PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Entretenimento, Mídia e Consumo na Formação de Capital Emocional:“Brahma na Copa do Mundo 2014: #Aquitemfesta” 1 Juliana SOUTO2 Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE. Resumo Este artigo propõe uma análise das práticas e dinâmicas que surgem no campo da comunicação a partir da união entre entretenimento, mídia e consumo em campanhas que exploram o marketing de conteúdo e as experiências holísticas na formação de capital emocional. A partir de uma reflexão sobre a campanha publicitária da cervejaria Brahma na Copa do Mundo da FIFA 2014, podemos compreender como as marcas conquistam o engajamento afetivo do consumidor por meio de roteiros com forte apelo emocional e a criação de experiências ligadas ao entretenimento que contribuem para uma relação cada vez mais íntima com as pessoas, fomentando uma intensa relação emocional no universo simbólico criado pela marca. Palavras-chave: Consumo; Entretenimento; Mídia; Capital Emocional; Conteúdo de Marca. Introdução Ao analisarmos a interface comunicação/consumo na contemporaneidade, observamos que as estratégias criadas pelas marcas estão indo muito além do que destacar as características funcionais dos produtos. Com o objetivo de atrair e envolver os consumidores, verifica-se cada vez mais a utilização de narrativas 1 Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho Comunicação, Consumo e Subjetividade (GT-06), do 4º Encontro de GTs – Comunicon, realizado nos dias 08, 09 e 10 de outubro de 2014. 2 -G GC C - F E G D C da Universidade Fede Covaleski. E-mail: [email protected] 1 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) publicitárias com forte apelo emocional e que se desmembram em experiências holísticas3 com as marcas. João Carrascoza (2008) defende que é estratégico o investimento da publicidade contemporânea nas construções retóricas voltadas menos para as qualidades dos produtos e mais para a emoção que provocam. Ainda segundo o autor, a publicidade acompanha o desenvolvimento da sociedade de consumo e, uma vez que os produtos se tornam cada vez mais commodities4, muda também a maneira de apresentá-los. Compreendemos aqui, conforme Kevin Roberts (2005), que a grande maioria da população consome e compra com a mente e o coração, ou seja, com as emoções. Sendo assim o Capital Emocional se define a partir do pressuposto de que a emoção faz parte do mundo dos negócios, como afirma o autor (p.43) “A uma razão lógica: o que o produto oferece e por que é uma escolha superior. E tomam uma decisão emocional: Gosto dele, prefiro- ” Tendo em vista esse entendimento acima, a publicidade no atual cenário da comunicação vem fomentando campanhas que exploram o marketing de conteúdo e as experiências holísticas em torno do universo simbólico das marcas, por meio de roteiros com forte apelo emocional que visam sensibilizar as pessoas e engajá-las afetivamente em experiências ligadas ao entretenimento. Como pontua Carrascoza 2012 105 “ o unicamente por meio dos seus produtos, mas também por meio de sua própria publicidade, usina geradora do universo simbólico que a posiciona de maneira mais ou menos próxima dos ” 3 Holística vem do grego holos, que significa “ ” “ ” Aqui, portanto utilizado, para designar experiências entre marcas e consumidores que sejam plenas de significado, envolvimento, sedução, e que podem gerar engajamento. 4 Produtos padronizados, sem diferenciação. 2 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Nesse contexto, a mídia faz com que a produção explore um diálogo com o consumidor associando marcas a experiências, gerando além de impactos e engajamento, um forte capital emocional que pode ser percebido como consumo em uma esfera ampla de significação e socialização. Para Everardo Rocha, Sem a mídia, não seria possível interpretar a produção diante de nossos olhos. Através dela, somos socializados para o consumo e tomamos posse de um sistema classificatório que permite ligar um produto a cada outro e todos em conjunto ás nossas experiências de vida. (ROCHA, 2006, p.103) E aqui focamos a campanha publicitária do anunciante AMBEV para a marca de cerveja Brahma - uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo da FIFA 2014, que por meio do conceito: “ B C E C que ter festa", lançou dois filmes para a tevê - e outros também específicos para divulgação na internet - com uma narrativa de forte apelo emocional, mostrando a emoção e surpresa dos moradores de algumas vilas remotas do interior do Brasil ao se depararem com toda estrutura – telão ao ar livre, arquibancadas, fogos de artifício etc. – para transmitir esse mega evento esportivo, tudo montado e promovido pela marca B h C “estimula-se o chamado consumo de experiências, tão importante ou mais hoje em dia do que outras modalid h ” (CASTRO, 2012, p. 188). Um recorte sobre Mídia e Consumo As relações entre mídia e consumo na contemporaneidade vem ganhando a atenção dos estudiosos, e por isso acreditamos ser relevante fazermos uma reflexão sobre o consumo não só de bens materiais, mas o consumo de bens simbólicos. Nas últimas décadas, todavia, com a comoditização dos produtos, o apelo publicitário às emoções, aos benefícios sensoriais capazes de levar o público à identificação com um determinado estilo de vida, se tornou prevalente. Essa 3 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) tendência eclodiu nos Estados Unidos, quando a sociedade do entretenimento se consolidava lá e a narrativa ganhou maior relevância na retórica de anúncios e comerciais de televisão. (FONTENELLE, 2002, p.236) Como pesquisadores na área da comunicação e do consumo, é fundamental pensarmos sobre as formas pelas quais a comunicação de massa também está, em suas estratégias, buscando introduzir o produto na esfera da significação, pois diante de um cenário cada vez mais impregnado de mensagens publicitárias, concordamos com Castro que: O desafio para os profissionais de mercado está em procurar oferecer conteúdo relevante que seja capaz de capturar a atenção sempre fugaz do cliente em potencial [...] a imbricação entre mídia e consumo, especialmente nesta última década, tem originado formatos e modelos inovadores de comunicação entre marcas e seu público. (CASTRO, 2012, p.188). A nosso ver as ações comunicacionais buscam na atualidade fazer com que o consumidor esteja o maior tempo possível em interação positiva com as marcas, por intermédio de uma experiência pautada pelo envolvimento e sedução, que pode gerar um engajamento afetivo maior e um posterior consumo de marca. Everardo Rocha (2006, p.85), em uma vertente mais antropológica, afirma “ s razões pelas quais somos levados a desejar marcas, passando uma boa parte do nosso cotidiano envolvidos com experiências de consumo, são um grande mistério”. O autor ainda complementa que as explicações variam, passando, com maior ou menor proporção, por metáforas psicológicas (desejo), biológicas (instinto) e econômicas (necessidade) etc. Em diálogo com Rocha (2006) e com Covaleski (2014), reforçamos o entendimento que o indivíduo é atuante no processo comunicacional, sobretudo por meio das interações em redes de contato e da produção e disseminação de conteúdos, além de contribuir na construção de significados, fazendo dessas interconexões um ato de comunicação. 4 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Conhecer o significado do fenônemo do consumo passa pelo exame profundo de sua relação com a cultura. E mais: significa pensá-lo em outros termos, e com olhar crítico, perceber que, através do consumo, tocamos uma chave essencial para conhecer a própria cultura contemporânea. (ROCHA, 2006, p.86) De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman (2001, p.90) “ organizada em torno do consumo é orientada pela sedução, por desejos sempre crescentes e quereres á ”, portanto a mídia se apresenta como uma instância da cultura que conduz experiência de socialização para o consumo. A hibridização entre mídia e consumo, conforme afirma Castro (2009, p.51), “ -se por excelência na economia do entretenimento, onde as formas á ” Nossa sociedade, denominada sociedade do consumo, tem o ato de consumir e de se entreter na esfera central da cultura atual. Temos o entretenimento se configurando como uma das principais fontes de lucro na atualidade e é notória a atuação e comercialização por parte das grandes indústrias de publicidade e entretenimento junto ao fomento de vários tipos de conteúdo cultural e conteúdo de marca voltados para o mercado globalizado. Entretenimento e Publicidade gerando Capital Emocional Verificamos o entretenimento como elemento que possibilita ao público interagir lúdica e sensorialmente com o produto ou serviço. Por vezes, engajando-se em causas que o levem a novas experiências de consumo, envolvendo-se pela carga á “ ú ” – branded content -, propiciando ao consumidor experiências de marcas únicas. Atualmente, os consumidores acham que as características e benefícios funcionais, a qualidade do produto e a marca positiva são coisas absolutamente normais. O que eles querem são produtos, comunicação e campanhas que eles consigam incorporar no estilo de vida. Querem obter uma experiência. (SCHMITT, 1999, p.38) 5 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Concordamos com Castro, quando a autora teoriza que a diversão tem uma ligação muito mais direta com noções de recreação, descontração, distração e alienação, diferente do que acontece com o entretenimento. Na opinião da autora, “ alguma atividade não implica necessariamente em divertir-se, distrair-se ou alienar-se do que acontece conosco e/ou à nossa volta. Por conseguinte, õ ” (CASTRO, 2008, p. 141) Sendo assim, os grandes anunciantes, em suas estratégias de comunicação, unem-se à indústria do entretenimento, e investem no consumo cultural e conteúdo de marca, proporcionando, cada vez mais, ambientes que exploram vários diálogos com o consumidor, dentro de uma esfera afetiva e de maneira bastante contextualizada, gerando dessa forma, além de impactos e engajamento, a melhor experiência possível com a marca, juntando as plataformas tradicionais com as novas, de essência digital e tecnológica, na formação de um capital emocional muito importante para as marcas. Atualmente, a publicidade em processo de hibridização se mescla ao conteúdo e, por si só, passa a ser compreendida e consumida por parte do público como entretenimento. É uma nova maneira de se trabalhar a comunicação publicitária, baseada na aglutinação de três fatores: informar persuasivamente, interagir e entreter. (COVALESKI, 2013, p.23) No competitivo mercado publicitário no qual atuamos, é imprescindível a preocupação de quem planeja as estratégias de comunicação em encontrar novos contatos com o consumidor, como afirma Massimo Canevacci (2007), não é mais um alvo fixo, e sim, um alvo móvel, líquido, cambiante. É aí que surge o entretenimento como uma nova arena de comunicação que que possibilita ao público interagir com o produto ou serviço envolvido de carga emocional. Ainda segundo Canevacci, A publicidade vem desenvolvendo novas possibilidades táticas para estreitar a construção de relacionamentos com seu público-alvo. São as peças interativas na Internet, o advertaimaint (a união de propaganda e entretenimento com apagamento proposital de fronteiras), as ações de guerrilha (encenações que objetivam influenciar o público pela emoção, pelo 6 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) humor), as performances de branding experience, todos, juntos, para promover junto ao target a surpresa, a provocação, o divertimento, valorizando predominantemente a vertente discursiva dionisíaca”. (apud, CARRASCOZA, 2008, p.222) Sendo assim observamos que é possível uma comunicação de marca que contribua para que o consumidor vivencie uma experiência com várias sensações associadas à emoção. É muito possível que tal envolvimento emocional gere no consumidor a percepção de que aquela marca conhece seus interesses, seus gostos, que é uma marca que está ao seu lado nos melhores momentos, dialogando de tal maneira que o faça se sentir único e exclusivo, numa experimentação que ultrapassa o âmbito da racionalidade, ficando na mente e na vida das pessoas, e contribuindo com para a formação de um relevante capital emocional para as empresas. Brahma na Copa do Mundo da FIFA 2014 O anunciante AMBEV, detentor da marca de cerveja Brahma, uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo da FIFA 2014 que aconteceu no Brasil, lançou uma campanha publicitária intitulada #AquiTemFesta, que divulgou uma sequencia de filmes na tevê e na internet, com o conceito: “ C E C B ” Neste artigo, faremos uma breve análise desta campanha que a nosso ver, teve um forte apelo emocional e se utilizou de uma estratégia de branding experience, o que nos demonstra a crescente demanda por parte dos anunciantes em formatar diálogos que sejam imbricados do fator emocional e que geram experimentalismo em suas estratégias de comunicação. Sabemos que o período da Copa do Mundo envolve grandes verbas publicitárias em volta do torneio, e os grandes anunciantes, sendo estes patrocinadores ou não, aumentam os seus investimentos e desenvolvem filmes, que são veiculados na TV – que normalmente tem seus números em audiências também maiores, e que também são divulgados na internet. Portanto é um período que assistimos a uma 7 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) produção publicitária com trabalhos desenvolvidos especialmente para o momento e com produções mais elaboradas, geralmente com apelo emocional mais forte, visto que o período já traz em si uma forte mobilização afetiva pelo futebol e pela “ á ” acontecendo isso de forma ainda mais intensa neste ano, onde a disputa foi realizada aqui no Brasil. A materialização do conceito da campanha da Brahma veio por meio de um filme gravado na Vila do Guiné, vilarejo remoto situado a quase 500 quilômetros de Salvador (Bahia). Nesse filme é mostrada a surpresa e a emoção dos moradores dessa vila ao verem, o container da marca Brahma chegar às cidades trazendo toda a estrutura para transformar o vilarejo em uma grande festa - com arquibanca, telão, fogos de artifício, e toda uma estrutura montada para transmitir a Copa do Mundo ao ar livre a todas as pessoas daquela região, de pouco menos de mil habitantes, que não teria acesso ao torneio. Seguido de outro filme, com a mesma poposta do anterior, sendo este em Brejinho de Nazaré, no interior do Tocantins, onde a narrativa transmite, com veracidade, a emoção dos habitantes desta vila, no momento em que estão assistindo ao jogo da Seleção Brasileira em uma estrutura montada pela Brahma, que nos mostra uma verdadeira aldeia de entretenimento disponibilizada pela marca para essa experiência. Figura 1 – Cenas dos filmes narrando que se tratava de uma experiência real 8 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Figura 2 – Cenas dos filmes mostrando desde a montagem até a realização do evento Os filmes foram criados pela agência de publicidade África, e produzidos pela Conspiração Filmes. A música do filme foi “ E ” si já traz uma linguagem poética que compõe a trama de emoção dos filmes. A música foi autorizada pela Legião Urbana Produções Artísticas em função da proposta de inclusão social da campanha e do compromisso em dar suporte à criação do Instituto Renato Russo. Segundo Carrascoza, “As empresas não concorrem no mercado unicamente por meio dos seus produtos, mas também por meio de sua própria publicidade, usina geradora do universo simbólico que a posiciona de maneira mais ou menos próxima dos consumido ”. (CARRASCOZA, 2012, pp. 105-106) Com esses filmes a marca Brahma promoveu uma experiência de marca coletiva, pois transportou a emoção das narrativas dos filmes que estavam sendo veiculados na TV para uma estratégica de marketing experimental. Em oposição ao marketing tradicional, o marketing experimental tem foco nas experiências do consumidor. As experiências são resultado do encontro e da vivência de situações. São estímulos criados para os sentidos, para os sentimentos e para a mente. (SCHMITT, 2002, p.41). Em concordância com o termo Storydoing 5, a marca Brahma promoveu uma ação de experimentação onde levou toda a estrutura vista nos filmes para os vilarejos, 5 Termo utilizado nos Estados Unidos para as estratégias de comunicação de grandes empresas que não só contam histórias, e sim fazem histórias, a partir de ações convincentes e experiências com narrativas contadas por outras pessoas que se tornaram “fãs” da marca em questão. 9 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) e transformou em uma experiência real. Com a proposta de democratizar o acesso de todos à maior competição de futebol do mundo e de materializar o discurso promovido pela campanha – #AquiTemFesta, a cervejaria levou, segundo dados do anunciante, “ B h ” 700 j B toda a estrutura montada pela marca, incluindo arquibancadas, telões, fogos de artifício, barracas com cervejas etc. em lugarejos afastados dos grandes centros urbanos brasileiros. Foi, a nosso ver, criada uma experiência holisticamente integrada. C C z principal estratégia criati 2008 220 “Contar histórias passou a ser, desde então, a h á ”. Figura 3 – A chegada do container e a emoção das pessoas com a experiência de marca Na avaliação de Bruno Cosentino, diretor de marketing da cervejaria, “ Brahma é a única marca a levar a Copa do Mundo para 700 cidades, em mais de 1500 festas, em uma pluralidade de eventos [...] Vamos ajudar os brasileiros a curtir um ” momento que Foram veiculados ainda quatro outros comerciais na internet – A Vibração, A alegria, O Sonho e A Emoção – com relatos de pessoas comuns sobre as dificuldades de manter a paixão pelo futebol em lugarejos afastados dos grandes centros urbanos brasileiros, complementando um discurso construído sobre um conhecimento cultural partilhado entre aqueles que produzem e o seu público, como reforça Carrascoza, A história, enquanto é contada, esconde a finalidade persuasiva da propaganda. A cena de consumo é só uma cena da trama, mas a trama é 10 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) construída para que ela brilhe, sem parecer tão importante [...] uma vez que a narrativa atingiu o auge, e a empatia junto ao público está assegurada, sobrevém o detalhe insignificante – a cena do consumo. Ela é apenas um simples detalhe. Um simples detalhe que, como vimos, obedecendo à estética da sugestão, faz toda a diferença. (CARRASCOZA, 2012, p. 115) Figura 4 – Filmes para a internet onde as pessoas narravam sua história de emoção com o futebol A marca também transmitiu os jogos da Copa do Mundo, conforme dados do anunciante, para mais de 1500 eventos com transmissão ao vivo dos jogos do Brasil, 15 Arenas Brahma, nove Public Views – festas de exibição pública com atrações musicais, incluindo apresentação de artistas internacionais, e 12 FIFA Fan Fests – onde foram realizadas ações para os torcedores, onde concorreram a ingressos para os jogos da Copa. A ação ainda teve um site - o aquitemfesta, onde disponibilizou uma lista com uma média de 5000 festas que a cervejaria realizou durante o torneio. O consumidor poderia acessar e verificar a festa mais próxima de onde ele estivesse. Considerações Finais Analisamos, neste trabalho, como grandes marcas a exemplo da Brahma estão se adiantando para estabelecer uma comunicação diferenciada com o consumidor que surge na contemporaneidade. 11 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Esta ação se torna particularmente interessante de ser explorada, pois nos mostra uma hibridização de modelos já estabelecidos convencionalmente (publicidade na tevê) com o fomento de ambientes para experimentação e storydoing, ultrapassando desta forma, o aspecto da tevê como mídia tradicional, e a partir de uma experiência, contribuindo para que o consumidor seja envolvido emocionalmente por uma esfera simbólica criada pela própria marca. Vivemos em uma época de hipersaturação de mensagens publicitárias, e diante deste cenário, os profissionais de marketing e de comunicação tem um grande e constante desafio de chamar a atenção dos consumidores e despertar o seu interesse de maneira a criar um vínculo emocional, levando-o a um envolvimento afetivo com a marca. Uma experiência com a marca faz com que as pessoas tenham vontade de experimentar mais, gerando continuidade e relacionamento, e o mais importante na esfera publicitária: gerar consumo a partir da história de cada um. O marketing experiencial se configura, portanto, como uma propriedade capaz de proporcionar envolvimento, engajamento e capital emocional para as marcas, a partir de experiências memoráveis. Em suma, é como afirma Schmitt (2002, p.41), “as experiências geram valores sensoriais, emocionais, cognitivos, comportamentais e de identificação, que substituem os ” A compreensão de que hoje não é suficiente para uma marca apenas ser vista, ela precisa ser uma experiência, e campanhas como esta desenvolvida pela Brahma, são estimulantes e importantes para o marketing experimental. São exemplos de estratégias capazes de expressar essa passagem dos produtos para o mundo da significação, onde o consumo produz o sentido, e a mídia faz a produção ter sentido, e pode ser percebida, dessa forma, como consumo. 12 PPGCOM ESPM // SÃO PAULO // COMUNICON 2014 (8 a 10 de outubro 2014) Referências Bibliográficas CARRASCOZA, João Anzanello. Publicidade: o sonho do consumo e a realidade da produção. In: BACCEGA, Maria Aparecida (Org.). Comunicação e culturas do consumo. São Paulo: Atlas, 2008. ______ A h á . In: ROCHA, Rose de Melo; CASAQUI, Vander. 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