A influência do comportamento de consumo de redes sociais digitais com base BPM Jean Gleyson Farias Martins (Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal) [email protected] Gustavo dos Santos Fernandes (Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal) [email protected] Jardeylde Rosendo do Amaral (Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal) [email protected] Douglas de Morais Ferreira (Faculdade de Ciências Educacionais e Empresariais de Natal) [email protected] Daniyel Ferreira de Medeiros (Unifacex) [email protected] Resumo: O objetivo desse artigo é identificar as variáveis antecedentes (levam ao comportamento) e as consequentes (reforçam ao comportamento) que estimulam o comportamento de consumir redes sociais. Seguindo como base a perspectiva behaviorista do comportamento do consumidor, busca evidenciar quais os estímulos um usuário sofre quando pensa em consumir uma rede social. A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi, num primeiro momento, uma pesquisa bibliográfica definida sendo responsável por explicar e discutir um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas. A abordagem do problema trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde se buscou confirmar e detectar novas variáveis não identificadas na literatura científica. O estudo foi realizado tendo como universo de pesquisa, profissionais na área de comunicação. Os dados para este estudo foram obtidos através pesquisas de profundidade, previamente elaborado um roteiro com questões abertas referentes ao consumo de redes sociais. Como resultado a utilização do modelo BPM mostrou-se satisfatória, na medida em que possibilitou que os objetivos do trabalho fossem atingidos, uma vez que este modelo possibilitou a classificação das variáveis estudadas. Dessa forma, sugere-se que o modelo BPM seja utilizado em futuras pesquisas sobre comportamento de consumo de redes sociais. Palavras-chave: BPM, Redes Sociais Digitais, Comportamento. The influence of consumer behavior online social networks based BPM Abstract: The aim of this paper is to identify the antecedent variables (lead to behavior) and the resulting (reinforce the behavior) that stimulate the behavior of consuming social networks. Following based on the behaviorist perspective of consumer behavior, seeks to show what a user stimuli suffers when he thinks of consuming a social network. The methodology used for the preparation of this work was, at first, a definite literature being responsible for explaining and discussing a topic or problem based on theoretical references have been published. The approach to the problem it is a qualitative research, in which we sought to confirm and detect new variables not identified in the scientific literature. The study was conducted as having universe of research, professionals in the field of communication. Data for this study were obtained through research depth, previously prepared a script with open questions related to the consumption of social networks. As a result of the use of BPM model proved satisfactory, insofar as possible the objectives of the study were achieved, since this model enabled the classification of variables. Thus, it is suggested that the BPM model to be used in future research on consumer social networking behavior. Key-words: BPM, Social Networks Digital, Behavior. 1. Introdução O comportamento humano tem sido fonte de vários estudos, a busca pelo entendimento do comportamos é fundamental. Nesse sentido, Skinner desenvolveu estudos acerca do comportamento dos seres vivos, concentrando seu estudo no que chamamos de tríplice contingência, onde os seres respondem aos estímulos ocorridos no ambiente e emitem respostas ao mesmo. Nessa perspectiva, Foxal desenvolveu um modelo teórico conhecidocomo Behavioral Perspective Model (BPM), que visa entender o comportamento do consumidor, com as diversas situações, estímulos e reações a realizar uma compra. Quando o consumidor decide realizar compra de produtos/serviços, o mesmo se depara com estímulos já vivenciados, como por exemplo, lembranças de compras já realizadas podendo ser favorável ou desfavorável. O marketing é uma ferramenta importante nesse cenário, descobrir quais são os estímulos ambientais que levam ao consumo e identificar os estímulos reforçadores ou aversivos presentes no cenário de compra vai proporcionar uma vantagem competitiva. Nessa perspectiva, o objetivo desse artigo é identificar as variáveis antecedentes (levam ao comportamento) e as consequentes (reforçam ao comportamento) que estimulam o comportamento de consumir redes sociais, evidenciando quais os estímulos um usuário sofre quando pensa em consumir uma rede social. 2.1 Marketing Digital A Internet tem sido classificada como nova ferramenta de mídia que traz possibilidades promover interação entre grupos de pessoas e empresas, possuindo a vantagem de proporcionar mensagens individualizadas, ou seja, adaptadas a cada internauta através dos acessos realizados (MINADEO, 2008). Petta (2012) argumenta que a Internet modificou hábitos, costumes e criou novos princípios de comunicação socioeconômica e político. A rede mundial de computadores criou ao seu redor, uma “teia” de informação, conhecimento e saberes, a partir da ligação de acontecimentos, e da disseminação e repercussão desses acontecimentos jamais pensados. Contribuindo com essa ideia, Chleba (2000) comenta sobre a força do marketing na Internet, ou digital, está na interatividade, na qual trata a exigência constante dos clientes e esta deve ser percebida como comunicação por meio dessa troca de dados que a rede proporciona. Para Abreu (2012), a função primordial é a propagação do social, de informação em tempo real, de conhecimento e de poder de mercado através da criação de comunidades virtuais, promotoras de influência recíproca entre indivíduos. As empresas começam a despertar e colocar a Internet nos seus planos de marketing, criando uma nova área para marketing a Digital, que deixa de ser questão de escolha e passa a ser questão de sobrevivência em meio aos concorrentes, pois, utilizar a rede para realizar negócios. De acordo com a Spannerworks, a atual iCrossing, uma prestigiada empresa internacional de Marketing Digital, as plataformas de Social Media, patenteadas pela Web 2.0, têm, por norma, cinco características comuns: a primeira é a Participação: o Social Media apela à participação e ao feedback dos diversos utilizadores, tornando mais próximos os media do público-alvo; A segunda abertura: a maior parte dos media sociais permitem a qualquer utilizador participar, através de comentários, feedback ou partilha de informação. As barreiras de acesso e uso do conteúdo são inexistentes, pelo que a empresa pode melhorar em termos publicitários e se tornar cada vez mais competitiva e atrativa; a terceira é a Conversação: enquanto os Mass Media transmitem e distribuem os seus conteúdos para as massas, nos Social Media, por norma, estamos perante uma conversa bidirecional, exigindo diálogo entre as partes e reação, por parte da empresa, às necessidades reveladas; A Comunidade: a partilha efetiva de conteúdos e informação entre utilizadores com interesses comuns permite sondar opiniões e monitorizar estratégias e por fim a Conectividade: o sucesso da maioria dos novos Media passa pela interoperabilidade que pode ser feita entre os diferentes tipos de websites e recursos. Sendo assim, o marketing digital oferece as empresas um novo e poderoso canal de vendas e informação, a internet, obtendo um alcance geográfico ampliado para divulgar e promover seus negócios e produtos no mundo todo. Para Zeff e Aronson (2000) a publicidade na rede sugere quatro diferentes vantagens assinaladas. São elas: Focalização, sendo possível tanto geograficamente como psicograficamente, isso através da hora de acesso ou do site no qual a publicidade está situada. Monitoramento, onde o marketing pode observar a interação de atuais ou potenciais clientes de sua marca, seguindo o interesse deles em relação ao produto ou serviço oferecido pela empresa; Entrega e Flexibilidade, pois somente na rede mundial de computadores é possível que uma campanha esteja disponível o tempo todo, e que a mesma possa ser neutralizada, suspensa, alterada ou excluída em tempo real, com custo baixo de desenvolvimento e alteração de uma peça publicitária para o meio digital; e por último a Interatividade, pois apenas a Internet é única mídia que permite modificar o papel do consumidor, do papel de receptor da informação, para agente de busca e compra. De maneira efetiva, tudo esta conectada e reciprocamente, numa rede relacional e interdependente (MORIN, 1991). O potencial dos media sociais é colossal quando comparado com alguns anúncios televisivos de elevados custos. Não é excessivo afirmar que os índices de audiência televisiva per capita estão a diminuir, quando comparados com os valores temporais despendidos com os media sociais. O feedback é o ponto forte da comunicação online e surge no Marketing digital como uma ferramenta de recomendações, que pode e deve funcionar em prol da evolução da empresa. 2.2 Redes Sociais As redes sociais digitais vêm possibilitando uma interconexão sem limites territoriais e de acesso a informações a qualquer parte do mundo, basta estar conectado a Internet (LÉVY, 1999). Já Boyd e Ellison (2007), as redes sociais digitais podem ser caracterizadas como ferramentas que possibilitam aos indivíduos se apresentarem uns aos outros, criando e mantendo relações. A função de sua utilização baseia-se na interação entre pessoas que já se conhecem ou queiram encontrar novas pessoas. Conforme Smith (2009) classifica as redes sociais como sendo um fenômeno global que está espalhado pelo mundo, tornando-se uma importante ferramenta de marketing. Para Lévy (1999), este fenômeno surgiu a partir do ano 2000 acarretando com o enriquecimento da mesma com Wikipédia e Wikis em 2001, da blogosfera a partir de 2002, com Delicious e outros instrumentos de bookmarking social em 2003, Facebook e Flickr em 2004, Youtube em 2005, Twitter em 2006 e uma multidão de outras mídias sociais. Segundo a revista exame 770 milhões de pessoas já visitaram as redes sociais digitais, uma “febre” de reprodução de informações sobre, férias, aniversários, eventos e opiniões de pessoas sobre diversos assuntos. De acordo com Simmel (1971), “moda é a imitação de um dado modelo, que satisfaz a demanda pela adaptação social”. Seguir a tendência de moda é um recurso utilizado pelas pessoas para se enquadrarem em determinado grupo, atualmente chamados de tribos urbanas. Para Castells (2009) o consumo de redes sociais digitais é a segunda maior categoria de atividade, perdendo somente para o trabalho, além disso, é a atividade predominante nas residências. Para Rocha, Jansen, Lotif, Fraga (2011), as mídias sociais podem ser entendidas como um canal alternativo de comunicação. Ou seja, como o uso das redes sociais como canais de mídia para a socialização das informações. As três razões para esse fato são: Econômica, permitindo a publicação de textos, imagens softwares, músicas e dados em geral a uma audiência potencialmente maior a custo relativamente baixo ou zero. Atualmente a sociedade esta voltada para o uso de tecnologia, as pessoas estão centradas no uso e aplicação de informação e conhecimento, cuja principal ferramenta é as redes sociais digitais que mudaram profundamente as relações sociais, políticos e de valores (CASTELLS, 2009). Já Mizruchi (2006) acredita que as redes influenciam diretamente o comportamento do individuo, isso quer dizer que as interações sociais promovem impacto significativo na forma de interpretação do mundo. Para Afonso (2009), as novas formas de comunicação mudou o mundo, promoveu uma nova geração, chamada de conhecimento, colaboração e conectividade. Kauffman (2010) afirma que o conceito apresentado por Castells (2009), no ambiente ciberespaço as pessoas possuem uma vida social e podem agregar-se as outras pessoas que possuem mesmos interesses por meio de comunidades que estabelecem comunicação entre si, realizando trocas de informações simultaneamente, tornando o processo de comunicação mais rápido. Segundo Rocha, Jansen, Lotif, Fraga (2011) afirma que uma das principais características das redes sociais é a velocidade com que as informações são transmitidas, sendo grande parte delas é difundida de maneira epidêmica, alcançando grandes proporções. Para Shin (2010), uma rede social virtual foca na criação de sociedades virtuais de pessoas que comungam interesses pessoais, profissionais e/ou atividades em comum. Recuero (2005), afirma que é a interatividade de um grupo social ajustada, aliada à noção de percepção de usuários através de um perfil que o faz se diferenciar das outras pessoas ou grupos sociais. Segundo Aggarwal (2011) Rede Social Digital pode ser compreendida como uma rede de influência mútua ou de relacionamento, na qual os nós consistem em atores e as arestas em interações ou relações entre estes atores. A rede social pode ser definida por um conjunto de elementos: agentes (pessoas, grupos, instituições públicas e privadas) e sua conexão (interações, laços sociais) (RECUERO, 2009). De acordo com Barcellos (2010), as comunidades virtuais são formadas por grupos de pessoas denominados comunidades ou “tribos”, que independente da classe social, idade, sexo ou condição financeira que ela tenha, reúnem-se em torno de mesmo objetivo. Há três redes sociais ativas no Brasil são: Facebook, com 30,9 milhões de usuários; Orkut, com 29 milhões de usuários e Twitter com 14,2 milhões de usuários. O Twitter permite que os usuários possuam conta própria no qual possam digitar mensagem com até 140 caracteres, com o propósito de descrever o que estão realizando no momento. Segundo Petta (2012), o sucesso dessa rede social é a capacidade de e velocidade em comunicar eficientemente a nível global, este ambiente digital permite que a pessoa possa “seguir” ou serem “seguidoras” de outra pessoa, as informações quando atualizadas podem ser lidas por todas as pessoas que forem seguidoras. Já o Facebook, aumentou as possibilidades de participação, aumentando o envolvimento das pessoas na rede, além do recurso de notícias, ainda proporciona o envio de mensagens privadas, visível apenas para o usurário da página, há possibilidade de jogos online com amigos, promoção de eventos sociais, Status, fornece informações referentes aos usuários; classificados, assim como aplicativos, softwares internos e a possibilidade de carregar vídeos do computador ou do celular (PETTA, 2012). Para Derks, Fischer & Bos (2008) este fenômeno é definido como partilha social. No entendimento de Matsumoto, Yoo & LeRoux. In press, as sensações emocionais vão dá luz a vida e as experiências, dando-lhe significado e relevância para as próprias pessoas, que pode ainda gera um bem estar. Assim, pode-se considerar como emoções positivas a excitação, alegria, divertimento, entusiasmo, orgulho, felicidade, descontração, paciência, tranquilidade, esperança, imaginação e alívio (parabéns, elogio, um curti, compartilhamento de mesma emoção, mensagem de confiança, receber notícias boas e solidariedade). Já emoções negativas entenda-se a culpa, vergonha, inveja, agressividade, intimidação, preocupação, receio, tristeza, desânimo, arrependimento, entre outras (respostas grosseiras, postar comentários negativos, não compartilhar, publicar notícias tristes) (KASZNIAK, 2001). No entanto, Derks et al., 2008, afirma que as emoções tidas como positivas são facilmente expressas em um mesmo nível comparado com o computar, enquanto as negativas são facilmente expressas nas redes sociais, pois não estão face a face com outra pessoa. 2.3 Perspectiva Behaviorista do Comportamento A teoria comportamental analisa o comportamento tendo como base o modelo da contingência tríplice sugerido por Skinner (BAUM, 2006), no qual um organismoresponde aos estímulos do ambiente e voltará a emitir uma resposta similar caso tenha experimentado uma consequência reforçadora em situação idêntica vivenciada anteriormente. A partir desse paradigma Foxall (1990) desenvolveu um modelo específico para o estudo do comportamento do consumidor conhecido como Modelo na Perspectiva Comportamental, ou “Behavioral Perpective Model (BPM”). Este modelo dedica-se ao estudo do comportamento do consumidor e na relação que este mantém com o meio ambiente, sendoreforçado por consequências utilitárias, e/ou informativas. Com base na contingência de três termos ou tríplice contingência (Sd, R e Sr), em que os estímulos discriminativos (Sd) representam as variáveis ambientais, as respostas aos estímulos discriminativos (R) representam a ação de consumir e os estímulosreforçadores das respostas (Sr) representa consequência de consumo, Foxall definiu o BPM, estruturado no behaviorismo radical, em fundamento do comportamento de consumir são eventos compostos por estímulos discriminativos, respostas e suas consequências. O modelo BPM representa a atividade de consumosistematicamente relatada pelas contingências que a mantém (FOXALL, 2010). Neste modelo é possível identificar as variáveis antecedentes e consequentes que interagem na determinação do comportamento do consumidor (Figura 1). Fonte: Foxall (2010) Figura 1: Esquema do Modelo na Perspectiva Comportamental – BPM A proposta do Modelo na Perspectiva Comportamental permite avaliar os antecedentes, do comportamento de compra, ou seja, os estímulos discriminativos. Esses estímulos podem ser variáveis ambientais, como marca, slogan, cores, propaganda, sabores, odores, preços, promoções, informações vindas de outras pessoas (cenários de consumo), ou então lembranças resgatadas de compras anteriores (histórico de aprendizado). Esses estímulos são capazes de gerar diferentes respostas no consumidor (ato de consumir), que, provocarão os estímulos consequentes: reforço utilitário; reforço informativo; punição utilitária; e punição informativa, sendo que estas duas últimas provocarão consequências aversivas. O comportamento de compra pode ser afetado por contingências de reforço presentes no ambiente de compra (VEIGA &MELO, 2012). Dessa forma, o cenário do comportamento do consumidor é interpretado como um conjunto de estímulos discriminativos, e este ambiente indicará probabilidade de diversos reforços dos vários comportamentos de consumo, entretantonão apenaso cenário deve ser levado em consideração, às consequências do ato de consumir também são importantes, isto é, através dessas consequências que o comportamento pode ser moldado e mantido. Nesse sentido, a história de consumo de indivíduos, as relações da tríplice contingência se estabelecem de maneira que os estímulos discriminativos indicam prováveis ocorrências de reforço ou punição. Os reforçadores utilitários concebem consequências ambientais relacionadas ao uso direto do produto ou serviço, neste momento o consumidor avalia os atributos físicos do produto e os benefícios práticos associados ao produto ou serviço, que fortalecem o comportamento de consumo do produto ou serviço (a compra de um carro). Essas consequências são intercedidas unicamente pelo próprio produto ou serviço que refletem a sua importância e funções, que estão relacionadas aos benefícios gerados (OLIVEIRA-CASTRO & FOXAL, 2005). Os reforços informativos consiste no “feedback” (elogio) da sociedade sobre o posicionamento do individuo, não somente em si, mas contribuindo no nível de status social ou aceitação social (FOXALL, 2010). O consumidor possui alguns grupos sociais que se destacam entre os demais, considerados mais importantes, como família, amigos, grupos sociais formais, grupos de compras, grupos de ação do consumidor. Nessa perspectiva, a família e os amigos, são os grupos que exercem maior influência no processo de compra de um bem ou serviço, por estarem mais próximos do consumidor (SCHIFFMAN & KANUK,2000). Contudo, este modelo prevê ainda que a aquisição de um produto ou serviço pode acarretar em consequências aversivasrelacionadas às suas características estruturais, de consumo direto, ou ainda gerando uma imagem negativa no meio social (produto danificado, ingestão de produto estragado ou de baixa qualidade, compra produto de marca inferior), o que simbolizará punição utilitária ou punição informativa. Ocorrerá punição utilitária quando um produto/serviço adquirido pelo consumidor não apresentar atributos, características, utilidades, desempenho, expectativas e satisfações esperada pelo consumo do bem adquirido, diminuindo a probabilidade de um indivíduo consumir novamente (CHRISTO, 2011). Quando ocorrer feedback negativo originado de reações de outros indivíduos (reações adversas de grupos sociais) -caracterizar-se-á numa punição informativa, isto é, um estímulo público não aceito pelo meio social que o individuo participa, que gera uma um conceito negativo em relação ao bem de consumo, minimizando a oportunidade de ocorrência do mesmo comportamento de consumo. 2.3 Identificação das Variáveis Nº V1 VARIÁVEL V4 Acesso as redes sociais pois estão na moda. Lembranças resgatadas Acesso a rede social por lembranças resgatadas com a redes sociais digitais anteriores (Veiga e Melo, 2012) Influência da família Acesso redes sociais por influência de família Schiffman&Kanuk (2000). Influência de amigos Acesso redes sociais por influência de amigos Schiffman&Kanuk (2000). Interação de Grupos e Pessoas Acesso as redes sociais para participar de grupos sociais V5 V6 AUTOR Modismo V2 V3 EXPLICAÇÃO DA VARIÁVEL Trocas de informações Acesso as redes sociais para realizar troca de Schiffman&Kanuk( 2000). Minadeo (2008) Castells (2009) simultaneamente informações de forma mais hábil. V7 Interesses profissionais Acesso as redes sociais para manter contatos profissionais Shin (2010) V8 Interesses pessoais Acessos as redes sociais para divulgar minhas informações de cunho pessoal. Shin (2010) V9 Relacionamento de novas amizades Acesso as redes socais para me relacionar com novos amigos. Aggarwal (2011) V10 Comunição entre clientes e consumidores Acesso as redes sociais para me comunicar com clientes e consumidores Lévy (1999) Receber Reclamação Deixo de acessar as redes sociais para não receber reclamações. Lévy (1999) Receber Cobrança Deixo de acessar as redes sociais para não receber cobranças. Lévy (1999) Status Social Acesso as redes sociais pelo meu Status Social Foxal (2010) Realizar negócios Quando se tem um aceite de amigos e familiares nas redes sociais, sofre influência para continuar na rede. Sheth; Eshghi; Krishnan(2002) e Razrofish (2008) Liberdade de expressão Acesso a rede pois tenho liberdade de expressão Lévy (1999) Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade Gosto quando as empresas utilizam as redes sócias para divulgarem noticias de interesse da sociedade Petta (2012) V11 V12 V13 V14 V15 V16 V17 Aprecio quando as empresas utilizam as redes Limitações da comunicação sociais para divulgar apenas informações de forma institucional institucionais. Petta (2012) Compartilhamento V18 de experiências Acesso as redes social para compartilhar experiências Petta (2012) V19 Conectividade Acesso a rede para me manter conectado Afonso (2009) Acesso a redes sociais pois recebo convites. V20 Comunicação gerada por envio de convites Uso de aplicativos Acesso a redes sociais para baixar aplicativos V22 V23 Influência da propaganda na Acesso as redes sociais pelos propaganda internet divulgadas na internet acerca da RSD. Kane et al. (2012) Fonseca (2011) Kane et al. (2012) Fonseca (2011) Kane et al. (2012) Fonseca (2011) Fonte: Elaborado pelos pesquisadores Quadro 1- Variáveis de influência da literatura 3. Metodologia A metodologia consiste em um conjunto de métodos percorridos na busca do conhecimento em um determinado assunto. A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho foi, num primeiro momento, uma pesquisa bibliográfica definida sendo responsável por explicar e discutir um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas, dessa forma tendo como base de pesquisa artigos científicos, revistas e sites de internet nas áreas administração e marketing (MALHOTRA, 2001). A abordagem do problema trata-se de uma pesquisa qualitativa, onde se buscou confirmar e detectar novas variáveis não identificadas na literatura científica. O estudo será realizado tendo como universo de pesquisa, profissionais na área de comunicação. Os dados para este estudo foram obtidos através pesquisas de profundidade, previamente elaborado um roteiro com questões abertas referentes ao consumo de redes sociais (LEITE, 2008). 4. Resultados 4.1 Caracterização dos entrevistados Os entrevistados que participaram da entrevista são ligados a usuários das redes sociais, variando a faixa etária de 25 a 40 anos, escolhidos de forma aleatória por proximidade dos entrevistadores, com o gênero predominantemente feminino, já que apenas quatro dos dez entrevistados eram do sexo masculino. Todos os entrevistados se dispuseram a responder voluntariamente o questionário da entrevista. 4.2 Análises dos conteúdos das entrevistas Durante a realização das entrevistas de profundidade, os participantes responderam questões abertas feitas pelos pesquisadores, que buscaram inicialmente saber dos entrevistados como se deu processo de criar um perfil em uma rede social respondendo qual sua motivação inicial a maioria respondeu que a criação de um perfil na rede social se deu por influência de amigos (V3), familiares (V4) ou interesses profissionais (V7) que possuem contato direto, conforme algumas respostas destacadas. Realizei o cadastro nas redes sociais, pois a maioria dos meus amigos tinha e eu me senti na necessidade de entrar também (V3). Criei meu perfil em uma rede social para me comunicar com minha família que está morando distante (V4). No meu caso entrei nas redes sociais para ter um contato mais direto com meus alunos (V7). Como pode ser percebido, nesse contexto existem algumas variáveis identificadas na literatura como sendo, influência de amigos (V3), influência da família (V4) e contatos profissionais (V7). No segundo questionamento foi discutido sobre quem os entrevistados buscavam encontrar em uma rede social. A maioria dos entrevistados responderam por interesse pessoal (V8), como segue: Quando realizei o cadastro nas redes sociais, buscando contato com meus amigos íntimos de forma mais rápida (V8). No decorrer das entrevistas questionamos sobre quais as atividades os consumidores de redes sociais desempenham quando realizamacesso, alguns informaram que buscavam apenas o contato com pessoas, alguns como forma de jogo (V20), encontrando assim uma nova variável não encontrada na literatura como se pode perceber abaixo. Utilizo bastante nas redes sociais jogos online (V20). Jogo futebol nas redes sociais (V20). Gosto de jogar nas redes sociais e interagir com os amigos (V20). Além dessas outras atividades também são desempenhadas como entretenimento (V21), divulgação de informações utilitárias a sociedade (V16), entre outras informações como são destacadas abaixo. Quando acesso a rede busco informações acerca do que está acontecendo com a cidade no momento, tenho um grupo que me mostra informações relevantes de como está se comportando o trânsito na cidade (V16). Vejo as redes sociais como uma forma de passar o tempo ocioso que tenho (V21). Utilizo bastante nas redes sociais jogos online (V21) Nesse novo tópico, foi encontrado uma nova Variável Entretenimento (V21). No tocante as desvantagens percebidas pelo acesso a rede sociais, a maioria dos entrevistados destacou que seria algumas postagens inadequadas (V22) ou ainda comentários negativos (V23) como pode-se perceber abaixo: Muitas vezes deixo de acessar as redes sociais por comentário negativos ou inadequados realizados por alguns amigos que fazem parte da minha rede social (V23) Foi solicitado aos entrevistados que destacassem as atividades desempenhadas em uma rede social. Sabe-se que tal indagação é bastante subjetiva, pois depende de cada pessoa, do momento econômico, financeiro e social que aquela vive, bem como, o estado emocional e psicológico e as influências internas e externas ao seu ambiente de convívio. Pode-se inferir que as principais atividades são o acesso a grupos afins, relacionamento com novas amizades (V9), Realizar negócios (V14), Compartilhar Experiências (v18). Corroborando abaixo: As atividades que mais desempenho no decorre de meu acesso a redes sociais são, me relacionar com novas pessoas e fazer novas amizades (V9). Através da rede, consigo realizar negócios de forma mais rápida (V14). Gosto de acessar as redes sociais por compartilho minhas experiência para rede de amigos (V18). Ainda focado no processo do acesso em questão, pedir para a pessoa falar o que, na visão dela, seria a principal vantagem de uma rede social. Neste cenário de incertezas e de diferenças sociais e psicológicas dentre as diversas pessoas que acessam às redes sociais, torna-se evidente as discrepâncias de opiniões pois cada indivíduo possui uma visão do que tais redes lhes proporcionam como principal vantagem. Devido os mesmos possuírem, experiências de vida, de comportamento, e o que para alguém seja importante para outro indivíduo pode não ser e vice-versa, logo encontra-se um ponto razoavelmente comum a todos os entrevistados, como manter-se conectado (V19), Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade (V18), pelo Perfil da Empresa (V24) e ainda Curiosidade sobre vida alheia (V23). Conforme cita-se abaixo: Manter-se atualizado e conectado com outras pessoas é a principal razão de me manter em uma rede social (V19). Gosto das redes sócias pois tanto divulgo quanto recebo divulgação de conteúdo de interesse da sociedade (V23) Acesso as redes sociais para saber informações da vida das outras pessoas (V23) Acesso as redes, pois tenho que entrar no perfil da empresa (V24). Desta maneira foi detectado que as variáveis que envolvem os comportamentos daqueles que utilizam as redes sociais passam primariamente por seus aspectos psicológicos, como por exemplo: idade, classe social, perspectivas presentes e futuras, conhecimento, tendências de ambientes internos e externos do convívio de cada indivíduo. A análise das entrevistas podese perceber que algumas variáveis influentes identificadas na literatura foram confirmadas, como segue abaixo: Nº VARIÁVEL EXPLICAÇÃO DA VARIÁVEL Número de Pessoas que responderam V3 Influência da família Acesso redes sociais por influência de família 6 V4 Influência de amigos Acesso redes sociais por influência de amigos 9 Interação de Grupos e Pessoas Acesso as redes sociais para participar de grupos sociais 5 V5 V6 Trocas de informações simultaneamente Acesso as redes sociais para realizar troca de informações de forma mais hábil. V7 Interesses profissionais Acesso as redes sociais para manter contatos profissionais 3 V8 Interesses pessoais Acessos as redes sociais para divulgar minhas informações de cunho pessoal. 8 V9 Relacionamento de novas amizades Acesso as redes socais para me relacionar com novos amigos. Realizar negócios Quando se tem um aceite de amigos e familiares nas redes sociais, sofre influência para continuar na rede. Divulgação de conteúdo de interesse da sociedade Gosto quando as empresas utilizam as redes sócias para divulgarem noticias de interesse da sociedade 4 8 7 V14 V16 Compartilhamento V18 de experiências Acesso as redes social para compartilhar experiências V19 Conectividade Acesso a rede para me manter conectado 6 4 3 Fonte: Elaborado pelos pesquisadores Quadro 2 - Variáveis de influência da literatura confirmadas Nº Número de Pessoas que responderam Variável Explicação da Variável Relacionamentos amorosos Acesso a rede em busca de relacionamentos amoroso 3 21 Entretenimento Acesso a rede em busca entretenimento 5 22 Jogos Acesso a rede em busca jogos 3 Curiosidade sobre vida alheia. Acesso as redes sociais em busca de me atualizar acerca dos fatos e acontecimento da vida das pessoas 2 20 23 24 5 Perfil da empresa Acesso as redes sociais por meio da empresa Fonte: Elaborado pelos pesquisadores Quadro 3 - Variáveis de influência identificadas nas entrevistas 5. Conclusão Tendo o comportamento de consumo das redes sociais como foco desta investigação, buscouse identificar as variáveis antecedentes (levam ao comportamento) e as consequentes (reforçam o comportamento) e que estimulam o comportamento de consumir redes sociais. Avaliar comportamentos não só implica em avaliar fatores subjetivos, como gostos pessoais, mas também saber o papel das influências externas, de grupos sociais, por exemplo, na definição de comportamentos individuais. O ato de acessar uma rede social tem se mostrado como um comportamento complexo e não pode ser considerado como ato isolado, já que pode estar envolvido em um conjunto de fatores diversos e com distintas particularidades para cada pessoa. Para analisarem-se os fatores que levam as pessoas a consumirem redes sociais foram consideradas 20 variáveis obtidas, em sua maioria, na literatura sobre o assunto e, posteriormente, confirmadas por entrevistas. Entende-se que a questão de pesquisa foi respondida, pois os resultados encontrados dão conta que, para o público entrevistado, há vários fatores, que podem fazer parte do processo de consumo das redes sócias. Dessa forma o objetivo geral, buscou identificar as variáveis antecedentes (levam ao comportamento) e as consequentes (reforçam o comportamento) e que estimulam o comportamento de consumir redes sociais. A partir dos resultados da pesquisa, sugere-se que sejam realizadas novos estudo, pois as limitações encontradas na condução da pesquisa foi a dificuldade de ampliar a amostra (aleatória, e escolhida por conveniência dos pesquisadores), fato que limita a generalização dos resultados encontrados. A utilização do modelo BPM mostrou-se satisfatória, na medida em que possibilitouque os objetivos do trabalho fossem atingidos, uma vez que este modelo possibilitou a classificação das variáveis estudadas. Dessa forma, sugere-se que o modelo BPM seja utilizado em futuras pesquisas sobre comportamento de consumo de redes sociais. Sugere-se ainda que futuras pesquisas sejam realizadas, a fim de esclarecer melhor os muitos aspectos do comportamento do consumo de redes sociais. Referências ARMSTRONG, Gary; KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. 9° ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. BOYD, D.; ELLISON, N. Social Network Sites: Definition, History and Scholarship. Michigan State University, 2007. CHLEBA, Márcio. Marketing Digital: novas tecnologias e novos modelos de negócios – São Paulo: Futura, 2000. CHRISTO, Rodrigo De Siqueira Campos. Comportamento Inovador: Fatores Geradores Antecedentes e Consequentes. 2011. Dissertação (Mestrado em Administração do Programa de Pós-graduação em Administração) - Universidade Potiguar, Natal, 2011. 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