torno da média é explicada pela regressão linear, com os resíduos (erro) de apenas 0,07%. Foram calculados as concentrações médias e os desvios padrão relativos que se apresentaram dentro dos limites aceitáveis. 20 Tabela 2: Avaliação da linearidade a partir da análise de oito concentrações de brometo de piridostigmina. Concentração de Piridostigmina (mg/ml) Média das absorbâncias (± DP )* Cálculo da Concentração Média de Piridostigmina (mg/ml) 0,02 0,3430 ± 0,027 0,0188 0,03 0,5325 ± 0,0135 0,0303 0,04 0,05 0,7047 ± 0,0215 0,8661 ± 0,01 0,0408 0,0507 0,06 0,07 1,0163 ± 0,0170 1,1853 ± 0,0166 0,0598 0,0701 0,08 1,3452 ± 0,0222 0,0799 0,09 1,5028 ± 0,0351 0,0895 *DP: desvio padrão. Precisão A precisão foi avaliada pelos estudos de repetibilidade e precisão intermediária. A repetibilidade revelou coeficiente de variância de 1,73 % e 2,72 % (Tabela 3), portanto, menor do que o valor máximo exigido de 5 %. Para o estudo de precisão intermediária os resultados se encontram no intervalo de 0,32 a 2,32 % (Tabela 4). Tabela 3: Determinação da precisão intra-dia a partir da análise de três concentrações de brometo de piridostigmina. Concentração Teórica (mg.ml-1) Concentração Experimental (mg.ml-1) D.P* C.V.( %)* 0,03 0,0297 0,0316 0,0299 0,0298 0,0307 0,001 2,72 0,06 0,0607 0,0608 0,0597 0,0599 0,0582 0,001 1,73 0,09 0,0898 0,0921 0,0880 0,0908 0,0868 0,0021 2,39 *DP: desvio padrão; C.V.: coeficiente de variação. 21 Tabela 4: Determinação da precisão inter-dia a partir da análise de três concentrações de brometo de piridostigmina. Média da Absorbância (nm) Concentração (mg.ml-1) Concentração Calculada C.V(%)* Dia 1 Dia 2 Dia 1 Dia 2 0,03 0,5325 0,5296 0,030 0,031 2,32 0,06 1,0163 1,0387 0,0598 0,061 1,41 0,09 1,5028 1,5575 0,0895 0,0899 0,32 *C.V: coeficiente de variação. Exatidão A exatidão foi verificada para três níveis de concentrações, baixa, média e alta, em quintuplicatas. Os dados experimentais obtidos revelaram uma recuperação percentual que variou de 99,45 a 101,12 % (Tabela 5). Os resultados do estudo de exatidão demonstram que pequenas variações da concentração de PIR, podem ser prontamente quantificadas pelo método, bem como não há interferência dos excipientes da forma lipossomal no doseamento do produto final, portanto, o método analítico desenvolvido é suficientemente exato. Tabela 5: Determinação da exatidão a partir da análise de três concentrações de brometo de piridostigmina. Concentração Teórica (mg.ml-1) 0,03 0,0297 Concentração Real (mg.ml-1) 0,030 0,0316 0,0299 Media DP* 0,06 0,0607 0,0598 0,0608 0,09 0,0898 0,0895 0,0921 Exatidão (%) 101,12 0,0298 0,0307 0,001 0,0597 0,0599 0,0582 0,0010 99,72 0,0880 0,0908 0,0868 0,0021 99,45 *DP: desvio padrão. 22 Limite de Quantificação (LQ) O valor do limite de quantificação, estabelecido experimentalmente, com precisão e exatidão aceitáveis à análise foi de 0,02 mg/ml (Tabela 6), demonstrando que o método é sensível a pequenas concentrações. Tabela 6: Determinação do parâmetro limite de quantificação por meio de concentrações decrescentes de brometo de piridostigmina. Concentração -1 Teórica (mg.ml ) Concentração D.P.* C.V.* Exatidão (%) experimental 0,01 0,0083 0,0077 0,0076 0,00 4,685 78,58 0,02 0,0204 0,0203 0,0187 0,001 4,814 99,08 *DP: desvio padrão; C.V.: coeficiente de variação. 5.2 - DETERMINAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE ENCAPSULAÇÃO O valor do rendimento de encapsulação da PIR para a formulação lipossomal DSPC foi de 15,43 %, já para a formulação lipossomal DOPC foi de 23,38 % (Tabela 7). Lipossomas constituídos pelo lipídeo DOPC possuem uma membrana mais fluida e com maior liberdade de movimento entre cadeias lipídicas quando comparado à membrana lipossomal constituída pelo lipídeo DSPC. Este fenômeno deve-se a diferença entre as temperaturas de transição dos lipídeos, sendo menor que 0 ºC para o lipídeo DOPC e igual a 55 ºC para o lipídeo DSPC. Tal fato justifica a diferença entre os teores de encapsulação das formulações, pois quanto mais fluida a membrana, permite maior hidratação do lipossoma e assim a maior eficiência de encapsulação. Nardotto em 2009 demonstrou que a eficiência de encapsulação do remifentamil em lipossomas de fosfatidilcolina foi, em média, de 20,56 %. Para os fármacos metotrexato e 5-fluorouracilo, Conceição e colaboradores (2009) obtiveram eficiência de encapsulação de 22,5 % e 13,2 %, respectivamente. Vidal e colaboradores (2010) obtiveram 15,5 % de encapsulação para o brometo de PIR utilizando DSPC como lipídio de maior proporção e empregando a mesma metodologia utilizada neste trabalho. Assim, demonstra-se que os valores de eficiência de encapsulação obtidos no presente trabalho são considerados satisfatórios e estão dentro dos valores aceitáveis e esperados para a metodologia empregada no preparo dos lipossomas. Um fator que pode influenciar na eficiência de encapsulação é a constituição da bicamada lipídica dos lipossomas. Diferentes associações de lipídeos podem resultar em 23 diferentes características das membranas e valores de encapsulação, visto que cada lipídeo têm suas características singulares. O CHOL, por exemplo, pode enrijecer ou fluidificar a membrana lipídica dependendo do lipídeo principal associado a ele (FRÉZARD, 2005) alterando as características dos lipossomas. Tabela 7: Parâmetros de caracterização das formulações lipossomais. Formulação DOPC (vazio) DOPC (PIR) DSPC (vazio) DSCP (PIR) Eficiência de encapsulação( %) ± DP 23,38 ± 3,43 15,43 ± 0,38 Tamanho médio (nm)± DP 2074 ± 399,88 2631 ± 479,45 2885 ± 656,79 3022 ± 824,80 Índice de Polidispersão ± DP Potential Zeta(mV) ± DP 0,196 ± 0,024 0,390 ± 0,322 0,105 ± 0,042 0,655 ± 0,160 -3,73 ± 0.24 -3,68 ± 0.76 -4,90 ± 0.24 -4,55 ± 0.40 Relação fármaco lipídeo (p/p)± DP 0,151 0,095 n=3 5.3 - DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DOS LIPOSSOMAS Os lipossomas de um modo geral podem ser constituídos de uma única bicamada lipídica ou possuírem várias bicamadas em torno de seu compartimento interno, sendo classificados como unilamelares e multilamelares, respectivamente (LASIC, 1998). Os lipossomas classificados como MLV, por possuírem múltiplas bicamadas lipídicas concêntricas, podem ter um diâmetro de até 5000 nm (GREGORIADIS, 1993). A formulação lipossomal desenvolvida no presente trabalho foi classificada como MLV, conforme esperado, visto que os lipossomas obtidos em ambas as formulações apresentaram um alto tamanho médio conforme pode ser visualizado na Tabela 7, ficando abaixo do tamanho máximo de 5000 nm descrito na literatura (GREGORIADIS, 1993). O índice de polidispersão reflete a homogeneidade de tamanho das vesículas lipossomais, e quando encontrado em valores abaixo de 0,3 representa formulações monodispersas (HUNTER, 1998) em relação ao tamanho, ou seja, sem grandes variações entre os tamanhos dos lipossomas. Para este trabalho o índice de polidispersão é um dado de pequena relevância, visto que em nenhum momento objetivou-se a preparação de uma formulação de tamanho calibrado 24 e monodispersa, e sim de uma formulação com grandes e multilamelares vesículas que, possam servir como depósito do fármaco quando administrado pela via subcutânea. Dessa forma, os dados obtidos foram os esperados, para ambas as formulações lipossomais estudadas. 5.4 - DETERMINAÇÃO DA CARGA SUPERFICIAL DOS LIPOSSOMAS A carga da superfície dos lipossomas é também conhecido como o potencial zeta. No módulo, um valor alto para a carga de superfície significa uma boa estabilidade das formulações, uma vez que leva as partículas a se afastarem umas das outras, e evitar colisões de agregação entre as vesículas, que podem resultar em perda de formulação (FREZZARD, 2005). Assim, a repulsão eletrostática entre as vesículas é um fator importante para a estabilidade da formulação (HEURTAUL, 2003). A formulação DSPC: CHOL mostrou uma estabilidade mais elevada em comparação com a formulação DOPC: CHOL e ambas mostraram carga superficial negativa (Tabela 7). Embora composta de lipídios neutros, as vesículas de DOPC e DSPC exibem uma pequena rede de carga negativa na superfície com baixa força iônica, sendo que, as vesículas de DSPC apresentaram maior carga negativa que DOPC. Estudos realizados por Howard e Levin em 2010 demonstram que as vesículas lipídicas com baixa densidade de carga de superfície como as formulações de DSPC e DOPC presentes neste trabalho, podem agregar em baixas temperaturas, mas não rapidamente. Desta forma, apesar de estudos demonstrarem que altos valores de potencial zeta serem os mais adequados para preparações lipossomais, às formulações desenvolvidas neste trabalho também são adequadas para o uso in vivo, o que sugere que não se agregam facilmente em temperaturas ambiente e/ou fisiológica. 5.5 - PERFIL DE LIBERAÇÃO IN VITRO A avaliação da concentração da PIR in vitro (Figura 4) a partir dos lipossomas, ou seja, a determinação do perfil de liberação do fármaco a partir da formulação lipossomal mostrou-se gradual ao longo do tempo avaliado, até 72 horas. A formulação composta de DOPC: CHOL liberou maior teor de PIR no período avaliado (70,44%) quando comparada à 25 formulação composta de DSPC: CHOL (65,61%). Os fosfolipídeos são caracterizados por uma temperatura de transição de fase (Tc), na qual a membrana passa de uma fase gel, onde a cadeia hidrocarbonada do lipídeo está em estado ordenado, para uma fase de cristal-líquido, onde as moléculas ficam com movimentos mais livres e os radicais hidrofílicos agrupados tornam-se completamente hidratados. O comprimento e a saturação da cadeia lipídica influenciam o valor da Tc. Portanto, diferentes membranas compostas por lipídeos distintos podem exibir diferentes níveis de fluidez na mesma temperatura (FRÉZARD, 2005; LASIC, 1998; ver revisão BATISTA, 2007). A permeabilidade dos lipossomas é relativamente baixa quando a temperatura é menor que a Tc dos lipossomas, sendo a mesma medida pelo fluxo ou pela taxa em que o soluto sai do compartimento aquoso, através da bicamada. Esta propriedade vai depender, no entanto, da natureza do soluto e da fluidez da membrana (FRÉZARD, 1999). O DOPC é um lipídeo que origina uma bicamada fluida, pois possui temperatura de transição de fase menor que a temperatura ambiente e, consequentemente, tem maior movimentação das cadeias lipídicas (FREZARD, 2005, ver revisão BATISTA 2007). Isto induziu uma maior permeação da PIR encapsulada, no período de 72 horas avaliado. Por outro lado, o DSPC origina uma bicamada mais rígida, por possuir temperatura de transição de fase maior que 60 oC, sendo suas cadeias mais estáticas, o que resulta em uma menor permeabilidade das substâncias ativas encapsuladas (FREZARD, 2005; ver revisão BATISTA, 2007). Assim, torna-se claro que as características físico-químicas dos lipídeos DSPC e DOPC interferem na maior ou menor fluidez da bicamada lipídica formada, que por sua vez interfere na permeabilidade da mesma ao fármaco. O CHOL é adicionado na formulação contendo DOPC para diminuir a fluidez da bicamada, já na formulação contendo DSPC ele exerce o efeito oposto, aumentando a fluidez da bicamada evitando que ela fique extremamente rígida. O CHOL também é utilizado para diminuir as deformações de membrana (FRÉZARD, 2005; ver revisão BATISTA, 2007). 26 75 70 Liberação de Piridostigmina (%) 65 60 55 50 45 40 35 DSPC:CHOL DOPC:CHOL 30 25 20 15 10 5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 Tempo (horas) Figura 4: Perfil de liberação de piridostigmina da formulação lipossomal (37 mg/ml). 5.6 - DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO FÁRMACO/LIPÍDEO A análise da concentração de fármaco em relação à concentração de lipídeo utilizado mostrou que a relação fármaco/lipídeo da preparação composta por DOPC: CHOL é maior que a encontrada para a formulação composta de DSPC: CHOL (Tabela 7). O ideal é que esta relação seja maximizada, pois assim a quantidade de lipídeo administrada ao paciente seria menor, resultando em redução dos efeitos adversos associado à formulação lipídica (FRÉZARD, 2005). Além disso, a relação fármaco/lipídeo apresenta relação direta para o volume encapsulado do fármaco na formulação. Assim, a formulação lipossomal de DOPC: CHOL em comparação com a formulação de DSPC: CHOL possui um maior teor de PIR encapsulada (23,38%) (Tabela 7). 27 5.7-AVALIAÇÃO DAS CARDIOVASCULARES ALTERAÇÕES EM RATOS DOS WISTAR PARÂMETROS TRATADOS COM PIRIDOSTIGMINA Para a avaliação da potencial atividade cardioprotetora de duas novas formulações lipossomais contendo PIR, foram utilizadas as doses de 10 e 20 mg/kg administradas por via S.C.. A dose de 10 mg/kg foi a mesma já utilizada por via oral em ratos, e que apresentou tal atividade (GRABE-GUIMARÃES et al., 1999) e é 10 vezes maior que a dose de PIR em lipossomas unilamelares administrados por via I.V.. A administração S.C. de 3, 5 e 10 mg/kg de PIR livre induziu a efeitos tóxicos característicos de hiperestimulação colinérgica, como piloereção, aumento da secreção nasal, da motilidade intestinal, da micção, rigidez da cauda, qualitativamente observados, e bradicardia severa observada no sinal de ECG, sendo descontinuados os experimentos para estas doses, e sendo utilizada então a dose de 1 mg/kg. A encapsulação da PIR em ambas as formulações (DSPC e DOPC) foi capaz de reduzir os sinais de toxicidade, uma vez que não foram observados os mesmos efeitos após a administração de 10 mg/kg da formulação em lipossomas. Após a administração de PIR lipossomal DSPC na dose de 20 mg/kg foi observado qualitativamente, cerca de 1 hora e 30 minutos à 2 horas e 30 minutos de sua administração S.C., piloereção e lacrimejamento. Estes efeitos foram atenuados ao longo do tempo e cessaram em 4 à 5 horas após seu início. Os animais foram continuamente monitorados e não foram observados os demais efeitos ocasionados por hiperestimulação colinérgica. A administração de NA 1, 3 e 10 µg/kg não alterou significativamente a FC dos animais tratados com PIR livre. Já para os animais tratados com PIR lipossomal DSPC foi observado redução significativa de FC no tempo de 6 horas, após a estimulação simpática na dose de 3 µg/kg de NA. Para as demais doses de NA não foi observado redução significativa de FC (Figura 1-ANEXO). Ainda para animais tratados com PIR lipossomal DSPC, na dose de 20 mg/kg, foi observado redução significativa da FC no tempo estudado, 12 horas, após a estimulação adrenérgica com 10 µg/kg de NA. Para este grupo, após a administração de 1 e 3 µg/kg de NA não houve diferença estatística entre os animais tratados e grupo controle. Em relação aos animais tratados com PIR lipossomal em formulação DOPC, a administração de 1, 3 e 10 µg/kg NA não alterou significativamente a FC, em todos os tempos avaliados (Figura 2-ANEXO). 28 O efeito basal (período controle) de PIR, ou seja, administrado aos animais antes da estimulação simpática com NA, na dose de 1 mg/kg para a forma livre e 10 e 20 mg/kg para a formulação lipossomal, não induziu a alterações relevantes da PA e dos parâmetros do ECG (Figuras 5 a 16 e Tabelas 8 a 13). Nóbrega e colaboradores (1996) demonstraram que a PIR é capaz de produzir bradicardia em indivíduos sadios. Além da bradicardia a PIR aumenta a variabilidade da frequência cardíaca (REIS et al, 1998) e inibe as respostas hemodinâmicas ao estresse físico (SERRA et al, 1998) e mental (NÓBREGA et al, 1999), sem prejudicar a função miocárdica (PONTES et al, 1998). Assim, a redução dos valores absolutos de FC, tanto no tempo controle como no tempo de 15 segundos após a administração de NA, dos animais tratados com PIR seja em sua forma livre como em suas formas lipossomais quando comparados ao grupo salina (Tabelas 8 a 13) está de acordo com o esperado. Os dados apresentados para os grupos salina e PIR livre 1 mg/kg se repetem nas tabelas 8 e 11 para 1 µg/kg de NA, 9 e 12 para 3 µg/kg de NA e 10 e 13 para 10 µg/kg de NA, ou seja, são os mesmos grupos utilizados para a comparação com as duas formulações lipossomais de PIR. A PIR, um carbamato, é um agente anticolinesterásico reversível, com uma meia-vida de aproximadamente 2,5 horas (GOODMAN & GILMAN, 2010). Sabe-se que a estimulação muscarínica cardíaca por inibição da acetilcolinesterase, permite o aumento da concentração sináptica do neurotransmissor, promovendo assim um efeito parassimpaticomimético (GOODMAN & GILMAN, 2010). Tanto a PIR como outros anticolinesterásicos exercem suas ações em sinapses colinérgicas, onde a ACh, liberada sob estimulação neural não é hidrolizada e continua ligada aos receptores disponíveis na fenda sináptica. Por ter uma amina quaternária, a PIR tem uma ação de caráter periférico, pois não atravessa a barreira hematoencefálica. Vidal e colaboradores (2010) após a administração I.V. de PIR veiculada em lipossomas LUV foram capazes de observar resposta cardioprotetora em até 6 horas após a administração. No entanto, neste trabalho, foi observado prolongamento do tempo de ação da PIR em até 12 e 24 horas, respectivamente. O prolongamento do tempo de ação da PIR devese a utilização de lipossomas do tipo MLV constituídos de DSPC:CHOL ou DOPC:CHOL o que permitiu liberação sustentada do fármaco. 29 O prolongamento do tempo de ação da priridostigmina acarreta em benefícios para o paciente como maior comodidade, que ocorrerá devido à via de administração utilizada, via S.C. e ao menor número de dosagens necessário para a manutenção da resposta cardioprotetora. Além disso, a via S.C. é menos invasiva que a I.V. e o próprio paciente poderá realizar sua administração após orientação adequada, não necessitando de profissional treinado. Estudos realizados por Bernatova e colaboradores (2002) demonstraram que a administração S.C. de PIR na dose de 1 mg/kg ou 3 mg/kg durante 7 dias, foi capaz de inibir de forma significativa enzimas colinesterase e acetilcolinesterase com inexistência de efeitos tóxicos comportamentais e cardiovasculares. A utilização da via S.C. pode ser uma maneira útil de administração de PIR, eliminando problemas de subdosagem bem como superdosagem (BERNATOVA et al, 2002). Vale destacar que o desenvolvimento e caracterização de novas formulações lipossomais de PIR que possam aumentar seu tempo de ação e reduzir os efeitos colaterais, são avanços necessários na área farmacológica e biofarmacotécnica visando uma terapia medicamentosa mais eficiente para doenças cardíacas isquêmicas, com maior comodidade e segurança (AZEVEDO, 2011). A fim de verificar a influência da composição lipídica dos lipossomas sobre os parâmetros analisados, foi realizada a administração S.C. de lipossomas vazios de DSPC e DOPC aos animais, os quais foram submetidos à estimulação simpática pela administração de NA 1, 3 e 10 µg/kg nos tempos de 1 e 2 horas após o tratamento. Não foram observadas diferenças nos valores de variação percentual entre os parâmetros do ECG e PA entre estes animais e aqueles tratados com salina (grupos controle –Tabelas 8 a 13). Neste trabalho foi utilizado o mesmo modelo de ativação simpática pela administração de NA in bolus I.V. padronizado e utilizado por Vidal e colaboradores (2010), o qual demonstrou igualmente eficaz para o objetivo proposto. A NA gera inotropismo, cronotropismo e vasoconstrição generalizada por ação no músculo liso vascular aumentando a PA, simulando um quadro semelhante às alterações cardiovasculares durante esforço físico e situações de estresse (GOODMAN & GILMAN, 2010). A estimulação simpática por este modelo é de fácil execução e não apresentou problemas no decorrer dos experimentos. Além do método utilizado para ativação simpática, são descritos outros na literatura que muitas vezes necessitam de equipamentos especiais, como o uso de estereotáxico (GRABEGUIMARÃES et al, 1999) ou cirurgias invasivas (SOUZA, 2005; GOLDMAN E RAYA, 1995). 30 Estudos realizados por Franco em 2008 demonstraram que na dose 10 mg/kg de cetamina e 1,1 mg/kg de xilasina não foi suficientemente capaz de desencadear alterações na condução elétrica atrial. Ainda sobre os resultados obtidos por Franco em 2008, foi demonstrado que os dados obtidos referentes ao intervalo QT permaneceram dentro da normalidade sugeridos por TILLEY (1992). Assim, indicando não haver indícios de alterações sobre a dinâmica cardíaca, corroborando com as informações descritas por OGUCHI & HAMLIN (1993), de que a avaliação do intervalo QT é rotineiramente empregada para monitorar os possíveis efeitos de fármacos e eletrólitos sobre a dinâmica cardíaca. Também Švorc e colaboradore em 2013, concluíram que o uso da anestesia cetamina/xilasina causa um aumento na atividade parassimpática e suprime a atividade simpática resultando em bradicardia marcado de forma independente do ciclo luz/escuro. Com tudo, tal anestésico pode ser aplicável em estudos cardiovasculares, mas não em estudos cronobiológicos porque modifica a ritmicidade diária da atividade do SNA. A NA induziu a aumentos marcantes da PA, como esperado. Para a PAS (Tabelas 8 a 13), foram observados aumentos máximos de 57,7; 54,1 e 79,7 % após 15 segundos da administração de NA 1, 3 e 10 µg/kg, respectivamente. O tratamento prévio com PIR lipossomal da formulação DSPC 10 mg/kg foi capaz de impedir significativamente o aumento da PAS, nos tempos de 4, 10 e 12 horas após o tratamento quando comparado ao grupo salina, com inibição máxima de 50,6 %, em 12 horas (Figuras 5, 7 e 9). As variações máximas causadas pelas doses de 1, 3 e 10 µg/kg de NA sobre a PAD dos animais não tratados foram 55,1; 51,4 e 70,0 %, respectivamente (Figuras 6, 8 e 10), e o tratamento com PIR lipossomal na formulação DSPC dose 10 mg/kg foi capaz de reduzir significativamente a PAD no tempo de 12 horas após a administração subcutânea da formulação (Figura 10). O tratamento com a mesma formulação, porém na dose de 20 mg/kg, também foi capaz de impedir significativamente o aumento da PAS, mas não de forma significativa para a PAD, quando comparado ao grupo salina, com inibição máxima de 66,2 % e de 57,6 %, respectivamente (Figuras 17 e 18). O tratamento prévio com PIR lipossomal da formulação DOPC foi capaz de impedir o aumento significativo da PAS causado por 1, 3, 10 µg/kg de NA, nos tempos de 1, 2, 4, 6, 24 horas, com inibição máxima de 89,3 %, quando comparado ao grupo salina (Figuras 5, 7 e 9) e foi capaz de reduzir significativamente os aumentos da PAD no tempo de 24horas após a administração subcutânea da formulação (Figuras 6, 8 e 10), com inibição máxima de 69,98 %. 31 1 hora Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 50 40 30 20 10 # # 2 horas 60 Variação PAS% Variação PAS% 60 0 50 40 30 20 10 # 0 0 20 40 60 80 100 0 120 20 40 Tempo (seg) 4horas 50 40 30 20 # 10 * 0 20 40 60 80 100 120 100 120 100 120 50 40 30 20 10 120 # 0 Tempo (seg) 8 horas 20 40 50 40 30 20 10 0 60 80 Tempo (seg) 10horas 60 Variação PAS% 60 Variação PAS% 100 0 0 50 40 30 20 10 * 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) Variação PAS % 60 50 40 30 20 * 10 60 80 Tempo (seg) 12 horas 60 Variação PAS% 80 6 horas 60 Variação PAS% Variação PAS% 60 60 Tempo (seg) 0 24 horas 50 40 30 # 20 10 # # # 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 5: Variação percentual da PAS após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 32 1hora 2 horas Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 50 40 30 20 10 60 Variação PAD% Variação PAD% 60 0 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) 4 horas 50 40 30 20 10 0 100 120 100 120 100 120 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) 8 horas 60 80 Tempo (seg) 10 horas 60 Variação PAD% 60 Variação PAD% 80 60 Variação PAD% Variação PAD% 60 50 40 30 20 10 0 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) 60 80 Tempo (seg) 24 horas 12 horas 60 Variação PAD% 60 Variação PAD% 60 Tempo (seg) 6 horas 50 40 30 20 10 50 40 30 # 20 10 0 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 6: Variação percentual da PAD após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 33 40 60 80 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 * 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100 2 horas 0 20 20 20 40 60 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Variação PAS% 120 40 60 80 100 120 * 0 Variação PAS% 80 100 20 40 60 80 100 120 100 120 Tempo (seg) 12 horas 0 80 Tempo (seg) 10horas Tempo (seg) 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 60 * * 0 120 40 Tempo (seg) 6horas 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 Tempo (seg) 8horas 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 Tempo (seg) 4horas 0 Variação PAS% 20 Variação PAS% Variação PAS% 0 Salina Pir livre LIPOPIR_DSPC LipoPIR_DOPC Variação PAS% 1hora Variação PAS% Variação PAS% 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100 120 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 24 horas ## # # # 0 20 Tempo (seg) # 40 # 60 80 Tempo (seg) Figura 7: Variação percentual da PAS após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 34 Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 0 20 40 60 80 100 Variação PAD% Variação PAD% 1 hora 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2 horas 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 0 20 4 horas 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 40 60 80 20 100 120 40 60 80 Variação PAD% Variação PAD% Tempo (seg) 60 80 100 120 20 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Variação PAD% 20 120 10 horas 0 12 horas 0 40 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Tempo (seg) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 100 Tempo (seg) Variação PAD% 20 80 6 horas 0 8 horas 0 60 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Tempo (seg) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 40 Tempo (seg) Variação PAD% Variação PAD% Tempo (seg) 100 120 24 horas 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 8: Variação percentual da PAD após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 35 2horas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC *** *** Variação PAS% Variação PAS% 1hora * 0 20 40 60 80 100 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 0 20 40 Tempo (seg) Variação PAS% # 20 40 60 80 100 * 0 40 60 80 8horas 10horas 60 80 100 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 120 20 40 60 80 Tempo (seg) 12 horas 24 horas 40 60 120 100 120 100 120 *** Tempo (seg) * ** 20 20 Tempo (seg) 40 100 * # 0 Variação PAS% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 20 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 80 Tempo (seg) Variação PAS% Variação PAS% 0 Variação PAS% Variação PAS% 4horas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 60 Tempo (seg) 6horas 80 100 120 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 ## # # 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 9: Variação percentual da PAS após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 36 1 hora Variação PAD% Salina Pir livre Pirlipo_DSPC Pirlipo_DOPC 0 20 40 60 80 100 2 horas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Variação PAD% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 0 20 40 Tempo (seg) 4 horas Variação PAD% Variação PAD% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 100 120 80 100 100 120 6 horas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 0 20 40 Tempo (seg) 60 80 Tempo (seg) 8 horas 10 horas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Variação PAD% Variação PAD% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 60 Tempo (seg) 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) 12 horas Variação PAD % * 0 20 40 60 80 100 120 24 horas 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Variação PAD% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 60 Tempo (seg) 80 100 120 * 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 10: Variação percentual da PAD após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 37 Em relação à análise dos parâmetros do ECG, foi observado que a administração S.C. de PIR foi capaz de reduzir as alterações causadas pela NA sobre o intervalo QT (Tabelas 8 a 13, figuras 11, 13 e 15). Para os animais que receberam PIR livre (1 mg/kg) foi observado redução significativa do intervalo QT quando realizada a estimulação simpática com 3 e 10 μg/kg de NA em relação ao grupo salina. Esse efeito também foi observado para ambas às formulações lipossomais. Para os animais tratados com PIR lipossomal na formulação de DSPC 10 mg/kg houve redução significativa do prolongamento do intervalo QT em até 57,1 %, em relação ao grupo salina, no tempo de 8 horas após o tratamento, para 3 μg/kg de NA (Figura 13). Nos tempos de 4, 6, 8, 10, 12 horas, também foi observada redução significativa do prolongamento do intervalo QT em até 76,4 %, para 10 μg/kg de NA, em relação ao grupo salina (Figura 15). O tratamento na dose de 20 mg/kg com PIR lipossomal na formulação DSCP também foi capaz de atenuar de forma significativa o prolongamento do intervalo QT no tempo estudado, com redução máxima de 67,5 % e de 60,0 %, em relação ao grupo salina, após a estimulação simpática com 3 e 10 μg/kg de NA, respectivamente (Figura 17 e 18). Não foi observado redução significativa do prolongamento do intervalo QT para ambas as formulações lipossomais após 1 μg/kg de NA (Figura 11). Para todos os grupos, as alterações foram máximas entre 15, 20 e 25 segundos após a administração. Como não foi observado grandes variações na FC o intervalo QTc apresentou perfil de variação semelhante ao intervalo QT. Foi observado redução significativa dos aumentos do QTc para animais tratados com 10 mg/kg PIR lipossomal de DSPC, nos tempos de 6, 8, e 10 horas após a estimulação simpática nas doses de 3 e 10 µg/kg de NA (Figuras 14 e 16). Para a mesma formulação na dose de 20 mg/kg também foi observado redução significativa do intervalo QTc após a estimulação simpática nas doses de 3 e 10 µg/kg de NA, 12 horas. Após o tratamento com PIR, tanto livre quanto em formulação lipossomal DSPC, em ambas as doses estudadas não foram observadas alterações significativas no intervalo PR do ECG (Tabelas 8 a 10). Para os mesmo grupos citados acima, também não foram encontradas alterações relevantes do complexo QRS do ECG (Tabelas 8 a 10). Em relação aos parâmetros do ECG para animais tratados com PIR na formulação lipossomal DOPC foi observado redução significativa do prolongamento do intervalo QT nos tempos de 4, 6, 12 e 24 horas, sendo esta de até 60,9 %, para 3 μg/kg de NA, em relação ao grupo salina (Figura 13). Para 10 μg/kg de NA, houve redução significativa do prolongamento do intervalo QT em todos os tempos avaliados, sendo o máximo 73,0 % (Figura 15). O intervalo QTc apresentou perfil de variação semelhante ao intervalo QT, sendo observado 38 redução significativa nos tempos 2 e 12 horas após a administração de PIR e sob a estimulação simpática por 3 µg/kg NA; e também em todos os tempos avaliados após a estimulação simpática de 10 µg/kg de NA (Figuras 14 e 16). Semelhante ao grupo tratado com PIR livre o grupo tratado com PIR lipossomal em formulação DOPC, não foram observadas alterações significativas do intervalo PR e complexo QRS do ECG após estimulações simpáticas com NA. 39 2 horas 1 hora Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 20 15 10 5 25 Variação QT % Variação QT % 25 0 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 4 horas Variação QT % Variação QT % 80 100 120 100 120 100 120 100 120 25 20 15 10 5 0 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 Tempo (seg) Tempo (seg) 8 horas 10 horas 25 Variação QT % 25 Variação QT % 60 Tempo (seg) 6 horas 25 20 15 10 5 0 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 Tempo (seg) Tempo (seg) 12 horas 24 horas 25 25 Variação QT % Variação QT % 40 20 15 10 5 0 20 15 10 # 5 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 Tempo (seg) Figura 11: Variação percentual do intervalo QT após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 40 30 30 1 hora 20 25 LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 15 10 5 Variação QTc % Variação QTc % 25 Salina Pir livre 0 15 10 5 0 20 -5 40 60 80 100 120 20 -5 Tempo (seg) 30 40 60 80 100 120 Tempo (seg) 30 25 25 4 horas Variação QTc % Variação QTc % 2 horas 20 20 15 10 5 6 horas 20 15 10 5 # 0 20 40 -5 60 80 100 0 120 20 -5 Tempo (seg) 25 8 horas Variação QTc % Variação QTc % 25 20 15 10 5 0 80 100 120 100 120 100 120 10 horas 20 15 10 5 0 20 -5 40 60 80 100 120 20 -5 Tempo (seg) 40 60 80 Tempo (seg) 30 30 25 12 horas Variação QTc % 25 Variação QTc % 60 Tempo (seg) 30 30 20 15 10 5 0 -5 40 20 40 60 80 Tempo (seg) 100 120 20 15 10 5 0 20 -5 -10 40 60 80 Tempo (seg) Figura 12: Variação percentual do índice QTc após administração I.V. de 1 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 41 Variação QT % Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 20 15 10 5 0 0 20 2 horas 25 Variação QT % 1 hora 25 20 15 10 5 0 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) Variação QT % Variação QT % 15 10 5 120 100 120 100 120 20 15 10 5 ## # # 0 0 0 20 40 60 80 100 0 120 20 40 Tempo (seg) 80 10 horas Variação QT % 25 20 15 10 ** 5 60 Tempo (seg) 8 horas 25 Variação QT % 100 6 horas 25 20 20 15 10 5 0 0 0 20 40 60 80 100 0 120 20 40 12 horas 20 15 10 5 0 0 ## # 20 80 24 horas 25 Variação QT % 25 60 Tempo (seg) Tempo (seg) Variação QT % 80 Tempo (seg) 4 horas 25 60 20 15 10 ## 5 # # 0 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 13: Variação percentual do intervalo QT após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 42 Variação QTc % 25 20 15 10 5 0 -5 20 40 80 100 120 15 10 -5 20 40 60 80 100 120 Variação QTc % 15 10 **** 0 40 60 0 # # 20 40 80 100 120 Variação QTc % Variação QTc % 20 15 10 5 # # ## 0 -5 20 40 60 80 Tempo (seg) 100 120 120 20 15 10 5 ** ** 0 20 40 60 80 100 120 Tempo (seg) 10 horas 25 20 15 10 5 * ** * 0 20 40 60 80 100 120 100 120 Tempo (seg) 24 horas 30 25 100 25 -5 12 horas 80 6 horas Tempo (seg) 30 60 Tempo (seg) 30 20 20 5 -5 8 horas 25 -5 10 -5 Tempo (seg) 30 5 15 30 20 0 20 4 horas 25 5 25 Variação QTc % Variação QTc % 60 2 horas 30 Tempo (seg) 30 Variação QTc % Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC Variação QTc % 1 hora 30 25 20 15 10 5 0 -5 20 40 60 80 Tempo (seg) Figura 14: Variação percentual do intervalo QTc após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 43 Variação QT % Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 20 15 10 # ## 5 0 0 20 2 horas 25 Variação QT % 1 hora 25 20 15 10 # ## 5 0 40 60 80 100 120 0 20 40 Tempo (seg) Variação QT % Variação QT % 25 4 horas 25 20 15 10 ** #### 5 0 0 * 20 60 80 100 120 20 15 * 10 * * 5 ## ## 0 120 20 40 60 80 100 120 Tempo (seg) 8 horas 10 horas 25 Variação QT % Variação QT % 100 0 40 25 20 15 *** 5 0 20 15 10 ** * * 5 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 60 80 100 120 100 120 24 horas Variação QT % 25 20 15 10 40 Tempo (seg) 12 horas 25 Variação QT % 80 6 horas Tempo (seg) 10 60 Tempo (seg) ** 5 ### 0 20 15 10 # # # # 5 0 0 20 40 60 80 100 120 0 20 Tempo (seg) 40 60 80 Tempo (seg) Figura 15: Variação percentual do intervalo QT após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 44 30 25 20 15 10 5 0 -5 ## 20# 40 60 80 100 Variação QTc % Salina Pir livre LipoPIR_DSPC LipoPIR_DOPC 120 30 25 20 15 10 5 0 -5 Tempo (seg) 2 horas # ## #20 ## 20 40 60 80 100 120 *** * 40 60 80 100 120 # # # 40 60 120 100 120 ## ## ** *20 40 60 80 30 25 20 15 10 5 0 -5 10 horas *** 20 40 60 80 100 120 Tempo (seg) 12 horas 20 100 6 horas Tempo (seg) 8 horas 20 30 25 20 15 10 5 0 -5 80 Tempo (seg) Variação QTc % Variação QTc % 60 Tempo (seg) Tempo (seg) 30 25 20 15 10 5 0 -5 -10 -15 40 4 horas Variação QTc % 30 25 20 15 10 5 0 -5 1 hora Variação QTc % Variação QTc % Variação QTc % Variação QTc % 30 25 20 15 10 5 0 -5 80 Tempo (seg) 100 120 30 25 20 15 10 5 0 -5 24 horas # ## 20 40 60 80 100 120 Tempo (seg) Figura 16: Variação percentual do índice QTc após administração I.V. de 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre na dose de 1 mg/kg e piridostigmina nas formulações lipossomais DSPC e DOPC na dose de 10 mg/Kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. •P < 0,05 grupo piridosstigmina livre (Pir livre) em relação ao grupo salina. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC) em relação ao grupo salina. # P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DOPC (LipoPIR_DOPC) em relação ao grupo salina. 45 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Salina LipoPIR_DSPC_20mg/kg LipoPIR_DSPC_10mg/kg Variação PAD% Variação PAS% 12 horas ^ 0 20 40 60 80 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 120 20 25 60 80 100 120 100 120 25 Variação QTc % Variação QT % 40 Tempo (seg) Tempo (seg) 20 15 10 5 ^^^ ^ 0 0 20 20 15 10 5 ^ ^^ ^ 0 40 60 80 Tempo (seg) 100 120 0 20 40 60 80 Tempo (seg) Figura 17: Variação percentual de PAS, PAD, intervalo QT e índice QTc após administração I.V. de 3 µg/kg de NA, 12 horas após a administração S.C. de salina e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC nas doses de 10 e 20 mg/kg. ANOVA, seguido de teste Tukey. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC), dose 10 mg/kg, em relação ao grupo salina. ^ P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC), dose 20 mg/kg, em relação ao grupo salina. 46 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Salina LipoPIR_DSPC_20mgKg DSPC 12h 10mgKg ^ Variação PAD% Variação PAS% 12 horas * ** * 0 20 40 60 80 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 120 * 0 20 30 20 25 15 10 * 5 40 60 80 100 120 100 120 Tempo (seg) 25 Variação QTc % Variação QT % Tempo (seg) ** ^ ^ ^ 0 20 15 10 ^^^ 5 ^ 0 0 20 40 60 80 Tempo (seg) 100 120 0 20 40 60 80 Tempo (seg) Figura 18: Variação percentual de PAS, PAD, intervalo QT e índice QTc após administração I.V. de 10 µg/kg de NA,12 horas após a administração S.C. de salina e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC nas doses de 10 e 20 mg/kg. . ANOVA, seguido de teste Tukey. * P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC), dose 10 mg/kg, em relação ao grupo salina. ^ P < 0,05 grupo piridostigmina veiculada em lipossomas DSPC (LipoPIR_DSPC), dose 20 mg/kg, em relação ao grupo salina. 47 Tabela 8: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 1 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DSPC administrado por via S.C. (n=8/grupo). Grupos Tempo PAS (mmHg) PAD (mmHg) Experimentais após adm. 0 15 0 15 (horas) 125±2,3 192±5,3 91±1,6 141 ±1,4 Salina 1 Pir Livre Lipovazio LipoPIR FC (bpm) 0 300±9,9 15 QT (ms) 0 QTc (ms) 15 0 PR (ms) 15 0 QRS (ms) 15 0 15 301 ±5,6 67,8±1,72 75,4 ±0,75 120,9±5,47 138,5±1,69 54,4±1,51 54,2±1,32 22,6±0,50 22,6±0,72 2 116±2,6 161±2,1 88±3,5 130±3,3 246±11,7 233±10,6 69,5±1,80 80,8±1,08 120,8±5,53 137,9±4,13 52,3±2,35 53,8±2,11 22,3±0,35 23,9±0,66 1 120±2,9 151±11,1 81±4,9 106±6,4 217±1,1 232±4,9 65,0±0,86 71,0±0,61 2 122±3,1 141±6,2 88±4,7 252±9,2 249±8,3 66,3±0,82 71,5±0,92 114,4±4,15 123,0±3,50 56,2±2,95 56,5±2,65 22,6±0,76 22,0±0,44 4 118±5,5 147±12,0 85±5,6 113 ±8,8 271±21,0 256±18,2 60,0±2,01 62,5 ±1,8 104,1±6,47 103,1±4,89 46,4 ±2,0 46,3±2,58 18,57±0,5 18,68±0,63 6 114±6,7 172 ±9,9 85±6,3 136±4,63 296 ±9,5 280±11,3 63,1±0,65 67 ±1,38 110,9±3,21 114,3±4,43 52,6±0,85 54,7±1,18 20,32±0,7 20,77±1,18 1 115±3,9 169±3,0 88±3,5 123±4,1 252±9,2 252±15,7 84,3±1,23 104,3±2,14 136,2±3,61 163,5±5,00 54,3±1,32 55,1±1,24 22,5±0,69 22,6±0,48 2 103±2,7 151±1,8 76±2,4 116±2,1 271±4,3 257±14,9 88,5±3,92 103,7±2,89 139,6±3,23 173,0±7,61 55,0±1,36 54,3±1,27 22,9±0,71 22,4±0,69 1 112±3,7 149±2,8 75±6,0 103±3,1 236±10,9 250±12,9 88,5±5,45 103,5±5,75 131,7±1,63 161,4±3,07 52,4±1,69 52,2±1,83 22,0±1,32 24,2±3,19 2 110±5,6 154±6,4 79±3,8 111±4,2 225±9,4 4 113±0,8 137 ±4,1 79±3,4 275±24,1 255±26,8 86,5±5,23 96,9±5,47 125,3±1,14 143,2±0,20 60,7±0,42 60,2±0,77 22,3±0,49 22,3±0,40 6 111±1,3 145±6,6 74±4,1 101±4,7 277±12,3 254±14,8 79,4±1,11 87,1±0,68 134,3±1,44 146,9±2,94 60,9±1,87 62,4±1,99 22,0±0,62 22,1±0,70 8 121±7,6 168±10,3 91±7,2 128±7,8 281±20,5 337±5,5 66,3±0,93 70,9±1,33 113,7±2,96 122,8±3,32 55,0±0,95 56,1±0,85 21,0±0,56 21,4 ±0,68 10 127±4,5 154±7,1 86±3,8 111±6,6 226±17,6 228±18,0 67,5±1,01 74,1±0,78 109,6±2,89 120,8±3,63 65,1±3,09 65,0±3,22 23,7±0,74 24,3±0,93 12 123±1,2 150±11,2 88±0,6 112±7,1 243±25,1 260±28,4 64,5±0,59 69,4±0,86 102,5±4,01 112,6±4,74 53,7±1,06 56,4±1,58 21,2±0,53 21,4±1,03 99±4,3 99±2,2 99,5±3,91 111,5±4,51 58,2±2,59 57,9 ±2,2 21,8±0,57 21,6±0,76 238±7,9 86,5±0,53 97,1±2,70 139,7±5,37 165,6±6,99 54,8±1,50 53,6±1,62 21,6±0,86 21,2±0,70 48 Tabela 9: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 3 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DSPC administrado por via S.C. (n=8/grupo). Grupos Experimentais Tempo após administração (horas) 1 Salina 2 Pir Livre 1 2 4 6 1 Lipovazio 2 1 2 LipoPIR 4 6 8 10 12 PAS (mmHg) 0 122 ± 3,7 117 ± 3,6 126 ± 7,7 128 ± 6,9 125,7 ± 6,5 128,6 ± 7,1 109 ± 8,1 105 ± 4,8 117 ± 3,9 110 ± 5,2 114 ± 8,2 105 ±5,1 129 ± 6,4 126 ± 9,8 123 ± 1,2 15 188 ± 10,3 188 ± 9,6 173 ± 9,5 200 ± 40,1 194 ± 7,39 170,0 ± 14,9 189 ± 4,7 181 ± 4,3 183 ± 6,9 177 ± 7,2 176 ± 8,9 176 ± 7,1 181 ± 10,7 170 ± 13,5 168 ± 13,2 PAD (mmHg) 0 93 ± 1,5 88 ± 3,2 91 ± 7,7 87 ± 2,6 87 ± 3,7 88,12 ± 0,6 79 ± 8,4 78 ± 5,9 79 ± 4,3 77 ± 4,6 74 ± 5,8 65 ± 2,9 99 ± 7,1 97 ± 9,2 88 ± 0,6 15 142 ± 7,5 143 ± 5,2 116 ± 4,3 117 ± 6,0 116 ± 4,9 122 ± 9,8 130 ± 3,8 132 ± 2,9 120 ± 3,5 124 ± 3,1 115 ± 5,8 112 ± 4,7 136 ± 9,0 124 ± 10,1 121 ± 8,2 FC (bpm) 0 304 ± 31,1 287 ± 22,8 229 ± 23,2 298 ± 18,3 259 ± 38,9 303 ± 6,99 273 ± 16,1 268 ± 8,2 227 ± 1,3 247 ± 18,2 226 ± 26,6 227 ± 20,0 304 ± 1,9 281 ± 27,5 243 ± 25,0 15 332 ± 23,9 307 ± 20,2 250 ± 22,7 302 ± 23,7 226,4 ± 21,8 266,9 ± 31,1 268 ± 20,6 261 ± 11,2 249 ± 13,5 277 ± 26,2 211 ± 15,4 188 ± 12,1 335 ± 7,9 250 ± 26,7 266 ± 23,4 QT (ms) 0 65,7 ± 0,58 69,9 ± 0,89 68,2 ± 1,93 66,8 ± 1,04 63,3 ± 1,4 62,2 ± 1,16 77,3 ± 0,85 77,3 ± 1,54 80,7 ± 1,19 85,9 ± 4,23 85,3 ± 4,96 85,4 ± 3,38 67,4 ± 0,68 66,5 ± 0,59 64,5 ± 0,59 15 76,7 ± 1,69 79,4 ± 1,20 72,0 ± 0,99 71,1 ± 0,64 67,2 ± 1,06 69,6 ± 2,12 86,3 ± 1,8 85,6 ± 0,19 96,8 ± 1,93 99,7 ± 2,73 99,8 ± 5,24 95,4 ± 4,05 71,6 ± 0,69 74,5 ± 1,51 72,5 ± 0,49 QTc (ms) 0 116,0 ± 4,41 119,1 ± 4,16 108,5 ± 5,6 111,9 ± 5,24 108,0 ± 3,8 108,8 ± 2,95 138,4 ± 5,78 139,7 ± 5,73 131,1 ± 3,90 140,9 ± 8,47 130,7 ± 4,92 131,9 ± 1,33 118,3 ± 3,52 110,7 ± 3,50 102,5 ± 4,01 15 139,3 ± 4,51 135,3 ±5,13 115,4 ± 3,90 122,8 ± 2,74 110,4 ± 5,7 113,8 ± 6,14 157,3 ± 5,54 165,9 ± 7,81 154,2 ± 4,62 170,3 ± 7,81 150,8 ± 6,27 138,9 ± 3,19 122,9 ± 3,25 118,7 ± 2,65 118,9 ± 3,71 PR (ms) 0 53,9 ± 1,72 52,8 ± 2,20 58,1 ± 2,51 57,5 ± 2,02 47,4 ± 1,45 55,5 ± 0,89 55,6 ± 1,83 55,9 ± 0,91 55,8 ± 1,60 53,65 ± 1,69 58,7 ± 0,91 59,5 ± 1,79 54,9 ± 0,71 61,2 ±1,66 53,3 ± 1,05 15 54,2 ± 1,76 52,1 ± 1,87 57,0 ±3,35 57,3 ± 2,39 47,7 ± 2,08 52,77 ± 1,40 55,5 ± 1,64 55,6 ± 1,13 53,8 ± 1,69 50,7 ± 2,38 59,1 ± 0,97 59,8 ± 2,22 54,6 ± 1,09 63,8 ± 2,59 58,6 ± 0,86 QRS (ms) 0 22,7 ± 0,47 27,8 ± 4,61 21,6 ± 0,85 21,6 ± 0,85 18,3 ± 0,52 21,8 ± 2,36 22,1 ± 0,65 23,4 ± 0,69 22,2 ± 1,52 21,5 ± 1,21 21,6 ± 0,49 21,1 ± 0,77 21,0 ± 0,66 22,2 ± 0,99 21,2 ± 0,53 15 21,4 ± 0,94 22,5 ± 0,44 22,3 ± 0,63 22,1 ± 0,65 19,4 ± 0,28 19,34 ± 0,81 21,8 ± 0,27 22,6 ± 0,55 21,9 ± 1,26 23,9 ± 2,55 21,5 ± 0,35 21,1 ± 0,85 21,7 ± 0,67 23,5 ± 1,05 23,4 ± 0,70 49 Tabela 10:Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 10µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DSPC administrado por via S.C. (n=8/grupo). Grupos Experimentais Tempo após administração (horas) 1 Salina 2 Pir Livre 1 2 4 6 1 Lipo vazio 2 1 2 LipoPIR 4 6 8 10 12 PAS (mmHg) 0 122 ± 3,7 123 ± 8,3 146 ± 9,5 148 ± 11,1 119 ± 9,26 130 ± 10,76 112 ± 2,3 101 ± 2,2 113 ± 3,2 113 ± 3,9 102 ± 2,5 114 ± 1,5 123 ± 6,5 130 ± 5,7 123 ± 1,2 15 220 ± 7,6 209 ± 4,2 196 ± 9,3 180 ± 11,7 203,05 ± 8,90 198 ± 2,99 212 ± 3,4 202 ± 2,4 205 ± 5,8 192 ± 8,2 195 ± 2,3 198 ± 4,3 198 ± 13,9 190 ± 8,9 149 ± 11,0 PAD (mmHg) 0 93 ± 1,5 94 ± 6,5 98 ± 12,3 105 ± 9,4 86 ± 6,93 97 ± 10,13 83 ± 3,1 74 ± 3,4 78 ± 4,2 75 ±5,6 66 ± 4,3 71 ± 3,2 96 ± 5,2 90 ± 6,0 88 ± 0,6 15 159 ± 4,5 154 ± 3,0 136 ± 5,2 129 ± 9,0 128 ± 5,11 128 ± 12,7 141 ± 3,2 138 ± 3,3 136 ± 4,1 131 ± 3,0 119 ± 5,0 120 ± 4,7 155 ± 9,3 122 ± 10,0 113 ± 7,3 FC (bpm) 0 334 ± 31,1 297 ± 22,5 247 ± 34,9 295 ± 31,7 313 ± 33,74 287 ± 26,0 272 ± 16,1 322 ± 27,5 248 ± 14,8 296 ± 27,9 244 ± 19,6 241 ± 22,7 324 ± 23,1 253 ± 33,7 243 ± 25,0 15 349 ± 22,7 307 ± 22,3 263 ± 29,0 299 ± 29,0 194 ± 26,64 208 ± 37,7 261 ± 16,7 237 ± 21,3 247 ± 21,1 278 ± 31,2 193 ± 19,6 157 ± 18,8 280 ± 25,4 223 ± 25,6 273 ± 31,4 QT (ms) 0 65,7 ± 0,58 73,0 ± 0,96 68,0 ± 0,64 67,3 ± 0,74 62,58 ± 0,88 63,4 ± 1,07 78,4 ± 0,5 78,3 ± 1,88 87,9 ± 4,21 88,9 ± 3,56 86,1 ± 3,56 85,6 ± 3,43 68,2 ± 1,09 68,4 ± 0,84 64,5 ± 0,59 15 78,8 ± 1,23 83,9 ± 1,12 72,4 ± 0,71 69,9 ± 0,54 64,69 ± 0,89 70,4 ± 1,6 88,2 ± 1,3 87,5 ± 0,9 102,5 ± 2,20 102,1 ± 2,60 104,6 ± 2,58 93,9 ± 4,22 74,2 ± 1,31 71,4 ± 1,53 72,4 ± 0,91 QTc (ms) 0 116,0 ± 4,41 124,3 ± 4,60 107,7 ± 6,43 111,9 ± 5,19 104,6 ± 4,05 97,9 ± 5,56 145,9 ± 7,68 145,5 ± 5,21 141,4 ± 8,93 151,1 ± 7,55 137,1 ± 5,67 134,4 ± 0,66 119,3 ± 3,57 109,2 ± 4,41 102,5 ± 4,01 15 141,1 ± 4,13 144,3 ± 4,59 117,6 ± 3,67 118,8 ± 3,52 92,14 ± 4,61 107,9 ± 8,2 166,4 ± 7,48 164,2 ± 8,59 163,7 ± 6,18 168,5 ± 4,92 154,2 ± 8,09 128,1 ± 5,76 123,5 ± 4,62 109,9 ± 4,57 119,3 ± 4,93 PR (ms) 0 53,9 ± 1,72 52,8 ± 2,04 53,8 ± 2,42 57,3 ± 2,03 46,2 ± 1,56 54,8 ± 1,74 56,6 ± 2,19 56,1 ± 1,26 54,3 ± 1,65 54,8 ± 1,63 59,4 ± 1,07 59,7 ± 1,05 56,8 ± 1,23 64,1 ± 3,5 53,3 ± 1,06 15 52,8 ± 1,86 54,2 ± 2,17 54,5 ± 2,32 56,8 ± 2,32 46,3 ± 1,53 51,3 ± 2,3 57,6 ± 1,90 56,2 ± 1,25 51,9 ± 1,71 53,8 ± 2,18 60,5 ± 0,75 62,5 ± 2,41 53,9 ± 1,31 65,6 ± 3,62 55,7 ± 2,39 QRS (ms) 0 22,7 ± 0,47 23,8 ± 0,42 21,8 ± 0,79 22,5 ± 0,77 18,2 ± 0,31 19,4 ± 1,2 22,8 ± 1,1 23,5 ± 1,15 21,4 ± 1,14 21,2 ± 0,83 21,6 ± 0,39 21,8 ± 0,43 21,4 ± 0,76 23,7 ± 0,85 21,2 ± 0,53 15 21,7 ± 0,46 22,0 ± 0,44 21,4 ± 0,53 22,1 ± 0,66 19,0 ± 0,57 20,4 ± 1,01 21,5 ± 0,53 23,4 ± 1,22 20,8 ± 0,60 21,7 ± 0,87 22,1 ± 0,37 21,7 ± 0,54 21,2 ± 0,87 24,2 ± 0,69 22,9 ± 1,11 50 Tabela 11: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 1 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DOPC administrado por via S.C. (n=8). Grupos Experimentais Tempo após administração (horas) 1 Salina 2 Pir Livre 1 2 1 Lipovazio 2 1 2 LipoPIR 4 6 12 24 PAS (mmHg) 0 125 ± 2,2 116 ± 2,5 120 ± 2,9 122 ± 3,1 118 ± 8,0 131 ± 8,4 128 ± 6,4 126 ± 7,8 131 ± 6,1 138 ± 2,9 123 ± 4,9 130 ± 7,4 15 192 ± 5,3 161 ± 2,0 151 ± 11,1 141 ± 6,2 152 ± 3,4 156 ± 10,7 161 ± 9,2 158 ± 9,0 165 ± 6,3 174 ± 5,8 176 ± 8,8 143 ± 11,2 PAD (mmHg) 0 91 ± 1,5 88 ± 3,4 81 ± 4,9 88 ± 4,7 84 ± 7,5 95 ± 7,4 84 ± 7,1 87 ± 4,3 91 ± 5,6 100 ± 2,1 104 ± 6,8 93 ± 7,3 15 141 ± 1,4 130 ± 3,3 106 ± 6,4 99 ± 4,3 112 ± 4,3 113 ± 8,1 117 ± 7,7 114 ± 4,9 114 ± 4,8 125 ± 5,1 136 ± 4,9 110 ± 9,3 FC (bpm) 0 383 ± 9,9 346 ± 11,7 217 ± 1,1 252 ± 9,2 289 ± 29,6 261 ± 10,1 307 ± 35,8 329 ± 16,9 309 ± 21,8 327 ± 20,8 348 ± 10,4 262 ± 29,8 15 391 ± 5,6 333 ± 10,6 232 ± 4,9 249 ± 8,2 294 ± 22,7 268 ± 12,1 305 ± 32,3 314 ± 19,6 304 ± 22,6 318 ± 19,8 325 ± 14,1 257 ± 30,5 QT (ms) 0 67,8 ± 1,72 69,5 ± 1,80 65,0 ± 0,86 66,3 ± 0,82 67,1 ± 1,09 78,4 ± 2,32 69,4 ± 1,28 69,5 ± 1,14 67,8 ± 1,87 72,7 ± 2,45 64,8 ± 0,92 65,4 ± 0,9 15 75,4 ± 0,75 80,8 ± 1,08 71,0 ± 0,61 71,5 ± 0,92 83,4 ± 1,69 82,3 ± 2,38 73,7 ± 0,93 72,2 ± 0,51 74,1 ± 0,78 78,2 ± 1,49 69,3 ± 1,07 66,8 ± 1,11 QTc (ms) 0 120,9 ± 5,47 120,8 ± 5,53 99,5 ± 3,91 114,4 ± 4,15 112,4 ± 3,61 128,3 ± 3,19 118,3 ± 5,88 122,4 ± 2,53 116,5 ± 3,25 128,0 ± 6,09 118,1 ± 2,05 102,6 ± 4,15 15 138,5 ± 1,69 137,9 ± 4,13 111,5 ± 4,51 123,0 ± 3,5 140,6 ± 2,29 135,2 ± 4,16 118,6 ± 9,75 122,0 ± 3,29 126,6 ± 3,54 136,2 ± 4,15 116,7 ± 8,13 107,4 ± 3,79 PR (ms) 0 54,4 ± 1,51 52,3 ± 2,35 58,2 ± 2,59 56,2 ± 2,95 63,8 ± 2,94 69,5 ± 4,77 58,9 ± 2,86 57,5 ± 2,35 60,7 ± 2,12 60,6 ± 1,68 52,7 ± 0,62 60,0 ± 3,27 15 54,2 ± 1,32 53,8 ± 2,11 57,9 ± 2,2 56,5 ± 2,65 64,1 ± 3,49 69,7 ± 5,01 71,0 ± 13,07 57,0 ± 2,28 59,6 ± 2,67 58,4 ± 1,69 51,0 ± 1,02 58,8 ± 2,92 QRS (ms) 0 22,6 ± 0,50 22,3 ± 0,35 21,8 ± 0,57 22,6 ± 0,76 30,8 ± 1,89 33,2 ± 1,50 27,3 ± 1,33 27,7 ± 1,69 27,6 ± 2,04 28,8 ± 1,73 19,9 ± 0,85 20,9 ± 0,49 15 22,6 ± 0,72 23,9 ± 0,66 21,6 ± 0,76 22,0 ± 0,44 34,8 ± 2,63 34,3 ± 1,86 28,2 ± 1,62 28,3 ± 1,43 27,1 ± 2,86 27,2 ± 1,63 21,8 ± 0,79 21,0 ± 0,59 51 Tabela 12: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 3 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DOPC administrado por via S.C. (n=8/grupo). Grupos Experimentais Tempo após administração (horas) 1 Salina 2 Pir Livre 1 2 1 Lipovazio 2 1 2 LipoPIR 4 6 12 24 PAS (mmHg) 0 122 ± 3,7 117 ± 3,6 136 ± 7,7 128 ± 6,9 118 ± 5,3 124 ± 4,5 126 ± 11,9 124 ± 7,5 136 ± 5,9 143 ± 5,7 124 ± 5,1 121 ± 8,2 15 188 ± 10,3 188 ± 9,6 173 ± 9,5 200 ± 40,1 164 ± 5,0 166 ± 10,1 180 ± 17,3 177 ± 10,9 182 ± 5,9 191 ± 5,8 188 ± 4,5 175 ± 9,7 PAD (mmHg) 0 93 ± 1,5 88 ± 3,28 91 ± 7,7 87 ± 2,69 81 ± 5,89 89 ± 2,5 90 ± 9,7 84 ± 4,9 93 ± 5,3 101 ± 5,6 98 ± 4,3 90 ± 6,4 15 142 ± 7,5 143 ± 5,2 116 ± 4,3 117 ± 6,0 119 ± 6,9 122 ± 10,1 125 ± 11,6 128 ± 5,3 133 ± 5,7 136 ± 3,5 145 ± 3,6 131 ± 6,3 FC (bpm) 0 334 ± 31,1 287 ± 22,8 229 ± 23,2 298 ± 18,3 273 ± 24,2 262 ± 15,9 315 ± 26,3 331 ± 8,27 333 ± 18,5 314 ± 21,6 355 ± 14,9 254 ± 24,8 15 362 ± 23,9 307 ± 20,2 250 ± 22,6 302 ± 23,7 276 ± 25,2 267 ± 15,7 302 ± 12,8 306 ± 21,2 324 ± 18,1 289 ± 33,0 339 ± 13,2 244 ± 24,3 QT (ms) 0 65,7 ± 0,58 69,9 ± 0,89 68,2 ± 1,93 66,8 ± 1,04 69,0 ± 1,54 71,0 ± 2,20 70,0 ± 0,70 68,3 ± 0,75 69,8 ± 1,48 71,9 ± 2,48 64,9 ± 0,77 66,4 ± 0,43 15 76,7 ± 1,69 79,4 ± 1,20 72,0 ± 0,99 71,1 ± 0,64 79,5 ± 1,11 83,2 ± 2,68 77,8 ± 0,74 75,6 ± 0,73 74,2 ± 1,58 78,3 ± 1,23 68,3 ± 0,96 70,5 ± 0,32 QTc (ms) 0 116,0 ± 4,41 119,1 ± 4,16 108,5 ± 5,60 111,9 ± 5,24 113,8 ± 3,73 115,5 ± 2,25 115,0 ± 5,23 152,2± 24,02 123,5 ± 3,97 124,3 ± 3,06 141,6± 23,94 104,2 ± 2,54 15 139,3 ± 4,51 135,3 ± 5,13 115,4 ± 3,90 122,8 ± 2,74 132,0 ± 3,62 136,2 ± 2,51 132,8 ± 1,55 129,9 ± 3,35 130,0 ± 2,99 131,3 ± 6,44 115,6 ± 6,35 112,2 ± 4,06 PR (ms) 0 53,9 ± 1,72 52,8 ± 2,20 58,1 ± 2,51 57,5 ± 2,02 65,3 ± 3,51 69,6 ± 4,00 57,9 ± 2,79 57,0 ± 2,11 61,0 ± 2,35 57,7 ± 1,39 53,7 ± 1,04 60,3 ± 2,85 15 54,2 ± 1,76 52,1 ± 1,87 57,0 ± 3,35 57,3 ± 2,39 64,0 ± 3,01 69,1 ± 4,54 57,5 ± 2,30 56,3 ± 1,95 60,4 ± 2,18 59,3 ± 3,75 53,1 ± 1,23 59,5 ± 2,46 QRS (ms) 0 22,7 ± 0,47 27,8 ± 4,61 21,6 ± 0,85 21,6 ± 0,85 30,3 ± 2,05 34,0 ± 1,53 26,6 ± 0,87 27,2 ± 1,93 27,3 ± 2,38 28,3 ± 1,44 20,7 ± 1,11 21,6 ± 0,39 15 21,4 ± 0,94 22,5 ± 0,44 22,3 ± 0,63 22,1 ± 0,65 32,2 ± 3,15 34,0 ± 1,42 27,7 ± 1,13 28,1 ± 2,00 28,0 ± 2,75 28,3 ± 2,03 20,9 ± 0,91 21,0 ± 0,29 52 Tabela 13: Valores absolutos de parâmetros da PA e do ECG após administração de 10 µg/kg de NA (basal e 15 segundos após) em animais previamente tratados com piridostigmina em lipossomas de DOPC administrado por via S.C. (n=8/grupo). Grupos Experimentais Tempo após administração (horas) 1 Salina 2 Pir Livre 1 2 1 Lipovazio 2 1 2 LipoPIR 4 6 12 24 PAS (mmHg) 0 122 ± 3,7 123 ± 8,3 146 ± 9,5 148 ± 11,1 122,01 ± 4,81 122 ± 7,2 130 ± 7,7 121 ± 13,3 137 ± 4,8 145 ± 7,9 130 ± 7,5 125 ± 5,2 15 220 ± 7,6 209 ± 4,2 196 ± 9,3 180 ± 11,7 191 ± 5,43 182 ± 10,1 198 ± 11,8 199 ± 14,8 197 ± 4,0 207 ± 2,5 205 ± 7,2 168 ± 9,3 PAD (mmHg) 0 93 ± 1,5 94 ± 6,5 98 ± 12,3 105 ± 9,4 86 ± 6,4 86 ± 5,5 89 ± 6,5 82 ± 9,2 95 ± 3,5 102 ± 4,4 109 ± 5,1 94 ± 8,0 15 159 ± 4,5 154 ± 3,0 136 ± 5,2 129 ± 9,0 133 ± 6,6 127 ± 7,7 131 ± 7,7 136 ± 5,3 140 ± 1,3 140 ± 3,2 154 ± 4,5 121 ± 7,9 FC (bpm) 0 334 ± 31,1 297 ± 22,6 247 ± 34,9 295 ± 31,7 290 ± 19,3 278 ± 10,8 323 ± 22,3 328 ± 21,0 343 ± 21,1 317 ± 23,0 375 ± 13,5 292 ± 30,7 15 349 ± 22,72 307 ± 22,36 263 ± 29,04 299 ± 29,04 263 ± 24,90 241 ± 26,07 229 ± 22,79 250 ± 41,81 314 ± 26,75 265 ± 35,39 315 ± 22,60 233 ± 20,98 QT (ms) 0 65,7 ± 0,58 73,0 ± 0,96 68,0 ± 0,64 67,3 ± 0,74 69,9 ± 1,05 75,9 ± 2,04 71,5 ± 1,14 69,0 ± 0,70 70,1 ± 1,54 77,7 ± 1,72 65,9 ± 0,96 66,4 ± 0,95 15 78,8 ± 1,23 83,9 ± 1,12 72,4 ± 0,71 69,9 ± 0,54 79,4 ± 2,53 82,3 ± 0,75 74,7 ± 1,41 75,3 ± 0,66 75,4 ± 1,19 78,8 ± 1,00 71,3 ± 1,33 69,7 ± 0,93 QTc (ms) 0 116,0 ± 4,41 124,3 ± 4,60 107,7 ± 6,43 111,9 ± 5,19 117,9 ± 2,25 126,3 ± 2,59 125,0 ± 2,92 121,1 ± 1,94 125,1 ± 3,65 131,9 ± 4,29 121,5 ± 2,29 111,9 ± 5,47 15 141,1 ± 4,13 144,3 ± 4,59 117,6 ± 3,67 118,8 ± 3,52 128,3 ± 5,09 129,9 ± 4,88 115,4 ± 7,77 119,8 ± 6,84 130,6 ± 5,32 127,9 ± 7,02 116,6 ± 5,36 109,2 ± 4,38 PR (ms) 0 53,9 ± 1,72 52,8 ± 2,04 53,8 ± 2,42 57,3 ± 2,03 65,2 ±3,24 71,7 ± 5,14 58,0 ± 2,45 57,6 ± 2,42 60,3 ± 2,66 63,0 ± 2,80 53,7 ± 1,18 57,9 ± 2,81 15 52,8 ± 1,86 54,2 ± 2,17 54,5 ± 2,32 56,8 ± 2,32 64,4 ± 3,43 68,7 ± 4,48 57,6 ± 2,70 55,5 ± 2,44 59,6 ± 3,25 61,3 ± 2,44 52,5 ± 1,27 58,8 ± 2,56 QRS (ms) 0 22,7 ± 0,47 23,8 ± 0,42 21,8 ± 0,79 22,5 ± 0,77 31,9 ± 1,59 32,5 ± 1,54 27,1 ± 0,89 27,4 ± 1,81 27,4 ± 2,69 28,8 ± 2,79 20,3 ± 0,89 20,8 ± 0,60 15 21,7 ± 0,46 22,0 ± 0,44 21,4 ± 0,53 22,1 ± 0,66 30,7 ± 1,36 31,4 ± 1,19 28,1 ± 1,03 26,5 ± 1,86 27,7 ± 3,32 28,2 ± 2,01 20,9 ± 0,77 20,9 ± 0,24 53 Um grande progresso no desenvolvimento de novos fármacos para tratamentos de cardiopatias vem sendo observado, principalmente quando se trata da insuficiência cardíaca. Os beta-bloqueadores são os principais fármacos utilizados para esse tipo de enfermidade e reduzem de forma significativa a mortalidade, principalmente através da redução da morte súbita (GHEORGHIADE et al, 1993), alem de prevenir o desenvolvimento de eventos arrítmicos ( MANSUY et al, 2000). A redução do consumo de O2 pelo miocárdio e o bloqueio da hiperatividade adrenérgica estão associados à redução da mortalidade (WEBB et al, 1972). No presente trabalho foi proposta a veiculação de PIR em duas diferentes formulações lipossomais, uma constituída de DSPC:CHOL e outra de DOPC:CHOL. Ambas as formulações foram eficazes para a manutenção dos efeitos benéficos da PIR sobre o sistema cardiovascular e na redução de seus efeitos tóxicos sobre outros órgãos (observações qualitativas). A partir da análise dos resultados obtidos, foi observado que animais tratados com PIR lipossomal, tanto DSPC quanto DOPC, foram menos sensíveis à estimulação simpática pela NA do que do grupo não tratado (salina). Este fato pode ser atribuído à eficiência da PIR em contrapor as alterações simpáticas, pela maior disponibilidade de ACh. Em ratos sadios a administração de 3, 5 e 10 mg/kg de PIR livre por via S.C. causou aos animais alterações tóxicas características de hiperestimulação colinérgica. Apenas na dose de 1 mg/kg de PIR livre por via S.C., 10 vezes menor que aquela administrada por PIR lipossomal, não foi observado tais efeitos colinérgicos. Assim, fica demonstrada a eficiência do uso da PIR lipossomal, seja em DSPC ou DOPC, ambas capazes de impedir os efeitos tóxicos por hiperestimulação colinérgica. Estudos realizados por Kluwe e colaboradores (1989), demonstraram que o tratamento de cães com uma dose diária de 20 mg/kg de PIR por 14 dias levou à morte vários animais por intuscepção intestinal e, entre os animais que não morreram, foram observados efeitos adversos como hipersalivação e tremor. No mesmo estudo, quando os animais foram tratados por três meses com 2 mg/kg de PIR, foram observados efeitos intestinais como diarreia e fezes com muco. Em contrapartida, o presente trabalho, fazendo uso da mesma dose de 20 mg/kg de PIR veiculada em lipossoma DSPC, apesar da manifestação de efeitos colaterais passageiros como piloereção e lacrimejamento, demonstrou ação cardioprotetora com significativa redução do prolongamento do intervalo QT no tempo estudado (12 horas após administração S.C.). No presente estudo, apesar dos ótimos resultados encontrados após a utilização da PIR em formulação lipossomal DSPC na dose de 10 mg/kg, justifica-se o uso da dose de 20 54 mg/kg, pois a ação cardioprotetora encontrada foi mais intensa havendo também menor variação entre os animais que receberam este tratamento. O intervalo QT representa a duração da despolarização e repolarização ventricular e é mensurado do início do complexo QRS ao final da onda T (GOODMAN & GILMAN, 2010). Um retardo da repolarização cria alteração eletrofisiológica que favorece o desenvolvimento de arritmias cardíacas, como Torsade de Points, assim como taquiarritmias. Adicionalmente, Torsade de Points pode evoluir para fibrilação ventricular, levando a morte súbita (SCHWARTZ E WOLF, 1978; AHNVE,1991, LANJEWAR et al,2004) Vidal e colaboradores (2010) observaram que os efeitos inibitórios sobre as variações do intervalo QT nos grupos tratados com a PIR na forma livre reduziram no tempo de 2 horas após a administração. No entanto, devido a via de administração escolhida neste trabalho, foi possível observar ação cardioprotetora por até 6 horas após a administração de PIR livre. No presente trabalho, 2 horas após o tratamento com a formulação lipossomal tanto de DSPC quanto de DOPC, contendo PIR na dose 10 mg/kg foram observadas reduções significativas do prolongamento do intervalo QT. O impedimento do prolongamento do intervalo QT observado é fator suficiente para reduzir o risco de morte súbita (MURAKAWA, 2000; WHANG, 2012). Além disso, essa capacidade de impedir o prolongamento do intervalo QT frente ao estímulo simpático perdurou até o tempo analisado de 12 horas, para a formulação lipossomal DSPC para as doses 10 e 20 mg/kg de PIR e o tempo analisado de 24 horas, para a formulação lipossomal DOPC. Tal observação demonstra a capacidade da formulação lipossomal MLV como depósito do fármaco, liberando-o gradativamente para ser absorvido (FRÉZARD, 2005) e aumentando o seu tempo de meia-vida que na forma livre se demonstra curto (KOLKA E STEPHENSON, 1990). Ambas as formulações apresentaram resultados satisfatórios com potencial efeito cardioprotetor quanto à capacidade de impedir o prolongamento do intervalo QT, como fator preditor de arritmias cardíacas. Foi observado que a formulação lipossomal de PIR DOPC foi capaz de manter o efeito cardioprotetor por maior tempo, com ínício em 1 hora após o tratamento e se manteve até 24 horas após o tratamento. Já a formulação lipossomal de PIR DSPC foi capaz de manter o efeito cardioprotetor entre os tempos de 8 e 12 horas após o tratamento. Tal efeito pode, talvez, ser justificado devido a maior capacidade de liberação da PIR da formulação lipossomal DOPC devido a sua bicamada fluida, quando comparada à bicamada mais rígida da formulação lipossomal de DSPC que por sua vez, teria a taxa de liberação mais lenta a partir dos lipossomas de DSPC não permitindo alcançar a faixa terapêutica (FRÉZARD, 2005). 55 O índice QTc calculado a partir dos valores do intervalo QT e da FC demonstrou resultados satisfatórios com diferenças significativa na maioria dos tempos analisados. Quando há redução na FC, os valores de QTc podem ser subestimados, dificultando a análise precisa dos dados. De qualquer forma, a PIR lipossomal em ambas as formulações não provocou queda significativa na FC na maioria dos tempos, o que pode sugerir que os dados de QTc tenham uma precisão maior neste trabalho e, dessa forma, corrobora para a cardioproteção conferida pela PIR lipossomal aos animais tratados. O complexo QRS assim como o intervalo PR se mantiveram inalterados nos grupos tratados com PIR lipossomal DSPC e DOPC. A maior parte dos grupos apresentou uma redução do intervalo PR após a administração lipossomal DSPC e DOPC por via SC na dose de 10 mg/kg. Esse resultado pode sugerir benefícios, visto que o prolongamento do intervalo PR, também conhecido na prática clínica como bloqueio atrioventricular de primeiro grau (BAV de 1º grau), não está muito bem elucidado, sendo que alguns estudos indicam que o seu prolongamento está relacionado a um risco aumentado de doença coronariana em homens de meia idade (MYMIN, 1986; CHENG, 2009). Conforme os dados apresentados e discutidos, é possível inferir que as formulações lipossomais DSPC e DOPC contendo PIR foram capazes de proporcionar efeitos benéficos de cardioproteção aos animais tratados por via S.C. estendendo o tempo de meia vida do fármaco quando comparado a sua forma livre administrado por via oral ou lipossomal por via I.V. (GRABE- GUIMARÃES 1999; VIDAL 2010) além de ter atendido aos objetivos propostos quanto ao seu desenvolvimento e caracterização. 6- CONCLUSÃO De acordo com os objetivos propostos e os resultados obtidos, conclui-se que a metodologia analítica proposta para quantificação de piridostigmina em formulação lipossomal demonstrou-se específica, precisa, linear e exata. O método analítico espectrofotométrico-UV constitui, portanto, uma ferramenta alternativa, útil, de baixo custo e fácil execução. As características de teor de encapsulação, tamanho dos lipossomas, perfil de liberação e fração fármaco / lipídeo observadas nas duas formulações lipossomais contendo PIR são satisfatórias para a administração in vivo. 56 A escolha por lipossomas MLV e sua administração por via subcutânea permitiram a liberação sustentada da PIR e consequente prolongamento de seu tempo de ação, sendo observada resposta cardioprotetora por até 12 horas, para formulação DSPC, e 24 horas, para a formulação DOPC. Tal cardioproteção foi demonstrada pela inibição do prolongamento do intervalo QT e QTc do eletrocardiograma. Apesar de a formulação lipossomal DOPC ser de mais difícil manipulação, quando comparada a formulação lipossomal DSPC, a mesma demonstrou –se mais eficiente. Possibilitou maior tempo de ação cardioprotetora da piridostimina (24h), além de propiciar uma Redução mais efetiva do prolongamento do intervalo QT. Este trabalho demonstrou-se de grande relevância ,uma vez que, permitiu o efeito cardioprotetor prolongado da piridostigmina. Além disto, as formulações aqui testadas poderão contribuir em nível mundial para desenvolver arsenal terapêutico de forma racional. 7-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABU-QARE AW; ABOU-DONIA MB. Determination of depleted uranium, pyridostigmine bromide and its metabolite in plasma and urine following combined administration in rats.J Pharm Biomed Anal, 26:281–289, 2001. AGUILERA G. The Renin Angiotensin System and the Stress Response.Ann NY Acad Sci; 771 : 173-86, 1995. ALGA A, TIJSSEN JG, ROELANDT JR.QTc prolongation measured by standard 12-lead electrocardiography is an independent risk factor for sudden death due to cardiac arrest. Circ, 83:1888–1894, 1991. AHNVE S. Is QT interval prolongation a strong or weak predictor for cardiac death? Circ, 84:1862-65, 1991. AZEVEDO EF. Administração de antibióticos por via subcutânea: uma revisão integrativa da literatura. Tese de mestrado. USP, Ribeirão Preto, Brasil, 2011. 57 BANGHAM AD, STANDISH MM, WATKINS JC. Diffusion of univalent ions across the lamellar of swollen phospholipids. J Mol Biol, 13: 238-252, 1965. BARBER HE, BOURNE GR, CALVEY TN, MUIR KT. The pharmacokinetics of pyridostigmine and 3hydroxy-N-methylpyridinium in the rat: Dose dependent effects after portal vein administration. Br. J Pharmacol, 55: 335–341, 1975. BASTISTA, CM; CARVALHO, CMB; MAGALHÃES, CSS. Lipossomas e suas aplicações terapêuticas: estado da arte. Rev Bras Ciênc Farmac, 43:167-179, 2007. BEAGHOLE R, YACH D. Globalization and the prevention and control of noncommunicable disease. The neglected chronic disease of adults. Lancet, 362:903- 908,2003. BEHLING A, MORAES RS, ROHDE LE, FERLIN EL, NOBREGA AC, RIBEIRO JP. Cholinergic stimulation with pyridostigmine reduces ventricular arrhythmia and enhances heart rate variability in heart failure. Am Heart J; 146: 494-500, 2003. BIRTLEY RDN, ROBERTS JB, THOMAS BH, WILSON A. Excretion and metabolism of 14 Cpyridostigmine in the rat. Br. J Pharmacol Chemother, 26: 393–402. 1966. BLUME G, CEVIC G. Liposomes for the sustained drug release in vivo. Biochim Biophys Acta, 1029:91-97, 1990. BRASIL. Resolução nº 899, de 29 de maio de 2003. Guia para Validação de Métodos Analíticos e Bioanalíticos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária BRENDOLAN, G. A validação da metodologia analítica. 1ª edição experimental, 39p,1997. BRUM PC; ROLIM NPL; BACURAU AVN; MEDEIROS A. Neurohumoral activation in heart failure: the role of adrenergic receptors. An Acad Bras Ciênc, 78,2006. CASADEI B, CONWAY J. Effect of low doses of scopolamine on RR interval variability, baroreflex sensitivity, and exercise performance in patients with chronic heart failure. Heart, 75:274-280, 1996. CASTRO RRT, SERRA SM, NÓBREGA ACL. Reduction of Qtc interval dispersion. Patential mechanism of cardiac protection of pyridostigmine bromide. Arq Bras Cardiol, 75:210-213, 2000. CASTRO LCV,FRANCESCHINI SCC,PRIORE SE, PELÚZIO M.C.G.; Nutrição e doenças cardiovasculares: os marcadores de risco em adultos. Rev Nutr, Campinas, 17:369-377, 2004. 58 CASTRO RR, PORPHIRIO G, SERRA SM, NOBREGA AC. Cholinergic stimulation with pyridostigmine protects against exercise induced myocardial ischaemia. Heart, 90:1119-1123, 2004. CASTRO RR, SERRA SM, PORPHIRIO G, MENDES FS, OLIVEIRA LP, NOBREGA AC. Pyridostigmine reduces QTc interval during recovery from maximal exercise in ischemic heart disease. Int J Cardiol 2006; 107:138-139. CAULFIELD MP. Muscarinic receptors: characterization, coupling and function. Pharmacol Ther, 58:319-79, 1993. CAULFIELD MP, BIRDSALL NJM. International Union of Pharmacology. XVII. Classification of muscarinic acetylcholine receptors. Pharmacol Rev, 50:279-290, 1998. CHAN K; WILLIAMS NE; BATY JD, CALVEY TN. A quantitative gas-liquid chromatographic methodfor the determination of neostigmine and pyridostigmine in human plasma. J. Chromatogr, 120: 349–358. 1976. CHERSTNIAKOVA SA, GARCIA GE,STRONG J,BI D, WEITZ J, ROY MJ, CANTILENA LR. Rapid determination of N,N-diethyl-m-toluamide and permethrin in human plasma by gas chromatography-mass spectrometry and pyridostigmine bromide by high-performance liquid chromatography. J Anal Toxicol, 30:21-6. 2006 CHOI MJ, MAIBACH HI. Elastic vesicles as topical/transdermal drug delivery sistems.Internac j cosm sci, 27: 211-221, 2005. CHONN A, CULLIS PR. Recent advances in liposomal drug-delivery systems. Current Bio, 6:698-708, 1995. CHOWDHARY S, MARSH AM, COOTE JH, TOWNEND JN. Nitric oxide and cardiac muscarinic control in humans. Hypert; 43: 1023-1028, 2004. CONCEIÇÃO AIFS, MATOS CM, MOUTINHO CG. Encapsulação de dois fármacos anticancerígenos (5-fluorouracilo e metotrexato) em lipossomas unilamelares. Rev facul ciênc saúde, 6:50-59, 2009. Council of Europe.European pharmacopoeia. 5ª. ed. Strasbourg: Council of Europe, 2004 - 2 v8 supplements. CORR PB, GILLIS RA. Autonomic neural influences on the dysrhythmias resulting from myocardial infarction. Circ; 43: 1, 1978. 59 EL-KOSASY AM, SALEM MY, EL-BARDICY MG, ABD EL-RAHMAN MK. Membrane electrodes for the determination of pyridostigmine bromide. J AOAC In.92:1631-8, 2009. ELLIN, RI; ZVIRBLIS, P, WILSON, MR. Method for isolation and determination of pyridostigmine and metabolites in urine and blood. J Chromatogr, 228:235–244. 1982. FARMACOPÉIA brasileira. 5. ed. Brasília: ANVISA, 2010. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/farmacopeiabrasileira/index.htm>. Acesso em: 9 Nov. 2011. FILHO GP; LICINIO J; WONG ML; Pathophysiological basis of cardiovascular disease and depression: a chicken-and-egg dilemma. Rev Bras Psiquiatr, 32: 2, 2010. FISHBEIN MC, MACLEAN D, MAROKO PR. Experimental myocardial infarction in the rat. Am J Pathol, 90: 57-70, 1978 a. FRANCIS G. Modulation of peripheral sympathetic nerve transmission. J Am Coll Cardiol,12, p. 250-254, 1988. FRANCO LG. Anestesia com cetamina s(+) associada à atropina e xilazina em cães: avaliação cardíaca e bioquímica sérica. Tese de Mestrado, 125 p.,UFG, Goiânia, Brasil, 2008. FRÉZARD F, SCHETTINI DA. Lipossomas: propriedades físico-químicas e farmacológicas, aplicações na quimioterapia à base de antimônio. Quim Nova, 28:511-518, 2005. GHEORGHIADE M, SHIVKUMAR K, SCHULTZ L, JAFRI S, TILLEY B, GOLDSTEIN S. Prognostic significance of electrocardiographic persistent ST depression in patients with their first myocardial infarction in the placebo arm of the Beta- Blocker Heart Attack Trial. Am Heart J,126:271-8, 1993. GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica.11a Edição. Ed. Guanabara Koogan, Mc Graw-Hill, 2010. GRABE-GUIMARÃES A, ALVES LM. Pyridostigmine blunts the increases in myocardial oxygen demand elicited by the stimulation of the central nervous system in anesthetized rats.Clin Auton Res, 9:83-89, 1999. GREGORIADIS, G. Liposome preparation and related techniques.Lipos Tech,1,2a Ed., 1993. HAYANO T, SHIMIZU A.Paradoxical effects of pirenzepine on parasympathetic activity in chronic heart failure abd control. Internat J Pharmac, 242:171-174, 2002. 60 HEGAZY N, DEMIREL M, YAZAN Y. Preparation and in vitro evaluation of pyridostigmine bromide microparticles. Internat J Pharmac, 242:171–174, 2002. HEURTAULT B, SAULNIER P, PECH B, PROUST JE, BENOITJP. Physico-chemical stability of colloidal lipid particles. Biomat, 24:4283-4300, 2003. HONEYWELL-NGUYEN PL, DE GRAAFF AM, GROENINK HW, BOUWSTRA JA.The in vivo and in vitro interactions of elastic and rigid vesicles with human sink. Bioch biophys acta- general subj.1572:130-140,2002. HOSKING DJ, BENNETT T, HAMPTON JR. Diabeticautonomicneuropathy. Diab. 27:1043–55,1978. HOYER D, MAESTRIB R. Autonomic response to cardiac dysfunction in chronic heart failure: a risk predictor based on autonomic information flow. Black Publish, Inc. PACE, 31:214-220, 2008 HUNTER DG, FRISKEN BJ. Effect of extrusion pressure and lipid properties on the size and polydispersity of lipid vesicles. Biophys J, 74:2996–3002, 1998. JUNGINGER, HE; HOFLAND, HEJ; BOWSTRA, JA. Liposomes and niosomes: interactions with human skin. Cosm & Toil, 106:45-50,1991. KJELLGREN O, GOMES JA. Heart rate variability and baroreflex sensitivity in myocardial infarction. Am Heart J, 125:204–14;1993. KLUWE WM, PAGE JG. Pharmacological and toxicological evaluation of orallyadministered pyridostigmine in dogs. Toxicol Sci, 14: 40-53, 1989. KOLKA MA, STEPHENSON LA. Human temperature regulation during exercise after oralpyridostigmine administration. Aviat Space Environ Med,61:220-224, 1990. KORNFELD P; SAMUELS AJ; WOLF RL; OSSERMAN KE. Metabolism of 14C labeled pyridostigmine in myasthenia gravis. Evidence for multiple metabolites. Neurol (Minneap.) 20:634–641. 1970. KRANTZ DS, MANUCK SB. Acute psychophysiologic reactivity and risk of cardiovascular disease: A review and methodologic critique. Psychol Bull, 96: 435-64;1984. KURACHI Y. G protein regulation of cardiac muscarinic potassium channels. Am J Physiol, 269:C821–C830, 1995. 61 LA ROVERE MT, BIGGER JR JT, MARCUS FI, MORTARA A, SCHWARTZ PJ. Baroreflex sensitivity and heart-rate variability in prediction of total cardiac mortality after myocardial infarction. Lancet, 351: 478-84, 1998. L’ABBATE A, SIMONETTI I, CARPEGGIANI C, MICHELASSI C. Coronary dynamics and mental arithmetic stress in humans. Circ, 83(suppl. II): II-94-II-9,1991. LAHIRI MK, KANNANKERIL PJ, GOLDBERGER JJ. Assessment of autonomic function in cardiovascular disease. Physiological basis and prognostic implications. J Am Col Cardiol, 51:1725-33, 2008. LANJEWAR P, PATHAK V, LOKHANDWALA Y. Issues in QT interval measurement.Indian Pacing. Electrophysiol J, 4(4): 156–161, 2004. LASIC DD. Novel applications of liposomes. Trend Biotechnol,16:307-321,1998. LAZZARA R. Antiarrhythmic drugs and torsade de pointes. Eur Heart J 14(suppl H): 88, 1993. LICHTENBERG D, BARENHOLZ Y. Preparation, characterization and preservation. Methods Biochem Anal, 33, 337, 1988. LO’EFFELHOLZ K, PAPPANO AJ. The parasympathetic neuroeffector junction of the heart. Pharmacol Rev, 37:1-24, 1985. LONDON B, JERONA A. Long QT and ventricular arrhythmias in transgenic miceexpressing the N terminus and first transmembrane segment of a voltage-gated potassium channel. Bioph, 95:2926–31, 1998. LOURES LD, SANT’ANNA I, BALDOTTO CSR, SOUSA EB,NÓBREGA ACL. Estresse Mental e Sistema Cardiovascular. Arq Bras Cardiol, 78:525-30, 2002. MACKAY J, MENSAH G. The Atlas of Heart Disease and Stroke. WHO,2004. MAGNANO AR, HOLLERAN S. Autonomic nervous system influences on qt interval in normal subjects. J Am Coll Cardiol, 39:1820-26, 2002. MAGNUS P, BEAGHOLE R. The real contribution of the major risk factors to the coronary epidemics: time to end “only 50%”myth. Arch Int Med, 161:2657-2660, 2001. MANSUY P, MOUGENOT N, RAMIREZ-GIL JF, BONNEFONT-ROUSSELOT, D, RAILLECOVE F, KOMAJDA M, LECHAT P. Effects of prolonged propranolol 62 treatment on left ventricular remodeling and oxidative stress after myocardial infarction in rats. J Cardiovasc Pharmacol, 35:806-13, 2000. MEYER HG, LUKEY BJ, GEPP RT, CORPUZ RP, LIESKE CN.A radioimmunoassay forpyridostigmine.J Pharmacol Exp Ther, 247: 432– 438. 1988. MILLER RL, VERMA P. Radioimmunoassay of pyridostigmine in plasma and tissues. Pharmacol Res, 21: 359–368. 1989. Ministério da Saúde. Brasil. Informações em Saúde – Mortalidade. [online] [citado 2000 abr 4] Disponível em: http://www.saude.gov.br/inform/indica/indica MITKA M. Heart disease: a global health threat. J Am Med Assoc 291:2533,2004 MURAKAWA, Y. Is the QT Interval an Indicator of Autonomic State? Jpn Heart J, 41(6):713-721, 2000. NARDOTTO GHB. Desenvolvimento de lipossomas deformáveis para administração transdérmica de remifentanil. Tese de mestrado, 97p., USP, Ribeirão Preto, 2009. NBR ISO/IEC 9000:2000 Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário. NISSINEN A, BERRIOS X, PUSKA P. Community-based non-communicable disease interventions: lessons from developed countries for developing ones. Bulletin WHO 29(10):963-970,2001. NÓBREGA ACL, SANTOS KB, CARVALHO ACG, SOARES PPS. Cholinergic stimulation with pyridostigmine blunts the cardiac responses to mental stress. Clin Autonomic Res, 9: 116;1999. NOBREGA AC, LOURES DL, PONTES PV, SANT’ANNA ID, MESQUITA ET. Cholinergic stimulation with pyridostigmine prevents the impairment in ventricular function during mental stress incoronary artery disease patients. Int J Cardiol, 125: 418-421,2008. OGUCHI Y, HAMLIN RL. Duration of QT interval in clinically normal dogs. Am J Vet Res, 54:2145-2149, 1993. PEREIRAL, LARSSONMHMA, NETOML, BRITO FS. Cardiomiopatia de cães da raça Cocker Spaniel Inglês: aspectos clínicos, eletrocardiográficos, radiográficos e ecocardiográficos. Cienc Rural, 34:2, 2004. 63 PFEFFER MA, PFEFFER JM, FISHBEIN MC. Myocardial infarct size and ventricular function in rats. Circ Res; 44:503-12, 1979. PINTO TJA, KANEKO TM, PINTO AF. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. 3 ed. Atheneu,7: 261-287; 2010. PORTER TM, ECKBERG DL. Autonomic pathophysiology in heart failure patients:sympathetic-cholinergic interrelations. J Clin Investigation, 85:1362-1371, 1990. RAUTAHARJU PM, SURAWICZ B, GETTES LS. Recommendations for the standardization and interpretation of the electrocardiogram. Part IV: The ST Segment, T and U Waves, and the QT Interval. J Am Coll Cardiol,53:982-991, 2009. REDDY KS, YUSUF S. Emerging epidemic of cardiovascular disease in developing countries. Circ, 97: 596-601,1998. RIBANI M.Validação em métodos cromatográficos e eletroforéticos. Quim. Nova, 27:771780, 2004. ROGER VL, GO AS, LLOYD-JONES DM, ADAMS RJ, BERRY JD, BROWN TM. Heart disease and stroke statistics–2011 update: a report from the American Heart Association. Circ, 123:18–209, 2011. ROSENWINKEL ET, BLOOMFIELD DM. Exercise and autonomic function in health and cardiovascular disease. Cardiol Clin, 19:369-87, 2001. ROTHSCHILD M, ROTHSCHILD A, PFEIFER M. Temporary decrease in cardiac parasympathetic tone after acute myocardial infarction. Am J Cardiol, 18:637–9;1988. SANT’ANNA ID, SOUZA EB. Cardiac function during mental stress: cholinergic modulation with pyridostigmine in healthy subjects. Clin Sci, 105:161-165, 2003. SANTOS NC, CASTANHO MARB. Lipossomas: a bala mágica acertou?;Quim. Nova, 25:1181-1185, 2002. SELYE H, BAJUSZ E, GRASSO S, MENDELL P. Simple technique for the surgical occlusion of coronary vessels in the rat. Angiol, 11:398-407, 1960. SERRA SM, COSTA RV, TEIXEIRA DE CASTRO RR, XAVIER SS, NOBREGA AC. Cholinergic stimulation improves autonomic and hemodynamic profile during dynamic exercise in patients with heart failure. J Card Fail, 15: 124-129, 2009. 64 SIQUEIRA-MOURA MP, LIRA MCB, SANTOS-MAGALHÃES NS. Validação de método analítico espectrofotométrico UV para determinação de ácido úsnico em lipossomas. Rev Bras Ciênc Farmac, 44, 2008. SCHOUTEN EG, DEKKER, JM. QT interval prolongation predicts cardiovascular mortality in a apparently healthy population. Circ, 84:1516-23, 1991. SCHWARTZ PJ, WOLF S. QT interval prolongation as predictor of sudden death in patients with myocardial infarction. Circ, 57:1074-77, 1978. SCHWARTZ PJ, PRIORI SG. Sympathetic nervous system and cardiac arrhythmias. In: Zipes DP, Jalife J, eds. Cardiac Electrophysiol: From Cell to Bedside. Philadelphia, PA: WB Saunders Co, 330–343,1990. SERRA SM, VIVACQUA R, BASTOS BG, SANTOS KB, RAMALHO SHR, NÓBREGA ACL. Teste de esforço cardiopulmonar durante estimulação colinérgica com dose única de piridostigmina em indivíduos saudáveis. Arq Bras Cardiol, 76: 273-8 ;2001. SERRA SM, COSTA RV. Cholinergic stimulation improves autonomic and hemodynamic profile during dynamic exercise in patients with heart failure. J Cardiac Fail,15:124-129, 2009. SMITH PJ, BLUMENTHAL JA, Psychiatric and Behavioral Aspects of Cardiovascular Disease: Epidemiology, Mechanisms, and Treatment. Rev Esp Cardiol, 64(10):924–933, 2011. SCHWARTZ PJ, LA ROVERE MT, VANOLI E. Autonomic nervous system and suddendeath. Experimental basis and clinical observations for post-myocardial infarction risk stratification. Circ; 85(suppl I): I 77-99, 1992. ŠVORC PJr, BAČOVÁ I, ŠVORC P, BUŽGA M. Autonomic Nervous System under Ketamine/xylazine and Pentobarbital Anaesthesia in Wistar Rat Model: A Chronobiological View. Prague Medl Report; 114:72–80, 2013. SZTAJZEL J. Heart rate variability: a noninvasive electrocardiographic method to measure the autonomic nervous system. Swiss med wkly, 134: 514–522; 2004. TAGGART P, SUTTON P. Effect of adrenergic stimulation on action potential durationrestitution in humans. Circ, 107:285-289, 2003. TAI CT, CHIOU CW, CHEN SA. Interaction between the autonomic nervous system and atrial tachyarrhythmias. J Cardiov Electro, 13:83–7, 2002. 65 TILLEY LP. Essential of canine and feline electrocardiography. 3ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1992. 470p. TOFLER GH.Concurrent morning increase in platelet aggregability and the risk of myocardial infarction and sudden cardiac death. N Eng J Med, 316: 1514-8, 1987. TORCHILIN VP.Targeting of drugs and drug carriers within the cardiovascular system. Advanc Drug Delivery Rev, 17:75-101, 1995. TORCHILIN VP, NARULA J.Poly( ethylene glycol)-coated anti-cardiac myosinimmunoliposomes: factors influencing targeted accumulation in the infarcted myocardium. Bioch Bioph Acta, 1279:75-83, 1996. VASEGHI M, SHIVKUMAR K. The Role of the Autonomic Nervous System in Sudden Cardiac Death. Progress Cardiovasc Dis,50:404-419, 2008. VENKATESH G, FALLEN EL. Double blind placebo controlled trial of short term transdermal scopolamine on heart rate variabilityin patients with chronic heart failure. Heart, 76:137-143, 1996. VERMA DD, HARTNER WC. ATP-Loaded Liposomes Effectively Protect the Myocardium in Rabbits with an Acute Experimental Myocardial Infarction. Pharm Res, 22:12, 2005. VIDAL AT. Avaliação da atividade cardioprotetora da piridostigmina veiculada em lipossomas. Tese de mestrado, 121p., UFOP, Ouro Preto, Brasil, 2009. VIDAL AT, GUIMARÃES HN, PAULA DCC, FREZARD F, SILVA-BARCELLOS NM, GRABE-GUIMARÃES A.Prolonged cardioprotective effect of pyridostigmine encapsulated in liposomes. Life Sci, 86:17-23, 2010. VOLANS AP. Sarin: guidelines on the management of victims of a nerve gas attack. J Accid Emerg Med; 13: 202-6, 1996. WEBB SW, ADAGEY AA, PANTRIDGE JF. Autonomic disturbance at onset of acute myocardial infarction. Br Med J, 3:89-92, 1972. WHANG W, JULIEN HM, HIGGINBOTHAM L, SOTO AV, BROODIE N,BIGGER T, GARAM H, BURG MM, DAVIDSON KW. Women, but not men, have prolonged QT interval if depressed after an acute coronary syndrome. Europ, 14:267–271, 2012. WORLD HEALTH ORGANIZATION 2002.II Global Forum on Non-communicable Diseases Prevention and Control, convened in Shangai, China 2002.WHO, Geneva. 66 WORLD HEALTH ORGANIZATION 2003.III Global Forum on Non-communicable Diseases Prevention and Control. Rio de Janeiro, Brazil, 7-14 nov. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Prevention of Cardiovascular Disease. Guidelines for assessment and management of cardiovascular risk. Washington, EUA, 2007. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Top ten causes of death: Fact sheet no 310, 2008.Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs310_2008.pdf>. Acesso em: 28 maio 2011. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on non-communicable diseases 2010. Geneva: World Health Organization; 2011. Disponível em: http://www.who.int/nmh/publications/ncd_report2010/en/. Acesso em: 14de março de 2013. YAKATAN GJ, TIEN JY. Quantitation of pyridostigmine in plasma using highperformanceliquidchromatography. J Chromatogr,164: 399–403, 1979. ZIPES DP, WELLENS HJJ. Sudden cardiac death. Circ, 98:2334–51, 1998. 8- ANEXOS 1-Artigo Publicado 67 68 15 1 ug/kg NA Variação FC % 10 5 0 -5 -10 1 2 4 6 8 10 12 8 10 12 8 10 12 -15 Tempo (horas) -20 3 ug/kg NA 15 Variação FC % 10 5 0 -5 -10 -15 -20 1 2 4 * 6 Tempo (horas) 15 10 ug/kg NA Variação FC % 10 5 0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 1 2 4 * 6 Tempo (horas) Figura 1: Variação percentual máxima de FC após administração I.V. de 1, 3 e 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre e piridostigmina na formulação lipossomal DSPC na dose de 10 mg/kg. * P < 0,05 – ANOVA, seguido de teste de Tukey. 69 1 ug/kg NA Variação FC % 10 5 0 -5 1 2 4 6 12 24 12 24 12 24 Tempo (horas) 3 ug/kg NA Variação FC % 10 0 -10 -20 -30 -40 1 2 4 6 Tempo (horas) 10 ug/kg NA Variação FC % 0 -10 -20 -30 1 2 4 6 Tempo (horas) Figura 2: Variação percentual de FC após administração I.V. de 1, 3 e 10 µg/kg de NA, 1, 2, 4, 6, 12 e 24 horas após a administração S.C. de salina, piridostigmina livre e piridostigmina na formulação lipossomal DOPC na dose de 10 mg/kg. * P < 0,05 – ANOVA, seguido de teste de Tukey. 70 1