Doença Medicamentosa Dificuldades para seguimento de Casos Clínicos Maísa Lemos Homem de Mello Conceitos Droga: “qualquer substância simples ou composta, de variada origem e utilizada com variados fins, que administrada a organismos vivos em quantidades tão pequenas que não ajam como alimento, neles pode produzir alterações somáticas e funcionais”(Corbett) Medicamentos: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidades profiláticas, curativas, paliativas ou para fins diagnóstico. Remédios: todo agente de cura. Fármaco: substância que é o princípio ativo do medicamento Conceitos Farmacologia: é a ciência que estuda os fármacos sob todos os aspectos, ou seja, absorção, distribuição, mecanismo de ação efeitos, propriedades terapêuticas e toxicológicas. Farmacocinética: é o estudo de processos metabólicos, tais como absorção, distribuição, biotransformação e eliminação dos fármacos, onde se observa também a velocidade em que o fármaco atinge seu sítio de ação. É O QUE O ORGANISMO FAZ COM DROGA. Farmacodinâmica: é o estudo dos diferentes mecanismos de ação pelos quais os fármacos atuam sobre as funções dos organismos, ou seja, analisa o efeito de uma determinada droga, medicamento ou fármaco em seu tecido-alvo, ou simplesmente como age no mesmo. É O QUE A DROGA FAZ COM O ORGANISMO, ou seja, está relacionado com o mecanismo de ação e os efeitos provocados pela droga. Cerca de 15% das internações hospitalares de idosos em serviços de urgência estão relacionadas com efeitos adversos de drogas. A polifarmácia que é a administração diária de cinco ou mais medicamentos, o que é quase uma regra em prescrições geriátricas, leva ao aparecimento de diversas Reações Adversas e Efeitos colaterais, acarretando internações hospitalares freqüentes A diferença entre o veneno e o remédio é uma questão de dose e ocasião... Reações Freqüentes no Envelhecimento (Efeitos Secundários) Reações idiossincráticas: Não dependem da dose e são imprevisíveis. O sistema nervoso central, por exemplo, é muito sensível às reações secundárias, onde a ação dos medicamentos pode acarretar confusão mental, convulsões, reações extrapiramidais, insônia, queda, entre outros. Fazem parte dessas reações as manifestações alérgicas. Reações dose-dependentes: Podem aparecer como uma extensão do efeito farmacológico, tais como uma hipotensão mais acentuada, perda de potássio mais grave com a ingestão de diuréticos de alça. Interação Medicamentosa Interação medicamentosa é a modificação dos efeitos farmacológicos entre dois ou mais medicamentos. A interação pode aumentar, diminuir ou anular o efeito terapêutico dos medicamentos. A conseqüência pode ser de efeitos adversos de gravidade variável. Conceitos Matéria Médica Alopática :descreve drogas utilizadas pela Medicina, em sua história natural e nas suas características físico- químicas. Estudo da Farmacocinética e Farmacodinâmica da droga principalmente em animais e em indivíduos doentes (efeitos colaterais - bula) Matéria Médica Homeopática: reúne todas as patogenesias ou sintomas desenvolvidos pelas drogas quando administradas a indivíduos sadios e sensíveis. Parágrafo 120 Organon(S.H.)……Medicamentos…..devem ser cuidadosamente experimentados puros em indivíduos sãos, com a finalidade de averiguar seu poder e efeitos positivos.Tem-se assim, um conhecimento exato da sua ação, estando-se em condições de evitar qualquer erro no seu emprego terapêutico. Inversão da Ação das Drogas de acordo com a Dose Parágrafo 121: Ao examinar os medicamentos para averiguar seus efeitos no Organismo São, devemos reter na mente que as substâncias fortes, chamadas heróicas, são capazes, ainda que em pequenas doses, de produzir mudanças na saude até mesmo de pessoas robustas. Os de poder mais suave devem ser dados em quantidades mais consideráveis, com a finalidade de observar a ação dos medicamentos mais fracos Apenas na segunda década do século XX, Huchard, Arndt e Schultz, pesquisadores não homeopatas, constatam as observações, então centenárias, de Hahnemann Organon da Arte de Curar Concepção Hahnemaniana da Doença Parágrafo 7 ……..Os médicos da escola antiga, sempre tentaram combater ou suprimir com medicamentos, apenas um sintoma dentre os muitos da doença. Trata-se de procedimento “unilateral” sob o nome de “tratamento sintomático”….não só por não haver vantagem alguma, como por determinar vários prejuizos. O Poder Dinâmico do Medicamento Parágrafo 19..é evidente que os medicamentos jamais poderiam curar caso não possuissem o poder de alterar a saúde do homem, isto é, suas sensações e funções. Na verdade , nessa capacidade de alterar a saúde é que reside o poder curativo do medicamento. Samuel Hahnemann A lei do Semelhante Parágrafo 23: Sintomas persistentes das doenças, não são removidos ou destruidos por sintomas “opostos” de medicamentos, mas pelo contrário,reaparecem depois de alívio transitório e aparente, com maior intensidade e agravamento das manifestações. Parágrafo 26 “Uma afecção dinâmica mais fraca é extinta de modo permanente no organismo vivo por outra mais forte, quando esta última (embora de espécie diferente) for Semelhante à primeira em suas manifestações” Samuel Hahnemann Os Métodos Terapêuticos Parágrafo 31- 42: As forças inimigas, tanto psíquicas quanto físicas a que estamos expostos.... chamamos Agentes morbíficos, não possuem incondicionalmente o poder de perturbar .a saúde do homem.. apenas quando o organismo está Predisposto ou Susceptível algo bem diferente ocorre com as Forças morbíficas artificiais que denominamos Medicamentos. Todo Medicamento verdadeiro age durante todo o tempo e em todas as circunstâncias, em cada ser humano vivo, produzindo.. seus sintomas peculiares ..de modo que, ...todo o organismo vivo deve ser afetado,..como inoculado pela Doença Medicamentosa ..não é, o caso das Doenças Naturais. O Tratamento alopático de uma doença crônica apenas cria uma doença artificial dessemelhante da natural que apenas suprime o mal original que retoma assim que se suspende o “tratamento” No emprego prolongado de drogas inadequadas; a doença artificial dessemelhante (tratamento alopático) se une à doença natural que não foi capaz de curar dando ao paciente uma doença dupla, complexa. Samuel Hahnemann Os Métodos Terapêuticos Parágrafo 53 - 60: ….Metódo Alópatico de tratamento utilizando muitas coisas, geralmente impróprias contra a doença, ………… Medicina Racional. Para Hahnemann os Médicos Alopatas teriam desaparecido não fossem alguns medicamentos empiricamente descobertos que aliviavam sintomas ….através deste Método Paliativo (antipático, enantiopático)….. tratamento inútil e nocivo (em doenças de curso lento)…. ….clínico com atenção, meramente unilateral, a um único sintoma,… a uma pequena parte do todo. Supressão: O médico …administrando, a cada piora da moléstia, dose mais forte do remédio, pelo que ocorre nova supressão igualmente passageira. Então , pela necessidade de dar quantidades sempre maiores do paliativo, segue-se outra moléstia mais grave, frequentemente incurável, com risco de vida, mas jamais cura do mal que já tenha duração considerável. Samuel Hahnemann Doenças medicamentosas Parágrafo 74;75;76 Entre as Doenças Crônicas..incluir…, as produzidas artificialmente no Tratamento Alopático, pelo uso prolongado de Medicamentos heróicos violentos em doses fortes e progressivas. Pelo abuso do Calomelano, sublimado corrosivo, unguento de Mercúrio, Nitrato de prata, Iodo e seus unguentos, Ópio, Valeriana, casca de Chinchona e Quinino, Digital, Ácido prússico, Enxofre e ácido Sulfúrico, Purgantes, repetidas sangrias, cautérios, sanguessugas, etc, a energia vital é as vezes, demasiadamente enfraquecida, quando não sucumbe, sendo anormalmente afetada(por cada substância de maneira peculiar) de modo tal que, a fim de conservar a vida, apesar desses ataques atrozes e destrutivos, deve produzir uma revolução no organismo…. Samuel Hahnemann A farmacodinâmica Parágrafos 105 ao 145: O conhecimento dos instrumentos destinados à cura das doenças naturais Aquisição de conhecimento dos instrumentos destinados à cura das doenças……. Todos os efeitos patogenéticos dos medicamentos devem ser conhecidos…..observar primeiro todos os sintomas mórbidos e alterações da saúde que cada um deles é capaz de desenvolver no indivíduo são… ….Se forem administrados , a pessoas doentes, pouco ou nada se verá de sua ação verdadeira, pois as alterações peculiares da saúde devidas ao medicamento estão mescladas com os sintomas da doença, dos quais dificilmente podem ser distinguidos Parágrafo 108- 111:….Toda força Curativa dos medicamentos consiste no poder que possuem de alterar o Estado de Saúde do homem, o que está ilustrado pela observação dos efeitos dessa faculdade. .Os Efeitos Tóxicos resultantes da ingestão de certas substâncias medicinais por pessoas sadias, por erro, tentativa de suicídio, assassinato…coincidiram com minhas observações na auto experimentação ou em outros individuos…. … Substâncias Medicinais originam no corpo humano sadio, modificações patológicas segundo leis fixas e eternas da natureza Claude Bernard “pai da medicina Experimental” – nasceu em 1913 (3 anos após a 1.a edição do Organon e mais de 20 anos após a autoexperimentação da China- SH Idiossincrasias Parágrafos 116 - 117: Os sintomas patogenéticos, ou são produzidos frequentemente em grande número de indivíduos sãos, ou menos frequentemente em poucas pessoas, ou excepcionalmente em muito poucas ..São as Idiossincrasias: constituições especiais que se por um lado são sadias por outro possuem a Predisposição de apresentarem estado mais ou menos mórbido desencadeado por certas causas que parecem não produzir impressões nem mudanças na maioria dos indivíduos….. Os desvios da saúde nas chamadas idiossincrasias não devem ser atribuidos somente a essas constituições peculiares, mas devem sê-lo tb as causas que o produzem, ……. Tautoterapia Representa tratamento pelo mesmo agente que provocou a doença, independente da sua natureza. Quando se deseja dessensibilizar especificamente um organismo, neutralizar ou desencadear a eliminação de um alérgeno, com base na inversão das ações das drogas (uso direto) segundo a dose, obviamente a identificação adquire importância absoluta, quer se trate de corpo químico ou de microrganismos. A lei da Analogia, base da Tautoterapia, induz ao uso das doses mínimas preparadas segundo farmacotecnica homeopática, orientadas exclusivamente pelo agente causal identificado. Paralelamente, é obvio, deve ser feito o Tratamento Homeopático Sistêmico e/ou Circunstancial . A Homeopatia faz uso indireto, do fenômeno da inversão das drogas, empregando como medicamento uma substância capaz das mesmas alterações orgânicas, e não o agente causador pp. dito Limites entre Homeopatia e Tautoterapia O Tratamento de quadros provocados por um tóxico, através de doses infinitesimais do mesmo, representa a Tautoterapia Um agente químico é capaz de desencadear uma série de fenômenos que persistirão quando o mesmo for subtraido da corrente sanguínea e estiver esquecido pelo doente Um tóxico identificado denuncia por vezes a suceptibilidade ou a predisposição mórbida buscada pelo médico, permitindo o emprego das doses infinitesimais com base na farmacodinâmica inversa das drogas A droga que desperta a hipersensibilidade de um indivíduo, não raramente representa o próprio simillimum do mesmo, confirmado nas coincidências sintomáticas gerais e patogenéticas Doses mínimas na Medicina do Trabalho Perspectivas ilimitadas dos Tautoterápicos de Origem vegetal e mineral, principalmente na Medicina do Trabalho, nas Intoxicações crônicas, nas farmacodermias e nas reações de hipersensibilidade em geral Experiências animais evidenciam o fenômeno cinético de eliminação, no qual doses infinitesimais do corpo químico – aquele que está intoxicado ou prejudicando o animal – acionam a eliminação do mesmo em verdadeiras crises do limiar de excreção, quando esta já se mostrava insuficiente, nula ou estacionária. Daí as afirmações de que doses infinitesimais de um veneno constituem o seu próprio antídoto. A experiência clínica comprova tolerância a determinados antígenos desenvolvida após ingestão em doses mínimas, preparadas segundo farmacotécnica homeopática – com Dessensibilização (desintoxicação, eliminação ou tolerância) Doses mínimas na Medicina do Trabalho A possibilidade de tornar inócua a reexposição ao ambiente agressivo, após administração oral de doses infinitesimais dos respectivos agentes nóxios, foi comprovado em : lesões dermatológicas de hipersensibilidade por contacto com cloro, cromo, couro, sulfas, inseticidas e derivados do petróleo Classificação das Instabilidades quanto as suas Origens I. Predominantemente Extrínsecas Agudas Mecânicas Indisposições Crônicas Ambientais Higienodietéticas MEDICAMENTOSAS - INTOXICAÇÕES Profissionais II. Mistas(Coletivas): Intrínsecas e Extrínsecas III. Predominantemente Intrínsecas Agudas Crônicas - Psora Sicose Tuberculinismo Sifilinismo Carillo, R.Jr - 2005 Instabilidades de caráter crônico com origem predominantemente extrínseca ao sistema Instabilidades oriundas da tentativa de adaptação do sistema a inputs não requisitados persistentes de ação direta ou através de produto da dissipação impropriamente assimilado, com possíveis conseqüências sobre a autopoiese, a estrutura e o próprio padrão de organização Carillo, Jr Ação baseada no Padrão de Organização Específica para o modo de atuação de cada tipo de causalidade, variando entre pequenas mudanças nos programas de ação até alterações estruturais, com o objetivo de manter a estabilidade do sistema Carillo, Jr Conseqüências sobre o programa de ação Fase inicial Desorganização por incapacidade de: Seleção do input Determinação da atenção dominante Inexistência de parâmetros inatos e adquiridos para a avaliação do resultado da ação Inexistência de parâmetros para a aferência situacional Incapacidade de tomada de decisão Carillo, Jr Conseqüências sobre o programa de ação Fase intermediária Avaliação das instabilidades induzidas pelos inputs não requisitados Determinação de atenção seletiva sobre: Possibilidades de modificações na barreira seletiva Ativação de processamentos dos inputs impostos Ativação das vias de eliminação Conseqüente adaptação do processo dissipativo Carillo, Jr Conseqüências sobre o programa de ação Fase tardia (persistência da causalidade) Alterações do processo cognitivo (memória e vias cognitivas) Elaboração de programa de ação com a finalidade de adaptar: Estruturas Padrão de organização Carillo, Jr Característica dos períodos de ação imediata, mediata e tardia nas instabilidades de origem predominantemente extrínsecas Dominantes Frágeis Os sistemas envolvidos se tornarão tão mais dominantes quanto maior for o comprometimento autopoiético, estrutural ou dissipativo e mais vitais forem as estruturas ou os referidos processos acometidos Os sistemas não envolvidos diretamente nas ações imediatas, mediatas e tardias serão tão mais inibidos quanto maior for a dominância dos diretamente envolvidos Trabalhos Autor:Martins, Deolinda Izumida. Título:Farmacovigilância e reações adversas aos medicamentos (RAMs) / Drug surveillance and drug side effects Fonte: Mundo saúde (1995);24(2):106-9, mar.-abr. 2000. tab. Resumo:O uso de substâncias químicas na sociedade atual, seja para qual for a finalidade, deve sempre ser avaliado sob dois aspectos: os benefícios e os riscos decorrentes dessa utilização. Assim acontece com os Medicamentos, substâncias utilizadas com finalidade terapêutica por modificarem uma ou mais funções do organismo. O presente texto aborda questões relacionadas com os possíveis riscos da utilização de medicamentos, concentrando-se nas chamadas reações adversas aos medicamentos (RAMs), e no conjunto de metodologias utilizadas para detectá-las e monitorálas, ou seja, a farmacovigilância Autor:Galimay, J; Samaniego, A; Vinuesa, M; Mindel, E; Darraguerre, F. Título:Farmacovigilancia: detección de reacciones adversas a medicamentos tipo B, factores de riesgo asociados / Pharmacovigilance: detection of adverse reactions to medications type B, associated risks factors Fonte:Arch. argent. alerg. inmunol. clín;30(3):18-28, 1999. ilus, tab. Idioma:Es. Resumo:Las reacciones adversas a medicamentos (R.A.M.) se clasifican en de tipo A, relacionadas con la toxicidad del medicamento, y de tipo B, debido a un incremento de la susceptibilidad del paciente. El objetivo del presente trabajo consiste en detectar y evaluar las R.A.M. tipo B, y determinar sus factores de riesgo asociados. Se efectuó un estudio retrospectivo, utilizando estrategias (AU)