Microsoft PowerPoint - Pinh\343o-Manso e Agroenergia

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Engª. Agrª. Drª. Lília Sichmann Heiffig-del Aguila
Pesquisadora Científica
Centro de Grãos e Fibras / Oleaginosas
PINHÃOPINHÃO-MANSO: NO MUNDO
• Segundo GEXSI - The Global Exchange for Social
Investment (2008), o cultivo e utilização industrial do
pinhão-manso estão em fase inicial de desenvolvimento e
não existe uma real visão de como está este agronegócio,
entretanto em um estudo mundial com mais de 170
especialistas de 55 países, constatou 242 projetos com a
cultura do pinhão-manso em uma área plantada de cerca
de 900.000 ha, sendo que destas 85% (765.000 ha)
localizada na Ásia, aproximadamente, 13% (120.000 ha)
na África e, aproximadamente, 2% (20.000 ha) na
América Latina.
• A previsão é de que a cada ano durante os próximos 5 a 7
anos, aproximadamente 1,5 a 2 milhões de hectares de
pinhão-manso sejam plantados.
Fonte: GEXSI (2008).
Escala de cultivo de pinhão-manso (ha) e distribuição
de projetos no mundo
PINHÃOPINHÃO-MANSO: A PLANTA
• Pertencente à família Euphorbiacea, o pinhão-manso (Jatropha
curcas L.) é uma planta com muitos atributos, usos múltiplos e
potencial considerável.
• A sua utilização como matéria-prima para a produção de
biodiesel, vem sendo amplamente discutida e avaliada, por
atender algumas das premissas básicas do Programa Nacional
de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB:
– balanço energético favorável,
– aproveitamento eficiente do solo,
– geração de empregos,
– inclusão social e a qualidade de vida.
PINHÃOPINHÃO-MANSO: A PLANTA
• Conhecido popularmente como pinhão-depurga, pinhão-de-cerca,
manduigaçu,
figo-do-inferno, grão-de-maluco, tartago.
• Arbusto ou árvore com até 4,0 m de altura
e cerca de 20 cm de diâmetro de tronco,
que é liso, de lenho mole e medula
desenvolvida, porém pouco resistente.
• Folhas verdes, esparsas e brilhantes,
largas e alternas, pecioladas e em forma
de palma com três a cinco lóbulos, com
nervuras esbranquiçadas e salientes na
face inferior.
PINHÃOPINHÃO-MANSO: A PLANTA
• Flores pequenas e de coloração
amarelo-esverdeada, diferenciadas em
masculinas e femininas.
PINHÃOPINHÃO-MANSO: A PLANTA
• Frutos do tipo cápsula, de formato
ovóide, de coloração, inicialmente
verde, passando a amarelo, castanho e,
por fim, preto, quando atinge o estágio
de maturação.
• Cada fruto contém três sementes, que
contêm, em média, 66% de cascas e 50
a 52% de óleo, quando este é extraído
a partir do uso de solventes ou 32 a
35%, quando a extração é feita a partir
da
trituração
e aquecimento da
amêndoa.
• Segundo Amorim (2005) e Saleme (2006) é uma
planta oleaginosa viável para a obtenção do
biodiesel, pois produz, no mínimo, duas toneladas
de óleo por hectare, levando de três a quatro anos
para atingir a idade produtiva, que pode se estender
por 40 anos.
• A produtividade do pinhão-manso varia muito, em
função da região de plantio, método de cultivo e
tratos culturais, idade da cultura, bem como da
quantidade de chuva e da fertilidade do solo.
Composição do fruto de pinhão-manso
Constituintes
Massa de 100
unidades
Umidade
Teor de
óleo
g
g
(%)
Base seca
(%)
Fruto inteiro
86,7
100,0
11,0
28,1
Epicarpo
22,7
26,2
14,8
-
Semente
64,0
73,8
9,5
Casca
24,1
27,8
16,2
Albúmen
39,9
46,0
5,6
38,1
60,8
Fonte: CETEC (2006).
• Casarini
et
al.
(2009)
analisaram
o
farelo
desengordurado quanto ao perfil de minerais e de
aminoácidos, tendo sido observados altos teores de
potássio, fósforo e cálcio, e baixo teor de
contaminantes inorgânicos o que, é favorável para
sua utilização como ingrediente de ração animal.
• Com relação ao principal componente tóxico do
pinhão-manso, o teor de ésteres de forbol nas
amostras de sementes variou de 1,41mg/g a
8,97mg/g,
confirmando
a
necessidade
da
destoxificação do farelo para uso na fabricação de
ração animal.
• O farelo residual é ensacado para aproveitamento
como fertilizante natural, incorporando ao solo
quantidades acentuadas de nitrogênio, fósforo e
potássio, presentes em índices elevados na torta
residual, além da incidência, também significativa, de
cálcio e magnésio, contribuindo para manter um nível
de produtividade mais regular da cultura e diminuindo
o consumo dos fertilizantes químicos.
• A torta obtida a partir do albúmen contém em torno
de 57% de proteína bruta, acrescida de carboidratos,
lipídeos, sais minerais e vitaminas.
• O óleo do pinhão-manso, durante a Segunda Guerra
Mundial, foi empregado, em países como Madagascar
e, então África Ocidental Francesa, como sucedâneo
do óleo lubrificante ou como carburante, diretamente
nos motores de ciclo diesel.
• Utilizado na indústria têxtil, o óleo de pinhão-manso,
adicionado ao óleo de tungue em proporções de até
5%, constitui matéria-prima para a fabricação de
tintas de impressão ou de vernizes, que são utilizados
em
revestimentos
de
lonas
e
de
caixas
condicionadoras.
• No Brasil, até o advento do Programa Nacional de
Produção e Uso do Biodiesel – PNPB, não havia
registros de utilização industrial do óleo e das
sementes, sendo que o interesse maior pela planta
residia na formação de cerca viva e de quebra-ventos,
principalmente no norte e nordeste do Estado de
Minas Gerais.
• Segundo registra-se na história, o óleo de pinhãomanso, no passado, já foi empregado na iluminação
pública nas zonas rurais do Rio de Janeiro e, até
mesmo, de Lisboa, em Portugal.
• No Brasil, atualmente, vem sendo
cultivado e pesquisado para a
produção do biodiesel e ração
animal, constituindo-se em uma
promissora alternativa.
• Avaliações realizadas pela Petrobrás – CENPES no
biodiesel produzido a partir da transesterificação
etílica, sob 60ºC, utilizando 1% de catalisador e 80%
de etanol, consagraram o biodiesel de pinhão-manso
como de excelente qualidade, com todos os
parâmetros atendendo às normas da Agência Nacional
do Petróleo – ANP, notadamente baixa viscosidade
(4,8 cSt), densidade, cor, cetano, insaturação e alto
grau de pureza.
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Produção de mudas
Uma muda mal formada, debilitada, compromete todo
o desenvolvimento da cultura, aumentando seu ciclo e
ocasionando perda da produção.
• Multiplicação do pinhão-manso: sementes ou por estacas.
• Profundidade
germinação.
de
semeadura:
≤
2
cm
=
100%
de
• Transplante: 2 meses.
• O volume, o tamanho e a forma do recipiente no qual a
muda se desenvolve são responsáveis pela qualidade da
muda de pinhão-manso: sacola plástica de 1,7 L = a mais
indicada para a produção de mudas de pinhão-manso.
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Espaçamento
3,0 a 4,0 m entre linhas e 2,0 a 3,0 m entre plantas.
• Época de Semeadura ou Plantio
Cientificamente comprovada não há uma melhor época de
semeadura ou plantio do pinhão-manso.
• Poda
A poda é uma prática de cultivo que consiste em conduzir as
plantas, modificando seu desenvolvimento natural, afim de
equilibrar sua capacidade vegetativa e produtiva, e se obter a
maior produção com frutos de alta qualidade, distribuídos
uniformemente pela totalidade da copa. Também tem por
finalidade, obter plantas de tamanho adequado para executar de
forma funcional os trabalhos de condução.
PINHÃOPINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Poda
A poda diminui efetivamente o tamanho das árvores,
alterando consequentemente seu dossel, e induzindo,
assim, variação em suas reservas de carboidratos (Faust,
1989).
Lozano (2008) recomenda que a poda no pinhão-manso
seja feita a 35 ou 45 cm. de altura, ao início do 2°° período
de chuvas, o que propicia o desenvolvimento de ramos
laterais. A poda de formação em árvores adultas, entre
março e maio mantém a altura das árvores, o que facilita
a colheita dos frutos.
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Consórcio
O pinhão-manso é uma planta adaptada a desenvolver-se
produtivamente com um mínimo de água e em condições
limitadas de nutrientes, podendo ser facilmente intercalado com
outras culturas alimentares ou carburantes, mais exigentes em
água e nutrientes, oferecendo oportunidade aos proprietários
rurais de aumentar a renda da propriedade.
Possíveis culturas intercalares: feijão, amendoim, mandioca,
mamona, arroz, sorgo e uma série de outras culturas.
As flores do pinhão-manso atraem abelhas, podendo ser
intercalado com a cultura do girassol, apresentando elevado
potencial de produção de mel.
Índice de “Uso Eficiente da Terra” (UET) = a área de terra
necessária com as culturas em monocultivo para
proporcionar rendimento equivalente ao obtido com as
culturas consorciadas.
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Nutrição Mineral e Irrigação
Avaliando-se o crescimento do pinhão-manso em função de níveis
de água e adubação nitrogenada, observou-se que as maiores
estimativas para as variáveis de crescimento (altura da planta e
área foliar), foram obtidas na maior dose de nitrogênio e no maior
nível de água no solo estudado. (Albuquerque et al., 2008).
Avaliando-se a tolerância da cultura do pinhão-manso ao
encharcamento do solo observou-se que os sintomas de estresse
por encharcamento foram o murchamento, a queda de folhas e
alargamento do colo do caule, além de escurecimento e
apodrecimento do sistema radicular e redução da massa seca das
raízes. Mesmo apresentando alguns sintomas de estresse, a
planta de pinhão-manso resiste ao encharcamento por período de
pelos menos 20 dias (Sampaio et al., 2008).
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Identificação e controle químico de
plantas daninhas
Apesar de se tratar de uma planta rústica, deve-se manter o
terreno sempre livre de plantas daninhas, principalmente em volta
das plantas, pois a concorrência daquelas em água, ar, luz e
nutrientes pode prejudicar e atrasar o desenvolvimento do
pinhão, além de abrigar pragas e/ou insetos transmissores de
doenças.
Embora os herbicidas visem o controle de plantas daninhas, eles
podem afetar certas propriedades do solo, microrganismos e
mesmo a planta cultivada. Como a seletividade de um tratamento
herbicida decorre de complexa interação entre o herbicida, a
planta e o ambiente, o conhecimento dos fatores que regulam
essa seletividade pode melhorar a eficiência no uso dessas
substâncias, tanto no controle das plantas daninhas quanto na
segurança para as culturas
Em estudo preliminar avaliando a fitotoxicidade causada
por uma série de herbicidas com diferentes modos de ação
e ingredientes ativos observou-se que a cultura do pinhãomanso não é tolerante a aplicação em pós-emergência dos
herbicidas flazasulfuron e mesotrione, apresentando
elevados níveis de fitotoxidez a aplicação em pósemergência dos herbicidas carfentrazone-ethyl e lactofen.
CHLORIMURON-ETHYL
TRIFLOXUSULFURON-SODIUM
LACTOFEN
CARFENTRAZONE-ETHYL
MESOTRIONE
BENTAZON
FLAZASULFURON
CLETHODIM+FENOXAPROP-P-ETHYL
HALOXYFOP-METHYL
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Identificação, quantificação e controle
de pragas e doenças
As pragas e doenças da planta de pinhão-manso no seu estado
selvagem não caracterizam um grande problema. No entanto, em
condições de monocultivo extensivo, pragas e doenças podem vir
a ser problemáticas para a cultura.
Algumas ocorrências de pragas foram verificadas para a cultura,
tais como: saúvas, formigas “rapa-rapa”, ácaro-branco, ácaro
vermelho, tripes, cupins e o oídio.
De todas as pragas a mais prejudicial à planta é a cochonilha. O
seu ataque, algumas vezes, é tão intenso que cobre por completo
o tronco da planta, podendo matá-la. Pulgões podem destruir as
inflorescências.
PINHÃOPINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Identificação, quantificação
pragas e doenças
e
controle
de
• A quantificação de doenças, designada pelo termo
fitopatometria, é indispensável a diversas áreas da
fitopatologia, sendo que seus principais objetivos são estudar o
desenvolvimento de curvas de progresso de doenças ou de
epidemias, avaliar a resistência de cultivares em programas de
melhoramento, determinar o momento ideal de aplicação de
fungicidas para o controle de doenças, fazer comparações da
eficiência de fungicidas, determinar as perdas em função da
intensidade da doença e verificar o efeito de práticas culturais
no controle e na intensidade das doenças.
• A importância da quantificação de doenças tem sido
frequentemente comparada à importância da diagnose, pois de
nada adiantaria conhecer o patógeno de uma enfermidade se
não fosse possível quantificar os sintomas por estes causados
(Amorim, 1995).
PINHÃOPINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Colheita
A maturação dos frutos é completa
com o escurecimento das cápsulas,
quando é realizada a colheita manual
dos frutos, fazendo-se vibrar o pé da
planta, sobre uma lona anteriormente
colocada sobre o solo. Após a colheita,
os frutos são transportados até
terreiros, onde são postos a secar ao
ar, posteriormente passando por
trilhadoras e peneiras para separação
das sementes e das cascas (Silva,
2006).
PINHÃO-MANSO: PESQUISAS
• Melhoramento genético
Uniformidade de produção e qualidade do óleo produzido a partir
das sementes.
PINHÃO-MANSO: INSDÚSTRIA
O esmagamento comercial de pinhão-manso
teve início simbólico no dia 9 de outubro de
2009, durante o I Circuito Nacional sobre
cultura do pinhão-manso, realizado na cidade
de Barbacena-MG, pela Fusermann.
O óleo será transformado em BIOQUEROSENE
nos Estados Unidos e, depois, será utilizado,
como teste, por uma empresa de aviação
comercial brasileira.
PINHÃOPINHÃO-MANSO: RECOMENDAÇÕES
AMBIENTE
MANEJO
PLANTA
PINHÃOPINHÃO-MANSO: RECOMENDAÇÕES
AMBIENTE
MANEJO
PLANTA
Procâmbio é um tecido meristemático primário, constituído por células
alongadas, com citoplasma denso, núcleo evidente e parede primária, que
origina os tecidos vasculares primários (floema e xilema primários)
PINHÃOPINHÃO-MANSO & AGROENERGIA
O pinhão-manso pode ser considerado uma planta rústica,
entretanto, para se obter a partir do
mesmo,
produtividade agrícola e qualidade de óleo, devem-se
manter os tratos culturais básicos como para qualquer
cultura, como calagem e adubação do solo, controle de
plantas daninhas, que concorrem com a cultura por água,
luz e nutrientes, além de abrigar pragas e/ou
transmissores de doenças.
Assim sendo, necessita-se que a cultura do pinhão-manso
seja alvo de muitas pesquisas, visto que ainda não
existem informações suficientes para que se possa
produzir o pinhão-manso de forma racional, uma vez que
esta cultura ainda não foi totalmente domesticada e não
existem, ainda, modelos de manejo e de produção a serem
recomendados para os agricultores.
MUITO OBRIGADA!
Drª LÍLIA SICHMANN HEIFFIG
DEL AGUILA
Pesquisadora Científica
IAC – Centro de Grãos e Fibras
Oleaginosas
[email protected]
INSTITUTO AGRONÔMICO
Centro de Grãos e Fibras
Caixa Postal 28
13075-630 Campinas - SP – Brasil
Fone: (19) 3241-5188 ramal 319
www.iac.sp.gov.br
“O degrau de uma escada não serve simplesmente
para que alguém permaneça em cima dele, destina-se
a sustentar o pé de um homem pelo tempo suficiente
para que ele coloque o outro um pouco mais alto.”
Thomas Huxley
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