1 INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA – IBRATI / SOBRATI
Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva
AMILTON REIS
OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES
ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
São Paulo - SP
2010
1
AMILTON REIS
OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES
ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Monografia
apresentada
ao
Instituto Brasileiro de Terapia
Intensiva – IBRATI / SOBRATI –
SP, como parte das exigências
para a obtenção do Título de
Mestrado em Terapia Intensiva.
Orientador: Prof.
Ibañez Nunes
São Paulo - SP
2010
Dr.
Sérgio
2
Dedico este trabalho a minha Amada
Esposa
Cláudia
Izabel
pelo
amor
incondicional e apoio. À minha eterna
Mãe Erondina que através de seus
ensinamentos e conhecimentos sempre
me mostrou o verdadeiro caminho da
Vida onde estará sempre Viva pra mim.
A todos Profissionais Emergencistas e
Intensivistas que sempre dedicarão
grande parte de suas vidas para salvar
e cuidar daqueles necessitados.
3
AGRADECIMENTO
DEUS, obrigado por ser a Rocha que sustenta a minha Vida, por fazer de mim o
teu Servo, por sempre guiar meus passos e sempre me proteger.
Ao Professor Dr. Sérgio Ibañez Nunes que compartilhou suas experiências e
conhecimentos contribuindo com as lições e os aprendizados
que me acompanharão ao longo da vida.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para que esse
objetivo se concretizasse.
4
“O meu mandamento é este: Que vos
ameis uns aos outros, assim como eu
vos amei. Ninguém tem maior amor do
que este, de dar alguém a sua vida
pelos seus amigos.”
JOÃO 15, Vrs 12 - 13
5
AMILTON REIS
OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES
ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Aprovado em:_______ / _______ / _______
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Membro da Banca
_______________________________________________
Membro da Banca
_______________________________________________
Membro da Banca
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................09
1.1 OBJETIVO GERAL...............................................................................................10
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...............................................................................10
2 METODOLOGIA.....................................................................................................11
3 EMBASAMENTO TEÓRICO...................................................................................12
2.1 ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA MULTIDISCIPLINAR NAS URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS E NA TERAPIA INTENSIVA...........................................................12
2.2 A MEDICINA DE EMERGENCIA E INTENSIVA..................................................14
2.3 ENFERMAGEM EMERGÊNCISTA E INTENSIVISTA.........................................15
2.4 FISIOTERAPIA INTENSIVA ................................................................................17
2.5 AS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS E
NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA..............................................................19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS ESTUDOS...................................................23
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................25
REFERÊNCIAS..........................................................................................................27
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OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS IMPLICADAS AOS PACIENTES
ASSISTIDOS NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
RESUMO
Este estudo foi realizado com o objetivo de buscar o entendimento sobre as
ocorrências iatrogênicas implicadas aos pacientes que são submetidos aos
tratamentos e assistências de agravos a saúde nos serviços de Urgência e
Emergência e em Unidades de Terapia Intensiva, onde se faz necessário a
conscientização de que a iatrogenia é um assunto pouco discutido, mas firmemente
presente nestes ambientes. Com as atividades práticas no exercício da função os
profissionais de saúde acabam se afastando do conhecimento adquirido durante a
formação acadêmica, o que os torna mais propensos aos erros nas assistências
frente aos pacientes que estão sob seus cuidados. Como estes erros abrangem a
vida humana, contesta-se o prejuízo, principalmente se a iatrogenia não se
apresenta como uma ação isolada e sim bastante freqüente durante a referida
assistência. Foram realizadas consultas bibliográficas e buscas de informações junto
aos profissionais de saúde participantes de uma equipe multidisciplinar atuantes em
nos serviços de urgência e emergência e unidades de terapia intensiva. Após
análise das literaturas e informações obtidas, conclui-se que esses profissionais
devem sempre preservar o bem estar do paciente crítico e buscar medidas que
minimizem ou mesmo impeçam as iatrogenias, criando um processo educativo
contínuo e inserindo métodos já existentes, como a utilização da Sistematização da
Assistência nos serviços de Urgências e Emergências e Unidades de Terapia
Intensiva através de protocolos específicos. A iatrogenia é mais freqüente e perigosa
do que se imagina, mas pode ser evitada, cabendo ressaltar que essa é uma
responsabilidade intransferível da equipe multidisciplinar que atua diretamente nos
cuidados ao paciente crítico.
Palavras-chave: Iatrogenia; Emergência; Terapia Intensiva.
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IATROGENIC CASES INVOLVED PATIENTS ASSISTED IN URGENT AND
EMERGENCY SERVICES AND INTENSIVE CARE
ABSTRACT
This study was conducted with the objective to seek the understanding of iatrogenic
cases involved patients that are subjected to treatments of diseases health and
assistance in urgent and emergency services and intensive care units, where it is
necessary to raise awareness that iatrogenesis is a subject little discussed, but firmly
present in these environments. With the practical activities in the exercise of the
function of health professionals end up moving away from the knowledge acquired
during academic training, which makes them more prone to mistakes in assists
compared with the patients who are under their care. As these errors include human
life, disputes-if injury, especially if the evolution is not presented as an isolated
action, but quite frequent during such assistance. Bibliographical consultations and
search for information from health professionals participating in a multidisciplinary
team works.
Keywords: Iatrogenic; Emergency; Intensive Therapy.
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1. INTRODUÇÃO
A assistência dedicada a indivíduos acometidos por agravos à saúde é uma
profissão antiga, que vem se desenvolvendo pelos séculos, tendo como essência o
cuidado ao ser humano e sendo responsável pela promoção, prevenção e a
recuperação da saúde, seja individualmente ou em contato com a família e a
comunidade. A atividade promove o bem estar e preza pela integridade das
pessoas, respeitando suas diferenças e afirmando a unicidade de cada ser,
buscando a igualdade, liberdade e dignidade para todos.
Muitas vezes ocorrem violações desses princípios, devido aos diversos
fatores existentes no campo em que o profissional está inserido. Embora os avanços
técnico-científicos estejam se desenvolvendo e trazendo excelentes alternativas de
atendimento e assistência aos enfermos, nota-se que o atendimento ao paciente
crítico apresenta falhas perigosas e encontra-se distante do que a literatura qualifica
como ideal e eficaz.
Segundo Padilha (2000), a palavra iatrogenia é de origem grega e define o
resultado indesejável pela ação prejudicial não intencional dos profissionais de
saúde, relacionado à observação, monitorização ou intervenção terapêutica,
caracterizando uma falha profissional por negligência. Percebe-se o quanto pouco
tem se discutido por melhores condições de promoção e recuperação da saúde dos
pacientes instalados nas unidades de terapia intensiva.
O estudo em questão é pautado em uma linha de pesquisa na Gestão da
Assistência à Saúde, com predominância nas áreas de Medicina, Enfermagem e
Fisioterapia, no cuidado ao paciente crítico. O interesse em pesquisar sobre as
causas que levam às ocorrências iatrogênicas em pacientes críticos teve como base
a temática prevenção da iatrogenia nos Serviços de Urgências e Emergências e
Unidades de Terapia Intensiva, considerando a aplicação de uma assistência
sistematizada e operativa como opção resolutiva para este problema.
O presente estudo justifica-se devido que a iatrogenia é um tema que deve
ser discutido entre os profissionais dos serviços de urgências e emergências e
terapia intensiva, com o intuito de disseminar as questões que amplificarão na
qualidade da assistência aos pacientes sob seus cuidados.
Existe um grande interesse na avaliação e melhoramento das instituições
hospitalares por parte da Direção e Autoridades Legais, não obstante, lançam mão
10
de investimentos na atualização de conhecimentos e educação continuada dos
profissionais alocados, visando a constante atualização sobre diversas temáticas da
saúde.
Os Métodos de prevenção e redução de danos da iatrogenia fazem parte dos
temas de grande importância discutidos nos cursos e manuais de atualização, desde
que aprovados e protocolados, se seguidos com responsabilidade e bom senso, são
de alta resolutividade no combate às ocorrências iatrogênicas. (ANDRADE,
ANGERANI, PADOVANI, 2000)
A relevância deste estudo visa contribuir como fonte de conhecimento e
pesquisa para os profissionais de saúde que se interessem pelo tema, onde possam
buscar a atualização necessária para suas atuações nas urgências e emergências e
terapia intensiva.
1.1 OBJETIVO GERAL
Buscar literaturas específicas sobre a temática e de que forma se dá o
conhecimento da equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros e
fisioterapeutas, acerca das ocorrências iatrogênicas nos serviços de urgências e
emergências e terapia intensiva, além de buscar ações e medidas de prevenção e
redução de danos.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar métodos de prevenção das ocorrências iatrogênicas e diminuição
de seus danos;
Descrever a relação das iatrogenias mais frequentes nas urgências e
emergências e terapia intensiva e o processo de assistência inerentes à medicina,
enfermagem e fisioterapia;
Enfatizar a importância da atualização de conhecimentos e educação
continuada para os profissionais que atuam na assistência ao paciente crítico,
procurando assim reduzir os índices de iatrogênicos.
11
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo que seguirá o caminho metodológico de
pesquisa bibliográfica, utilizando como acervo: livros relevantes sobre o assunto,
artigos eletrônicos publicados em periódicos científicos nacionais, como LILACS
(Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO
(Scinetific Eletronic Library Online) e Manuais do Ministério da Saúde. O acesso a
essa revisão sistemática bibliográfica ocorreu entre o período de outubro de 2010 a
Janeiro de 2013. Foram selecionados em um primeiro momento diversos artigos,
periódicos e livros, devido apresentarem maior relação com a temática, além
também de observação direta deste autor no exercício da atividade profissional nos
dois tipos de serviços e também informações colhidas junto à equipes
multidisciplinares dos serviços de urgências e emergências e terapia intensiva, já
que suas atuações estão diretamente ligada à ocorrência iatrogênica, assim como a
diminuição deste evento.
No
perfil
apresentado
pela
problemática
do
assunto,
constaram
questionamentos deste autor sob o ponto de vista inerente às atividades especificas,
tais como o grau de conhecimento sobre a iatrogenia entre os componentes da
equipe multidisciplinar; quais são os fatores que poderiam desencadear as
ocorrências iatrogênicas durante a assistência ao paciente na Emergência e na
Unidade de Terapia Intensiva e quais os possíveis métodos de prevenção e redução
de danos das ocorrências iatrogênicas nestes setores.
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2 EMBASAMENTO TEÓRICO
2.1 ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA MULTIDISCIPLINAR NAS URGÊNCIAS E
EMERGÊNCIAS E NA TERAPIA INTENSIVA
Com a finalidade de exercer uma assistência resolutiva, os profissionais que
atuam na área devem buscar um meio para direcionar e orientar suas atividades e
assim interferir de forma qualificada na promoção, prevenção, recuperação da saúde
dos pacientes. Com o passar dos anos, tem se observado uma busca de
conhecimentos mais aprofundados das classes de profissionais de saúde composta
por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que sempre contribuíram com o
conhecimento específico, através de pesquisas voltadas para os interesses das
áreas especificas, onde se percebe o cuidado humanizado, e não apenas a
patologia. (LIMA, 2005)
Segundo ainda Lima, 2005, ao longo dos anos a medicina e a enfermagem,
começaram a construir um atendimento satisfatório criando teorias que davam o
suporte necessário para transformar a assistência em um modelo único e holístico
para o alcance dos objetivos das classes, como forma de evoluir em seu cuidado,
consolidando-se assim a uma assistência sistematizada multidisciplinar voltada para
os pacientes críticos.
Segundo Amante et. al (2009), mediante o avanço das teorias nas
assistências específicas aplicadas pela medicina, enfermagem e fisioterapia, faz-se
preciso a criação de um método científico, específico e sistemático para tornar o
profissional de saúde capaz de desenvolver o processo de cuidados específicos
inerentes ao paciente critico. Quando estes profissionais colocam em prática
modelos dos processos assistenciais inovadores e atualizados, os pacientes
recebem cuidados qualificados em um mínimo de tempo preciso e com a máxima
eficiência.
Para aplicar de forma correta essa resolução, é preciso buscar uma
metodologia que transforme a teoria em prática, usando a dinâmica das ações
sistematizadas e interrelacionadas, visando assim, uma assistência qualificada ao
ser humano, caracterizando pelo interrelacionamento e dinamismo de suas fases
através da investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação
(HORTA, 2005).
13
Horta, 2005, relata que com a investigação busca-se coletar e examinar as
informações sobre o estado de saúde do paciente, procurando anormalidades da
fisiologia ou possíveis fatores de risco para o desequilíbrio do indivíduo, também se
procuram fatores positivos que contribuíssem para sua rápida recuperação. A
investigação consiste na anamnese, através da qual pode-se obter a identificação,
queixa principal, história da doença atual, história patológica pregressa, história
familiar e historia social e no exame físico realizado para avaliação holística do
paciente
O diagnóstico é a interpretação dos dados obtidos na investigação, onde se
localizam os problemas potenciais, que mais adiante servirão de base para a
elaboração do plano de cuidados e assistência aos pacientes. Desta forma planejar
a assistência é o mecanismo que determina a prioridade imediata, os resultados
esperados, as intervenções necessárias e, por fim, a elaboração do plano de
cuidados que visa
estabelecer o completo bem estar físico e psicológico do
paciente. (CARPENITO, 2006)
Outra abordagem esta diretamente pautada em avaliar o paciente e observar
se as metas foram alcançadas, se as intervenções foram realizadas de forma
correta, para se necessário, trabalhar na modificação do plano de cuidados e essa
modificação pode estar relacionada tanto a alterações encontradas no paciente,
como em relação ao funcionamento da equipe ou da instituição.
Todos esses passos se interrelacionam significativamente, pois são
realizados quase que simultaneamente, enquanto se coleta os dados, sua
interpretação é feita, mesmo que ainda não se tenha determinado por completo o
diagnóstico e feito o diagnóstico, o planejamento da assistência e implementação
das ações são realizados com base no mesmo. O planejamento da assistência e a
implementação das ações consistem no plano de cuidados e intervenções no
combate ao agravo à saúde do paciente.
O ideal é que se avalie a resposta inicial às ações realizadas na
implementação da assistência para que o plano de cuidados seja modificado a
tempo se foi necessário. Para se implantar o processo de assistência sistematizada
ao paciente critico em unidades de emergências e terapia intensiva é necessário
conhecer a realidade do local, assim como o perfil dos profissionais e o da clientela,
sendo processo um instrumento metodológico que se deve lançar mão para
favorecer o cuidado ao paciente e para organizar a realização da assistência.
14
Entre os vários benefícios do uso desses processos de assistência
sistematizada em qualquer setor da saúde, especificamente na emergência e na
terapia intensiva, estão a redução do tempo de internação hospitalar, agilidade no
atendimento e diagnóstico, qualidade do tratamento ao individuo, baixo custo para a
instituição e minimização dos índices de iatrogenia.
2.2 A MEDICINA DE EMERGENCIA E INTENSIVA
Seu surgimento com o advento da cirurgia cardíaca e dos cuidados especiais
aos doentes coronarianos. Inicialmente a atuação dos médicos estava voltada para
a assistência específica aos doentes cardíacos ou
pós-operatório de grandes
cirurgias, com grande risco de morte. (FERRARI, 2010)
Segundo ainda Ferrari (2010), o pressuposto fundamental da especialidade é
monitorizar as funções orgânicas e perceber alterações em fases iniciais, intervindo
de forma decisiva no prognóstico dos doentes graves, anteriormente com pouca ou
nenhuma chance de sobrevivência.
Além da monitorização cardíaca foram introduzidos novos meios tecnológicos,
como oximetria de pulso, monitorização hemodinâmica, monitorização da pressão
intracraniana, e outros procedimentos invasivos ou não, que permitem uma ampla
avaliação em tempo real das funções orgânicas e fisiológicas e , consequentemente,
intervenções antes inviáveis. Com o desenvolvimento da medicina intensiva, outros
grandes grupos de doentes, neurocirurgicos, renais crônicos, pneumopatas, foram
sendo inseridos no escopo da especialidade e, atualmente, todos os doentes em
estado grave ou com risco de complicações graves devem ser, em principio,
tratados em unidades de emergências e terapia intensiva.
A Medicina Intensiva é uma especialidade médica dedicada ao suporte
avançado à vida, ou suporte de sistemas e órgãos em pacientes que estão em
estado crítico, que necessitam de uma monitorização contínua e acompanhamento
intensivo. Os médicos especialistas em cuidados intensivos são chamados
intensivistas. Esta especialidade pode ser exercida por profissionais médicos de
diferentes áreas, como anestesiologistas, cardiologistas, clínicos e cirurgiões.
(FERRARI, 2010)
Ferrari, 2010, ainda relata que os cuidados em UTIs devem ser oferecidos
apenas para pacientes cuja condição patológica grave seja potencialmente
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reversível, com alguma chance de sobrevida. Neste viés de atuação, a Medicina
Intensiva usa de forma operativa a avaliação do paciente em nove sistemas, que
são: sistemas respiratório, cardiovascular, nervoso central, endócrino, renal,
gastrointestinal (estado nutricional), hematológico, microbiologia (incluindo o estado
séptico) e periferia (pele).
Os cuidados de emergência e intensivos geralmente usam uma abordagem
para tratamento de sistema por sistema, em vez de uma aproximação do tipo SOAP
(Subjetivo, Objetivo, Análise e Plano), mais típico nos tratamentos de alta
dependência. A prestação de cuidados e assistência de emergência e intensivos
devem ser operacionalizado por serviço especializado, sendo estes a nível de
atendimento pré-hospitalar, com a inserção do suporte avançado de vida, a nivel
hospitalar, nos prontos atendimentos de emergências e nas Unidades de Terapias
Intensiva (UTI). (KNOBEL, 2006)
Muitos hospitais têm áreas destinadas a cuidados intensivos para
determinadas especialidades médicas, como a Unidade Coronariana, a Unidade de
Cuidados Intensivos Cirúrgicos, a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, Unidade
de Terapia Intensiva Neurológica, Unidade Terapia Intensiva Neonatal, Terapia
Intensiva de recuperação e outras unidades, como ditado pelas necessidades e
recursos disponíveis em cada instituição.
Antes da padronização dos cuidados específicos em areas destinadas para
as ações de emergência e cuidados intensivos a nível hospitalar, as assistências e
os recursos eram aplicados diretamente ao paciente no seu próprio quarto que
muitas vezes requeria de cuidados adicionais de enfermagem. Devido a questões de
necessidades de operacionalização de uma assistência mais aprofundada, tornou-se
a importância de um espaço fixo onde recursos materiais e humanos especializados
em cuidados intensivos estão diretamente disponíveis para proporcionar o melhor
atendimento aos pacientes em estado crítico.
2.3 ENFERMAGEM EMERGÊNCISTA E INTENSIVISTA
As unidades de emergências e de Terapia Intensiva são setores onde a
gravidade dos pacientes que estão em tratamento é crítica e complexa. Sendo assim
estes setores devem ser planejados e organizados, independente do tipo de
hospital. Mas para que isso ocorra é necessário que o enfermeiro, como
16
coordenador da equipe, esteja motivado e focado nos objetivos e necessidades
destas unidades. (VARGAS, 2002).
Segundo Horta, 2005, uma Unidade de emergência e terapia intensiva é
estressante para o paciente e para toda a equipe de saúde, em especial para a
enfermagem. Estar ao lado de um ser humano, compartilhar com ele a situação
existencial, o binômio vida-morte, exige um engajamento total na profissão
escolhida. Ser uma presença ao lado de cada indivíduo e não uma testemunha,
manter o relacionamento entre enfermeiro e paciente e não profissional e individuo
somente, são características de uma enfermagem comprometida.
Observa-se a importância de se aplicar o processo de enfermagem especifico
na emergência e na terapia intensiva, já que se encontra pacientes acamados,
debilitados e que necessitam da total assistência da enfermagem para o
restabelecimento das suas funções vitais. Quando adequadamente planejada,
organizada e operativa, a unidade de cuidados de emergência e cuidados intensivos
pode servir a uma variedade de propósitos importantes. (SANTOS, FERRARI, 2010)
Faz-se necessário uma melhor qualidade no cuidado ao paciente seriamente
enfermo, o uso mais eficiente do pessoal de enfermagem e de terapêutica especial,
de tempo e de talento por estarem concentrados numa área planejada
funcionalmente, onde os pacientes necessitados de observação e cuidados
especializados estejam agrupados e o uso mais econômico do pessoal e do
equipamento, reunidos em uma área. (GOMES, 1988).
Gomes, 1988, considera ainda que a realidade em que vivemos hoje é que o
número de enfermeiros é pequeno em relação à taxa de ocupação dos leitos, ou
seja, existem menos enfermeiros trabalhando no setor comparado ao número cada
vez maior de leitos ocupados. Devido a esse fator, o enfermeiro que trabalha nos
serviços de emergências e em unidades terapia intensiva, devem ser ágil e capaz de
otimizar seu tempo para que a assistência ao paciente seja realizada na sua
integridade e principalmente, com qualidade, já que a situação dos pacientes é
crítica e oscila entre a vida e a morte.
Salienta-se que, além de realizar passo a passo o processo de enfermagem,
o enfermeiro precisa delegar tarefas relacionadas à sistematização, coordenar e
avaliar o trabalho realizado pela equipe de enfermagem. Algumas atribuições do
enfermeiro nestes setores seriam, conferir materiais e equipamentos, checar os
materiais do carrinho de Parada Cardiopulomonat, orientar os técnicos e auxiliares
17
na realização de suas funções, fazer curativos, sondagens e todas as atividades
próprias do enfermeiro, além de seguir passo a passo a SAE como forma de
melhorar seu atendimento. (ANDRADE, 2008)
Nas salas de emergências e nas unidades de terapia intensiva o processo de
enfermagem se torna essencial, visto que os pacientes estão em desgaste físico e
emocional por um longo período de internação, podendo apresentar distúrbios da
fala, motores, neurológicos, entre outros sintomas, dificultando a anamnese e
exigindo que o exame físico passe a ser mais apurado e detalhado. Como já descrito
anteriormente, o enfermeiro necessita ter características próprias a fim de atuar
nestes setores, sendo eficiente e de ação rápida na eminência de alguma
intercorrência.
O enfermeiro está deixando de atuar apenas no atendimento das ordens
médicas para estabelecer o seu próprio diagnóstico, o planejamento da assistência e
a prescrição dos cuidados ao paciente. Uma forma de implementar a Sistematização
de Assistência de Enfermagem (SAE) na emergência e terapia intensiva é a
elaboração de registros que trariam rapidez na coleta de dados e transmissão
desses para o prontuário, além de uma melhor avaliação para a obtenção dos
diagnósticos de enfermagem e busca de efetivas prescrições. (MAIA, 2010)
Segundo Sperandio, Évora, 2003, quando a SAE é implantada e
implementada, é nítido o interesse da equipe em continuar sua execução, devido
aos benefícios frente ao paciente, sendo este instrumento reconhecido pela equipe,
demonstrando assim a vontade destes em ampliar o conhecimento, efetivando a
Educação Continuada voltada para as atuações nas salas de emergências e nas
unidades de terapia intensiva, tornando o cuidado mais humanizado e amplo, além
do sentimento de integração de toda a equipe multidisciplinar.
2.4 FISIOTERAPIA INTENSIVA
A Fisioterapia pode ser definida, em sentido amplo, como a ciência que
estuda o movimento humano e que utiliza recursos físicos no tratamento e cura.
Com o sentido restrito à área de saúde, está voltada para o entendimento da
estrutura mecânica do corpo humano. A Fisioterapia estuda, previne e trata os
distúrbios, entre outros, da biomecânica e funcionalidade humana decorrentes de
alterações de órgãos e sistemas humanos. Além disso, a Fisioterapia estuda os
18
efeitos benéficos dos recursos físicos e naturais sobre o organismo humano. É a
área de atuação do profissional formado em um curso superior de fisioterapia. O
fisioterapeuta é capacitado a avaliar, reavaliar, prescrever (tratamento físico,
órteses, próteses), dar diagnóstico cinesiológio-funcional, prognóstico, intervenção e
alta, dentro de sua tipicidade assistêncial. (BARRO, FERRARI, TADINE, 2010)
A Fisioterapia atua nas mais diferentes áreas com procedimentos, técnicas,
metodologias e abordagens específicas que tem o objetivo de avaliar, tratar,
minimizar problemas, prevenir e curar as mais variadas disfunções. Sua
regulamentação oficial no Brasil foi através da Lei Federal nº 6.316 em 1975.
As Unidades de emergências e terapia intensiva transformaram-se em serviço
especializado de caráter multiprofissional o qual englobou o fisioterapeuta no
aspecto de diagnóstico, tratamento e prevenção. Nesta nova perspectiva há
necessidade de transformar o profissional, oferecendo-lhe conhecimento teórico e
prático para poder oferecer assistência com qualidade e interferir para o bom
prognóstico e qualidade pós-internação. Portanto, a formação específica em
Fisioterapia Intensiva é fundamental para introduzir o fisioterapeuta definitivamente
no tratamento do paciente crítico. (MENEZES, 2011)
Segundo ainda Menezes, 2011, o crescimento da complexidade aliado ao
desenvolvimento tecnológico na atenção ao paciente criticamente doente exige uma
formação profissional aprofundada, reflexiva e crítica que permita ao fisioterapeuta
desenvolver ações assistenciais que o permitam superar os desafios clínicos e
funcionais dos pacientes, os quais apresentam quadros clínicos flutuantes, exigindo
uma maior complexidade nos processos diagnósticos e terapêuticos.
A assistência ventilatória do paciente crítico, a monitorização ventilorespiratória, a prevenção dos efeitos decorrentes do repouso prolongado no leito,
assim
como
neurofuncionais,
a
atenção
dos
metabólicos
e
distúrbios
e
cardiovasculares
lesões
musculoesqueléticos,
imprimem
uma
gama
de
conhecimentos que transcende a fisioterapia pneumofuncional, apontando para a
necessidade do treinamento na área de Fisioterapia Intensiva, especialidade de
maior nível de complexidade e que devidamente administrada, proporciona melhora
significativa de indicadores de qualidade assistencial como, morbidade, mortalidade
e taxa de permanência, representando ganhos funcionais importantes e otimizando
a relação custo-benefício da assistência. (FERRARI, PINTO, TADINE, 2008)
O fisioterapeuta intensivista é o profissional que se dedica ao atendimento do
19
paciente crítico, efetuando diagnósticos e terapias cinesio-funcionais. Sua
importância é reconhecida pela Portaria do MS, a qual prevê sua obrigatoriedade em
regime exclusivo de 12 horas nas UTIs. É sua função elaborar o prontuário
fisioterápico com os diagnósticos e tratamentos funcionais e finalização de alta.
Como agente promotor da fisioterapia, deve ser o coordenador dos procedimentos
fisioterápico, orientado os componentes das Unidades, sobretudo auxiliares, e sendo
o realizador principal dessa atividade.
A especialidade foi iniciada no Brasil pelo médico intensivista Dr. Douglas
Ferrari, presidente-fundador da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (Projeto
Aprovado na Resolução 043 de 17 de abril de 2002 na 98a Plenária realizada nos
dias 03 e 04 de abril de 2002, através do primeiro Projeto Nacional com a
denominação e estrutura pedagógica da Fisioterapia Intensiva).
2.5 AS OCORRÊNCIAS IATROGÊNICAS NOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS E
NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Nos serviços de emergências, seja no atendimento pré-hospitalar e nas salas
de emergências hospitalares e nas unidades de terapia intensiva, encontram-se
pacientes em situação clínica desfavorável para a manutenção do equilíbrio orgânico
e fisiológico, neste ponto está toda a problemática, pois, qualquer iatrogenia torna-se
indesejável, danosa e com conseqüências muitas vezes irreversíveis. (CAMPOS, ET
AL, 2008)
Os profissionais de saúde assumem, desde a sua formação, o compromisso
de zelar pela segurança dos pacientes no decorrer da assistência à saúde, fato
estes observado nos principais hospitais e modelos de gestão, que todos estes
efetores tem a preocupação de afirmar esse propósito. O princípio básico das
instituições de saúde é o atendimento à clientela com o fornecimento de bens e de
serviços que promovam a sua máxima satisfação e o mínimo, ou a ausência total, de
riscos e falhas que possam comprometer a qualidade e segurança pretendidas.
(AZEVEDO 1992, APUD. PADILHA, 2006).
No objetivo da temática em questão, entende-se que a ocorrência de eventos
iatrogênicos destoa totalmente desses princípios, pois, a concentração de pacientes
graves sujeitos às mudanças abruptas quanto ao seu estado geral, a constante
expectativa de situações de emergência e a quebra súbita das atividades normais
20
pelas urgências e emergências médicas, criam uma atmosfera emocionalmente
comprometida, onde o estresse está presente, tanto nos elementos que atuam na
unidade como nos pacientes, sendo estes afetados potencialmente em suas
necessidades básicas. (GOMES, 1988)
Os profissionais emergencistas e intensivistas médicos, enfermeiros ou
fisioterapeutas, estão sujeitos a todo o momento a incorrer em erros na assistência e
cuidados por diversos motivos, dentre eles: falta de interesse pelas atividades que
lhes competem; a preocupação somente em gerenciar as equipes, sem atentar-se
ao contato com o paciente; falta de motivação; falta de informação; a necessidade
freqüente de substituir profissionais da equipe nas suas tarefas; suprimento e
alocação de atuação em áreas da nutrição, assistência social, psicologia,
fisioterapia, enfermagem, entre outras; a não realização da sistematização e
organização dos documentos sobre os cuidados e assistências; a falta de
supervisão adequada sobre o trabalho de técnicos e auxiliares de saúde; a
realização incorreta dos procedimentos aprendidos durante a vida acadêmica; pouco
interesse sobre educação continuada; carga horária extensa que gera cansaço e
estresse; o não cumprimento das leis que regem o exercício profissional e pouca
auto-estima com a vida profissional e remuneração inadequada e inapropriada para
a atividade, gerando a desvalorização das classes.
Além das questões profissionais, existem também os fatores institucionais
que predispõem à iatrogenia, o que acontece, principalmente nas redes públicas de
saúde, devido a um número grande de leitos para uma quantidade pequena de
profissionais aptos àquele tipo de assistência. Sem contar a falta de recursos, como
materiais básicos para curativos especializados, número restrito de ventiladores
mecânicos e/ou monitorização insuficiente, demora para conseguir transferências de
setor, espaço físico inadequado, entre outros problemas.
Aos profissionais que atuam nas urgências e emergências e em terapia
intensiva competem cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro dos
setores, de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde, para
isso precisam pensar criticamente analisando os problemas e encontrando soluções
para os mesmos, assegurando sempre sua prática dentro dos princípios éticos e
bioéticos da profissão. Compete ainda a estes profissionais avaliar, sistematizar e
decidir sobre o uso apropriado de recursos humanos, físicos, materiais e de
informação no cuidado ao paciente de terapia intensiva, visando o trabalho em
21
equipe, a eficácia e custo-efetividade. (VARGAS e BRAGA, 2004).
Como exemplos de iatrogenia nas salas de emergências e unidades de
terapia intensiva, podem citar como as principais causas a desobstrução ineficaz de
vias áreas; desatenção aos dados vitais monitorados; administração de medicações
erradas ou em doses erradas; propedêutica insuficiente que leva o profissional a
subestimar a gravidade do quadro clínico do paciente; falta de conhecimento e/ou
experiência e vivência em determinadas áreas clínico-cirúrgicas; não observância do
tempo de mobilização e movimentação do paciente no leito deixando em uma
mesma posição por longo periodo, precipitando úlceras de pressão; higienização
inadequada
do
paciente,
gerando
fonte
de
contaminação
e
infecção;
termorregulação ineficaz; hidratação venosa inadequada; mau posicionamento da
cabeceira do leito; mau posicionamento do tubo orotraqueal ou de sondas
nasogástricas, nasoentéricas e vesicais; queda de pacientes de leitos; ausência de
conhecimentos intervencionistas como intubação orotraqueal, acesso venoso
central, pressão arterial invasiva, manejo de drogas vasoativas, entre outros.
A farmacoiatrogenia torna-se um assunto que merece destaque por sua
significativa morbimortalidade, onde as interações medicamentosas que ocorrem
quando um ou mais medicamentos alteram os efeitos de outros que estão sendo
administrados no paciente, geram aos pacientes sinergismo, antagonismo, reações
alérgicas, intoxicações e anafilaxia. Importante observar que toda prescrição
medicamentosa é de responsabilidade do medico e ao enfermeiro cabe a
responsabilidade do preparo e administração. Doses ou tempo de infusão incorretos,
paciente indevido, vias inadequadas, droga incorreta e horário incorreto também são
ocorrências possíveis e comuns nestes setores. (MAIA, ALVES, 2008)
Assim a investigação que leva a identificar as ocorrências iatrogênicas na UTI
é de grande importância já que, quando se descobre o que está errado no momento
em que se presta a assistência e não apenas após a prestação da mesma, usa-se
esses fatores como arma para a correção e futura prevenção dos erros. Em diversos
países já se foca no estudo sobre a iatrogenia, demarcando os pontos em que se
encontram esses erros, além dos índices e também a quê estão associados. Hoje, o
fator humano é considerado o principal gerador das ocorrências iatrogênicas, sendo
porém, muitas vezes, o último elemento que desencadeia esse processo, devendo
ser observados todos os possíveis fatores anteriores.
Observa-se que hospitais não somente públicos como também os privados
22
brasileiros têm uma realidade peculiar, sendo muitos destes com recursos limitados,
o que se leva a prever que apesar do fator humano ser de grande importância nas
ocorrências iatrogênicas, essas limitações acabam atrapalhando a assistência ao
paciente e devem ser estudadas minuciosamente. De acordo com o conhecimento
das condições de trabalho dos profissionais, bem como as atividades desenvolvidas
em duplas jornadas e as condições de saúde, merecem igual atenção, pois podem
precipitar iatrogenias, interferindo na segurança dos pacientes. (PADILHA, 2006)
Portanto, não se pode esquecer que a iatrogenia, apesar de pouco falada é
freqüente e muito perigosa, onde a equipe multidisciplinar que atua nas urgências e
emergências e na terapia intensiva, tem maior contato com o paciente e acaba
sendo o foco principal para sua prevenção, sendo necessário que eles sempre
tenham em mente suas importâncias dentro do setor e também lembrarem que o
doente que precisa de seus cuidados deve ser avaliado holisticamente para
minimizar as ocorrências Iatrogênicas.
23
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS ESTUDOS
Para melhor entendimento dos resultados obtidos através dos estudos, foi
feito a divisão das questões pesquisadas em categorias, onde as respostas que
apareceram com maior freqüência em cada uma delas, foi o conceito de iatrogenia,
ocorrências iatrogênicas mais freqüentes, conduta do profissional medico,
enfermeiro e fisioterapeuta para minimizar ou prevenir as ocorrências iatrogênicas,
entendimento sobre a assistência e utilização da mesma nas salas de emergências
e nas unidades de terapia intensiva, freqüência com que as instituições
desenvolvem a educação continuada e a importância desta para a prevenção da
iatrogenia.
Desta forma observa-se que a enfermagem é a classe que participa
amplamente do momento da terapêutica medicamentosa, sendo responsável por ler
prescrições realizadas pelos médicos, preparar as medicações, administrar no
paciente, manusear os equipamentos e avaliar a resposta que o paciente
apresentou após a administração do medicamento. Para isso, é preciso que o
profissional esteja totalmente preparado, tendo o controle do que está fazendo, já
que essa é uma prática complexa e perigosa, além de seguir os itens importantes
para que haja segurança na administração das medicações, que são os cinco
“certos”: paciente certo, droga certa, dose certa, via certa e horário certo.
De acordo com as respostas, observou-se que a iatrogenia é comum nos
cuidados básicos e avançados de medicina, enfermagem e fisioterapia, cuidados
esses que diariamente são prestados aos pacientes no ambiente hospitalar,
principalmente dentro das salas de emergências e das UTIs, onde os pacientes são
totalmente dependentes dos profissionais e estes pacientes apresentam uma
necessidade de assistência especial, onde os cuidados são específicos, que devem
ser atendidos em sua totalidade, fazendo com que o paciente tenha não só
sobrevida, mas vida com qualidade.
Quando a iatrogenia acontece, ocorrem inúmeros agravos, tanto para o
paciente quanto para a sua família, assim como para a própria instituição, já que
pode gerar um aumento de custos hospitalares, além disso, pode prejudicar a vida
profissional dos envolvidos nos cuidados com o paciente, já que esses têm sua
formação embasada nos princípios éticos e morais.
Muitas vezes a iatrogenia relacionada ao cuidado não é identificada e com o
24
intuito de se proteger, os próprios profissionais tentam disfarçar tais situações, pois,
Pacientes e familiares não estão aptos a detectar esses erros devido à falta de
conhecimento sobre o assunto.
Faz-se necessário a estes profissionais utilizar e de técnicas especificas para
assistência, respalda em algumas recomendações gerais para prevenção destes
erros, como: reduzir a confiança na memória; aperfeiçoar o acesso a informações
seguras e confiáveis sobre medicamentos; introduzir sistemas que eliminem ou
diminuam a possibilidade de erro; buscar a padronização das ações; e promover
treinamentos para as equipes.
Para todos os profissionais que atuam nos setores de cuidados aos pacientes
críticos, existe a possibilidade de errar durante suas ações, porem, quando se trata
de vida humana, esses erros tornam-se muito mais graves. Por isso, o que deve-se
fazer é sempre perseguir instrumentos que nos auxiliem na prevenção desses
problemas.
É necessário o desenvolvimento de mecanismos de resistência na profissão,
que estimulem ainda mais a compreensão, a astúcia, a negociação e a
solidariedade, sendo necessária a definição e implementação de protocolos
específicos das profissões, além do desenvolvimento de conhecimentos próprios
que nos respaldem, nos amparem e nos protejam. A supervisão da equipe com
certeza é um método de prevenção das ocorrências iatrogênicas, porém é
necessário que as ordens e instruções sejam aplicadas de forma clara e
organizadas, evitando que, ao instruir um profissional da equipe, não se corra o risco
de ele tomar atitudes diferentes influenciado pela ordem dada por outro profissional.
Como nas salas de emergências e nas UTIs existem uma dinâmica peculiar,
onde há a presença freqüente de uma equipe multidisciplinar e as decisões devem
ser precisas, outro caminho a ser seguido para a prevenção de erros é fornecer uma
estrutura adequada nestes setores o que engloba tanto a parte física quanto os
recursos materiais e humanos satisfatórios, dando suporte para um cuidado seguro
ao paciente.
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5. CONCLUSÃO
Conclui-se que a iatrogenia está presente no cotidiano da equipe
multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que atua
diretamente no cuidado aos pacientes críticos dos serviços de emergências e das
unidades de terapia intensiva. Portanto, torna-se fundamental a busca de recursos
teóricos e práticos, na tentativa de prevenir e reverter os danos causados pelas
ocorrências iatrogênicas.
Parte dos profissionais, apesar de terem conhecimento sobre a importância
da utilização da sistematização da assistência, pela correria do cotidiano ou até
mesmo pela rotina do setor, não utilizam de forma correta ou burlam os preceitos de
dos protocolos adequados, o que de alguma forma afeta negativamente a
assistência prestada ao paciente crítico. Quando se utilizam o método de
sistematização correto notam-se claramente a melhora na qualidade da assistência,
tornando o cuidado satisfatório na prevenção das o ocorrencias iatrogênicas.
Observa-se que a redução de carga-horária de trabalho, treinamentos teóricopráticos de atualização frequentes, recursos materiais e humanos otimizados,
humanização nos cuidados ao paciente e sistematização da assistência com
utilização de protocolos específicos, são algumas medidas importantes que podem e
devem ser tomadas em prol da prevenção e contenção de danos.
A análise das literaturas e observâncias deste autor nas assistências,
demonstrou que a maioria dos profissionais que atuam nestes setores têm
consciência da importância do tema proposto e são capazes de apontar as falhas
que acontecem nos seus setores. As maiorias dos profissionais que atuam nestes
setores de cuidados aos pacientes críticos, utilizam a supervisão da equipe como
método de prevenção da iatrogenia. Além disso, observa-se que a assistência
sistematizada deve ser suficientemente capaz na utilização dos cuidados dentro dos
hospitais, pois, caso a aplicabilidade da assistência não for sistematizada e segura,
afetará o trabalho de toda equipe reduzindo a eficiência do atendimento, portanto,
torna-se primordial que a educação continuada e atualização dos conhecimentos
científicos é a melhor forma para se manter profissionais capacitados e habilitados
para diminuir assim o índice das ocorrências iatrogênicas.
Diante do exposto neste estudo literário, torna-se claro que, quando um
profissional tem a total noção da importância do seu papel dentro de um setor,
26
principalmente nos serviços de emergências, seja no atendimento pré-hospitalar, no
atendimento hospitalar ou nas unidades de terapia intensiva, sua atuação deverá ser
ágil, humanizada e pautada nos protocolos específicos, que desta forma poderão,
suprir ao máximo as necessidades fisiopatológicas dos enfermos, evitando assim
danos adicionais e agravos a sua saúde.
27
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