UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ RENAN LUCIO LONGHI ESTRATÉGIAS E AÇÕES MERCADOLÓGICAS PARA A COMERCIAL PITANGUEIRA COM BASE NA ANÁLISE SWOT DA EMPRESA Balneário Camboriú 2009 2 RENAN LUCIO LONGHI ESTRATÉGIAS E AÇÕES MERCADOLÓGICAS PARA A COMERCIAL PITANGUEIRA COM BASE NA ANÁLISE SWOT DA EMPRESA Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão. Orientador: Prof. Ricardo Boeing da Silveira Balneário Camboriú 2009 3 RENAN LUCIO LONGHI ESTRATÉGIAS E AÇÕES MERCADOLÓGICAS PARA A COMERCIAL PITANGUEIRA COM BASE NA ANÁLISE SWOT DA EMPRESA Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão. Área de Concentração: Marketing. Balneário Camboriú, 24 de Novembro de 2009. _________________________________ Prof. Ricardo Boeing da Silveira Orientador _________________________________ Prof. Alexandre de Sá Oliveira UNIVALI – GESTÃO - Balneário Camboriú Membro __________________________________ Prof. Aloísio Vicente Salomon UNIVALI – GESTÃO - Balneário Camboriú Membro 4 EQUIPE TÉCNICA Estagiário (a): Renan Lucio Longhi Área de Estágio: Administração. Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Ivadir Longhi Professor (a) orientador (a): Ricardo Boeing da Silveira 5 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Litoral Sul Comércio de Hortifruti Ltda ME. Endereço: Rua Abelardo Manoel Peixer – S/ N – Barreiros – São José – Santa Catarina. Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administrativo. Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Ivadir Longhi – Sócio Diretor. Carimbo do CNPJ da Empresa: 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 24 de novembro de 2009. A Empresa Litoral Sul Comércio de Hortifruti Ltda ME, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Renan Lucio Longhi. ___________________________________ Ivadir Longhi Sócio-Diretor 7 “Lutar sempre, desistir jamais”. Autor Desconhecido 8 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a meus pais Ivadir e Genilce e minha irmã Jéssica, que estão presentes em todos os momentos da minha vida e fazem parte deste trabalho, pois nos momentos aos quais precisei, estavam dispostos a me auxiliar, assim como nos momentos bons sempre presentes me aplaudindo e torcendo por mim, este trabalho é dedicado a vocês, as pessoas mais importantes da minha vida. 9 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, por ter iluminado e abençoado a pesquisa, me dando saúde e proteção. A minha família, meu pai e minha mãe, meus maiores ídolos que se mostraram presentes em todos os momentos da minha vida, incentivando e acreditando na minha capacidade e prezando pela minha educação, assim como minha irmã pelo apoio e compreensão, só tenho a agradecer, este trabalho é dedicado a vocês, as pessoas mais importantes da minha vida. Ao Professor Ricardo Boeing da Silveira, orientador e amigo, um agradecimento especial pela orientação e apoio para a realização deste trabalho. No período de orientação, tornou-se crescente a minha admiração pelo seu caráter e trabalho, o respeito a qual conquistou é fruto de uma trajetória de dedicação e comprometimento, o êxito desta pesquisa tem grande parte da brilhante orientação a qual tive. A todos, que de alguma maneira, contribuíram para a realização deste estudo. 10 RESUMO Este trabalho trata de uma pesquisa realizada na Comercial Pitangueira, localizada no Município de São José (SC). A empresa comercializa o alho, in natura e embalado. O objetivo geral definido é propor com base na análise SWOT, estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira. Para sua realização, foram definidos os seguintes objetivos específicos: descrever a organização, seus produtos, serviços, clientes e concorrentes; identificar a percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos; avaliar a percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos e serviços e sobre a concorrência; e destacar, com base no macro-ambiente de marketing, oportunidades e ameaças para a empresa. A tipologia da pesquisa foi qualitativa, de caráter exploratório descritivo. A população da pesquisa foi composta pelo gestor, gerente, funcionários, clientes e fornecedores. Os resultados mostraram o cenário atual do alho na região de abrangência da Comercial Pitangueira, e que esta empresa procura manter a qualidade dos seus produtos e serviços, buscando obter satisfação dos clientes e a aproximação de todos os interessados direta ou indiretamente, a fim de sustentar um nível de aceitação no mercado, e ocupar uma posição de respeito no comércio de alho. Com base nas informações coletadas e na teoria pesquisada, foram propostas as estratégias mercadológicas para a organização em análise. Sugestões de novas pesquisas foram propostas. Palavras-chave: Marketing. Estratégia. Análise SWOT. 11 ABSTRACT This work is about a research made at Comercial Pitangueira, located in City of SãoJosé, State of Santa Catarina. This company trades the garlic in natura and packed. The main intention defined is to propose, based on SWOT analysis, strategies and marketing actions to the Comercial Pitangueira. To make this, it’s been defined the following specified purposes: to describe the organization, its products, services, clients and competitors; to identify the clients’ perception about its products and services; to evaluate the employees and suppliers’ perception about its products and services, and about the competition; to emphasize, based on marketing’s macro environment, opportunities and threats to the company. The research type was qualitative, of descriptive exploration nature. The research’s population was composed by administrator, manager, employees, clients and suppliers. The results showed the current situation of garlic in the region of Comercial Pitangueira. This company wants to keep the quality of its products and services, and intends to keep the clients’ satisfaction and to approach every direct and indirect interested to maintain an approval level in the market, and to keep on in respect position at the garlic’s market. Based on collected data and on researched theory, it’s been proposed the market strategies to a company in study. Suggestions of new research were proposed. Key words: Marketing. Strategy. SWOT Analysis. 12 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Composto Mercadológico....................................................................... 23 Quadro 2: Definições dos 4 P’s. ...............................................................................29 Quadro 3: Aspectos da segmentação. .....................................................................34 Quadro 4: Componentes da Análise Externa. ..........................................................39 Quadro 5: Percepção dos gestores..........................................................................49 Quadro 6: Percepção dos clientes. ..........................................................................52 Quadro 7: Percepção dos Funcionários e Fornecedores. ........................................56 Quadro 8: Pontos Fortes e Pontos Fracos. ..............................................................58 Quadro 9: Oportunidades e Ameaças. .....................................................................61 Quadro 10: Análise SWOT. ......................................................................................63 Quadro 11: Trabalhar com o prazo. .........................................................................65 Quadro 12: Aumentar a gama de produtos a serem comercializados......................67 Quadro 13: Praticar melhor preço. ..........................................................................68 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................15 1.1 Tema ...................................................................................................................15 1.2 Problema ............................................................................................................16 1.3 Objetivo geral ....................................................................................................16 1.3.1 Objetivos específicos........................................................................................17 1.4 Justificativa........................................................................................................17 1.5 Contexto do ambiente de estágio ....................................................................18 1.6 Organização do trabalho ..................................................................................19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................20 2.1 Marketing ...........................................................................................................20 2.2 Composto mercadológico ................................................................................22 2.2.1 Produto ...........................................................................................................24 2.2.2 Preço ................................................................................................................25 2.2.3 Praça ...............................................................................................................26 2.2.4 Promoção .........................................................................................................26 2.3 Segmentação .....................................................................................................30 2.3.1 Segmentação Geográfica ...............................................................................31 2.3.2 Segmentação Demográfica ............................................................................32 2.3.3 Segmentação Psicográfica .............................................................................32 2.3.4 Segmentação Comportamental ......................................................................32 2.4 Posicionamento...............................................................................................35 2.5 Análise SWOT.................................................................................................. 36 2.6 Análise Macro Ambiental..................................................................................37 2.6.1 Oportunidades e Ameaças ...............................................................................40 2.7 Análise Micro Ambiental ...................................................................................41 2.7.1 Pontos Fortes e Pontos Fracos.........................................................................41 3 METODOLOGIA ....................................................................................................43 3.1 Tipologia de pesquisa ......................................................................................43 3.2 Sujeito de estudo .............................................................................................44 14 3.3 Instrumentos de pesquisa ...............................................................................45 3.4 Análise e apresentação dos dados..................................................................45 3.5 Limitações da pesquisa ....................................................................................45 4 RESULTADOS.......................................................................................................47 4.1 Descrição da organização, produtos, serviços, clientes e concorrentes ....47 4.2 Identificação da percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos ................................................................................................51 4.3 Avaliação da percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos, serviços e concorrência........................................................................54 4.4 Pontos fortes e fracos para a empresa, com base no Micro-Ambiente de Marketing .................................................................................................................58 4.5 Oportunidades e Ameaças para a empresa, com base no Macro-Ambiente de marketing ............................................................................................................59 4.6 Estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira, com base na Análise SWOT ...........................................................................................63 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................71 5.1 Conclusões ........................................................................................................71 5.2 Sugestões para trabalhos futuros ...................................................................73 REFERÊNCIAS.........................................................................................................74 ANEXOS ...................................................................................................................78 APÊNDICES ...........................................................................................................102 15 1 INTRODUÇÃO O papel que a administração ocupa é cada vez mais de grande importância no mercado mundial, tão importante para uma empresa em vender seus produtos, é a forma como trata seus clientes antes, durante e após as vendas. Em contrapartida, muitas empresas têm vida útil muito pequena devido à falta de informações que auxiliem os administradores nas tomadas de decisões. Os mesmos preocupam-se em somente efetuar a venda do produto ou serviço e esquecem-se das outras possibilidades como pós-venda, fidelização do cliente, em que o mesmo pode retornar mais vezes, não oferecendo benefícios aos clientes leais, tratando-os da mesma forma que os demais, enfim, se o cliente ficar insatisfeito compartilha esta insatisfação com seu grupo de relacionamento, que é outro fator muito importante para a rede de marketing e estes por sua vez também levaram adiante essas informações. A administração permite, através de suas técnicas, manter um controle da situação geral da empresa, as informações geradas pela contabilidade em junção com todo o controle e as informações que a administração fornece visam subsidiar o processo decisório dos administradores, pode-se afirmar que não há uma boa gestão sem o trabalho efetivo de um administrador e o comprometimento do mesmo no sentido de alcançar os objetivos da empresa. Sabe-se que uma das formas para o sucesso de uma empresa é trabalhar de forma individualizada, um cliente tratado de forma específica as necessidades de cada um. O objetivo geral deste trabalho, o qual tem como base a análise SWOT, é propor estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira. 1.1 Tema Uma empresa deve priorizar seus produtos, serviços, consumidores, concorrentes que são à base de todas as atividades da organização. O coração da administração e da estratégia reside nos consumidores. A organização deve servir o cliente de forma diferenciada. Precisa-se atrair, satisfazer e reter o cliente. Para melhor atender 16 seus consumidores e otimizar os processos, a empresa deve aplicar uma série de técnicas em um ambiente em constante mudança, conforme descrito por Campomar; Ikeda (2006), o qual norteia este trabalho, propondo através da análise SWOT estratégias e ações mercadológicas para a empresa Comercial Pitangueira. 1.2 Problema A informalidade das ações que são tomadas na empresa, como geralmente percebe-se em organizações de menor porte, onde as decisões são tomadas com base em conhecimento adquirido. As ações são tomadas com base na experiência e geralmente não relacionadas a uma análise mais aprofundada sobre os pontos fracos, fortes, as oportunidades e as ameaças. As situações cotidianas geralmente são resolvidas de forma mais simples e a partir do momento que os problemas de maior proporção vão surgindo, há necessidade de buscar essas informações além das quais se tem contato. Tendo como base a análise SWOT, sigla oriunda do idioma inglês, que é uma verificação de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) ou também chamada análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças); entre muitos pontos a serem analisados, torna-se interessante para dar um direcionamento mais concreto às decisões. (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). A partir disso, pode-se perceber a importância em propor essas estratégias e ações mercadológicas, para alavancar a otimização dos processos e do trabalho na empresa, com base nestas informações, elaborou-se a seguinte pergunta de pesquisa: Como pode-se definir estratégias e ações mercadológicas para a melhoria dos processos e otimização do trabalho na Comercial Pitangueira? 1.3 Objetivo geral Propor, com base na análise SWOT, estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira. 17 1.3.1 Objetivos específicos • Descrever a organização, seus produtos, serviços, clientes e concorrentes; • Identificar a percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos; • Avaliar a percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos e serviços e sobre a concorrência; • Destacar, com base no Macro-Ambiente de marketing, oportunidades e ameaças para a empresa. 1.4 Justificativa A empresa tem suas decisões baseadas no conhecimento, esse conhecimento muitas vezes relacionado a situações que aconteceram no cotidiano, ou devido à informalidade das ações tomadas na empresa, porém, como norma em todas as organizações alguns pontos ou, algumas situações necessitam de uma análise mais aprofundada, pois acarretam em reflexos posteriormente. A empresa, apesar de seguir em um processo estável em vista de piores condições verificadas no mercado atual, em que as normas a serem seguidos estão relativamente ao conhecimento e entendimento de todos, há sintonia entre o gestor e os demais colaboradores. O marketing é tão dependente do julgamento humano, de relacionamentos completos e conhecimento incompleto que, muitas vezes, as decisões são tomadas mais por intuição que por análise racional, a experiência e intuição são ingredientes importantes para o marketing (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). Entretanto, nota-se que com advento da tecnologia da informação, as empresas devem manter-se atualizadas, procurando desenvolver capacidades antes não alcançadas, informatizando seus processos, buscando um comprometimento constante com a verificação da realidade. Uma análise da situação mercadológica da empresa, de possíveis ações que possam alavancar as vendas, fixar o nome da empresa como conceito no mercado de trabalho, se torna indispensável para avaliações e busca de melhoria contínua. 18 A maioria das empresas enfrenta ambientes externos cada vez mais turbulentos e complexos, para enfrentar esses problemas de informações, geralmente ambíguas e incompletas sobre o setor e para aumentar o grau de compreensão do ambiente geral é adotado um processo chamado análise do ambiente externo (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003). A verificação, a análise dos pontos fortes, fracos deve envolver também, a preparação de um estudo dos principais concorrentes na relação produto-mercado, para facilitar o estabelecimento de ações da empresa (OLIVEIRA, 1999). Ressalta-se a percepção de que através de uma verificação mais minuciosa pode-se determinar a melhor maneira de associar os recursos disponíveis com a necessidade da sociedade, pondo em prática mudanças contínuas que levem à maior produtividade e à melhor qualidade dos serviços. 1.5 Contexto do ambiente de estágio A empresa Litoral Sul Comércio de Hortifruti Ltda ME, com nome de fantasia Comercial Pitangueira, localizada na Rua Abelardo Manoel Peixer, S/N, Bairro Barreiros, São José – Santa Catarina, tem sua atividade no ramo de Comércio Atacadista de Hortifrutigranjeiros, fundada pelos sócios titulares Ivadir Longhi e Airton Fossatti Junior, com início de atividades em 20 de Fevereiro de 2009 e registrada na Junta Comercial do Estado de Santa Catarina – JUCESC em 09 de fevereiro de 2009, com capital inicial de R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais). Enquadrada no regime de apuração simples nacional, com opção empresa limitada, permanece sem alteração contratual. Tem sua estrutura fixada em um barracão de alvenaria, dividido em escritório, depósito e setor de produção, onde são executados serviços manuais de embalagem, separação por peso e bitola, banheiros, área de repouso e alimentação. Conta com um Diretor Geral, um Gerente de Vendas e Logística e 7 funcionários subdivididos em um cinco auxiliares na área de produção, um serviços gerais e um motorista. O Diretor Geral da empresa fez sua primeira contratação de funcionário em 28 de fevereiro de 2009, o qual trabalha na função de auxiliar de produção e o último 19 funcionário foi contratado em 01 de abril de 2009. Hoje, atende ao mercado litorâneo centralizado nas regiões de Florianópolis, São José, Biguaçu, Blumenau, Nova Veneza, Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Tubarão, Criciúma e Navegantes. Oferecendo o produto, no caso alho, em estágio bruto, em sacos de 10 e 20 kg, caixas de 10 kg e elaborado em frações de 80g, 100g, 150g, 200g, 500g e 1 Kg, sendo esses com código de barras, de acordo com as especificações do código do consumidor. O preço de cada produto oferecido, varia de acordo com o custo. 1.6 Organização do trabalho O trabalho encontra-se dividido em introdução, a qual apresenta uma breve explanação sobre a relevância da administração e o objetivo da pesquisa, a justificativa, que pretende esclarecer o interesse da pesquisa, os objetivos que se subdividem em geral e específicos, a contextualização do ambiente de estágio na finalidade de aumentar a compreensão e salientar as singularidades da empresa. Em seguida, o trabalho tem em sua composição, a fundamentação teórica, que elucidará os assuntos que servirão de base de discussão e fundamentação sobre marketing, composto mercadológico, segmentação, posicionamento, análise SWOT, análise micro ambiental e análise macro ambiental, logo após, a metodologia para definir o formato da aplicação de pesquisa. Logo após será apresentado os resultados alcançados, as considerações finais, as referências, os anexos e o apêndice contendo as questões aplicadas na pesquisa. 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capitulo serão abordados temas que fazem parte da fundamentação teórica deste trabalho, pretende-se analisar as principais teorias e conceitos, esses diretamente relacionados à administração mercadológica, a forma como a organização se posiciona referente ao mercado. Inicia-se a pesquisa através de diversas posições de respeitados autores definindo marketing, seus conceitos, fundamentações, a seguir aborda-se sobre composto mercadológico que sustenta a conceituação dos quatro elementos do composto de marketing seguindo a abordagem de segmentação e posicionamento, ferramentas que servem de base para a organização alcançar seus objetivos. Depois de entender o marketing, o composto mercadológico, a segmentação e posicionamento de mercado, aprofunda-se o referencial teórico sobre a análise SWOT, definindo análise interna e externa. Após a conceituação acima, define-se análise micro-ambiental e macro-ambiental, que deve ser analisada profundamente, pois o administrador deve estar atento ao cenário interno e externo para a tomada de decisão na empresa, visto que, certamente, da mesma forma que os acontecimentos do ambiente externo refletem no ambiente interno, as atitudes tomadas internamente acarretarão reflexos externamente. 2.1 Marketing Em 1960 definia-se marketing como o desempenho das atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor. Com o passar do tempo as teorias foram se adaptando e o conceito de marketing também deveria abranger as instituições não lucrativas. Por fim, propõe-se que a essência do marketing é a transação, que é especificamente relativo à forma como as transações são criadas, estimuladas, facilitadas e valoradas (COBRA, 1989). 21 Com o passar do tempo, nos anos 90, a época exigia um conceito estratégico, o foco do marketing deixa de estar no cliente ou no produto e passa para o cliente em um ambiente externo mais amplo, saber tudo sobre o cliente não basta mais, as empresas para ter sucesso devem conhecer o cliente no contexto total, envolvendo concorrência, políticas, regulamentações governamentais, e forças econômicas, sociais e políticas que formam a evolução dos mercados. Durante as últimas três décadas, o conceito de marketing mudou completamente, antes o foco estava no produto, em como fabricar o produto melhor que era baseado em normas e valores internos e o objetivo era o lucro, o meio para atingi-lo, vender ou convencer o cliente potencial a trocar seu dinheiro pelo produto da empresa (KEEGAN, 2005). Dessa forma, Campomar; Ikeda (2006) e Cobra (1992) definem o marketing como uma arte na qual um conjunto de técnicas, usadas de acordo com os ideais, pensamentos de cada um, permite que as trocas sejam da melhor forma possível, fazendo-as bem, beneficiando todos aqueles que interagem nelas. O responsável por marketing não deve apenas conhecer as técnicas, mas precisa ter jeito para marketing, assim os autores definem como objetivo de marketing criar, facilitar e estimular a troca e o conceito de que o marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços, é um compromisso com a busca de melhoria da qualidade de vida das pessoas. As organizações, na busca de sobrevivência acabam descobrindo a importância de se orientar pelas necessidades e exigência do mercado, em vista das contínuas mudanças do cenário do mercado atual, o marketing tem sido usado como salvação e permanência nesses mercados em contínuas mutações. O papel de marketing é identificar necessidades não satisfeitas, de forma a colocar no mercado produtos e serviços que proporcionem satisfação dos consumidores, gerem bons resultados aos acionistas e ajudem a melhorar a qualidade de vida das pessoas e da comunidade em geral. Para Kotabe; Helsen (2000) o marketing é essencialmente uma atividade corporativa criativa, que envolve o planejamento e execução, determinação de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços, não é apenas muito mais amplo do que a venda, envolve a orientação de toda a empresa para a satisfação do consumidor em um ambiente competitivo, o marketing requer muita atenção aos consumidores e concorrentes e acrescentando Keegan (2005) define que marketing é o processo de 22 focalizar os recursos e objetivos de uma organização nas oportunidades e necessidades do ambiente, o marketing é uma disciplina universal, um conjunto de conceitos, ferramentas, teorias, práticas e procedimentos. Entre diversas posições a respeito do Marketing, percebe-se que o mesmo ocupa um patamar de muito respeito no atual conceito de modo de administrar, assim podendo ser definido o propósito de marketing como a criação e entrega de um padrão de vida, para complementar de modo mais específico. Kotler (1999) define que o marketing é fundamentado em necessidades, desejos e demandas, questões essas ligadas diretamente a vida do homem como ser social, independente de sexo ou raça que obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Na seqüência, apresenta-se a definição da composição mercadológica e de seus elementos. 2.2 Composto mercadológico Cobra (1992) afirma que composto mercadológico, também conhecido como composto de marketing é a interação de uma organização com seus meios ambientes internos e externos, e é uma importante interação que envolve as ferramentas de marketing para a consecução dos objetivos de uma organização de acordo com a sua missão de negócio, para satisfazer as necessidades dos consumidores, é preciso que os produtos ou serviços a serem ofertados tenham boa qualidade, que as características atendam aos gostos dos consumidores, com boas opções de modelos e estilos, nome atraente da marca, com embalagens que chamem atenção, tamanhos variados dos produtos, com serviços e quantias ao usuário que proporcionem adequados retornos financeiros a organização. É preciso que o preço, divulgado a clientes e a consumidores, seja justo e proporcione descontos estimulantes à compra dos produtos ou serviços ofertados, com subsídios adequados e prazos de pagamento com propostas de crédito que chamem atenção, de acordo com os pontos citados. Cobra (1992) apresenta um quadro representando as condições dos compostos mercadológicos através do Quadro 1, procurando distinguir cada elemento. 23 COMPOSTO MERCADOLÓGICO PRODUTOS DISTRIBUIÇÃO PROMOÇÃO PREÇO Qualidade Canais Propaganda Listas de Preço Características Cobertura Venda Pessoal Descontos Opções Localização Promoção de Subsídios vendas Estilos Nome da Marca Inventário Relações Período de Públicas Pagamento Transporte Merchandising Termos de crédito - - - Embalagens Opções Serviços Quadro 1: Composto Mercadológico. Fonte: Cobra, 1992. A idéia das atividades de marketing consiste na procura da composição das variáveis controláveis de marketing que maximizem os objetivos da organização em comparação com as variáveis não controláveis. As variáveis de decisão de marketing são caracterizadas como fatores controláveis pela organização e que podem ser manipuladas para influenciar as trocas e a tarefa básica da organização é encontrar as melhores combinações para essas variáveis, integrando-as a fim de chegar a um resultado satisfatório, a utilização de um composto de marketing adequado pressupõe o conhecimento das variáveis ambientais de natureza tecnológica, econômica, psicológica, social, política, legal entre outras. Isso significa que a organização pode segmentar devidamente o mercado e posicionar corretamente seu bem ou serviço, e terá provavelmente como conseqüência a satisfação dos clientes (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). Todos os elementos do composto foram criados e estabelecidos para atender ao mercado alvo, ou seja, o consumidor. O composto mercadológico é o conjunto de ferramentas para atingir seus objetivos de marketing e mercado alvo, e é a utilização de ferramentas que a empresa aproveitará como indicadores para o lançamento de um novo produto e criar valor ao cliente. Estas ferramentas são compostas de quatro 24 variáveis e devem estar alinhadas para o sucesso de um produto no mercado atual (COBRA, 1989; DIAS, 2004; LAMB et al, 2004; KOTLER, 1994; LAS CASAS, 2000; SEMENIK; BAMOSSY, 1995; GRONROOS, 1995; COSTA, 2003; DOYLE, 2005). Os quatro itens que devem ser adaptados e coordenados são os 4 P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção) que compõe o composto de marketing ou variáveis controláveis. É necessária a adoção do conceito de marketing para conseguir a adaptação, a coordenação, e a reação eficiente, dessa forma, o preço deve ser compatível com a qualidade do produto, os canais de distribuição devem ser compatíveis com o preço e com a qualidade do produto e promoção deve ser compatível com os canais, com o preço e com a qualidade do produto conforme definidas abaixo: (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). 2.2.1 Produto O produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores alvo. O produto deve ter qualidade e padronização que em termos de características pode definir como desempenhos e acabamentos, modelos e tamanhos que atendam às expectativas, necessidades e configuração, que é a apresentação do produto em termos de apresentação física, embalagem, marca e serviço, a utilidade do produto só existe se posicionado junto ao seu mercado consumidor (COBRA, 1989). De acordo com Campomar; Ikeda (2006) o produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade e assim as organizações atendem à necessidade de seus consumidores com uma proposta de valor que é materializada por uma oferta, que pode ser uma combinação de produtos, de eventos, de serviços, de pessoas, de organizações, idéias e de experiências. Os produtos podem ser tangíveis e não tangíveis, duráveis e não duráveis, os produtos duráveis são consumidos de forma lenta e duram por um período de tempo e os produtos não duráveis são consumidos de maneira relativamente rápida e pedidos regularmente. 25 Dessa forma, Kotler (2001) afirma que a base de qualquer negócio é um produto ou serviço, uma empresa tem por objetivo oferecer algo de maneira diferente e melhor, para que o mercado venha a preferi-lo mesmo pagando um preço mais alto por ele. Mas os produtos variam quanto ao grau em que podem ser diferenciados, de um lado as commodities, como produtos químicos básicos, metais, frutas, legumes, verduras, sal e outros, de outro lado, no extremo oposto às commodities estão os produtos altamente diferenciados em termos físicos, como veículos automotores, equipamento pesado e edifícios. Portanto, a vantagem competitiva consiste em agregar elementos adicionais como qualidade e atendimento, tornando-os diferenciados em relação aos concorrentes. 2.2.2 Preço Historicamente, compradores e vendedores estabeleciam um preço por meio de negociação. A negociação girava em torno de ofertas e contra-ofertas, até atingirem um nível de aceitação para ambos os lados, ou desistirem do negócio. Os preços eram diferentes para cada transação, mesmo quando o produto era essencialmente o mesmo, refletindo as necessidades individuais e as habilidades de negociação dos participantes (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). Atualmente, as decisões de preços sujeitam-se a uma série de influências que se originam não só das necessidades dos compradores e vendedores, mas das condições de mercado e de ambiente. O preço é diferente dos três outros elementos do mix de marketing no sentido que gera receita e os demais geram custos. Profissionais de marketing inteligentes acrescentam a seus produtos benefícios adicionais e atribuem preço à oferta como um todo. As empresas desejam motivar o maior número possível de clientes a optar pelo pacote completo. Isso é realizado oferecendo-se ao cliente um preço menor pelo preço total da oferta do que o ele pagaria se comprasse todos os itens separadamente (KOTLER,2001). O preço deve estar no ponto certo e transferir a posse no preço certo podendo ser considerado posto na fábrica, posto no cliente, atacadista, varejista ou distribuidor, líquido com desconto ou bruto sem desconto, desconto por quantidade, por condição de pagamento e o composto promocional do produto ou serviço compreende a 26 publicidade, as relações públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising (COBRA, 1989). 2.2.3 Praça Cada fornecedor deve decidir como tornar suas mercadorias disponíveis ao mercado-alvo. Pode escolher vender os bens diretamente ou vendê-los por meio de intermediários, em um mesmo setor pode-se encontrar os dois modelos de distribuição. Com advento das vendas sem sair de casa, como catálogos, mala direta, ofertas descritas em revistas, jornais, rádios ou TV, programas de compra pela TV, telemarketing, internet as pessoas se vêem pressionadas pelo tempo e fazem as compras em casa, portanto, o desafio é trazer os consumidores de volta a suas lojas, a escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal de distribuição, as empresas reconhecem que suas escolhas de distribuição estabelecem um compromisso razoavelmente longo com o qual terão que conviver mesmo que aparecerem canais novos e mais atraentes (COBRA, 1989; KOTLER,2001). Podem-se definir canais de distribuição como uma rede de organizações que cria utilidades de lugar, de tempo e de posse para consumidores e usuários empresariais ou um conjunto de organizações independentes envolvidas no processo de tornar um produto ou serviço disponível para o uso ou consumo, envolve as várias atividades da empresa para tornar o produto acessível e disponível aos consumidores alvo. O produto ou serviço só tem utilidade se posicionado junto ao seu mercado consumidor. A escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal de distribuição (CAMPOMAR; IKEDA, 2006; KOTLER,1996;COBRA,1989). 2.2.4 Promoção A promoção trata das várias atividades da empresa responsáveis pela comunicação e promoção de seus produtos ao mercado-alvo. O composto promocional do produto ou serviço compreende a publicidade, as relações públicas, a promoção de vendas, 27 a venda pessoal e o merchandising. O ponto significa levar o produto da forma mais acessível e rápido possível ao mercado consumidor (KOTLER, 1999; COBRA,1989). Kotler (2001), Campomar; Ikeda (2006) definem que a promoção cobre todas aquelas ferramentas de comunicação que fazem chegar uma mensagem ao públicoalvo, a promoção é utilizada para aumentar a consciência, o reconhecimento, o conhecimento e as informações do consumidor a respeito do produto, da marca ou da organização, sendo que muitas vezes auxiliam o consumidor na hora da compra ou no uso do produto, as técnicas mais usadas são a propaganda, a promoção de vendas, as relações públicas e a força de vendas e se enquadram em cinco categorias conforme abaixo: • Propaganda A propaganda é a ferramenta mais poderosa para promover a conscientização das pessoas sobre uma empresa, um produto, um serviço ou uma idéia, algumas vezes, a publicidade é gerada quando uma organização simplesmente executa suas atividades de marketing, se os anúncios forem criativos, uma campanha publicitária pode construir a imagem da marca e até possibilitar sua aceitação, se não certo grau de preferência, uma organização pode pagar uma agência para criar uma campanha publicitária para seu produto, e a agência veicula a propaganda na mídia mais adequada, onde pode-se encontrar clientes potenciais e o mercado mais amplo (BONAVITA; DURO, 2001; KOTLER, 2001; KEEGAN,2005). • Promoção de Vendas A maioria dos anúncios não faz com que se obtenha um aumento de vendas rapidamente, os anúncios trabalham mais com a mente das pessoas que com seu comportamento, é um conjunto de ferramentas de incentivo a curto prazo, levam as vendas de um produto especifico mais rápida e maior, a promoção de vendas é altamente recomendável quando a empresa tem uma marca superior, mas que não é conhecida pelo consumidor, ao estimular os consumidores a testarem a marca, a promoção de vendas fará com que a base de clientes aumente. Ela também é eficaz quando atrai novos clientes que antes eram fiéis a concorrência, entretanto a maioria 28 das promoções atrai clientes que tendem a trocar de marcas com freqüência, porém em vista da instabilidade do mercado, pode-se considerar fator presente e constante no marketing (KOTABE, HELSEN; 1999; KLOTER, 2001). • Relações Públicas Pode ser muito eficaz, embora pode ser substituída na promoção de produtos, normalmente se refere a um departamento específico, que não trabalha somente com relações públicas de marketing mas também com relações públicas de finanças, co os funcionários, com o governo. À medida que a propaganda perde parte de seu poder de construção de marca e que as promoções de vendas assumem um porte muito maior que o desejável, as empresas podem vir a reconhecer um maior potencial nas relações públicas de marketing, as relações públicas procuram descobrir técnicas para conseguir a boa vontade e a cooperação das pessoas as quais a organização tem relação, tanto como contato ou que depende dela (COBRA, 1989 ; KLOTER,2001). • Força de Vendas A força de vendas é muito mais eficaz que uma série de anúncios ou peças de mala direta, apesar de ser uma das mais custosas ferramentas de comunicação de marketing a abordagem é mais forte, impactante e define a estrutura, o tamanho e a remuneração. Quanto mais complexo o produto ou serviço, mais necessário se torna o uso de profissionais de vendas, o que importa não é o custo do vendedor, mas seu custo em relação às vendas que gera, se o vendedor executa suas vendas com êxito, o custo torna-se secundário em relação ao benefício que o mesmo traz à empresa, é necessário investir em força de vendas, vendedores medíocres vendem menos, ficam frustrados e abandonam a empresa ou são demitidos, o que gera custos de um novo processo de recrutamento, seleção e treinamento que não ocorreria com uma força de vendas forte e bem-remuneradas (KOTABE, HELSEN; 1999; KLOTER, 2001). • Marketing Direto 29 Os mercados, hoje em dia, estão fragmentando-se em pequenos segmentos ou mini-mercados, colocando os produtos no mercado na quantidade certa, no preço certo. Com isso está surgindo uma abordagem especializada voltada a um grupo específico de clientes, utilizando abordagens como mala direta, telemarketing, um cliente potencial julgará a empresa e seus produtos com base em uma variedade de coisas que ele observa, como quando ele visita a fábrica da empresa e percebe desordem com os resíduos espalhados no chão, ou por quando observa os caminhões de certa empresa de mudanças muito anunciada sem o cuidado mínimo de conservação diante do serviço que a empresa oferece, que diretamente necessita do caminhão para efetuar o trabalho, dessa maneira, percebe-se que a imagem, a maneira que os procedimentos, os fatos são administrados e observados tornam-se indispensáveis as empresas que almejam êxito organizacional (CAMPOMAR;IKEDA, 2006; COBRA, 1989; KOTLER,2001). Portanto, o produto ou serviço deve satisfazer as necessidades e aos desejos dos consumidores, o ponto significa levar o produto da forma mais acessível e rápido possível ao mercado consumidor, o preço deve ser ajustado às condições de custo de fabricação e mercado e a promoção deve comunicar o produto ou serviço ao mercado, estimulando e realizando a venda, a transferência de posse (COBRA, 1989). Após analisar a visão de diversos autores em relação a composição do composto mercadológico, Las Casas (1997) apresenta um quadro funcional representado pelo Quadro 2 em comparação com o Quadro 1 apresentado por Cobra (1992) citado acima, no qual mostra as características mais importantes de cada “P”. Estes elementos são os quais a empresa deve se basear para analisar e perceber suas qualidades e defeitos em um quadro geral do composto mercadológico, guiando-a em suas estratégias e ações: COMPOSTO MERCADOLÓGICO PREÇO PRODUTO PRAÇA PROMOÇÃO Política de Preço Qualidade Pontos de Propaganda Venda Descontos por quantidade Design Transporte Força de Vendas 30 Freqüência Diferenciação Entrega Promoções Indicações Durabilidade CD’S Publicidade Condições de Economia Armazenagens Relações Públicas Pagamento Hergonomia Varejistas Marca Registrada Embalagem Web Sites Embalagens Marca Merchandising Nominal Serviços Web Sites Garantias Tamanho Conforto Quadro 2: Definições dos 4 P’s. Fonte: Las Casas, 1997. Percebe-se através dos quadros apresentados por Cobra e Las Casas, respectivamente, Quadros 1 e 2, que a abordagem se torna interessante, pois proporciona um comparativo entre a visão dos autores, apresentando uma relação semelhante entre os elementos, diferenciando apenas que algumas características estão presentes na definição de um autor e na visão de outro autor não está presente, mostrando uma percepção mais aprofundada sobre a composição dos elementos mercadológicos. Na seqüência, apresenta-se a definição de segmentação e os segmentos. 2.3 Segmentação As organizações devem analisar a melhor maneira de criar valor para os seus clientes e avaliar quais clientes elas tem melhores condições de atender. Segmentar é identificar os diferentes grupos de consumidores e dar atenção àqueles que a organização deseja alcançar. O objetivo é atender aos segmentos, cada um tem suas necessidades, características ou exigências, a segmentação ajuda a organização a adaptar seus produtos e serviços às exigências dos grupos-alvo, a partir disso é possível desenvolver técnicas adequadas a algumas partes do mercado total (CAMPOMAR e IKEDA, 2006). 31 Lengler, Vieira e Fachin (2009) definem que a segmentação se constitui em um dos instrumentos aptos de fornecer informações para a tomada de decisão quanto ao composto mercadológico. No início predominou-se a segmentação de mercados a partir da localização geográfica do consumidor, posteriormente foram introduzidas as questões relacionadas às características psicográficas dos consumidores e benefícios esperados em relação ao produto. (HALEY,1968;1964 apud LENGLER; VIEIRA; FACHIN, 2009). Segmentar envolve identificar o comportamento de compra homogêneo em um segmento e compras heterogêneas entre segmentos, de modo que cada segmento possa ser considerado um alvo para um mix de marketing distinto. As principais abordagens para segmentação incidem sobre as características do consumidor e sobre suas respostas, referente às características do consumidor. A estratégia de segmentação pode resultar na discriminação de preço planejada entre vários mercados e pode ser adotada por várias razões incluindo as diferenças no estágio do ciclo de vida do produto, o comportamento de compra do consumidor e a elasticidade-preço de diferentes mercados, abaixo os tipos de segmentação que pode-se encontrar (CAMPOMAR; IKEDA, 2006; KOTABE; HELSEN, 2000): 2.3.1 Segmentação Geográfica É dividir o mundo em subconjuntos geográficos definidos como: região urbana, suburbana, rural, tamanho do município/cidade/estado, densidade de mercado, concentração urbana/ rural, clima, terra. (CAMPOMAR; IKEDA, 2006; KEEGAN, 2005). A segmentação geográfica é provavelmente, a mais antiga das formas de segmentação, quando existem diferenças significativas entre um consumidor e outro, quanto a necessidades específicas, atendidas por critérios geográficos, a segmentação geográfica atende a essas necessidades (ROCHA; CHRISTENSEN,1999). A segmentação de mercado é viável quando as necessidades dos clientes nos diversos países são diferentes, mas o produto é padronizado, ou outros elementos 32 do composto de marketing são adaptados para atender ao mercado global (HUTT; SPEH,2002). 2.3.2 Segmentação Demográfica Tem como base características mensuráveis como: idade, sexo, tamanho da família, ciclo de vida da família, renda, ocupação, educação, religião, raça, nacionalidade, nível de educação, tamanho da família, classe social, propriedade de domicílio (COBRA, 1992; CAMPOMAR; IKEDA, 2006;KEEGAN, 2005). Largamente utilizada pelas empresas, as variáveis mais comuns no mercado de consumo são a idade, o sexo e a renda familiar, em relação ao mercado industrial pode-se citar o tamanho da empresa, que pode ser medido pelo número de empregados e setor de atividade, dessa forma, os dados demográficos podem constituir-se em um excelente indicador de potencial de mercado, pois são dados comumente encontrados e relativamente de acesso mais simplificado, facilitando e otimizando a identificação do fator a qual se quer pesquisar (ROCHA, CHRISTENSEN, 1999). 2.3.3 Segmentação Psicográfica É realizada mediante o agrupamento de pessoas em termos de atitudes, classe social, estilo de vida e personalidade, motivos, percepção e valores. Mediante isso se pode identificar clientes potenciais, esses aspectos são fatores determinantes para analisar ou segmentar grupos, pois as características que diferem um e outro são bem díspares. As atitudes de um individuo para outro não são semelhantes, a classe social determina muitos fatores, no sentido de abordagem, os estilos de vida de cada um também são diferentes, e cada um tem uma percepção diferente em relação à determinada situação, portanto torna-se interessante e permite uma troca de conhecimentos e experiência pela diversidade que encontra-se entre os indivíduos.(LAS CASAS,1997; CAMPOMAR; IKEDA, 2006; COBRA, 1992). 2.3.4 Segmentação Comportamental 33 Concentra-se em saber se as pessoas compram e usam um produto ou não, assim como a freqüência com o que utilizam e em que quantidade. Processo e a ocasião de compra, quando as compras são feitas, a taxa de uso do produto, as razões de compra (CAMPOMAR; IKEDA, 2006; KEEGAN, 2005). Ambicionar um segmento de mercado envolve decidir que estratégia de posicionamento adotar, bem como assegurar-se de que as percepções do consumidor estão de acordo com a posição desejada, envolvendo as etapas de decidir as posições relevantes para o segmento de mercado e que mais provavelmente afetam os hábitos de compra, avaliar a posição que a organização pode efetivamente ocupar e que seja difícil para os concorrentes e comunicar a posição selecionada por meio de mensagens nas promoções e vendas. (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). O mercado é constituído de compradores, que diferem entre si, que são divididos em gostos e preferências, o grande desafio da segmentação do mercado é identificar compradores com comportamentos de compra homogêneos, através do isolamento de fatores característicos facilitando as empresas determinarem quais estratégias utilizar e para quem é voltada esta estratégia. A segmentação de mercado ampliou a partir das duas últimas décadas do conceito central de pesquisa de consumo, e por essa razão a segmentação é freqüentemente definida como uma técnica de pesquisa, como um tipo de levantamento, ou um método de análise de dados, pois tem sido muito importante para o progresso da tecnologia da pesquisa (COBRA,1992; KOTLER; ARMSTRONG, 2003; SANDHUSEN, 1998; ROCHA; CHRISTENSEN, 1999; BOONE; KURTZ, 1998, DIAS, 2004; SCHEWE; HIAM, 2000). Boone; Kurtz (1998) e Kotler; Armstrong (2003) demonstram no Quadro 3 elementos presentes de cada seguimento e suas características correspondentes, quanto mais elementos conseguirem ser usados no momento da delimitação do público-alvo, mais fácil será no momento de desenvolver estratégias a este segmento. 34 SEGUIMENTO CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICO Região Grande Florianópolis, São José Área Rural, Urbana Clima Quente, Frio Tamanho do Município Km², Localização População da população Abaixo de 5000, 5000. DEMOGRÁFICO Idade De 0 a 6, De 6 a 10 Sexo Masculino, Feminino Tamanho da Família 1,2,3,4 Ciclo de Vida Familiar Novos e Solteiros, Novos e Casados Nível de Escolaridade Analfabeto, Segundo Grau Renda De 01 a 05 salários mínimos, de 05 a 10 salários mínimos Religião Católico, Protestante Raça Branco, Negro Nacionalidade Brasileiro, Italiano PSICOGRÁFICO Classe Social Classe Alta, Classe Média Estilo de Vida Metódico, Racional Personalidade Compulsivo, Carismático COMPORTAMENTAL Ocasião de Compra Habitual, Específica Atributos Desejados Qualidade, Conveniência Atitude para com o produto Indiferente, Entusiasta Quadro 3: Aspectos da segmentação. Fonte: Adaptação de: Boone; Kurtz,1998 e Kotler; Armstrong, 2003. O quadro 3 apresenta os aspectos da segmentação na visão de Boone; Kurtz (1998) e Kotler e Armstrong (2003), percebe-se que cada segmento apresenta elementos que fazem parte de cada tipo de segmentação e exemplos cabíveis a cada elemento. Na seqüência, apresenta-se a definição de posicionamento. 35 2.4 Posicionamento Posicionamento refere-se ao lugar que o produto ocupa no mercado, são as ações que uma empresa realiza para criar uma posição clara e desejável dos seus produtos na mente dos consumidores-alvos em relação ao da concorrência, a identificação do posicionamento do produto no mercado é muito importante para que se analise a percepção do consumidor em relação ao lugar que o produto ocupa no mercado, através da análise de posicionamento, pode-se avaliar porque o consumidor pode preferir determinada marca de um produto ou outra ou definir tendências do público consumidor em relação a determinados produtos. (KOTLER; ARMOSTRONG, 2003; ROCHA,CHRISTENSEN,1999; COBRA,1997; 1992). O entendimento do conceito de posicionamento é geralmente definido como um lugar no mercado que o produto é colocado, e que as outras marcas não interfiram no processo de venda do produto, o consumidor faz questão de escolher o que mais lhe agrada, mais como isso não depende somente de gosto, muitas vezes o produto escolhido é aquele que passa uma imagem melhor ou um preço mais acessível pelo que oferece, ou ainda que faça o consumidor pagar a mais pelo produto, levando em conta seus benefícios, qualidades. (RICHERS, 2000). Pode-se definir o posicionamento como uma decisão estratégica muito importante, pois se deve posicionar o produto na mente do cliente, dessa forma, torna-se necessário selecionar o segmento do mercado-alvo, logo em seguida elaborar uma estratégia de posicionamento, que se resume em como se posicionar contra um concorrente ou enfatizar um benefício diferenciado e logo em seguida conquistar uma posição por meio de um programa de marketing, as três etapas citadas anteriormente têm relação, pois definindo os clientes alvo, com uma declaração de posicionamento que deixa claro o que precisa-se comunicar sobre o produto, cada vez mais o programa vai chegar nos clientes em qualquer ponto de influência, uma vez assegurado dos clientes certos a declaração de posicionamento vai enfatizar qual público atingir e com qual mensagem (HIAM,1999). Posicionamento é o lugar que seu produto ocupa na mente do cliente, é o que acontece na mente do cliente, depende de uma série de variáveis, mais que podem 36 ser controladas na maioria das vezes pelo profissional de marketing, é o ato de estabelecer e comunicar os principais benefícios do produto ao mercado, é o modo que a empresa utilizará para que os clientes alvo percebam o diferencial em relação a concorrência, portanto o posicionamento está diretamente ligado ao composto de marketing, cada etapa do composto deve estar alinhada para explicar esse posicionamento. Na seqüência, apresenta-se a definição de análise SWOT e de seus elementos. (EVANS, 2005; KEEGAN, 2005; KOTLER,1999). 2.5 Análise SWOT De acordo com Thompson Jr; Strickland III (2004) o dimensionamento dos pontos fortes e pontos fracos internos da empresa e suas oportunidades e ameaças externas normalmente recebe o nome de análise SWOT, diz-se que é uma técnica usada para obter uma visão geral da situação estratégica da empresa, destaca-se que a estratégia deve produzir um bom ajuste entre as capacidades internas e as circunstâncias externas. A análise SWOT, também conhecida como análise FOFA, divide as informações em fatores internos e externos, que depois são associadas aos aspectos positivos que compreendem as forças e oportunidades e aspectos negativos que abrangem as fraquezas e ameaças. Os fatores internos que podem ser vistos como forças ou fraquezas, podem ser forças para uma empresa e ao mesmo tempo fraquezas para outras, incluem todos os elementos do composto de marketing, o produto, preço, praça e promoção e os recursos humanos e finanças. Os fatores externos, da mesma forma que os fatores internos, podem representar ameaças para uma empresa e oportunidades para outra, incluem mudanças tecnológicas, legislação, mudanças sócio-culturais e mudanças no mercado ou na posição competitiva, a análise dos ambientes interno e externo da organização deve ser orientada a partir da definição do negócio e missão, essa análise permite o seu posicionamento em vista das oportunidades e ameaças, a partir disso pode-se identificar a inadequação de seu negócio e missão da empresa, da maneira que estão expressos (TAVARES, 1991; KOTABE; HELSEN, 2000). 37 O diagnóstico estratégico, em seu processo de análise externa e interna, apresenta determinados componentes. As empresas obtêm as informações que necessitam através de um entendimento integrado dos ambientes externo e interno, esses servem para entender o presente e prever o futuro. A avaliação das potencialidades de uma empresa tem a ver com seu momento presente e com o desempenho do passado. O ambiente geral é constituído dos elementos de alcance mais amplo na sociedade que influenciam o setor e as empresas correspondentes, agrupados em demográfico, econômico político-legal, sócio-cultural, tecnológico e global e o ambiente do setor é representado pelo conjunto de fatores, a ameaça de novos entrantes, fornecedores e poder de barganha de compradores, produtos substituídos e o grau de intensidade da rivalidade entre seus concorrentes, dessa forma, a tarefa de planejar não deve ser realizada apenas de tempos em tempos, pois as condições alteram-se muito rapidamente e o planejamento anterior pode tornar-se obsoleto. Assim, para evitar o obsoletismo, o planejamento deve ser sistemático e estabelecido com base no diagnóstico situacional, permitindo a análise externa e análise interna da organização, com o propósito de identificar entre outros aspectos, os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, em seguida, a análise macro ambiental contextualizando o ambiente externo (COBRA,1991; OLIVEIRA,1999; HITT; IRELAND; HOSKISSON,2003). 2.6 Análise Macro Ambiental O Macro ambiente é constituído dos fatores incontroláveis aos quais as organizações adaptam-se por meio da utilização dos fatores controláveis, as modificações ocorrem e são freqüentes, dessa maneira, por estar fora do domínio da empresa as variáveis são consideradas incontroláveis. Os empresários são obrigados a se adaptar as mudanças no produto, no preço, na praça e na promoção, e a maioria das falhas acontecem pela falta de adaptação a instabilidade do macro ambiente, que entre tantas pode-se citar as mais comuns como o ambiente social, cultural e demográfico, as variáveis econômicas, tecnologia e concorrência (LAS CASAS,1997). Kotler (2001) afirma que as empresas devem ser habilitadas na identificação de tendências, e inúmeras oportunidades de mercado surgem do macro ambiente em 38 constante mutação, dessa forma, as empresas têm que manter uma perspectiva de prazo mais longa em relação a negócios novos, que devem entrar ou investir ou aqueles que já estão presentes e que devem ser reduzidos ou abandonados, assim, deve-se dedicar total atenção ao que acontece em cada um dos cinco principais componentes do macro ambiente. (KOTLER, 2001) descreve as tendências conforme apresentado na sequência: • Tendência Demográfica: Uma distribuição etária, de taxas população nascimento, com as informações casamento e de mortalidade razoavelmente estáveis, pode-se projetar a faixa etária futura dessa população. • Tendências Econômicas: As pessoas têm que estar dispostas a comprar, pois uma população por si só não constitui um mercado e o poder aquisitivo na maioria das vezes é distribuído de forma desigual tanto nas empresas compradoras como entre os consumidores. • Tendências de Estilos de Vida: Os estilos de vida manifestam-se nas atividades, nos interesses e nas opiniões das pessoas que podem ter o mesmo nível de renda, porém, estilos de vida bem diferentes. • Tendências Tecnológicas: As inovações tecnológicas têm forte impacto nas empresas líderes de mercado, que investem na atualização constante, a tecnologia atual é desafiada por empresas novas que vem a inovação como principal esperança de obter uma boa posição no mercado. • Tendências Políticas de regulamentação: A grande maioria das empresas monitoria com bastante zelo os projetos políticos, legislativos, normativos e fiscalizadores, dessa forma, monitora o desenvolvimento de políticas, leis e normas que possam favorecer ou prejudicar seus negócios. Na etapa de análise externa verificam-se as ameaças e oportunidades que estão no ambiente da empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situações (OLIVEIRA, 1999). A empresa deve olhar para fora de si, para o ambiente onde estão as oportunidades e as ameaças. Os fantasmas da falta de equilíbrio financeiro muitas vezes geram mais ameaças internas do que a própria concorrência ou o ambiente econômico (COBRA, 1991). 39 Toda organização sobre influência de uma série de fatores que compõe o seu ambiente externo, a partir de um momento um fator, ou alguns fatores podem tornarse críticos exigindo um posicionamento estratégico, o desenvolvimento e a sobrevivência da instituição estão diretamente ligados à sua capacidade de lidar com algum fator ou alguns fatores, os acontecimentos do ambiente externo exigem muita atenção dos gestores, pois a influência deles no ambiente interno é grande, e a necessidade de o ambiente externo e interno estar em harmonia é relevante (TAVARES, 1991). A maioria das empresas enfrenta ambientes externos cada vez mais turbulentos, complexos e globalizados, para enfrentar esses problemas de informações, geralmente ambíguas e incompletas sobre o setor e para aumentar o grau de compreensão do ambiente geral é adotado um processo chamado análise do ambiente externo, a análise externa possui alguns componentes conforme abaixo (HITT; IRELAND; HOSKISSON,2003): COMPONENTES DA ANÁLISE EXTERNA INVESTIGAÇÃO Identificação precoce de sinais de mudança e tendências do ambiente. MONITORAMENTO Interpretação do significado através de observações contínuas das mudanças e tendências do ambiente. PREVISÃO Desenvolvimento de projeções e de resultados antecipados com base no acompanhamento das mudanças e tendências. AVALIAÇÃO Determinação da ocasião e da importância das mudanças e tendências do setor para as estratégias e a administração da empresa. Quadro 4: Componentes da Análise Externa. Fonte: Hitt; Ireland; Hoskisson, 2003. 40 A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua atual posição produto-mercado e, perspectiva quanto à sua posição produto-mercado desejada no futuro, conforme descrito abaixo (OLIVEIRA,1999). 2.6.1 Oportunidades e Ameaças A oportunidade é representada por uma condição no ambiente geral que pode ajudar a empresa a alcançar a competitividade estratégica, é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer a sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada satisfatoriamente enquanto perdura (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003; OLIVEIRA,1999). As oportunidades sempre existem mais se precisa analisar além do que se é feito, raramente uma oportunidade surge em um ambiente constante, sem mudanças, a oportunidade é a capacidade de olhar para o futuro procurando novos nichos de mercado, novas idéias, novas tecnologias, aprimoramento, é um processo que depende do olhar atento ao ambiente externo, através dessa visão pode-se identificar excelentes oportunidades à organização (RICHERS, 2000). A ameaça é representada por qualquer condição no ambiente geral que possa vir a prejudicar os esforços da empresa para alcançar a competitividade estratégica (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003). Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculo à sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que conhecida em tempo hábil (OLIVEIRA, 1999). As ameaças só tornam-se perigosas quando não lhes é dado atenção, característico do ser humano, a não ser quando se sente ameaçado. Tanto as oportunidades como as ameaças resultam de mudanças pouco aparentes, que são consideradas cotidianas, porém a maioria delas provém da concorrência, ou de dentro do próprio setor (RICHERS, 2000). Após as definições citadas acima, pode-se afirmar de acordo com Tavares (1991) que o macro ambiente proporciona as influências mais amplas e significativas na 41 organização, a capacidade ou incapacidade de prever e lidar com determinadas situações, pode explicar a grande parte dos sucessos e das dificuldades com que a organização se depara. Abaixo, a definição de Análise Micro Ambiental. 2.7 Análise Micro Ambiental Esta etapa verifica os pontos fortes e os pontos fracos da empresa. A análise dos pontos fortes, fracos deve envolver também, a preparação de um estudo dos principais concorrentes na relação produto-mercado, para facilitar o estabelecimento de ações da empresa no mercado (OLIVEIRA, 1999). A análise do ambiente interno da organização deve ser orientada pelas exigências de desempenho visualizadas no ambiente externo, deve-se tomar como base o ambiente externo para analisar quais medidas devem ser adotadas no ambiente interno, deverá ser orientada a configuração interna da organização visando à troca com o público, o cumprimento da missão da organização (TAVARES, 1991). A implementação do plano estratégico precisa ser executado com competência, capacidades e recursos disponíveis e que não possa ser arruinado pelos pontos fracos da empresa, deve ser elaborado com prudência, aproveitando as áreas da empresa onde tem pontos fortes e os gestores devem elaborar estratégia baseado nas forças e ameaças que compreendem o ambiente interno, não exigir muito das áreas mais fracas e aproveitar as potencialidades (THOMPSON JR; STRICKLAN III, 2004). As empresas devem planejar de acordo com controle e planejamento, o ambiente interno, a identificação de pontos fortes e fracos dentro da organização anda em paralelo com a análise do ambiente. O estudo dos pontos fortes e fracos pode ser feito por meio de análise das áreas funcionais e benchmarking. A identificação é parte importante de qualquer processo de formulação de estratégia. Há diversos focos de pontos fortes e pontos fracos em qualquer organização, conforme descrito abaixo (LAS CASAS, 1997; MAXIMIANO, 2005). 2.7.1 Pontos Fortes e Pontos Fracos 42 Os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da empresa, representam as variáveis controláveis, pois são aquelas que o gestor ou os gestores podem administrá-las, o maior problema são as variáveis a que não se tem controle, em uma análise interna, nem sempre se consegue classificar algum fator como ponto forte ou ponto fraco, principalmente por falta de informações mais adequadas. Da mesma forma que alguns pontos fortes são mais importantes ou alguns pontos fracos podem ser fatais, outros não são significativos, a avaliação dos pontos fortes e fracos de uma empresa é o mesmo que elaborar um balanço estratégico, os pontos fortes são ativos competitivos e os pontos fracos são passivos competitivos (OLIVEIRA, 1999; THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2004). Ponto forte é algo que a empresa faz bem ou uma característica que lhe proporciona uma competência importante. Um ponto pode ser uma capacidade competitiva valiosa, uma habilidade que coloca a empresa em uma posição de vantagem no mercado, pode também resultar de alianças ou de investimentos com parceiros que possuem habilidades ou capacidades que melhoram a competitividade da organização. Ponto fraco é algo que a empresa não faz muito bem em ou algo que a coloca em desvantagem em relação às demais, porém, um ponto fraco não torna a empresa vulnerável competitivamente, dependendo de quando o ponto fraco pesa no mercado (THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2004). O gestor deve ter um equilíbrio entre os fatores internos e externos, não adianta somente se preocupar com os fatores controláveis da empresa, os quais pode-se ter determinada ação e esquecer dos não controláveis ou externos à organização. O trabalho deve ser voltado para o presente e futuro, pois é necessária a análise crítica da situação e as expectativas e ações para otimização da situação futura (OLIVEIRA, 1999). 43 3 METODOLOGIA A metodologia refere-se à forma de tratar os processos da pesquisa, da base teórica e a análise dos dados (COLLIS; HUSSEY, 2005). Definiram-se aqui os conceitos que permeiam a tipologia da pesquisa, utilizando definições inerentes ao emprego de técnicas para a conceituação da análise, objetivando elucidar o sujeito de estudo e os instrumentos, descrevendo a análise e apresentação de dados e por fim as limitações da pesquisa. 3.1 Tipologia de pesquisa O objetivo deste trabalho foi realizar uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório descritivo. Qualitativa, pois envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento das atividades sociais e humanas, motivações e opiniões, apropriando os métodos e teorias, as perspectivas dos participantes da pesquisa, diversidade e a variedade de abordagens e métodos que se pode encontrar na pesquisa qualitativa, com uma amostra reduzida (FLICK, 2004; COLLIS; HUSSEY, 2005). Com caráter exploratório, pois proporcionam maior intimidade com o problema, tornando-o explícito ou construindo hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal procurar padrões, idéias ou hipóteses, ou o aprimoramento de idéias, descoberta de intuições, realizada sobre um problema ou questão de pesquisa quando há pouco ou nenhum estudo anterior que possa resolver esse problema, dessa forma seu planejamento é bastante flexível, na maioria das vezes as pesquisas exploratórias envolvem levantamentos bibliográficos, entrevista com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem o entendimento (COLLIS; HUSSEY, 2005; GIL, 2002). A pesquisa também pode ser considerada descritiva, pois tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno e usada para identificar e obter informações sobre as características de um 44 determinado problema ou questão (COLLIS; HUSSEY, 2005; GIL, 2002 apud SELLTIZ ET AL, 1967, p.63). O emprego destes métodos permitiu analisar o mercado do alho na região de abrangência, suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, qualificando essas características, promovendo êxito nas vendas e fixando a empresa nos padrões mercadológicos, fixados no comércio. 3.2 Sujeito de estudo Através da pesquisa qualitativa, foram entrevistados os gestores, funcionários, clientes e fornecedores, a fim de identificar as percepções e expectativas encontradas no comércio. A empresa conta com um gestor e um gerente de vendas e logística, sete funcionários subdivididos em cinco auxiliares de produção, um serviços gerais e um motorista. Em relação aos fornecedores, pode-se afirmar que no momento da compra da matéria prima (alho in natura), há duas safras, de janeiro a junho é chamada safra no sul, e de julho a dezembro é chamada como safra no centro oeste, a partir disso, os gestores efetuaram uma pesquisa e constataram a existência de um potencial de fornecedores na região sul, porém, devido à recente constituição da empresa, pode-se definir dois fornecedores no sul, aos quais já se foi efetuado compra de matéria prima, no centro oeste não há grande concentração de produtores, porém os que existem, a produção é de grande quantidade, dessa forma pode-se citar 3 fornecedores potenciais. Os clientes são divididos em três condições, que seriam consumidores finais, comércio e indústria, nesse contingente, pode-se identificar cerca de 50 clientes, dentre eles destacam-se 11 principais, aos quais será aplicada a entrevista. Para aplicação da entrevista, foram aplicadas questões abertas, a fim de analisar a percepção dos entrevistados. Além dessas populações foram investigados dados secundários coletados em periódicos gerais e específicos sobre o tema para resgate das oportunidades e ameaças para a organização. 45 3.3 Instrumentos de pesquisa Definiu-se o roteiro de entrevista com os funcionários e fornecedores para o alcance do terceiro objetivo específico, gestor e gerente para alcance do primeiro objetivo, uma entrevista semi-estruturada, que consiste em objetivos e problemas nitidamente definidos, permitindo uma suscetibilidade na pesquisa e uma flexibilidade em relação às respostas do entrevistado com a finalidade de captar uma coleta de informações mais concisas (GOLDENBERG,2000; MATTAR, 1996). Para o segundo objetivo, elaborou-se também um roteiro de entrevista para os clientes. Para a coleta de dados secundários, ou seja, os que não foram reunidos para o estudo imediato em mãos, mas para algum outro intento, foram usados os elementos do macro ambiente de marketing, aos quais podem-se definir como ameaças e oportunidades (CHURCHILL; PETTER, 2000). Estes fazem parte do quarto objetivo específico deste trabalho. Para o roteiro de entrevista com gestor e gerente de vendas e logística foi utilizado como base Campomar; Ikeda (2006) e Las Casas (1997), para a entrevista com clientes foi usado como fundamento Kotler (2001) e Evans (2005), para a entrevista com fornecedores foi utilizado como referencial Bonavita; Duro (2001) e Tavares (1991) e para a entrevista com colaboradores foi usado como base Keegan (2005) e Richers (2000). 3.4 Análise e apresentação dos dados Para a análise dos dados coletados qualitativos foi utilizada a técnica de categorização simples, para apresentação de dados cada objetivo específico será um sub-capítulo dos resultados (FLICK, 2004). 3.5 Limitações da pesquisa As limitações da pesquisa ocorreram na aplicação da entrevista, foi identificado à dificuldade de localizar e entrevistar os clientes e fornecedores, devido à maior fatia deles terem suas sedes em outras cidades ou até mesmo em outros estados. 46 Além disso, identificou-se a falta de disponibilidade e a baixa escolaridade dos respondentes, dessa forma, percebeu-se que as respostas foram subjetivas e concisas, podendo algumas características não terem sido apresentadas. 47 4 RESULTADOS Neste capitulo são apresentados a descrição da organização, dos produtos, serviços, clientes e concorrentes, a identificação da percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos, a avaliação da percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos, serviços e concorrência, em seguida, os pontos fortes e fracos para a empresa com base no Micro-Ambiente de Marketing, assim como as oportunidades e ameaças para a empresa com base no Macro-Ambiente de Marketing, e por fim, estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira, com base na análise SWOT. 4.1 Descrição da organização, produtos, serviços, clientes e concorrentes A empresa Comercial Pitangueira encontra-se situada no município de São José, localizado na grande Florianópolis, é o quarto município mais antigo de Santa Catarina, seccionado pela BR101, rodovia de grande importância internacional e tráfego de veículos. A base de sustentação da economia josefense está fundamentada no comércio, indústria, prestação de serviços, pesca artesanal, maricultura e produção de cerâmica utilitária. O município possui mais de 1.200 indústrias, cerca de 6.300 estabelecimentos comerciais, 4.800 empresas prestadoras de serviços e 5.300 autônomos. São José apresenta ainda um enorme potencial turístico, histórico, cultural e arquitetônico (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ, 2009). Conforme entrevista realizada com o gestor e o gerente de vendas e logística da Comercial Pitangueira durante o mês agosto de 2009, foram coletadas informações relevantes a respeito da organização em questão, com o objetivo de descrever a organização, os produtos, serviços, clientes e concorrentes. Segundo os gestores, a empresa em estudo apresenta boas instalações, bem arejadas, iluminadas e limpas, tanto para o atendimento a clientes, como a área de trabalho dos colaboradores e armazenagem de mercadorias, que são colocadas em paletes de madeira, tornando fácil para remoção na carga e descarga e ainda contribuindo para a higiene do ambiente. 48 A empresa conta com uma boa carteira de clientes, pois alguns deles têm consumo significativo contribuindo assim para o giro rápido das cargas, procura-se manter credibilidade no mercado, sendo que um dos objetivos é manter uma relação de confiança com os clientes e fornecedores, percebe-se que o meio de comercialização utilizado de seus produtos e serviços para compra e venda, devido à maior parte dos clientes e fornecedores residirem em outras cidades é o contato feito via telefone posteriormente a entrega da mercadoria para os clientes, onde há diálogo, ouvindo suas opiniões e sugestões e no caso dos fornecedores, os mesmos enviam as cargas para a sede da empresa, conforme combinado onde em seguida é feita a comercialização. Os gestores procuram enfatizar que na Comercial Pitangueira busca-se trabalhar sempre procurando o melhor atendimento, produto de excelente qualidade, melhores preços em mercadorias e um bom sistema de logística, o que diferencia a empresa das concorrentes. O produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores alvo (COBRA, 1989). O produto deve ter qualidade e padronização que em termos de características pode definir como desempenhos e acabamentos, modelos e tamanhos que atendam às expectativas, necessidades e configuração, que é a apresentação do produto em termos de apresentação física, embalagem, marca e serviço, a utilidade do produto só existe se posicionado junto ao seu mercado consumidor (COBRA, 1989). Com produtos de ótima qualidade e melhores preços ofertados pela empresa em estudo, geram-se ótimas oportunidades de aumentar a clientela, a competitividade é definida diretamente na qualidade e preço dos produtos vendidos e no atendimento, inclusive na pós-venda, fazendo assim a empresa um grau de respeito e importância no comércio de alho. Identificou-se com base na entrevista realizada com os gestores a procura de melhoria contínua, no sentido da venda personalizada, visitas constantes, percebese a relevância de buscar uma forma para que os prazos sejam negociáveis, para que haja uma melhor negociação da compra de matéria prima com os fornecedores e na venda do produto para os clientes, no sentido de chegar a um consenso em relação a prazos, buscando um equilíbrio entre os dois extremos. Nota-se um bom 49 relacionamento entre o gestor e o gerente de vendas e logística, assim como com os colaboradores, aos quais percebe-se grande admiração e respeito em relação à chefia, assim como nota-se bastante consideração e entrosamento da chefia em relação aos colaboradores. Aliando os critérios observados a percepção dos gestores, segue abaixo o Quadro 5 afim de facilitar o entendimento das respostas encontradas na entrevista com relação a teoria. CRITÉRIOS PERCEPÇÃO DOS GESTORES OBSERVADOS COM BASE NAS ENTREVISTAS TEORIA Boas instalações, bem arejadas, A tarefa básica da iluminadas e limpas, tanto para o organização é encontrar as atendimento a clientes, como a melhores área de trabalho dos para combinações essas variáveis, colaboradores e armazenagem integrando-as ORGANIZAÇÃO EM GERAL de mercadorias, colocadas madeira, que em paletes tornando fácil são chegar a a um fim de resultado de satisfatório (CAMPOMAR; para IKEDA, 2006). remoção na carga e descarga e ainda contribuindo para a higiene do ambiente. A empresa conta com uma boa É preciso que os produtos carteira de clientes, pois alguns ou serviços deles têm consumo significativo ofertados a tenham contribuindo assim para o giro qualidade, PRODUTOS E SERVIÇOS rápido das cargas. que características aos serem boa as atendam gostos dos consumidores, com boas opções de modelos e estilos, nome atraente da marca, com embalagens que chamem atenção, 50 tamanhos variados dos produtos, com serviços e quantias ao usuário que proporcionem retornos adequados financeiros organização a (COBRA, 1992). Procura-se manter credibilidade A organização pode no mercado, um dos objetivos é segmentar devidamente o manter uma relação de confiança mercado e posicionar com os clientes, procura-se ouvir corretamente seu bem ou CLIENTES sugestões, opiniões, manter um serviço, e equilíbrio nos prazos, relação de provavelmente confiança e companheirismo. terá como conseqüência a satisfação dos clientes (CAMPOMAR; IKEDA, 2006). Em relação à concorrência, A análise deve envolver busca-se manter a qualidade dos também, a preparação de produtos e serviços em um um estudo dos principais padrão de alto nível, procurando concorrentes na relação CONCORRENTES manter uma base de preços mais produto-mercado, para acessíveis do que a concorrência facilitar o estabelecimento a fim de fortificar e alavancar as de ações da empresa no vendas concorrência. superando a mercado (OLIVEIRA, 1999). Quadro 5: Percepção dos gestores. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. De acordo com o Quadro 5, foi elaborado uma comparação entre os resultados obtidos na entrevista com a teoria, com o objetivo de analisar a relação entre as mesmas. Nota-se uma harmonia entre as respostas obtidas com a teoria, além dos resultados positivos, os quais se tornam interessantes para avaliar as condições e maneira a qual a empresa em estudo está desenvolvendo suas atividades. 51 4.2 Identificação da percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos Buscando identificar a percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos pela Comercial Pitangueira, foi elaborada uma entrevista e aplicada durante o mês de agosto de 2009 aos principais, aqueles os quais se tem maior possibilidade de abordagem e que relativamente têm um consumo maior e com mais freqüência, onde pode-se identificar as seguintes percepções, com base nas entrevistas. Segundo Campomar; Ikeda (2006), o preço deve ser compatível com a qualidade do produto, os canais de distribuição devem ser compatíveis com o preço e com a qualidade do produto e promoção deve ser compatível com os canais, com o preço e com a qualidade do produto. Em relação à percepção dos clientes quanto à qualidade dos produtos e serviços ofertados pela empresa, com base na entrevista, constata-se que os mesmos são de boa qualidade, sempre que efetuado o pedido de alho, a empresa logo faz a entrega, com rapidez e confiabilidade, nota-se que os clientes possuem uma maneira mais coloquial de expor sua opinião, expressando características especificas como alho bonito e grande, frisando a importância que levam em relação à afinidade que tem com a empresa. Devido à boa relação exposta entre os clientes e a empresa, no quesito atendimento percebe-se um alto nível de satisfação, é relatado novamente sobre o bom atendimento e transparência na venda, e confiança como um adjetivo largamente relevante para o convívio, companheirismo. O atendimento a clientes envolve todas as atividades de empresa e seus funcionários para satisfazê-los. Isso significa mais que atender reclamações, providenciar reembolsos ou trocas nas devoluções ou sorrir para os clientes, significa sair em sua busca, fazendo todo o possível para satisfazê-los e tomando decisões que os beneficiem (GERSON, 1994). Tratando-se dos preços oferecidos pela Comercial Pitangueira em relação aos ofertados pela concorrência, os clientes entrevistados, em sua maioria, relatam que os preços estão de acordo com o comércio, diferenciando e optando pela empresa em estudo devido 52 à qualidade proporcionada, há aqueles que afirmam que os preços oferecidos são mais acessíveis que os concorrentes, aliada a comodidade, rapidez e honestidade oferecida pela empresa. Nota-se também através das entrevistas realizadas com os clientes, que os mesmos tomaram conhecimento da Comercial Pitangueira por contato telefônico, indicações, e posteriormente visita a sede da empresa. Com o objetivo de demonstrar a percepção dos clientes de forma mais exemplificada com relação a teoria, segue o Quadro 6. CRITÉRIOS PERCEPÇÃO DOS CLIENTES OBSERVADOS COM BASE NAS TEORIA ENTREVISTAS Constata-se que os mesmos Produtos e serviços que são de boa qualidade, sempre proporcionem satisfação que efetuado o pedido de alho, dos consumidores gerem a empresa logo faz a entrega, bons resultados com rapidez e confiabilidade, acionistas nota-se QUALIDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS que os e aos ajudem a clientes melhorar a qualidade de possuem uma maneira mais vida das pessoas e da coloquial de expor sua opinião, comunidade expressando em características (CAMPOMAR; geral IKEDA, especificas como alho bonito e 2006; COBRA, 1992). grande, frisando a importância que levam afinidade em que relação tem com à a empresa. Percebe-se um alto nível de O atendimento a clientes satisfação, é novamente sobre relatado envolve todas as atividades o bom de empresa e seus ATENDIMENTO atendimento e transparência na funcionários para satisfazê- OFERECIDO venda, e confiança como um los. Isso significa mais que adjetivo largamente relevante atender reclamações, 53 para o convívio, providenciar reembolsos ou companheirismo trocas nas devoluções ou sorrir para os clientes, significa sair em sua busca, fazendo todo o possível para satisfazê-los e tomando decisões que os beneficiem (GERSON, 1994). Os preços Comercial relação oferecidos pela O preço divulgado a Pitangueira em clientes e a consumidores, ofertados pela seja justo e proporcione aos concorrência, os clientes descontos estimulantes à entrevistados, em sua maioria, compra dos produtos ou relatam que os preços estão de serviços PREÇOS OFERTADOS acordo com o ofertados, comércio, subsídios adequados com e diferenciando e optando pela prazos de pagamento com empresa em estudo devido à propostas de crédito que qualidade proporcionada, há chamem atenção (COBRA, aqueles que afirmam que os 1992). preços oferecidos são mais acessíveis que os concorrentes, aliada a comodidade, rapidez e honestidade oferecida pela empresa. De acordo com entrevista, os Ferramenta mais poderosa clientes tomaram para conhecimento da MEIO DE Pitangueira por INFORMAÇÃO telefônico, promover Comercial conscientização contato pessoas indicações, sobre a das uma e empresa, um produto, um posteriormente visita a sede da serviço ou uma idéia, pode empresa. construir a imagem da 54 marca e até possibilitar sua aceitação, se não certo grau de preferência, onde pode-se encontrar clientes potenciais e o mais mercado amplo (BONAVITA;DURO,2001; KOTLER,2001; KEEGAN,2005). Quadro 6: Percepção dos clientes. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. O Quadro 6 demonstra que as respostas obtidas são resultados esperados pela teoria, a maneira pela qual a empresa busca identificar a qualidade dos produtos e serviços, o atendimento, os preços e meio de informação demonstram como os conceitos de cada elemento, a finalidade e o motivo têm haver com os resultados obtidos nas entrevistas. 4.3 Avaliação da percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos, serviços e concorrência A empresa conta com sete funcionários e cinco principais fornecedores os quais foram realizados a entrevista durante o mês de agosto de 2009, eis que os principais pontos a serem observados seguem abaixo em relação à percepção dos colaboradores e fornecedores sobre os produtos, serviços e concorrência em ordem discriminada anteriormente. De acordo com a entrevista realizada com os colaboradores, ao questionar sobre o parecer do local de trabalho, percebe-se que os mesmos afirmam que a empresa é de qualidade, um lugar onde os mesmos gostam de trabalhar, que oferece boas condições de trabalho, com um bom clima organizacional e trabalho digno. Os fornecedores de acordo com a entrevista asseguram que as instalações são boas, o ponto comercial bem localizado às margens da BR101, com o espaço amplo para armazenagem de produtos, ventilado, higiênico e fácil acesso. 55 Os colaboradores ao serem interrogados sobre o seu serviço prestado à Comercial Pitangueira de maneira geral expõem que executam seu serviço da melhor maneira, que o local de trabalho colabora para o bom rendimento e que o produto, no caso alho, é de qualidade, produto de procedência onde raramente encontra-se algum alho que não é bom, as cargas vem de safras boas, onde não há problemas de desperdício, além do clima organizacional. Cada fornecedor deve decidir como tornar suas mercadorias disponíveis ao mercado-alvo (COBRA, 1989; KOTLER, 2001). Ao questioná-los sobre suas percepções do giro da mercadoria da Comercial Pitangueira, obteve-se respostas positivas no sentido como controle do estoque, previsão de vendas, relatam que como mantêm uma relação estreita de companheirismo com a Comercial Pitangueira, sabem que há uma boa quantidade de clientes que efetuam compras grandes, com grande constância e dessa forma são solicitados a enviar cargas frequentemente, percebe-se que há uma preocupação em comercializar alho de qualidade, que depois de enviada a primeira carga de alho, a empresa volte sempre a negociar mais cargas. A visão dos colaboradores sobre a relação empresa/empregado demonstra afeição e admiração pela empresa e o modo como é dirigida, relatando a liberdade que têm para expor suas idéias e o bom relacionamento que tem com a chefia, ainda explicitam de maneira geral que tomaram conhecimento da Comercial Pitangueira através de indicação ou por iniciativa própria, os fornecedores expõem que o pagamento efetuado referente aos seus produtos respeita os prazos combinados, no vencimento e rigorosamente em dia e que tomaram conhecimento da empresa em sua maioria através de seu representante comercial, por indicação ou ainda contato telefônico. No quesito concorrência, de acordo com a entrevista, os colaboradores afirmaram que a empresa possui diferencial em relação às concorrentes, no atendimento, produtos de qualidade, relatam sobre a embalagem e a forma a qual é efetuado o manuseamento do alho, enquanto alguns afirmam desconhecer a concorrência. Pode-se expor que os fornecedores ao serem questionados sobre o potencial da Comercial Pitangueira em relação à concorrência, responderam positivamente de 56 maneira geral, no sentido da empresa honrar seus pagamentos em dia, ressalvando o ótimo atendimento e qualidade dos produtos, fazendo com que a empresa se destaque no mercado de comércio de alho em relação à concorrência. Com base nas entrevistas, segue o Quadro 7 com a percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos, serviços e concorrência e relação com a teoria. PERCEPÇÃO DOS CRITÉRIOS FUNCIONÁRIOS E TEORIA OBSERVADOS FORNECEDORES COM BASE NAS ENTREVISTAS Colaboradores ao serem O produto deve ter interrogados sobre o seu serviço qualidade e padronização prestado à Comercial Pitangueira que em termos de de maneira geral expõem que características pode definir executam seu serviço da melhor como desempenhos e maneira, que o local de trabalho acabamentos, modelos e colabora para o bom rendimento e tamanhos que atendam às que o produto, no caso alho, é de expectativas, necessidades qualidade, procedência produto de e configuração, que é a raramente apresentação do produto onde encontra-se algum alho que não é em termos bom, as cargas vem de safras apresentação física, boas, onde não há problemas de embalagem, desperdício. PRODUTOS E SERVIÇOS Os fornecedores serviço, relatam que como mantêm uma produto relação estreita a de marca e utilidade do existe se só de posicionado junto ao seu companheirismo com a Comercial mercado consumidor Pitangueira, sabem que há uma (COBRA, 1989). boa quantidade de clientes que efetuam compras grandes, com grande constância e dessa forma são solicitados a enviar cargas frequentemente, percebe-se que 57 há uma preocupação em comercializar alho de qualidade, pois depois de enviada a primeira carga de alho, a empresa volte sempre a negociar mais cargas. Os colaboradores afirmaram que A vantagem a empresa possui diferencial em consiste relação às em agregar concorrentes, no elementos adicionais como produtos de qualidade e atendimento, atendimento, qualidade, competitiva relatam sobre a tornando-os embalagem e a forma a qual é em diferenciados relação efetuado o manuseamento do concorrentes. aos (KOTLER, alho, enquanto alguns afirmam 2001). desconhecer a concorrência. Pode-se expor fornecedores que ao os serem questionados sobre o potencial da CONCORRÊNCIA Comercial Pitangueira em relação à concorrência, responderam positivamente de maneira geral, no sentido da empresa honrar seus pagamentos em dia, ressalvando o ótimo atendimento e qualidade dos produtos, fazendo com que a empresa se destaque no mercado de comércio de alho em relação à concorrência. Quadro 7: Percepção dos Funcionários e Fornecedores. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. Nota-se, no Quadro 7, que as respostas encontradas e a teoria tem relação. Percebe-se que houve a preocupação de serem respondidas de acordo com o que o gestor gostaria de encontrar, com muitas respostas positivas. As respostas e a teoria 58 estão ligadas, e tal fato demonstra uma convergência entre os aspectos conceituados pelos autores e as práticas encontradas na organização. 4.4 Pontos fortes e fracos para a empresa, com base no Micro-Ambiente de Marketing Os pontos fortes e fracos compõem a análise interna da empresa, representam as variáveis controláveis, pois são aquelas que o gestor ou os gestores podem administrá-las, o maior problema são as variáveis a que não se tem controle, em uma análise interna, nem sempre se consegue classificar algum fator como ponto forte ou ponto fraco, principalmente por falta de informações mais adequadas. Ponto forte é algo que a empresa faz bem ou uma característica que lhe proporciona uma competência importante. Ponto fraco é algo que a empresa não faz muito bem em ou algo que a coloca em desvantagem em relação às demais, porém, um ponto fraco não torna a empresa vulnerável competitivamente, dependendo de quando o ponto fraco pesa no mercado (OLIVEIRA, 1999; THOMPSON JR; STRICKLAND III, 2004). Com base nas entrevistas realizadas com o gestor e o gerente, com os colaboradores, clientes e fornecedores, segue abaixo o Quadro 8 destacando os principais pontos fortes e pontos fracos encontrados na pesquisa. PONTOS FORTES PONTOS FRACOS • Boas Instalações. VISÃO DO GESTOR E GERENTE • Prazo que pode ser oferecido ao cliente. • Atendimento. • Procura de Melhoria Contínua. • Clima Organizacional. • Empresa de Qualidade. • Clima Organizacional. VISÃO DOS COLABORADORES • Procuram executar o seu trabalho da melhor maneira possível. - 59 • Exposição de Idéias. • Rapidez na entrega. VISÃO DOS CLIENTES. • Confiabilidade • Prazo de pagamento. na qualidade do alho. • Atendimento. • Boa Qualidade do Alho. • Transparência. • Localização. • Compra • Instalações. Mercadorias VISÃO DOS • Controle de Estoque. parceladas. FORNECEDORES • Previsão de Vendas. de • Pagamentos em Dia. • Companheirismo. Quadro 8: Pontos Fortes e Pontos Fracos. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. O gestor deve ter um equilíbrio entre os fatores internos e externos, como pode-se verificar no quadro 8, que não adianta somente se preocupar com os fatores controláveis da empresa, os quais pode-se ter determinada ação e esquecer dos não controláveis ou externos à organização. O trabalho deve ser voltado para o presente e futuro, pois é necessário a análise crítica da situação e as expectativas e ações para otimização da situação futura (OLIVEIRA, 1999). Dessa forma, as respostas foram semelhantes, obteve-se resultado positivo e satisfatório, quanto aos pontos fracos precisa-se corrigi-los a fim de transformar os pontos fracos em resultados positivos. 4.5 Oportunidades e Ameaças para a empresa, com base no Macro-Ambiente de marketing A oportunidade é representada por uma condição no ambiente geral que pode ajudar a empresa a alcançar a competitividade estratégica, é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer a sua ação estratégica, desde que 60 conhecida e aproveitada satisfatoriamente enquanto perdura (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003; OLIVEIRA,1999). A ameaça é representada por qualquer condição no ambiente geral que possa vir a prejudicar os esforços da empresa para alcançar a competitividade estratégica (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2003). Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculo à sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que conhecida em tempo hábil (OLIVEIRA, 1999). Churchill; Peter (2000) definem a análise ambiental como prática de rastrear as mudanças no ambiente que possam afetar uma organização e seus mercados. Essas mudanças ocorrem em todas as dimensões do ambiente externo, conforme abaixo: • Ambiente Econômico: Envolve a economia como um todo, incluindo ciclos de negócios, renda do consumidor e padrões de gastos. • Ambiente Político e Legal: Esse ambiente influencia as estratégias por meio de leis, regulamentações e pressões políticas. • Ambiente Social: Constituído pelas pessoas de uma sociedade e seus valores, crenças e comportamentos. O ambiente é descrito de acordo com as pessoas (idade, renda, cidade natal etc.) e com as características de sua cultura. • Ambiente Natural: Envolve os recursos naturais disponíveis para a organização ou afetados por elas como ar, água, os minerais, as plantas e os animais assim como o clima. • Ambiente Tecnológico: Constituído pelo conhecimento científico, a pesquisa, as invenções e as inovações que resultem em bens e serviços novos ou aperfeiçoados. O desenvolvimento tecnológico proporciona oportunidades importantes para melhorar o valor oferecido aos clientes, quando as organizações não acompanham as mudanças, a tecnologia torna-se uma ameaça. 61 Ambiente Competitivo: Todas as organizações que poderiam potencialmente criar valor para os clientes de uma organização, desenvolvendo vantagem competitiva. Mediante a definição de oportunidades e ameaças e as dimensões do ambiente, segue o Quadro 9. OPORTUNIDADES AMEAÇAS • Safra boa (Anexo 2). • Produtividade • Entrada Produto Chinês no Elevada (Anexo 3). AMBIENTE ECONÔMICO mercado Nacional (Anexo 3). • Elevação • Comercialização Garantida (Anexo 3). de Preços (Anexo 2). • Oferta de Alho retraída (Anexo 2). • Crise Internacional (Anexo 4). • Acordo ANAPA e • Acordo de Cooperação EMBRAPA para introduzir Técnica com objetivo de alho introduzir livre de vírus e bactérias (Anexo 1). tecnologia de produção de alho livre de AMBIENTE • Leis de incentivo ao produtor POLÍTICO E rural, crédito rural (Anexo 5). LEGAL vírus. (Anexo 1). • Liminares para não pagar a taxa de antidumping antidumping – função de equilibrar o mercado (Anexo 4). Desemprego (Anexo 4). • Cultivo que emprega mais • Baixo preço pago ao mão de obra por hectare AMBIENTE SOCIAL produtor (Anexo 2). (Anexo 4). • Emprego para trabalhadores rurais (Anexo 3). • Em termos geográficos, a • Insetos e Doenças (Anexo região do planalto 1). 62 catarinense é favorável a • Pulgões AMBIENTE produção de NATURAL como Centro-Oeste o alho assim e - Agentes transmissores das viroses (Anexo 1). Norte (Anexo 2). • Máquina de classificação, • Alto custo de investimento (Anexo 3). irrigação, encanteradeira – • Valor alto insumos (Anexo Máquina de fazer canteiros 2). (Anexo 3). • Alho livre de vírus (Anexo 1). AMBIENTE TECNOLÓGICO • Tecnologia Brasileira Superior (Anexo 1). • Qualidade do material de propagação (Anexo 1). • Tecnologia de irrigação, adubação e produção (Anexo 1). • Qualidade superior (Anexo • Melhores preços ofertados 4). AMBIENTE COMPETITIVO • Independência Tecnológica (Anexo 3). pelos concorrentes (Anexo 4). • Alho importado da Argentina e China (Anexo 1); Quadro 9: Oportunidades e Ameaças. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. Conforme Quadro 9, constatou-se que existem variedades de informações que diferenciam o produto alho, seja no plantio, custeio, na colheita e na venda. As dimensões do ambiente são direcionadas a realidade encontrada no mercado, percebe-se que em alguns pontos as informações encontradas acabam sendo correlatas de um ambiente em semelhança a outro. 63 4.6 Estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira, com base na Análise SWOT A análise SWOT, também conhecida como análise FOFA, divide as informações em fatores internos e externos, que depois são associadas aos aspectos positivos que compreendem as forças e oportunidades e aspectos negativos que abrangem as fraquezas e ameaças. Os fatores internos que podem ser vistos como forças ou fraquezas, podem ser forças para uma empresa e ao mesmo tempo fraquezas para outras, incluem todos os elementos do composto de marketing, o produto, preço, praça e promoção e os recursos humanos e finanças. Os fatores externos, da mesma forma que os fatores internos, podem representar ameaças para uma empresa e oportunidades para outra, incluem mudanças tecnológicas, legislação, mudanças sócio-culturais e mudanças no mercado ou na posição competitiva. (TAVARES, 1991; KOTABE; HELSEN, 2000). No ramo de comércio de alho a qual a empresa Comercial Pitangueira desenvolve suas atividades, tem potencial e espaço para comercialização, uma vez que o alho é de grande consumo, usado na gastronomia e muito aproveitado pelas áreas da medicina como coadjuvante no tratamento de patologias, entre outros, são pontos fortes desse tipo de cultura. A empresa comercializa o produto in natura para seus clientes, que posteriormente industrializam fazendo assim, temperos, molhos, pasta, embalados em plástico, potes, vidros de diversos pesos, tudo de acordo com as exigências dos órgãos competentes como nutricionistas e órgãos do governo. Assim a empresa em estudo, desenvolve suas atividades acreditando que está exercendo seu papel perante a sociedade, nos quesitos comerciais, legais e sociais. Com o objetivo de demonstrar a análise SWOT, os pontos fortes e pontos fracos, as oportunidades e ameaças, segue o Quadro 10. OPORTUNIDADES • Safra boa (Anexo 2). • Produtividade Elevada (Anexo 3). • Leis de incentivo ao produtor rural, • Comercialização Garantida (Anexo 3). 64 crédito rural (Anexo 5). PONTOS FORTES PONTOS FRACOS • Boa Qualidade do Alho (Visão dos clientes). • Prazo que pode ser oferecido ao cliente (Visão do gestor e gerente). • Confiabilidade na qualidade do alho (Visão dos clientes). • Pagamentos companheirismo em dia (Visão e dos fornecedores). AMEAÇAS • Alto custo de investimento (Anexo 3). • Baixo preço pago ao produtor (Anexo 2). • Elevação de Preços ( Anexo 2 ). PONTOS FORTES PONTOS FRACOS • Empresa de qualidade (Visão dos • Compra de Mercadorias parcelada colaboradores). (Visão dos fornecedores). • Prazo de pagamento (Visão dos clientes). Quadro 10: Análise SWOT. Fonte: Adptado de Tiffany e Peterson,1998. Com base na análise SWOT demonstrada no quadro 10 com o objetivo de eliminar, melhorar, monitorar e capitalizar, de acordo com os quadrantes pode-se propor as seguintes estratégias e ações mercadológicas para a Comercial Pitangueira para a melhoria dos processos e otimização do trabalho. • Estratégia 1 : Trabalhar com o prazo Conforme entrevista realizada com o gestor e gerente, os clientes e fornecedores e com base na Analise SWOT demonstrada no quadro 10 nos quadrantes 2 e 4 65 percebe-se que a questão do prazo foi um fator o qual a empresa em estudo deve procurar trabalhar para melhoria dos processos e otimização do trabalho. Na compra de matéria-prima com os fornecedores, atualmente o prazo médio de compra é a vista ou no máximo trinta dias, no ramo do alho existe mais procura que oferta atualmente, o custeio do cultivo do alho é alto, a procura do mercado interno é grande e a produção é pouca, somente os grandes produtores tem recursos para manter a safra, a negociação fica basicamente a critério deles. Como conseqüência, na venda dos produtos aos clientes o prazo é limitado, sugerese que o gestor busque negociar com os fornecedores a melhoria de prazo esperando assim que seja de trinta a noventa dias uma vez que o prazo de venda gira em torno disso, nessas condições pode-se oferecer melhor prazo aos clientes. Segue o Quadro 11 com o plano de ação para propor essa estratégia: PLANO DE AÇÃO – TRABALHAR COM O PRAZO QUEM? Gestor e Fornecedores. O QUE? Promover uma reunião confraternização com os fornecedores aproveitando e principais a oportunidade para expor a dificuldade com relação a prazos. ONDE? Cristalina – Goiás. QUANDO? Época da Safra – Janeiro a Junho. POR QUÊ? A fim de chegar a um ponto de equilíbrio com relação ao prazo. COMO? Afirmar que a empresa não consegue repassar ao cliente pelo mesmo prazo que eles vendem o produto, pois os clientes não tem o capital de giro necessário para pagamentos a vista. QUANTO CUSTA? Para promover a reunião em Cristalina – 66 Goiás, que é um ponto estratégico onde tem grande fornecedores, concentração segue abaixo de uma listagem das principais despesas: R$ 1.360, 00 - Passagem Aérea – Ida e Volta – 1 Pessoa – Cristalina/Goiás. R$ 150, 00 - Hotel – Diária. R$ 300,00 – Coffe Breack. R$ 220,00 – Despesas Extras. Total: R$ 2.030,00 Quadro 11: Trabalhar com o prazo. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. No Quadro 11, sintetizou-se o plano de ação a fim de promover a reunião com os principais fornecedores para conscientizá-los e expor a dificuldade com relação aos prazos, dessa forma procura-se chegar a um ponto de equilíbrio em relação ao prazo. • Estratégia 2 : Aumentar a gama de produtos a serem comercializados Com o objetivo de aumentar o faturamento da empresa e alavancar as vendas e nas ameaças encontradas principalmente no quadrante 3, propõe-se ao gestor um aumento de variedade de produtos a serem comercializados pela Comercial Pitangueira. Como na maioria das vezes o alho é utilizado como tempero, sugere-se outros produtos nesse segmento como cebola e especiarias, exemplos: Pimenta, orégano, cominho e outros produtos nessa linha. Com o aumento da gama de produtos a empresa pode alcançar níveis maiores de vendas e contentamento, conquistando novos clientes. Na região de abrangência da Comercial Pitangueira, existe a possibilidade de atrair potenciais clientes que possam utilizar esse tipo de produto, ou seja, cebola e 67 especiarias, segue o Quadro 12 com o plano de ação a fim de mensurar a ação a ser desenvolvida. PLANO DE AÇÃO: AUMENTAR A GAMA DE PRODUTOS A SEREM COMERCIALIZADOS QUEM? Gestor. O QUE? Aprofundar a viabilidade da implantação do aumento da gama de produtos. ONDE? QUANDO? Sede da empresa. De sessenta a noventa dias a partir da data de decisão de aumentar a gama de produtos a serem comercializados. POR QUÊ? É uma possibilidade de crescimento de vendas. COMO? Entrar em contato primeiramente via telefone com os fornecedores dos produtos, com o objetivo de negociação de quantidade e preços. QUANTO CUSTA? Em principio, somente as despesas dos contatos telefônicos, onde serão consultados os valores para aquisição dos produtos. Quadro 12: Aumentar a gama de produtos a serem comercializados. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. A proposta de aumento da gama de produtos a serem comercializados torna-se interessante no sentido de somar à empresa, uma vez que há demanda para novos produtos, aproveitando o potencial da empresa e obtendo maior lucratividade. • Estratégia 3: Praticar melhor preço Conforme entrevista realizada com os fornecedores e com base na Análise SWOT demonstrada no quadro 10, nos pontos fracos do quadrante 4, propõe-se ao gestor aumentar a compra em grande quantidade para conseguir melhor preço. 68 Uma vez que as compras dos produtos são efetuadas de acordo com a demanda, a compra do produto torna-se plausível apenas a aqueles que possuem contato com os produtores, devido à safra ser divida em períodos, nem todos os interessados em comprar alho tem conhecimento da localização, ou abertura para a compra, dificultando a negociação. Dessa maneira, pode-se propor ao gestor um contato mais próximo com os produtores com o intuito de negociar a compra de uma maior quantidade de alho do que é feito atualmente, assim melhorando o preço da compra, e obtendo mais alho no estoque, pois mesmo sabendo que o ideal é manter o nível de estoque o menor possível evitando desperdícios, a procura é grande e o produto tem alto grau de demanda. Dessa maneira, posteriormente na venda obter melhor preço final, oferecendo condições e melhores preços aos clientes, além de proporcionar alho à pronta entrega mesmo que em quantidade maior do que vendido atualmente, a fim de aumentar a produtividade e proporcionar resultados positivos à empresa em estudo. Segue Quadro 13 com o plano de ação para propor a estratégia: PLANO DE AÇÃO: PRATICAR MELHOR PREÇO QUEM? Gestor e Fornecedores. O QUE? Aprofundar a viabilidade do aumento da compra do produto em maior quantidade para conseguir melhor preço. ONDE? QUANDO? Sede da Empresa. A partir do momento do inicio de cada safra, de janeiro a junho é chamada safra no sul, e de julho a dezembro é chamada como safra no centro oeste. POR QUÊ? Possibilidade de aumentar a produtividade e proporcionar resultados positivos à empresa. COMO? Entrar em contato com os fornecedores 69 a fim de negociar uma compra em quantidade negociando maior um de melhor produtos preço para compra. QUANTO CUSTA? Primeiramente pode-se definir apenas os custos das ligações telefônicas. Quadro 13: Praticar melhor preço. Fonte: Elaborado pelo autor, 2009. O aumento da compra em grande quantidade tem como objetivo possibilitar um preço melhor na compra do alho, possibilitando a empresa aumentar a produtividade, e oferecer melhor preço final ao cliente. Percebe-se que a empresa possui uma boa estrutura, onde nas análises felizmente foram encontrados poucos pontos fracos e ameaças à empresa em relação aos pontos fortes e as oportunidades. As estratégias propostas ao gestor têm como objetivo somar à empresa, promovendo a melhoria dos processos e otimização dos serviços. A primeira estratégia proposta foi trabalhar com o prazo, onde sugere-se ao gestor procurar entrar em contato com os principais fornecedores do alho com o objetivo de demonstrar que os clientes não tem capital de giro suficiente para honrar os pagamentos a vista, com a dificuldade de negociação na compra, a empresa acaba limitando os prazos na venda, dessa maneira, conseguindo uma harmonia entre os prazos de compra e venda pode-se aumentar a viabilidade de negociação. Em seguida, a segunda estratégia proposta ao gestor foi aumentar a gama de produtos a serem comercializados, assim a empresa não comercializa somente o alho, pode aumentar sua capacidade de vendas, pois a região de abrangência da empresa em estudo tem demanda de uma variedade de produtos, e a Comercial Pitangueira oferecendo uma maior variedade de produtos conseqüentemente alcança melhores resultados e obtêm maior lucratividade. 70 E por fim, a última estratégia proposta ao gestor foi praticar melhor preço, essa estratégia resume-se em comprar o produto em maior quantidade com o objetivo de conseguir melhores preços na compra, e posteriormente oferecer melhores preços aos clientes ou melhores possibilidades de transação. As estratégias propostas podem ser de grande valia para a empresa em estudo, uma vez que podem ser usadas em conjunto, uma complementando a outra ou de acordo com a análise do gestor, que pode absorver a que melhor lhe parecer, importante frisar que as estratégias citadas tem por objetivo melhorar, somar a empresa, promovendo melhoria de resultados e comercialização. A análise SWOT foi muito importante na realização do trabalho e na análise dos resultados, pois permitiu verificar a relação da visão dos stakeholders (funcionários, clientes, fornecedores, gestor e gerente) com a análise do Macro Ambiente subdividido de acordo com Churchill; Peter (2000) em ambiente econômico, político e legal, social, natural, tecnológico e competitivo. 71 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Hoje o Brasil é um dos maiores produtores de alho do mundo, um importante aliado à saúde, muito aproveitado pelas áreas da medicina como coadjuvante no tratamento de patologias, vastamente usado na gastronomia e no âmbito dos negócios a margem de vendas é grande, e o giro do produto é rápido. O alho é um produto de custeio muito alto, porém tem uma margem de venda satisfatória, é uma cultura que exige muito cuidado, pois qualquer mudança climática acarreta doenças causadas pelos fungos, após uma chuva, por exemplo, o agricultor tem que começar um tratamento de pulverização com inseticidas contra os fungos e bactérias. Após o cultivo e os cuidados necessários durante o período de entressafra vem o período de colheita, em que o alho é armazenado em galpões abertos ainda na rama para secagem, passado algum tempo vem o corte da rama e a classificação do alho por qualidade, o alho é embalado em sacos de dez e vinte quilos e em caixas de papelão de dez quilos, o alho de boa qualidade é destinado à venda para fins de comercialização, como no caso da Comercial Pitangueira. Em contrapartida, o alho de baixo padrão é vendido também para comercialização, mais especificamente para indústrias que o transformam após os processos realizados na empresa em pastas. Apresentam-se aqui as conclusões do trabalho, bem como suas sugestões para trabalhos futuros. 5.1 Conclusões Nesse enfoque, este estudo apresentou as principais características da comercialização do alho na empresa Comercial Pitangueira, localizada no município de São José, em Santa Catarina. Inicialmente, foi realizada uma breve análise quanto a descrição da organização, dos produtos, serviços, clientes e concorrentes, em que percebe-se boas instalações, bem arejadas, iluminadas e limpas, a empresa conta com uma boa carteira de 72 clientes e uma boa relação com eles, em relação a concorrência nota-se a busca pela qualidade dos produtos, a fim de fortificar e alavancar as vendas criando um diferencial superando a concorrência. Os clientes demonstraram com base nas entrevistas realizadas, de maneira em geral um contentamento com a empresa, observando que há necessidade de mais prazo. Os colaboradores de acordo com a entrevista relatam uma boa relação com a chefia e a satisfação pelo trabalho que desenvolvem, em geral relatam sobre a empresa como a melhor que já trabalharam, e os fornecedores assim como os clientes e os colaboradores, demonstraram satisfação e interesse em continuar mantendo relações comerciais com a empresa. Os pontos fortes encontrados nas respostas das entrevistas, foram citados em maior quantidade em relação aos pontos fracos, pode-se perceber com isso que a empresa segue positivamente em relação ao crescimento comercial, onde há um bom relacionamento com todas as partes ligadas diretamente ou indiretamente a empresa. Com relação às oportunidades e ameaças, de forma geral, representam mais oportunidades do que ameaças, uma vez que o ambiente esta promovendo maiores opções tanto em tecnologia como na questão político e legal. Apesar dos cuidados com o plantio, é viável a comercialização do alho conforme constatado na empresa, a Comercial Pitangueira optou por esse ramo de atividade após uma análise no mercado e está satisfeita com os resultados da comercialização. A empresa encontra-se bem estruturada no ponto de vista econômico e financeiro, e no ponto de vista geral o alho é considerado positivo. Para o alcance do primeiro objetivo que era descrever a organização, seus produtos, serviços, clientes e concorrentes foi usada a entrevista realizada com o gestor e o gerente, o qual permitiu obter uma descrição da organização como um todo. O segundo objetivo era identificar a percepção dos clientes com relação aos produtos e serviços oferecidos, sendo assim foi elaborada a entrevista e aplicada aos principais clientes permitindo identificar os quesitos propostos. 73 O terceiro objetivo era avaliar a percepção dos funcionários e fornecedores sobre os produtos e serviços e sobre a concorrência, para isso, foi aplicada a entrevista permitindo avaliar as suas percepções e por fim para o alcance do quarto objetivo especifico foram usados dados secundários, ou seja, aqueles que não foram reunidos para o estudo imediato em mãos, os elementos do macro-ambiente de marketing, assim alcançando o objetivo que inicialmente foi proposto em destacar com base no macro-ambiente de marketing, oportunidades e ameaças para a empresa. As empresas devem estar sempre buscando atualização constante, a diversidade de informações faz com que os gestores de maneira geral sempre estejam atentos ao ambiente interno e externo, o equilíbrio entre os dois ambientes e a busca pelo diferencial competitivo proporciona às empresas controle sobre suas ações e melhores resultados. O trabalho desenvolvido alcançou todos os objetivos inicialmente propostos, pode-se afirmar que o objetivo geral e os objetivos específicos foram respondidos com base nos resultados encontrados na entrevista aplicada com o gestor e gerente, com os colaboradores, clientes e fornecedores, servindo de referencial teórico para outros alunos e empresários da área de Administração. 5.2 Sugestões para trabalhos futuros Recomenda-se ainda a possibilidade quanto à realização de trabalhos futuros de outros acadêmicos a partir deste trabalho, no sentido de aprofundar a análise macroambiental, avaliar o impacto das oportunidades e ameaças na empresa ou ainda elaborar uma pesquisa identificando o perfil dos clientes e fornecedores, a intenção de compra ou sobre os clientes finais do produto. Ressalta-se que este trabalho pode vir a ser ainda melhor explorado, dada a diversidade de informações e o avanço tecnológico constante que as empresas estão passando para manterem-se competitivas. 74 REFERÊNCIAS ANAPA. A Realidade do alho no Brasil. Disponível em <http://www.anapa.com.br/principal/index.php/artigos/732-a-realidade-do-alho-nobrasil>. Acesso em: 26 set. 2009. BAXTER, Mike. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda, 2003. BONAVITA, J.R; DURO, Jorge. Marketing para não marqueteiros: introdução ao marketing para profissionais em mercado competitivos. Rio de Janeiro: SENAC, 2001. BOONE, Louis E; KURTZ. Marketing contemporâneo. 8. ed. Tradução: Lincoln Mattos Cabello. Rio de Janeiro: LTC, 1998. CAMPOMAR, Marcos Cortez; IKEDA, Ana Akemi. O planejamento de marketing e a confecção de planos: dos conceitos a um novo modelo. São Paulo : Saraiva, 2006. COBRA, Marcos. 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Acesso em: 26 set. 2009. 78 ANEXOS 79 LISTA DE ANEXOS ANEXO A - Cooperação entre Embrapa e produtores fortalece cultura de alho no brasil. Reportagem de Marcos Esteves.....................................................................80 ANEXO B - Cesta básica de agosto apresenta alta de 1,69%, revela pesquisa do Procon-SP .................................................................................................................83 ANEXO C - Alho garante renda e emprego em congonhinhas redação o Estado do Paraná ......................................................................................................................87 ANEXO D - A realidade do alho no Brasil - Rafael Jorge Corsino. ...........................89 ANEXO E - O Presidente da República faço saber que o congresso nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei......................................................................................91 80 ANEXO A - COOPERAÇÃO ENTRE EMBRAPA E PRODUTORES FORTALECE CULTURA DE ALHO NO BRASIL. REPORTAGEM DE MARCOS ESTEVES Não há país no mundo que produza alho com uma tecnologia comparada à brasileira. A opinião é do presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), Rafael Jorge Corsino, ao destacar que, na região dos Cerrados, a produtividade dessa cultura é de 15 t/há até 20 t/ha, segundo ele, a maior do mundo. No entanto, isso não tem sido suficiente parta superar a concorrência do alho importado da Argentina e, principalmente, da China. De acordo com o pesquisador André Nepomuceno Dusi, da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), em 2005, a importação de alho gerou 56 mil diretos fora do Brasil. Essa é a mesma quantidade de postos de trabalho que a cultura gerava no País, em 2002, quando a área plantada era de 14 mil hectares. Em 2005, o espaço cultivado com alho caiu para cerca de 8 mil ha e houve uma perda de 24 mil postos diretos. Para garantir a sobrevivência do setor, a Anapa atua nas esferas política e econômica, mas é a área tecnológica que pode oferecer um importante instrumento para o aumento da competitividade dos produtores de alho. Na sexta-feira (14) Rafael Corsino foi recebido na Embrapa Hortaliças para discutir um acordo de cooperação técnica visando introduzir a tecnologia de produção do alho livre de vírus entre os principais produtores do País. “Este seria um divisor de águas, pois o sistema produtivo atual está no topo e, para melhorar, só com a introdução do alho livre de vírus”, explica. O chefe-geral da Unidade da Embrapa, José Amauri Buso, concorda: “esses produtores já dominam a tecnologia da irrigação, adubação e de produção, a última fronteira do ponto de vista tecnológico é melhorar a qualidade do material de propagação. Sem isso, não há como aumentar a produtividade”. O pesquisador revela que a Embrapa Hortaliças já dispõe de algum material de alho nobre que já pode ser levado aos produtores. 81 ALHO LIVRE DE VÍRUS A tecnologia do alho livre de vírus vem sendo desenvolvida pela Embrapa Hortaliças desde 1994. O sistema começa na seleção de bulbilhos (os dentes de alho) sadios que são produzidos nos laboratórios da Embrapa em condições controladas. Quando a planta torna-se mais vigorosa, ela é levada para um telado à prova de pulgões, que são os agentes transmissores de viroses, e, em seguida, os bulbilhos são reproduzidos em maior escala no campo experimental da Unidade, sempre em condições controladas. Além disso, a Embrapa Hortaliças desenvolveu um sistema simples e barato de reprodução do alho livre de vírus pelo próprio produtor, que consegue adotar integralmente a tecnologia em quatro anos. Esse trabalho leva ao agricultor alho semente com alta qualidade, livre de infecção por vírus, que causam queda na produtividade, na qualidade. Os primeiros beneficiados pelo projeto foram agricultores da Bahia e de Minas Gerais, que cultivam um tipo de alho menos exigente, conhecido como alho comum e comercializam o produto em nível local. Mas a baixa qualidade do alho-semente, da matéria-prima básica para uma boa colheita, afeta também produtores tecnificados, que cultivam o alho nobre – o mesmo tipo da Argentina e da China –, mais produtivo, que requer, porém, mais tecnologia para produção. “Atualmente, quase todos os alhos nacionais são infectados”, revela, Rafael Corsino, que representa produtores de alho nobre do Brasil. O pesquisador André Dusi aponta ainda, o risco de agricultores plantarem o alho importado destinado ao consumo, acreditando que esses materiais sejam mais produtivos. “Há uma série de insetos e doenças que não ocorrem no Brasil e podem ser introduzidos no País com a utilização do alho para consumo importado na produção. Se isso ocorrer, poderá haver contaminação de toda a lavoura com um agente para o qual não temos a tecnologia de controle.” O acordo de cooperação entre Embrapa e a Anapa prevê que o processo de limpeza seja realizado nas variedades de alho nobre Quitéria, Ito e Caçador, as mais 82 utilizadas pelo setor. Esse material será entregue aos produtores, que também receberão informações sobre o processo de substituição do alho-semente atual por um de melhor qualidade. Rafael Corsino acredita que essa tecnologia vai gerar impactos sobre a produtividade, sobre a qualidade dos bulbos e também reduzir os custos de produção. Em resumo, o alho nacional será mais competitivo. Ele destaca o trabalho de uma empresa mineira que já adotou esse sistema, em parceria com a Universidade de Botucatu, e obteve uma redução entre 30% e 40% na quantidade de adubo aplicado. FONTE: EMBRAPA. Cooperação entre Embrapa e produtores fortalece cultura de alho no Brasil. Disponível em http://www.embrapa.br/imprensa/noticias/2008/marco/2a-semana/cooperacao-entreembrapa-e-produtores-fortalece-cultura-de-alho-no-brasil/?searchterm=Alho>. Acesso em: 26 set. 2009. 83 ANEXO B - CESTA BÁSICA DE AGOSTO APRESENTA ALTA DE 1,69%, REVELA PESQUISA DO PROCON-SP No mês de agosto de 2004, o valor da cesta básica do paulistano apresentou alta de 1,69%, revela pesquisa do Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese. O preço médio da cesta, que no dia 30/07/04 era R$ 211,92 passou para R$ 215,50 em 31/08/04. Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 1,64%, Limpeza, 2,66% e Higiene Pessoal, 1,04%. A variação no ano é de 0,39% (base 29/12/03), e nos últimos 12 meses, de 3,46% (base 29/08/03). O grupo Limpeza foi o que registrou a maior variação positiva (2,66%). Dentre os produtos que compõem o grupo, o sabão em pó (pacote de 1 kg) foi o que registrou a maior alta de preço (6,99%), tomando-se como base o dia 30/07/04. No grupo Alimentação, destacamos o Açúcar Refinado (pacote de 5 kg), que apresentou alta de 22,50%; o Alho (kg), que apresentou alta de 21,98%; a Batata (kg), que apresentou alta de 12,35%; a Linguiça Fresca (kg), que apresentou alta de 9,39% e a Cebola (kg), que apresentou alta de 7,23%. Dos 31 produtos pesquisados, na variação mensal, 18 apresentaram alta, 11 diminuíram de preço e 2 permaneceram estáveis. O produto que apresentou a maior variação positiva desde o início do ano foi a cebola, que aumentou 190,22%. Em seguida vem a batata, que acumulou 116,67% de aumento tomando-se como base o valor apresentado em 29 de dezembro de 2003. É importante salientar que os aumentos ou quedas de preço dos produtos que compõem a cesta básica nem sempre estão atrelados a algum desequilíbrio entre oferta e demanda, motivado por razões internas (quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, etc.) ou por razões externas (mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras, etc.). As alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem estar refletindo tão somente procedimentos adotados por determinados 84 supermercados da amostra, seja para estimular a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para “desovar” estoques através do rebaixamento temporário dos preços. A análise a seguir pretende focalizar, dentre os produtos com maior participação na variação do valor médio da cesta básica deste mês, aqueles cuja oferta e demanda estejam sendo (ou poderão ser) influenciados por fatores macroeconômicos. O Açúcar Refinado apresentou queda de preço nos dois primeiros meses do ano, sendo que a partir de março vem apresentando alta. Podemos afirmar que foi o principal responsável pela elevação do valor médio da cesta básica em agosto, tendo em vista seu peso. O Alho, a Cebola e a Batata continuam apresentando aumentos significativos de preços. Os dois últimos produtos citados juntamente com o Tomate, foram os que mais influenciaram no desempenho do índice de preços recebidos pelos produtores paulistas, pesquisado pelo IEA – Instituto de Economia Agrícola – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado, que fechou com alta significativa na terceira quadrissemana de agosto. A Linguiça Fresca apresentou alta de preço, após várias quedas ao longo do ano. AÇÚCAR A elevação dos preços, principalmente a partir do segundo trimestre, teve como causa a ocorrência de chuvas sobre as regiões produtoras de cana-de-açúcar no Centro-Sul, que atrapalhou a colheita da safra 2004/2005. Foram, pelo menos, cinco semanas de clima chuvoso no Estado de São Paulo. Além disso, o significativo avanço das exportações de açúcar e álcool vem direcionando boa parte da produção para o mercado externo, reduzindo a oferta no mercado interno e puxando os preços para cima. A Comissão Européia (da União Européia) aprovou em julho a revisão de sua política para a produção de açúcar. Haverá cortes graduais no volume total de produção subsidiada, especialmente para o produto europeu. Isso favorece o Brasil, que é o maior produtor de açúcar do mundo e que poderá competir no mercado internacional com preços mais realistas. 85 Nesse cenário, o açúcar continua mais remunerador que o álcool, tendência observada desde o início do ano. A expectativa dos analistas é que os preços do açúcar mantenham a tendência de alta para os próximos meses. ALHO Os Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são os maiores fornecedores de alho para o mercado brasileiro. Em Santa Catarina, na região de Curitibanos, o baixo preço pago ao produtor, o elevado custo dos insumos e a grande concorrência do produto importado tem desestimulado os produtores de alho. O Brasil tem duas épocas distintas de plantio e colheita de alho. A região sul do país planta sua safra em junho e julho, sendo realizada a colheita em novembro e dezembro. Já a região sudeste e centro-oeste plantam de março a maio e colhem de julho a outubro. Apesar da boa safra, a oferta de alho continua retraída, elevando os preços. A demanda, por sua vez, não tende a aumentar, sendo normalmente baixo e estável o consumo de alho no país. BATATA A demanda interna vem sendo atendida parcialmente pela produção proveniente dos estados de São Paulo e Minas Gerais, principais produtores nacionais de batata. As condições adversas do clima verificadas nas últimas semanas levam a uma expectativa de colheita menor. O longo período chuvoso na maioria dos grandes estados produtores prejudicou os trabalhos de colheita e, em consequência, determinou momentânea redução nos níveis de movimentação do produto. No ano, a Batata acumulou uma expressiva alta de 116,67% na cesta básica paulistana. SUÍNOS O aumento do preço do quilo do suíno na semana passada animou o setor em Santa 86 Catarina. O revigoramento da economia, a alta do consumo de carne suína no mercado interno e o fato das exportações não terem sido afetadas pela ameaça argentina de restringir a compra, tiveram efeitos positivos sobre os preços. CEBOLA Em vista da escassez de cebola de procedência interna que se registrou no País, a demanda continua sendo atendida principalmente com cebolas importadas da Argentina. São Paulo, Pernambuco e Bahia, principais responsáveis pelo abastecimento nacional do produto até dezembro, têm uma estimativa de colheita inferior à da safra passada. Diante deste cenário e considerando-se o comportamento do mercado nos últimos três meses (valores de comercialização extremamente elevados) é pouco provável que não se dê continuidade às compras externas do produto, uma vez que as estimativas de oferta interna indicam níveis aquém das necessidades de consumo do País. CARNE A Pecuária brasileira é hoje uma das mais modernas do mundo. Com isso, o Brasil passou a liderar o ranking dos maiores exportadores de carne bovina. Dois pontos, porém, têm trazido preocupação para os criadores de gado: o veto à isenção do PIS e COFINS para a ração animal e o consequente aumento dos custos para a pecuária de corte. Havia a expectativa de que as rações e o sal mineral fossem isentos de cobrança de PIS. FONTE: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Alho. Disponível em: <http://www.justica.sp.gov.br/Imprimir.asp?CodNoticia=1033>. Acesso em: 26 set. 2009. 87 ANEXO C - ALHO GARANTE RENDA E EMPREGO EM CONGONHINHAS REDAÇÃO O ESTADO DO PARANÁ Nem mesmo a ameaça da entrada do produto chinês no mercado nacional a preços inferiores e o alto custo do investimento na implantação da atividade tiram o estímulo dos produtores de alho de Congonhinhas. Com três safras consolidadas, produtividade elevada, comercialização garantida e independência tecnológica, a cultura está garantindo renda aos agricultores familiares e emprego para centenas de trabalhadores rurais do município. Na época do 1.º Seminário de Desenvolvimento Rural, que debateu a necessidade da diversificação agrícola em Congonhinhas, ocorrido em setembro de 2001, o agricultor José Antônio Canedo, 43 anos, concluía a colheita da área experimental de 1,5 hectares no sítio Santa Terezinha, de propriedade da família, de 48 hectares ocupados tradicionalmente com soja, trigo e milho. Nesta safra está terminando a colheita de 10 hectares da variedade "roxo nobre caçador" e obtendo a produtividade média de 10 mil quilos de alho por hectare. A receita desse resultado positivo, garante José Canedo, é simples. "Muita vontade de trabalhar na cultura do alho, que sofre menos em relação ao trigo no inverno rigoroso da região, produz bem na altitude de nosso solo, de 700 metros acima do nível do mar, é uma lavoura limpa, envolve muita gente na lida do plantio à colheita e dá resposta de produtividade quando cultivado com tecnologia", explica. Atualmente são 16 agricultores na atividade, cultivando 53 hectares nessa safra, afirma o engenheiro agrônomo Luciano Merhy, da Unidade Municipal da EmaterParaná que dá assistência técnica aos iniciantes e faz o receituário geral da cultura. Ele destaca que o sistema de cultivo da cultura no município é a céu aberto, irrigado, plantado na primeira quinzena de abril até primeira quinzena de maio, colhido no final de agosto até setembro, quando ocorre o amarelecimento das folhas, restando apenas de três a cinco folhas verdes. Maior dificuldade é o alto custo 88 O custo de produção é elevado, utilizando como referência o Sítio Santa Terezinha, que, segundo José Antônio Canedo, gira entre R$ 10 mil a R$ 12 mil por hectare. Os investimentos também são altos, só no barracão de secagem e cura, medindo 10 metros de altura, 25 metros de comprimento, 9 metros de altura e cobertura de zinco para abrigar a lotação máxima de 70 toneladas, foram gastos R$ 10 mil. Na irrigação o investimento ultrapassou R$ 40 mil. A encanteradeira, implemento de fazer canteiros, custou R$ 7 mil, a máquina de classificação R$ 5 mil e o debulhador R$ 3 mil. Além desses investimentos, há também o gasto coletivo realizado pelo Grupo Especializado de Produtores de Alho de Congonhinhas, constituído de 11 participantes cultivando 30 hectares, que construiu dentro do sítio Santa Terezinha o barracão com câmara fria industrial para abrigar a unidade de vernalização de sementes de alho. O barracão tem capacidade de 50 mil quilos de sementes, que ficam 45 dias em tratamento térmico para posterior disponibilidade aos produtores, na época do plantio. Nessa unidade de vernalização do alho, o governo do Paraná, através da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, pelo Programa Paraná 12 Meses, investiu R$ 34 mil, complementados com mais R$ 46 mil, rateados entre os integrantes do grupo especializado. Sem esta unidade, os produtores de alho de Congonhinhas tinham que levar suas sementes para uma câmara fria em Arapoti e pagar o aluguel de R$ 0,50 por quilo, encarecendo sobremaneira o custo de produção já que utilizam em média mil quilos de semente para cada hectare cultivado. FONTE: PARANÁ ONLINE. Alho garante renda e emprego em Congoinhas. Disponível em: < http://www.parana- online.com.br/editoria/economia/news/60331/?noticia=ALHO+GARANTE+RENDA+E +EMPREGO+EM+CONGONHINHAS>. Acesso em: 26 set. 2009. 89 ANEXO D - A REALIDADE DO ALHO NO BRASIL - RAFAEL JORGE CORSINO Meus amigos, quero saber se ainda haverá um alho brasileiro para contar história. Digo isso porque a cada ano que passa a produção nacional reduz. Este ano a previsão de área plantada no Sul do País será de 1,8 a 2,0 mil hectares apenas. E pasmem: a região já plantou 8.800 hectares. Esta realidade também está nos outros dez Estados brasileiros produtores de alho. As justificativas para essa redução são muitas: o dólar baixo, custo de produção muito barato na China, liminares para não pagar a taxa de antidumping, entre tantas outras. Somado a tudo isso, a crise internacional. O que fazer para driblar todos estes problemas do setor alheiro do Brasil? No ano de 2008 entraram 3 milhões a mais de caixas de alho chinês no Brasil em relação a 2007. Neste ano a previsão ainda é pessimista. Os importadores conseguem liminares para importá-lo sem o pagamento de antidumping, o que torna este produto muito competitivo do ponto de vista do preço, porque qualitativamente o alho brasileiro é superior ao alho chinês. A Anapa (Associação Nacional dos Produtores de Alho) luta constantemente para reverter esse quadro pessimista que a cada ano reduz a área plantada no País e aumenta o desemprego, tendo em vista que o alho é a cultura que mais emprega mão-de-obra por hectare. Na segunda edição da Revista Nosso Alho, o pesquisador Marco Lucini escreveu sobre o tema desemprego, que vem na capa da revista. A matéria mostra a realidade que o setor enfrenta e os números assustadores de desempregados no Brasil. A Anapa divulga essa realidade porque se sente no dever de mostrar ao governo, ao setor privado, ao consumidor, que além da importação de alho chinês abastecer o mercado de produtos de baixa qualidade, ela também tira empregos dos brasileiros e os oferece na China. Portanto, queremos levar a todos os leitores a reflexão do cenário que a produção 90 de alho vive atualmente. Não queremos ser um país dependente de produtos importados e temos capacidade de atender grande parte do mercado interno. Não deixemos que a história do alho no Brasil morra. FONTE: ANAPA. A Realidade do alho no Brasil. Disponível <http://www.anapa.com.br/principal/index.php/artigos/732-a-realidade-do-alho-nobrasil>. Acesso em: 26 set. 2009. em 91 ANEXO E - O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FAÇO SABER QUE O CONGRESSO NACIONAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI: CAPÍTULO I - Disposições Preliminares. Art. 1º - O crédito rural, sistematizado nos termos desta Lei, será distribuído e aplicado de acordo com a política de desenvolvimento da produção rural do País e tendo em vista o bem-estar do povo. Art. 2º - Considera-se crédito rural o suprimento de recursos financeiros por entidades públicas e estabelecimentos de crédito particulares a produtores rurais ou a suas cooperativas para aplicação exclusiva em atividades que se enquadrem nos objetivos indicados na legislação em vigor. Art. 3º - São objetivos específicos do crédito rural: I - estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para armazenamento, beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários, quando efetuado por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural; II - favorecer o custeio oportuno e adequado da produção e a comercialização de produtos agropecuários; III - possibilitar o fortalecimento econômico dos produtores rurais, notadamente pequenos e médios; IV - incentivar a introdução de métodos racionais de produção, visando ao aumento da produtividade e à melhoria do padrão de vida das populações rurais, e à adequada defesa do solo. Art. 4º - O Conselho Monetário Nacional, de acordo com as atribuições estabelecidas na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, disciplinará o crédito rural do País e estabelecerá, com exclusividade, normas operativas traduzidas nos seguintes tópicos: I - avaliação, origem e dotação dos recursos a serem aplicados no crédito rural; II - diretrizes e instruções relacionadas com a aplicação e controle do crédito rural; III - critérios seletivos e de prioridade para a distribuição do crédito rural; IV - fixação e ampliação dos programas de crédito rural, abrangendo todas as formas de suplementação de recursos, inclusive refinanciamento. 92 Art. 5º - O cumprimento das deliberações do Conselho Monetário Nacional, aplicáveis ao crédito rural, será dirigido, coordenado e fiscalizado pelo Banco Central da República do Brasil. Art. 6º - Compete ao Banco Central da República do Brasil, como órgão de controle do sistema nacional do crédito rural: I - sistematizar a ação dos órgãos financiadores e promover a sua coordenação com os que prestam assistência técnica e econômica ao produtor rural; II - elaborar planos globais de aplicação do crédito rural e conhecer de sua execução, tendo em vista a avaliação dos resultados para introdução de correções cabíveis; III - determinar os meios adequados de seleção e prioridade na distribuição do crédito rural e estabelecer medidas para o zoneamento dentro do qual devem atuar os diversos órgãos financiadores em função dos planos elaborados; IV - incentivar a expansão da rede distribuidora do crédito rural, especialmente através de cooperativas; V - estimular a ampliação dos programas de crédito rural, mediante financiamento aos órgãos participantes da rede distribuidora do crédito rural, especialmente aos bancos com sede nas áreas de produção e que destinem ao crédito rural mais de 50% (cinqüenta por cento) de suas aplicações. CAPÍTULO II - Do Sistema de Crédito Rural. Art. 7º - Integrarão, basicamente, o sistema nacional de crédito rural: I - o Banco Central da República do Brasil, com as funções indicadas no artigo anterior; II - o Banco do Brasil S. A., através de suas carteiras especializadas; III - o Banco de Crédito da Amazônia S. A. e o Banco do Nordeste do Brasil S. A., através de suas carteiras ou departamentos especializados, e IV - o Banco Nacional de Crédito Cooperativo. § 1º - Serão vinculados ao sistema: I - de conformidade com o disposto na Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964: a) o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária - IBRA; b) o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário - INDA; c) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico - BNDE; 93 II - como órgãos auxiliares, desde que operem em crédito rural dentro das diretrizes fixadas nesta Lei: a) Bancos de que os Estados participem com a maioria de ações; b) Caixas Econômicas; c) Bancos privados; d) Sociedades de crédito, financiamento e investimentos; e) Cooperativas autorizadas a operar em crédito rural. § 2º - Poderão articular-se no sistema, mediante convênios, órgãos oficiais de valorização regional e entidades de prestação de assistência técnica e econômica ao produtor rural, cujos serviços sejam passíveis de utilizar em conjugação com o crédito. § 3º - Poderão incorporar-se ao sistema, além das entidades mencionadas neste artigo, outras que o Conselho Monetário Nacional venha a admitir. CAPÍTULO III - Da Estrutura do Crédito Rural. Art. 8º - O crédito rural restringe-se ao campo específico do financiamento das atividades rurais e adotará, basicamente, as modalidades de operações indicadas nesta Lei, para suprir as necessidades financeiras do custeio e da comercialização da produção própria, como também as de capital para investimentos e industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural. Art. 9º - Para os efeitos desta Lei os financiamentos rurais caracterizam-se, segundo a finalidade, como de: I - custeio, quando destinados a cobrir despesas normais de um ou mais períodos de produção agrícola ou pecuária; II - investimento, quando se destinarem a inversões em bens e serviços cujos desfrutes se realizem no curso de vários períodos; III - comercialização, quando destinados, isoladamente, ou como extensão do custeio, a cobrir despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção, sua estocagem, transporte ou à monetização de títulos oriundos da venda pelos produtores; IV - industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural. 94 Art. 10 - As operações de crédito rural subordinam-se às seguintes exigências essenciais: I - idoneidade do proponente; II - apresentação de orçamento de aplicação nas atividades específicas; III - fiscalização pelo financiador. Art. 11 - Constituem modalidade de operações: I - Crédito Rural Corrente a produtores rurais de capacidade técnica e substância econômica reconhecidas; II - Crédito Rural Orientado, como forma de crédito tecnificado, com assistência técnica prestada pelo financiador, diretamente ou através de entidade especializada em extensão rural, com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do produtor e sua família; III - Crédito às cooperativas de produtores rurais, como antecipação de recursos para funcionamento e aparelhamento, inclusive para integralização de cotas-partes de capital social, destinado a programas de investimento e outras finalidades, prestação de serviços aos cooperados, bem como para financiar estes, nas mesmas condições estabelecidas para as operações diretas de crédito rural, os trabalhos de custeio, coleta, transportes, estocagem e a comercialização da produção respectiva e os gastos com melhoramento de suas propriedades. (Redação dada pelo DecretoLei nº 784, 25/08/69.) IV - Crédito para Comercialização com o fim de garantir aos produtores agrícolas preços remuneradores para a colocação de suas safras e industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural; V - Crédito aos programas de colonização e reforma agrária, para financiar projetos de colonização e reforma agrária como as definidas na Lei número 4.504, de 30 de novembro de 1964. Art. 12 - As operações de crédito rural que forem realizadas pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, diretamente ou através de convênios, obedecerão às modalidades do crédito orientado, aplicadas às finalidades previstas na Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. 95 Art. 13 - As entidades financiadoras participantes do sistema de crédito rural poderão designar representantes para acompanhar a execução de convênios relativos à aplicação de recursos por intermédio de órgãos intervenientes. § 1º - Em caso de crédito a cooperativas, poderão os representantes mencionados neste artigo prestar assistência técnica e administrativa, como também orientar e fiscalizar a aplicação dos recursos. § 2º - Quando se tratar de cooperativa integral de reforma agrária, aplicar-se-á o disposto no § 2º do art. 79 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Art. 14 - Os termos, prazos, juros e demais condições das operações de crédito rural, sob quaisquer de suas modalidades, serão estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional, observadas as disposições legais específicas, não expressamente revogadas pela presente Lei, inclusive o favorecimento previsto no art. 4º, inciso IX, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, ficando revogado o art. 4º do Decreto-Lei nº 2.611, de 20 de setembro de 1940. Parágrafo único. VETADO (Revogado pelo Decreto-Lei nº 784, 25/08/69.) CAPÍTULO IV - Dos Recursos para o Crédito Rural. Art. 15 - O crédito rural contará com suprimentos provenientes das seguintes fontes: I - internas: a) recursos que são ou vierem a ser atribuídos ao Fundo Nacional de Refinanciamento Rural instituído pelo Decreto nº 54.019, de 14 de julho de 1964; b) recursos que são ou vierem a ser atribuídos ao Fundo Nacional de Reforma Agrária, instituído pela Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964; c) recursos que são ou vierem a ser atribuídos ao Fundo Agroindustrial de Reconversão, instituído pela Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964; d) dotações orçamentárias atribuídas a órgãos que integrem ou venham a integrar o sistema de crédito rural, com destinação específica; e) valores que o Conselho Monetário Nacional venha a isentar de recolhimento, na forma prevista na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, art. 4º, item XIV, letra c, (Vetado); f) recursos próprios dos órgãos participantes ou que venham a participar do sistema de crédito rural, na forma do art. 7º; 96 g) importâncias recolhidas ao Banco Central da República do Brasil pelo sistema bancário, na forma prevista no § 1º do art. 21; h) produto da colocação de bônus de crédito rural, hipotecário ou títulos de natureza semelhante, que forem emitidos por entidades governamentais participantes do sistema, com características e sob condições que o Conselho Monetário Nacional autorize, obedecida a legislação referente à emissão e circulação de valores mobiliários; i) produto das multas recolhidas nos termos do § 3º do art. 21; j) resultado das operações de financiamento ou refinanciamento; l) recursos outros de qualquer origem atribuídos exclusivamente para aplicações em crédito rural; m) (Vetado); n) recursos nunca inferiores a 10% (dez por cento) dos depósitos de qualquer natureza dos bancos privados e das sociedades de crédito, financiamento e investimentos. II - externas: a) recursos decorrentes de empréstimos ou acordos, especialmente reservados para aplicação em crédito rural; b) recursos especificamente reservados para aplicação em programas de assistência financeira ao setor rural, através do Fundo Nacional de Reforma Agrária, criado pelo art. 27 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964; c) recursos especificamente reservados para aplicação em financiamentos de projetos de desenvolvimento agroindustrial, através do Fundo Agroindustrial de Reconversão, criado pelo art. 120 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964; d) produtos de acordos ou convênios celebrados com entidades estrangeiras ou internacionais, conforme normas que o Conselho Monetário Nacional traçar, desde que nelas sejam especificamente atribuídas parcelas para aplicação em programa de desenvolvimento de atividades rurais. Art. 16 - Os recursos destinados ao crédito rural, de origem externa ou interna, ficam sob o controle do Conselho Monetário Nacional, que fixará, anualmente, as normas de distribuição aos órgãos que participem do sistema de crédito rural, nos termos do art. 7º. Parágrafo único. Todo e qualquer fundo, já existente ou que vier a ser criado, destinado especificamente a financiamento de programas de crédito rural, terá sua 97 administração determinada pelo Conselho Monetário Nacional, respeitada a legislação específica, que estabelecerá as normas e diretrizes para a sua aplicação. Art. 17 - Ao Banco Central da República do Brasil, de acordo com as atribuições estabelecidas na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, caberá entender-se ou participar de entendimentos com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais, em assuntos ligados à obtenção de empréstimos destinados a programas de financiamento às atividades rurais, estando presente na assinatura dos convênios e apresentando ao Conselho Monetário Nacional sugestões quanto às normas para sua utilização. Art. 18 - O Conselho Monetário Nacional poderá tomar medidas de incentivo que visem a aumentar a participação da rede bancária não oficial na aplicação de crédito rural. Art. 19 - A fixação de limite do valor dos empréstimos a que se refere o § 2º do art. 126 da Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, passa para a competência do Conselho Monetário Nacional, que levará em conta a proposta apresentada pela diretoria do Banco do Brasil S. A. Art. 20 - O Conselho Monetário Nacional, anualmente, na elaboração da proposta orçamentária pelo Poder Executivo, incluirá dotação destinada ao custeio de assistência técnica e educativa aos beneficiários do crédito rural. Art. 21 - As instituições de crédito e entidades referidas no art. 7º desta Lei manterão aplicada em operações típicas de crédito rural, contratadas diretamente com produtores ou suas cooperativas, percentagem, a ser fixada pelo Conselho Monetário Nacional, dos recursos com que operarem. § 1º - Os estabelecimentos que não desejarem ou não puderem cumprir as obrigações estabelecidas no presente artigo, recolherão as somas correspondentes em depósito no Banco Central da República do Brasil, para aplicação nos fins previstos nesta Lei. § 2º - As quantias recolhidas no Banco Central da República do Brasil, na forma deste artigo, vencerão juros à taxa que o Conselho Monetário Nacional fixar. § 3º - A inobservância ao disposto neste artigo sujeitará o infrator à multa variável entre 10% (dez por cento) e 50% (cinqüenta por cento) sobre os valores não aplicados em crédito rural. 98 § 4º - O não recolhimento da multa mencionada no parágrafo anterior, no prazo de 15 (quinze) dias, sujeitará o infrator às penalidades previstas no Capítulo V da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Art. 22 - O depósito que constitui o Fundo de Fomento à Produção, de que trata o art. 7º da Lei nº 1.184, de 30 de agosto de 1950, fica elevado para 20% (vinte por cento) das dotações anuais previstas no art. 199 da Constituição Federal, e será efetuado pelo Tesouro Nacional no Banco de Crédito da Amazônia S. A., que se incumbirá de sua aplicação, direta e exclusiva, dentro da área da Amazônia, observadas as normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e outras disposições contidas nesta lei. § 1º - O Banco de Crédito da Amazônia S. A., destinará, para aplicação em crédito rural, pelo menos 60% (sessenta por cento) do valor do Fundo, podendo o Conselho Monetário Nacional alterar essa percentagem, em fase da circunstância que assim recomende. § 2º - Os juros das aplicacoes mencionadas neste artigo serao cobrados as taxas usuais para as operacoes de tal natureza, conforme o Conselho Monetario Nacional fixar, ficando abolido o limite previsto no art. 7º, paragrafos 2º e 3º, da Lei nº 1.184, de 30 de agosto de 1950. CAPITULO V - Dos Instrumentos de Credito Rural. Art. 23 - (Vetado). § 1º - (Vetado). § 2º - (Vetado). Art. 24 - (Vetado). CAPÍTULO VI - Das Garantias do Crédito Rural. Art. 25 - Poderão constituir garantia dos empréstimos rurais, de conformidade com a natureza da operação creditícia em causa: I - penhor agrícola; II - penhor pecuário; III - penhor mercantil; IV - penhor industrial; 99 V - bilhete de mercadoria; VI - "warrants"; VII - caução; VIII - hipoteca; IX - fidejussória; X - outras que o Conselho Monetário venha a admitir. Art. 26 - A constituição das garantias previstas no artigo anterior, de livre convenção entre financiado e financiador, observará a legislação própria de cada tipo, bem como as normas complementares que o Conselho Monetário Nacional estabelecer ou aprovar. Art. 27 - As garantias reais serão sempre, preferentemente, outorgadas sem concorrência. Art. 28 - Exceto a hipoteca, as demais garantias reais oferecidas para segurança dos financiamentos rurais valerão entre as partes, independentemente de registro, com todos os direitos e privilégios. Art. 29. Os bens adquiridos e as culturas custeadas ou formadas por meio do crédito rural em que couber garantia serão vinculados ao respectivo instrumento contratual como garantia especial. Art. 29 - A critério da entidade financiadora, os bens adquiridos e as culturas custeadas ou formadas por meio de crédito rural poderão ser vinculados ao respectivo instrumento contratual, inclusive título de crédito rural, como garantia especial. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 784, 25/08/69.) Parágrafo único. Em qualquer caso, os bens e culturas a que se refere este artigo somente poderão ser alienados ou gravados em favor de terceiros, mediante concordância expressa da entidade financiadora. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 784, 25/08/69.) Art. 30 - O Conselho Monetário Nacional estabelecerá os termos e condições em que poderão ser contratados os seguros dos bens vinculados aos instrumentos de crédito rural. CAPÍTULO VII - Disposições Transitórias. Art. 31 - O Banco Central da República do Brasil assumirá, até que o Conselho Monetário Nacional resolva em contrário, o encargo dos programas de treinamento 100 de pessoal para administração do crédito rural, inclusive através de cooperativas, podendo, para tanto, firmar convênios que visem à realização de cursos e à obtenção de recursos para cobrir os gastos respectivos. Parágrafo único. As unidades interessadas em treinar pessoal concorrerão para os gastos com a contribuição que for arbitrada pelo Banco Central da República do Brasil. CAPÍTULO VIII - Disposições Gerais. Art. 32 - Os órgãos de orientação e coordenação de atividades rurais, criados no âmbito estadual, deverão elaborar seus programas de ação, no que respeita ao crédito especializado, observando as disposições desta Lei e normas complementares que o Conselho Monetário Nacional venha a baixar. Art. 33 - Estendem-se às instituições financeiras que integrem basicamente o sistema de crédito rural, nos termos do art. 7º, itens I a IV, desta Lei, as disposições constantes do art. 4º, da Lei nº 454, de 9 de julho de 1937, do art. 3º do Decreto-Lei nº 2.611, e do art. 3º do Decreto-Lei nº 2.612, ambos de 20 de setembro de 1940, e dos arts. 1º e 2º do Decreto-Lei nº 1.003, de 29 de dezembro de 1938. Art. 34 - As operações de crédito rural, sob quaisquer modalidades, de valor até 50 (cinqüenta) vezes o maior salário-mínimo vigente no País, pagarão somente as despesas indispensáveis, ficando isentas de taxas relativas aos serviços bancários e comissões. § 1º - (Vetado). § 2º - Fica revogado o art. 53 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Art. 35 - (Vetado). Art. 36 - Ficam transferidas para o Conselho Monetário Nacional, de acordo com o previsto nos artigos 3º e 4º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, as atribuições conferidas à Comissão de Coordenação do Crédito Agropecuário pelo art. 15 da Lei Delegada nº 9, de 11 de outubro de 1962, artigo esse que fica revogado. Art. 37 - A concessão do crédito rural em todas as suas modalidades, bem como a constituição das suas garantias, pelas instituições de crédito, públicas e privadas, independerá da exibição de comprovante de cumprimento de obrigações fiscais ou 101 da previdência social, ou declaração de bens ou certidão negativa de multas por infringência do Código Florestal. Parágrafo único. A comunicação da repartição competente, de ajuizamento da dívida fiscal, de multa florestal ou previdenciária, impedirá a concessão do crédito rural ao devedor, a partir da data do recebimento da comunicação pela instituição de crédito, exceto se as garantias oferecidas assegurarem a solvabilidade do débito em litígio e da operação proposta pelo interessado. Art. 38 - As operações de crédito rural terão registro distinto na contabilidade dos financiadores e serão divulgadas com destaque nos balanços e balancetes. Art. 39 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 40 - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 5 de novembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República. H. CASTELLO BRANCO Octavio Bulhões Hugo de Almeida Leme Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.11.1965 * Nota: Texto redigitado e sujeito a correções. FONTE: JUS BRASIL LEGISLAÇÃO. Lei 4825/65. Disponível em <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/128609/lei-4829-65>. Acesso em: 26 set. 2009. 102 APÊNDICES 103 LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE A- Entrevista com o gestor ..................................................................104 APÊNDICE B- Entrevista com o gerente ................................................................105 APÊNDICE C- Entrevista com os clientes...............................................................106 APÊNDICE D- Entrevista com os fornecedores......................................................107 APÊNDICE E- Entrevista com os colaboradores ....................................................108 104 APÊNDICE A- ENTREVISTA COM O GESTOR ENTREVISTA – GESTOR Prezado Gestor, Visando melhorar os serviços e produtos vendidos pela empresa Comercial Pitangueira , solicita-se o preenchimento da entrevista abaixo: Nome : ............................................................................................................... 1-) No seu entendimento como gestor, qual a sua opinião quanto as instalações físicas da Comercial Pitangueira? 2-) Na sua percepção, a empresa tem giro rápido na venda do produto? 3-) Quanto a sua opinião, é necessário manter a credibilidade com os clientes e fornecedores? 4-) Que meios estão sendo utilizados para a comercialização de seus produtos e serviços? 5-) No seu conceito, a Comercial Pitangueira representa ameaça em para a concorrência? Quais são as suas ameaças e suas oportunidades? 6-) Em relação a otimização da venda de produtos e serviços, quais são os pontos que podem ser melhorados? Obrigado. 105 APÊNDICE B- ENTREVISTA COM O GERENTE ENTREVISTA – GERENTE DE VENDAS E LOGÍSTICA Prezado Gerente, Visando melhorar os serviços e produtos vendidos pela empresa Comercial Pitangueira , solicita-se o preenchimento da entrevista abaixo: Nome : ............................................................................................................... 1-) No seu entendimento como gerente, qual a sua opinião quanto as instalações físicas da Comercial Pitangueira? 2-) Na sua percepção, a empresa tem giro rápido na venda do produto? 3-) Quanto a sua opinião, é necessário manter a credibilidade com os clientes e fornecedores? 4-) Que meios estão sendo utilizados para a comercialização de seus produtos e serviços? 5-) No seu conceito, a Comercial Pitangueira representa ameaça em para a concorrência? Quais são as suas ameaças e suas oportunidades? 6-) Em relação a otimização da venda de produtos e serviços, quais são os pontos que podem ser melhorados? Obrigado. 106 APÊNDICE C- ENTREVISTA COM OS CLIENTES ENTREVISTA - CLIENTE Prezado Cliente, Visando melhorar os serviços e produtos vendidos pela empresa Comercial Pitangueira , solicita-se o preenchimento da entrevista abaixo: Nome / Empresa: ............................................................................................. 1-) Qual a sua percepção quanto a qualidade dos produtos e serviços ofertados pela empresa? 2-) Em relação ao atendimento oferecido, é satisfatório? 3-) No seu entendimento, os preços ofertados pela empresa estão mais acessíveis que a concorrência? 4-) Qual o meio de informação a qual tomou conhecimento da Comercial Pitangueira? 5-) No que se refere a Comercial Pitangueira, no seu parecer, quais são os pontos de destaque e os pontos fracos da empresa? 6-) Na sua visão, quais são as melhorias que podem ser implantadas na empresa para melhor atender suas necessidades? Obrigado. 107 APÊNDICE D- ENTREVISTA COM OS FORNECEDORES Prezado Fornecedor, Visando melhorar os serviços e produtos vendidos pela empresa Comercial Pitangueira , solicita-se o preenchimento da entrevista abaixo: Nome / Empresa: ............................................................................................... 1-) No seu entendimento como fornecedor, qual a sua opinião quanto as instalações físicas que Comercial Pitangueira oferece? 2-) Na sua percepção, a empresa tem giro rápido na venda do seu produto? 3-) Quanto a sua opinião, o pagamento efetuado referente aos seus produtos respeita os prazos combinados? 4-) De que forma ou meios utilizou para entrar em contato com a Comercial Pitangueira para vender seus produtos? 5-) Na sua visão de fornecedor, a empresa tem potencial perante a concorrência? 6-) Na sua relação de compra e venda de produtos com a Comercial Pitangueira, quais são os pontos que podem ser melhorados? Obrigado! 108 APÊNDICE E- ENTREVISTA COM OS COLABORADORES Prezado Colaborador, Visando melhorar os serviços e produtos vendidos pela empresa Comercial Pitangueira , solicita-se o preenchimento da entrevista abaixo: Nome : ................................................................................................................ 1-) Qual a seu parecer sobre o seu local de trabalho na empresa? 2-) Na sua opinião, o seu serviço prestado e a venda do produto satisfaz o cliente? 3-) Qual a sua visão na relação empresa/empregado? 4-) De que forma foi o seu primeiro contato com a empresa? 5-) No seu conceito, em que a Comercial Pitangueira é melhor perante a concorrência? 6-) No seu entendimento como colaborador, quais são os pontos que podem ser melhorados? Obrigado.