A CIÊNCIA (CONTEÚDO DA PROVA DA 2ª SÉRIE, 3º BIMESTRE) O SIGNIFICADO DO TERMO CIÊNCIA Scientia (latim): conhecimento. Definição (dicionário): 1. Conjunto metódico de conhecimentos obtidos mediante a observação e a experiência; 2. Saber e habilidade que se adquire para o bom desempenho de certas atividades. 3. Informação, conhecimento. Definição (livro didático): “Campo da construção humana que se dedica à construção de um conhecimento sistemático e seguro a respeito dos fenômenos do mundo.” (p.345). Conhecimento sólido, bem fundamentado: episteme. ORIGEM DA CIÊNCIA Até o século XVII: Filosofia e Ciência interligadas. Revolução Científica: Ciência como setor autônomo, independente da filosofia. Origem do saber científico = início da própria filosofia. O ESPANTO O pensamento filosófico-científico nasce do espanto, admiração (thauma). Mundo, fenômenos da natureza: mistério, desconhecido. Ignorância diante do mundo: espanto que leva o homem a refletir. Homem cria concepções que tentam explicar o mundo: Religiões, Mitos, Ciência, Filosofia, Arte. SIGNIFICADOS COMUNS DA PALAVRA “MITO” 1. Relato sobre seres e acontecimentos imaginários, acerca dos primeiros tempos ou de épocas heroicas. 2. Ideia falsa, que distorce a realidade ou não corresponde a ela. 3. Pessoa, fato ou coisa real valorizados pela imaginação popular, pela tradição, etc. MITO: FORMA DE EXPLICAÇÃO Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos, assim, para buscar um significado para esses fatos as pessoas se utilizavam do mito como forma de explicação. MITO: vem do vocábulo grego mythos, que significa contar ou narrar algo. Mito é uma narrativa que explica através do apelo ao sobrenatural, ao divino e ao misterioso, a origem do universo, o funcionamento da natureza, o surgimento de alguma coisa (JAPIASSÚ, Dicionário Básico de Filosofia. 1996, p. 183). O PENSAMENTO MÍTICO: CARACTERÍSTICAS Explicações: discurso fictício, imaginário. A verdade do mito não obedece a critérios empíricos (experiência) e científicos de comprovação. As explicações míticas constroem-se de maneira acrítica, não explica seus fundamentos. CONHECIMENTO Os seres humanos: conhecer o mundo em que vivem, entender os fenômenos que ocorrem ao seu redor e, assim, explicá-los. As duas principais formas dos homens adquirirem conhecimento: senso comum e conhecimento científico (ciência). SENSO COMUM Senso Comum: conhecimento adquirido através da vivência, da experiência diária, observando as atitudes dos mais velhos e seguindo os seus ensinamentos, pela tradição. Obtenção: o recebemos pela tradição, de modo espontâneo e não crítico. SENSO COMUM: CARACTERÍSTICAS: 1 observações de acontecimentos do dia-a-dia; 2 transmitido de geração para geração; 3 empírico e desprovido de explicações. CONHECIMENTO CIENTÍFICO Conhecimento Científico: tenta explicar por meios de estudos, análises, experimentação, observação. É um conhecimento racional, que apura os fatos, procura explicá-los por meios científicos. Conhecimento objetivo, reflexivo e utiliza metodologia própria (método científico). A ciência questiona, duvida das certezas que temos pelo senso comum e busca explicá-las com mais rigor, maior fundamentação. SEPARAÇÃO ENTRE FILOSOFIA E CIÊNCIA Revolução Científica (século XVII): Galileu (1564-1642) e Descartes (1596-1650). Estabelecer método, conceitos e objetos de estudo, a partir da experimentação e do modelo da linguagem matemática: a matematização da Natureza. Para Galileu, fazer Ciência corresponde a analisar os corpos da Natureza através de suas características quantitativas e objetivas (forma, espaço, tempo, movimento, extensão) e não de suas características qualitativas (cores, sabores e odores). Método baseado no saber matemático, rigorosas, preciso e objetivo. CIÊNCIA ANTIGA E CIÊNCIA MODERNA A Ciência Antiga: a intenção dos antigos gregos era conhecer a natureza, mas sem interferir nela. A Ciência Antiga mostra-se como uma ciência teorética. Teoria (θεωρία, theoría): ação de contemplar, olhar, examinar, especular. A Ciência Moderna (século XVII): busca, além do conhecimento teórico da natureza, aplicar esses conhecimentos na prática para dominá-la (pragmática, operativa). Francis Bacon: “saber é poder”. René Descartes: “a ciência deve tornar-nos senhores da natureza”. OBJETIVOS DA CIÊNCIA Tornar o mundo compreensível: conhecer melhor o mundo. Proporcionando meios para prever situações e exercer controle sobre a natureza. MÉTODO CIENTÍFICO 1 Observação: a partir da observação constata-se uma inquietação, um problema que ainda não foi solucionado. 2 Enunciado de um problema: formula-se então uma pergunta, um problema, um questionamento, uma indagação acerca do problema constatado. 3 Formulação de Hipótese: possível resposta ao problema enunciado, uma hipótese a ser avaliada em sua investigação; 4 Testes experimentais: testa a validade de sua hipótese; 5 Conclusão: conclusão da pesquisa, confirmação ou correção da hipótese formulada e testada. TRANSITORIEDADE DAS TEORIAS CIENTÍFICAS Conhecimento científico: modo de pensar correto, perfeito, absoluto. No entanto, as teorias científicas podem ser substituídas, aperfeiçoadas. MITO DA CIÊNCIA: VALORIZAÇÃO DESMEDIDA DA CIÊNCIA “O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. [...] Se existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam” (RUBEM ALVEZ, Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras, 2003, p. 10). Cientista: influência sobre as pessoas; Os indivíduos se comportam da maneira que os cientistas determinam como sendo a adequada; Deixam-se levar, guiar pela opinião dos cientistas; Classe especializada no que se crê ser o saber correto; Nossa cultura aceita que as pessoas abdiquem de pensar por si próprias e se limitem a fazer o que eles mandam. REFERÊNCIAS COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna. Filosofar. São Paulo: Saraiva, 2011.