MORFOLOGIA DA CULTURA DO PINHÃO

Propaganda
MORFOLOGIA DA CULTURA DO PINHÃOMANSO (Jatropha curcas) SOB ESTRESSE
SALINO.
Israel Mariano da Silva Junior1, Humberto Cristiano de Lins Wanderley Filho1, Polyana Geysa da Silva Cavalcante2,
Sihélio Júlio Silva Cruz3, Antônio Henrique Aquino da Silva1, Felipe Cardoso Souza1, Manuel Vitor Pimentel Passos
Silva1, Eduardo Rebelo Gonçalves4, Lauricio Endres5

INTRODUÇÃO
O biodiesel é uma alternativa como combustível
limpo, pois é uma fonte de energia pouco poluente e
renovável. São várias fontes de biodiesel existentes,
entre elas se destaca o pinhão-manso (Jatropha curcas
L.). Por ser considerado muito rústico e bem adaptado
a falta de água tem uma necessidade hídrica baixa, mais
cresce bem com chuvas anuais acima de 600 mm,
sendo, entretanto, tolerantes ao longo período de
estiagem, porém, com precipitações inferiores a 600
mm, ela paralisa seu crescimento [2] Segundo Severino
et al. [4]. O pinhão-manso desenvolve-se sob condições
climáticas diversas, desde regiões tropicais muito secas
à úmidas, tolerando precipitações pluviométricas entre
600 e 1.500 mm ano-1 .muitas partes dele são usadas
com remédio na medicina popular também e usado
também na fabricação de sabão e tinta.
O pinhão-manso cresce espontaneamente no
Nordeste brasileiro, principalmente nas regiões mais
secas do semi-árido, sendo esta região caracterizada
por apresentar sérios problemas de salinização do solo.
A salinidade afeta a produção de biomassa e altera a
partição de fotoassimilados entre as diferentes partes
das plantas [1,5]. O presente trabalho teve como
objetivo avaliar o acúmulo de massa seca e área foliar
na cultura do pinhão-manso submetido ao estresse
salino.
Material e métodos
O experimento foi conduzido em casa de vegetação
do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal de Alagoas, em Rio Largo-AL. Foram
utilizados vasos com capacidade de sete litros, num
total de 40 vasos com 10 repetições cada. Os
tratamentos utilizados foram: T0 = 0,29 dS.m-1; T1 =
1,76 dS.m-1; T2 = 2,61 dS.m-1; T3 = 3,79 dS.m-1. O
solo foi submetido a cloreto de sódio (NaCl) foi
misturado ao solo e em seguida colocado em repouso
por um período de 195 dias. Os vasos voram
preenchido com o solo até atingir o peso de 8 kg.
Na preparação do solo salino foram adicionado NaCl
em cada vaso de acordo com seus respectivos tratamentos e
com base no peso seco do solo. Para saber o peso seco do
solo será pesada uma amostra fresca de solo em balança
digital, em seguida a amostra foi colocada em estufa de
circulação forçada de ar a 105°C durante 24h, depois de
seco o solo é pesado novamente para saber seu peso seco.
Após o NaCl ser misturado com o solo os vasos e foram
mantidos na capacidade de campo durante um período de
incubação de aproximadamente de 3 meses, para o sal
reagir com o solo.
Durante todo o experimento as plantas foram irrigadas
próximo à capacidade de campo com água destilada. O
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das
plantas teve início quando todas as plantas do controle (T1)
apresentaram seus cotilédones completamente expandidos,
aos 23 dias após a semeadura (DAS). Os vasos em que não
houve germinação foram supridos com plântulas de outros
vasos do mesmo tratamento.
As variáveis de crescimento foram avaliadas
semanalmente, em dez plantas de cada tratamento, onde
foram mensurados altura da planta (cm), diâmetro do coleto
(mm) e número de folhas totais, sendo concluídas aos 100
DAS.
Resultados e Discussão
Com o aumento da salinidade houve redução no
crescimento e desenvolvimento das plantas dos tratamentos
T2 e T3 em relação a T1 (Figura 1). Aos 77 DAS os
tratamentos apresentaram diferença significativa entre si na
altura de plantas (T1=33,77 cm, T2=24,25 cm e T3=15,18
cm) diâmetro do coleto (T1=21,56 mm, T2=17,56 mm e
T3=11,01 mm) e no número de folhas totais (T1=22, T2=16
e T3=6) (Figura 1).
A salinidade reduziu o potencial osmótico de todas as
células da planta, forçando a planta estressada a elevar a
concentração de solutos acima do normal, apenas para
manter o transporte através do floema, que seria governado
por um gradiente de turgor. Tal adaptação exige das plantas
mais energia metabólica extra, com isso reduzindo o
crescimento [3].
________________
1. Aluno do Curso de Agronomia da Universidade Federal de Alagoas - UFAL. E-mail: [email protected]
2. Aluna do Curso de Biologia da Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
3. Aluno do Curso de Mestrado da Universidade Federal de Alagoas - UFAL.
4. Engº Agrº Bolsista CNPq – Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
5. Professor Adjunto do Departamento de Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Alagoas - UFAL.
Referências
[1] GREENWAY, H. & MUNNS Mechanisms of salt
tolerance in nonhalophytes. Annual Review of
Physiology 31: 149-190. 1980.
[2] HENNING, R. K. The Jatropha System in ZambiaEvaluation of the existing jatropha activities and
proposals for an implementation strategy in
Soutern Province of Zambia, 1999. Disponível em
http://www.jatropha.de/zimbabwe. Acesso em: 22 janeiro
2008.
[3] SHANNON, M. C. Adaptation of plants to salinity.
Advaces in Agronomy, p.75-120, v.60, 1996.
[4] SEVERINO, L, S. Viagem á Índia para Prospecção de
Tecnologias sobre Mamona e Pinhão Manso. Campina
Grande: Embrapa do algodão. Documento 153,
2006.56p.
[5] VALE, L. S. et. al. Efeito da salinidade da água sobre
o pinhão-manso. Anais do Congresso Brasileiro de
Biodiesel, 2006.
Altura (cm)
A
35
32,5
30
27,5
25
22,5
20
17,5
15
12,5
10
7,5
5
T2
T3
C
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A
110
Período
21
Diâmetro (mm)
T1
B
B
19
17
T1
15
T2
T3
C
13
11
9
7
Nº de folhas
5
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A
110
Período
B
T1
T2
C
20
30
40
50
60
70
80
90
100
T3
110
Dias Após a Semeadura
Figura 1. Altura (cm), diâmetro do coleto (mm) e número de folhas
de plantas de pinhão-manso submetidas a três níveis de salinidade do
solo com condutividades elétricas de T1 = 0,29 dS.m-1, T2 = 1,76
dS.m-1, T3 = 2,61 dS.m-1, ao longo dos dias após a semeadura.
Médias, aos 100 DAS seguidas pela mesma letra, não diferem entre
si ao nível de 5% de probabilidade.
Download