A liberdade natural em Rousseau

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A liberdade natural em Rousseau
Tâmara Fonseca da Silva *
* é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Feira de Santana e aluna de Filosofia
pela Universidade Estadual de Feira de Santana
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A liberdade natural defendida por Jean-Jacques Rousseau perpassa por conceitos como
estado natural, liberdade civil, vontade, entre outros. Os estudos sobre a ideia de
liberdade a partir da perspectiva rousseauniana remetem, igualmente, à passagem do
estado de natureza para o estado civil e como esse “progresso” afeta a liberdade natural e
a essência do homem. O interesse pela temática surgiu a partir do ingresso no curso de
Filosofia e originou-se com os estudos iniciais da escrita monográfica sobre a Liberdade
em Rousseau, a qual terá uma abordagem qualitativa com pesquisa das literaturas que
remetem ao tema liberdade. Primar-se-á pelas consultas das obras de Rousseau, tais
como o Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens;
O Emílio; O Contrato Social, dentre outras, visto que proponho investigar a ideia de
liberdade, caracterizar o conceito de liberdade natural e liberdade civil e analisar como o
indivíduo livre é apresentado nas obras de Rousseau. Sabe-se que paralelamente ao
estado natural em que o homem se encontrava, havia uma liberdade caracterizada por
seu primeiro modo de vida, isto é, antes do processo de civilização. Somente a partir das
necessidades extras adquiridas por meio da inserção social, se inicia uma relação intensa
com seus semelhantes, afastando-lhe daquele modo de vida natural, o que compromete o
exercício da liberdade que ora se servia. Nesta nova condição, ocorrem alterações
profundas no usufruto da liberdade caracterizada por um disfarce de sua verdadeira
práxis. Pois a liberdade, em seu sentido real é, para Rousseau (1995), uma prática que só
se dá, de fato, por meio das condições naturais e está atrelada ao exercício da vontade,
pois é agindo conforme sua vontade e perspectiva da lei natural que o homem é livre.
Além disso, ela é concebida como o maior bem do homem e a máxima fundamental para
educá-lo. Agindo pela liberdade natural, o homem não deseja senão o que a própria
natureza pode lhes oferecer; sua conduta é guiada pelo instinto, impulso físico e longe
dos vícios, seus desejos não ultrapassam suas necessidades peculiares de vida.
Enquanto que na sociabilidade o homem é afetado pela sensação de insuficiência gerada
por muitas necessidades e inicia um processo de apego e dependência, haja vista que ela
não é intrínseca á natureza humana, não faz parte de sua essência. E enquanto
circunscrito ao mundo natural, a vontade e a liberdade conviviam harmoniosamente com
as leis próprias da natureza.
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