PRÓTESE DE MEMBROS INFERIORES PROF.: ALAN DE SOUZA ARAUJO BREVE HISTÓRICO O relato mais antigo data de 2300 a.C. quando arqueólogos russos descobriram o esqueleto de uma mulher com pé esquerdo artificial. A prótese era composta por um pé-de-cabra adaptado ao coto mediante um encaixe feito pela própria pele dissecada do animal. BREVE HISTÓRICO É certo que a guerra e os trabalhos de arma foram os geradores do progresso em matéria de prótese. Os materiais utilizados sendo no inicio a madeira, o couro (cabedal), o feltro (estufa não trançado feito de pêlos ou de lã aglutinados e comprimidos), o aço e o duralumínio (aliado do cobre e alumínio, duro e leve). A chegada das matérias plásticas revolucionaram a arte da prótese. • Atualmente quase todas as próteses são construídas com resinas sintéticas. • Utilizam em sua construção, vários componentes – joelhos, cotovelos, tornozelos, punhos e ganchos. • Em geral são feitos em metal, mais especificamente em duralumínio e em titânio, por serem mais leves e tão resistentes como o aço. DEFINIÇÃO Prótese: Componente artificial que tem por finalidade suprir necessidades e funções de indivíduos sequelados por amputações, traumáticas ou não. • As próteses podem também ser internas, para substituiçao de articulações ósseas (artroplastias de joelho e quadril). • Geralmente são prescritas por médicos, dentistas, veterinários, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. • Pró = no lugar de Tithemi = eu coloco; PRÓTESE X IMPLANTE • Uma prótese substitui um membro ou uma parte do organismo - prótese de mão (mão artificial, prótese de membro inferior (perna artificial) -, enquanto um implante acrescenta volume ou função a algo que já existe (implante mamário, implante peniano). • Quando uma pessoa perde algum membro do corpo, no lugar é posto uma prótese mecânica. Essa prótese responde a qualquer impulso nervoso , virando um substituto ideal, com a vantagem de ser mais resistente. (???) TIPOS DE PRÓTESES Exoesquelética (convencional): Componentes: As produzidas com componentes plásticos são geralmente utilizadas para confecção de próteses de banho e geriártricas. Vantagens • Sustentação • acabamento estético • Resistência • durabilidade • manutenção das próteses Desvantagens • Não permitem aos pacientes a realização de atividades mais sofisticadas. • Menor opção de componentes • dificuldades para realinhamentos • impossibilidade de intercâmbio rápido de componentes. TIPOS DE PRÓTESES ENDOESQUELÉTICA (MODULARES): Essas próteses oferecem ampla linha de opções para uma protetização eficaz. Este sistema foi lançado em 1969, pela OTTO BOCK. Componentes:, seus componentes podem ser em aço, titânio (metal extremamente leve e resistente), alumínio e fibra de carbono. Vantagens • Constituídas por vários módulos ajustáveis e intercambiais entre si • Leves • Estética • Revestidas de espuma cosmética • Em constante aperfeiçoamento. Desvantagens • Deixam amputação em evidencia • Maior manutenção • Valor mais elevado • Menos duráveis COMPONENTES DE UMA ÓRTESE Prótese para desarticulação do quadril: com componentes em fibra de carbono, demonstrando as diferentes partes: A. encaixe; B. articulação do quadril, com trava opcional; C. peça tubular de acoplamento; D. joelho policêntrico pneumático; E. sistema de pé em lâmina flexível.) 4 Numa prótese transfemoral devem terse em conta 3 pontos importantes que condicionam a marcha do amputado: o encaixe (1), o joelho (2) e o pé (3). *(4) segmento da perna / coxa ENCAIXE É o principal componente da prótese. É o elo entre o coto e a prótese e tem algumas funções: • Englobar o volume do coto sem inibir a circulação sanguínea; • Fixar a prótese ao coto do paciente (sistemas de suspensão); • Transmitir forças • Controlar movimentos. Para cada nível de amputação encontramos diferentes tipos de encaixe. * Liners de silicone JOELHOS Os joelhos têm como função proporcionar estabilidade na fase de apoio e controle na fase de balanço durante a marcha. Esses controles podem ser feitos através de ajustes mecânicos ou até mesmo por microprocessador. Os joelhos são encontrados em modelos convencionais e modulares. Os modulares adaptam-se para todos os níveis de amputação acima do joelho. Atualmente encontramos diferentes tipos de joelhos no mercado JOELHOS • Princípio cinemático Articulação monocêntrica: - centro de rotação fixo Articulação policêntrica: - centro de rotação momentâneo JOELHOS Controle da fase de balanço: • Sistema mecânico: composto por uma mola, limitação velocidade de marcha • Sistema hidráulico e pneumático: controle mais preciso velocidade pendular, adaptação automática diferentes velocidades de marcha JOELHOS • Joelho computadorizado: controlado por microprocessador com fases de apoio e de balanço, oferecendo estabilidade, confiança e funções sem precedentes. TIPOS DE PÉ Pés sem articulação (não articulado) Pé SACH (mais comum): calcanhar macio, absorção impacto, dinamiza marcha, projeção anterior Pé geriátrico: calcanhar + macio, absorção impacto, simula flexão plantar Pé dinâmico: calcanhar macio, antepé flexível, liberação energia Pé Dinamic Plus : estrutura interna, absorção energia, mola forma de “S”, dinamiza marcha Pé articulado • uniaxial TIPOS DE PÉ Pé multiaxial: Facilita a deambulação em terrenos acidentados TIPOS DE PÉ Pés de resposta dinâmica – usado apenas por atletas de corrida. • Pés computadorizados (biônicas) AMPUTAÇÕES X PRÓTESES AMPUTAÇÕES X PRÓTESES O objetivo da protetização é reabilitar o paciente para que ele possa realizar suas atividades normalmente, reintegrando-se à sociedade, permitindo a sua locomoção através da prótese e melhorando sua qualidade de vida e sua autoestima. Muitos pacientes profetizados apresentam desvios ou modificações na marcha, sendo que essas alterações podem ser decorrentes de causas biológicas ou protéticas. Dentre as causas protéticas podemos descrever: • problemas de alinhamento protético, componentes não apropriados e a altura inadequada da prótese, Entre as causas biológicas podemos citar: • fraqueza e encurtamento muscular, áreas hipersensíveis do coto, além de falta de confiança e de segurança do paciente. DESARTICULAÇÃO QUADRIL Prótese canadense (endoesquelética ou exoesquelética) Encaixe: cesto Dificuldade para sentar nivelado uso de articulações modulares, centro de rotação anterior AMPUTAÇÃO TRANSFEMORAL Encaixe quadrilateral – é mais antigo , utilizado em músculos flácidos ou em cotos curtos, A descarga de peso é feita sobre o ísquio. Tem a desvantagem de não ficar bem adaptado como o CAT-CAM e gerar uma grande pressão sobre o ísquio. Encaixe CAT-CAM (Contenção Isquiática) – é indicado para a maioria dos pacientes, pois fica bem adaptado e a descarga de peso é distribuída entre o ísquio e a musculatura da região glútea. Este tipo de encaixe permite maior conforto e melhor função. O sistema ACS (Air Contact System) de encaixe é usado em situação temporárias de fixação, como durante atividades desportivas COLOCAÇÃO DA ÓRTESE Em pacientes idosos, cotos flácidos ou muito curtos nas próteses transfemurais podem provocar a necessidade de utilização de cintos salesianos na região da cintura para proporcionar estabilidade ao paciente. Usuária em ortostase veste o easyfit, abre a válvula da prótese (3C); Usuária coloca o coto no encaixe e passa o easyfit através da válvula em ortostase (3D); O easyfit é retirado, a tampa é fechada e a prótese fica fixa por vácuo (3E). TREINO DE MARCHA DESARTICULAÇÃO JOELHO Coto com boa alavanca e musculatura preservada Apoio distal Suspensão supracondiliana ENCAIXE AMPUTAÇÕES TRANSTIBIAIS • Encaixe PTB (1961) (Patellar Tendon Bearing) Descarga de peso sobre tendão patelar Bordo proximal termina a nível do centro joelho Suspensão supracondiliana ENCAIXE AMPUTAÇÕES TRANSTIBIAIS Encaixe Tipo PTS (1965) (Prothese Tibiale Supracondylienne) • Bordo anterior envolve patela • Pressão sobre tendão quadríceps • Suspensão supracondiliana • Impede hiperextensão joelho ENCAIXE AMPUTAÇÕES TRANSTIBIAIS Encaixe KBM (Kondylen Bettung Munster) Bordo anterior termina abaixo da patela • Descarga peso sobre tendão patelar • Suspensão supracondiliana • OBS: O encaixe nas próteses PTS e KBN devem ser feitos com pinos de fixação. REGIÕES DE ALÍVIO 1. Côndilo femoral medial 2. Côndilo tibial medial 3. Côndilo tibial lateral 4. Tuberosidade tibial 5. Crista tibial 6. Ponto distal da tíbia 7. Cabeça da fíbula 8. Ponto distal da fíbula REGIÕES DE PRESSÃO Utilizar tecidos moles para exercer pressão e descarga parcial de peso AMPUTAÇÃO PIROGOFF AMPUTAÇÃO SYME AMPUTAÇÃO DE CHOPART AMPUTAÇÃO LISFRANC TRANSMETARTARSIANA DESARTICULAÇÃO METATARSOFALANGEANA AVALIAÇÃO PÓS PROTÉTICA FISIOTERAPIA • Avaliação protética; • Colocação e retirada da prótese; • Transferências da posição sentada para a de pé e vice-versa; • Equilíbrio e transferência de peso; • Fases de marcha isoladas; • Marcha e dissociação de cinturas; • Marcha em escadas, rampas e terrenos acidentados; • Atividades desportivas e reacreacionais. DURVAL NICOLELIS