XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Fatores críticos à competitividade da soja: a questão dos transgênicos Jader Bianco Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM Av. Hygino Muzzi Filho, 529, Marília - SP [email protected] Claúdio Yuiti Morita Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM Av. Hygino Muzzi Filho, 529, Marília - SP [email protected] Guilherme de Souza Garbelini Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM Av. Hygino Muzzi Filho, 529, Marília - SP [email protected] Marcel Clei Munhos Stoco Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM Av. Hygino Muzzi Filho, 529, Marília - SP [email protected] Área Temática 6 –Agricultura e Meio Ambiente Apresentação com presidente da sessão e presença de um debatedor 1 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Fatores críticos à competitividade da soja: a questão dos transgênicos Resumo Tendo em vista a importância do sistema agroindustrial da soja para o agronegócio brasileiro, bem como para a economia do país de uma forma geral, o presente trabalho objetivou analisar e discutir, dentro dos fatores críticos de sucesso da cultura, a questão da soja transgênica, que ultimamente tem gerado inúmeras polêmicas, acerca de sua aceitabilidade, como também de seu uso visando melhorias de produtividade e seu potencial competitivo no mercado. Utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica a respeito do assunto, leitura de jornais, revistas e sites da internet, bem como da análise dos instrumentos legais (leis e medidas provisórias), discutindo-se a questão da transgênia da soja, com apoio no referencial teórico da análise da matriz do ambiente externo e interno e dos pontos forte e fracos (matriz” swot”) do setor. PALAVRAS-CHAVE: Soja, Transgenia, Fatores Críticos de Sucesso 2 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Fatores críticos à competitividade da soja: a questão dos transgênicos 1-INTRODUÇÃO Com destaque na balança comercial, a soja aparece como um dos mais importantes setores do agronegócio brasileiro. Cerca de 26% da produção mundial de soja foi produzida no Brasil, segundo maior produtor mundial, com uma safra (2003/2004) de 52 milhões de toneladas em uma área plantada de 18,4 milhões de hectares, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais-ABIOVE 1 . Tendo em vista a importância do sistema agroindustrial da soja para o agronegócio brasileiro, bem como para a economia do país de uma forma geral, o presente trabalho objetivou analisar e discutir, dentro dos fatores críticos de sucesso da cultura, a questão da soja transgênica, que ultimamente tem gerado inúmeras polêmicas, acerca de sua aceitabilidade, como também de seu uso visando melhorias de produtividade e seu potencial competitivo no mercado. Através da revisão bibliográfica a respeito do assunto, leitura de jornais, revistas e sites da internet, bem como da análise dos instrumentos legais (leis e medidas provisórias), discuti-se a questão da transgênia da soja, com apoio no referencial teórico da análise da matriz do ambiente externo e interno e dos pontos forte e fracos (matriz swot) do setor. Dentro desse contexto, além desta Introdução, o item 2, aborda a importância da soja e seus derivados na balança do agronegócio brasileiro, na balança comercial brasileira, além de apresentar como funciona a cadeia agroindustrial da soja, sua expansão pelo Brasil no decorrer dos anos, além de alguns números referentes a safras, área plantada, produção dos estados e regiões brasileiras, as exportações dos itens do complexo soja e principais mercados compradores, traçando todo o perfil do setor. O item 3, apresenta a questão dos fatores críticos à competitividade do sistema agroindustrial da soja dando ênfase aos custos e as condições dos transportes, a capacidade instalada de armazenagem, a área disponível para produção, a infra-estrutura portuária, bem como a tecnologia empregada e a produtividade de forma geral, pertinentes ao objetivo do trabalho. O item 4 discorre sobre a soja transgênica, lançando mão de uma ferramenta administrativa conhecida como análise de SWOT, onde os pontos fortes e fracos do ambiente interno são levantados assim como os riscos e oportunidades do ambiente externo. Os pontos levantados em tal análise foram discutidos de uma forma mais aprofundada visando expor as diversas hipóteses em que se aplicam e dando maior clareza a polêmica que gera tais assuntos, levando às considerações finais. 2-O AGRONEGÓCIO E A SOJA NO BRASIL Em 2003, o Brasil alcançou o melhor resultado anual no comércio exterior brasileiro, com as exportações somando US$ 73,084 bilhões, um aumento de 21,08% em relação a 2002, enquanto as importações totalizaram US$ 48,2 bilhões, com aumento de 1 Para maiores informações acessar: http://www.abiove.com.br/abiov.html 3 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” 2,16% obtendo assim um saldo positivo recorde na balança comercial de US$ 24,8 bilhões, um crescimento de 89,18% comparando a 2002 (BACEN, 2004) O destaque da balança comercial tem sido o agronegócio, que teve um crescimento de 23,35% em relação a 2002, impulsionada pelas exportações de grãos (soja), pelo aumento nos valores de algumas commodities e também pela conquista de novos parceiros comerciais. A tabela 1 mostra o desempenho do Brasil no que se refere as exportações e importações do agronegócio, no período de 1999 a 2003. Tabela 1: Balança comercial do agronegócio. Brasil: 1999 a 2003. (US$ milhões) PERIODO EXPORTAÇAO IMPORTAÇAO SUPERAVIT 1999 20.514 5.739 14.775 2000 20.610 5.799 14.811 2001 23.863 4.847 19.016 2002 24.839 4.492 20.347 2003 30.639 4.791 25.848 Fonte: Elaborada pelos autores a partir de dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 2 Dentre os produtos que se destacam na Balança do Agronegócio brasileiro, temos a soja, sendo o principal produto no que se refere a grãos, na temporada de 2002/2003. O Brasil foi responsável por cerca de 26% da produção mundial de soja, sendo o segundo maior produtor, com uma safra de 52 milhões de toneladas em uma área plantada de 18,4 milhões de hectares 3 . No que se refere ao complexo soja (soja em grão, farelo e óleo de soja), o Brasil assumiu a liderança de exportações no comércio internacional, com cifras de US$ 8,125 bilhões em 2003, um aumento de 35,3% em relação a 2002. Com relação ao destino de nossas exportações do complexo soja, a China é hoje o maior comprador de soja brasileira, conforme mostram os dados das Tabelas 2, 3 e 4. Para se ter uma idéia da importância chinesa para agronegócio da soja , no ano de 2003, a China foi responsável pela compra de 50% de toda soja em grão exportada pelo Brasil (CAMINOTO, SANT’ANNA, 2004). Tabela 2. Principais Importadores da Soja em Grão do Brasil (em toneladas) Principais Importadores da Soja em Grão do Brasil ( em toneladas) PAÍS 2001 2002 2003 China 3.192.323 4.142.665 6.101.943 Países Baixos 3.319.068 2.946.293 3.669.291 Alemanha 1.573.611 1.587.799 2.206.528 Fonte: http://www.conab.gov.br/download/indicadores/0204-export-complexo-sojae-trigo.pdf 2 Para maiores informações, acessar http://www.agricultura.gov.br/portal/page?_pageid=36,174283&_dad=portal&_schema=PORTAL 3 Para maiores informações acessar: http://www.abiove.com.br/abiov.html 4 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Tabela 3. Principais Importadores de Farelo de Soja do Brasil (em toneladas) Principais Importadores de Farelo de Soja do Brasil ( em toneladas) PAÍS 2001 2002 2003 Países Baixos 3.153.433 3.633.451 3.962.254 França 2.717.632 2.758.033 2.625.168 Alemanha 839.990 593.224 902.158 fonte: http://www.conab.gov.br/download/indicadores/0204-export-complexo-sojae-trigo.pdf Tabela 4. Principais Importadores de Óleo Bruto/Refinado do Brasil (em toneladas) Principais Importadores de Óleo Bruto/Refinado do Brasil ( em toneladas) PAÍS 2001 2002 2003 Irã 404.622 573.345 960.328 6.000 299.048 544.265 China Hong Kong 6.000 81.960 104.928 fonte: http://www.conab.gov.br/download/indicadores/0204-export-complexo-sojae-trigo.pdf 2.1-CADEIA AGRO-INDUSTRIAL BRASILEIRA E A EXPANSÃO DA CADEIA AGRO-INDUSTRIAL DA SOJA Dentro das cadeias de produção agroindustrial brasileira, a cadeia agroindustrial da soja apresenta-se hoje como aquela de maior relevância, tanto para todo setor agrícola como para a economia do país de uma forma geral. A expansão da soja foi a principal responsável pela introdução do conceito de agronegócio no país, em conseqüência do volume físico e financeiro envolvido mas também, pela necessidade da visão empresarial de administração da atividade pelos produtores, fornecedores de insumos, processadores da matéria-prima, como forma de ampliação da vantagem competitiva da cultura. O processo de mecanização e a introdução de técnicas modernizantes de plantio, colheita e processamento de grãos tem a soja como grande indutor. ( BARBOSA, ASSUMPÇÃO, 2001) Cultivada inicialmente na região sul e sudeste do país, a soja expandiu-se posteriormente para a região centro-oeste na década de 70 com a adaptação da soja ao cerrado, seguida por uma segunda fase de crescimento, caracterizada pela expansão da cultura de também do milho para áreas mais distantes do Mato Grosso, onde a sojicultura revelou excelente produtividade. (BARBOSA, ASSUMPÇÃO, 2001). A expansão do cultivo da soja prosseguiu então para as regiões Norte e Nordeste do país. O sul do Maranhão e do Piauí, o norte do Tocantins, o oeste do Pará e a região de Vilhena em Rondônia constituem áreas potenciais e , desde meados da década de 80, já apresentam uma expansão da cultura, graças às tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). ( BARBOSA, 2003). Em virtude do aumento da demanda internacional da soja, proporcionado em função da preferência por produtos de origem vegetal em substituição aos de origem 5 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” animal para a produção de rações, a área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu na ordem de 5,3% ao ano, entre 1993/1994 e 2002/2003, ao passo que sua participação relativa na área total das principais culturas anuais saltou de 29,4% para 42,2%, nesse período. (BARBOSA, 2003) A safra brasileira de soja, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), estava estimada para o ano safra 2003/2004 uma colheita de 51 milhões de toneladas, todavia problemas climáticos e a ferrugem asiática reduziram a previsão inicial em 11 milhões de toneladas. Já no ano safra 2004/2005, a previsão é que a colheita fique entre 64 e 66 milhões de toneladas. (SALVADOR, 2004) Como vemos no gráfico 2, a produção de soja no Brasil concentra-se principalmente nas regiões centro oeste, sul e sudeste. A região centro-oeste respondeu na safra 2002-2003 por 45% da produção brasileira de soja; a região sul respondeu por 40% da produção nacional de soja e a região sudeste por 8%. Gráfico 2 - Produção de Soja em Grãos nas Regiões Brasileiras, 2002-2003 (em %) NordesteNorte Sudeste 6% 1% 8% Centro-Oeste 45% Sul 40% Fonte: MICHELS, SILVESTRINI, SARDINHA, SPROESSER, 2004, p.71 Com relação a participação dos estados brasileiros na produção de soja na safra 2002-2003, o estado do Mato Grosso ocupa o primeiro lugar, sendo responsável por 25% da produção total do país; logo em seguida, aparece o estado do Paraná, sendo responsável por 21% da produção total do país. Gráfico 3 - Produção da Soja em Grãos nos Principais Estados Brasileiros, 2002-2003, em O UTRO S 17% M S 8% G O 12% RS 17% M T 25% PR 21% % fonte: MICHELS, SILVESTRINI, SARDINHA, SPROESSER, 2004, p.71 6 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Este processo de expansão da produção de soja no país deve continuar nos próximos anos, seja sob a forma substituição de culturas tradicionais (tais como café, cana, etc.), como em novas áreas que apresentam-se potenciais para o cultivo de soja. Observando o estado do Mato Grosso, citado anteriormente como maior produtor de soja no Brasil, a perspectiva de crescimento da área plantada de soja , na safra 2004/2005, é de 12%, atingindo 5,7 milhões de hectares e uma produção de 17,2 milhões de toneladas de grãos. Na safra 2003/2004, a produção de soja ficou em 15 milhões de toneladas 4 . O processo de expansão da produção de soja no país, conseguida através da utilização de novas áreas pode ser vista na figura abaixo, como exemplo, os estados do Piauí e Maranhão, que passaram a constar dentre os estados produtores de soja nos últimos anos. 3-FATORES CRÍTICOS À AGROINDUSTRIAL DA SOJA COMPETITIVIDADE DO SISTEMA Podemos definir como fatores críticos no sistema agroindustrial da soja algumas variáveis determinantes para competitividade do setor numa determinada área ou região. Tratando da produção de soja, algumas variáveis que influem diretamente na determinação de quão competitivo é uma região, estado ou mesmo o país são os custos e as condições dos transportes, a capacidade instalada de armazenagem, a área disponível para produção, a tecnologia empregada, a produtividade de forma geral e a infra-estrutura portuária. 3-1. O Transporte O transporte da safra brasileira é feito em sua grande maioria pelas rodovias, representando 63% de participação, seguido por ferrovias e hidrovias, com 24% e 13% respectivamente. (MARTINS, 2004) Tratando- se especificadamente da soja, o escoamento da produção tem sido feito basicamente pela combinação rodovia-ferrovia. Avaliando a situação do estado do Mato Grosso, hoje, detentor da maior área destinada ao plantio de soja do país com 5,8 milhões de hectares 5 , representando 25% da produção total do país (MICHELS, SILVESTRINI, SARDINHA, SPROESSER, 2004, p.71), o escoamento da produção se dá via terminais de carga do Alto Taquari e Alto Araguaia, onde trens levam a produção até o porto de Santos, no estado de São Paulo. Todavia, em regiões produtoras do estado mais distantes destes terminais, o transporte até tais terminais é feito por caminhões, que trafegam em estradas em péssimas condições. De toda produção de soja em grãos produzida no estado, 70% seguem em trens em direção ao porto de Santos. (CORONATO, 2004) Analisando a situação do Estado do Paraná, hoje segundo maior produtor do Brasil com 21 % da produção total (MICHELS, SILVESTRINI, SARDINHA, SPROESSER, 2004, p.71), o transporte acontece via rodoviário. A produção destinada ao mercado externo chega ao porto de Paranaguá em caminhões. Percebe-se então que o transporte dos produtos do complexo soja ocorre em sua 4 5 Para maiores informações acessar: http://www.primeirahora.com.br/17/view.htm?ma_id=58259 Para maiores informações acessar: http://www.primeirahora.com.br/17/view.htm?ma_id=58259 7 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” grande maioria pelas rodovias e ferrovias. As rodovias não têm apresentado um bom estado de conservação. Segundo pesquisa realizada para Confederação Nacional dos Transportes, 74,7% das estradas federais estão com qualidade deficiente, ruim ou péssima 6 . Existe atualmente uma conscientização das vantagens do transporte ferroviário, e prevê-se investimentos privados no setor de até 7 bilhões de reais até 2008 (CORONATO, 2004). É importante que essa projeção de investimentos em ferrovias se concretize, pois acarreta numa redução de custos de transporte (comparando-se ao rodoviário). Hoje, calcula-se que o valor pago para levar a produção até o porto custa em média US$ 47/ton. ao produtor matogrossense de Sorriso e US$ 17/ton. ao produtor paranaense de Campo Mourão, considerando câmbio à 3 reais (TAVARES, 2004) Além disso, garante maior agilidade no escoamento da produção agrícola brasileira, especialmente à soja. 3.2-Capacidade Instalada de Armazenagem A produção agrícola brasileira não foi acompanhada pela expansão da capacidade instalada de armazenagem. Gráfico 4 - Capacidade de Armazenagem versus Produção Agrícola, em milhões de ton. 120 100 80 60 40 20 0 2000 2001 2002 2003 2004* ano Produção Capacidade de Arm azenagem fonte: Revista Exame (*) projeção A falta de capacidade em armazenar a produção se reflete numa perca do poder de negociação com os compradores. Se uma armazenagem fosse realizada, os produtores poderiam segurar a produção para vendê-la no momento que acharem mais propício. No Brasil, 10% dos armazéns estão dentro da propriedade do agricultor e 90% distribuídos em cooperativas e zonas urbanas. Comparando-se com os Estados Unidos, 60% dos armazéns estão dentro da propriedade do agricultor (MARTINS, 2004). Existe também a questão do custo de se manter a soja armazenada. É um custo a mais para o produtor, então em muitos casos ele acaba negociando sua produção na colheita, só que ele está sujeito a negociar ao valor que a soja está sendo cotada no momento; estocando-a pode esperar o momento mais atraente para venda. É uma relação custo-benefício que o produtor deve fazer. Para tal, é possível determinar qual a melhor opção com projeções de especialistas em commodities que traçam perspectivas para o setor, além das cotações futuras fornecidas pela BM&F de São Paulo e demais bolsas no mundo, especialmente Chicago, nos Estados Unidos. 3.3-Área Disponível Para Produção 6 Para maiores informações acessar: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/out/06/99.htm 8 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Talvez a maior vantagem que o Brasil apresenta frente aos demais países do mundo participantes do mercado de commodities de modo geral seja a abundância de área destinada a produção agrícola. Estima-se que 90 milhões de hectares possam ainda ser facilmente cultivados, enquanto que os Estados Unidos e demais países europeus já trabalham no limite de seu potencial (GRAZIANO, 2004). Assim, frente a tal situação, muitos grupos estrangeiros já ampliam suas fronteiras agrícolas em outros países (inclusive no Brasil) , cujo preço da terra ainda apresenta preços relativamente baixos, conforme mostram os dados da Tabela (CARRASCO, 2004). Abaixo segue-se o custo da terra para a produção de soja confrontando os dois estados que possuem maior produção de soja no país, Mato Grosso e Paraná respectivamente, como a região meio-oeste dos Estados Unidos e a região pampa úmida argentina. Observa-se, de fato, que em virtude de nossa maior disponibilidade de áreas apropriadas para o cultivo da soja, o custo da terra brasileira apresenta-se menor frente aos outros dois países citados acima. Tabela 05 : Custo da terra (US$/ha) USA BRASIL Meio-Oeste Mato Grosso 2003/04 2003 Custo da terra 224,1 7,8 Retorno 37 24,5 Invest. Terra BRASIL ARGENTINA Paraná Pampa Úmida 2003 2002 40,9 155, 3 33,8 51,2 fonte: TAVARES, 2004 3.4 Infra-estrutura Portuária Os portos de Paranaguá, Santos e Rio Grande respondem por 57% das exportações do grão de soja (11,4 milhões de toneladas) e por 66% das exportações de farelo de soja (10,8 milhões de toneladas).Somando-se os dados dos portos acima citados, a quantidade de soja e farelo exportados chegam a 61% das exportações totais. Se for agregado o óleo de soja e os outros derivados de soja, observa-se que mais de 50% da produção nacional destinada ao mercado externo, utiliza-se da plataforma exportadora destes dois portos. Cabe esclarecer que existem no Brasil pouco mais de 20 portos marítimos em operações. (TAVARES, 2004) Tabela 06 - Principais Plataformas Portuárias na Exportação de Soja e Farelo Portos de Origem Quantidade em mil toneladas Acumulada (%) Grãos Farelo Total Paranaguá 5.734 5.911 11.645 35% Santos 5.700 3.017 8.717 61% Rio Grande 3.731 1.825 5.556 77% Vitória 1.650 1.341 2.990 86% São Luis 890 890 89% S. Francisco do Sul 846 604 1.450 93% Manaus 796 201 997 96% Ilhéus 704 704 98% Outros 544 0,05 544 100% TOTAL 19.890 13.602 33.493 100% Fonte: TAVARES, 2004 9 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Nota-se então que grande parte da produção nacional de soja têm como destino o mercado externo. Para que nossa produção consiga chegar de forma ainda mais competitiva em tal mercado, é de extrema importância que investimentos em infraestrutura portuária sejam realizados. Comparado com as despesas portuárias pagas por produtores do estado de Illinois nos Estados Unidos e de Pampa, na Argentina, que giram em torno de US$ 3 por tonelada, as despesas portuárias pagas por produtores brasileiros dos estados do Mato Grosso e do Paraná são 76.6% maiores, girando em torno de US$ 5,3 por tonelada (TAVARES, 2004). Um dos fatores que elevam o custo de operação nos portos brasileiros é o grande número de trabalhadores, que desestimula o investimento em modernização por parte dos operadores privados, uma vez que há pressão dos sindicatos para utilização de mão-de-obra excessiva. Estima-se que haja mais de 10 mil funcionários nos portos além do necessário. Dentre outros inúmeros problemas que atingem os portos brasileiros e que acarreta num aumento de custo é a falta de dragagem (SOUZA, 2004), além da falta de planejamento logístico para descarga dos caminhões graneleiros, que chegam a ficar até 20 horas para descarregar. (CORONATO, 2004) 3.5- Tecnologia O uso da tecnologia na agricultura de forma geral pode ser vista sob dois patamares: o uso de equipamentos e maquinários empregados diretamente na produção e a parte de pesquisa que envolve desde o desenvolvimento de novas técnicas de manejo da produção até o aprimoramento de sementes, desenvolvimento de fungicidas e herbicidas, dentre outros pontos. No que se refere a utilização de equipamentos e maquinários empregados diretamente na produção, a agricultura brasileira de forma geral deixa a desejar. Enquanto o Brasil despertou apenas agora para a importância do agronegócio, os Estados Unidos já despertaram a muito tempo: o arado a vapor foi patenteado no país no século 18, no início do século 19 desenvolveram máquinas como a debulhadeira de milho e máquinas para descascar arroz, há mais de 150 anos o país desenvolveu técnicas revolucionárias, como por exemplo, de irrigação, armazenagem e de adubação dos solos. Além disso, segundo dados da Secretaria de Agricultura local, em meados de 1950 o número de tratores em fazendas já ultrapassava a quantidade de cavalos e mulas (CARRASCO, 2004). A questão de equipamentos e maquinários é tão critica, que para se ter uma idéia, uma colheitadeira antiga pode perder até 20% da safra.(SECCO, 2004) O Brasil não vêm apresentando crescimento nos investimentos em pesquisas agropecuárias. Em 1979, para se ter uma idéia, o Brasil investia o equivalente a 0,5% das receitas totais geradas pelo agronegócio em pesquisas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA); hoje, o percentual é de apenas 0,04%. Tal instituição têm dado inúmeras contribuições ao agronegócio brasileiro ao longo dos anos, dentre as quais, adaptação de soja ao cerrado e a Amazônia e crescente produtividade da cultura, graças a pesquisas de melhoramento genético, adubação, controle de pragas e rotações de cultura (MARQUES, 2004) .O gráfico abaixo mostra que nos últimos anos a orçamento para pesquisa destinada a EMBRAPA vêm encolhendo. 10 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 1975 XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” 1980 1985 1990 1995 2000 2003 an o Gráfico 5 - Evolução do Orçamento da EMBRAPA, em milhões de reais Fonte: MARQUES, 2004 Nos Estados Unidos, esta parte de pesquisas agropecuárias é realizada pelas maiores companhias agrícolas do mundo, dentre as quais, Cargill, ADM, Bunge, Monsanto, Dow Agrosciences, DuPont. Além de ter posição dominante no mercado, investem pesado nas pesquisas. Para se ter idéia, com base nos experimentos em seus laboratórios que a evolução dos alimentos transgênicos ganhou escala. Este desempenho americano em pesquisa possibilita aos Estados Unidos nos últimos anos registrar ganhos de produtividade de 2% ao ano. (CARRASCO, 2004). 3.6 Produtividade Tratando do fator produtividade, a soja nacional vêm apresentando ótimo desempenho, comparado, por exemplo, a conseguida por Illinois nos Estados Unidos e Córdoba na Argentina. Nos últimos 10 anos, a produtividade no Mato Grosso chegou a alcançar 3.050 quilos por hectare no ano de 2000/01; devido a problemas climáticos tais números caíram para 2.900 quilos por hectare em 2002/03. No Paraná, a produtividade chegou em torno de 3.000 quilos por hectare no período 2000/01 e 2001/02. A província de Córdoba (Argentina), apesar de obter a cada ano uma melhora no que tange a produtividade, não consegue ultrapassar os índices de produtividade obtidos pelo estados do Mato Grosso e Paraná, o que acontece também com o estado de Illinois, nos Estados Unidos. (TAVARES, 2004) Gráfico 6 - Evolução da Produtividade da Soja no Mato Grosso e Paraná (BRASIL), 3500 3000 2500 CÓ RDO B A 2000 1500 IL L INO IS MA TO G RO S S O 1000 500 PA RA NÁ 19 98 /9 9 19 99 /0 0 20 00 /0 1 20 01 /0 2 20 02 /0 3 20 03 /0 4 19 93 /9 4 19 94 /9 5 19 95 /9 6 19 96 /9 7 19 97 /9 8 0 Illinois (EUA) e Córdoba (ARGENTINA), por kg/ha fonte: Tavares, 2004 Com relação aos estados brasileiros, o rendimento médio no Brasil gira em torno de 2.800 quilos por hectare.(MARQUES, 2004). 11 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Embora nosso desempenho referente a produtividade tenha sido excelente nos últimos anos comparado aos demais produtores mundiais de soja, há a questão da produção de soja transgênica. Enquanto alguns países já possuem em grande escala o plantio de soja transgênica, dentre os quais, Estados Unidos, Canadá, Argentina, o Brasil ainda está em fase de legalização do plantio de soja transgênica. Vendo pelo lado da produtividade, é fundamental que o Brasil legalize plantio de soja transgênica, em virtude do aumento de produtividade decorrente de plantas mais resistentes a pragas, maior produção de grãos por área, etc. Dentre outras vantagens comparativas que o Brasil já possui frente aos demais países produtores de soja (como por exemplo, área em abundância), é imprescindível que o Brasil também se aproveite desse fator, de forma a continuar com seu desempenho superior no que tange a produtividade. 4. TRANSGÊNICOS 4.1 – Definição Os transgênicos, também conhecidos como organismos geneticamente modificados, são alimentos cujas plantas sofreram mudanças genéticas. As células de tais plantas foram alteradas com a introdução de genes de células de outras espécies, seja de origem vegetal ou animal. É de grande valia destacar que todos os processos de melhoramento genético realizados até agora eram sempre restritos a uma mesma espécie, isto é vegetal com vegetal e animal com animal. Agora é possível promover uma combinação entre tais espécies, sempre buscando um resultado específico.(PENTEADO, 2004) A soja transgênica, é um exemplo de um organismo que sofreu modificações genéticas, já que lhe foram inseridos genes de outros seres vivos que não são de sua espécie. A soja Roundup Ready, de patente da multinacional Monsanto, recebeu genes de uma bactéria para que obtivesse maior resistência ao herbicida Roundup, fabricado pela própria Monsanto, permitindo assim um melhor controle de plantas daninhas 7 . Algumas das características desejáveis que os organismos geneticamente modificados devem apresentar são: maior resistência a doenças da lavoura e ao ataque de insetos; maior tolerância aos herbicidas; menor acúmulo de metais pesados e uma tolerância maior a estes; possível uso farmacêutico 8 . A pesquisas com trasngenia se iniciaram na década de 70 com estudos sobre a forma como uma bactéria causava tumor nas plantas. Porém, o termo transgênico foi utilizado pela primeira vez em 1982, por Gordon e Ruddle, designando um animal ou planta cujo código genético sofreu mutações devido a adição de um ou mais genes, não importando a proveniência destes. Mas, como já citado, tais adições eram sempre realizadas entre seres da mesma espécie9 . No inicio da década de 90, na China, as primeiras plantas geneticamente modificadas passam a ser comercializadas. São elas as plantas do fumo e do tomate, que possuem maior resistência a vírus e inauguram a grande evolução da biotecnologia. Nos Estados Unidos, o tomate Flavr Savr com amadurecimento retardado, chega ao mercado em 1994. A área global de culturas modificadas não para de crescer. Em 1996, ela era de 1,7 milhão de hectares em sete países. Tal área cresceu para 11 milhões em 1997 e 27,8 milhões em 1998. Em 1999 tal área era superior a 40 milhões de hectares 10 . Atualmente, 7 Para maiores informações acessar: http://www.terra.com.br/reporterterra/transgenicos/oquesao.htm Para maiores informações acessar: http://www.monsanto.com.br/monsanto_ht2003/frbiotec_03.htm 9 Para maiores informações acessar: www. terra.com.br/reporterterra/transgenicos 10 Para maiores informações acessar: http://www.terra.com.br/reporterterra/transgenicos/oquesao.htm 8 12 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” esta área compreende mais de 80 milhões de hectares em diversos países do globo (O DEBATE ESTÁ CONTAMINADO, 2004). 4.2 - Aplicação de Análise de SWOT à Transgenia A Análise SWOT é uma ferramenta de gestão que realiza um papel muito importante no planejamento estratégico dos negócios. Tal análise permite aplicar um determinado plano de ação afim de alcançar os objetivos propostos pela organização. Trata-se de um planejamento global e a longo prazo. O termo SWOT vem do inglês e representa as inicias das palavras Streghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Como o próprio nome diz, a idéia central da análise SWOT é avaliar os pontos fortes e fracos que o negócio possui e saber verificar as ameaças e as oportunidades de mercado que possam surgir no ramo que se está atuando. A análise se divide em duas partes: o ambiente interno à organização, que é composto pelos pontos fortes e os pontos fracos da organização, e o ambiente externo, que trata das oportunidades e ameaças do mercado. Na análise do ambiente interno, os pontos fortes constituem as forças propulsoras da organização que facilitam o alcance dos objetivos propostos pela organização. Já os pontos fracos são as limitações e as forças que impedem ou dificultam a organização de atingir tais objetivos. Tal análise envolve o estudo dos recursos, tanto financeiros quanto humanos e tecnológicos, de que a empresa dispõe para realizar suas operações atuais e futuras. Também é realizado uma análise dos pontos positivos e negativos da estrutura organizacional, suas unidades e departamentos e uma avaliação do desempenho da empresa em termos de lucratividade, produtividade, inovação e desenvolvimento dos negócios. A análise das condições externas que rodeiam a organização envolvem os desafios e oportunidades que tais condições impõem. A análise do ambiente externo envolve os mercados abrangidos pela empresa e suas oportunidades e perspectivas. É feita uma análise das empresas concorrentes que estão atuando no mercado e também de fatores externos como a conjuntura econômica, tendências políticas, sociais, culturais, legais entre outras que afetam a sociedade e as demais empresas.Como se vê, o ambiente externo está fora do controle da organização. Mas mesmo não podendo se obter controle sobre ele, pode-se monitorá-lo e buscar sempre o aproveitamento das oportunidades e o controle das ameaças, a fim de evitá-las o quanto for possível. Já o ambiente interno pode ser controlado pela organização já que tal ambiente resulta de estratégias de atuação definidas pelos próprios dirigentes da organização. Após ter realizado uma análise SWOT, a organização estará apta a estabelecer afim de melhorar os pontos que tenham sido considerados de baixo desempenho e prioritários. Poderá estabelecer e direcionar com maior eficácia sua forma de atuação no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades e de obter melhorias na realização de análises do ambiente externo, afim de perceber eventuais mudanças, saber se adaptar a elas e diminuir as conseqüências das ameaças que possam surgir. A tabela 07 se ocupa em mostrar a análise de SWOT aplicada a questão dos transgênicos no Brasil, afim de dar uma visão à respeito do futuro da transgenia em nosso país e a ajudar a analisar com mais clareza quais são as metas a ser atingidas e para onde devem ser direcionados os esforços para que não se percam oportunidades e para que se saiba trabalhar da melhor maneira possível com os pontos fortes e também com os fracos. 13 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Tabela 07: Análise de Swot - Transgênicos Ambiente Interno Ambiente Externo Pontos Fortes Pontos Fracos Oportunidades iResistência a pragas, seca ou frio intenso iMaior resistência a herbicidas iAumento na produtividade devido a redução de custos no plantio e à tecnologia iRiscos à saúde a longo prazo iHerbicida usado em transgênicos é mais caro iRisco de contaminação do meio ambiente iLei de Biossegurança que está em vias de aprovação iDiversos países já são favoráveis os consumo e comercialização dos transgênicos iDiscussões sobre a contribuição dos transgênicos para com a questão da fome Ameaças iQuestões sociais e culturais que geram protestos contra a trasngenia iMultinacionais poderiam obter controle sobre agricultura de países pobres iFalta de uma política que regulamente com clareza a questão dos transgênicos no país Fonte: Elaborado pelos autores 4.2.1 – Análise do Ambiente Interno De acordo com indústrias de biotecnologia, produtores rurais e empresas multinacionais, os grãos geneticamente modificados tornam algumas plantas resistentes a produtos químicos, como diferentes tipos de herbicidas usados no combate a plantas daninhas. (MICHELS, SILVESTRINI, SARDINHA, SPROESSER, 2004, p.67-68) Uma planta que ofereça maior resistência a pragas ou a mudanças climáticas bruscas, garante que se obtenha uma queda nos custos de produção e uma estabilidade maior nos mesmos, além de garantir também uma estabilidade nos preços do produto. O projeto de soja transgênica do Centro de Recursos Genéticos e BiotecnologiaCENARGEM, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, aponta que a economia que a soja geneticamente modificada proporciona é de, aproximadamente, US$30,00 por hectare. Considerando o número de hectares que o Brasil utiliza atualmente para o cultivo da soja, as cifras atingiriam números notáveis. (MICHELS, SILVESTRINI, SARDINHA, SPROESSER, 2004, p.68) Tal economia nos custos de produção já teve seus efeitos discutidos. Primeiro porque é dito que o herbicida utilizado em alimentos transgênicos chega a ser até muitas vezes mais caro que aquele usado na soja convencional e que a quantidade de produto a ser aplicada também é bem maior 11 . Outro ponto que discute a economia obtida pelos transgênicos diz respeito a diminuição dos preços de alguns produtos em determinados países. Na Europa, o óleo produzido com grãos geneticamente modificados está um pouco mais barato que aquele produzido com soja convencional. Porém, não se pode afirmar com exatidão se tal diminuição ocorreu devido aos ganhos de produtividade dos transgênicos ou graças à uma 11 Para maiores informações acessar: http://www.agrisustentavel.com/trans/ogmlivre2.pdf 14 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” política de preços favoráveis afim de tentar diminuir uma eventual resistência dos consumidores. (PATURY, SCHELP, 2003) A resposta para os problemas citados acima podem ser dados pelos próprios agricultores. Mesmo com todas estas discussões e dúvidas à respeito dos ganhos econômicos gerados pela soja transgênica, os agricultores continuam a buscar tais grãos para o plantio, dando um sinal de que estão obtendo com eles um ganho de produtividade. Ganhos estes que compensam os gastos a mais com o novo herbicida. (PATURY, SCHELP, 2003) No tocante a questão de que os transgênicos possam trazer riscos à saúde com seu consumo a longo prazo, já ocorreram pesquisas científicas sérias na área que obtiveram a devida prova de que não são fatos impossíveis de ocorrerem, mas suas chances estatísticas são mínimas. Os cientistas afirmam que o DNA usado para fazer a semente transgênica, após ingerido, é decomposto no processo de digestão da mesma forma que o DNA de uma planta convencional. Caso ele não seja digerido, há a possibilidade de que ele seja incorporado de alguma forma pelo corpo humano e venha a desenvolver uma doença. Porém, afirmam os estudiosos, tal possibilidade tem chances mínimas de vir a ocorrer. (SCHELP, 2003) Em relação aos riscos oferecidos à espécies naturais e a fauna devido ao plantio de organismos geneticamente modificados, foram efetuadas pesquisas à respeito dos efeitos que o acúmulo de DNA modificado, liberados por tais plantas, geram no solo. Foi constatado que a maior parte do DNA é destruída durante o processo de decomposição natural da planta, mas existe uma pequena possibilidade de que tais genes sejam incorporados por microorganismos que vivam ao redor de sua raiz. Os genes adquiridos por uma bactéria que habita o solo poderiam ser de outra bactéria e apesar dos cientistas sugerirem que tal fato possa ter efeitos insignificantes, eles recomendam que tal fenômeno seja estudado com maior profundidade. (SCHELP, 2003) Foi visto que muitos dos pontos fracos apresentados na análise de SWOT são contestados com embasamento científico e pela cuidadosa análise de fatos. Pode-se pensar que uma boa parcela dos principais entraves à produção e a comercialização dos transgênicos no país já está resolvida e que o esclarecimento de tais dúvidas faça surgir uma confiança maior nos organismos geneticamente modificados. O fato é que a ideologia de muitos grupos e a ciência são dois pólos muito distintos. 4.2.2 – Análise do Ambiente Externo A Lei de Biossegurança está para se tornar uma grande oportunidade para a soja transgênica estabelecer seus rumos no país. Tal lei, não apenas autoriza o plantio da soja transgênica nas safras de 2004 e 2005, como também legaliza sua comercialização no país.(SALVADOR, 2004) O Brasil já possui uma legislação em vigor desde 1995. Trata-se da lei nº8.974, de 05/01/1995. Este novo projeto de lei propõe a substituição da legislação vigente sobre biossegurança, eliminando conflitos legais que hoje existem, especialmente no tocante a legislação ambiental 12 . Outro ponto importante deste novo projeto de lei, diz que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, que no projeto anterior tinha controle apenas sobre a liberação de pesquisas, recupere poderes para autorizar a liberação de transgênicos também em âmbito comercial. (SALVADOR, 2004). 12 Para maiores informações acessar: http://noticias.terra.com.br/ciencia/biotecnologia/interna/0,,OI200786EI1434,00.html 15 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” O projeto da Lei de Biossegurança propõe também que a empresa que detém a patente sobre a soja transgênica, teria o registro sobre a semente restabelecido e poderia comercializar o produto legalmente, efetuando a cobrança de royalties. (SALVADOR, 2004). Atualmente existem três grandes companhias explorando a produção comercial das sementes transgênicas. Trata-se da européia Syngenta, e das americanas DuPont e Monsanato. Destas empresas, a única atuante no Brasil é a Monsanato. Tal fato se deve porque a soja é o único produto transgênico comercializado no país e a Monsanato é detentora da patente da única variedade de soja modificada existente no mercado, a Roundup Ready, um marco por tratar-se do primeiro transgênico cultivado em larga escala em todo o mundo. (PATURY, SCHELP, 2003) Enquanto este projeto de lei não é efetivado, os agricultores afirmam que irão iniciar o plantio da soja transgênica mesmo sem a devida permissão. O plantio da safra de soja já se aproxima e a indecisão do governo em buscar uma regularização para tal prática irá prejudicar os agricultores. Em Brasília, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, afirmou que o setor não está mais discutindo se haverá ou não plantio de soja nas safras de 2004 e 2005, mas sim a forma como o plantio será homologado. Ele diz que o agricultor está tranqüilo com relação a aprovação da safra para o próximo ano. Apenas não pode esperar por uma decisão do governo e perder a safra deste ano.( OGLIARI, 2004) Outro fato a ser encarado como uma grande oportunidade para o Brasil tomar suas decisões e ingressar de forma definitiva no mercado dos transgênicos é a grande e expansiva aceitação que os alimentos transgênicos estão tendo em diversos países do mundo. A Argentina, foi um dos países pioneiros na liberação do cultivo de soja geneticamente modificada e já possui a segunda maior área cultivada com transgênicos no mundo. Recentemente foi aprovado o plantio de algodão e o milho é apenas permitido em quantidades limitadas. Nos Estados Unidos, país líder em pesquisa, produção e consumo de alimentos modificados, já foram liberadas 56 plantas transgênicas para plantio em escala industrial. (O DEBATE ESTÁ CONTAMINADO, 2004) O Canadá, terceiro país no ranking de produção de sementes modificadas, já liberou 44 plantas para cultivo em larga escala. A China, um dos maiores importadores de alimento do mundo, recentemente aprovou uma lista de seis produtos modificados para consumo doméstico, incluindo a soja e o arroz, e já dispõe de uma área de 3 milhões de hectares ocupadas com o plantio de algodão modificado. O Brasil, entre os grandes produtores, é o único que não possui uma opinião clara e definitiva sobre o assunto e também é o único que restringe a pesquisa de produtos transgênicos. (O DEBATE ESTÁ CONTAMINADO, 2004) Na Europa, a grande parte dos países possuem uma posição contrária ao cultivo de alimentos transgênicos. Tais restrições talvez ocorram devido as experiências que os países europeus tiveram a alguns anos atrás com o mal da vaca louca. Porém, os cientistas ressalvam que o mal da vaca louca e os transgênicos não se tratam de práticas parecidas. Os transgênicos são alimentos que sofreram mutações genéticas controladas. O mal da vaca louca não se deu por mutações genéticas na ração do gado, e sim por uma simples mistura de ração com restos de outros animais. Animais estes que se encontravam doentes. Além disso, esta mistura foi feita no alimento de animais que possuíam uma dieta exclusivamente vegetariana . (SCHELP,2004). Discute-se muito atualmente sobre a contribuição que os transgênicos poderiam gerar para com a questão da fome que assola diversas nações no mundo. Diz-se que o país poderia se tornar um exemplo, assim como a Ásia se tornou em 1960, que, fazendo uso de 16 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” novas técnicas de plantio, defensivos agrícolas e sementes selecionadas, conseguiu transformar imensas áreas inóspitas em grandes produtoras de alimento, o que acabou por reduzir a fome na região. Existem países onde a fome tomou dimensões tão grandes que os governos estipulam preços muito baixos para os produtos agrícolas. Tais preços são tão baixos que acabam por tornar inviável qualquer investimento em tecnologia. (EDWARD,2004) Porem, a verdade é que o mundo não sofre uma deficiência na produção de alimentos e sim na sua distribuição. Neste caso, a transgenia, com suas sementes modificadas e proporcionando uma produção maior, não iria resolver o problema só pelo fato de aumentar a produção de alimentos. Se o governo ou os próprios produtores não destinarem este excedente de alimentos para aqueles que realmente precisam dele, abdicando em parte de seus lucros, esta tecnologia não faria grande diferença no tocante a esta questão. Os entraves à total aceitação dos trangênicos também se encontram nos pontos sociais e culturais de um país, gerando protestos de pessoas em diversos pontos do globo. Os ambientalistas e as organizações não-governamentais- ONGs – apontam para os problemas de saúde que a modificação genética nos alimentos podem trazer, apesar de muitas questões já estarem resolvidas e corretamente contestadas pelos cientistas. É claro que a ciência não possui todas as respostas com a exatidão de quem possa prever o futuro e os protestos gerados contra a liberação dos transgênicos ao redor do mundo tem sua razão de existir. Afinal, não existe lucro ou parcelas de participação no mercado que supram danos à saúde de milhões de pessoas. Mas ocorre que muitas ideologias vão além da pura contestação em busca de uma verdade e invadem o campo da fé cega e apaixonada e do imenso medo que o ser humano tem de tudo que é novo e ao qual ele tenha que se adaptar. Medos e crenças que podem vir a prejudicar o futuro econômico do país. Trata-se de acreditar ou não na ética da ciência em nos fornecer um produto seguro para o consumo e não esperar que esta mesma ciência venha responder questões ideológicas que estão fora de seu alcance e incompatíveis com sua função. Outro ponto que a oposição aborda é o fato de que as grandes empresas multinacionais que produzem transgênicos passariam a obter controle sobre a agricultura dos países pobres, através do domínio de tal técnica. Porém, a agricultura a as companhias estrangeiras trabalham em parceria a longo tempo. Desde o fim da I Guerra, os produtores rurais de países como o Brasil se relacionam com grandes fabricantes de plantadeiras, tratores, colheitadeiras e pesticidas, todos estes, setores que também são dominados por empresas multinacionais. Assim, não se pode supor que a chegada dos trangênicos irá representar um perigo de dominação a agricultura, já que tais tipos de transações, tão vitais para a sobrevivência da agricultura, vem ocorrendo há décadas e tal dependência nunca foi encarada como uma dominação nos moldes temidos pela oposição. (PATURY, SCHELP, 2003) A carência do país em relação a uma política clara e que direcione por definitivo o rumo da questão dos transgênicos no Brasil, pode surtir efeitos negativos para a economia do país e o expor a riscos extremos. Não havendo uma legislação clara sobre o assunto, os produtores, afim de não perderem suas safras e seus lucros, partem para o plantio mesmo sem possuírem uma medida legal para faze-lo. Isso faz com que surjam problemas como o da pirataria. Os transgênicos tem suas patentes em mãos de empresas multinacionais e para usá-los é necessário pagar royalties para elas. No Brasil, a maior parte das sementes entra como contrabando da Argentina e do Paraguai. Em discussões de comércio internacional, o caso 17 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” da pirataria no Brasil sempre é citado por países que efetuam o pagamento de royalties as multinacionais. (O DEBATE ESTÁ CONTAMINADO, 2004) Outra ameaça que o país pode vir a sofrer, devido a sua indefinição sobre o assunto dos transgênicos é que uma lei não irá, em questão de poucos dias, cumprir todos os seus trâmites para entra em vigor. Afim de arranjar uma solução para a safra da soja de 2004 e 2005, deve-se promover apenas a legalização do que está ilegal. O risco de tal prática no mercado é muito grande, pois fica aberta a oportunidade para que os clientes possam, com o conhecimento de tal fato e com manobras de mercado, forçar a desvalorização do produto. (CARVALHO, 2004) 5- CONCLUSÃO De acordo com os dados levantados pelo presente trabalho, verifica-se que a cultura da soja no Brasil, bem como toda sua cadeia agroindustrial apresenta-se atualmente como a mais relevante do agronegócio brasileiro, mostrando-se fundamental no acerto das contas externas do país.Verificou-se, também, que a questão da soja transgênica é um ponto decisivo para o setor no Brasil, tanto pelos benefícios que pode proporcionar como eventuais impactos ambientais que pode gerar. Mesmo que tardiamente, o Brasil deu a devida importância à transgenia, como forma de equiparar-se aos demais países produtores de soja no mundo, que já possuíam uma postura definida a respeito de tal questão e, de certa forma, já usufruíam de seus benefícios e enfrentavam as incertezas e riscos provenientes do pioneirismo no uso de uma nova tecnologia. Tal equiparação à questão do uso da soja transgênica visa garantir ao país que ele se mantenha competitivo dentre os países produtores de soja, independente da ideologia de cada um. Todavia, somente a aceitabilidade da produção da soja transgênica não é o suficiente para o país. Como abordado no capítulo 3, existe alguns fatores críticos à competitividade do Sistema Agroindustrial da soja, que , assim como a questão da soja transgênica , deve receber atenção do governo e dos demais agentes influentes no setor. Disponibilizamos de uma grande área para cultivo e obtivemos uma expansão em nossa capacidade produtiva. Porém, tal expansão não obteve o planejamento necessário e o país não possui a capacidade devida para armazenar este avanço produtivo e dispõe de meios deficitários para escoar tal produção. Assim, conclui-se que os avanços que o país poderia obter com estes aumentos de produtividade talvez não sejam tão bem aproveitados devido a problemas de infra-estrutura, gerados por um planejamento que focou apenas em aumentar o volume de produção sem dar a devida atenção as suas conseqüências e exigências. 6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE MORI, Cláudia, DENARDIN, Volnei C., RODRIGUES, Carlos T. A logística e o sistema agroalimentar. Óleos e Grãos, p. 38-43, nov/dez. 1998. BACEN 2004 - Informativo Focus do Banco Central do Brasil. Balança comercial – 2003, jan/2004 MICHELS, Ido, SILVESTRINI, Rubens, SARDINHA, Verônica, SPROESSER, Renato. Sojicultura. Campo Grande, MS: Ed.UFMS, 2004. 18 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” SECCO, Alexandre. O desafio de se manter no topo. 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