www.fisicaexe.com.br Um corpo de massa 100 g é abandonado no ponto A sobre uma superfície cilíndrica, com abertura de 150 o, sem atrito, cujo o eixo é horizontal e normal ao plano da figura em O. Os pontos A e O estão sobre o mesmo nível a 5 m acima do solo e o raio da superfície mede 1,6 m. Ao atingir o ponto B o corpo abandona a superfície e atinge o solo no ponto C. Determinar: a) O módulo da velocidade do corpo no ponto B; b) O módulo da velocidade do corpo no ponto C; c) A distância CD; d) As energias cinética, potencial e mecânica total no ponto A; e) As energias cinética, potencial e mecânica total no ponto B; f) As energias cinética, potencial e mecânica total no ponto C. Adote g = 10 m/s 2. Dados do problema • • • • • massa do corpo: raio da superfície cilíndrica: ângulo de abertura da superfície: altura inicial do corpo: aceleração da gravidade: m = 100 g; r = 1,6 m; θ = 150 o; h A = 5 m; g = 10 m/s 2. Esquema do problema Adotamos um Nível de Referência (N.R.) no solo. O corpo é abandonado, então a velocidade inicial em A é nula ( v A = 0 ), ele desliza pela superfície cilíndrica até o ponto B onde abandona a superfície descrevendo uma trajetória parabólica, como um projétil, até o ponto C (figura 1). Solução figura 1 Em primeiro lugar devemos converter a massa do corpo dada em gramas (g) para quilogramas (kg) usado no Sistema Internacional (S.I.) m = 100 g. 1 kg 2 1 kg 2 −3 −1 = 1 .10 . kg = 1.10 kg = 0,1 kg 3 = 1 .10 . 10 1000 g 1.10 a) Para determinarmos a velocidade no ponto B usamos o Princípio da Conservação da Energia, a energia mecânica no ponto A deve ser igual a energia em B 1 www.fisicaexe.com.br À B EM= E M E E ÀC = E BP E BC 2 2 mv A mv B m g h A = m g h B 2 2 À P simplificando a massa m de ambos os lados da igualdade, temos 2 g h A 2 vA vB = g h B 2 2 (I) Pela figura 2 vemos que h A = hh B portanto a altura do ponto B será de h B = h A −h (II) O segmento O P é horizontal, como o ângulo de abertura da superfície B será cilíndrica é de 150 o, o ângulo P O de 30 o (180 o – 150 o = 30 o). Como o segmento O B é um raio do cilindro e representa a hipotenusa do triângulo ΔPOB, temos o sen 30 = o da Trigonometria temos que sen 30 = figura 2 cateto oposto h = hipotenusa r 1 , então 2 1 h = 2 1,6 1,6 h= 2 h = 0,8 m (III) substituindo (III) em (II) e a altura do ponto A dada, a altura do ponto B será de h B = 5−0,8 h B = 4,2 m (IV) substituindo (IV) em (I) e os dados do problema, obtemos (figura 3) 2 2 vB 0 = 10 .4,2 2 2 v B2 500 = 42 2 2 vB 50− 42 = 2 2 v B = 2 .8 v B2 = 16 v B = 16 10.5 figura 3 v B = 4 m/s 2 www.fisicaexe.com.br b) Para determinarmos a velocidade no ponto C usamos o Princípio da Conservação da Energia, a energia mecânica no ponto A deve ser igual a energia em C. A C EM =EM A E P E AC = E CP E CC 2 2 mv A mv C m g h A = m g h C 2 2 simplificando a massa m de ambos os lados da igualdade, temos 2 g h A 2 vA vC = g h C 2 2 (V) substituindo os dados do problema e sendo a altura do ponto C nula (h C = 0), pois este ponto não tem altura em relação ao Nível de Referência, temos figura 4 2 2 vC 0 = 10. 0 2 2 2 vC 500 = 0 2 2 v 50 = C 2 2 v C = 2 .50 v 2C = 100 v C = 100 10. 5 v C = 10 m/s c) Pela figura 5-B vemos que no movimento ao longo da direção x temos que para intervalos de tempos iguais temos intervalos de espaços iguais (∆x1 = ∆x2 = ∆x3 = ∆x4 = Δx5). Na direção y temos que durante a subida para intervalos de tempos iguais temos intervalos de espaços menores, pois a esfera está sendo freada pela ação da gravidade (∆y1 > ∆y2) até que a velocidade vy zera e então a gravidade começa a puxar o corpo de volta em direção ao solo com velocidade acelerada, assim para intervalos de tempos iguais temos intervalos de espaços cada vez maiores (∆y3 < ∆y4 < ∆y5) figura 5 3 www.fisicaexe.com.br A velocidade no ponto B pode ser decomposta ao longo dos eixos x e y. A velocidade inicial vB, com que a esfera deixa a superfície, tem componentes nas direções x e y (figura 5-A) o v B x = v B cos 60 o v B y = v B sen 60 o Da Trigonometria temos que cos60 = 1 o 3 e usando o valor de v e sen 60 = B 2 2 obtido no item (a), temos 1 2 v B x = 2 m/s vB x = 4. vB y = 4. (VI) 3 v 2 B v B y = 2 3 m/s (VII) Da decomposição do movimento vemos que na direção x não há aceleração agindo sobre a esfera, então ela está em Movimento Uniforme (M.U.) e seu movimento é regido pela equação S x = S0 x v x t como no movimento uniforme v x =v B x é constante podemos substituir vx pelo valor de (VI) e S 0x =0 S x = 0 2 t (VIII) Sx = 2 t Na direção y a esfera está sob a ação da aceleração da gravidade, portanto está em queda livre que é regido pela equação 2 S y = S0 yv B y t−g t 2 o sinal de negativo indica que a aceleração da gravidade está contra a orientação do referencial, substituindo vBy pelo valor dado em (VII) e S 0 y = 4,2 m 2 t 2 2 S y = 4,22 3 t−5 t S y = 4,22 3 t −10 (IX) Quando o corpo atinge o solo no ponto C, que está no Nível de Referência, temos que o espaço final ao longo do eixo y é nulo (S y = 0), 2 −5 t 2 3 t4,2 = 0 esta é uma Equação do 2.º Grau onde a incógnita é o valor de t desejado 2 2 Δ=b −4 a c = 2 3 −4 .−5. 4,2 = 4 . 320. 4,2 = 1284 = 96 t= −b± Δ −2 3 ± 96 −2 .1,73±9,80 −3,46±9,80 = = = 2a −10 −10 2 . −5 onde a raízes serão 4 www.fisicaexe.com.br t 1= −3,469,80 = −0,6 −10 e t 1= −3,46−9,80 = 1,3 −10 desprezando a primeira raiz que tem valor negativo (t 1 < 0), o tempo para a esfera atingir o chão será t = 1,3 s . Como o intervalo de tempo para a esfera subir e descer é o mesmo que ela leva para ir percorrer a distância CD ao longo do eixo x, substituindo este intervalo de tempo na expressão (VIII), obtemos S x = 2 . 1,3 S x = 2,6 m d) Energia Cinética no ponto A 2 mv A 2 2 0,1 .0 A EC= 2 A EC = A EC=0 J Energia Potencial no ponto A A E P = m g hA E AP = 0,1 .10. 5 A EP =5 J Energia Mecânica Total no ponto A A A A E M = E CE P E AM = 05 A E M= 5 J e) Energia Cinética no ponto B 2 m vB 2 0,1 . 4 2 B EC= 2 0,1 .16 E BC = 2 1,6 B EC = 2 B EC= B E C = 0,8 J Energia Potencial no ponto B B E P = m g hB E = 0,1. 10. 4,2 B P B E P = 4,2 J 5 www.fisicaexe.com.br Energia Mecânica Total no ponto B B B B E M = E CE P E BM = 0,84,2 B E M= 5 J f) Energia Cinética no ponto C 2 mv C 2 0,1 .10 2 C EC = 2 0,1 . 100 C E C= 2 10 C EC= 2 C E C= C E C= 5 J Energia Potencial no ponto C C E P = m g hC E CP = 0,1 .10. 0 C EP=0 J Energia Mecânica Total no ponto C C C C E M = E CE P E CM = 50 C E M= 5 J Observação: nos pontos A, B e C as energias cinética e potencial têm valores diferentes dependendo das velocidades e das alturas, respectivamente, mas a energia mecânica total é sempre a mesma, uma vez que não há perdas e dissipações. 6