UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA RENDIMENTO DO PIMENTÃO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO VIA FERTIRRIGAÇÃO Jucilene Silva Araújo AREIA, PB ABRIL - 2005 JUCILENE SILVA ARAÚJO RENDIMENTO DE PIMENTÃO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO VIA FERTIRRIGAÇÃO Tese apresentada à Universidade Federal da Paraíba, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Agronomia do Centro de Ciências Agrárias, área de concentração Agricultura Tropical, para obtenção do título de Doutor em Agronomia. Orientadores: Prof. Dr. Alberício Pereira de Andrade Prof. Dr. Genildo Bandeira Bruno AREIA, PB ABRIL - 2005 JUCILENE SILVA ARAÚJO RENDIMENTO DE PIMENTÃO CULTIVADO EM AMBIENTE PROTEGIDO, SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO VIA FERTIRRIGAÇÃO Tese apresentada à Universidade Federal da Paraíba, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Agronomia do Centro de Ciências Agrárias, área de concentração Agricultura Tropical, para obtenção do título de Doutor (a). Aprovada em: 20/04/2005 BANCA EXAMINADORA Dr. Alberício Pereira de Andrade/UFPB Orientador Dr. Genildo Bandeira Bruno/UFPB Orientador Dr. Carlos Alberto Vieira de Azevedo/UFCG Examinador Dr. Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão/EMBRAPA-CNPA Examinador Dra. Núbia Pereira da Costa/DCR/CNPq Examinador A DEUS “No dia que cheguei aqui, há alguns anos atrás, você chegou junto comigo. A tua luz iluminou o caminho que eu escolhi para seguir. E apesar de muitas barreiras me fez crer que a força que vem de você é mais forte que qualquer porquê que eu possa perguntar. Foi difícil, você sabe muito bem. Pensei em desistir. Em muitos momentos, sem você seria impossível continuar. Hoje estou indo, com a certeza da tarefa cumprida e com a alegria de saber que você continuará comigo. OBRIGADO por tua presença.” DEDICO Aos meus pais Francisco Silva Araújo e Maria do Socorro Silva, O meu mais puro e verdadeiro AMOR. AMO VOCÊS, AMO MUITO! Aos meus irmãos e sobrinhos Aparecido Silva Araújo – Amanda Noara Araújo e Maria Eduarda Araújo Josefa Silva Araújo – Jefferson Araújo e Alana Rosa Araújo Cícero D. Silva Araújo – Francisco Silva Araújo Neto e Kaiki R. Araújo Aos meus orientadores Alberício P. de Andrade Genildo Bandeira Bruno OFEREÇO e AGRADEÇO “É tão estranho, os bons morrem antes. Assim parece ser quando me lembro de vocês, que acabaram indo cedo demais. Eu continuo aqui, com meu trabalho e meus amigos, e me lembro de vocês, em dias assim... dias de chuva, dias de sol... o que sinto não sei dizer...” HOMENAGEM ESPECIAL Aos meus avós Pedro Pereira da Silva Adelina Pereira da Silva Maria de Lourdes Silva Araújo Manoel Silva Araújo “in memorian” AGRADECIMENTOS A Deus e a Jesus Cristo, pela presença constante na minha vida e no meu coração. A toda a minha família, pela alegria de tê-los. A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA). Aos funcionários do PPGA, Biblioteca, Coordenação do Curso de Agronomia, Unitreino, Setor de Transportes e Setor de Cartas. A Capes pela concessão da bolsa. Aos funcionários da Fazenda Chã-de-Jardim. Aos professores do PPGA e dos cursos de Agronomia e Zootecnia. Ao professor José Crispiniano Feitosa Filho pela valiosa ajuda durante a condução do experimento. Aos meus amigos...a todos eles...os velhos e os novos. SUMÁRIO LISTA DE TABELAS x LISTA DE FIGURAS xi LISTA DE ANEXOS xiii RESUMO xiv ABSTRACT xvi 1. INTRODUÇÃO 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3 2.1. A cultura do pimentão 3 2.2. Cultivo protegido 5 2.2.1. Variáveis meteorológicas e sua influência no cultivo protegido 7 2.2.1.1. Radiação solar 7 2.2.1.2. Temperatura do ar 10 2.2.1.3. Umidade relativa do ar 12 2.2.1.4. Ventilação 13 2.3. Nutrição mineral 2.3.1. O emprego do nitrogênio na cultura do pimentão 2.4. A Fertirrigação 3. MATERIAL E MÉTODOS 15 16 19 22 3.1. Localização e caracterização da área 22 3.2. Definição do experimento 22 3.2.1. Delineamento experimental 22 3.2.2. Parcela experimental 22 3.2.3. Caracterização da estufa 23 3.2.4. Medição da temperatura e umidade relativa do ar 24 3.2.5. Caracterização do solo 25 3.2.6. Adubação em cobertura 26 3.2.7. Fertirrigação 26 3.2.8. Transplantio 27 3.2.9. Tutoramento 27 3.2.10. Irrigação 28 3.2.11. Qualidade da água de irrigação 28 3.2.12. Capinas 28 3.2.13. Controle fitossanitário 29 3.2.14. Classificação dos frutos 29 3.3. Avaliação do crescimento vegetativo 29 3.3.1. Altura de plantas 29 3.3.2. Número de folhas por planta 29 3.3.3. Área foliar 29 3.3.4. Índice de área foliar 30 3.4. Avaliação do desenvolvimento reprodutivo 30 3.4.1. Início da floração e frutificação 30 3.5. Rendimento e seus componentes 30 3.5.1. Comprimento e diâmetro dos frutos 30 3.5.2. Peso médio dos frutos 30 3.5.3. Número de frutos por planta 30 3.5.4. Rendimento de frutos 31 3.6. Graus-dias acumulados 31 3.7. Análise estatística dos dados 31 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 32 4.1. Temperatura e umidade relativa do ar no interior da estufa 32 4.2. Crescimento vegetativo 35 4.2.1. Altura de plantas e número de folhas 35 4.2.2. Área foliar e índice de área foliar 39 4.3. Desenvolvimento 44 4.3.1. Floração e frutificação 44 4.4. Rendimento e seus componentes 46 4.4.1. Comprimento, diâmetro e peso médio de frutos 46 4.4.2. Número de frutos por planta 48 4.4.3. Rendimento de frutos 51 4.4.4. Relação entre a área foliar e índice de área foliar com o 58 rendimento do pimentão 5. CONCLUSÕES 60 6. SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS 61 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62 ANEXO 81 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental, 25 Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Tabela 2. Características físicas do solo da área experimental, 25 Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Tabela 3. Características químicas do esterco bovino utilizado no 26 experimento. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Tabela 4. Características químicas da água utilizada para irrigação 28 da área experimental, Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Tabela 5. Evolução do desenvolvimento reprodutivo, do pimentão, 46 variedade “All Big” cultivado em estufa sob diferentes doses de nitrogênio, via fertirrigação. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Croqui da área experimental 23 Figura 2. Evolução da Temperatura e da umidade relativa do ar, dentro (A e B) e fora da estufa (C e D), expressa em valores máximos, mínimos e médios, medidas no período de 13/02/2004 a 07/06/2004. 32 Figura 3. Evolução da altura de plantas do pimentão, e em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 36 Figura 4. Evolução do número de folhas (A) e sua relação com as doses nitrogênio, aplicadas via fertirrigação, em plantas do pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 38 Figura 5. Evolução da área foliar (A) e índice de área foliar (B), de plantas do pimentão, variedade All Big, sob diferentes doses de nitrogênio aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 40 Figura 6. Área foliar (A), índice de área foliar (B) em função das doses de nitrogênio aplicadas via fertirrigação, em plantas do pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 41 Figura 7. Relação área foliar (A), índice de área (B) e graus-dia acumulados, em plantas do pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. 43 Figura 8. Comprimento, diâmetro e peso médio de frutos de pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400kg ha-1), aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 47 Figura 9. Número de frutos total, comercial e não comercial de frutos do pimentão, variedade All Big, para as diferentes doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400kg ha-1), aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 50 Figura 10. Rendimento total, comercial e não-comercial de frutos de pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400kg ha-1), aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 52 Figura 11. Relação entre o rendimento total, comercial e nãocomercial de frutos de pimentão, variedade All Big, para as diferentes doses de nitrogênio (0, 100, 200, 300 e 400kg ha-1), aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. 57 Figura 12. Rendimento do pimentão, em cada colheita, em função da quantidade de graus-dia acumulados, sob diferentes doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. 58 Figura 13. Relação entre a área foliar e índice de área foliar com o rendimento do pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. 59 LISTA DE ANEXOS Anexo 1A. Calendário Juliano. 82 Anexo 1B. Análise de variância e de regressão para altura de 83 plantas aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio de pimentão, variedade All Big. Areia-PB, 2005. Anexo 1C. Análise de variância e de regressão para número de 83 folhas por planta (NF) aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio, de plantas de pimentão variedade All Big. Areia-PB, 2005. Anexo 1D. Análise de variância e de regressão para área foliar (AF) 84 aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio, de plantas de pimentão variedade All Big. Areia-PB, 2005. Anexo 1E. Análise de variância e de regressão índice de área foliar 84 (IAF) aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio, de plantas de pimentão variedade All Big. Areia-PB, 2005. Anexo 1F. Análise de variância e de regressão para comprimento 85 (COMP), diâmetro (DAM) e peso médio (PM) de frutos de pimentão variedade All Big. Areia-PB, 2005. Anexo 1G. Análise de variância e de regressão para número de 85 frutos por planta total (NFPT), comercial (NFPC) e nãocomercial (NFPNC) de pimentão, variedade All Big. Areia-PB, 2005. Anexo 1H. Análise de variância e de regressão para rendimento 86 total (RENDT), comercial (RENDC) e não-comercial (RENDNC) de frutos de pimentão variedade All Big. Areia-PB, 2005. RESUMO JUCILENE SILVA ARAÚJO. Rendimento do pimentão cultivado em ambiente protegido, sob diferentes doses de nitrogênio via fertirrigação. Areia – PB, Centro de Ciências Agrárias, UFPB, abril de 2005. 87p. Tese. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Orientador: Prof. Dr. Alberício Pereira de Andrade O trabalho foi conduzido no Centro de Ciências Agrárias - UFPB, fazenda Chã-de-Jardim, de fevereiro a junho de 2004, com o objetivo de avaliar o efeito de doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação, sobre o crescimento, desenvolvimento e rendimento do pimentão, cultivado em ambiente protegido. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados, com cinco tratamentos (0, 100, 200, 300 e 400 kg.ha-1) com quatro repetições, totalizando 20 parcelas. Cada parcela foi composta por 18 plantas da variedade All Big, num total de 360 plantas. Avaliou-se a altura de plantas, número de folhas, área foliar (AF), índice de área foliar (IAF), início da floração e frutificação, comprimento, diâmetro e peso médio de frutos, número de frutos por planta e rendimento de frutos comercial e não-comercial. Determinouse a relação entre AF e IAF com o rendimento. A amplitude de variação térmica da estufa ao longo do ciclo da cultura, foi de 7 a 10ºC. Para atingir a AF e IAF máximo, foram necessários 1.330 graus-dias acumulados, o que correspondeu, neste ano, aos 69 dias após o transplantio, independente da dose de nitrogênio utilizada e para o período transplantio-colheita, essa acumulação térmica foi de 2.155 graus –dias, para um total de 115 dias após o transplantio. As plantas adubadas com nitrogênio tiveram seus estádios de floração e frutificação antecipados. Constatou-se efeitos significativos das doses de nitrogênio sobre a altura das plantas, número de folhas, AF, IAF, diâmetro, peso médio e número de frutos por planta. O rendimento de frutos aumentou com as doses de nitrogênio. A relação entre área foliar e índice de área foliar com o rendimento foi do tipo linear. A dose recomendada para obtenção de máximo de rendimento de frutos foi a de 400 kg.ha-1. Palavras-chave: Capsicum annuum, adubação nitrogenada, estufa. ABSTRACT JUCILENE SILVA ARAÚJO. Bell pepper yield cultivated on protected enviromental, under different nitrogen levels by fertirrigation. Areia – PB, Centro de Ciências Agrárias, UFPB, Brazil, april/2005. 87p. Dissertation. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Advisor: Prof. Dr. Alberício Pereira de Andrade The work was carrying out at Centro de Ciências Agrárias –UFPB, farm Chã-de-Jardim, in February to June, 2004, with the objective of evaluate effect of nitrogen levels used by fertirigation, on bell pepper growth, development and yield cultivated on protected environment. Experimental design used was randomized blocks with five treatments (0, 100, 200, 300 e 400 kg.ha-1) and four replications, in a total of 20 plots. Each plot was composed by 18 plants variety All Big, in a total of 360 plants. It was evaluated higher of plants, leaves number, foliar area (FA), foliar area index (FAI), floration and frutification beginning, length, diameter and, fruits medium weight, number of fruits per plant and yield for commercial and no commercial fruits. It was determined relations among FA and FAI with yield. The greenhouse thermal variation variation during culture cycle was 7 to 10º C. For reaching maximum it was necessary 1.330 degree-days accumulated, corresponding, in that year, 69 days after transplanting, independing of nitrogen level used and for transplantig-harvest period that thermal accumulation was 2.155 degrees-day for a total of 115 days after transplanting. Plants fertilized with nitrogen had earlier floration and frutification phases. It was observed significative effects of nitrogen levels on plants higher, leaves number, FA and FAI, diameter, medium weight and, fruits number per plant. Fruits yield increased with nitrogen levels. Relation between foliar área and foliar área index with yield was linear type. The recommended level for maximum fruits yield was 400 kg.ha-1. Key words: Capsicum annuum, nitrogen fertilization, greenhouse. 1. INTRODUÇÃO A Microrregião do Brejo Paraibano apresenta alto potencial para a exploração de hortaliças, destacando-se os municípios de Lagoa Seca e São Sebastião de Lagoa de Roça, onde o cultivo ainda é feito em campo aberto. O município de Areia, um dos principais da região, apesar de não ter tradição neste tipo de cultivo, também apresenta esse potencial. Com temperatura média anual de 23-24°C, precipitação pluviométrica de 1.470mm e umidade relativa média anual de 80% (Brasil, 1972), possui uma localização estratégica do ponto de vista de comercialização, visto que se encontra próximo a grandes centros consumidores como João Pessoa, Campina Grande, Recife e Natal, possibilitando ao produtor um rápido escoamento da produção e facilidade de comercialização. A produção de olerícolas é uma atividade agrícola muito vantajosa quando praticada em épocas adequadas, locais de boas condições climáticas e de mercado favorável para sua comercialização. Entretanto estas condições, na maioria das vezes, não são possíveis de se compatibilizarem. A adoção de novas alternativas de cultivo e tecnologia pode proporcionar aumento da produtividade e maior estabilidade de produção, tornando o setor agrícola competitivo e autosustentável. O cultivo protegido desponta como alternativa para os horticultores, pois minimiza os efeitos da variabilidade ambiental, melhorando o desenvolvimento dos cultivos, permitindo a produção durante todo o ano e assim alcançando maiores preços no mercado (Silva et al, 1999a; Reisser Júnior, 2001). Das hortaliças sob esse sistema de cultivo, o pimentão (Capsicum annuum L.), situa-se entre as cinco culturas que apresentam maior área cultivada no Brasil e em diversos países do mundo, devido a grande produtividade e qualidade dos frutos que pode ser alcançada nessas condições (Lorentz et al., 2002). Destaca-se entre as solanáceas pelo seu consumo e importância econômica no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados Unidos, México, Itália, Japão e Índia (Silva et al, 1999b). Seu valor nutritivo deve-se à presença de vitaminas, em especial a vitamina C, com teor que pode chegar a até 15g.kg-1 de peso seco, além de 10% de proteínas (El Saied, 1995); contém ainda vitaminas A, B1, B2 e minerais como Ca, Fe, e P (Poblete, 1971). É uma cultura de retorno rápido e largamente explorada por pequenos e médios produtores, sobretudo em condições favoráveis. Dentre as tecnologias empregadas no cultivo protegido está a aplicação de fertilizantes através da água de irrigação, ou seja, a fertirrigação (Villas Boas et al., 2002). Este sistema oferece maior versatilidade para aplicação de fertilizantes, podendo-se dosar, rigorosamente, as quantidades de nutrientes e fornecê-los segundo as necessidades das plantas, durante o seu ciclo de desenvolvimento (Nannetti et al., 2000). No entanto, há escassez de informações sobre o comportamento e as exigências nutricionais da cultura do pimentão em ambiente protegido, sendo freqüente observar, um crescimento excessivo das plantas, com reflexos negativos no rendimento, ocorrendo principalmente em virtude da aplicação de quantidades elevadas de nitrogênio, pois em geral as recomendações de adubação se baseiam em trabalhos realizados em condições de campo (Silva et al., 1999b). Sendo o nitrogênio o nutriente mais limitante para a cultura do pimentão, porque influencia o crescimento das plantas e a produção dos frutos (Manchanda & Singh, 1988), há a necessidade de maiores informações quanto às quantidades de nitrogênio a serem aplicadas em ambiente protegido nesta cultura, e em especial a cultivar testada. Nesse sentido, o trabalho teve como objetivo estudar os aspectos relacionados ao crescimento, desenvolvimento e à produção do pimentão cultivado sob doses crescentes de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação, em ambiente protegido. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. A cultura do pimentão O pimentão (Capsicum annuum L.) pertencente à família das Solanáceas, gênero Capsicum, é tipicamente de origem americana, ocorrendo formas silvestres desde o sul dos Estados Unidos da América até o norte do Chile (Filgueira, 2000). Há registros de que as primeiras cultivares que chegaram ao Brasil são do grupo “Cascadura” e foram introduzidos inicialmente no estado de São Paulo (Reifschneider, 2000), este grupo produz o tipo de fruto preferido pela maioria dos consumidores, com formato aproximadamente cônico, ligeiramente alongado, e coloração verde-escura. Representa uma das dez hortaliças mais importantes do mercado brasileiro, sendo os frutos consumidos verdes ou maduros, no entanto o consumo de frutos verdes é bem mais expressivo. È uma cultura de retorno rápido, por isso é largamente explorada por pequenos e médios horticultores (Filgueira, 2000); caracteriza-se por ser uma planta de intensa vegetação e a altura média que alcança é de 0,50 a 1,25m (Sganzerla, 1997); sob cultivo protegido, o desenvolvimento da planta é mais vigoroso, os frutos são maiores e sua altura pode chegar a 2m (Pereira & Marchi, 2000). As folhas são ovaladas, de cor verde brilhante e dispostas alternadamente na haste, as flores de cor branca e aparecem solitárias em cada gomo da haste, nas axilas das folhas (Sganzerla, 1997). Do transplantio até a colheita, decorrem cerca de 90 a 110 dias. A partir da antese até o momento da colheita dos frutos imaturos são necessários de 2 a 3 semanas. Nesse momento os frutos apresentam o máximo desenvolvimento e iniciam a maturação fisiológica (Tivelli, 1998). A variedade All Big possui porte médio com 50 – 60cm de altura, produz frutos em sua maioria com quatro lóculos e em menor quantidade com três lóculos, com tamanho médio de 13 x 9cm, casca grossa e coloração verde-escura brilhante e vermelho quando maduros. A colheita em geral inicia-se cerca de 55 dias após o transplante (Wanderley Júnior et al., 2004). A época de plantio mais adequada para o pimentão depende do clima da região produtora. Assim, pode ser semeado ao longo do ano, em regiões baixas (menos de 400m) e de inverno ameno. Em localidades muito quentes cultiva-se no outono-inverno. No cultivo em estufa temos a conveniência de plantar a cultura durante o ano todo, pois tem-se conseguido interferir no ambiente, permitindo controlar a velocidade do vento, umidade relativa e temperatura ambiente. Essa hortaliça produz melhor em solos argilo-arenosos ou areno-argilosos, profundos, bem drenados, de fertilidade preferencialmente elevada. Solos excessivamente argilosos são desfavoráveis ao crescimento normal da planta. Aqueles excessivamente arenosos requerem adubação organoquímica pesada, e aplicações mais abundantes de água, na irrigação, encarecendo a cultura. Embora muito cultivado por pequenos e médios produtores brasileiros, o pimentão necessita de uso de tecnologia mais adequada nos aspectos relacionados ao manejo, adubação, variedades e tecnologia de irrigação para que sua exploração seja tecnicamente conduzida e economicamente viável, já que esta é uma cultura na qual têm-se utilizado grandes quantidades de insumos químicos (Filgueira, 2000). 2.2. Cultivo protegido A evolução da agricultura moderna sempre foi fundamentada na necessidade de se produzir mais, visto que com o crescente aumento da população, há uma tendência de aumentar a disparidade entre a oferta e o consumo de alimentos. Para produzir mais, foi necessário criar condições mais propícias para o desenvolvimento das plantas. Surgiram, os adubos, os defensivos, o melhoramento genético, manejo de solo, irrigação, dentre outros, visando aumentar a produtividade. Havia ainda o problema da sazonalidade climática, que permitia o cultivo apenas em alguns períodos do ano. Geadas, ventos frios, granizo, insolação e excesso de chuva, sempre foram fatores que restringiam o cultivo a determinadas épocas, privando os agricultores de melhores lucros (Resende & Gonçalves, 2004). A tendência dessa agricultura é minimizar estes riscos com a utilização intensiva de tecnologia. Uma das formas de se fazer isto é através do cultivo protegido com cobertura plástica. Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico, é possível controlar não só a temperatura como também a umidade, os teores de oxigênio e gás carbônico e níveis de fertilizantes (Tecnologia..., 2004). O cultivo protegido é uma técnica amplamente consolidada em países como Espanha, Itália, Holanda, França, Japão e Estados Unidos (Sentelhas & Santos, 1995). No Brasil, a introdução desta tecnologia ocorreu no final da década de 70, com trabalhos pioneiros utilizando o plástico em estruturas com a finalidade de proteção contra as adversidades climáticas, provando assim a eficiência da utilização desse material na produção de hortaliças (Goto, 1997). Esse ambiente é responsável por várias alterações nos elementos meteorológicos, tornando viável a produção em épocas e lugares onde as condições climáticas são críticas (Sentelhas & Santos, 1995). Tecnologias para controle ambiental mais preciso tem sido desenvolvidas, nas últimas décadas, nos EUA, Japão, países do norte da Europa (Wittwer & Castilla, 1995) e, em anos mais recentes, no Brasil (Grodzki & Brenner, 1992; Martins et al, 1994). A importância do cultivo protegido para o Brasil pode ser entendida sob vários aspectos, sobretudo quando se analisam os atuais problemas de produção e abastecimento dos produtos hortigranjeiros, por questões climáticas, que limitam em muitas regiões, os cultivos hortícolas a apenas alguns meses do ano, como por exemplo a Região Sul, que possui dependência média, de outros estados, de 78%, a Região Nordeste onde as dificuldades de produção estão ligadas às longas estiagens e conseqüente escassez de água e a forte insolação e as condições climáticas da Amazônia que impedem o cultivo da maior parte das culturas hortícolas devido ao excesso de chuva, alta umidade do ar e temperatura elevada. Assim, esta técnica é altamente viável para o Brasil, não só devido as instabilidades climáticas acima abordadas, mas também por outros importantes aspectos que envolvem a produção primária (Sganzerla, 1997). Esse tipo de cultivo tem apresentado uma série de vantagens, tais como: aumento de produtividade; melhoria na qualidade dos produtos; diminuição na sazonalidade da oferta, conferindo maior competitividade pela possibilidade de oferecer produtos de qualidade o ano todo, inclusive na entressafra; melhor aproveitamento dos fatores de produção, principalmente adubos, defensivos e água; controle total ou parcial dos fatores climáticos; fixação do homem no campo, diminuindo o êxodo rural e gerando empregos (Filgueira, 2000); no tocante aos agrotóxicos, seu emprego pode ser reduzido nas estufas mediante o manejo correto da cultura; as situações de risco favoráveis às doenças podem ser minimizadas, e o controle de pragas pode ser realizado por métodos biológicos (Andriolo, 1999). Como desvantagens destaca-se a necessidade de constante utilização de novas técnicas; manutenção dos ambientes, podendo aumentar os custos de produção; aumento do índice de pragas e doenças específicas, em decorrência da uniformidade genética das culturas e ausência de inimigos naturais e comportamento insatisfatório do ponto de vista térmico (Oliveira, 1995; Melo, 1997). Com o objetivo de caracterizar e relacionar a radiação líquida com o calor latente, nos cultivos protegidos e de campo, na cultura do pimentão, Cunha et al. (2002) verificaram que o cultivo protegido foi mais eficiente na conversão da radiação líquida disponível em matéria seca total e na produtividade de frutos, além de menores perdas de energia, mostrando-se também mais eficiente no uso da água. Silva et al. (2003) avaliando os híbridos de pimentão Elisa, Matador, Magali, Mandarim, Margarita e Zarco em condições de cultivo protegido no solo e em época desfavorável à cultura, concluíram que os mais adaptados ao cultivo protegido foram os de cor verde-vermelho. Vários trabalhos com outras culturas enfatizam os efeitos favoráveis do cultivo em ambiente protegido, traduzidos em maior produção, melhor qualidade de frutos e antecipação na colheita (Fontes et al., 1997; Silva et al., 1998; Fayad et al., 2001; Radin et al., 2004). 2.2.1. Variáveis meteorológicas e sua influência no cultivo protegido 2.2.1.1. Radiação Solar Diversas modificações meteorológicas são observadas em ambientes protegidos com coberturas plásticas, e isso implica em alterações nas relações planta-ambiente. O material plástico mais empregado na agricultura, nos dias atuais, é o polietileno de baixa densidade (PEBD), que apresenta boa transparência à radiação solar e deixa atravessar em média, 70 a 80% da radiação, podendo este percentual atingir, no máximo, 95% (Buriol et al., 1995). Pequenas diferenças na transmissividade de um material à radiação solar pode ter efeito significativo no crescimento e desenvolvimento da cultura (Kittas et al., 1999). A radiação solar é a principal fonte de energia para as plantas. A maior parte dessa energia é convertida em calor, impulsionando o processo de transpiração e alterando a temperatura dos tecidos vegetais com conseqüências para os processos metabólicos (Jones, 1992). Esta radiação é também microclimáticas a ocorridas principal no responsável interior dos pelas ambientes modificações protegidos, influenciando diretamente a temperatura e a umidade relativa do ar (Rocha, 2002). Diversos trabalhos têm sido realizados, nas últimas décadas, com o intuito de quantificar as modificações dos componentes da radiação solar incidente dentro de ambientes protegidos. No Brasil várias pesquisas têm sido voltadas ao estudo da radiação solar global e do saldo de radiação em ambientes protegidos (Farias et al., 1993; Buriol et al., 1993; Escobedo et al., 1994; Galvani et al., 1998; Galvani & Escobedo, 2000). A faixa de radiação do espectro solar que ativa o processo de fotossíntese é denominada radiação fotossinteticamente ativa (PAR) e corresponde à radiação de comprimentos de onda entre 0,4 e 0,7 µm. Esta radiação tem sido estudada por pesquisadores por ser essencial em diversos tipos de pesquisas, trabalhos e aplicações relacionadas a fisiologia vegetal e áreas agronômicas (Alvalá & Silva, 2000), como: rendimento e produtividade de culturas (Galvani & Escobedo, 2000), caracterização de crescimento e morfologia de plantas (Ackerly & Bazazz, 1995), estimativa da interação e competição entre plantas (Cannel & Grace, 1993), entre outros. A densidade de fluxo de radiação solar no interior do ambiente protegido é menor que a verificada externamente, devido a reflexão e absorção do material de cobertura plástica (Martin et al., 1982). A absorção da radiação depende da composição química e da espessura do material plástico, as quais além de reduzir a densidade de fluxo da radiação solar, possuem efeito seletivo, isto é, permitem a passagem de certas faixas espectrais e reduzem a transmissividade de outras faixas de comprimento de onda (Seemann, 1979). Em condições de temperatura baixa e umidade relativa alta, no interior da casa-de-vegetação, ocorre condensação de vapor d'água sobre a face interna da cobertura (Robledo & Martin, 1981). A aderência de gotas de água sobre o filme plástico reduz a transmissividade deste material, sendo o coeficiente de transmissão de uma película de água de 0,01mm em torno de 0,35, para o comprimento de onda de 7 µm, diminuindo ainda mais com o aumento do comprimento de onda e não transmitindo radiação com valores superiores a 12 µm. Portanto, a camada de água condensada na superfície inferior do filme de polietileno aumenta, consideravelmente, a interceptação de radiação de ondas longas, quando comparado com a não - aderência (Tanaka & Genta, 1982). O aspecto crítico de radiação solar como fator ambiental, está ligado à intensidade e à duração da luz. O processo de fotossíntese depende da radiação solar, que, por sua vez, oferece energia para conversão de CO2 e H2O em composto orgânico. A taxa de fotossíntese aumenta com o aumento de intensidade da luz até certo ponto e, depois, o processo é independente desta. A intensidade de luz favorável varia de cultura para cultura (Fageria, 1998). Quando a radiação solar é excessivamente elevada, o crescimento é afetado negativamente. Isso ocorre principalmente pela redução da fotossíntese e pelo aumento da respiração, embora outras reações de síntese também sejam afetadas (Andriolo, 2000). Cockshull et al. (1992) afirmam que, sendo a transpiração das culturas proporcional à radiação solar, diminuições nos níveis de radiação por cortinas ou pintura da cobertura plástica, reduzem as perdas de água. Um maior valor da razão entre radiação difusa e total, dentro do ambiente protegido, foi encontrado por Farias et al. (1993), sendo este fator muito importante, pois a radiação difusa é multidirecional podendo ser melhor aproveitada pelas plantas. Esta relação pode variar bastante com os diferentes tipos de plásticos (Robledo de Pedro, 1987). 2.2.1.2. Temperatura do ar A temperatura do ar apresenta uma relação das mais complexas com o crescimento e desenvolvimento das plantas, observando-se diferentes influências para diferentes processos (Dantas, 1997). Está relacionada tanto ao crescimento, devido ao seu efeito na velocidade das reações bioquímicas e nos processos internos de transporte de seiva, quanto ao desenvolvimento normal das plantas. Tais processos só ocorrem, de forma adequada, segundo certos limites térmicos, que variam de acordo com a espécie (Sentelhas et al., 1998). Nas regiões tropicais um dos aspectos importantes a ser estudado sobre o cultivo em ambiente protegido, é a atenuação das altas temperaturas que são prejudiciais ao crescimento e produção de algumas culturas. Em geral altas temperaturas diminuem o rendimento e a qualidade dos produtos, chegando a produzir, em alguns casos extremos, a morte das plantas (Furlan, 2001). A ação da temperatura no vegetal exerce, portanto, grande influência na produção final, pois pode afetar todas as fases dos processos fisiológicos como a germinação, o crescimento, a floração, a frutificação, transpiração, os as processos atividades de fotossíntese enzimáticas, e a de respiração, permeabilidade a das membranas celulares, a absorção de água e de nutrientes e a própria velocidade das reações químicas, podendo induzir precocidade ou retardar a produção final (Lucchesi, 1987). O efeito do ambiente protegido sobre a temperatura do ar está intimamente relacionado com o balanço de energia (Tapia, 1981). Depende, portanto, de fatores como ângulo da radiação solar, tipo de cobertura plástica, tipo de solo e volume e tamanho do ambiente (Seeman, 1979, Al-Jamal, 1994), e da própria ventilação, que depende da área, da localização e do manejo das aberturas, bem como da velocidade de troca do ar entre o interior e exterior do ambiente (Buriol et al., 2000). Todavia, as temperaturas mínimas e médias são pouco afetadas, ocorrendo maior efeito sobre as temperaturas máximas (Seeman, 1979). Para manter uma temperatura adequada no interior da estufa, é fundamental o acúmulo de energia durante o dia e a sua manutenção durante a noite (Tanaka & Genta, 1983). De uma maneira geral as temperaturas no interior da estufa são maiores que as externas, pois há pouca perda de calor pela redução do movimento de ar dentro da mesma (Montero Camacho et al., 1985). Entretanto, ocorrem dias em que a temperatura mínima interna é inferior à temperatura externa, provocando o que se chama de “inversão térmica” (Camacho et al., 1995). Esse fenômeno ocorre devido à alta transmissividade do PEBD à radiação de onda longa, permitindo assim grande perda de energia durante o período noturno. A redução da temperatura ainda é auxiliada pela falta de movimentos de massas de ar, no interior do ambiente (Rocha, 2002). Ambientes protegidos com pé direito baixo apresentam maiores problemas com a elevação da temperatura, tornando o controle mais difícil (Furlan, 2001). Nesse sentido, Nascimento & Silva (1999) observaram valores superiores de temperatura do ar para o ambiente protegido com menor altura (3,0 m), com diferença mais significativa no intervalo das 10 às 16h. Furlan (2001), concluiu que a combinação do manejo de cortinas e nebulização foi o sistema mais eficiente na redução da temperatura do ar em ambiente protegido, reduzindo a níveis próximos a temperatura externa e em alguns casos a temperatura abaixo da mesma. Teodoro (1986) observou que a temperatura máxima no interior da casa de vegetação cultivada com pimentão foi de 36°C e fora da mesma 31,9°C. Enquanto as mínimas foram iguais (18,5°C) para os dois ambientes. Em trabalho com pimentão em estufa visando avaliar o efeito da cobertura plástica sobre os elementos meteorológicos, Evangelista & Pereira (2001), encontraram resultados onde a cobertura PEBD apresentou uma transmissividade parcial à radiação solar (80% em média), sendo o maior efeito para a temperatura máxima do ar. 2.2.1.3. Umidade relativa do ar Os valores de umidade relativa do ar no interior de um ambiente protegido são bastante variáveis e estão intimamente relacionados aos valores de temperatura do ar (Santos & Villas Boas, 2002). Essa relação é inversamente proporcional, diminuindo durante o dia e aumentando durante a noite, podendo variar de 30 a 100%, dependendo das condições climáticas da região. Durante o período noturno, com a redução da temperatura, a umidade relativa aumenta no interior da estufa, tornando-se pouco superior à verificada externamente (Prados, 1986). A umidade relativa do ar representa a retenção de vapor de água do ar, cujo déficit de pressão está intimamente ligado ao processo de evapotranspiração, afetando o equilíbrio hídrico das plantas e provocando um descompasso entre a demanda evaporativa e a capacidade do sistema radicular em absorver água e nutrientes (Lourenzo Mingues, 1998). Têm influência sobre a transpiração, o crescimento e a fecundação das flores (Cermenõ, 1994). Segundo Furlan (2001), altos valores de umidade relativa do ar reduzem a taxa de evapotranspiração da cultura e quando associados a altas temperaturas do ar geram também condições muito favoráveis à ocorrência de doenças. Já valores muito baixos de umidade relativa também podem provocar altas taxas de evapotranspiração, que podem reduzir a taxa fotossintética e, consequentemente, a produção da cultura. Na estufa, a elevação da temperatura do ar durante o dia, em que o balanço de energia é positivo, reduz os valores de umidade relativa, tornando-as muitas vezes, nas horas mais quentes do dia, inferiores aos valores observados a campo (Santos et al., 2002). A umidade relativa no interior de estufas é mais elevada no período noturno em relação ao meio externo, em razão da maior concentração do vapor de água no seu interior (Farias et al., 1993). Para Martins (1996) uma solução para superar os problemas relacionados com a umidade relativa do ar no interior dos ambientes protegidos, especialmente o excesso de vapor de água, seria um adequado protegidos manejo. Este compreenderia, não-climatizados, aberturas no que caso de ambientes proporcionem uma ventilação natural eficiente e, nos ambientes climatizados, o uso de ventiladores. A utilização de cortinas abertas possibilita que os ventos circulem no interior do ambiente e transportem com mais facilidade o calor sensível e o vapor de água para o exterior, controlando a umidade e a temperatura (Reis, 1997). Evangelista & Pereira (2001) verificaram valores de umidade relativa mínima em estufa plástica, cultivada com pimentão, inferiores aos observados externamente, enquanto que os valores máximos foram maiores dentro da estufa. 2.2.1.4. Ventilação O ar é um fluído cujas características resultam em expansão volumétrica à medida que a temperatura aumenta. Isto significa que o ar mais quente é menos denso que o ar mais frio, logo, o ar mais denso e frio tende a descer, e o ar mais quente e menos denso tende a subir. Geralmente o ar mais próximo ao solo se aquece mais rapidamente, gerando um fluxo ascendente do ar mais aquecido, podendo ser eliminado por aberturas na cobertura do ambiente, permitindo a entrada de ar mais frio pelas laterais. Esse fluxo ascendente, resultante do aquecimento diferencial do ar, que ocasiona a ventilação é conhecido como efeito “termo-sifão” (Guiseline, 2002). A ventilação da estufa é fundamental, pois assegura uma taxa mínima de CO2 para as culturas, evita o excesso de umidade bem como o calor excessivo durante o dia (Berninger, 1989). No que se refere à renovação do ar no interior do ambiente protegido, a ventilação natural é um fator extremamente importante, pois com a renovação, o ar atua sobre a temperatura e umidade relativa, evitando o calor excessivo durante o dia e assegurando a taxa mínima de CO2 (Oliveira, 1997). A velocidade do vento no interior da estufa é estimada em 5% da verificada externamente (Farias et al., 1994). Isto pode se constituir em uma vantagem, à medida que melhora a eficiência de defensivos, pois diminui perdas, diminui o risco de danos mecânicos às plantas e de disseminação de esporos de fungos ou outros patógenos. No entanto os problemas relacionados com o vento no interior de ambientes protegidos estão quase sempre ligados à sua baixa velocidade. O que se tem buscado até então, são meios de melhorar o aproveitamento do vento, visando proporcionar uma renovação do ar mais eficiente nesses ambientes, a fim de se diminuir a temperatura e a umidade excessivas (Guiseline, 2002). A ventilação dos ambientes protegidos deve ser realizada nas horas em que a temperatura se eleva acima do limite ótimo de que necessitem as culturas. Portanto, as instalações devem possuir suficiente superfície de ventilação e seu mecanismo de abertura e fechamento deve ser rápido e fácil (Cermenõ, 1994). Martins & Gonzalez (1995), avaliando a capacidade de resfriamento de uma estufa plástica, através de sistemas de ventilação mecânica e umedecimento por nebulização, concluíram que os sistemas empregados não foram capazes de manter a temperatura do ar interno inferior a 30°C. Comparando quatro sistemas de ventilação e sua influência na distribuição de temperatura, Triki et al. (1984) observaram que a distribuição foi mais homogênea em ambientes protegidos onde a ventilação lateral foi combinada com a ventilação pelo teto. Kai et al (2000), avaliando o sistema de ventilação natural com o uso de janela zenital, verificaram que a ventilação proporcionada pela abertura da janela zenital promoveu valores mais reduzidos de temperatura do ar. 2.3 Nutrição Mineral Dentre os fatores de produção em hortaliças, a nutrição mineral é essencial para elevar a produtividade e melhorar a qualidade dos produtos colhidos (Haag et al., 1993; Yamada, 1995), além de exercer importantes funções no metabolismo vegetal, influenciando o crescimento e a produção das plantas (Zambolim & Ventura, 1993). A maioria das hortaliças necessita de quantidades relativamente grandes de nutrientes num período de tempo quase sempre muito curto, sendo por isso consideradas plantas exigentes em nutrientes. Por outro lado, pelo fato de geralmente ser colhida a planta inteira, ficando poucos restos da cultura no solo, elas também são consideradas altamente esgotantes para o solo. Assim, é obvia a importância da adubação para essas culturas (Ferreira et al., 1993). Para cultivo em estufa é necessário modificações no esquema de adubação e correção, para que as plantas possam se desenvolver fora da época normal, atingindo produções e preços mais elevados (Osaki, 1991). Manejar adequadamente a nutrição mineral das culturas protegidas consiste em manter uma concentração de nutrientes em torno das raízes a mais próxima possível daquela considerada ideal no decorrer de cada um dos estádios de desenvolvimento. Esse objetivo é atingido respeitando-se a proporção entre os diferentes nutrientes, a dosagem e a época de aplicação. Colocam-se, dessa forma, os nutrientes à disposição das raízes, evitando que elas tenham a necessidade de procurá-los (Andriolo, 1999). O maior rendimento e maior número de frutos por planta de pimentão “Ikeda”, foi obtido com o aumento de doses de nitrogênio. Este nutriente também promoveu efeito favorável sobre a produção de matéria seca de frutos (Olsen et al., 1993). Falcão & Junqueira (2002), avaliando diferentes fontes e formas de aplicação de fósforo via fertirrigação em pimentão sob cultivo protegido, obtiveram aumento na produtividade com o parcelamento do fósforo (40% de P aplicado antes do plantio e 60% via fertirrigação). Quanto ao potássio, Hochmuth et al. (1988), verificaram uma relação linear crescente, entre os níveis de potássio no solo e o peso de matéria seca da planta. Em geral, observou-se que o aumento de K, resultou em plantas maiores, porém não aumentou o peso ou o tamanho dos frutos. 2.3.1. O emprego do nitrogênio na cultura do pimentão Dos nutrientes essenciais às hortaliças, destaca-se o nitrogênio por desempenhar papel fundamental no crescimento e no rendimento dos produtos colhidos e deve ser aplicado em níveis compatíveis às exigências de cada cultura (Haag, 1993). O fornecimento de doses adequadas de nitrogênio favorece o crescimento vegetativo, expansão da área fotossinteticamente ativa e eleva o potencial produtivo da cultura (Filgueira, 2000), sua presença normalmente aumenta a absorção de K, resultando em aumento de produção, aumento do teor de proteínas e de aminoácidos solúveis. Por outro lado, quantidades excessivas desse elemento geralmente prolongam o período de crescimento, retardam a maturidade, provoca abortamento de flores, alongamento do ciclo vegetativo, maior sensibilidade a doenças e queda na produtividade (Malavolta, 1980; López, 1988; Silva, 1998), além disso o uso excessivo de fertilizantes nitrogenados aumenta o acúmulo de nitrato nos vegetais (Ricci, 1993), que convertido a nitrito, pode conduzir a formação de compostos cancerígenos (Zago et al., 1999). Alguns fatores como perdas por volatilização de amônia, denitrificação, escorrimento superficial e imobilização microbiana, induzem a baixa eficiência de uso do nitrogênio como fertilizante pelas culturas. Por sua vez, a utilização do nitrogênio como fertilizante pelas plantas pode ser maximizada, direcionando-se o adubo para a região mais ativa do sistema radicular, aplicando-se o fertilizante no estádio fisiológico da cultura de maior demanda pelo nutriente, aliando condições adequadas de regime hídrico e práticas de manejo (Olson & Kurtz, 1982). A exigência de alta disponibilidade de nitrogênio pelas hortaliças é uma das condições responsáveis pela utilização de altas doses de fertilizantes nitrogenados ao longo do ciclo de cultivo (Zago et al., 1999). Portanto o manejo adequado do nitrogênio é essencial para maximizar a produção e minimizar custos e degradação. A adição de adubos nitrogenados constitui uma fonte rápida e segura de fornecimento de nitrogênio às culturas, sendo as formas minerais facilmente solúveis em água e apresentam alto teor deste elemento. A uréia é a fonte que apresenta a maior concentração deste nutriente (45%). No solo ela é hidrolizada pela ação de enzimas (urease), transformando-se em amônio, que é facilmente absorvida pelas raízes. É o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil e responde por 63% da demanda por fertilizantes nitrogenados no país (Coutinho et al., 1993). O nitrogênio estimula a formação e o desenvolvimento de gemas frutíferas, assim como a vegetação, porque faz parte da constituição de enzimas, coenzimas, vitaminas e proteínas que participam da absorção iônica, fotossíntese, respiração, multiplicação e diferenciação celular (Malavolta et al., 1997). A exigência das culturas em nitrogênio não se distribui igualmente durante todo ciclo de vida e acompanha em geral a acumulação de matéria seca: nos primeiros estádios é muito pequena; em seguida aumenta, diminuindo novamente depois do florescimento. Daí resulta a freqüente necessidade de se parcelar os adubos nitrogenados a fim de se garantir o maior aproveitamento (Malavolta & Neptune, 1983). O parcelamento da adubação de acordo com as necessidades da cultura e em função das características do solo é, sem dúvida, uma das práticas de manejo mais recomendadas para aumentar a eficiência dos fertilizantes nitrogenados (Ferreira et al., 1993). No pimentão, a deficiência de nitrogênio, ocasiona redução no crescimento das plantas, com folhas menores e mais estreitas, amarelecimento das folhas mais novas, redução no número de frutos e sistema radicular (Miller, 1961). Silva et al. (2000) analisaram o efeito de diversas fontes de nitrogênio aplicadas por fertirrigação na cultura do pimentão, verificaram que não houve efeito significativo para produtividade, peso médio, comprimento e diâmetro dos frutos. Estudando lâminas de irrigação e doses de nitrogênio na cultura do pimentão, Carvalho et al. (2001) obtiveram maior produtividade quando utilizaram as maiores lâminas e as maiores doses. No entanto, as maiores doses de nitrogênio conferiram uma maior sensibilidade à cultura ao déficit hídrico. Vários outros autores também verificaram que o nitrogênio, quando aplicado na quantidade adequada, ocasionou um aumento na produtividade e no número de frutos de pimentão ( Oliveira et. al, 1999; Villas Boas et al., 2000). Avaliando o rendimento e a qualidade de frutos de pimentão cultivado em ambiente protegido em função do nitrogênio e potássio aplicados em cobertura, Silva et. al (1999a), observaram que a adubação aumentou a produção de matéria seca das plantas, entretanto, não influenciou a produtividade, peso médio, comprimento e diâmetro dos frutos. Resultados semelhantes foram obtidos por Johnson & Decoteau (1996), que observaram um maior crescimento das plantas de pimentão em solução nutritiva contendo N e K. Em adubação convencional do pimentão, Locascio et al. (1981), não encontraram diferença no peso médio dos frutos, porém, a qualidade comercial e a produtividade foram influenciadas pela interação entre fontes, doses e parcelamento de nitrogênio. No entanto, Neary et al. (1995) verificaram aumento na produção total, comercial e peso médio de frutos de pimentão com o aumento das doses de N. 2.4. A Fertirrigação A prática de irrigação tem alcançado, nas últimas décadas, consideráveis avanços no aprimoramento de métodos de irrigação e na melhor utilização do equipamento, que até então, era apenas empregado para aplicação de água. Hoje, no entanto, sabe-se que o sistema de irrigação é um excelente condutor e distribuidor de qualquer produto químico ou orgânico e quando o produto aplicado é fertilizante, a técnica é denominada de fertirrigação (Villas Boas, 2003). A fertirrigação estuda o fornecimento dos nutrientes necessários ao crescimento, desenvolvimento e produção das plantas via água de irrigação (Cavalcante et al., 2003). No Brasil a fertirrigação foi introduzida no início da década de 80 (Villas Boas et al., 1994). Naquela época esta prática já fazia parte do processo produtivo nos Estados Unidos da América, França, Espanha, Inglaterra, entre outros países. Para Nannetti et al. (2000), a fertirrigação tem se firmado como técnica no Brasil apenas nos últimos anos e, mesmo assim seu uso, comparado com seu potencial, pode ser considerado incipiente. Já Sousa (2003) enfatiza um grande crescimento da fertirrigação nos últimos cinco anos em todo território nacional, tanto no cultivo em áreas produtoras, em frutíferas e olerícolas, como em ambiente protegido. A principal vantagem da fertirrigação é o aumento na eficiência de utilização dos fertilizantes, uma vez que estes podem ser aplicados quase diariamente e em pequenas quantidades, reduzindo as perdas por lixiviação, principalmente no caso do nitrogênio, o que permite reduzir a quantidade aplicada ao longo do ciclo da cultura, e o aumento da produtividade. Existem, ainda, diversas outras vantagens, como a facilidade de incorporação dos fertilizantes, redução da compactação do solo e danos mecânicos às culturas (Manejo..., 2004). Dos riscos ou desvantagens pode-se enumerar: falta de recomendações apropriadas; disponibilidade de produtos específicos, pois não é uma prática comum a todos os fertilizantes, apenas os mais solúveis e com poucas impurezas; não permite o uso de emissores com pequena abertura dos orifícios e se praticada de forma inadequada poderá trazer conseqüências ao meio ambiente, entre elas, a salinização das áreas irrigadas (Sousa & Souza, 1993; Pizarro, 1996; Ayres & Westcot, 1999; Papadopoulos, 2001). Lopez (2000) afirma que a fertirrigação bem planejada possibilita o uso mais eficiente da água e dos nutrientes por ela carreados, proporcionando assim a redução no acúmulo de sais no solo e de desequilíbrios hídricos e nutricionais. Um dos aspectos a ser considerado na fertirrigação é que determinados sistemas de irrigação são mais eficientes na aplicação de água, como é o caso do gotejamento e microaspersão, o que torna, também, mais eficiente o aproveitamento pelas plantas dos nutrientes aplicados (Villas Boas, 2003). A fertirrigação, via gotejamento ou microaspersão é a forma que mais se aproxima do ritmo de absorção de água e de nutrientes pela planta (Villas Boas et al. 2000). Este sistema permite fornecer as plantas os nutrientes nos momentos que estas necessitam, na proporção e nas quantidades específicas que requerem nas diferentes etapas de crescimento vegetativo (Papadopoulos, 1993). Muito embora existam poucos trabalhos de pesquisa publicados no Brasil com fertirrigação de hortaliças, esta prática é bastante difundida principalmente entre horticultores que utilizam a irrigação por gotejamento. Estes fazem uso de fórmulas e procedimentos desenvolvidos por consultores, e firmas de fertilizantes ou produtos agrícolas que muitas vezes não atendem às necessidades das culturas (Silva et al., 1999b). Para o adequado desenvolvimento da planta e produtividade satisfatória é essencial a reposição de nutrientes, na quantidade ideal e momento oportuno (Nannetti et al., 2000). Marcussi & Villas Boas (2003) determinaram a eficiência de aproveitamento de nitrogênio e potássio pelo pimentão, sob condições de cultivo protegido e fertirrigação e verificaram produção máxima na dose de 50% a mais que a determinada na curva de acúmulo de nutrientes, com uma eficiência de aproveitamento em torno de 68%. Doses de nitrogênio foram aplicadas de forma sólida e via fertirrigação em pimentão, híbrido “Elisa”, com o objetivo de verificar o seu efeito sobre os teores de nutrientes na planta, dessa forma Villas Boas et al. (2002) concluíram que o nitrogênio aplicado via fertirrigação promoveu maiores quantidades de nutrientes na planta e com menores doses de adubo nitrogenado em comparação a adubação convencional. Zanini et al. (1995) encontraram peso e tamanho dos frutos maiores na fertirrigação, quando analisaram o efeito da freqüência de aplicação de nitrogênio e potássio na cultura do pimentão. Resultados divergentes foram obtidos por Leite Júnior (2001), avaliando os efeitos de doses de N e K aplicadas em pimentão via fertirrigação e adubação convencional, onde afirma que tanto a produtividade total quanto a comercial foram semelhantes nas formas de adubação e doses aplicadas. 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Localização e caracterização da área O trabalho foi conduzido nos meses de fevereiro a junho de 2004, em área experimental localizada na Fazenda Chã de Jardim do Centro de Ciências Agrárias-UFPB, município de Areia-PB, na Microrregião do Brejo Paraibano a 60 58' 12'' de Latitude Sul e 350 42' 15'' de Longitude Oeste de Greenwinch, com altitude de aproximadamente 575m (Gondim & Fernandez, 1980). O clima regional segundo a classificação de Gaussem, é do tipo AS, quente e úmido, com chuvas de outono-inverno e precipitação pluviométrica média anual em torno de 1400mm. A temperatura média anual oscila entre 23 a 240C, com variações médias mensais mínimas (Brasil, 1972). 3.2. Definição do experimento 3.2.1. Delineamento experimental Foi adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, com 5 tratamentos (0, 100, 200, 300 e 400kg ha-1 de N), em quatro repetições. 3.2.2. Parcela experimental Em cada parcela experimental constituída por 5,04m2 (2,40 x 2,10m), foram distribuídos dois pares de linhas paralelas com 2,40m de comprimento cada. As mudas do pimentão foram transplantadas alternadamente, em um total de 18 plantas por parcela, distanciadas entre si de 50cm, sendo o espaço entre cada par de linhas de 80cm (Figura 1). 0,5 0,8m 2,1m m 0,5 m 2,4m 0,5m Figura 1. Croqui da parcela experimental. 3.2.3. Caracterização da estufa Foi utilizada uma estufa plástica, em arco, mourões de aço, largura máxima de 7,00m, comprimento máximo 27,00m, altura na lateral livre 3,00m + tirantes laterais, altura no topo 4,80m e espaçamento entre arcos 3,00m, medindo 189m2, coberta com filme plástico de 120 micras e fechamento lateral com tela para sombreamento de 30%, plástico para “saia”, com 40cm de altura, e cortinas móveis manuais para laterais e fundo (Figura 2). A- Distribuição do sistema de irrigação B- Transplantio C- Cultura estabelecida D- Cultura vista de perto Figura 2. Vista interna da estufa. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 3.2.4. Medição da temperatura e umidade relativa do ar Foram instalados dois termohigrômetros no início e no final da estufa, distantes 4,0m um do outro, a uma altura de 1,5m do solo, sendo as anotações feitas a cada 2 (duas) horas (Figura 3). Figura 3. Termohigrômetro instalado no interior da estufa. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 3.2.5. Caracterização do solo Para caracterização física e química foram coletadas amostras de solo da área experimental, na camada de 0-20cm, e posteriormente conduzidas ao Laboratório de Solos e Engenharia Rural do CCA/UFPB onde foram realizadas as análises. O solo utilizado, classificado como Neossolo Regolítico Psamitico Típico (Embrapa, 1999), com textura areia franca, tem suas características químicas apresentadas na tabela 1 e as físicas na tabela 2: Tabela 1. Características químicas do solo da área experimental, AreiaPB, CCA-UFPB, 2005. Prof. pH (m) H 2O (1:2.5) 0-0,20 6,2 P K+ Na+ H++Al+3 Al+3 Ca+2 Mg+2 SB CTC ......mg/dm3.... ..........................cmol/dm3......................... 184,43 26,10 0,07 0,25 0,00 2,65 1,50 M.O g/dm3 4,29 4,54 5,28 Fonte: Laboratório de Solos e Engenharia Rural do CCA-UFPB. Prof.: Profundidade Tabela 2. Características físicas do solo da área experimental, Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Areia Grossa Fina 2-0,2 0,2-0,05 mm mm Silte Argila 0,05-0,002 <0,002 235 Grau de flocul. Densid. Densidade Porosid. do solo de partícula total Umidade MPa 0,01 0,033 Água disponív. 1,50 ..........mm......... ......................g/kg...................... 616 Argila disp. 119 Classe textural: 30 g/kg g/kg g/cm3 g/cm3 m3/m3 25 167 1,53 2,74 0,44 Areia Franca Fonte: Laboratório de Solos e Engenharia Rural do CCA-UFPB. g/kg 99 - g/kg 30 69 3.2.6. Adubação em cobertura Quando da preparação das parcelas foi feita uma adubação em fundação com esterco bovino, na quantidade de 20t/ha-1, incorporado ao solo 10 dias antes do transplantio, de acordo com a recomendação laboratorial. Os resultados da análise química do esterco encontram-se na tabela 3. Tabela 3. Características químicas do esterco bovino utilizado no experimento. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. N P K -------------------------------g kg-1--------------------------------14,53 4,52 15,86 Fonte: Laboratório de Solos e Engenharia Rural do CCA-UFPB. 3.2.7. Fertirrigação As doses de nitrogênio segundo os tratamentos (0, 100, 200, 300 e 400kg ha-1), foram aplicadas via fertirrigação (Figura 4), e parceladas em sete aplicações a cada 10 dias, a partir do dia 20/02/2004. O potássio recomendado (120kg ha-1) foi aplicado simultaneamente com o nitrogênio, também via fertirrigação e em todos os tratamentos, inclusive na testemunha. Não foi utilizado fósforo, devido a quantidade presente no solo ser de nível elevado, visto que a área vinha sendo cultivada com outras hortaliças. Figura 4. Sistema de fertirrigação. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 3.2.8. Transplantio A variedade utilizada foi a All Big pertencente ao grupo conhecido como Cascadura, muito cultivada na região do Brejo Paraibano. As mudas foram transplantadas no dia 13 de fevereiro de 2004. 3.2.9. Tutoramento Foi realizado tutoramento para sustentação das plantas (Figura 5). Figura 5. Tutoramento das plantas. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 3.2.10. Irrigação O sistema de irrigação foi por gotejamento, sendo cada fileira de planta irrigada com uma tubulação de distribuição contendo um gotejador por planta com vazão média de 4,0L.h-1. O cálculo da lâmina de irrigação e o turno de rega, foi feito com base na disponibilidade de água do solo. O turno de rega foi de 1 (um) dia com tempo de irrigação de 25 minutos. A dosagem de fertilizante aplicada foi 64g, 128g, 192g e 256g de uréia por aplicação, para as doses de 100, 200, 300 e 400 kg ha-1 de N, respectivamente. 3.2.11. Qualidade da água de irrigação A água utilizada foi procedente de um poço Amazonas, cujos níveis de elementos químicos foram previamente analisados e encontram-se na tabela 4. Tabela 4. Características químicas da água utilizada para irrigação da área experimental. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. pH Ca++ Mg++ Na+ K+ CO32- HCO3- Cl- SO4-2 C.E. PTS Classificação 1,06 C1S1 RAS .....................................................mmolc L-1.......................mS cm-1 a 250C 6,3 1,50 0,70 1,66 0,14 0,00 4,80 1,50 0,05 0,38 1,58 Fonte: Laboratório de Solos e Engenharia Rural do CCA-UFPB. 3.2.12. Capinas Durante o ciclo da cultura foram feitas quatro capinas manuais para eliminar ervas daninhas. 3.2.13. Controle fitossanitário Nos tratos fitossanitários, aplicou-se inseticida e fungicida para controlar pulgão (Aphis spp.) e Cercosporiose (Cercospora melangena). 3.2.14. Classificação dos frutos Os frutos foram classificados pelo tamanho de acordo com as normas vigentes no Ministério da Agricultura (Brasil, 2001), da seguinte forma: comerciais (comprimento ≥ 60 mm e diâmetro ≥ 40 mm) e não comerciais (comprimento < 60 mm e diâmetro < 40 mm ou algum defeito grave tais como: frutos murchos, deteriorados, mal formados, com danos por doenças, pragas ou mecânicos). 3.3. Avaliação do crescimento vegetativo 3.3.1. Altura de plantas A altura das plantas foi determinada aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio, e obtida através da medição a partir do nível do solo até o ápice da planta, em quatro plantas previamente marcadas na parcela. 3.3.2. Número de folhas por planta A contagem do número de folhas foi feita durante o período de determinação da altura, e nas mesmas plantas. 3.3.3. Área foliar Durante o período de observação da altura de plantas, foi determinada a área foliar, utilizando-se a equação AF= K x L x c, onde AF representa a área foliar; L, a largura da folha; C, o comprimento da folha e K, o coeficiente de correlação de valor 0,60, recomendado por Tivelli et al. (1997). 3.3.4. Índice de área foliar Foi determinado, dividindo-se a área foliar pela área de solo ocupada pelas plantas, sendo o resultado expresso em cm2.cm2. 3.4. Avaliação do desenvolvimento reprodutivo 3.4.1. Início da floração e da frutificação Para o início da floração foi considerado o número de dias, a partir do transplantio, necessários para antese das flores e o início da frutificação, quando os frutos atingiram aproximadamente 2cm. 3.5. Rendimento e seus componentes 3.5.1. Comprimento e diâmetro dos frutos O comprimento foi obtido medindo-se o fruto do ápice à base e o diâmetro através de sua circunferência, medida na região central, utilizando-se um paquímetro digital. 3.5.2. Peso médio dos frutos Foi obtido através da pesagem dos frutos colhidos em cada tratamento, dividido pelo número total de frutos do tratamento. 3.5.3. Número de frutos por planta (total, comercial e nãocomercial) O número de frutos por planta correspondeu ao número total de frutos dividido pelo número de plantas de cada tratamento. 3.5.4. Rendimento de frutos (total, comercial e não-comercial) O rendimento correspondeu à produção total de frutos de cada tratamento, e os dados expressos em Mg ha-1. 3.6. Graus-dias acumulados Para o cálculo de graus-dias acumulados (GDA) foram utilizadas a temperatura mínima (Tm) e temperatura máxima (TM), registradas durante os estádios de desenvolvimento da cultura. Utilizou-se o método de Ometto (TM − Tm) + (Tm + Tb ) , 2 (1981) sendo Tb pela a seguinte temperatura equação: basal GD= mínima de crescimento. Utilizou-se como temperatura basal mínima 10°C (Goto & Tivelli, 1998). 3.7. Análise estatística dos dados Os resultados foram submetidos à análise de variância (pelo teste F a 5% de probabilidade) e de regressão, utilizando-se como suporte o Software SISVAR (Sistema para Análises Estatísticas) desenvolvido pela Universidade Federal de Lavras. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Temperatura e umidade relativa do ar no interior da estufa As variações de temperatura e umidade relativa do ar, observadas dentro e fora da estufa durante a condução do experimento, são apresentadas na figura 2. A temperatura do ar no interior da estufa (Figura 2A), ao longo do período avaliado, foi superior à do ambiente externo (Figura 2C) concordando com Farias et al. (1993) e Folegatti et al. (1997). TMIN A TMÉD TMÁX 40 40 35 35 Temperatura (°C) Temperatura (°C) TMÁX 30 25 20 15 44 (T) 54 64 74 84 94 114 124 134 144 MIN. C TMÉD 30 25 20 15 154 44 54 64 74 84 Tempo (DJ) FeF MÁX. 94 104 114 124 134 144 154 Tempo (DJ) B MÉD. 09:00 100 100 90 90 80 80 Umidade (%) Umidade (%) 104 TMIN 70 60 50 40 15:00 D 21:00 70 60 50 40 30 44 54 64 74 84 94 104 Tempo (DJ) 114 124 134 144 154 30 44 54 64 74 84 94 104 114 124 134 Tempo (DJ) Figura 2. Evolução da Temperatura e da umidade relativa do ar, dentro (A e B) e fora da estufa (C e D), expressa em valores máximos, mínimos e médios, medidas no período de 13/02/2004 a 07/06/2004. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 144 154 Verificou-se uma tendência de diminuição da temperatura à medida que se aproximava o período chuvoso. As temperaturas máximas, acima de 30°C, ocorreram com freqüência até aproximadamente os 90 dias Juliano (Anexo). Posteriormente, até o final da colheita aos 154 dias Juliano, essas temperaturas situaram-se próximas ou inferiores a 30°C e as mínimas não inferiores a 20°C (Figura 2A). A temperatura média oscilou entre 25 a 30°C. A temperatura do ar é uma das principais variáveis climáticas condicionante do desenvolvimento vegetal, interferindo tanto na emissão de folhas quanto na mudança dos estádios fenológicos (Hermes et al., 2001). Segundo Filgueira (1982) as temperaturas decrescentes ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura são as ideais. Para Tivelli (1998) a ocorrência de temperaturas altas influencia negativamente a cultura do pimentão, especialmente na fase de floração. Segundo Sganzerla (1997) a temperatura ideal para a cultura deve estar entre 20 e 25°C. Outros autores como Pádua et al. (1984) e Pereira (1990) concordam que a temperatura do ar deva variar entre 16 e 30°C. As temperaturas máximas ocorreram no período compreendido entre 12:00 e 14:00h, coincidindo com a elevação da radiação solar neste horário, momento em que se observou que algumas folhas tinham aspecto de murchamento, mesmo não havendo déficit hídrico no solo, já que a irrigação era feita diariamente em todos os tratamentos e estes receberam a mesma lâmina de água. Após estes horários rapidamente havia o restabelecimento das plantas, ou seja, as folhas voltavam à condição de completa turgidez. Não se verificou murcha permanente em nenhuma planta. A perda de turgidez era momentânea e sem comprometimento físico da folha. Essa mesma situação foi observada por Marcussi & Villas Boas (2003), trabalhando com o híbrido Elisa, sob fertirrigação com o uso de N e K. Também Jadoski (2002), verificou que o potencial de água em folhas de pimentão, decresceu nesse mesmo horário, recuperando-se no final da tarde, atribuindo esse fato ao aumento da transpiração, sugerindo que plantas de pimentão cultivadas em condições de ambiente protegido, são submetidas a um certo grau de estresse hídrico, no período entre 12:00 e 14:00h, quando a temperatura do ar e a radiação solar são mais elevadas, e mesmo o solo estando próximo a sua capacidade de campo a planta tem necessidade de regular o mecanismo estomático pela dificuldade em suprir a demanda atmosférica. É importante ressaltar que na ausência de chuvas, as partes laterais da estufa ficavam abertas para que ocorresse circulação de ar e não houvesse saturação de CO2. A umidade relativa (UR) média do ar (Figura 2B) ao longo do período experimental foi inferior a verificada no ambiente externo (Figura 2D). Isso se deve às diferenças de temperatura do ar entre os ambientes, onde verificou-se que a UR foi sempre maior no ambiente externo. Houve uma elevação gradativa da umidade no interior da estufa à medida que a temperatura diminuía. Os valores mínimos situaram-se em torno de 50% a 65%, elevando-se até aproximadamente 90% na fase inicial e final. Os valores médios observados no interior da estufa encontravam-se ligeiramente acima da faixa considerada como ideal para o desenvolvimento da cultura, que segundo Goto & Tivelli (1998) é de 50 a 70%. Essa elevação da umidade ocorreu sobretudo à noite. A amplitude de variação térmica ao longo do período avaliado, oscilou entre 7 a 10°C, faixa considerada ideal para a cultura segundo Goto & Tivelli (1998), sendo este um fator positivo para o crescimento e desenvolvimento das plantas, e como conseqüência para a produção. 4.2. CRESCIMENTO VEGETATIVO Os resumos das análises de variância e de regressão para todas as características avaliadas, encontram-se nos anexos de 1B a 1H. 4.2.1. Altura de plantas e número de folhas A evolução da altura de plantas ocorreu de forma lenta durante todo o período avaliado (Figura 3A), levando-se em torno de 46 dias para um aumento de aproximadamente 30cm. A altura foi maior em todos os tratamentos que receberam nitrogênio (P <0,05) (Anexo 1B) (Figura 3B), onde as plantas alcançaram em média 50cm de altura. Leite Júnior (2001), trabalhando com a mesma variedade em campo, observou que a altura das plantas não foi influenciada pelas doses de N e K. Normalmente as plantas de pimentão cultivadas em ambiente protegido alcançam alturas que podem chegar a até 1,25m (Sganzerla, 1997), porém a variedade All Big é uma planta de porte médio, com altura de 50 a 60cm (Wanderley Júnior et al., 2004) estando o resultado desse experimento de acordo com o padrão de crescimento da variedade. 0 100 200 300 400 A Altura de plantas (cm) 60 50 40 30 20 10 0 30 34 41 48 55 62 69 76 Tempo (dat) Altura de plantas (cm) 60 B y = 46,198 + 0,0237*x 2 R = 0,64 55 50 45 40 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Figura 3. Evolução da altura de plantas (A) e sua relação com as doses de nitrogênio (B), aplicadas via fertirrigação em plantas de pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. O nitrogênio estimula a formação de gemas floríferas e frutíferas, assim como estimula o crescimento vegetativo, porque faz parte da constituição de enzimas, coenzimas, vitaminas e proteínas que participam da absorção iônica, fotossíntese, respiração, multiplicação e diferenciação celular (Malavolta et al., 1997). Comumente, vários trabalhos com pimentão enfocam que em condições de ambiente protegido as plantas tem maior porte, ou seja, crescem mais em altura em relação ao campo aberto (Rodrigues, 2001; Jadoski, 2002; Silva, 2002; Frisina, 2002). Teodoro (1986) analisando a altura de plantas de pimentão, dentro e fora do ambiente protegido, encontraram alturas mais elevadas, em média, na condição de ambiente protegido. Resultados semelhantes foram observados por Faria Júnior (1997) e Santos et al. (1999) ao trabalharem com dois híbridos de pimentão, onde concluíram que, independente dos híbridos, a altura foi superior no ambiente protegido. Nas condições de manejo da cultura, adotada no experimento, onde não foram feitas podas, verificou-se um maior crescimento lateral das plantas, o que possivelmente refletiu na sua altura final. O número máximo de folhas por planta foi atingido aos 69 dias após o transplantio (DAT) (Figura 4A). Este foi influenciado pelas doses de nitrogênio (P <0,05) (Anexo 1C) até aos 34 DAT, e no final das avaliações, aos 76 DAT (Figura 4B). A partir dos 69 DAT o número de folhas caiu em todos os tratamentos, sendo que nos tratamentos com as maiores doses de nitrogênio a redução foi menor, permanecendo com maior número de folhas por um período maior. A senescência é um mecanismo de fundamental influência na produção final das culturas, pois reduz a área fotossinteticamente ativa da planta (Wolfe et al. 1988). 0 100 200 300 400 A 90 Número de folhas 75 60 45 30 15 0 30 34 41 48 55 62 69 76 Tempo (dat) 90 B Número de folhas 75 60 45 y = 64,225 + 0,0339x R2 = 0,73 30 15 0 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Figura 4. Evolução do número de folhas (A) e sua relação com as doses de nitrogênio (B), aplicadas via fertirrigação, em plantas de pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Bracy et al. (1995) encontraram resposta significativa em função de doses de nitrogênio sobre o número de folhas de pimentão. O número médio de folhas por planta obtido foi de 77 folhas, sendo portanto superior aos encontrados por Paes (2003) que foi de 71 folhas/planta, com adubação NPK e por Leite Júnior (2001) com variação entre os tratamentos de 38 a 60 folhas/planta em plantio realizado no inverno, ambos em condições de campo e com a mesma variedade. Este resultado deve está associado ao fato do nitrogênio influenciar positivamente o crescimento da planta, favorecendo inclusive o aumento do número de folhas (Malavolta, 1982; Resende et al, 2000). Além do efeito do nitrogênio, a maior temperatura observada na estufa durante o período experimental, deve ter induzido a planta a um aumento no número de folhas neste ambiente. Uma vez que, a temperatura exerce efeito significativo sobre a taxa de aparecimento de folhas em diversas espécies de plantas (Radin et al., 2004). Em ambiente protegido, Leonardo (2003) obteve média de 51 folhas para o híbrido Elisa, cultivado sob estresse salino. O número de folhas é considerado um dado importante em estudos agrometeorológicos, pois a arquitetura das plantas e os arranjos foliares são fatores que implicam em variações no balanço de radiação da cultura (Frisina, 2002). 4.2.2. Área foliar e índice de área foliar Observou-se um aumento da AF (Figura 5A) e do IAF (Figura 5B), dos 30 até os 69 DAT, com um comportamento, típico de curva de crescimento, ou seja, lento no início, intenso na fase intermediária e seguido de um decréscimo. A determinação da área foliar (AF) é de grande importância, visto que as folhas são as principais responsáveis pela captação da energia solar e pela produção de assimilados através da fotossíntese. O índice de área foliar (IAF) está associado à capacidade ou à velocidade com que a parte aérea da planta (área foliar), ocupa a área de solo disponível àquele vegetal (Ferri, 1979). Isso significa que as plantas precisam interceptar elevados níveis de radiação solar por unidade de área a fim de maximizar a produção de assimilados. 0 100 200 300 400 A 7000 6000 AF (cm2) 5000 4000 3000 2000 1000 0 30 34 41 48 55 62 69 76 Tempo (dat) 0 100 200 300 400 B 2,5 IAF (cm2.cm2) 2 1,5 1 0,5 0 30 34 41 48 55 62 69 76 Tempo (dat) Figura 5. Evolução da área foliar (A) e do índice de área foliar (B), de plantas de pimentão, variedade All Big, sob diferentes doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. Areia-PB, CCAUFPB, 2005. A área foliar máxima, atingida aos 69 DAT, aumentou com as doses de nitrogênio (P <0,05) (Anexo 1D) (Figura 6A). A equação obtida da relação entre as doses de nitrogênio e a área foliar, foi do tipo linear, com um valor de R2= 0,82. O maior valor de AF (5.170cm2) ocorreu na dose de 400kg ha-1. A partir dos 69 DAT observou-se um decréscimo, em decorrência da senescência das folhas. 7000 A y = 3243,8 + 4,55*x R2 = 0,82 6000 AF (cm2) 5000 4000 3000 2000 1000 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) 3 y = 1,2794 + 0,0018*x R2 = 0,80 IAF (cm2.cm2) 2,5 B 2 1,5 1 0,5 0 0 100 200 300 400 Doses de N (kg ha-1) Figura 6. Área foliar (A) e índice de área foliar (B) em função das doses de nitrogênio aplicadas via fertirrigação, em plantas de pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Segundo Ferri (1979), o nitrogênio, assim como a temperatura causa um aumento sobre a taxa de expansão foliar. A influência do nitrogênio no aumento da área foliar é importante por causar efeito positivo sobre o rendimento de frutos. Sob diferentes lâminas de água e cobertura do solo, Rodrigues (2001) obteve aos 180 DAT, área foliar variando de 2.252 a 3.364cm2 para o híbrido Zarco, cultivado também em estufa. Enquanto Frisina (2002), avaliando radiação global, difusa e fotossinteticamente ativa, obteve 7.800cm2 trabalhando com o híbrido Margarita e Leonardo (2003) encontrou valores que variaram de 829,5 a 915,5cm2 em função de diferentes níveis de condutividade elétrica, para o Zarco. As diferenças encontradas entre os valores obtidos neste experimento e nos experimentos dos referidos autores devem está associadas as características específicas de crescimento desses híbridos. Para o índice de área foliar, constatou-se que o mesmo foi influenciado pelas doses de nitrogênio (P <0,05) (Anexo 1E), durante todo o período de observação (Figura 6B). A dose máxima de nitrogênio (400kg ha-1) foi a que proporcionou maior valor de IAF (2,07cm2.cm2). Klar & Jadoski (2002), obtiveram valores de IAF para plantas de pimentão, cultivadas em casa de vegetação e com cobertura do solo por polietileno preto, variando entre 0,04 a 0,53cm2.cm2 em função do tempo. Enquanto Frisina (2002), obteve 3,25cm².cm-² de IAF com a mesma cultura. Estes resultados divergentes estão associados às especificidades de cada variedade, sistema de manejo da cultura, densidade e forma de plantio e condições climáticas. É sabido que para cada variedade há um IAF considerado ideal para maior produção da cultura. Assim, quanto menor o IAF, menor será a taxa de interceptação de radiação solar e como conseqüência menor a produção de assimilados. Por outro lado, com o IAF muito elevado, a assimilação líquida da cultura passa a diminuir, devido ao consumo de energia necessária para suprir as folhas que estão abaixo do ponto de compensação (Andriollo, 1999). Na figura 7, observa-se a quantidade de graus-dias acumulados requerido pela cultura para atingir o máximo de AF e IAF. 0 100 200 300 400 A 7000 6000 AF (cm2) 5000 4000 3000 2000 1000 0 580 658 794 933 1067 1201 1330 1463 GDA (°C) 0 100 200 300 400 B 2,5 IAF (cm2.cm2) 2 1,5 1 0,5 0 580 658 794 933 1067 1201 1330 1463 GDA (°C) Figura 7. Área foliar (A) e índice de área foliar (B) e sua relação com a quantidade de graus-dias acumulados, para diferentes doses de nitrogênio, em plantas de pimentão, variedade All Big. Cada ponto representa a média de quatro repetições. AreiaPB, CCA-UFPB, 2005. Nas condições em que foi desenvolvido o experimento, a variedade apresentou uma acumulação térmica de aproximadamente 1.330 graus-dias, para o período transplantio x estabelecimento das plantas até à área foliar máxima, que correspondeu para este ano, 69 DAT. O mesmo ocorrendo para IAF. A quantidade de graus-dias acumulados, permite avaliar o efeito da temperatura do ar sobre o desenvolvimento vegetal, e é definido como a soma de temperaturas acima da condição mínima e abaixo da máxima necessárias para a planta finalizar os diferentes subperíodos de desenvolvimento (Souza, 1990). O aumento da temperatura, até uma faixa ideal para a planta, comumente abrevia os estádios fenológicos da cultura. Pelo contrário, se a temperatura diminui, normalmente aumenta o seu ciclo. Com base nesse princípio ficam explicadas diferentes durações do ciclo de uma cultura, em dias, para cultivos em localidade com regimes de temperatura diferentes (Infeld & Silva, 1987). A planta desenvolve-se adequadamente dentro de um limite definido de temperatura, abaixo e acima do qual ela praticamente cessa o seu crescimento e desenvolvimento (Prela & Ribeiro, 2002). No caso do pimentão esse limite é de 10-35°C (Sganzerla, 1997; Goto & Tivelli, 1998), explicando assim a diminuição no ciclo da cultura devido ao fato de que no período experimental ocorreram temperaturas maiores do que a considerada limite mínimo. Sendo assim, em épocas com temperaturas mais amenas, a cultura necessitara de maior número de dias para completar os diferentes subperíodos de desenvolvimento, com isso aumentando o ciclo. Esta informação pode ser utilizada para planejar o cultivo, na tentativa de ajustar a colheita ao momento desejado, tendo em vista que a contabilização no ciclo de uma cultura é mais satisfatório por meio do GDA (Prela & Ribeiro, 2002). 4.3. DESENVOLVIMENTO 4.3.1. Floração e frutificação O período do desenvolvimento reprodutivo é expresso pela duração dos diferentes estádios que vão da antese ao início da senescência. Constatou-se que a dosagem de nitrogênio afetou o número de dias para floração e frutificação (Tabela 5). O aparecimento de flores nas plantas que receberam adubação nitrogenada, se deu aos 14 DAT, enquanto que nas plantas da testemunha, esse período foi de 18 DAT, o que sugere que a fertilização com nitrogênio induz as plantas a entrarem na fase de pré-antese mais cedo. A primeira colheita para os tratamentos com nitrogênio se deu aos 45 dias, nesse período, ainda não haviam frutos em condições de colheita no tratamento testemunha. No entanto, o efeito do nitrogênio foi o mesmo para as diferentes doses. Essa diferença entre a testemunha e os demais tratamentos, poderia ser atribuída somente ao nitrogênio, visto que as plantas foram irrigadas com a mesma lâmina de água e encontravam-se no mesmo ambiente de cultivo, portanto submetidas as mesmas temperaturas. No entanto, ao se comparar os dados obtidos neste experimento, com os de outros autores (Silva et al. 1999a; Frisina, 2002), também em ambiente protegido, verificou-se que a variedade foi mais precoce mesmo na testemunha, o que permite inferir que além do nitrogênio a temperatura atuou reduzindo o ciclo da cultura. Segundo Lamont Júnior (1993) a temperatura é um fator responsável pela precocidade na produção. Leite Júnior (2001) obteve colheitas mais tardias utilizando doses de N e K em condições não protegidas com a mesma variedade, sendo a primeira colheita realizada aos 67 DAT. Araújo (2005) na mesma área de cultivo, e a céu aberto, realizou a primeira colheita aos 57 DAT. Melo (1997), classificou como precoce os híbridos com aberturas de flores até 75 dias após a semeadura e tardio com abertura de flores após esse período. O mesmo híbrido ou variedade pode ser considerado precoce ou tardio dependendo das condições ambientais a que for submetido (Rodrigues, 2001). Dessa forma, considerando esta classificação e nas condições em que foi desenvolvido o experimento, a variedade estudada pode ser considerada precoce. Tabela 5. Evolução do ciclo fenológico, do pimentão, variedade “All Big” cultivado em estufa sob diferentes doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Estádio fenológico Trat. 0 Flor. Frutificação (número de colheitas) 1 2 3 4 5 6 7 8 -----------------------------------dias----------------------------------18 52 59 66 76 88 101 115 - 100 14 45 52 59 66 76 88 101 115 200 14 45 52 59 66 76 88 101 115 300 14 45 52 59 66 76 88 101 115 400 14 45 52 59 66 76 88 101 115 4.4. RENDIMENTO E SEUS COMPONENTES 4.4.1. Comprimento, diâmetro e peso médio de frutos O comprimento de frutos não foi influenciado pelas doses de nitrogênio (P >0,05) (anexo 1F) (Figura 8A), já o diâmetro aumentou (P<0,01) (Anexo 1F) à medida que foram maiores essas doses (Figura 8B). Resultado semelhante foi encontrado por Paes (2003), onde a aplicação de NPK influenciou o diâmetro e não o comprimento de frutos. Enquanto Sing & Srivastava (1988), Singh et al. (1988) e Goyal et al. (1989) relatam o efeito positivo do N para todas estas características. Marcussi & Villas Boas (2003), sugerem que esses parâmetros qualitativos não são bons indicadores das diferenças de nutrientes aplicados em pimentão, visto que os frutos são os mais importantes drenos da planta, indicando que o mesmo não pode ser considerado um adequado indicativo do estado nutricional da planta. Confirmando os resultados encontrados por Silva et al. (1999a), Silva et al. (2000) e Leite Júnior (2001). Embora não tenha havido efeito do nitrogênio sobre o comprimento dos frutos, os valores obtidos estão dentro da média padrão (8-13cm) para essa variedade (Detalhe..., 2004). Comprimento de frutos (mm) 90 A Y= 82,18 85 80 75 70 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Diâmetro de frutos (mm) 61 B y = 56,467 + 0,0092**x 2 R = 0,67 60 59 58 57 56 55 54 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Peso médio de frutos (g) 90 y = 76,174 + 0,0307**x R2 = 0,75 C 80 70 60 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Figura 8. Comprimento (A), diâmetro (B) e peso médio de frutos (C) de pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. O peso médio de frutos do pimentão aumentou com as doses de nitrogênio (P <0,01) (Anexo 1F) (Figura 8C). Tendo a equação de regressão se ajustado a um modelo linear, com um valor de R2= 0,75. O maior peso médio de frutos (90g), foi obtido na dose de 400kg ha-1 de nitrogênio. Sing & Srivastava (1988), Zanini et al. (1995) e Marcussi & Villas Boas (2003), demonstraram o efeito benéfico do nitrogênio sobre esta característica. Segundo Silva (1998) o nitrogênio promove o desenvolvimento mais uniforme e melhor qualidade dos frutos. O efeito favorável do nitrogênio no aumento do peso dos frutos de pimentão, foi relatado por Olsen et al. (1993), em condições de baixa precipitação. Estes resultados podem estar relacionados também à forma de aplicação do N, ou seja, ao uso da fertirrigação, onde os nutrientes são aplicados em dosagens e tempo apropriado para o específico estágio de desenvolvimento das plantas (Villas Boas, 2003), o que pode ser confirmado na literatura, onde há trabalhos que demonstram melhores resultados da fertirrigação em relação à adubação convencional para estas características (Villas Boas et al., 2000; Leite Júnior, 2001). Trabalhando com nitrogênio aplicado apenas de forma convencional, Locascio et al. (1981) e Silva et al. (1999a), não encontraram diferença no peso médio de frutos. 4.4.2. Número de frutos por planta Como um importante componente de produção, o número de frutos por planta tem influência sobre o rendimento da cultura. O número total e comercial de frutos, aumentou em função das doses de nitrogênio (P <0,01) (Anexo 1G). De forma contrária, o número de frutos por planta não-comercial diminuiu (P <0,01) (Anexo 1G), a partir da dose de 200 kg ha-1 de nitrogênio, com o aumento dessas doses (Figura 9). A formação máxima de frutos/planta foi de 15,27, para frutos total e 12,80 para comercial, observada na dose máxima de nitrogênio, enquanto que na testemunha esses valores foram de 6,2 e 5,2, respectivamente. Marcussi & Villas Boas (2003), avaliando a eficiência de aproveitamento de N e K pelo pimentão, sob fertirrigação, obtiveram uma média de 13 frutos/planta em cultivo protegido. Em cultivo de campo aberto, nas condições do Brejo Paraibano, Souza (1992) obteve média de 9,9 frutos total/planta, Oliveira (1997) de 6,25, Barbosa (2001) de 5,07, Leite Júnior (2001) de 7,50 e Paes (2003) de 9,0 frutos/planta. O número de frutos não-comercial ajustou-se a um modelo de regressão quadrático (Figura 9C), onde o número máximo de frutos (2,17 frutos) foi obtido na dose de 232,5kg ha-1 de nitrogênio. No tratamento com a maior dose de nitrogênio, o valor encontrado de 9,6% de frutos não-comerciais, encontra-se próximo ao verificado por Leonardo (2003). Foram considerados frutos descartados ou não-comerciais, aqueles com comprimento inferior a 60mm e diâmetro inferior a 40mm, de acordo com as normas do Ministério da agricultura, visto que não ocorreram frutos com defeitos graves como: mal formados, com danos mecânicos e por pragas ou doenças. Número de frutos total/planta 20 A y = 7,5175 + 0,0202**x R2 = 0,90 15 10 5 0 0 100 200 300 400 -1 Número de frutos comercias/planta Doses de N (kg ha ) 20 B y = 6,1415 + 0,0177**x R2 = 0,94 15 10 5 0 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Número de frutos nãocomerciais/planta 3 C y = 0,891 + 0,0073x - 1E-05**x2 R2 = 0,96 2,5 2 1,5 1 0,5 0 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Figura 9. Número de frutos total (A), comercial (B) e não comercial (C) de frutos de pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 4.4.3. Rendimento de frutos O rendimento de uma cultura está baseado fundamentalmente na conversão da radiação solar interceptada pelas folhas, em matéria seca, a qual é transformada em produção (Andriolo, 1999). O rendimento de frutos total (comercial + não-comercial), aumentou (P <0,01) (Anexo 1H) com as doses de nitrogênio aplicadas. Da mesma forma o rendimento comercial. Enquanto que o rendimento de frutos não-comercial diminuiu (P <0,01) (Anexo 1H) a partir da dose de 300kg ha-1 de nitrogênio (Figura 10). Rendimento total (Mg ha -1) 50 A y = 18,471 + 0,0686**x R2 = 0,95 40 30 20 10 0 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Rendimento comercial (Mg ha-1) 50 B y = 16,687 + 0,0611**x R2 = 0,94 40 30 20 10 0 0 100 200 300 400 -1 Rendimento não-comercial (Mg ha-1) Doses de N (kg ha ) 5 C y = 1,4253 + 0,0182x - 3E-05**x2 R2 = 0,95 4 3 2 1 0 0 100 200 300 400 -1 Doses de N (kg ha ) Figura 10. Rendimento total (A), comercial (B) e não-comercial (C) de frutos de pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigacão. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Do transplantio até a última colheita transcorreram-se 115 dias, sendo realizadas oito colheitas nos tratamentos com nitrogênio e sete na testemunha. Leite Júnior (2001) trabalhando com a mesma variedade, em condições de campo, obteve um total de cinco colheitas e Araújo (2005) seis colheitas. Essa diferença entre o número de colheitas obtidas neste experimento e o obtido pelos referidos autores, deve estar associada a duração dos estádios fenológicos da cultura, que foi maior na estufa. A maior duração dos estádios fenológicos neste experimento, certamente foi uma condição favorável para se obter maior produção. É importante salientar que além do microclima desses ambientes serem distintos, as condições climáticas são peculiares a cada ano. O rendimento máximo de frutos nos tratamentos com nitrogênio foi obtido aos 88 DAT. Para a testemunha, esse rendimento ocorreu aos 76 DAT com redução expressiva nas colheitas seguintes, verificando-se que as plantas sem nitrogênio, produzem inicialmente, porém com o passar do tempo e com o aumento da necessidade desse nutriente, essa produção torna-se cada vez menor. A diminuição do rendimento verificado precocemente na testemunha, provavelmente esteja relacionado à taxa de senescência das folhas, uma vez que foi maior neste tratamento, pois o aumento da senescência causa limitação no rendimento das culturas (Wollschleger & Oosterhuis, 1992; Carlesso, 1993) e sua intensidade depende da quantidade de nitrogênio no solo, das reservas de nitrogênio na planta e da demanda pelos pontos de crescimento (Wolfe et al., 1988). O rendimento total (Figura 10A), obtido com as doses de nitrogênio foi de 29,19Mg ha-1 para a dose de 100kg ha-1, 33,06 para a dose 200, 38,45 para a dose 300 e 44,93 para a dose 400. No município de Areia-PB, Sousa (1992) e Leite Júnior (2001) trabalhando com a mesma variedade, em condições de campo, obtiveram rendimento entre 4,65 e 18,4Mg ha-1. Já Oliveira, (1997) e Paes (2003), na mesma área em que foi desenvolvido este experimento e também em condições de campo, obtiveram de 1,5 a 24,6Mg ha-1 de frutos, demonstrando que mesmo na menor dosagem, o nitrogênio proporcionou rendimento maior do que os obtidos por estes autores, nas condições em que foi desenvolvido o experimento. O maior rendimento comercial (Figura 10B), 40,16Mg ha-1, o que representa 89,4% da produção total, foi obtida na dose de 400kg ha-1 de N. O incremento entre a testemunha (0kg ha-1 de N) e a dose de 400kg ha-1, foi de aproximadamente 200%. Batal & Smittle (1981), enfatizam a importância da adubação nitrogenada no pimentão, onde obtiveram rendimento de 26,4Mg ha-1 com a dose de 224kg ha-1 de N. O fornecimento adequado de N, aliado a outros fatores, expande à área fotossintética, assegura o desenvolvimento das plantas pelo crescimento vegetativo, e eleva o potencial produtivo das culturas (Filgueira, 2000). Silva et al. (1999a) estudaram o rendimento de frutos de pimentão em ambiente protegido em função de nitrogênio e potássio aplicados em cobertura e verificaram que a produção de frutos não foi influenciada pela adubação nitrogenada. Por outro lado, Moreno et al. (1996), obtiveram um máximo rendimento de frutos total e comercial, com doses maiores de nitrogênio. O rendimento de frutos não-comerciais ajustou-se a um modelo quadrático (P <0,01) (Anexo 1H) (Figura 10C). Pela equação de regressão, constatou-se que a dose de 303kg ha-1 de nitrogênio foi a responsável pelo maior rendimento de frutos não-comerciais, diminuindo na dose de 400kg ha-1. Como há uma relação diretamente proporcional entre a AF e o IAF com o rendimento da cultura, e como estes aumentaram com as doses de nitrogênio, se supõe que houve uma maximização na produção de assimilados, o que foi convertido em maior rendimento da cultura. Por outro lado a aplicação do nitrogênio via fertirrigação deve ter proporcionado maior aproveitamento do N aplicado, já que esse sistema de adubação tem como característica o aumento da eficiência dos fertilizantes, pois tem-se a possibilidade de repor os nutrientes na quantidade ideal e no momento oportuno (Nannetti et al., 2000). Na literatura vários trabalhos demonstram a maior eficiência da adubação via fertirrigação (Monteiro & Sousa, 2000; Fernandes et al., 2002; Villas Boas et al., 2002). Goyal et al. (1989) observaram maior rendimento quando o N foi aplicado na forma de uréia e via fertirrigação. Zanini et al. (1995) ao estudarem os efeitos da freqüência de aplicação de nitrogênio e potássio via fertirrigação no pimentão, variedade Magda, verificaram redução no tempo de florescimento, aumento na produtividade (12,7 a 24,5Mg ha-1) e maior qualidade dos frutos na fertirrigação em comparação com a adubação convencional. Na falta de recomendações de adubação para cultivo em ambiente protegido, são feitas adaptações da adubação realizada em campo aberto, sendo que na maioria das vezes são fornecidas quantidades de nutrientes além daquela exigida pela cultura. Neste sentido, esperava-se que a dose máxima de nitrogênio (400kg ha-1) conduzisse a um efeito depressivo na cultura, por ser uma dose além daquela recomendada com base na análise de laboratório. No entanto, esse fato não aconteceu já que o maior rendimento foi obtido com esta dose. Carvalho et al. (2001) obtiveram maior rendimento na cultura do pimentão, nos tratamentos com maiores lâminas de água e maiores doses de nitrogênio. Do ponto de vista quantitativo, entre as doses estudadas, a de 400kg ha-1 de nitrogênio é a mais indicada para estas condições, no entanto para melhor esclarecimento foi realizada uma análise econômica baseada no valor obtido com a venda do produto e os gastos com a fonte de nitrogênio. O preço do pimentão foi considerado a R$ 2,20kg e a uréia a R$ 1,38kg, totalizando R$ 98.845,00/ha obtido com a venda do pimentão e R$ 1.200,00/ha o valor total gasto com o fertilizante. Sem considerar outros fatores como despesas com a instalação do sistema (estufa e equipamento de irrigação) e manejo da cultura, a dose de 400kg ha-1 pode ser considerada a melhor dose, entre as estudadas, para estas condições de cultivo, visto que o maior rendimento foi obtido na mesma e os gastos com a quantidade do adubo não proporcionou grandes impactos sobre a receita final. Considerando-se as condições climáticas do Brejo Paraibano, o rendimento obtido e a expectativa de lucro do produtor, pode-se dizer que o cultivo em estufa é uma alternativa altamente viável para essa região, pois além de maior rendimento foi possível obter frutos de melhor qualidade, além da possibilidade de produção e comercialização em período de menor oferta do pimentão no mercado, como por exemplo na estação chuvosa. Como o experimento foi conduzido no inverno, a estufa possibilitou assegurar que não houvesse variação na disponibilidade de água do solo, o que não seria possível em condições de cultivo em campo aberto, já que as variações no armazenamento de água provenientes da chuva são muito maiores do que em condições de cultivo protegido, e como se sabe, a disponibilidade de água no solo tem influência direta sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas, podendo afetar o rendimento de forma favorável ou não. Também a temperatura e a umidade no interior da mesma encontravam-se na maior parte do tempo favoráveis ao desenvolvimento das plantas, principalmente no período noturno. Araújo (2005) ao conduzir trabalho com a mesma variedade, na mesma época e na mesma área, em condições de campo, verificou que as plantas apresentaram menor crescimento em tamanho (23 a 31cm), menor rendimento total (12,11 a 15,64Mg ha-1) e menor rendimento comercial (5,69 a 7,31 Mg ha-1), além de problemas fitossanitários. Estabelecendo uma relação na proporção de 1:1 entre o rendimento total e comercial de frutos (Figura 11A), com base no coeficiente angular da reta (y=0,90), muito próximo de 1 (um), fica claro que praticamente toda a produção foi de valor comercial. Mesmo considerados como não-comerciais, esses frutos apresentavam-se com excelente aspecto em termos de aparência e qualidade sanitária, tendo apenas comprimento e diâmetro fora dos padrões pré-estabelecidos. Rendimento comercial Rendimento não-comercial A 50 y = 0,8979x R2 = 0,99 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 Rendimento total 50 B 50 y = 0,0987x R2 = 0,81 40 30 20 10 0 0 10 20 30 40 50 Rendimento total Figura 11. Relação do rendimento total, com rendimento comercial e não-comercial de frutos de pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigacão. Cada ponto representa a média de quatro repetições. AreiaPB, CCA-UFPB, 2005. Na figura 12 observa-se a relação entre o rendimento de frutos e a quantidade de graus-dias acumulados (GDA) para o período transplantio-colheita. A acumulação térmica do pimentão para atingir a fase de maior rendimento foi de 1.668°C, ou seja, foram necessários 1.668 GDA para a cultura expressar o seu máximo rendimento. Isto indica que para anos diferentes, a cultura pode ter o seu ciclo aumentado ou diminuído, o que vai depender da ocorrência da temperatura, que ocasionará um maior ou menor acúmulo diário de graus-dias. Do transplantio até o final das colheitas o número de GDA foi de 2.155°C. Rendimento/colheita (Mg ha -1) 0 100 200 300 400 16 14 12 10 8 6 4 2 0 873 1011 1145 1330 1463 1668 1903 2155 GDA (°C) Figura 12. Rendimento total de pimentão, em cada colheita, em função da quantidade de graus-dias acumulados, sob diferentes doses de nitrogênio, aplicados via fertirrigação. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 4.4.4. Relação entre rendimento do pimentão e a área foliar e índice de área foliar A relação entre a área foliar e o rendimento da cultura pode ser observado na figura 13A. O maior rendimento foi verificado quando as plantas atingiram o máximo de área foliar, permitindo a afirmação de que o rendimento de frutos de pimentão depende diretamente do crescimento da área foliar da planta. O maior rendimento de frutos está associado ao fato das plantas com maior AF e portanto maior captação de luz, conseqüentemente terem uma maior produção de assimilados, o que será revertido em maior rendimento (Andriolo, 1999). Segundo Galvani et al. (2000) em ambiente protegido e em dias de céu limpo, as frações de irradiância difusa tendem a ser proporcionalmente maiores que em condições externas, devido à difusão pelo polietileno, possibilitando maior aproveitamento pela cultura, pelo fato de se propagar em todas as direções, não se limitando, portanto, às folhas superiores da cultura, aumentando a eficiência fotossintética por toda a superfície de área foliar, assim possibilitando um rendimento superior da cultura nesse ambiente de cultivo (estufa). Da mesma forma que o rendimento aumentou em função da área foliar este também cresceu com o índice de área foliar (Figura 13B). Como se obteve um bom rendimento de frutos e, sendo sua relação com o índice de área foliar diretamente proporcional, é de se considerar que o IAF foi satisfatório para as condições deste experimento, nesse caso a densidade de plantas usada foi adequada. D0 D 100 D 200 D 300 D 400 A Rendimento (Mg ha -1) 50 45 y = 24,25 - 0,0136x R2 = 0,93 40 35 30 25 20 15 10 2200 2700 3200 3700 4200 4700 5200 5700 2 AF (cm ) D0 D 100 D 200 D 300 D 400 1,8 2 B Rendimento (Mg ha-1) 60 y = 21,938 - 32,934x 2 R = 0,90 50 40 30 20 10 0 1 1,2 1,4 1,6 2 2,2 2,4 2 IAF (cm .cm ) Figura 13. Relação entre o rendimento e a área foliar e índice de área foliar do pimentão, variedade All Big, em função das doses de nitrogênio, aplicadas via fertirrigação. Cada ponto representa a média de quatro repetições. As barras indicam o desvio padrão da média. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. 5. CONCLUSÕES 1. A amplitude de variação térmica entre a temperatura mínima e a máxima, no interior da estufa ao longo do ciclo da cultura, foi de 7 a 10°C; 2. O crescimento vegetativo, expresso em termos de altura de plantas, área foliar, índice de área foliar e número de folhas, aumentou com as doses de nitrogênio; 3. Para o pimentão, variedade All Big, alcançar a área foliar e índice de área foliar máximo, foram necessários 1.333 graus-dias acumulados, o que correspondeu, neste ano (2004), aos 69 dias após o transplantio, independente da dose de nitrogênio utilizada; 4. As plantas adubadas com nitrogênio tiveram seus estádios de floração e frutificação antecipados; 5. A relação entre a área foliar e o índice de área foliar com o rendimento de frutos foi do tipo linear; 6. Com exceção do comprimento, todas as características do fruto estudadas (diâmetro, peso médio e número de frutos), foram influenciadas positivamente pelas doses de nitrogênio. 7. Entre as doses de nitrogênio estudadas a que proporcionou maior área foliar, índice de área foliar e rendimento máximo de frutos de melhor qualidade, em condições de estufa, foi a de 400kg ha-1 de N; 8. A quantidade de graus-dias acumulados para se obter o rendimento máximo de pimentão foi de 1.668, e para que completasse todo seu ciclo fenológico foi de 2.155. 6. SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS 1. Aumentar o parcelamento de doses de nitrogênio, de modo que a sua disponibilidade para a planta seja mais equilibrada durante todo o ciclo fenológico da cultura; 2. Estudar dosagens de nitrogênio superiores às desta pesquisa, em função de diferentes lâminas de água ou estratégias de irrigação, relacionando com a eficiência de uso da água e do nitrogênio; 3. Utilizar estufas com lanternim zenital, para saída do ar quente, pois possibilitaria melhor controle da temperatura nestas condições climáticas; 4. Realizar uma análise da qualidade pós-colheita dos frutos de pimentão produzidos na estufa, pois percebeu-se que os mesmos se mantinham em boas condições na geladeira por um tempo maior do que os frutos produzidos em campo aberto. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACKERLY, D. D.; BAZZAZ, F. A. Seedling crown orientation and interception of difuse radiation in tropical forest gaps. Ecology, v. 76, p. 1134-46, 1995. AL-JAMAL, K. Greenhouse cooling in hot countries. Energy, v. 19, n. 11, p. 1187-92, 1994. ALVALÁ, R. C. dos S.; SILVA, F. W. C. Relação entre a radiação fotossinteticamente ativa e irradiância de onda curta em área de policultivo na Amazônia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 11, 2000, Rio de Janeiro. Anais...Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Meteorologia, p. 2453-62. 2000. CD Rom. ANDRIOLO, J. L. Fisiologia das culturas protegidas. Santa Maria: UFSM, 1999. 142p. ANDRIOLO, L. J. Fisiologia da produção de hortaliças em ambiente protegido. 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QM ALT 30 ALT 34 ALT 41 ALT 48 ALT 55 ALT 62 ALT 69 ALT 76 Blocos 3 7,74NS 10,40NS 8,66 NS 17,79NS 15,88NS 29,73NS 23,72NS 32,58NS Doses 4 15,75∆ 26,64* 29,77∆ 35,4∆ 41,20∆ 44,52∆ 65,59∆ 80,44∆ 1 28,06 * 68,07∆ 86,75* 70,44∆ 61,50∆ 67,26∆ 110,7* 159,6* 1 18,22∆ 19,58NS 16,51NS 52,23* 62,26∆ 57,29∆ 68,64∆ 68,94NS 5,28 7,44 13,58 12,14 13,89 16,52 21,44 25,58 10,35 10,54 10,11 9,49 9,06 9,07 9,55 10,07 Doses de N Linear Quadrática Resíduo 12 CV (%) Anexo 1C. Resumo das análises de variância e de regressão para número de folhas por planta (NF) aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio do pimentão, variedade All Big. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Fontes de variação G. L. QM NF 30 NF 34 NF 41 NF 48 NF 55 NF 62 NF 69 NF 76 Blocos 3 8,21NS 6,19 NS 49,02NS 39,69NS 88,24NS 384,5NS 187,3NS 101,7NS Doses 4 39,91* 38,81NS 56,02NS 71,93NS 125,7NS 104,3NS 192,6NS 234,4NS 1 130,5** 95,84* 158,6NS 195,4∆ 284,8NS 178,5NS 526,8∆ 651,3* 1 22,18NS 50,00NS 8,77NS 89,80NS 102,4NS 139,8NS 51,43NS 58,86NS 9,85 17,65 50,20 51,46 112,6 153,7 165,9 119,4 18,76 19,49 19,84 14,47 17,62 18,08 16,74 15,11 Doses de N Linear Quadrática Resíduo CV (%) 12 Anexo 1D. Resumo das análises de variância e de regressão para área foliar (AF) aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio do pimentão, variedade All Big. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Fontes de variação G. L. QM AF 30 AF 34 AF 41 AF 48 AF 55 AF 62 AF 69 AF 76 Blocos 3 6681,6NS 787,00NS 15241 NS 156181NS 150503NS 1751441 ∆ 2567232NS 513126NS Doses 4 17333∆ 37555NS 139936NS 389290NS 837734NS 1313184NS 2511010NS 1869885 ∆ 1 57103** 101766* 400086 ∆ 1074342* 2733736 ∆ 3340188* 8281085* 5937740** 1 9805,8NS 4354NS 102968NS 423450NS 437635NS 923162NS 72545NS 564209NS 5670 19448 97589 190548 607282 655449 1199971 579897 Doses de N Linear Quadrática Resíduo 12 CV (%) 29,3 37,0 34,98 24,5 30,79 25,17 26,37 23,01 Anexo 1E. Resumo das análises de variância e de regressão para índice de área foliar (IAF) aos 30, 34, 41, 48, 55, 62, 69 e 76 dias após o transplantio do pimentão, variedade All Big. AreiaPB, CCA-UFPB, 2005. Fontes de variação G. L. QM IAF 30 IAF 34 IAF 41 IAF 48 IAF 55 IAF 62 IAF 69 IAF 76 Blocos 3 0,106NS 0,125NS 0,243NS 0,249NS 0,240NS 0,285∆ 0,368NS 0,821NS Doses 4 0,277∆ 0,600NS 0,223NS 0,622NS 0,134NS 0,210NS 0,411NS 0,299∆ 1 0,913** 0,162* 0,640∆ 0,171* 0,437∆ 0,534* 1,324* 0,950** 1 0,156NS 0,696NS 0,164NS 0,677NS 0,700NS 0,151NS 0,111NS 0,902NS 0,907 0,311 0,156 0,304 0,971 0,102 0,222 0,927 29,3 37,0 34,98 24,5 30,7 24,9 28,6 23,0 Doses de N Linear Quadrática Resíduo CV (%) 12 Anexo 1F. Resumo das análises de variância e de regressão para comprimento (COMP), diâmetro (DAM) e peso médio (PM) de frutos de pimentão variedade All Big. Areia-PB, CCAUFPB, CCA-UFPB, 2005. Fontes de variação G. L. QM COMP DAM PM Blocos 3 4,269 NS 1,558 NS 2,670 NS Doses 4 7,426 NS 12,677** 126,471** Linear 1 7,482 NS 33,800** 377,610** Quadrática 1 00,315 NS 5,856∆ 76,191∆ 12 5,189 1,494 16,975 2,77 2,09 5,00 Doses de N Resíduo CV (%) Anexo 1G. Resumo das análises de variância e de regressão para número de frutos por planta, total (NFPT), comercial (NFPC) e não-comercial (NFPNC) de pimentão, variedade All Big. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Fontes de variação G. L. QM NFPT NFPC NFPNC Blocos 3 5,060 NS 7,976 NS 0,848 NS Doses 4 45,188** 33,331** 1,267** Linear 1 163,499** 125,705** 0,102 NS Quadrática 1 7,927 NS 4,066 NS 2,675** 12 4,802 3,882 0,687 18,95 20,34 16,14 Doses de N Resíduo CV (%) Anexo 1H. Resumo das análises de variância e de regressão para rendimento total (RENDT), comercial (RENDC) e nãocomercial (RENDNC) de frutos de pimentão variedade All Big. Areia-PB, CCA-UFPB, 2005. Fontes de variação G. L. QM RENDT RENDC RENDNC Blocos 3 62,010 NS 68,119 NS 0,171 NS Doses 4 497,124** 396,17** 4,957** Linear 1 1880,190** 1494,87** 13,421** Quadrática 1 50,692 NS 45,090 NS 5,350** 12 41,118 38,018 0,144 19,92 21,32 11,88 Doses de N Resíduo CV (%) Figura 5. Frutos de pimentão e seus respectivos tratamentos.