Banana - ateffa-ba

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BANANA
A banana é uma das principais frutas de consumo popular no Brasil.
A bananeira encontra-se distribuída por todo o território nacional,
situando-se entre os principais cultivos, em área plantada, volume
produzido e valor da produção. Constitui-se numa das principais
alternativas de diversificação agrícola da Região Sudeste da Bahia,
por adaptar-se as condições edafoclimáticas e possuir excelentes
perspectivas de mercado como fruta fresca ou industrializada. Além
disso, é um cultivo de produção rápida (aproximadamente um ano)
e pode ser utilizada facilmente em consórcios.
Clima
A bananeira é tipicamente tropical, desenvolve-se melhor em locais
com temperaturas médias de 20 a 24º C e umidade relativa do ar superior a 80%, pois
essas condições aceleram a emissão de folhas. o lançamento das inflorescências e
uniformiza a coloração dos frutos, apesar de favorecer a ocorrência de várias doenças
foliares. A planta exige uma precipitação pluviométrica de 100 a 180 mm mensais. A
deficiência de água no solo ocasiona paralisação das atividades da planta, causando
amarelecimento das folhas, aumento do ciclo e redução do tamanho dos cachos. Os
ventos fortes causam redução da área foliar (fendilhamento das folhas), tombamento e
desidratação das folhas, ocasionando danos econômicos. A bananeira se desenvolve em
locais cm plena luz.
Solo
A bananeira se adapta em vários tipos de solos, no entanto, a maior aptidão e
capacidade produtiva ocorrem nos areno-argilosos, férteis, profundos, ricos em matéria
orgânica e em cálcio e magnésio, bem drenados e com boa capacidade de retenção de
água.
Cultivares
Nanicão – É uma cultivar de porte médio a baixo (3 a 3,5 m). Os cachos são cilíndricos,
com peso de 30 kg e 11 pencas, em média. Os frutos pesam 150 g, aproximadamente e
têm sabor idêntico ao da Nanica. É susceptível à Sigatoka amarela e negra, ao Moko e
aos nematóides. Apresenta tolerância ao Mal-do-panamá, mediante susceptibilidade à
broca e maior resistência à seca que a cultivar Nanica.
Prata – Conhecida também como Prata-comum ou Pratinha, possui porte alto (4
a 6 m). Os cachos pesam de 9 a 12 Kg e possuem, em média, 7,5 pencas. OS
frutos pesam em torno de 100 gramas e apresentam sabor agridoce agradável.
É susceptível à Sigatoka amarela e negra, ao Moko, medianamente susceptível
ao Mal-do-panamá medianamente resistente à broca e aos nematóides.
Pacovan – Resultante de uma mutação da Prata, é atualmente a cultivar mais plantada
no Norte e Nordeste do país. Possui porte alto (6 a 7 m). Os cachos são cônicos, com
peso de 16 Kg e 7,5 pencas, em média. Os frutos são grandes, com quinas salientes
(mesmo quando maduros) e casca grossa. Pesam 122 g em média, e apresentam sabor
menos intenso que a Prata. É susceptível à Sigatoka amarela e negra e ao Moko,
moderadamente susceptível a Mal-do-panamá, medianamente resistente aos
nematóides e brocas. É sujeita ao tombamento pela ação dos ventos.
Prata-anã - Cultivar não pertencente ao grupo da Prata, que apresenta frutos muito
semelhantes. Porte médio a baixo (3 a 4 m). Os cachos pesam de 14 a 16 Kg e possuem
7,6 pencas, em média. Os frutos pesam 110 g e apresentam sabor parecido aos da
cultivar Prata. É susceptível à Sigatoka amarela e negra e ao Moko, medianamente
susceptível ao Mal-do-panamá, medianamente resistente aos nematóides e brocas. É a
cultivar do tipo Prata mais plantada e comercializada no Centro-Sul e Centro-Oeste do
Brasil.
Maçã – Preferida pelos consumidores do Centro-Sul do país. Possui porte médio (4 m) e
cachos com de 11 Kg e 15 pencas/cacho em média. Os frutos pesam 115 g e
apresentam polpa branca, suavemente perfumada e de sabor agradável. É
extremamente susceptível ao Mal-do-panamá e ao Moko, moderadamente resistente à
Sigatoka amarela e negra e as brocas. Devido à ata suscetibilidade ao Mal-do-panamá,
tem sido desaconselhado seu plantio, apesar dos excelentes preços obtidos nos
mercados.
Terra – É utilizada cozida, frita ou assada e preferida pelos consumidores das regiões
Norte e Nordeste. Apresenta porte alto (6 a 7 m). Os cachos pesam 25 Kg e possuem 10
pencas, em média. Os frutos pesam 150 g, possuem polpa de coloração amareloalaranjada e sabor “travado”, em função do alto teor de amido, mesmo quando
maduros.
Seleção e tratamento de Mudas
É uma fase muito importante para o sucesso do futuro pomar. O bananal fornecedor de
mudas deve estar sadio, cm plantas vigorosas e sistema radicular e rizoma sem
deformações, necroses, galerias de brocas, insetos ou outras anomalias. As mudas
poderão ser de dois tipos: Rizoma inteiro e pedaços de rizoma. Com o material
selecionado, deve-se proceder a limpeza, eliminando as raízes e solo adendo.
Recomenda-se a eliminação de qualquer parte escura, necrosada ou com galeria de
brocas, as quais são fontes de inóculos de doenças e nematóides e/ou pragas. Após a
limpeza, realizar o tratamento químico da muda, que consiste na imersão em solução
com nematicida, a 0,2%, ou água sanitária a 1% por 15 minutos.
Preparo de área e Plantio
O preparo da área pode ser manual ou mecanizado. O primeiro consiste na limpeza da
área, balizamento, abertura de cova (40 x 40 x 40 c, para solos mais argilosos, e 30 x
30 x 30 cm, para solos mais arenosos), adubação e plantio. O segundo, na limpeza a
área, aração, gradagem, calagem, sulcamento, adubação e plantio. O plantio deve ser
efetuado na época das chuvas. As covas ou sulcos deverão ser previamente adubados
com 125 g de superfosfato triplo e 10 a 20 litros de esterco de gado curtido.
Tratos culturais
O controle de ervas daninhas, desfolha, desbaste, adubação, eliminação do “coração” e
de pencas, ensacamento, controle de erosão e escoramento são práticas usuais no
pomar. O bananal deve estar livre do mato que concorre por nutrientes e água. Para tal,
deve-se proceder à capina nas linhas e roçagem e/ou aplicação de herbicidas nas
entrelinhas. O desbaste, que consiste na eliminação do excesso de rebentos da touceira,
é uma prática necessária para manter um número de plantas capaz de obter maior
produtividade com qualidade dos frutos. Os desbastes são realizados do quarto ao sexto
mês após o plantio, quando os rebentos atingem de 20 30 cm de altura. Corta-se o
rebento rente ao solo e extrai-se a gema apical de crescimento. A adubação deve ser de
acordo com as análises do solo, no entanto, tem-se usado com resultados satisfatórios
125 g de superfosfato triplo; 750 g de cloreto de potássio, em 3 vezes, e 400 g de uréia,
em 4 vezes por planta/ano. A desfolha (retirada das folhas secas, mortas e/ou com
pecíolo quebrado) deve ser realizada para arejar o interior do pomar e incorporar
matéria orgânica ao solo.
Tratos fitossanitários
A broca do rizoma (Cosmopolites sordidas), tripes-da-flor (Frankliniella spp.) e abelha
arapuá (trigona Spinipes) são as principais pragas da bananeira que ocorrem na região.
As brocas causam sérios danos aos bananais, pois abrem galerias no rizoma, debilitando
as plantas e tornando-as mais sujeitas ao tombamento e à penetração de
microorganismos patogênicos. As plantas atacadas tornam-se raquíticas, com folhas
amareladas que ocasionam a diminuição da produtividade e qualidade dos frutos. Seu
controle começa antes do plantio, com a seleção e/ou tratamento das mudas. No pomar
já instalado, recomenda-se o uso de iscas e/ou aplicação de inseticidas específicos.
O tripes-da-flor é facilmente controlado cm aplicação de inseticidas fosforados nas
inflorescências e com a remoção do “coração”.
Na região Norte, as principais doenças são:
a. Mal-do-panamá (Fusarium oxisporium) que ocasiona o amarelamento das folhas,
seguido de murchamento, seca e quebra, ficando pendentes, tipo um guarda-chuva
semifechado; internamente, os feixes vasculares ficam de coloração pardoavermelhado. O controle é preventivo, por meio de variedades tolerantes, mudas
sadias, controle rigoroso da nutrição da planta, controle sistemático de brocas e
nematóides e manutenção dos solos bem drenados e ricos em matéria orgânica.
b.
Sigatoka amarela (Mycospharella musicola), que é fortemente influenciada pelas
condições climáticas, onde temperaturas acima de 23°, combinadas com umidades
do ar maiores que 80% e pluviosidade elevada, são as condições ideais para o
desenvolvimento da doença. Os sintomas principais são a ocorrência de necrose em
forma de estrias, que vão se unindo até comprometer totalmente a folha.
Conseqüentemente, ocasiona diminuição da produtividade e quantidade dos frutos.
Seu controle é feito com pulverizações quinzenais de óleo mineral com fungicida
sistêmico (proficonazol ou benomyl).
c.
Nematóides.
d. Doenças dos frutos causadas por fungos, embora existam outras doenças
importantes para a bananeira que não ocorrem nessa região.
Colheita e Rendimento
Na Região Sudeste da Bahia, a colheita ocorre do 10° ao 14° mês após o plantio,
dependendo da cultivar e manejo adotado, além dos fatores climáticos. O rendimento
(t/ha/ciclo) esperado por cultivar é de 13-15 para Prata, Pacovan, 15-20, Prata-anã 1520, Maçã 10-12, Nanicão 25-30 e 15-20 para a Terra.
José Basílio Vieira Leite
Engenheiro Agrônomo, MS
Extraído do Jornal CEPLAC Notícias - maio 2001
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