0 INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI / SOBRATI Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva AMILTON REIS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA São Paulo - SP 2010 1 AMILTON REIS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Monografia apresentada ao Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI / SOBRATI – SP, como parte das exigências para a obtenção do Título de Mestrado em Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Ibañez Nunes São Paulo - SP 2010 Dr. Sérgio 2 Dedico este trabalho a minha Amada Esposa Cláudia Izabel pelo amor incondicional e apoio. À minha eterna Mãe Erondina que através de seus ensinamentos e conhecimentos sempre me mostrou o verdadeiro caminho da Vida onde estará sempre Viva pra mim. A todos Profissionais Emergencistas e Intensivistas que sempre dedicarão grande parte de suas vidas para salvar e cuidar daqueles necessitados. 3 AGRADECIMENTO DEUS, obrigado por ser a Rocha que sustenta a minha Vida, por fazer de mim o teu Servo, por sempre guiar meus passos e sempre me proteger. Ao Professor Dr. Sérgio Ibañez Nunes que compartilhou suas experiências e conhecimentos contribuindo com as lições e os aprendizados que me acompanharão ao longo da vida. A todos que direta ou indiretamente contribuíram para que esse objetivo se concretizasse. 4 “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” JOÃO 15, Vrs 12 - 13 5 AMILTON REIS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Aprovado em:_______ / _______ / _______ BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Membro da Banca _______________________________________________ Membro da Banca _______________________________________________ Membro da Banca 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09 1.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................10 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................10 2 METODOLOGIA.....................................................................................................11 3 EMBASAMENTO TEÓRICO...................................................................................12 2.1 ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA MULTIDISCIPLINAR NAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS E NA TERAPIA INTENSIVA...........................................................12 2.2 A MEDICINA DE EMERGENCIA E INTENSIVA..................................................14 2.3 ENFERMAGEM EMERGÊNCISTA E INTENSIVISTA.........................................15 2.4 FISIOTERAPIA INTENSIVA ................................................................................17 2.5 AS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS E NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA..............................................................19 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS ESTUDOS...................................................23 5 CONCLUSÃO.........................................................................................................25 REFERÊNCIAS..........................................................................................................27 7 OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA RESUMO Este estudo foi realizado com o objetivo de buscar o entendimento sobre as ocorrências iatrogênicas implicadas aos pacientes que são submetidos aos tratamentos e assistências de agravos a saúde nos serviços de Urgência e Emergência e em Unidades de Terapia Intensiva, onde se faz necessário a conscientização de que a iatrogenia é um assunto pouco discutido, mas firmemente presente nestes ambientes. Com as atividades práticas no exercício da função os profissionais de saúde acabam se afastando do conhecimento adquirido durante a formação acadêmica, o que os torna mais propensos aos erros nas assistências frente aos pacientes que estão sob seus cuidados. Como estes erros abrangem a vida humana, contesta-se o prejuízo, principalmente se a iatrogenia não se apresenta como uma ação isolada e sim bastante freqüente durante a referida assistência. Foram realizadas consultas bibliográficas e buscas de informações junto aos profissionais de saúde participantes de uma equipe multidisciplinar atuantes em nos serviços de urgência e emergência e unidades de terapia intensiva. Após análise das literaturas e informações obtidas, conclui-se que esses profissionais devem sempre preservar o bem estar do paciente crítico e buscar medidas que minimizem ou mesmo impeçam as iatrogenias, criando um processo educativo contínuo e inserindo métodos já existentes, como a utilização da Sistematização da Assistência nos serviços de Urgências e Emergências e Unidades de Terapia Intensiva através de protocolos específicos. A iatrogenia é mais freqüente e perigosa do que se imagina, mas pode ser evitada, cabendo ressaltar que essa é uma responsabilidade intransferível da equipe multidisciplinar que atua diretamente nos cuidados ao paciente crítico. Palavras-chave: Iatrogenia; Emergência; Terapia Intensiva. 8 IATROGENIC CASES INVOLVED PATIENTS ASSISTED IN URGENT AND EMERGENCY SERVICES AND INTENSIVE CARE ABSTRACT This study was conducted with the objective to seek the understanding of iatrogenic cases involved patients that are subjected to treatments of diseases health and assistance in urgent and emergency services and intensive care units, where it is necessary to raise awareness that iatrogenesis is a subject little discussed, but firmly present in these environments. With the practical activities in the exercise of the function of health professionals end up moving away from the knowledge acquired during academic training, which makes them more prone to mistakes in assists compared with the patients who are under their care. As these errors include human life, disputes-if injury, especially if the evolution is not presented as an isolated action, but quite frequent during such assistance. Bibliographical consultations and search for information from health professionals participating in a multidisciplinary team works. Keywords: Iatrogenic; Emergency; Intensive Therapy. 9 1. INTRODUÇÃO A assistência dedicada a indivíduos acometidos por agravos à saúde é uma profissão antiga, que vem se desenvolvendo pelos séculos, tendo como essência o cuidado ao ser humano e sendo responsável pela promoção, prevenção e a recuperação da saúde, seja individualmente ou em contato com a família e a comunidade. A atividade promove o bem estar e preza pela integridade das pessoas, respeitando suas diferenças e afirmando a unicidade de cada ser, buscando a igualdade, liberdade e dignidade para todos. Muitas vezes ocorrem violações desses princípios, devido aos diversos fatores existentes no campo em que o profissional está inserido. Embora os avanços técnico-científicos estejam se desenvolvendo e trazendo excelentes alternativas de atendimento e assistência aos enfermos, nota-se que o atendimento ao paciente crítico apresenta falhas perigosas e encontra-se distante do que a literatura qualifica como ideal e eficaz. Segundo Padilha (2000), a palavra iatrogenia é de origem grega e define o resultado indesejável pela ação prejudicial não intencional dos profissionais de saúde, relacionado à observação, monitorização ou intervenção terapêutica, caracterizando uma falha profissional por negligência. Percebe-se o quanto pouco tem se discutido por melhores condições de promoção e recuperação da saúde dos pacientes instalados nas unidades de terapia intensiva. O estudo em questão é pautado em uma linha de pesquisa na Gestão da Assistência à Saúde, com predominância nas áreas de Medicina, Enfermagem e Fisioterapia, no cuidado ao paciente crítico. O interesse em pesquisar sobre as causas que levam às ocorrências iatrogênicas em pacientes críticos teve como base a temática prevenção da iatrogenia nos Serviços de Urgências e Emergências e Unidades de Terapia Intensiva, considerando a aplicação de uma assistência sistematizada e operativa como opção resolutiva para este problema. O presente estudo justifica-se devido que a iatrogenia é um tema que deve ser discutido entre os profissionais dos serviços de urgências e emergências e terapia intensiva, com o intuito de disseminar as questões que amplificarão na qualidade da assistência aos pacientes sob seus cuidados. Existe um grande interesse na avaliação e melhoramento das instituições hospitalares por parte da Direção e Autoridades Legais, não obstante, lançam mão 10 de investimentos na atualização de conhecimentos e educação continuada dos profissionais alocados, visando a constante atualização sobre diversas temáticas da saúde. Os Métodos de prevenção e redução de danos da iatrogenia fazem parte dos temas de grande importância discutidos nos cursos e manuais de atualização, desde que aprovados e protocolados, se seguidos com responsabilidade e bom senso, são de alta resolutividade no combate às ocorrências iatrogênicas. (ANDRADE, ANGERANI, PADOVANI, 2000) A relevância deste estudo visa contribuir como fonte de conhecimento e pesquisa para os profissionais de saúde que se interessem pelo tema, onde possam buscar a atualização necessária para suas atuações nas urgências e emergências e terapia intensiva. 1.1 OBJETIVO GERAL Buscar literaturas específicas sobre a temática e de que forma se dá o conhecimento da equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, acerca das ocorrências iatrogênicas nos serviços de urgências e emergências e terapia intensiva, além de buscar ações e medidas de prevenção e redução de danos. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Investigar métodos de prevenção das ocorrências iatrogênicas e diminuição de seus danos; Descrever a relação das iatrogenias mais frequentes nas urgências e emergências e terapia intensiva e o processo de assistência inerentes à medicina, enfermagem e fisioterapia; Enfatizar a importância da atualização de conhecimentos e educação continuada para os profissionais que atuam na assistência ao paciente crítico, procurando assim reduzir os índices de iatrogênicos. 11 2. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo que seguirá o caminho metodológico de pesquisa bibliográfica, utilizando como acervo: livros relevantes sobre o assunto, artigos eletrônicos publicados em periódicos científicos nacionais, como LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scinetific Eletronic Library Online) e Manuais do Ministério da Saúde. O acesso a essa revisão sistemática bibliográfica ocorreu entre o período de outubro de 2010 a Janeiro de 2013. Foram selecionados em um primeiro momento diversos artigos, periódicos e livros, devido apresentarem maior relação com a temática, além também de observação direta deste autor no exercício da atividade profissional nos dois tipos de serviços e também informações colhidas junto à equipes multidisciplinares dos serviços de urgências e emergências e terapia intensiva, já que suas atuações estão diretamente ligada à ocorrência iatrogênica, assim como a diminuição deste evento. No perfil apresentado pela problemática do assunto, constaram questionamentos deste autor sob o ponto de vista inerente às atividades especificas, tais como o grau de conhecimento sobre a iatrogenia entre os componentes da equipe multidisciplinar; quais são os fatores que poderiam desencadear as ocorrências iatrogênicas durante a assistência ao paciente na Emergência e na Unidade de Terapia Intensiva e quais os possíveis métodos de prevenção e redução de danos das ocorrências iatrogênicas nestes setores. 12 2 EMBASAMENTO TEÓRICO 2.1 ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA MULTIDISCIPLINAR NAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS E NA TERAPIA INTENSIVA Com a finalidade de exercer uma assistência resolutiva, os profissionais que atuam na área devem buscar um meio para direcionar e orientar suas atividades e assim interferir de forma qualificada na promoção, prevenção, recuperação da saúde dos pacientes. Com o passar dos anos, tem se observado uma busca de conhecimentos mais aprofundados das classes de profissionais de saúde composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que sempre contribuíram com o conhecimento específico, através de pesquisas voltadas para os interesses das áreas especificas, onde se percebe o cuidado humanizado, e não apenas a patologia. (LIMA, 2005) Segundo ainda Lima, 2005, ao longo dos anos a medicina e a enfermagem, começaram a construir um atendimento satisfatório criando teorias que davam o suporte necessário para transformar a assistência em um modelo único e holístico para o alcance dos objetivos das classes, como forma de evoluir em seu cuidado, consolidando-se assim a uma assistência sistematizada multidisciplinar voltada para os pacientes críticos. Segundo Amante et. al (2009), mediante o avanço das teorias nas assistências específicas aplicadas pela medicina, enfermagem e fisioterapia, faz-se preciso a criação de um método científico, específico e sistemático para tornar o profissional de saúde capaz de desenvolver o processo de cuidados específicos inerentes ao paciente critico. Quando estes profissionais colocam em prática modelos dos processos assistenciais inovadores e atualizados, os pacientes recebem cuidados qualificados em um mínimo de tempo preciso e com a máxima eficiência. Para aplicar de forma correta essa resolução, é preciso buscar uma metodologia que transforme a teoria em prática, usando a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, visando assim, uma assistência qualificada ao ser humano, caracterizando pelo interrelacionamento e dinamismo de suas fases através da investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação (HORTA, 2005). 13 Horta, 2005, relata que com a investigação busca-se coletar e examinar as informações sobre o estado de saúde do paciente, procurando anormalidades da fisiologia ou possíveis fatores de risco para o desequilíbrio do indivíduo, também se procuram fatores positivos que contribuíssem para sua rápida recuperação. A investigação consiste na anamnese, através da qual pode-se obter a identificação, queixa principal, história da doença atual, história patológica pregressa, história familiar e historia social e no exame físico realizado para avaliação holística do paciente O diagnóstico é a interpretação dos dados obtidos na investigação, onde se localizam os problemas potenciais, que mais adiante servirão de base para a elaboração do plano de cuidados e assistência aos pacientes. Desta forma planejar a assistência é o mecanismo que determina a prioridade imediata, os resultados esperados, as intervenções necessárias e, por fim, a elaboração do plano de cuidados que visa estabelecer o completo bem estar físico e psicológico do paciente. (CARPENITO, 2006) Outra abordagem esta diretamente pautada em avaliar o paciente e observar se as metas foram alcançadas, se as intervenções foram realizadas de forma correta, para se necessário, trabalhar na modificação do plano de cuidados e essa modificação pode estar relacionada tanto a alterações encontradas no paciente, como em relação ao funcionamento da equipe ou da instituição. Todos esses passos se interrelacionam significativamente, pois são realizados quase que simultaneamente, enquanto se coleta os dados, sua interpretação é feita, mesmo que ainda não se tenha determinado por completo o diagnóstico e feito o diagnóstico, o planejamento da assistência e implementação das ações são realizados com base no mesmo. O planejamento da assistência e a implementação das ações consistem no plano de cuidados e intervenções no combate ao agravo à saúde do paciente. O ideal é que se avalie a resposta inicial às ações realizadas na implementação da assistência para que o plano de cuidados seja modificado a tempo se foi necessário. Para se implantar o processo de assistência sistematizada ao paciente critico em unidades de emergências e terapia intensiva é necessário conhecer a realidade do local, assim como o perfil dos profissionais e o da clientela, sendo processo um instrumento metodológico que se deve lançar mão para favorecer o cuidado ao paciente e para organizar a realização da assistência. 14 Entre os vários benefícios do uso desses processos de assistência sistematizada em qualquer setor da saúde, especificamente na emergência e na terapia intensiva, estão a redução do tempo de internação hospitalar, agilidade no atendimento e diagnóstico, qualidade do tratamento ao individuo, baixo custo para a instituição e minimização dos índices de iatrogenia. 2.2 A MEDICINA DE EMERGENCIA E INTENSIVA Seu surgimento com o advento da cirurgia cardíaca e dos cuidados especiais aos doentes coronarianos. Inicialmente a atuação dos médicos estava voltada para a assistência específica aos doentes cardíacos ou pós-operatório de grandes cirurgias, com grande risco de morte. (FERRARI, 2010) Segundo ainda Ferrari (2010), o pressuposto fundamental da especialidade é monitorizar as funções orgânicas e perceber alterações em fases iniciais, intervindo de forma decisiva no prognóstico dos doentes graves, anteriormente com pouca ou nenhuma chance de sobrevivência. Além da monitorização cardíaca foram introduzidos novos meios tecnológicos, como oximetria de pulso, monitorização hemodinâmica, monitorização da pressão intracraniana, e outros procedimentos invasivos ou não, que permitem uma ampla avaliação em tempo real das funções orgânicas e fisiológicas e , consequentemente, intervenções antes inviáveis. Com o desenvolvimento da medicina intensiva, outros grandes grupos de doentes, neurocirurgicos, renais crônicos, pneumopatas, foram sendo inseridos no escopo da especialidade e, atualmente, todos os doentes em estado grave ou com risco de complicações graves devem ser, em principio, tratados em unidades de emergências e terapia intensiva. A Medicina Intensiva é uma especialidade médica dedicada ao suporte avançado à vida, ou suporte de sistemas e órgãos em pacientes que estão em estado crítico, que necessitam de uma monitorização contínua e acompanhamento intensivo. Os médicos especialistas em cuidados intensivos são chamados intensivistas. Esta especialidade pode ser exercida por profissionais médicos de diferentes áreas, como anestesiologistas, cardiologistas, clínicos e cirurgiões. (FERRARI, 2010) Ferrari, 2010, ainda relata que os cuidados em UTIs devem ser oferecidos apenas para pacientes cuja condição patológica grave seja potencialmente 15 reversível, com alguma chance de sobrevida. Neste viés de atuação, a Medicina Intensiva usa de forma operativa a avaliação do paciente em nove sistemas, que são: sistemas respiratório, cardiovascular, nervoso central, endócrino, renal, gastrointestinal (estado nutricional), hematológico, microbiologia (incluindo o estado séptico) e periferia (pele). Os cuidados de emergência e intensivos geralmente usam uma abordagem para tratamento de sistema por sistema, em vez de uma aproximação do tipo SOAP (Subjetivo, Objetivo, Análise e Plano), mais típico nos tratamentos de alta dependência. A prestação de cuidados e assistência de emergência e intensivos devem ser operacionalizado por serviço especializado, sendo estes a nível de atendimento pré-hospitalar, com a inserção do suporte avançado de vida, a nivel hospitalar, nos prontos atendimentos de emergências e nas Unidades de Terapias Intensiva (UTI). (KNOBEL, 2006) Muitos hospitais têm áreas destinadas a cuidados intensivos para determinadas especialidades médicas, como a Unidade Coronariana, a Unidade de Cuidados Intensivos Cirúrgicos, a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, Unidade de Terapia Intensiva Neurológica, Unidade Terapia Intensiva Neonatal, Terapia Intensiva de recuperação e outras unidades, como ditado pelas necessidades e recursos disponíveis em cada instituição. Antes da padronização dos cuidados específicos em areas destinadas para as ações de emergência e cuidados intensivos a nível hospitalar, as assistências e os recursos eram aplicados diretamente ao paciente no seu próprio quarto que muitas vezes requeria de cuidados adicionais de enfermagem. Devido a questões de necessidades de operacionalização de uma assistência mais aprofundada, tornou-se a importância de um espaço fixo onde recursos materiais e humanos especializados em cuidados intensivos estão diretamente disponíveis para proporcionar o melhor atendimento aos pacientes em estado crítico. 2.3 ENFERMAGEM EMERGÊNCISTA E INTENSIVISTA As unidades de emergências e de Terapia Intensiva são setores onde a gravidade dos pacientes que estão em tratamento é crítica e complexa. Sendo assim estes setores devem ser planejados e organizados, independente do tipo de hospital. Mas para que isso ocorra é necessário que o enfermeiro, como 16 coordenador da equipe, esteja motivado e focado nos objetivos e necessidades destas unidades. (VARGAS, 2002). Segundo Horta, 2005, uma Unidade de emergência e terapia intensiva é estressante para o paciente e para toda a equipe de saúde, em especial para a enfermagem. Estar ao lado de um ser humano, compartilhar com ele a situação existencial, o binômio vida-morte, exige um engajamento total na profissão escolhida. Ser uma presença ao lado de cada indivíduo e não uma testemunha, manter o relacionamento entre enfermeiro e paciente e não profissional e individuo somente, são características de uma enfermagem comprometida. Observa-se a importância de se aplicar o processo de enfermagem especifico na emergência e na terapia intensiva, já que se encontra pacientes acamados, debilitados e que necessitam da total assistência da enfermagem para o restabelecimento das suas funções vitais. Quando adequadamente planejada, organizada e operativa, a unidade de cuidados de emergência e cuidados intensivos pode servir a uma variedade de propósitos importantes. (SANTOS, FERRARI, 2010) Faz-se necessário uma melhor qualidade no cuidado ao paciente seriamente enfermo, o uso mais eficiente do pessoal de enfermagem e de terapêutica especial, de tempo e de talento por estarem concentrados numa área planejada funcionalmente, onde os pacientes necessitados de observação e cuidados especializados estejam agrupados e o uso mais econômico do pessoal e do equipamento, reunidos em uma área. (GOMES, 1988). Gomes, 1988, considera ainda que a realidade em que vivemos hoje é que o número de enfermeiros é pequeno em relação à taxa de ocupação dos leitos, ou seja, existem menos enfermeiros trabalhando no setor comparado ao número cada vez maior de leitos ocupados. Devido a esse fator, o enfermeiro que trabalha nos serviços de emergências e em unidades terapia intensiva, devem ser ágil e capaz de otimizar seu tempo para que a assistência ao paciente seja realizada na sua integridade e principalmente, com qualidade, já que a situação dos pacientes é crítica e oscila entre a vida e a morte. Salienta-se que, além de realizar passo a passo o processo de enfermagem, o enfermeiro precisa delegar tarefas relacionadas à sistematização, coordenar e avaliar o trabalho realizado pela equipe de enfermagem. Algumas atribuições do enfermeiro nestes setores seriam, conferir materiais e equipamentos, checar os materiais do carrinho de Parada Cardiopulomonat, orientar os técnicos e auxiliares 17 na realização de suas funções, fazer curativos, sondagens e todas as atividades próprias do enfermeiro, além de seguir passo a passo a SAE como forma de melhorar seu atendimento. (ANDRADE, 2008) Nas salas de emergências e nas unidades de terapia intensiva o processo de enfermagem se torna essencial, visto que os pacientes estão em desgaste físico e emocional por um longo período de internação, podendo apresentar distúrbios da fala, motores, neurológicos, entre outros sintomas, dificultando a anamnese e exigindo que o exame físico passe a ser mais apurado e detalhado. Como já descrito anteriormente, o enfermeiro necessita ter características próprias a fim de atuar nestes setores, sendo eficiente e de ação rápida na eminência de alguma intercorrência. O enfermeiro está deixando de atuar apenas no atendimento das ordens médicas para estabelecer o seu próprio diagnóstico, o planejamento da assistência e a prescrição dos cuidados ao paciente. Uma forma de implementar a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) na emergência e terapia intensiva é a elaboração de registros que trariam rapidez na coleta de dados e transmissão desses para o prontuário, além de uma melhor avaliação para a obtenção dos diagnósticos de enfermagem e busca de efetivas prescrições. (MAIA, 2010) Segundo Sperandio, Évora, 2003, quando a SAE é implantada e implementada, é nítido o interesse da equipe em continuar sua execução, devido aos benefícios frente ao paciente, sendo este instrumento reconhecido pela equipe, demonstrando assim a vontade destes em ampliar o conhecimento, efetivando a Educação Continuada voltada para as atuações nas salas de emergências e nas unidades de terapia intensiva, tornando o cuidado mais humanizado e amplo, além do sentimento de integração de toda a equipe multidisciplinar. 2.4 FISIOTERAPIA INTENSIVA A Fisioterapia pode ser definida, em sentido amplo, como a ciência que estuda o movimento humano e que utiliza recursos físicos no tratamento e cura. Com o sentido restrito à área de saúde, está voltada para o entendimento da estrutura mecânica do corpo humano. A Fisioterapia estuda, previne e trata os distúrbios, entre outros, da biomecânica e funcionalidade humana decorrentes de alterações de órgãos e sistemas humanos. Além disso, a Fisioterapia estuda os 18 efeitos benéficos dos recursos físicos e naturais sobre o organismo humano. É a área de atuação do profissional formado em um curso superior de fisioterapia. O fisioterapeuta é capacitado a avaliar, reavaliar, prescrever (tratamento físico, órteses, próteses), dar diagnóstico cinesiológio-funcional, prognóstico, intervenção e alta, dentro de sua tipicidade assistêncial. (BARRO, FERRARI, TADINE, 2010) A Fisioterapia atua nas mais diferentes áreas com procedimentos, técnicas, metodologias e abordagens específicas que tem o objetivo de avaliar, tratar, minimizar problemas, prevenir e curar as mais variadas disfunções. Sua regulamentação oficial no Brasil foi através da Lei Federal nº 6.316 em 1975. As Unidades de emergências e terapia intensiva transformaram-se em serviço especializado de caráter multiprofissional o qual englobou o fisioterapeuta no aspecto de diagnóstico, tratamento e prevenção. Nesta nova perspectiva há necessidade de transformar o profissional, oferecendo-lhe conhecimento teórico e prático para poder oferecer assistência com qualidade e interferir para o bom prognóstico e qualidade pós-internação. Portanto, a formação específica em Fisioterapia Intensiva é fundamental para introduzir o fisioterapeuta definitivamente no tratamento do paciente crítico. (MENEZES, 2011) Segundo ainda Menezes, 2011, o crescimento da complexidade aliado ao desenvolvimento tecnológico na atenção ao paciente criticamente doente exige uma formação profissional aprofundada, reflexiva e crítica que permita ao fisioterapeuta desenvolver ações assistenciais que o permitam superar os desafios clínicos e funcionais dos pacientes, os quais apresentam quadros clínicos flutuantes, exigindo uma maior complexidade nos processos diagnósticos e terapêuticos. A assistência ventilatória do paciente crítico, a monitorização ventilorespiratória, a prevenção dos efeitos decorrentes do repouso prolongado no leito, assim como neurofuncionais, a atenção dos metabólicos e distúrbios e cardiovasculares lesões musculoesqueléticos, imprimem uma gama de conhecimentos que transcende a fisioterapia pneumofuncional, apontando para a necessidade do treinamento na área de Fisioterapia Intensiva, especialidade de maior nível de complexidade e que devidamente administrada, proporciona melhora significativa de indicadores de qualidade assistencial como, morbidade, mortalidade e taxa de permanência, representando ganhos funcionais importantes e otimizando a relação custo-benefício da assistência. (FERRARI, PINTO, TADINE, 2008) O fisioterapeuta intensivista é o profissional que se dedica ao atendimento do 19 paciente crítico, efetuando diagnósticos e terapias cinesio-funcionais. Sua importância é reconhecida pela Portaria do MS, a qual prevê sua obrigatoriedade em regime exclusivo de 12 horas nas UTIs. É sua função elaborar o prontuário fisioterápico com os diagnósticos e tratamentos funcionais e finalização de alta. Como agente promotor da fisioterapia, deve ser o coordenador dos procedimentos fisioterápico, orientado os componentes das Unidades, sobretudo auxiliares, e sendo o realizador principal dessa atividade. A especialidade foi iniciada no Brasil pelo médico intensivista Dr. Douglas Ferrari, presidente-fundador da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (Projeto Aprovado na Resolução 043 de 17 de abril de 2002 na 98a Plenária realizada nos dias 03 e 04 de abril de 2002, através do primeiro Projeto Nacional com a denominação e estrutura pedagógica da Fisioterapia Intensiva). 2.5 AS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS E NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Nos serviços de emergências, seja no atendimento pré-hospitalar e nas salas de emergências hospitalares e nas unidades de terapia intensiva, encontram-se pacientes em situação clínica desfavorável para a manutenção do equilíbrio orgânico e fisiológico, neste ponto está toda a problemática, pois, qualquer iatrogenia torna-se indesejável, danosa e com conseqüências muitas vezes irreversíveis. (CAMPOS, ET AL, 2008) Os profissionais de saúde assumem, desde a sua formação, o compromisso de zelar pela segurança dos pacientes no decorrer da assistência à saúde, fato estes observado nos principais hospitais e modelos de gestão, que todos estes efetores tem a preocupação de afirmar esse propósito. O princípio básico das instituições de saúde é o atendimento à clientela com o fornecimento de bens e de serviços que promovam a sua máxima satisfação e o mínimo, ou a ausência total, de riscos e falhas que possam comprometer a qualidade e segurança pretendidas. (AZEVEDO 1992, APUD. PADILHA, 2006). No objetivo da temática em questão, entende-se que a ocorrência de eventos iatrogênicos destoa totalmente desses princípios, pois, a concentração de pacientes graves sujeitos às mudanças abruptas quanto ao seu estado geral, a constante expectativa de situações de emergência e a quebra súbita das atividades normais 20 pelas urgências e emergências médicas, criam uma atmosfera emocionalmente comprometida, onde o estresse está presente, tanto nos elementos que atuam na unidade como nos pacientes, sendo estes afetados potencialmente em suas necessidades básicas. (GOMES, 1988) Os profissionais emergencistas e intensivistas médicos, enfermeiros ou fisioterapeutas, estão sujeitos a todo o momento a incorrer em erros na assistência e cuidados por diversos motivos, dentre eles: falta de interesse pelas atividades que lhes competem; a preocupação somente em gerenciar as equipes, sem atentar-se ao contato com o paciente; falta de motivação; falta de informação; a necessidade freqüente de substituir profissionais da equipe nas suas tarefas; suprimento e alocação de atuação em áreas da nutrição, assistência social, psicologia, fisioterapia, enfermagem, entre outras; a não realização da sistematização e organização dos documentos sobre os cuidados e assistências; a falta de supervisão adequada sobre o trabalho de técnicos e auxiliares de saúde; a realização incorreta dos procedimentos aprendidos durante a vida acadêmica; pouco interesse sobre educação continuada; carga horária extensa que gera cansaço e estresse; o não cumprimento das leis que regem o exercício profissional e pouca auto-estima com a vida profissional e remuneração inadequada e inapropriada para a atividade, gerando a desvalorização das classes. Além das questões profissionais, existem também os fatores institucionais que predispõem à iatrogenia, o que acontece, principalmente nas redes públicas de saúde, devido a um número grande de leitos para uma quantidade pequena de profissionais aptos àquele tipo de assistência. Sem contar a falta de recursos, como materiais básicos para curativos especializados, número restrito de ventiladores mecânicos e/ou monitorização insuficiente, demora para conseguir transferências de setor, espaço físico inadequado, entre outros problemas. Aos profissionais que atuam nas urgências e emergências e em terapia intensiva competem cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro dos setores, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde, para isso precisam pensar criticamente analisando os problemas e encontrando soluções para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e bioéticos da profissão. Compete ainda a estes profissionais avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em 21 equipe, a eficácia e custo-efetividade. (VARGAS e BRAGA, 2004). Como exemplos de iatrogenia nas salas de emergências e unidades de terapia intensiva, podem citar como as principais causas a desobstrução ineficaz de vias áreas; desatenção aos dados vitais monitorados; administração de medicações erradas ou em doses erradas; propedêutica insuficiente que leva o profissional a subestimar a gravidade do quadro clínico do paciente; falta de conhecimento e/ou experiência e vivência em determinadas áreas clínico-cirúrgicas; não observância do tempo de mobilização e movimentação do paciente no leito deixando em uma mesma posição por longo periodo, precipitando úlceras de pressão; higienização inadequada do paciente, gerando fonte de contaminação e infecção; termorregulação ineficaz; hidratação venosa inadequada; mau posicionamento da cabeceira do leito; mau posicionamento do tubo orotraqueal ou de sondas nasogástricas, nasoentéricas e vesicais; queda de pacientes de leitos; ausência de conhecimentos intervencionistas como intubação orotraqueal, acesso venoso central, pressão arterial invasiva, manejo de drogas vasoativas, entre outros. A farmacoiatrogenia torna-se um assunto que merece destaque por sua significativa morbimortalidade, onde as interações medicamentosas que ocorrem quando um ou mais medicamentos alteram os efeitos de outros que estão sendo administrados no paciente, geram aos pacientes sinergismo, antagonismo, reações alérgicas, intoxicações e anafilaxia. Importante observar que toda prescrição medicamentosa é de responsabilidade do medico e ao enfermeiro cabe a responsabilidade do preparo e administração. Doses ou tempo de infusão incorretos, paciente indevido, vias inadequadas, droga incorreta e horário incorreto também são ocorrências possíveis e comuns nestes setores. (MAIA, ALVES, 2008) Assim a investigação que leva a identificar as ocorrências iatrogênicas na UTI é de grande importância já que, quando se descobre o que está errado no momento em que se presta a assistência e não apenas após a prestação da mesma, usa-se esses fatores como arma para a correção e futura prevenção dos erros. Em diversos países já se foca no estudo sobre a iatrogenia, demarcando os pontos em que se encontram esses erros, além dos índices e também a quê estão associados. Hoje, o fator humano é considerado o principal gerador das ocorrências iatrogênicas, sendo porém, muitas vezes, o último elemento que desencadeia esse processo, devendo ser observados todos os possíveis fatores anteriores. Observa-se que hospitais não somente públicos como também os privados 22 brasileiros têm uma realidade peculiar, sendo muitos destes com recursos limitados, o que se leva a prever que apesar do fator humano ser de grande importância nas ocorrências iatrogênicas, essas limitações acabam atrapalhando a assistência ao paciente e devem ser estudadas minuciosamente. De acordo com o conhecimento das condições de trabalho dos profissionais, bem como as atividades desenvolvidas em duplas jornadas e as condições de saúde, merecem igual atenção, pois podem precipitar iatrogenias, interferindo na segurança dos pacientes. (PADILHA, 2006) Portanto, não se pode esquecer que a iatrogenia, apesar de pouco falada é freqüente e muito perigosa, onde a equipe multidisciplinar que atua nas urgências e emergências e na terapia intensiva, tem maior contato com o paciente e acaba sendo o foco principal para sua prevenção, sendo necessário que eles sempre tenham em mente suas importâncias dentro do setor e também lembrarem que o doente que precisa de seus cuidados deve ser avaliado holisticamente para minimizar as ocorrências Iatrogênicas. 23 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS ESTUDOS Para melhor entendimento dos resultados obtidos através dos estudos, foi feito a divisão das questões pesquisadas em categorias, onde as respostas que apareceram com maior freqüência em cada uma delas, foi o conceito de iatrogenia, ocorrências iatrogênicas mais freqüentes, conduta do profissional medico, enfermeiro e fisioterapeuta para minimizar ou prevenir as ocorrências iatrogênicas, entendimento sobre a assistência e utilização da mesma nas salas de emergências e nas unidades de terapia intensiva, freqüência com que as instituições desenvolvem a educação continuada e a importância desta para a prevenção da iatrogenia. Desta forma observa-se que a enfermagem é a classe que participa amplamente do momento da terapêutica medicamentosa, sendo responsável por ler prescrições realizadas pelos médicos, preparar as medicações, administrar no paciente, manusear os equipamentos e avaliar a resposta que o paciente apresentou após a administração do medicamento. Para isso, é preciso que o profissional esteja totalmente preparado, tendo o controle do que está fazendo, já que essa é uma prática complexa e perigosa, além de seguir os itens importantes para que haja segurança na administração das medicações, que são os cinco “certos”: paciente certo, droga certa, dose certa, via certa e horário certo. De acordo com as respostas, observou-se que a iatrogenia é comum nos cuidados básicos e avançados de medicina, enfermagem e fisioterapia, cuidados esses que diariamente são prestados aos pacientes no ambiente hospitalar, principalmente dentro das salas de emergências e das UTIs, onde os pacientes são totalmente dependentes dos profissionais e estes pacientes apresentam uma necessidade de assistência especial, onde os cuidados são específicos, que devem ser atendidos em sua totalidade, fazendo com que o paciente tenha não só sobrevida, mas vida com qualidade. Quando a iatrogenia acontece, ocorrem inúmeros agravos, tanto para o paciente quanto para a sua família, assim como para a própria instituição, já que pode gerar um aumento de custos hospitalares, além disso, pode prejudicar a vida profissional dos envolvidos nos cuidados com o paciente, já que esses têm sua formação embasada nos princípios éticos e morais. Muitas vezes a iatrogenia relacionada ao cuidado não é identificada e com o 24 intuito de se proteger, os próprios profissionais tentam disfarçar tais situações, pois, Pacientes e familiares não estão aptos a detectar esses erros devido à falta de conhecimento sobre o assunto. Faz-se necessário a estes profissionais utilizar e de técnicas especificas para assistência, respalda em algumas recomendações gerais para prevenção destes erros, como: reduzir a confiança na memória; aperfeiçoar o acesso a informações seguras e confiáveis sobre medicamentos; introduzir sistemas que eliminem ou diminuam a possibilidade de erro; buscar a padronização das ações; e promover treinamentos para as equipes. Para todos os profissionais que atuam nos setores de cuidados aos pacientes críticos, existe a possibilidade de errar durante suas ações, porem, quando se trata de vida humana, esses erros tornam-se muito mais graves. Por isso, o que deve-se fazer é sempre perseguir instrumentos que nos auxiliem na prevenção desses problemas. É necessário o desenvolvimento de mecanismos de resistência na profissão, que estimulem ainda mais a compreensão, a astúcia, a negociação e a solidariedade, sendo necessária a definição e implementação de protocolos específicos das profissões, além do desenvolvimento de conhecimentos próprios que nos respaldem, nos amparem e nos protejam. A supervisão da equipe com certeza é um método de prevenção das ocorrências iatrogênicas, porém é necessário que as ordens e instruções sejam aplicadas de forma clara e organizadas, evitando que, ao instruir um profissional da equipe, não se corra o risco de ele tomar atitudes diferentes influenciado pela ordem dada por outro profissional. Como nas salas de emergências e nas UTIs existem uma dinâmica peculiar, onde há a presença freqüente de uma equipe multidisciplinar e as decisões devem ser precisas, outro caminho a ser seguido para a prevenção de erros é fornecer uma estrutura adequada nestes setores o que engloba tanto a parte física quanto os recursos materiais e humanos satisfatórios, dando suporte para um cuidado seguro ao paciente. 25 5. CONCLUSÃO Conclui-se que a iatrogenia está presente no cotidiano da equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que atua diretamente no cuidado aos pacientes críticos dos serviços de emergências e das unidades de terapia intensiva. Portanto, torna-se fundamental a busca de recursos teóricos e práticos, na tentativa de prevenir e reverter os danos causados pelas ocorrências iatrogênicas. Parte dos profissionais, apesar de terem conhecimento sobre a importância da utilização da sistematização da assistência, pela correria do cotidiano ou até mesmo pela rotina do setor, não utilizam de forma correta ou burlam os preceitos de dos protocolos adequados, o que de alguma forma afeta negativamente a assistência prestada ao paciente crítico. Quando se utilizam o método de sistematização correto notam-se claramente a melhora na qualidade da assistência, tornando o cuidado satisfatório na prevenção das o ocorrencias iatrogênicas. Observa-se que a redução de carga-horária de trabalho, treinamentos teóricopráticos de atualização frequentes, recursos materiais e humanos otimizados, humanização nos cuidados ao paciente e sistematização da assistência com utilização de protocolos específicos, são algumas medidas importantes que podem e devem ser tomadas em prol da prevenção e contenção de danos. A análise das literaturas e observâncias deste autor nas assistências, demonstrou que a maioria dos profissionais que atuam nestes setores têm consciência da importância do tema proposto e são capazes de apontar as falhas que acontecem nos seus setores. As maiorias dos profissionais que atuam nestes setores de cuidados aos pacientes críticos, utilizam a supervisão da equipe como método de prevenção da iatrogenia. Além disso, observa-se que a assistência sistematizada deve ser suficientemente capaz na utilização dos cuidados dentro dos hospitais, pois, caso a aplicabilidade da assistência não for sistematizada e segura, afetará o trabalho de toda equipe reduzindo a eficiência do atendimento, portanto, torna-se primordial que a educação continuada e atualização dos conhecimentos científicos é a melhor forma para se manter profissionais capacitados e habilitados para diminuir assim o índice das ocorrências iatrogênicas. Diante do exposto neste estudo literário, torna-se claro que, quando um profissional tem a total noção da importância do seu papel dentro de um setor, 26 principalmente nos serviços de emergências, seja no atendimento pré-hospitalar, no atendimento hospitalar ou nas unidades de terapia intensiva, sua atuação deverá ser ágil, humanizada e pautada nos protocolos específicos, que desta forma poderão, suprir ao máximo as necessidades fisiopatológicas dos enfermos, evitando assim danos adicionais e agravos a sua saúde. 27 REFERÊNCIAS ALMEIDA A L J, GUIMARÃES R B. O lugar social do fisioterapeuta brasileiro. Fisioter. e Pesq.. 2009, jan-mar; v.16 (1): p.82-88. AMANTE, Lúcia Nazareth; Rosseto, Annelise Paula; Schneider, Dulcinéia Ghizoni. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva sustentada pela teoria de Wanda Horta. Rev. esc. Enferm. USP, vol.43, nº.1, São Paulo, Mar. 2009. ANDRADE D, ANGERANI ELS, PADOVANI, CR. 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