Samuel Hahnemann é considerado o pai da Homeopatia

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Samuel Hahnemann é considerado o pai da Homeopatia. Nasceu em
Meissen, Saxónia, região oriental da Alemanha, no dia 10 de Abril
de 1755, numa família relativamente pobre, mas tendo uma educação
bastante esmerada.
Nos seus estudos, começou por ser um exímio linguista, dominando
com perfeição o Alemão, Francês, Inglês, Italiano, Grego, Hebreu,
Árabe e Latim, desenvolvendo simultaneamente um grande interesse
pelas ciências, muito em especial pela Medicina, que cursou em Leipzig e em Viena,
obtendo o diploma na Universidade de Erlangen, em 1779, onde defendeu a tese
“Considerações sobre as causas e o tratamento dos estados espasmódicos”. Em 1781,
um ano antes do seu casamento, graduou-se como Doutor em Medicina exercendo-a.
Durante cerca de dez anos sustentou a sua numerosa família exercendo Medicina e
traduzindo obras médicas e científicas. Procurava tratar os seus doentes com um
mínimo
de
medicamentos,
cujos
efeitos
eram
manifestamente
agressivos.
Depois de cuidada ponderação, abandonou o seu exercício no ano de 1790. As práticas
médicas da época, os métodos de tratamento, a nocividade dos medicamentos ou
substâncias utilizadas com fins terapêuticos, que ao invés de fortalecerem o enfermo,
apenas o debilitavam e expunham a patologias sucessivas e constantes, deixavam muito
a desejar e afrontavam a sensibilidade de um homem culto, prático e compassivo. Este
desapontamento levou-o a escrever a um dos seus muitos amigos: “Para mim, foi uma
agonia estar sempre no escuro quando tinha de curar o doente e prescrever de acordo
com essa ou aquela hipótese arbitrária... renunciei à prática da medicina para não correr
mais o risco de causar danos à saúde alheia e dediquei-me exclusivamente à química e
às
ocupações
literárias”.
Durante algum tempo, Hahnemann e a família viveram num estado de pobreza,
sobrevivendo à custa dos seus escritos e traduções. Durante o dia dedicava-se a
investigações
próprias,
enquanto
à
noite
se
ocupava
destas.
Nesse mesmo ano de 1790, enquanto traduzia a Matéria Médica de William Cullen,
instituidor da escola médica de Glasgow, que tem hoje a sua correspondência na
moderna farmacologia, faz a descoberta que o transformou no fundador da Homeopatia.
Traduzindo o capítulo sobre a utilização da quina, observou que esta, muito utilizada na
época para o tratamento de febres, nomeadamente da malária, também podia produzir
febre.
Hahnemann estava convicto de que os medicamentos antes de serem ministrados aos
pacientes deviam ser experimentados pelo próprio médico ou em qualquer organismo
são, como havia preconizado Albrecht von Haller (1708-1777), ainda antes de Claude
Bernard, doutrinador da fisiopatologia experimental. E foi a realização desta
experimentação em múltiplas substâncias – começou a testar outros medicamentos em
si mesmo –, que o conduziu ao postulado de que um paciente deve ser tratado com o
produto medicamentoso idóneo a produzir em qualquer organismo são, um quadro
sintomático idêntico ao por si apresentado. Ou seja, os semelhantes são tratados pelos
semelhantes.
Similia Similibus Curantur. A doença só pode ser curada por um medicamento que
produza uma doença similar: o café que impede ou dificulta o sono à maioria dos
indivíduos, pode ser utilizado em doses homeopáticas – doses mínimas – para combater
a insónia, e o Arsénico, que causa entre outros, medo da morte, agitação, com agravação
entre a 1 e as 3 horas da manhã, e dores queimantes como se carvões em brasa estejam
encostados nas partes afectadas, deverá ser ministrado a um paciente, se o quadro
clínico
encontrar
correspondência
em
tal
sintomatologia.
No entanto, o seu método foi acolhido com incredulidade, sendo mesmo ridicularizado
pelos
seus
contemporâneos.
Ainda que os seus pacientes fossem alvo de curas suaves, profundas e duradouras, o que
legitimava sem mais as teorias que defendia, foi hostilizado porquanto o seu método
estruturado na dose única e mínima ameaçava seriamente os interesses financeiros dos
poderosos
boticários.
Se por um lado diluiu as doses de molde a que estas não provocassem qualquer efeito
secundário, por outro apercebeu-se que a força de acção destas ia diminuindo
progressivamente. Intuitivamente, pensamos nós, incluiu no processo de produção dos
medicamentos, entre cada diluição, a denominada sucussão: agitação rítmica e vigorosa,
que nunca explicou e que a ciência moderna também está incapacitada para o fazer.
No ano de 1805, fez publicar a primeira matéria médica homeopática, com 27
substâncias ensaiadas, e em 1810, o “Organon da Ciência Médica Racional” – que a
partir de 1819, data da 2ª edição, recebeu o título de “Organon da Arte de Curar” –,
livro basilar de todo o corpo teórico homeopático. Realce-se ainda, a “Matéria Médica
Pura” e o “Tratado de Moléstias Crónicas”. A “Matéria médica pura”, foi dada à
estampa entre 1811 e 1826, em 6 volumes, com um total de 1777 páginas e 64
medicamentos
experimentados.
Hahnemann teve como objectivo produzir curas de modo suave, rápido, seguro e
duradouro, contrariamente ao que ocorria com a prática médica da época, debilitante e
agressiva.
Morreu em Paris no dia 2 de Julho de 1843, com o reconhecimento que lhe
adveio das curas dos sobreviventes do ataque de Napoleão a Leipzig – onde foram
mortos cerca de 80.000 homens –, de uma epidemia de tifo, e de cólera, esta ocorrida
em 1831 – na epidemia de cólera as curas homeopáticas terão atingido os 96%,
enquanto que as alopáticas apenas 41% -.
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