artigo CÂNCERES GINECOLÓGICOS SÃO POUCO PREVENIDOS AINDA *** Marcelo Lopes Cançado – ex-presidente da Sogimig (Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais) [email protected] O aumento do número de casos dos principais tipos de cânceres ginecológicos chama atenção de especialistas que ressaltam o incentivo à prevenção, que ainda é pouco realizada pelas mulheres brasileiras. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), somente os casos de câncer de colo de útero, mata cerca de 230 mil mulheres por ano. Os outros tipos mais frequentes de câncer são de endométrio e ovário. Com a prevenção e, consequentemente, o diagnóstico precoce, as chances de cura desses tipos de cânceres pode chegar a até 80% dos casos, o que é considerado um número bastante elevado para a doença. É importante ressaltar que os exames ginecológicos preventivos são fundamentais para a detecção precoce da doença. A visita regular ao ginecologista e a realização dos exames de Papanicolau e ultrassom transvaginal, além do uso de preservativos nas relações sexuais, são de Dariane Araújo (31) 2511 3111 8863 2937 dariane@ zoomcomunic acao.com.br extrema importância para que ocorra a diminuição dos casos em médio e longo prazo. O câncer do endométrio aparece em segundo lugar entre os mais comuns no país. De acordo com o INCA, quase 53 mil mulheres serão diagnosticadas com a doença somente neste ano. Esse tipo de câncer aparece com mais frequência em mulheres na menopausa, acima do peso e nas com diabetes. Ele também está ligado aos níveis hormonais. Sendo assim, as mulheres que tenham realizado algum tipo de tratamento com hormônio, não controlado, devem procurar auxílio médico e nutricional para controle e acompanhamento adequado. Em terceiro lugar em número de ocorrências no Brasil aparece o câncer de ovário, que deverá ter quase sete mil casos detectados em 2012. Entre os três tipos é o que apresenta a evolução mais silenciosa e com poucos sintomas iniciais. Neste caso, a ida regular ao ginecologista se torna ainda mais imprescindível para detecção precoce de alterações que possam identificar o início da doença. A mudança dos hábitos de vida das mulheres contribui para o aumento do número de casos dos cânceres ginecológicos. O consumo frequente de bebidas alcoólicas, fumo, alimentação inadequada e sedentarismo aparecem como fatores de risco importantes para a incidência da doença. Iniciação precoce da vida sexual, uso de anticoncepcionais, gravidez em idade mais avançada também são fatores que devem ser investigados e acompanhamos com especialistas. Podemos destacar que a prevenção deve ser adotada por todos, contudo, incentivada constantemente por profissionais de saúde, governo e entidades ligadas à saúde da mulher. Oferecer condições para a realização dos exames preventivos é uma demanda urgente e deve ser observada com muita atenção pelas autoridades responsáveis. A mudança dos hábitos de vida e adoção de práticas mais saudáveis contribuem para a diminuição dos casos cancerígenos, não só dos ginecológicos, como os demais tipos e até mesmo outras doenças.