desenvolvimento vegetativo do physalis

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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DO PHYSALIS PERUVIANO,
SOB DIFERENTES DOSES DE NUTRIENTES
ALVES, Daniel¹
e-mail: [email protected]
CENCI, Neimar¹
e-mail: [email protected]
OLIVEIRA, Adjar de¹
e-mail: [email protected]
Sordi, Igor de¹
e-mail: [email protected]
MAMBRIN, Ritieli Baptista²
[email protected]
CASASSOLA, Alice²
[email protected]
KLAJN, Susana²
[email protected]
TONELLO, Gabriela²
[email protected]
¹ Discentes do Curso (Agronomia), Nível 2 2017/1- Faculdade IDEAU – Passo Fundo/RS.
² Docentes do Curso (Agronomia), Nível 2 2017/1 - Faculdade IDEAU – Passo Fundo/RS.
RESUMO: O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio (N), fósforo (P)
e adubação N-P-K no desenvolvimento vegetativo e radicular da variedade de Physalis (P. peruviana). O
trabalho foi conduzido na cidade de Casca, no estado do Rio Grande do Sul. O preparo das plantas se iniciou no
dia 24/08/2016, com a semeadura em bandejas de isopor, sobre o sistema de float, e coberta por plástico filme,
que forma um ambiente com certa proteção aos fatores endofoclimáticos. Com 53 dias as mudas foram
transplantadas ao solo, em parcelas com três repetições cada, e procedeu-se a adubação no entorno das plantas.
Após 18 dias as mesmas formam submetidas as avaliações de tamanho do caule, folha e raiz. Conclui-se que a
cultura respondeu diferentemente as doses de nutrientes, sendo que o excesso de adubação se tornou lesivos as
plantas.
Palavras-chave: Physalis; Desenvolvimento vegetativo; Adubação.
ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the effect of different doses of nitrogen (N), phosphorus (P)
and fertilizer N-P-K in the vegetative and root development of the variety of Physalis (P. peruviana). The work
was conducted in the city of Hull, in the state of Rio Grande do Sul. The preparation of the plant started on
08.24.2016, with sowing in trays on the float system, and covered with plastic film which forms an environment
with some protection to endofoclimáticos factors. With 53 days the seedlings were transplanted to soil in plots
with three replicates each, and the fertilization was carried out in the vicinity of the plants. After 18 days the
same form submitted the stem size assessments, leaf and root. It is concluded that culture responded differently
doses of nutrient, and the excess fertilizer became harmful plants.
Keywords: Physalis; Vegetative development; Fertilization.
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1 INTRODUÇÃO
A Physalis é uma frutífera de grande valor nutricional e econômico que está sendo
incorporada no quadro das pequenas frutas no Brasil. O cultivo de Physalis, por ser uma
planta rústica e de boa adaptação, constitui-se em uma excelente alternativa de economia
agrícola para pequenos e médios produtores, com boas perspectivas de comercialização no
mercado brasileiro, principalmente dentre aqueles pertencentes às classes mais elitizadas da
população. Trata-se de planta adaptada as condições endofoclimáticas das regiões Norte,
Nordeste, Serra e Campos de Cima da Serra do estado Rio Grande do Sul.
Mediante essa expansão comercial se faz necessário conhecer a cultura bem como os
aspectos envolvidos, principalmente no quesito ambiente e nutrição para o desenvolvimento
da planta, objetivando ampliar os ganhos produtivos, mantendo a sanidade. Por se tratar de
uma cultura que á tão pouco tempo teve seu cultivo difundido e incentivado no país, sendo os
primeiros relatos para entorno do ano de 2007 onde até então era cultivada somente para
pesquisas e apartir de 2008 novos fruticultores iniciaram com o plantio visando à
comercialização. Relatos que no o estado do Rio Grande do Sul o inicio do cultivo comercial,
visando abastecer os grandes centros urbanos, começou por volta do ano de 2009.
No Brasil, trabalhos sobre nutrição de Physalis ainda são insipientes, existindo poucos
parâmetros para a recomendação de adubação, que são realizadas com base em resultados de
pesquisa de outras regiões ou, toma como base, as indicações para a cultura do tomate, já que
se trata de uma planta da família das solanáceas. As recomendações com base em critérios de
outras regiões podem gerar resultados insatisfatórios em termos nutricionais, culminando em
produtividades reduzidas e frutos de menor qualidade (PEREIRA, 2008).
A partir de então, se acentuou a necessidades de estudos com relação á diferentes
doses nutricionais, neste contexto dado destaque para os macronutrientes primários,
considerados primordiais para o desenvolvimento vegetativo da cultura. Para maior
aproximação nas doses requeridas pela cultura optou-se pela recomendação da cultura do
tomateiro.
Este artigo tem por objetivo principal avaliar as diferentes dosagens de Nitrogênio e
Fósforo no desenvolvimento vegetativo e no sistema radicular da cultura, visando estabelecer
doses criticas e níveis próximos aos considerados adequados com relação á adubação, para os
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solos da região norte do estado do Rio Grande do Sul. Optando-se por estes nutrientes devido
á melhor resposta em menor espaço de tempo, dos mesmos para com os órgãos avaliados.
2 DESENVOLVIMENTO
Referencial Teórico
A Physalis, conhecida popularmente pelos nomes: Fisales, Joá-de-capote, Capucho,
Cerejas-de-judeu, Mata-fome, é uma planta da família das Solanaceas e do gênero Physalis, e
compreende mais de 100 espécies conhecidas. Originária da Amazônia e dos Andes possui
variedades cultivadas na América, Europa e Ásia. Entre elas podem ser citadas a Physalis
angulata L., P. peruviana, P. pubescens, P. primorosa, P. ixocarpa e P. philadelphia. No
Brasil, a espécie nativa é a P. angulata, que possui um sabor levemente ácido e adocicado,
muito versátil, consumida ao natural ou usada na preparação de doces, geleias, sorvetes,
bombons, licores e em molhos de saladas e carnes (FROTA, 2005).
A fisalis brasileira (P. angulata L.) é conhecida como planta daninha ou medicinal,
com nomes bem populares como bucho-de-rã, joá-de-capote e mata-fome. É uma planta
anual, herbácea, ereta, ramificada, de caule semissuculento e glabro, com a parte comestível
protegida por uma delicada folha em formato de balão semelhante ao papel de arroz. É
comum encontrá-la em quase todo território nacional, onde infesta principalmente lavouras,
pomares, jardins e hortas. Suas sementes apresentam grande poder de germinação, vegetam
em solos ricos em matéria orgânica, bem supridos de umidade e tolerantes a certo grau de
sombreamento (LORENZI, 2000).
Já a espécie, objeto deste trabalho, Physalis peruviana L. é uma planta exótica,
arbustiva, rústica e perene (sendo considerada, por alguns autores como uma espécie anual na
região sul do País devido à incidência de geadas excessivas durante o inverno). Originária dos
Andes, entre o Chile e o Peru, a planta pode atingir a altura de 2 m. As folhas são aveludadas
e triangulares, enquanto o talo principal é herbáceo e piloso. O fruto constitui-se em uma baga
carnosa, em forma globosa, com diâmetro que oscila entre 1,25 e 2,50 cm e peso entre 4 e 10
g, contendo de 100 a 300 sementes, seu desenvolvimento dura de 60 a 80 dias e cada planta
produz aproximadamente de 2 a 3 kg de frutas por safra (BRIGUENTI; MADEIRA, 2007).
As raízes são fibrosas e se encontram entre 10 a 15 cm de profundidade, o sistema
radicular é ramificado e profundo, com suas raízes principais entre 50 e 80 cm. O ramo
principal, após produzir de 8 a 12 nós, bifurca-se naturalmente, originando os ramos que irão
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produzir. Nos ramos produtivos desenvolve-se, em cada nó, uma gema vegetativa e uma gema
floral (BRIGUENTI; MADEIRA, 2007).
As flores são solitárias, pedunculadas e hermafroditas, derivam da axila dos ramos e
estão constituídas de uma corola amarela em forma tubular com uma mancha roxa na base das
pétalas. A duração da floração é de dois a três dias e as flores são polinizadas por insetos ou
pelo vento, ocorrendo também à autopolinização (GUPTA e ROY, 1981; LAGOS et al.,
2008).
O cálice é de cor verde, formado por cinco sépalas, com comprimento de,
aproximadamente, cinco centímetros, cobrindo a fruta completamente durante todo o seu
desenvolvimento. O cálice protege a fruta contra insetos, pássaros, patógenos e condições
climáticas adversas, servindo também como fonte de carboidratos durante os primeiros 20
dias de crescimento. Além de prolongar a vida pós-colheita dos frutos em 2/3, o cálice é
considerado um indicador a ser observado na determinação do ponto de colheita (ÁVILA et
al., 2006).
Para Brandão (2007) o início da produção ocorre a partir do quarto ou quinto mês e se
estende por um período de seis meses quando é feito um bom trato cultural. O ciclo completo
da semeadura até a colheita dura entre oito a nove meses. A colheita começa quando as frutas
apresentam coloração alaranjada e quando a capa que envolve a fruta fica com a cor amarelo
pardo.
De acordo com pesquisas já realizadas, a Physalis é sensível em condições de umidade
alta, devendo-se tomar o cuidado com encharcamentos. O excesso de água pode causar
plantas amareladas e de pouca folhagem, facilitando a queda das folhas, flores e frutos
(BRANDÃO, 2007; SL, 2007).
“Os solos recomendados para a cultura são aqueles que apresentam estrutura granular,
areno-argiloso, com elevado teor de matéria orgânica e pH entre 5,5 e 6,8” (BRANDÃO,
2007; ESTAÇÃO EXPERIMENTAL SERRA LUIZA, 2007; PHYSALIS, 2007).
A produção de folhas é estimulada em solos férteis, principalmente naqueles com
elevado teor de matéria orgânica, mas podem ocorrer dificuldades na maturação dos frutos.
Em situações de estiagem as plantas podem ficar dormentes, e em casos extremos levar a
morte da planta (GUERREIRO, 2006).
No Brasil, trabalhos sobre nutrição de Physalis ainda são insipientes, existindo poucos
parâmetros para a recomendação de adubação, que são realizadas com base em resultados de
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pesquisa de outras regiões ou, toma como base, as indicações para a cultura do tomate, já que
se trata de uma planta da família das solanáceas. As recomendações com base em critérios de
outras regiões podem gerar resultados insatisfatórios em termos nutricionais, culminando em
produtividades reduzidas e frutos de menor qualidade (PEREIRA, 2008).
A quantidade ideal de adubação a ser aplicada para qualquer cultura deve ser
determinada com base nos resultados da análise do solo e nos boletins de cada região. Os
estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm como balizador para auxiliar na
interpretação destas analises o Manual de Adubação e Calagem, elaborado sob a
responsabilidade da Comissão de Química e Fertilidade do Solo, em conformidade com
ROLAS - Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo e de Tecido Vegetal dos Estados
do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e SBSC - Sociedade Brasileira de Ciência do Solo –
núcleo Regional Sul. Na maioria desses boletins e no próprio Manual de Adubação e Calagem
não existem recomendações para a cultura de Physalis.
A exigência de nutrientes é muito grande, embora a quantidade de nutrientes retirada
seja relativamente baixa (SILVA et al., 2007).
O nitrogênio é um macronutriente primário que tem o maior e mais rápido efeito sobre
o crescimento vegetal (MALAVOLTA, 1989). Um dos nutrientes mais limitantes para o
desenvolvimento vegetal pois este está presente na composição dos aminoácidos e,
consequentemente, das proteínas, metabólitos secundários, etc., além das moléculas de
clorofila estando, portanto, ligado à capacidade fotossintética da planta, e por fim, ao
crescimento e produção desta. O excesso ou deficiência deste nutriente é prejudicial à planta,
afetando seu crescimento e produção podendo resultar em perdas significativas
(ALVARENGA, 2004).
Suas funções básicas são favorecer o crescimento e a cor verde escura das plantas,
promover o desenvolvimento do sistema radicular, melhorando a absorção dos outros
nutrientes presentes na solução do solo, e compor a composição das proteínas de todas as
plantas e animais (CAMPBEL, 2000).
O fósforo é um dos elementos que mais limitam a produtividade das culturas. É móvel
na planta e pode se deslocar dos tecidos mais velhos para os mais novos, ocorrendo sua
concentração nos tecidos em desenvolvimento (EPSTEIN; BLOOM, 2004).
Na época da frutificação, as necessidades são atendidas pela mobilização das reservas.
A falta de fósforo reflete-se na diminuição da colheita, as folhas apresentam tons verde-escuro
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ou azul-esverdeado, sendo estes os primeiros sintomas da deficiência, desenvolvendo
pigmentos avermelhados, púrpuros e marrons nas folhas (EPSTEIN; BLOOM, 2004).
A deficiência do fósforo produz efeitos similares aos de deficiência de nitrogênio, com
plantas de caules finos, folhas pequenas, florescimentos reduzidos e retardamento da abertura
dos botões florais (COELHO; VERLENGIA, 1973).
O potássio é o nutriente mais extraído pelo tomateiro, e a sua deficiência torna o
crescimento das plantas lento; as folhas novas afilam e as velhas apresentam amarelecimento
das bordas, que vão se tornando amarronzadas e posteriormente se necrosam. O
amarelecimento geralmente progride das bordas para o centro das folhas. Ocasionalmente
verifica-se o aparecimento de áreas alaranjadas e brilhantes. A falta de firmeza dos frutos, em
muitos casos, é também ocasionada pela deficiência de potássio (SILVA et al., 2003).
A carência de potássio afeta a qualidade e resistência dos frutos e o acúmulo de CHO,
solúveis e açúcares redutores. Além disso, reflete-se na diminuição da colheita, sem que as
plantas apresentem anomalias externas (MALAVOLTA, 1989).
O cálcio é muito importante na formação dos tecidos e na estabilidade da epiderme
especialmente na formação do cálice. Entre os micro-elementos, o boro é o mais exigido no
cultivo da physalis.
O fornecimento de nutrientes é um dos fatores mais importantes a serem
desenvolvidos para a cultura do Physalis. Este trabalho teve como objetivo estabelecer
concentrações mais próximas do ideal de dois nutrientes (Nitrogênio e Fósforo) avaliando o
desenvolvimento vegetativo e radicular do Physalis.
Metodologia
O experimento avaliativo foi conduzido na linha 17 São José - Parobé, no interior da
cidade de Casca/RS com latitude 28º33’40” S, longitude 51º58’42” W e altitude 608m em
relação ao nível do mar, a semeadura transcorreu no dia 02/08/2016 em bandejas de isopor
semeando duas sementes por células, seguidamente as mesmas foram conduzidos para o
sistema floating, com uma cobertura plástica minimizando os fatores deletérios do clima
proporcionando o melhor desenvolvimento para a planta, por motivos climáticos não
previstos, no dia 23/08/2016 ocorreu uma geada causando a morte de todo o experimento,
posteriormente foi realizado uma segunda semeadura no dia 24/08/2016, após algumas
semanas foram uniformizadas, deixando apenas uma muda por células, ao passar de 53 dias
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(26/10/2016) sem nenhuma aplicação de defensivos, as mudas foram transplantadas para um
solo que é classificado como latossolo distrófico vermelho, escarificado em uma profundidade
de 50 cm com o auxilio mecânico. As mudas foram ingressadas em uma profundidade
aproximadamente de 10 cm com um espaçamento de 1,0 x 2,5m, tomando como base 4,000
plantas por hectare.
Após o transplante ao novo solo, induziram-se os nutrientes manualmente em forma
de coroa com a distancia mínima de cinco centímetros da planta, foram dispostos,
Nitrogênio(N), Fósforo(P) e Potássio(K); O Nitrogênio foi usado em forma de ureia com
formulação de 45% de N, o Potássio, com formulação de cloreto de potássio (KCl) com 60%
de Potássio e o Fósforo foi usado o popularmente conhecido super fosfato triplo, com
formulação de 41% de P2O5 (Fósforo).
Tabela 1: Número do tratamento, nutrientes aplicados, quantidade de nutrientes aplicados (em gramas).
Indicadores:
Dosagens
g/planta
Testemunha
Nada
Nada
Tratamento 1
N
28,25g
Tratamento 2
P
152,25g
Tratamento 3
1,5 N
42,37g
Tratamento 4
1,5 P
228,37g
Tratamento 5
NPK
N28,25g /P 152,25g /K 43g
Tratamento 6
1,5 NPK
N42,37g /P 228,37g /K 64,5g
As doses utilizadas de nutrientes tiveram como base comparativa na cultura do tomate,
isso ocorreu por não haver parâmetros de recomendação concretos sobre a cultura do Physalis
peruviana. Os fatores a serem analisados foram o crescimento vegetativo, as folhas e o
sistema radicular da planta, os primeiros resultados foram obtidos no dia 21/10/2016, onde
foram analisados os segmentos da pesquisa. Uma segunda avaliação ocorreu no dia
02/11/2016 a qual esta teve como principio avaliar o sistema radicular, espessura das folhas e
caule. O resultado das duas análises foram computados e tabelados em uma planilha do
programa Office Excel, desenvolvendo uma variância dos números obtidos e aplicando em
tabelas dispostas no artigo apresentado.
No decorrer do experimento ouve também um fator a ser analisado, ocorreu um grande
excesso de chuvas, segundo dados obtidos no escritório municipal da EMATER/ASCAR de
casca a precipitação pluviométrica no período do plantio ate a conclusão foi de 394 mm.
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3 RESULTADOS E ANÁLISE
A análise de solo, do local onde recebeu as plantas, apresentou 6,3 de pH, teor de
argila 53,0%, MO 4%, P 8,6mg/dm³, K 116mg/dm³, Al 0,0, H+Al 3,0 cmolc/dm³, Ca 6,5
cmolc/dm³, CTC pH 7,0 18,8 cmolc/dm³, SMP 6,5, Sat. Base 76,57%.
Sendo a interpretação destes teores, segundo consta no Manual de Adubação e
Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, conforme segue: pH alto;
Argila teor Classe 2; M.O. alto; P médio; K alto; CTC Ph7,0 alto; Ca alto; SMP 6,5 para
atingir pH 6,0 adicionar 1,1 ton/ha de calcário PRNT 100%, mas optou-se por não calar a área
pelo fato de o pH já estar acima do ideal como também pela saturação por bases estar próxima
á 80%.
Os resultados referentes à altura de planta, comprimento da folha maior, largura da
folha maior e comprimento das raízes foram obtidos por meio de diagnóstico visual
e estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 2 – Avaliação da variação média do desenvolvimento da cultura.
Indicadores
Comprimento
Largura da
Altura da
Comprimento
da folha maior
folha maior
planta
das raízes
(em cm)
(em cm)
(em cm)
(em cm)
Testemunha
6,63
5,06
12,50
17,00
Tratamento 1
8,25
7,00
10,00
12,50
Tratamento 2
5,80
5,60
13,50
13,25
Tratamento 3
5,25
4,25
8,50
17,50
Tratamento 4
5,85
5,25
7,00
11,50
Tratamento 5
5,00
4,00
8,00*
8,00
Tratamento 6
2,00
1,50
2,50**
3,50
*Apresentaram descoloração do limbo foliar, semelhante a senescência.
**Apresentaram ressecamento parcial da parte aérea, rebrote e posteriormente morte total de 66,6% das plantas.
Com exceção da Testemunha e o Tratamento 6, todos os outros receberam a mesma
dose de K (Potássio), sendo a recomendada para a cultura do tomateiro. A Testemunha não
recebeu nenhuma dose de nutriente sendo suprida somente pela solução presente no solo. Já
no Tratamento 6 foram aplicadas 1,5 vezes a dose de N-P-K para a cultura do tomateiro.
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As plantas apresentaram comportamentos diferentes quando submetidas às doses
aplicadas.
Quando avaliado o comprimento da folha maior do experimento, observou-se o
melhor desempenho no Tratamento 1, seguido pela Testemunha e Tratamento 4. Ressaltando
a afirmação de Malavolta (1989) onde diz que o nitrogênio é um macronutriente primário que
tem o maior e mais rápido efeito sobre o crescimento vegetal. Observou-se ainda que a
solução de solo apresenta condições suficientes de matéria orgânica, por consequência grande
índice do nutriente. Ao relato de Alvarenga (2004) onde diz que o excesso ou deficiência
deste nutriente é prejudicial à planta, afetando seu crescimento e produção podendo resultar
em perdas significativas.
Ao analisar a largura da folha maior tem-se os melhores desempenhos no Tratamento
1, seguido pelo Tratamento 2 e Tratamento 4, sendo os resultados quase identicos aos obtidos
no comprimento folhar, citados anteriormente. Observando novamente que a dose de N
(nitrogênio), recomendada para a cultura do tomateiro, foi a que melhor se sobressaiu,
obtendo também bons resultados, no que diz respeito ao P (fosforo) na massa foliar. Este
nutriente é móvel na planta e pode se deslocar dos tecidos mais velhos para os mais novos,
ocorrendo sua concentração nos tecidos em desenvolvimento (EPSTEIN; BLOOM, 2004).
Com relação ao comprimento do caule (altura da planta) observa-se que o melhor
resultado foi obtido no Tratamento 2, seguido pela Testemunha e Tratamento 1,
respectivamente. Mostrando que o fosforo se manifestou positivamente no desenvolvimento
do caule. A deficiência de fósforo produz efeitos similares aos de deficiência de nitrogênio,
com plantas de caules finos, folhas pequenas, florescimentos reduzidos e retardamento da
abertura dos botões florais (COELHO; VERLENGIA, 1973). O fosforo se tornou essencial e
demostrou um ótimo desenvolvimento vegetativo no crescimento da folha.
Por ultimo quando avaliado o desenvolvimento radicular observou-se que o melhor
resultado foi obtido no Tratamento 3, seguido pelo Testemunha e posteriormente pelo
Tratamento 2. Sendo este semelhante aos resultados anteriores, com a peculiaridade de ter
demostrado melhor eficiência na maior dose de N (nitrogênio).
Visualmente observa-se que as plantas do Tratamento 1 e Tratamento 3 tiveram o
melhor desenvolvimento vegetativo e radicular, com maior volume de raízes. Observou-se
também que as mesmas apresentaram cores mais escuras, em comparação aos outros,
resultando na maior capacidade fotossintética da planta e maior numero de moléculas de
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clorofila. Afirmando a teoria de CAMPBEL (2000) de que o Nitrogênio possui funções
básicas para favorecer o crescimento e a cor verde escura das plantas e promover o
desenvolvimento do sistema radicular.
Ao observar os piores resultados obtidos, nos quatro quesitos avaliados, constatamos
que em todas as plantas que receberam 1,5 vezes a dose de N-P-K tiveram os piores índices
de desenvolvimentos. Seguidas pelas plantas que receberam uma dose completa de N-P-K
para a cultura do tomateiro.
Outro fator levado em consideração foi o elevado índice pluviométrico ocorrido na região
entre os dias após o plantio e a ultima avaliação, sendo que este fator pode ter ocasionado a
diminuição do efeito dos nutrientes, com ênfase para o nitrogênio que além de ser volátil e
facilmente lixiviado do solo. Não foram constatado nenhum tipo de inseto ou praga que
apresenta-se potencial destruidor para a cultura.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Que o nitrogênio foi o nutriente que apresentou melhor e mais satisfatório resultado
nas avaliações feitas com relação á área foliar e radicular, quando administrado nas doses
recomendadas ou pouco superiores, respectivamente, para o tomateiro. Bem como o fósforo
que respondeu positivamente, quando utilizada à dose recomendada para o tomateiro, com
relação ao comprimento do caule.
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DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIFENAS, 5., 2007, Alfenas. Anais... Alfenas, MG:
UNIFENAS,
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Disponível
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