REGULARIZAÇÃO MÉDICOS DOS PLANTÕES artigo *** Clécio Lucena – diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) A falta de equipes médicas em plantões de hospitais e de maternidades tem causado polêmica em todo o país. Esse cenário acaba levando à falta de atendimento de pacientes em urgências e emergências, agravamento de casos e, em algumas situações, até a morte. Fatos que colocam essa questão delicada e oportuna na pauta e discussão do dia. É importante, neste caso, esclarecer alguns pontos para um debate mais profundo. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), não existe um número indicado de médicos em relação ao número de pacientes em um hospital. Sendo conveniente que haja o número suficiente para atender a demanda. Entretanto, de acordo com a Resolução CFM nº 1.451/95, que normatiza a composição da equipe que presta atendimento em um serviço de urgência/emergência de um Hospital de Pronto-Socorro, no artigo 20, estabelece que a equipe médica deverá, em regime de plantão local, ser constituída, no mínimo, por profissionais das seguintes áreas: anestesiologia, clínica médica, Dariane Araújo pediatria, cirurgia geral e ortopedia. O número deverá ser o suficiente (31) 2511 3111 8863 2937 tenhamos pelo menos um obstetra, anestesista, bem como um pediatra dariane@ zoomcomunic acao.com.br para atender a demanda. Já em maternidades a orientação é de que ou neonatologista, (preferencialmente além com de formação um em clínico geral, obstetrícia), enfermeiro auxiliar de enfermagem e auxiliar de serviços gerais, conforme determinação da portaria 569 (01/06/2000) do Ministério da saúde. O que se observa, na prática, é que muitas unidades de saúde, públicas e privadas, não estão seguindo a regra, em virtude de diversos fatores, dentre os quais podemos citar o corte de gastos em folha de pagamentos, falta de profissionais capacitados, baixa remuneração para os especialistas, troca de médicos por outros profissionais de saúde sem a capacitação adequada, medo de processos, etc. Esse fato acontece tanto nas especialidades médicas de ginecologia e obstetrícia quanto nas demais, como pode constatar nos noticiários mais recentes. É extremamente relevante constar no quadro de plantonistas de hospitais e de maternidades, públicas e privadas, equipes completas de médicos para o atendimento eficaz e completo do paciente. O que pretendemos, como entidade representativa dos direitos dos ginecologistas e obstetras de Minas Gerais, é defender que instituições de saúde tenham um número suficiente de médicos de plantão e que não haja substituição destes por outros profissionais da saúde, reconhecendo ser válido e até salutar a composição de equipes transdisciplinares, dentro de uma disposição hierárquica adequada. A falta de equipes pode levar a ocorrência de casos como estes que são noticiados diariamente em jornais, rádios e tevês e acontecem nas grandes capitais e em pequenas cidades do interior, agravamentos de quadros clínicos e óbitos. É preciso que governo, instituições privadas e entidades de classe tenham maior fiscalização e controle das rotinas nos hospitais e discutam sobre escalas de plantão, valorização dos profissionais contratados, fiscalização de abusos, incentivo aos médicos, maior comprometimento de todos os profissionais envolvidos, atenção aos anseios e necessidades de cada região, e talvez, rediscussão do modelos de assistência obstétrica vigente. A questão é ampla, recorrente e gera prejuízos para a sociedade em geral. Afinal, com saúde não se brinca, e ela nunca pode esperar.