Alimentação saudável em casa e na escola

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Legenda: Frutas e sucos: opção com sabor e saúde para rechear a lancheira
da criançada
Crédito da foto: Ana Carolina Freitas
Alimentação saudável em casa e na escola
Frutas, sucos e iogurtes são boas opções para substituir alimentos industrializados
ricos em gorduras, açúcar e sal. Consumo excessivo desses produtos pode
causar várias doenças
Fevereiro. Época de volta às aulas. Entre as preocupações dos pais, a
dúvida sobre o que os filhos devem levar em suas lancheiras. Quais alimentos são
mais indicados para um lanche saudável? Se depender da criançada, o cardápio
vira um banquete com muitos doces, biscoitos recheados e salgadinhos
industrializados. O ideal é que os pais incentivem os filhos a adotar uma
alimentação balanceada e diversificada. O Ministério da Saúde desenvolve ações
para estimular hábitos como uma alimentação saudável, o que pode contribuir
para a prevenção de diversas doenças.
“Recomendamos aos pais que, na lancheira, privilegiem alimentos
naturais”, afirma a técnica da Coordenação Geral da Política de Alimentação e
Nutrição do Ministério da Saúde, Dillian Goulart. Segundo os profissionais de
saúde, uma alimentação equilibrada passa necessariamente pelo consumo de
frutas, legumes e verduras.
Refeições menos calóricas e mais naturais podem contribuir para combater
problemas sérios, como a obesidade, que atinge com cada vez mais freqüência as
crianças. Em uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) de 1974, o excesso de peso prevalecia em 4,9% das crianças de 6 a 9
anos de idade. Entre os adolescentes de 10 a 18 anos, 3,7% eram obesos. Em
1997, 14% das crianças brasileiras entre 6 e 18 anos estavam acima do peso. O
crescimento desses índices provavelmente tem ligação com mudanças nos
hábitos dos brasileiros, que ocorreram nos últimos anos, como o aumento no
consumo de alimentos industrializados e de lanchonetes do tipo fast-food e uma
rotina mais sedentária e com menos atividades físicas. Problemas que até então
atingiam adultos – doenças como obesidade, diabetes e hipertensão – hoje
também ameaçam quem está na faixa etária abaixo dos 12 anos. O cuidado com
uma alimentação mais natural, que privilegie frutas, legumes e verduras e com
menos gorduras, açúcar e sal, deve começar cedo para evitar que as crianças
sofram dessas doenças.
Sobrepeso – A obesidade representa hoje um grande problema de saúde para a
população do mundo inteiro. Ser obeso ou estar acima do peso pode trazer sérias
conseqüências para a saúde. Pessoas nessa condição tendem a desenvolver
hipertensão e diabetes, problemas nas articulações e até alguns tipos de câncer.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), hábitos alimentares inadequados
se relacionam a 35% de todos os tipos de câncer.
Para que as crianças tenham uma boa alimentação, o ideal é estimular
hábitos saudáveis desde cedo. “Bebês de 6 meses de idade já começam a provar
outros alimentos além do leite materno. Para que formem um ‘paladar saudável’, é
importante evitar acrescentar açúcar e sal aos alimentos desde essa fase. Se a
criança aprende a conhecer o sabor de frutas e dos legumes bem cedo, vai
aprender a saboreá-los em todas as refeições”, diz Dillian Goulart. Segundo ela, é
importante também combater o sedentarismo e incentivar a prática de esportes e
outras atividades físicas.
Troca saudável – Para Dillian Goulart, algumas dicas simples podem ter
resultados importantes na hora de rechear a lancheira da criança. Por exemplo, os
refrigerantes podem ser substituídos por sucos naturais de fruta. Os sanduíches
podem conter mel, geléia, requeijão ou queijos, de preferência os menos
gordurosos – como o branco – em vez da maionese e dos embutidos, como
mortadela, presunto, salsicha, salame e hambúrguer. “Os alimentos embutidos
somente devem ser consumidos ocasionalmente, por serem ricos em gordura e
sódio que, em excesso, são prejudiciais à saúde”, assinala a técnica do Ministério
da Saúde.
O pão integral também é indicado ao lanche das crianças. Além de dar
energia para as brincadeiras infantis, esse tipo de pão é rico em fibras. Outra
opção interessante, segundo a técnica, é substituir biscoitos recheados e
salgadinhos industrializados por biscoitos sem recheio, bolos caseiros e frutas.
“Os iogurtes, cereais em barra e bebidas lácteas eventualmente também são bem
vindos ao lanche”, acrescenta Dillian.
A melhor opção para transformar a alimentação saudável em hábito vem
com a conscientização. A criança deve conhecer os alimentos e saber sobre os
seus benefícios. Usar de imposição nem sempre funciona. Os pequenos podem
ter liberdade de alternar alimentos como bolos e biscoitos com opções mais
saudáveis como frutas. Por essa perspectiva, as refeições saudáveis deixam de
ser um problema e viram um prazer.
As frutas exercem um papel muito importante nesse processo.
Trazem sabores variados e facilitam na produção de lanches, refeições ou
sobremesas deliciosas e saudáveis. “Morar em um país como o Brasil é vantajoso
pela diversidade de frutas. Cada região oferece opções variadas, como açaí, cajá,
cupuaçu e graviola. Todo estado tem seu prato típico com a fruta da estação,
basta apenas um pouco de criatividade para criar lanches gostosos e divertidos
para a criançada”, ressalta Dillian Gulart.
O Ministério da Saúde desenvolve algumas ações para estimular, na
população, hábitos como uma alimentação saudável. Uma delas foi o lançamento
do Guia Alimentar para a População Brasileira. A publicação coloca a questão
nutricional como prioridade para a saúde pública e dá orientações importantes
sobre uma alimentação saudável. O texto está disponível no portal do Ministério
da Saúde (www.saude.gov.br).
O governo federal também promove a campanha Pratique Saúde.
Veiculada na mídia no Brasil inteiro, essa mobilização já tratou de temas como
hipertensão, diabetes e obesidade, doenças relacionadas diretamente à
alimentação inadequada.
Adaptação – Rosana Carla, 41 anos, é mãe de Débora Hanna, 11, e Rodrigo, 6.
“Desde a primeira consulta ao pediatra de Débora, procuro me informar sobre
quais são os alimentos necessários para a garantir a boa saúde da criança”, diz
Rosana. A mãe procura adaptar a refeição de acordo com o gosto de cada um
dos filhos. “O Rodrigo não gosta muito de verduras, por isso sempre leva uma
frutas na lancheira. Mas nunca traz sobras para casa. Com a Débora não tenho
tanto problema. Ela come de tudo”, elogia a mãe.
Rosana Carla conta que os dois filhos quase nunca comem na cantina do
colégio, mas pedem para visitar as lanchonetes de fast-food. “Por mais que eu
evite, eles sempre querem. Por isso, fiz o trato de ir à lanchonete uma vez a cada
duas semanas”, lembra.
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