Juliane Marafon

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Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
JULIANE MARAFON
EFICÁCIA DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA E DO ULTRASOM PULSADO NA DIMINUIÇÃO DA DOR CRÔNICA
PROVOCADA PELAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES: ESTUDO COMPARATIVO
CASCAVEL
2003
Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste
n. 01-2004 ISSN 1678-8265
JULIANE MARAFON
EFICÁCIA DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA E DO ULTRASOM PULSADO NA DIMINUIÇÃO DA DOR CRÔNICA
PROVOCADA PELAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES: ESTUDO COMPARATIVO
Trabalho de Conclusão de Curso
curso de Fisioterapia do Centro
Ciências Biológicas e da Saúde
Universidade Estadual do Oeste
Paraná – campus Cascavel.
Orientador:
Gladson Ricardo
Bertolini.
Co-orientador:
CASCAVEL
2003
do
de
da
do
Flor
Gustavo
Kiyosen
Nakayama.
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TERMO DE APROVAÇÃO
JULIANE MARAFON
TÍTULO: eficácia do laser de baixa potência e do ultra-som
pulsado na diminuição da dor crônica provocada pelas
disfunções temporomandibulares: estudo comparativo
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do
título graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
.......................................................................
Orientador: Prof. Ms. Gladson Ricardo Flor Bertolini
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
........................................................................
Prof. Alberito Rodrigo de Carvalho
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
........................................................................
Prof. Rodrigo Genske
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
Cascavel, 10/02/04.
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iii
AGRADECIMENTO
Sou grata aos meus pais Adir e Dilce pelo amor, educação, dedicação e apoio
em todos os momentos dessa caminhada. À minha irmã Simone, pela confiança,
amizade e pelas aulas de informática, e a minha nona Rosalina pelas longas
conversas, pela confiança e amor.
Agradeço aos tios, tias e primos, principalmente a tia Mari e a pinha Nu, pelo
afeto, apoio, conselhos, guloseimas e outras coisas mais que me proporcionaram
durante esses anos. À minha tia Marines e ao meu nono José, que partiram no
período da faculdade, ela tão cedo, mas que tenho certeza, me ajudaram muito e
ainda o farão.
Agradeço também aos meus amigos Mauro,Juliana, Drica, Bárbara, Iurguen e
Luciane pela amizade, ajuda, paciência, risos, conversas, brincadeiras, viagens,
festas, almoços, jantares sobremesas e lanches. Enfim, por tudo de bom que vivi
nesses quatro anos. Ah! claro que não podia esquecer de agradecer especialmente a
minha amiga e irmã Juliana, companheira, literalmente, de todas as horas: obrigada
por tudo. Ao meu fer, pela atenção, compreensão, sinceridade, carinho, amor; enfim,
por tantos bons momentos vividos.
Finalmente, agradeço a DEUS, por tantas coisas boas em minha vida.
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iv
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................VI
ABSTRACT................................................................................................... VII
LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................... VIII
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS .................................................. IX
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................................. 1
1.2 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR................................................................... 2
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 5
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................... 6
2.1 ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR................................. 6
2.1.1.1 A mandíbula..................................................................................................... 7
2.1.1.2 A maxila............................................................................................................ 8
2.1.1.3 O osso temporal.............................................................................................. 8
2.1.2 TECIDOS MOLES ................................................................................................. 9
2.1.2.1 Disco articular .................................................................................................. 9
2.1.2.2 Cápsula ..........................................................................................................10
2.1.2.3 Músculos da mastigação .............................................................................12
2.1.2.4 Ligamentos ....................................................................................................14
2.1.3 ESTRUTURAS ASSOCIADAS..........................................................................18
2.1.4 INERVAÇÃO.........................................................................................................18
2.1.5 VASCULARIZAÇÃO............................................................................................18
2.2 BIOMECÂNICA DA ATM ...........................................................................................20
2.3 A DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR .............................................................24
2.3.1 INCIDÊNCIA .........................................................................................................25
2.3.2 ETIOLOGIA ...........................................................................................................25
2.3.3 SINAIS E SINTOMAS .........................................................................................27
2.3.4 MECANISMO DA DOR CRÔNICA E MUSCULAR ........................................30
2.3.5 TRATAMENTO.....................................................................................................34
2.4 ULTRA-SOM ................................................................................................................39
2.5 LASER...........................................................................................................................45
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 50
4 RESULTADOS ............................................................................................ 55
4.2 ULTRA-SOM ................................................................................................................55
4.1 LASER...........................................................................................................................58
4.3 COMPARAÇÃO DA DOR: LASER X ULTRA-SOM .................................................................62
5 DISCUSSÃO............................................................................................................64
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v
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 69
ANEXO I.....................................................................................................................73
ANEXO II. ................................................................................................................................74
ANEXO III...................................................................................................................75
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vi
RESUMO
O termo disfunção temporomandibular (DTM) é utilizado de uma maneira genérica
para definir inúmeras desordens que afetam as articulações temporomandibulares,
os músculos da mastigação, e as estruturas associadas. Esse trabalho apresenta
dois recursos fisioterapêuticos (laser de baixa potência 830 nm e ultra-som pulsado)
aplicados a dores crônicas provocadas pela DTM, tendo como objetivos verificar e
comparar a eficácia desses aparelhos na diminuição do quadro doloroso. Foram
selecionados dez pacientes que apresentavam dor crônica pela DTM, e que não
apresentavam fratura e/ou luxação recidivante da articulação temporomandibular.
Cinco pacientes realizaram tratamento com o ultra-som pulsado na freqüência de 1,0
MHz com dose de 1,0 W/cm2, por 5 minutos; e 5 pacientes, tratamento com laser
contínuo em pontos próximos e sobre área de dor, com dose de 4 J/cm 2. Foram
realizadas terapias diárias, 5 por semana, durante 2 semanas. Aplicou-se uma
avaliação inicial contendo a escala visual analógica de dor (EVAD), uma relação de
sintomas associados, palpação muscular dos músculos associados e mobilidade
articular; essa mesma avaliação foi repetida no final do tratamento. Também se
aplicou uma ficha de evolução diária, contendo a EVAD, que era aplicada antes e
após a terapia. Nos dez pacientes houve redução da dor no final do tratamento: na
terapia com ultra-som o quadro doloroso diminuiu em 49,2%, e com laser a
diminuição foi de 72,4%. Na evolução diária da dor, o laser apresentou, em média,
uma diminuição de 0,8 ponto (na EVAD) contra 1,2 pontos do ultra-som.
Estatisticamente, a analgesia provocada pelo laser no final do tratamento foi
significante (p=0,0367), enquanto que no tratamento com ultra-som não houve
significância (p=0,947); porém, na analgesia imediata o ultra-som foi significante
(p=0,0002), e o laser não apresentou significância (p=0,0757). Pode-se concluir que
o laser foi mais eficaz na analgesia provocada após o término do tratamento, e o
ultra-som foi mais eficaz na analgesia imediata.
Palavras-chave: disfunção temporomandibular, dor, laser, ultra-som.
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vii
ABSTRACT
The term temporomandibular joint disfunction (TMD) is used like a general way to
define many diseases which attack the temporomandibular joint, mastication muscles,
and the structures connected. This paper presents two ways of physiotherapy
treatment (laser on low potency 830 nm and pulse ultra sound) applied to chronic
pain caused to TMD, and its aim is to verify and compare the efficacy of these
apparatus on reducing the pain. It was selected ten patients that had chronic pain
because TMD, and that didn’t have fracture and/or temporomandibular joint’s
recurrent dislocation. Five patients did the treatment with pulse ultra-sound on
frequency of 1,0 MHz with dose of 1,0 W/cm2, for 5 minutes; and 5 patients, with the
treatment with continuous laser on closed points and on pain region, with dose of 4
J/cm2. it was made daily, 5 times in a week, for 2 weeks. It was applied an initial
assessment with a visual analogical scale of pain or (VASP), a relation of associated
symptoms, muscular palpation of the main muscles and joint movement; this same
assessment was repeated in the final of the treatment. It was also applied a daily
evolution form, with the VASP, that was made before and after the session. In the ten
patients occurred a decrease on pain in the final of the treatment: in the ultra-sound
therapy, the pain reduced in 49,2%, and with laser the decrease was of 72,4%. In the
daily pain evolution, the laser presented, mean, a decrease of 0,8 point (in theVASP)
versus 1,2 points of the ultra-sound. With statistic analysis, the analgesia caused for
the laser in the final of the treatment was significant (p=0,0367), while in the treatment
with ultra-sound there wasn’t significance (p=0,947);but, in the immediate analgesia
the ultra-sound was significant (p=0,0002), and the laser didn’t present significance
(p=0,0757). It can be conclude that the laser was more efficient in the analgesia
caused after the finish of the treatment and the ultra-sound was more efficient in the
immediate analgesia.
Key-words: temporomandibular joint disfunction, pain, laser, ultra-sound.
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LISTA DE ABREVIATURAS
DTM: disfunção temporomandibular
DTMs: disfunções temporomandibulares
ATM: articulação temporomandibular
EVAD: escala visual analógica de dor
AsAlGa: laser arsenieto de gálio aluminizado
AsGa: laser arsenieto de gálio
viii
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ix
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS
Figura 1: articulação temporomandibular. Corte Sagital. Vista lateral............................11
Figura 2: Articulação temporomandibular. Músculos da mastigação. Vista lateral. ......13
Figura 3: Músculos da mastigação. Vista lateral. ...............................................................15
Figura 4: ligamentos. Corte paramediano. Vista medial....................................................17
Figura 5: nervo trigêmeo e suas ramificações. ...................................................................19
Figura 6: Vascularização. .......................................................................................................20
Figura 7: escala visual analógica de dor..............................................................................51
Figura 8: forma de aplicação do ultra-som. .........................................................................52
Figura 9: forma de aplicação do laser. .................................................................................53
Gráfico 1:Dor inicial e final da terapia com ultra-som. .......................................................56
Gráfico 2:Evolução diária da dor na terapia com ultra-som..............................................56
Gráfico 3:Dor inicial e final da terapia com laser. ...............................................................59
Gráfico 4:Evolução diária da dor na terapia com laser......................................................60
Gráfico 5:Comparação da dor inicial e final dos tratamentos com laser e ultra-som ...62
Gráfico 6: Comparação da evolução diária da dor com laser e ultra-som. ....................63
Tabela 1: relação dos sintomas associados dos 5 pacientes que receberam a terapia
com ultra-som ..................................................................................................................57
Tabela 2: sensibilidade dolorosa presente na palpação muscular...................................58
Tabela 3: relação dos sintomas associados dos 5 pacientes que receberam a terapia
com laser; início e final da terapia.. ............................................................................60
Tabela 4: sensibilidade dolorosa presente na palpação muscular...................................61
Tabela 5: média dos valores da dor, dos dez pacientes, segundo a EVAD contida na
ficha de evolução diária da dor. ....................................................................................63
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1 INTRODUÇÃO
Esse estudo apresenta dois recursos de tratamento fisioterapêutico para a dor
provocada pelas disfunções temporomandibulares (DTMs). Foram usados o laser de
baixa potência 830nn e o ultra-som terapêutico pulsado, sendo que cada um desses
recursos foi aplicado em um grupo diferente de indivíduos que apresentavam dor
crônica provocada pelas DTMs. Neste capítulo serão abordados os objetivos deste
estudo, a justificativa de sua realização e uma breve revisão sobre a disfunção
temporomandibular e seu tratamento.
1.1 JUSTIFICATIVA
As condutas terapêuticas aplicadas as DTMs estão cada vez mais se
encaminhando para o tratamento conservador, não invasivo. Durante muitos anos os
fisioterapeutas têm sido solicitados a participar do tratamento de pacientes com tais
desordens pelo resultado positivo que os recursos fisioterapêuticos tem mostrado
(NEVES, GUIRRO & GROSSO, 1999). Mas o uso dos recursos fisioterapêuticos no
controle e tratamento da disfunção temporomandibular (DTM) é pouco relatado na
literatura, havendo grande escassez de pesquisas nesta área .
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2
1.2 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
DTM é um termo coletivo que inclui várias condições patológicas que
envolvem a articulação temporomandibular (ATM) e a musculatura mastigatória,
sendo manifestada pela dor e deficiência orgânica do aparato orofacial (SARLANI &
GREENSPAN, 2003).
Segundo FRIEDMAN & WEISBERG (1993), os sintomas da DTM são: dor na
articulação temporomandibular; estalidos e crepitação nessa articulação durante o
movimento; dor nos músculos da mastigação e músculos vizinhos como o temporal,
occiptal, esternocleidomastóideo e trapézio; limitação dos movimentos da mandíbula;
cefaléia; e algumas vezes são observados sintomas auriculares como vertigem,
zumbido, perda de audição, dor auricular e obstrução do ouvido. As dores que são
atribuídas as DTMs e aos músculos da mastigação podem ser classificadas como
dor intra-articular, espasmo muscular, dor intra-articular combinada com espasmos
musculares e dor reflexa (SERAFIM & TEODOROSKI, 2003).
A gravidade que a DTM assume em determinados indivíduos causa limitações
funcionais e, em alguns casos, incapacidade para o trabalho ou mesmo para um
convívio social normal. Segue-se um número alarmante de pessoas afetadas por
algum sinal ou sintoma, que varia entre 50% e 80%, segundo a American Academy
of Oro-facial Pain. A maioria dos trabalhos é concorde em afirmar que, em
decorrência da gravidade das disfunções, aproximadamente 5% a 12% da população
precisam de algum tipo de tratamento (OLIVEIRA, 2002).
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3
Uma combinação entre má oclusão, tensão emocional, estresse, ansiedade e
fatores psicogênicos, resultando espasmos musculares, levam a DTM (TEIXEIRA,
MARCUCCI & LUZ, 1999).
Os fatores predisponentes da DTM são numerosos. Hábitos parafuncionais
como, roer unhas, usar cachimbo, ranger os dentes, vícios da postura de cabeça e
pescoço, deglutição atípica, deslocamento anterior da mandíbula; além de traumas,
estresse
emocional,
hiperatividade
muscular
e
má
oclusão
dentária,
são
considerados fatores importantes no desenvolvimento de alterações da ATM
(NEVES, GUIRRO & GROSSO, 1999).
As condutas terapêuticas aplicadas a DTM estão cada vez mais se
encaminhando para o tratamento conservador, não invasivo. O tratamento
conservador envolve a combinação de procedimentos como aconselhamento,
terapias com placas oclusais, farmacoterapia e fisioterapia. Terapias com laser, ultrasom terapêutico, estimulação nervosa transcutânea (TENS), terapia manual e
iontoforese têm sido realizadas e se mostrado de grande valor no tratamento da DTM
(NEVES, GUIRRO & GROSSO, 1999).
O laser é uma opção terapêutica explorada tanto pela medicina quanto pela
odontologia e fisioterapia, o qual se caracteriza por apresentar uma emissão de luz
coerente, monocromática, unidirecional e com grande concentração de fótons
(NEVES, GUIRRO & GROSSO, 1999). Esse recurso é indicado para os quadros
dolorosos da DTM, para melhorar a função mastigatória e nos processos
inflamatórios intra-articulares. Seu êxito deve-se às particularidades de respostas
que induz nos tecidos, como redução de edema, diminuição do processo
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inflamatório, aumento da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização
(SERAFIM & TEODOROSKI, 2003).
O equipamento de ultra-som é um dos recursos mais utilizados na prática
clínica de fisioterapeutas. Esse equipamento pode apresentar freqüências de 1 e 3
MHz, com sua intensidade podendo variar de 0,01 a 3,0 W/cm 2 e pode operar tanto
no regime pulsado quanto no contínuo. O ultra-som produz efeitos térmicos e
mecânicos nos tecidos da área irradiada pelas ondas sonoras. Como efeitos térmicos
podem ser notados: aquecimento profundo nos tecidos, ocasionando aumento do
fluxo sanguíneo no local com conseqüente redução do edema e da dor; aumento da
permeabilidade da membrana celular; e aumento da distensibilidade das fibras
colágenas. Esses efeitos são predominantes na forma de onda contínua e decorrem
da absorção das ondas mecânicas pelos tecidos biológicos e sua conversão gradual
em calor. Como efeitos mecânicos, notam-se: cavitação estável e microfluxo
protoplasmático, predominante na forma pulsada (NEVES, GUIRRO & GROSSO,
1999; LEÓN, SOLANA & GARCÍA, 1998).
O ultra-som encontra aplicação no tratamento da DTM devido à sua
capacidade de favorecer a regeneração tissular, de aumentar a amplitude de
movimento articular em decorrência do aumento da extensibilidade do colágeno, de
reduzir o espasmo muscular e de aliviar a dor, contribuindo assim, na resolução de
processos inflamatórios crônicos (NEVES, GUIRRO & GROSSO, 1999).
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5
1.3 OBJETIVOS
Esse trabalho tem como objetivo geral verificar a eficácia do laser de baixa
potência e do ultra-som na diminuição da dor crônica provocada pelas DTMs.
Os objetivos específicos são:
(1) Comparar a eficácia desses dois recursos fisioterapêuticos na analgesia da
DTM;
(2) Melhorar as limitações dos indivíduos, causados pela dor, com a melhora da
sintomatologia dolorosa.
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2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ANATOMIA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
A articulação temporomandibular (ATM) é uma estrutura especializada dentro
do complexo craniomandibular. Este complexo com seus componentes isolados
funcionam em conjunto a fim de prover os mecanismos da fala, da mastigação,
deglutição, respiração e outras funções. A ATM e todos os componentes isolados
dentro do complexo craniomandibular, como os dentes, músculos, nervos e
ligamentos,
são
coletivamente
conhecidos
como
sistema
estomatognático
(HELLAND, 1994). Além disso, há um intrincado sistema de controle neurológico que
regula e coordena todos esses componentes estruturais (OKESON, 2000).
2.1.1 COMPONENTES ESQUELÉTICOS
A ATM, localizada anteriormente ao ouvido externo, é uma articulação entre o
processo condilar da mandíbula e a eminência articular do crânio. Essas superfícies
articulares são recobertas mais por fibrocartilagem do que por cartilagem hialina. A
cabeça condilar da mandíbula lembra uma bola de futebol americano, com
terminações pontudas apontando médio-lateralmente. O limite anterior desta fossa é
formado por um bordo ósseo transverso, a eminência articular (FRIEDMAN &
WEISBERG, 1993).
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Existem três componentes esqueléticos importantes que compõem o sistema
mastigatório. Dois suportam os dentes: a maxila e a mandíbula. O terceiro, o osso
temporal, suporta a mandíbula em sua articulação com o crânio (OKESON, 2000).
O osso temporal ao longo da eminência articular, da fossa glenóide e da
espinha glenóide posterior se articula com o disco, o qual por sua vez, se articula
com o côndilo mandibular (LOUDON, BELL & JOHNSTON, 1999).
2.1.1.1 A mandíbula
A mandíbula é o maior e mais forte osso da face, tendo um corpo em forma de
ferradura com duas projeções principais contínuas em cada um dos lados com o
ramo mandibular. Este grosso corpo possui margem inferior arredondada com um
processo alveolar na margem superior. O ramo é uma fina lâmina quadrilátera que se
estende posteriormente do sulco para artéria facial (sulco antegonial) ao ângulo
mandibular. Os dois processos ascendentes são o processo coronóide anterior (para
as inserções musculares) e o processo condilar posterior que se articula com a fossa
glenóide do crânio (HELLAND, 1994).
A mandíbula não tem nenhuma inserção óssea com o crânio. É sustentada
abaixo da maxila por músculos, ligamentos, e outros tecidos moles, os quais
possibilitam a mobilidade necessária para a função com a maxila (OKESON, 2000).
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2.1.1.2 A maxila
No desenvolvimento embrionário existem dois ossos maxilares que se fundem
na sutura mesopalatal. Esses ossos formam a maior parte do esqueleto facial
superior. A borda da maxila se estende superiormente para formar o assoalho da
cavidade nasal e o assoalho de cada órbita. Inferiormente, os ossos maxilares
formam o palato e os rebordos alveolares, que suportam os dentes. Como os ossos
maxilares são pressionados aos componentes ósseos vizinhos do crânio, os dentes
maxilares são considerados como a parte fixa do crânio, e assim, são as partes
estacionárias do sistema mastigatório (OKESON, 2000).
2.1.1.3 O osso temporal
O côndilo mandibular se articula na base do crânio com a porção escamosa
do osso temporal. Esta porção do osso temporal é composta pela fossa mandibular
côncava, na qual o côndilo se situa e é chamada de fossa articular ou glenóide.
Posteriormente à fossa mandibular está a fissura escamo-timpânica, que se estende
médio lateralmente. À medida que essa fissura se estende medialmente, ela se
divide anteriormente em fissura petroescamosa e posteriormente em fissura
petrotimpânica. Na parte imediatamente anterior a fossa mandibular há uma
proeminência óssea chamada eminência articular; seu grau de convexidade é
altamente variável; e sua inclinação determina a trajetória do côndilo quando a
mandíbula esta posicionada anteriormente. O teto posterior da fossa mandibular é
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bem fino, indicando que esta área do osso temporal não é designada para suportar
forças pesadas. A eminência articular, entretanto, consiste de um osso espesso e
denso, por isso mais susceptível de tolerar tais forças (OKESON, 2000).
2.1.2 TECIDOS MOLES
Os tecidos moles, tais como as cápsulas articulares, músculos da mastigação
e ligamentos, articulam a mandíbula ao crânio. Os componentes articulatórios da
ATM são separados e interpostos pelo disco articular, que divide o espaço articular
em um compartimento superior e um inferior (FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
2.1.2.1 Disco articular
O menisco ou disco articular (figura 1) é uma placa fibrosa oval de grande
firmeza, sendo côncava na sua superfície inferior e oval quanto à forma. O disco
divide a ATM em dois compartimentos, o espaço superior da articulação é ocupado
pelo tubérculo, e o inferior no qual se encontram o côndilo e o disco (HELLAND,
1994).
Funcionalmente, o disco articular atua como um osso não calcificado que
permite os movimentos complexos da articulação (OKESON, 2000).
O disco articular, composto de tecido conjuntivo denso fibroso, na maior parte
é destituído de vasos sanguíneos e fibras nervosas. A periferia extrema do disco,
entretanto, é ligeiramente inervada. No plano sagital o disco pode ser dividido em
três regiões de acordo com sua espessura. A área mais central é mais fina e é
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chamada de zona intermediária. O disco se torna consideravelmente mais espesso
anterior e posteriormente à zona intermediária. A borda posterior é geralmente mais
espessa do que a anterior. Numa vista anterior o disco é geralmente mais espesso
medialmente do que lateralmente, o que corresponde a um espaço maior entre o
côndilo e a fossa articular em direção a parte medial da articulação (OKESON, 2000).
O disco articular é inserido posteriormente a uma região de tecido conjuntivo
frouxo que é altamente vascularizada e inervada. Essa área é conhecida como tecido
retrodiscal ou inserção posterior. O disco está inserido no ligamento capsular não
apenas anteriormente e posteriormente, mas também medialmente e lateralmente.
Isso divide a articulação em duas cavidades distintas. As superfícies internas das
cavidades são revestidas de células endoteliais especializadas que formam a
membrana sinovial. Esta membrana, juntamente com outra membrana sinovial
especializada, localizada na borda anterior dos tecidos retrodiscais, produz o liquido
sinovial, o qual preenche as cavidades articulares (OKESON, 2000).
Além da lubrificação celular, o liquido sinovial tem a função de suprir as
necessidades metabólicas dos tecidos articulares; e as células altamente
especializadas da membrana, realizam fagocitose e tem participação nas reações
imunológicas (FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
2.1.2.2 Cápsula
A ATM está envolta por uma cápsula articular frouxa, relativamente pouco
fibrosa. Superiormente, a cápsula envolve a fossa mandibular; inferiormente, ela se
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insere no colo condilar, abaixo da inserção do disco; posteriormente, a cápsula se
funde com a inserção posterior do disco; anteriormente, o disco e a cápsula são
fundidos, permitindo a inserção de algumas fibras do pterigóideo lateral (cabeça
superior) diretamente no disco. Assim, a cápsula está inserida no disco, ao longo de
toda circunferência. A superfície da cápsula está reforçada por um espessamento
triangular, o ligamento temporomandibular. A superfície interna da cápsula da ATM é
alinhada por uma camada simples de células conhecidas como membrana sinovial
(FRIEDMAN & WEISBERG, 1993) (figura1 e 4).
Figura 1: articulação temporomandibular. Corte Sagital. Vista lateral.
Fonte: SOBOTTA, 1993.
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2.1.2.3 Músculos da mastigação
Para a mastigação são importantes quatro pares de músculos: masseteres,
pterigóideo lateral e medial, e temporal (figura 2 e 3). Embora não sejam
considerados
músculos
da
mastigação,
os
músculos
digástricos
também
desempenham papel importante na função mandibular (OKESON, 2000). Os
músculos da mastigação se originam do crânio e se inserem na mandíbula
(FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
O músculo masseter se origina do arco zigomático e passa inferior e
posteriormente, para se inserir na superfície externa do ramo mandibular; sua
extensão inferior está bem próxima ao ângulo da mandíbula. Este músculo é dividido
em uma porção superficial e outra profunda; as fibras profundas apresentam uma
direção vertical (FRIEDMAN & WEISBERG, 1993). As fibras do músculo masseter,
quando se contraem, projetam a mandíbula para cima e os dentes são trazidos para
o contato. Ele é um músculo poderoso que fornece força necessária para uma
mastigação eficiente. A porção superficial também ajuda na protrusão (OKESON,
2000).
O músculo pterigóideo lateral (externo) consiste numa cabeça grande
inferiormente e pequena superiormente; ambas agindo separadamente. O músculo
geralmente repousa em um plano horizontal, correndo posterior e lateralmente. A
cabeça inferior nasce da superfície lateral da placa pterigóidea lateral e se estende
até a superfície anterior do colo condilar. A cabeça superior nasce da superfície
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infratemporal da grande asa do osso esfenóide e se estende até o disco articular
(FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
O músculo pterigóideo medial (interno) é quase perpendicular ao músculo
pterigóideo lateral, originando-se sobre a superfície medial da placa pterigóidea
lateral. Ele se insere na superfície mandibular, formando a porção mais interna do
apoio mandibular. Sua forma e direção antero-posterior são similares as do músculo
masseter. Entretanto, suas fibras estão dirigidas medialmente (FRIEDMAN &
WEISBERG, 1993).
Figura 2: Articulação temporomandibular. Músculos da mastigação. Vista lateral.
Fonte: NETTER, 1999.
O músculo temporal em forma de leque origina-se da fossa temporal e se
insere por intermédio de um forte tendão no processo coronóide da mandíbula. Em
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função de sua ampla origem e estreita inserção, este músculo é bem adaptado para
delicadas alterações posicionais da mandíbula (FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
Os músculos masseter e pterigóideo medial são poderosos elevadores da
mandíbula e auxiliam na protrusão mandibular. O músculo pterigóideo lateral é o
principal depressor da mandíbula e também o principal responsável pelos
movimentos mandibulares anterior e lateral. O músculo temporal auxilia os músculos
pterigóideos e masseter na elevação da mandíbula: suas fibras posteriores fazem a
retração da mandíbula. O músculo temporal é responsável pela manutenção da
postura da mandíbula (FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
O músculo digástrico é dividido em duas porções. O feixe posterior se origina
da chanfradura do mastóide, medial ao processo mastóide; as fibras do feixe
posterior correm par a frente, para baixo e para dentro até o tendão intermediário
inserido no osso hióide. O feixe anterior se origina numa fossa na superfície lingual
da mandíbula; bem acima da borda inferior e próximo a linha média; e suas fibras se
estendem para baixo e para trás para inserir no mesmo tendão intermediário, como o
feixe posterior (OKESON, 2000). Os músculos digástricos são responsáveis pela
abertura completa da mandíbula e também auxiliam na retração da mesma
(FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
2.1.2.4 Ligamentos
Como qualquer sistema articular, os ligamentos têm um papel importante na
proteção das estruturas. Os ligamentos da articulação são feitos de tecido conjuntivo
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colagenoso, que não se estiram. Eles não atuam ativamente na função da
articulação, mas agem passivamente como agentes limitadores ou de restrição de
movimentos. Três ligamentos funcionais suportam a ATM: o ligamento colateral, o
ligamento capsular e o ligamento temporomandibular (figura 4). Existem também dois
ligamentos acessórios: o esfenomandibular e o estilomandibular (OKESON, 2000). O
ligamento temporomandibular e a cápsula articular são considerados como sendo
um, e poderia ser classificado como um ligamento lateral ou como o ligamento
temporocondilar (HELLAND, 1994).
Figura 3: Músculos da mastigação. Vista lateral.
Fonte: NETTER, 1999.
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O ligamento temporomandibular se estende da superfície lateral e inferior do
arco zigomático à superfície lateral do processo condilar e seu colo condilar. A
direção posterior e inferior deste ligamento permite uma ação pendular durante a
translação condilar. As fibras em forma de leque, sendo horizontais e verticais,
permitem a limitação do movimento da mandíbula (retração), evitando forças de
compressão no tecido através do côndilo. Este ligamento irá resistir, também, ao
deslocamento condilar excessivo, uma vez que suas fibras horizontais e profundas
se estendem da crista do tubérculo articular ao pólo lateral dos côndilos (HELLAND,
1994). A porção horizontal interna também protege o músculo pterigóideo lateral de
estiramento (OKESON, 2000).
Os ligamentos colaterais (discais) prendem as bordas medial e lateral do disco
articular aos pólos do côndilo e são dois: o ligamento discal medial, que prende a
borda medial do disco ao pólo medial do côndilo; e o ligamento discal lateral, que
prende a borda lateral do disco ao pólo lateral do côndilo; eles atuam para restringir o
movimento do disco fora do côndilo; assim esses ligamentos são responsáveis pelos
movimentos de abertura da ATM, a qual ocorre entre o côndilo e o disco articular.
São inervados e vascularizados, e a inervação proporciona informação sobre a
posição da articulação; esforços excessivos nesses ligamentos produzem dor
(OKESON, 2000).
O ligamento capsular envolve toda a ATM. Suas fibras são inseridas
superiormente no osso temporal ao longo das bordas das superfícies articulares da
fossa mandibular e eminência articular. Inferiormente, as fibras do ligamento capsular
se inserem no pescoço do côndilo. O ligamento capsular age para resistir a qualquer
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força medial, lateral ou inferior que tende a separar ou deslocar as superfícies
articulares. Uma função importante desse ligamento é reter o fluído sinovial. Ele é
bem inervado, proporcionando estímulo proprioceptivo sobre a posição e movimento
da articulação (OKESON, 2000).
Os ligamentos esfenomandibular e o estilomandibular (figura 4) são
considerados ligamentos acessórios relativamente fracos, que exercem pouca ou
quase
nenhuma
influência
na
mandíbula
(HELLAND,
1994).
O
ligamento
esfenomandibular não tem nenhum significado como limitante do movimento da
mandíbula; e o ligamento estilomandibular limita apenas protrusão excessiva da
mesma (OKESON, 2000).
Figura 4: ligamentos. Corte paramediano. Vista medial.
Fonte: NETTER, 1999.
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2.1.3 ESTRUTURAS ASSOCIADAS
O equilíbrio de forças em torno dos dentes na cavidade oral é mantido intraoralmente pela língua e extra-oralmente pelos músculos orbicular da boca e
bucinador. O adulto apresenta 32 dentes, sendo 16 no maxilares e 16 na mandíbula.
Eles são fixos nos processos alveolares maxilares e mandibulares. A membrana
mucosa que recobre os arcos dentais perto dos dentes é denominado gengiva
(FRIEDMAN & WEISBERG, 1993).
2.1.4 INERVAÇÃO
A inervação da ATM é feita pelo nervo trigêmeo (figura 5), que tem ação
sensorial e motora. Ramos do nervo mandibular fornecem a inervação aferente. A
maioria da inervação é fornecida pelo nervo aurículo-temporal, quando ele deixa o
nervo mandibular por trás da articulação e sobe lateralmente e superiormente para
envolver a região posterior da articulação. Inervação adicional é fornecida pelos
nervos profundotemporal e massetérico (OKESON, 2000).
2.1.5 VASCULARIZAÇÃO
A ATM é fartamente irrigada por uma variedade de vasos que a circundam
(figura 6); posteriormente, a artéria temporal superficial; anteriormente, a artéria
meníngea média; inferiormente, a artéria maxilar interna. Outras importantes artérias
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são a auricular profunda, anterior timpânica e a artéria faríngea ascendente. O
côndilo recebe irrigação vascular através de seu estreito espaço pela artéria alveolar
inferior e também recebe irrigação de vasos alimentadores que entram diretamente
dentro da cabeça condilar (anterior e posteriormente) através de vasos maiores
(OKESON, 2000) (figura 6).
Figura 5: nervo trigêmeo e suas ramificações.
Fonte: NETTER, 1999.
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2.2 BIOMECÂNICA DA ATM
A ATM é um sistema articular extremamente complexo. O fato de que duas
ATMs sejam conectadas pelo mesmo osso (a mandíbula) complica bastante a função
de todo sistema mastigatório. Cada uma das articulações pode ao mesmo tempo agir
de forma diferente e separadamente, mas não completamente sem alguma influência
uma da outra (OKESON, 2000).
Figura 6: Vascularização.
Fonte: NETTER, 1999.
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A ATM proporciona um movimento de dobradiça em um plano e dessa forma
pode ser considerada uma articulação do tipo gínglemo. No entanto, ao mesmo
tempo proporciona movimentos de deslize, o que classifica como uma articulação
artroidal. Assim ela pode ser tecnicamente considerada uma articulação gínglimo
artroidal. Além disso, a ATM é classificada como uma articulação composta (formada
de no mínimo três ossos), pois o disco articular funciona como um terceiro osso
(OKESON, 2000).
Os movimentos fisiológicos da mandíbula, segundo FRIEDMAN & WEISBERG
(1993), são:
(1) posição de descanso, quando a mandíbula está em repouso, olhos
horizontais, dentes afastados (2-5 mm de espaço livre) e lábios em ligeiro contato;
(2) posição de dobradiça, os côndilos repousando o mais para trás possível,
dentes livres de contato;
(3) a posição oclusal cêntrica, postura mandibular normal com contato total dos
dentes e com todos os sistemas estomatognáticos relacionados em equilíbrio e sem
estresse;
(4) relação oclusal protrusiva, os 4 incisivos inferiores em contato com as pontas
incisivas dos centrais superiores e parte dos laterais;
(5) relação oclusal lateral, os dentes postero-superiores e inferiores do lado
ipsilateral em contato com as cúspi des linguais e bucais.
A articulação inferior, constituída da mandíbula caudalmente e do disco
cranialmente, é responsável pela rotação; e a articulação superior, consistindo do
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disco caudalmente e do temporal cranialmente, é responsável pela translação
(EDMOND, 2000).
Na rotação, os côndilos giram em relação ao disco, enquanto o disco gira em
relação a eminência articular. Quando a rotação está no seu máximo, ocorrem
aberturas posteriores no compartimento superior através de um deslizamento ou
movimento de translação do côndilo e deslizamento do disco ao longo do declive da
eminência articular. O deslizamento ou translação pode ser executado lateralmente a
fim de produzir um desvio lateral da mandíbula. Durante o desvio lateral direito, o
disco e o côndilo da ATM esquerda escorregam para baixo, medialmente e para
frente ao longo da eminência, enquanto o disco da ATM direita e o côndilo ficam
perto de sua posição posterior, girando lateralmente em torno de um eixo de desvio
vertical (HELLAND, 1994).
Durante a abertura da mandíbula, a rotação e a translação ocorrem
simultaneamente e com uma razão similar pela amplitude de movimento (EDMOND,
2000). A cabeça inferior do pterigóideo lateral, digástrico, e outros músculos hióides
(gênio-hióideo e milo-hióideo) também contribuem (HELLAND, 1994).
No fechamento da mandíbula, o temporal, o masseter e o pterigóideo medial
são os principais movedores para o fechamento, trabalhando simultaneamente com
a cabeça superior do pterigóideo lateral, provendo estabilização adequada ao
menisco. As variações dos componentes dentro de cada músculo, especialmente o
temporal e o masseter, funcionarão mais fortemente quando a mandíbula estiver em
diferentes posições. O temporal posterior retrai a cabeça condilar, mas só se a
transformação tiver ocorrido. Se ocorrer a rotação dos côndilos, provendo
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aproximadamente 10-15 mm de abertura mandibular, a contração combinada destes
músculos tende a ser igual (HELLAND, 1994).
A protrusão e a retração ocorrem por meio de movimento de deslizamento,
com pouca ou nenhuma rotação (EDMOND, 2000). Na protrusão os pterigóideos
lateral (cabeça inferior) e medial mostram maior atividade. O masseter e o temporal
atuam com o pterigóideo medial. Há também certa atividade nos músculos digástrico
e gênio-hióideo, para estabilização necessária do osso hióide. Na retração, tanto as
porções mediais quanto as posteriores do temporal são ativas, com certa atividade
no digástrico, milo-hióideo e na porção profunda do masseter (HELLAND, 1994).
Com o deslizamento lateral, o lado para onde o movimento está ocorrendo
gira e muda um pouco lateralmente e o lado oposto desliza para frente, medialmente
e para baixo (EDMOND, 2000). As fibras posteriores do temporal, digástrico, milo hióideo e gênio-hióideo agem juntos no lado ipsilateral, enquanto os músculos
pterigóideo lateral e temporal são ativos no lado contralateral. Há também menos
atividade no digástrico, milo-hióideo e gênio-hióideo ao estabilizarem o hióideo
durante o movimento mandibular (HELLAND, 1994).
OKESON (2000) lembra ainda, que os ligamentos não participam do
movimento e nem estiram; eles agem como guias, restringindo os movimentos.
Também relata que as estruturas articulares da ATM devem ser mantidas em contato
constantemente, e este contato é produzido pelos músculos.
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2.3 A DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
As DTMs, também chamadas de distúrbios craniomandibulares, são um
conjunto de termos abrangendo um número de problemas clínicos que envolvem a
musculatura mastigatória, articulação temporomandibular e estruturas associadas
(NEVES, GUIRRO & GROSSO, 1999).
O tema dos transtornos da articulação temporomandibular foi e tem sido
através do tempo muito controverso, pois existe uma grande diversidade de critérios
em relação a sua denominação, etiologia, assim como seu diagnóstico e tratamento.
Atualmente se utiliza o termo disfunção do aparelho temporomandibular em lugar de
articulação temporomandibular, pois, não são somente alterações da articulação
propriamente dita que provocam as disfunções, mas, também, estruturas vizinhas a
elas, como músculos e sistema dentário, deixando o termo mais abrangente
(URRUTIA, SOLANO & RODRÍGUEZ, 1998).
Também se faz necessário incluir na definição das DTMs toda patologia
subjacente do contexto mastigatório, oclusal e também o que se manifesta pelas
interações neurológicas e biomecânicas. A verdadeira essência das disfunções recai
sobre a discrepância da estrutura e da posição funcional de todo complexo muscular,
articular e oclusal (VELANDO et al., 2002).
Segundo OLIVEIRA (2002), DTM é considerada um subgrupo de desordens
músculo-esqueléticas e reumatológicas e representa a principal causa de dor não
dentária da região orofacial.
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2.3.1 INCIDÊNCIA
Segundo a AMERICAN ACADEMY OF OROFACIAL PAIN (1996), segue-se
um número alarmante de pessoas afetadas por um sinal ou sintoma da DTM, que
varia de 50% e 80%; e que 5% a 12 % da população precisa de algum tipo de
tratamento.
Segundo SARLANI & GREENSPAN (2003), a DTM afeta 12% da população e
prevalece em mulheres em idade reprodutiva.
OLIVEIRA (2002) calcula que 8,5 milhões de brasileiros em aproximadamente
170 milhões precisariam de algum tipo de tratamento.
2.3.2 ETIOLOGIA
A etiologia da DTM ainda é questão de relevante investigação. Primeiramente
acreditou-se que a oclusão era o fator mais importante neste processo. Tentava-se
associar hiperatividade muscular a distúrbios oclusais. Depois, também se observou
que estes pacientes apresentavam, em sua maioria, distúrbios emocionais,
passando-se a considerar as desordens psicológicas como fatores precipitantes
(OLIVEIRA, 2002).
Segundo VELANDO et al. (2002), existem múltiplas causas para as DTMs.
São elas:
(1) má-oclusão devido à ausência de um ou mais, dentes e/ou a migração desses
dentes remanescentes;
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(2)
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aumento da tensão do músculo masseter (relacionado com a contenção de
emoções);
(3)
perda da distância vertical entre molares quando estão ausentes ou
desgastados (bruxismo);
(4)
traumatismo de uma ou ambas ATMs, podendo chegar a provocar uma
miosite, espasmo muscular, etc;
(5)
incapacidade total ou parcial para a abertura da boca;
(6)
sensação anormal associada com movimentos da mandíbula (ruídos, etc.);
(7)
atividade parafuncional sustentada e crônica e hábitos nervosos como o
bruxismo, morder o lábio, fechar fortemente a boca, chupar o dedo e qualquer outro
hábito oral não relacionado com a mastigação. Geralmente a parafuncionalidade
aparece de forma intermitente leve e não requer tratamento, se é moderada ou
severa, pode causar uma destruição ou estragos nas estruturas orais, causando
desgaste dos dentes, transtornos internos e disfunções musculares;
(8)
hipertonia
alterações no disco interarticular. Por deslocamento anterior causado por
crônica
do
músculo
pterigóideo
externo,
déficit
nutricional
ou
traumatismos, tanto agudos como crônicos;
(9)
problemas articulares da ATM como artrite ou anquilose;
(10) relação do palato duro com a mandíbula e o esfenóide;
(11) assincronia dos ossos temporais na exploração cranial. Normalmente um
está mais rodado internamente e o outro mais externamente;
(12) sons de ranger, causados por tensões anormais nos músculos que cruzam a
ATM e ocultam as superfícies articulares;
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(13) postura em anterioridade da cabeça leva a um encurtamento e uma maior
tensão dos músculos cervicais posteriores, o que pode chegar a provocar mudanças
nos contatos oclusivos;
(14) fenômeno de facilitação do terceiro ramo do nervo trigêmio (mandibular) por
disfunção da sutura.
Segundo GUEDES, YI & VIEIRA (2003), as desordens funcionais dos
músculos da mastigação causadas pela hiperatividade muscular correspondem à
80% da etiologia das DTMs. A hiperatividade dos músculos da mastigação é
bastante comum em indivíduos ansiosos, que realizam a prática de hábitos
parafuncionais como mascar goma, fumo, realizar onicofagia, bruxismo (contração
excêntrica), apertamento (contração cêntrica), utilizar instrumentos musicais como
flauta e saxofone, pousar o mento na palma da mão, apoiar o telefone entre a orelha
e o ombro e posições inadequadas ao dormir, onde há interferência no
posicionamento da mandíbula. A prática desses hábitos é agravada em situações de
estresse emocional.
Atualmente considera-se que a DTM é de etiologia multifatorial e que
freqüentemente o tratamento é multi ou interdisciplinar (OLIVEIRA, 2002).
2.3.3 SINAIS E SINTOMAS
A disfunção do aparelho temporomandibular compreende um conjunto de
sinais e sintomas como resultado das alterações quantitativas e qualitativas da
função dos componentes do aparelho mastigatório e que em geral estão
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relacionados com fatores psicológicos do paciente (LEÓN, SOLANA & GARCÍA,
1998).
Visto que a articulação temporomandibular tem como característica principal
apresentar uma íntima relação com os elementos dentais tanto no sentido biológico
como mecânico e fisiológico, parece claro que todos os problemas de má-oclusão
afetam direta ou indiretamente a articulação, as estruturas internas e externas, os
músculos, ligamentos, cápsula e disco, assim como podem induzir alterações no
padrão
de
informação
proprioceptivo,
partindo
da
própria
articulação
temporomandibular para o sistema nervoso central (MOLINA, 1995).
Segundo MANFREDI, SILVA & VENDITE (2001), as DTMs foram identificadas
como a principal causa de dor não-dental na região orofacial. O sintoma doloroso em
geral está localizado nos músculos da mastigação, área pré-auricular e/ou nas
ATMs, sendo consideradas uma subclasse das desordens musculoesqueléticas.
Distúrbios articulares como deslocamento do disco, estalo articular,
crepitação, sensação de fechamento do ouvido, limitação do movimento, subluxação,
espasmo e miosite são os sinais e sintomas que têm sido atribuídos a diversos tipos
de má-oclusão que funcionam como um estímulo que altera a função normal dos
componentes internos e externos da articulação (MOLINA, 1995).
Segundo FRIEDMAN & WEISBERG (1993), os sintomas da DTM são: dor na
articulação temporomandibular; estalidos e crepitação nessa mesma articulação
durante o movimento; dor nos músculos da mastigação e músculos vizinhos como o
temporal, occiptal, esternocleidomastóideo e trapézio; limitação dos movimentos da
mandíbula; cefaléia; e algumas vezes são observados sintomas auriculares como
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vertigem, zumbido, perda de audição, dor auricular e obstrução do ouvido. As dores
que são atribuídas as DTM e aos músculos da mastigação podem ser classificadas
como dor intra-articular, espasmo muscular, dor intra-articular combinada com
espasmos musculares e dor reflexa (SERAFIM & TEODOROSKI, 2003).
As dores descritas como faciais, nos maxilares, dores pré-auriculares, dores
de ouvido, dores de cabeça, são comumente exacerbadas pela função da mandíbula
e são conhecidas como distúrbios extra-capsulares. Desvios nos movimentos
mandibulares, movimentos mandibulares limitados ou assimétricos podem ser
resultado de hiperatividade dos músculos responsáveis pelo fechamento da
mandíbula, mas também podem ser resultado de desordens intra -capsulares. Nestes
casos, os sons da ATM como cliques e/ou crepitação, mais descritos como estalos
são os sinais mais freqüentes. O sinal mais freqüente dos distúrbios extra-capsulares
ou miogênicos é a dor facial difusa e que historicamente, o trabalho muscular
excessivo foi considerado como causador de fadiga, que então levava à dor
(MANFREDI, SILVA & VENDITE, 2001).
CHRISTENSEN, MOHAMED & RUGH (1985) e SCOTT & LUNDEEN (1980),
mostraram que em indivíduos normais (não pacientes), ao se apertar os dentes
voluntariamente ou forçar a protrusão mandibular, apresentavam dor aguda; além
disso, o ranger de dentes, os movimentos de lateralidade da mandíbula envolviam
alongamento dos músculos masseter e pterigóideo medial, enquanto estes estavam
em contração. Os sinais produzidos quando o músculo masseter é o maior envolvido
são descritos como dor na mandíbula. Quando há maior envolvimento do músculo
temporal há a queixa de cefaléia. Os sinais de otalgia e dor retrobulbar indicam uma
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maior sensibilidade no músculo pterigóideo lateral. Dores à deglutição no ângulo da
mandíbula, bem com odinofagia, são provenientes do pterigóideo medial
(MANFREDI, SILVA & VENDITE, 2001).
Segundo LASKIN & GREENE (1992), os distúrbios internos ou intracapsulares são todos os processos anormais que ocorrem nos limites das ATMs,
incluindo não somente os deslocamentos discais, mas também a osteoartrose, artrite
inflamatória, deformidades congênitas e anormalidades traumáticas, neoplásicas e
do desenvolvimento.
Nem todos os indivíduos apresentam os mesmos sinais e sintomas e a
gravidade da doença é variável de indivíduo para indivíduo (MOLINA, 1995).
2.3.4 MECANISMO DA DOR CRÔNICA E MUSCULAR
De todas as alterações nos componentes do aparelho estomatognático que
ocorrem por causa de alterações na oclusão e da influência de diversos tipos de
alterações na tensão emocional, as alterações musculares são as mais freqüentes. A
prevalência de dor, inflamação, espasmo e miosite são altos. Algumas vezes a dor é
sublimiar e somente se manifesta durante a palpação muscular (MOLINA, 1995).
Segundo SARLANI & GREENSPAN (2003), pacientes com DTM apresentam
umbrais de dor significativamente mais baixos para pressão nos músculos da
mastigação, do que controles saudáveis.
As dores miogênicas que provêm da face e de suas estruturas são
classificadas de dores músculo esqueléticas de origem somática profunda e surgem
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pontos musculares e surgem pontos específicos que podem desencadear a dor,
sendo chamados de pontos dolorosos, zonas gatilho ou trigger points. Este
fenômeno pode ocorrer quando um músculo trabalha excessivamente. O cálcio é
liberado em alta concentração e permanece fora do retículo, mantendo a contração
muscular. Esta contração sustentada gera um aumento descontrolado
no
metabolismo muscular, exigindo uma reação vasomotora adicional. Os metabólitos
liberados por essa contração muscular causam vasoconstrição. Permanecendo
contraído o músculo fica metabolicamente ativo e portanto avascular. Sem a
liberação dos filamentos de actina e miosina o sarcômero permanece rígido, se dá a
isquemia e concentração anormal de ácido lático (SILVA, STÊVÃO & VALCANAIA,
2001).
COSTELLO et al. (2002) menciona que pacientes portadores de DTMs
apresentam sensibilidade aumentada para estímulos nocivos térmicos e mecânicos,
e, para um estímulo isquêmico. Também relata que fatores psicológicos têm papel
importante no mecanismo de percepção de dor.
Durante a tensão emocional ocorre, quase sempre, um aumento no grau de
contração nos músculos masseter e temporal. Quando aumenta o tônus dos
músculos mastigadores, é muito provável que os músculos que movimentam a
mandíbula programem uma posição mandibular e condilar muito rígida, que induz a
um aumento adicional de tônus muscular. O tônus de todos os músculos
mastigadores pode ser aumentado por um estímulo mecânico (trauma decorrente de
interferências oclusais), emocional (aumento no grau de contração e falta de
vascularização adequada que resulta da vasoconstrição generalizada) e metabólico
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(vasoconstrição). Esses estímulos provocam mudanças no comprimento muscular,
dando como resultado alterações no padrão de fechamento mandibular, mudanças
na posição dos côndilos e restrição no movimento de abertura bucal (MOLINA,
1995).
Quando a má-oclusão induz a um deslizamento mandibular para uma nova
posição adaptativa, os músculos mastigadores se tornam espásticos por causa de
supercontração e estiramentos prolongados, com o tempo perdem a capacidade de
relaxar voluntariamente. Os músculos espásticos se tornam doloridos e apresentam
padrões de dor referida para outros músculos da mastigação (MOLINA, 1995).
A dor muscular pode ser espontânea e provocada pelo toque, freqüentemente
exacerbada ao movimento muscular de contração ou de estiramento. Visto que estas
manifestações clínicas são fruto de mecanismos periféricos e centrais que agem
simultaneamente, teoricamente, elas poderiam ser resultado da estimulação de
qualquer receptor somático muscular sensível ao toque (nocivo ou não), ao
movimento muscular ou quimiossensível. Então, como regra geral, as seguintes
abordagens deveriam ser tomadas como princípio pelo terapeuta: a) diminuição ou
eliminação da fonte de dor e de atividades que levem à produção de dor local; b)
favorecimento da recuperação muscular e impedimento do aparecimento de novas
microlesões pela diminuição da atividade muscular; c) eliminação de metabólitos; d)
mudança do padrão muscular vigente; e) combate aos fatores de gênese e
perpetuação da alteração patológica (MUNHOZ & SIQUEIRA, 2002).
A hiperatividade muscular e o espasmo ocorrem simultaneamente. Quando o
espasmo muscular é prolongado, este pode dar como resultado dor e miosite que se
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concentram na fáscia e tendões musculares. As áreas espásticas se tornam locais
nociceptivos desencadeantes que dificultam todos os movimentos da mandíbula
(MOLINA, 1995).
Segundo MENSE (1993), todos estes fatores relacionados com o início da dor
no músculo, como trauma, sobrecarga, inflamação e isquemia, podem provocar
sensibilização aferente nociceptiva primária. Sensibilização aferente de nociceptores
primários na área afetada, como também hiperexcitabilidade central no sistema
trigemial pode responder por esta hiperalgesia.
SESSLE (2000), relata que o aumento na atividade dos nociceptores
periféricos pode conduzir ao desenvolvimento de sensibilização central, isto é,
hiperexcitabilidade e expansão dos campos aferentes de nociceptores secundários
no SNC, contribuindo para a amplificação e persistência de sinais nociceptivos que
provocam dor. Esta sensibilização central está envolvida com a dor crônica.
Achados relativamente recentes de alterações neurológicas nos mecanismos
de condução de dor que ocorrem em pacientes com dor crônica tem dado maior
suporte ao tratamento. Quando expostos à sensação dolorosa por muito tempo,
esses indivíduos sofrem alterações neuronais centrais e periféricas que normalmente
levam à manutenção da dor mesmo sem causa aparente, ou seja, cria-se uma
memória de dor, passando-se a interpretar como mensagem dolorosa impulsos
nervosos de pequena magnitude. Tem sido demonstrado que muitas dessas
alterações podem ser permanentes, o que explicaria o fato de pacientes sentirem
dores por anos, sem melhora. A dor passa então a não ter finalidade biológica
alguma, ou seja, passa a ser “patológica” ou crônica (CONTI, 2002).
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A prevalência em mulheres, em idade reprodutiva, de dor relacionada com as
DTMs é devido ao fator hormonal. Hormônios reprodutivos podem alterar o processo
de informação nociceptiva à níveis múltiplos do sistema nervoso, modificando assim
a percepção da dor (SARLANI & GREENSPAN, 2003).
Devido à grande complexidade dos fatores, envolvidos na gênese e
manutenção das dores crônicas, os processos de controle desses pacientes também
são de difícil acompanhamento e solução (CONTI, 2002).
2.3.5 TRATAMENTO
Todos os métodos de tratamento correntemente utilizados para as DTMs
podem ser categorizados dentro de um dos dois tipos: tratamento definitivo e terapia
de suporte (OKESON, 2000).
Tratamento definitivo é preconizado para a eliminação ou alteração dos
fatores etiológicos responsáveis pela desordem. Por exemplo, tratamento definitivo
para deslocamento anterior do disco articular restabelece a relação de côndilo-disco
correta. Sendo o tratamento dirigido para a causa, o diagnóstico preciso é essencial.
Outros tipos de tratamentos definitivos são as terapias oclusais e terapias
psicológicas (OKESON, 2000).
A terapia oclusal, aplicada por dentistas desde o século passado, envolve
desde a correção de contatos “indesejávei s”, por meio de procedimentos de ajuste
oclusal, a utilização de diferentes tipos de placas oclusais e até correções oclusais
totais por meio de ortodontia e reabilitação protéticas completas. Apesar de utilizadas
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com grande freqüência em todo o mundo, não existem evidências científicas atuais
que comprovem sua eficácia no controle de pacientes crônicos (CONTI, 2002).
As terapias de controle psicológico também são parte integrante do controle
dos pacientes crônicos. Se por um lado, sinais de ansiedade são normalmente
associados à dores agudas, a depressão é o sinal mais usualmente ligado às dores
crônicas (CONTI, 2002).
A terapia de suporte é dirigida para alterar os sintomas do paciente e
freqüentemente não tem nenhum efeito na causa da desordem. Um exemplo simples
é dar uma aspirina ao paciente para uma cefaléia causada pela DTM. O paciente
pode sentir alívio da cefaléia, mas não há nenhuma mudança no fator etiológico
(DTM) que gerou a cefaléia. Considerando que muitos pacientes sofrem muito com a
DTM, a terapia de suporte é freqüente e extremamente útil, promovendo o alívio
imediato dos sintomas. Importante lembrar que a terapia de suporte é somente
sintomática e geralmente não apropriada para o tratamento em longo prazo. Os dois
tipos de terapia de suporte são: terapia farmacológica e terapia física (OKESON,
2000).
A terapia farmacológica pode ser um método efetivo, por minimizar sintomas
associados com muitas DTMs. Os pacientes deveriam estar atentos ao medicamento
que normalmente não oferece uma solução ou cura de seus problemas. Porém,
medicamentos junto com terapia física apropriada e o tratamento definitivo oferecem
a aproximação mais completa a muitos problemas. Dentre os medicamentos
utilizados estão os analgésicos, antiinflamatórios e relaxantes musculares (OKESON,
2000).
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A fisioterapia ou terapia física representa uma fase muito importante na
recuperação do paciente crônico, desde que constitui terapia paliativa no alívio da
dor e melhora da função para esse tipo de paciente (CONTI, 2002).
A terapia física normalmente é aplicada juntamente com o tratamento
definitivo. Suas modalidades são divididas nos seguintes tipos: termoterapia, terapia
de esfriamento, iontoforese, terapia de estimulação eletrogalvânica, excitação
elétrica transcutânea (TENS), acupuntura, terapia de ultra-som, e terapia de laser de
baixa potência (OKESON, 2000).
LEÓN et al. (1998), diz que, historicamente, o tratamento clínico da dor tem
sido feito mediante fármacos, mas também são utilizadas modalidades físicas. Entre
as mais usadas estão: o calor úmido, o TENS, a acupuntura, o ultra-som, as
correntes galvânicas, o laser de baixa potência, entre outras.
A termoterapia usa calor como mecanismo principal e está baseada na
premissa de que o calor aumenta a circulação na área aplicada. Embora a origem da
dor muscular seja obscura e complexa, a maioria das teorias afirma que a condição
inicial de diminuição do fluxo sanguíneo para os tecidos é responsável pela mialgia
associada com a sensibilidade muscular local. A termoterapia contraria isto, criando
uma vasodilatação nos tecidos comprometidos e conduz a redução dos sintomas. A
terapia de esfriamento, assim como na termoterapia, demonstrou ser um simples e
freqüente método efetivo na redução da dor. A sugestão feita é que o resfriamento
favorece o relaxamento do músculo que está em espasmo e assim alivia a dor
associada (OKESON, 2000).
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A iontoforese é uma técnica pela qual podem ser introduzidos certos
medicamentos nos tecidos sem afetar qualquer outro. Com a iontoforese o
medicamento é colocado com um eletrodo, e este é colocado na área de tecido
desejada. Então uma baixa corrente elétrica é passada pelo eletrodo e dirige o
medicamento para o interior do tecido. Anestésicos locais e os agentes
antiinflamatórios são medicamentos comumente usados com a iontoforese. Porém
existem questionamentos quanto a eficácia desta modalidade (OKESON, 2000).
As correntes galvânicas, também chamadas de correntes contínuas,
produzem calor, dessensibilização, e mudança na excitabilidade e condutibilidade do
tecido tratado. Tem ação estimulante, produz hiperimia, vasodilatação, tem ação
bactericida, aumenta o tônus muscular e provoca analgesia (URRUTIA, SOLANO &
RODRÍGUEZ, 1998).
A utilização do TENS tem por finalidade a estimulação de fibras aferentes
primárias, espessas e mielinizadas (responsáveis por estímulos de baixa
intensidade), de rápida condução e conseqüente bloqueio da sensação de dor,
provocadas por fibras de condução mais lenta. Esse processo de analgesia foi
proposto por MELZACK e WALL e é conhecido como “controle das comportas”,
sendo que a comporta da transmissão neurológica ficaria fechada para as sensações
dolorosas por um bloqueio causado pelas fibras espessas (CONTI, 2002).
A acupuntura usa o próprio sistema proprioceptivo do corpo (ou pontos de
acupuntura) e parece causar liberação de endorfina, que reduz as sensações
dolorosas inundando os interneurônios aferentes com estímulos sublimiares. Estes
bloqueiam a transmissão de impulsos nocivos efetivamente e assim reduzem as
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sensações de dor. A excitação intermitente de cerca de duas pulsações por segundo
parece ser muito mais efetiva, reduzindo o desconforto ligado a disfunção
mastigatória. A acupuntura tem sido usada largamente em alguns sintomas das
DTMs, embora os pacientes pareçam preferir os tratamentos mais tradicionais
(OKESON, 2000).
Quanto ao melhor protocolo de tratamento para a DTM, há controvérsias,
podendo se empregar diferentes métodos, dependendo do diagnóstico, estágio da
desordem e necessidade do paciente. As condutas terapêuticas estão cada vez mais
se encaminhando para o tratamento conservador (combinação de procedimentos
como terapia psicológica, terapia oclusal, farmacoterapia e fisioterapia) não invasivo
(NEVES, GUIRRO & GROSSO,1999). Na maioria dos casos os primeiros esforços
estão destinados ao alívio da dor e reestabelecimento da função (URRUTIA,
SOLANA & RODRÍGUEZ, 1998).
Devido a grande complexidade dos pacientes com DTM o tratamento deve
envolver uma equipe multidisciplinar (médico, odontologista, fisioterapeuta e
psicólogo) e terapias que diminuam os quadros de dores crônicas (CONTI, 2002).
O laser é indicado para os quadros dolorosos e para melhorar a função
mastigatória. Ele é analgésico, melhora a circulação local, faz um controle no quadro
inflamatório, estimula a produção de ATP mitocondrial, aumenta a síntese protéica,
aumenta o número de fibroblastos e em conseqüência as fibras de colágeno e
promove maior liberação de histamina, bradicinina e serotonina (FRANCESQUINI et
al., 1998).
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Segundo FRANCESQUINI et al. (1998), o ultra-som também é indicado para
quadros dolorosos e de inflamação. Apresenta efeitos como: relaxamento muscular,
promoção da circulação sanguínea, aumento da permeabilidade das membranas e
da regeneração tecidual, entre outros que serão vistos na seqüência.
2.4 ULTRA-SOM
O ultra-som consiste na aplicação terapêutica de ondas sonoras acima do
audível pelo ouvido humano, geralmente acima de 17.000 Hz. O aparelho de ultrasom tem um circuito gerador de corrente elétrica de corrente alternada de alta
freqüência e um transdutor de cristal que converte esta corrente elétrica em
vibrações
mecânicas.
Este
fenômeno
é
chamado
de
efeito
piezoelétrico
propriamente invertido. O efeito piezoelétrico, propriamente dito, caracteriza-se pela
gênese de cargas elétricas quando um cristal é submetido à deformação mecânica
(IMAMURA & IMAMURA, 1995).
Muitos tipos de cristal podem ser usados, mas o mais adequado é o quartzo,
que ocorre naturalmente, e alguns materiais cerâmicos sintéticos como titanato de
bário e titanato zirconato de chumbo. As ondas sonoras envolvem o movimento
vibratório de moléculas de modo que a velocidade de progressão da onda é
característica para cada meio em particular. Depende da densidade e da elasticidade
do meio, que juntas especificam o que é conhecido como impedância acústica do
meio. Essa impedância acústica descreve a natureza do material, ou seja, a
facilidade com que as moléculas se movem uma em relação à outra, de modo que
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não surpreende que a velocidade das ondas sonoras naquele meio esteja vinculada
a ele. A impedância acústica pode ser encontrada multiplicando-se a densidade de
um meio pela velocidade das ondas sonoras que passam através dele (LOW &
REED, 2001).
A energia conduzida pela onda também depende de sua freqüência (quanto
mais alta a freqüência, maior a energia) e da sua amplitude ou intensidade (quanto
maior a amplitude, maior a energia) (LOW & REED, 2001).
Quando as ondas sonoras chegam até uma fronteira, ocorrem várias
mudanças:
(1) elas precisam correr para um novo meio na velocidade característica daquele
meio, relacionada com sua impedância acústica;
(2) a freqüência permanece a mesma, de modo que o comprimento de onda
precisa mudar;
(3) parte da energia é refletida de volta. A quantidade de energia refletida é
proporcional à diferença de impedância acústica dos meios (quanto menor a
impedância entre os meios, menor a reflexão);
(4) se alguma energia é refletida de volta, mas a freqüência permanece a mesma,
pode haver uma redução na amplitude da onda;
(5) a refração ocorre com as ondas sonoras também devido a diferenças na
impedância acústica. O feixe de energia sonora que passa pelo segundo meio não
continua em linha reta, mas muda de direção na interface por causa das velocidades
diferentes nos dois meios. Quanto menor a diferença de impedância entre os meios,
menor a refração;
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(6) a volta da onda no mesmo meio tem conseqüência adicional. Ondas em
sentidos opostos se anulam e em sentidos iguais se somam (LOW & REED, 2001).
Quando o ultra-som penetra no corpo, ele pode exercer um efeito sobre as
células e tecidos mediante dois mecanismos físicos: térmico e atérmico (YOUNG,
1998). O resultado da absorção do ultra-som nos tecidos é a oscilação de partículas
em torno de sua posição média. Essa oscilação, ou energia sonora é convertida em
energia térmica proporcional à intensidade do ultra-som. Se todo esse calor não é
dissipado pelos meios fisiológicos normais, ocorre um aumento na temperatura local
que resulta em efeitos térmicos. Se a dissipação de calor equivale à geração de
calor, não há uma elevação resultante na temperatura, e os efeitos que podem
ocorrer são os não térmicos. Esses efeitos são obtidos usando-se baixas
intensidades ou fornecendo uma saída pulsada (LOW & REED, 2001).
Quando o ultra-som desloca-se através dos tecidos, uma parte dele é
absorvida, e isto conduz à geração de calor dentro do tecido. A quantidade de
absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização, e da
freqüência do ultra-som. Tecidos com elevado conteúdo protéico absorvem mais
rapidamente do que os tecidos com maior conteúdo de gordura, e quanto maior a
freqüência, maior a absorção. Um efeito térmico biologicamente significante pode ser
obtido se a temperatura do tecido for elevada para algo entre 40º a 45º C durante
um mínimo de 5 minutos. O aquecimento controlado pode produzir efeitos desejáveis
como: alívio da dor, diminuição da rigidez articular e aumento de fluxo sanguíneo.
Uma vez gerado, o calor é então dissipado, tanto pela difusão térmica como pelo
fluxo sanguíneo local (YOUNG, 1998).
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Existem muitas situações em que o ultra-som produz bioefeitos, mas que
apesar disto não há envolvimento de uma temperatura significativa. Supõe-se que
um ou mais dos seguintes mecanismos físicos estão envolvidos na produção destes
efeitos atérmicos: cavitação, correntes acústicas e ondas estacionárias (YOUNG,
1998).
A cavitação é a formação de pequenas bolhas gasosas nos tecidos como
resultado da vibração do ultra-som e pode ser de dois tipos: estável ou transitória. A
cavitação estável ocorre quando as bolhas oscilam de um lado para outro dentro das
ondas de pressão do ultra-som, mas permanecem intactas. A cavitação transitória
ocorre quando o volume da bolha se altera rapidamente, então colapsa, causando
alta pressão e mudanças de temperatura e resultando em danos substanciais aos
tecidos. O primeiro tipo, associado com as correntes acústicas, é considerado de
valor terapêutico; entretanto, o tipo transitório, que provavelmente só ocorre com
altas intensidades, pode causar danos (LOW & REED, 2001).
As correntes acústicas são um fluxo circulatório constante devido ao torque de
radiação. Além disso, como resultado de algum tipo de cavitação, ocorre o
movimento localizado e unidirecional de líquido em torno da bolha que está vibrando.
O efeito chamado microcorrenteza, exerce sobrecarga viscosa sobre a membrana
celular e portanto pode aumentar a permeabilidade da membrana. Isso pode alterar a
taxa de difusão dos íons, causando alterações terapeuticamente úteis, que incluem
aumento na secreção dos mastócitos, aumento na captação de cálcio e maior
produção do fator de crescimento pelos macrófagos (LOW & REED, 2001).
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As ondas estacionárias ocorrem como resultado da sobreposição das ondas
refletidas sobre as ondas incidentes. O resultado é um conjunto de ondas
estacionárias ou fixas com picos de alta pressão, separadas por uma extensão de
meia onda, entre os quais existem zonas sem pressão. Tem-se mostrado que esse
padrão de pressão causa estagnação das células dos vasos sanguíneos nos nodos
de pressão. O endotélio dos vasos sanguíneos expostos às ondas estacionárias
podem também ser lesados levando a formação de trombos. Há também a
possibilidade de aquecimento local acentuado onde a amplitude de ondas
combinadas for alta. Se o transdutor é movido durante o tratamento há pouca
possibilidade de formação de ondas estacionárias (LOW & REED, 2001).
Micromassagem, são ondas de compressão e rarefação capazes de reduzir o
edema (LOW & REED, 2001).
As principais indicações do ultra-som incluem a analgesia, o relaxamento
muscular, e o aumento da extensibilidade do colágeno. O ultra-som é especialmente
indicado para o tratamento de tendinites e tonossinovites crônicas por desuso,
bursites, entesites, periostites e quadros dolorosos miofasciais (IMAMURA &
IMAMURA, 1995).
O ultra-som, um dos recursos mais utilizados na prática clínica dos
fisioterapeutas, pode apresentar freqüências de 1 ou 3 MHz, com sua intensidade
podendo variar de 0,01 a 2,0 W/cm2. Opera tanto no regime pulsado quanto no
contínuo (NEVES, GUIRRO & GROSSO,1999). O tempo de aplicação varia de 5 a
15 minutos, uma ou duas vezes ao dia, diariamente, ou no mínimo 2 vezes por
semana (IMAMURA & IMAMURA, 1995).
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O ultra-som terapêutico encontra aplicação no tratamento das DTMs devido à
sua capacidade de favorecer a regeneração tissular, de aumentar a amplitude do
movimento articular em decorrência do aumento da extensibilidade do colágeno, de
reduzir o espasmo muscular e de aliviar a dor, contribuindo assim, na resolução de
processos inflamatórios crônicos (NEVES, GUIRRO & GROSSO,1999). LEÓN,
SOLANA & GARCÍA (1998), citam ainda o efeito da diminuição do edema, que
auxiliaria na diminuição da dor.
Segundo OLIVEIRA (2002), o calor profundo promovido pela utilização do
ultra-som também estimula a reparação cicatricial, além de promover um aumento na
oxigenação muscular e conseqüente diminuição de estímulos dolorosos para o SNC.
Como se pode perceber, o ultra-som pode ser indicado para o tratamento e
controle da DTM, mas precauções devem ser tomadas para que a terapia possa
resultar em efeitos positivos. Por exemplo, o ultra-som não deve ser utilizado com
vaselina e nem com alguma outra substância que não seja água ou gel, pois a água
e o gel têm baixos coeficientes de atenuação da onda ultra-sônica, o que propicia
uma transmissão mais efetiva da onda emitida pelo transdutor. Para uma aplicação
correta e eficiente é fundamental que não seja empregado o colimador (redutor do
transdutor), pois é ineficiente. Não há uma dose padronizada a ser utilizada na
prática clínica; esta deve ser específica para cada caso, mas algumas doses
empregadas nas aplicações terapêuticas superiores a 1,0 W/cm2 podem provocar
lesões. Para que isso não ocorra e haja segurança e eficiência no tratamento da
DTM, o equipamento de ultra-som deve ser calibrado periodicamente, para que não
haja variação significativa da intensidade emitida durante a terapia em relação
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àquela selecionada no painel do equipamento, o qual pode promover a ineficiência
do tratamento (NEVES, GUIRRO & GROSSO,1999).
Também são importantes as contra-indicações do uso do ultra-som. O ultrasom não deve ser aplicado sobre o tecido maligno e pré-canceroso, o útero em
gestação, as gônadas, infecções agudas, tecido com risco de hemorragia, tecido
gravemente isquêmico, trombose venosa recente, tecido nervoso exposto e região
dos olhos (LOW & REED, 2001). IMAMURA & IMAMURA (1995), citam ainda, região
cardíaca, e sobre próteses que utilizem metil-metacrilato e polietileno de alta
densidade.
2.5 LASER
A palavra laser é um acrônimo de ligh amplification by the stimulated emision
of radiation (amplificação da luz por meio de estimulação da emissão da radiação)
(LOW & REED, 2001).
A radiação gerada pelos aparelhos de laser de uso terapêutico difere da
radiação gerada por outras fontes (por exemplo, lâmpadas infravermelhas) em três
aspectos:
(1) Monocromaticidade: a maior parte da radiação emitida pelo aparelho de uso
terapêutico agrupa-se em torno de um único comprimento de onda, com uma
amplitude muito limitada da faixa de ondas. Em contraste, a luz gerada por outras
fontes é formada por uma enorme variedade de comprimentos de onda, algumas
vezes variando desde o ultra-violeta até o infra-vermelho, o que resulta na sensação
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da cor branca, quando a luz colide com a retina de um observador humano. O
comprimento de onda é fator crítico na determinação dos efeitos terapêuticos
específicos produzidos pelos tratamentos por laser, pois este parâmetro determina
quais as biomoléculas específicas que a absorção, a radiação incidente, e portanto a
interação fotobiológica subjacente a qualquer efeito terapêutico específico (BAXTER,
1998).
(2) Colimação: na luz de um laser, os raios de luz ou fótons produzidos pelo
aparelho de laser são, para todas as finalidades práticas, paralelos, praticamente
inexistindo qualquer divergência da radiação emitida, ao longo da distância
percorrida. Esta propriedade mantém a potência óptica do aparelho enfaixada numa
área relativamente pequena ao longo de distâncias consideráveis e, até certo ponto,
mesmo durante o trajeto através dos tecidos (BAXTER, 1998).
(3) Coerência: a radiação laser não tem apenas o mesmo comprimento de onda
como também a mesma fase, ou seja, os picos e as depressões dos campos
elétricos e magnéticos ocorrem ao mesmo tempo; isto é chamado de “coerência
temporal”. Além disso todos ocorrem na mesma direção; isto é chamado de
“coerência espacial”. A distância na qual os comprimentos de onda permanecem na
mesma fase é chamada de extensão de coerência e varia de menos de um milímetro
até centenas de metros (LOW & REED, 2001).
Ao ser incidida sobre os tecidos biológicos, a irradiação laser sofre reflexão,
refração e absorção, devido a sua interação com a matéria (NEVES, GUIRRO &
GROSSO,1999).
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As radiações visíveis são fortemente absorvidas pela hemoglobina e melanina,
enquanto o infravermelho é fortemente absorvido pela água. Qualquer energia
absorvida pelos tecidos irá inevitavelmente levar a uma maior energia cinética no
nível molecular e celular (LOW & REED, 2001).
Os equipamentos de laser utilizados pela fisioterapia são os de baixa potência,
e a sua freqüência de oscilação é que determina a sua recepção e absorção pelos
tecidos (NEVES, GUIRRO & GROSSO,1999).
O laser de baixa intensidade gera efeitos fotoquímicos e fotobiológicos,
afetando não só a área de aplicação como também as regiões circundantes. Os
efeitos fotobiológicos podem convencionalmente ser divididos em curto prazo ou
direto e longo prazo ou respostas indiretas à radiação. As respostas imediatas são
aquelas em que o efeito pode ser observado uns poucos segundos ou minutos
depois da irradiação. Os efeitos tardios são observados horas ou ainda dias depois
do final da irradiação, e, usualmente envolvem nova biossíntese (ORTIZ et al., 2001).
O laser atua como um potencializador e acelerador do processo
homeostásico. Ele apresenta as seguintes propriedades: incrementa a fosforilação
oxidativa mitocondrial, com conseqüente aumento de ATP; normaliza os níveis de
fibrinogênio e sintetiza proteínas; aumenta o índice mitótico das células e intensifica
a multiplicação e maturação dos fibroblastos, assim como a síntese de fibras de
colágeno e a maturação do tecido de granulação, com conseqüente estimulação dos
processos de epitelização, tanto na pele quanto em outros tecidos. Suas ações
envolvem ainda a reabsorção de edema periarticular e aumento da atividade
fagocitária dos macrófagos, inibição da transmissão do estímulo nervoso no local
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estimulado e incremento da formação de beta-endorfinas e sua possível interação
com a substância P (NEVES, GUIRRO & GROSSO,1999).
Além destes efeitos, um importante efeito do laser de baixa intensidade é o
analgésico. Ele atua sobre diferentes sítios com um número amplo de mecanismos,
que do ponto de vista científico não estão claramente definidos. Algumas das
explicações dos efeitos são as seguintes (ORTIZ et al., 2001):
(1) aumento dos níveis de -endorfina no fluido espinal;
(2) aumento da excreção urinária de glicocorticóides que são inibidores da
síntese de beta-endorfina;
(3) aumento no limiar da dor através de um complexo mecanismo de bloqueio
eletrolítico das fibras nervosas. A permeabilidade da membrana das células nervosas
para Na e K é diminuída, causando hiperpolarização;
(4) aumento dos níveis de serotonina na excreção urinária, um potente inibidor
no sistema nervoso central;
(5) diminuição da liberação de substâncias algogênicas tais como bradicinina,
histamina e acetilcolina;
(6) aumento na produção de ATP, o qual pode resultar no relaxamento muscular;
(7) aumento da microcirculação local resolvendo a isquemia dos tecidos e
facilitando a remoção de substâncias algogênicas da área local;
(8) aumento do fluxo linfático, diminuindo o edema.
Outros autores também têm proposto como possíveis explicações uma
interferência na mensagem elétrica da dor, ou pelo aumento da latência sensorial.
Em seus estudos clínicos utilizados para avaliar os efeitos do laser sobre a dor têm
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abordado estas possíveis explicações para suportar os resultados favoráveis
encontrados (JAGIELSKI, 1993; NAVRATIL & DYLEVSKY, 1997).
O laser é indicado para os quadros dolorosos da DTM, para melhorar a função
mastigatória (quando se encontra um quadro de inflamação reduz-se esta e obtémse melhora da abertura da boca) e nos processos inflamatórios intra-articulares
(SERAFIM & TEODOROSKI, 2003). Seu êxito deve-se às particularidades de
respostas que induz nos tecidos, como redução de edema, diminuição do processo
inflamatório, aumento da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização
(ORTIZ et al., 2001).
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capitulo serão mostrados os equipamentos utilizados, bem como a
metodologia desenvolvida. Prévio ao início da pesquisa, esta foi aprovada pelo
comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE (anexoIII).
Na realização deste trabalho, os equipamentos utilizados foram: o ultra-som 1
MHz, modelo AVATAR 3, marca KLD; e, o laser arsenieto de gálio aluminizado, 830
nm, da marca Ibramed.
Outros materiais utilizados foram, uma ficha de avaliação (anexo I), constando
os dados de identificação; a anamnese do paciente: com queixa principal,
características dos sintomas dolorosos (início, período, tipo e localização da dor) e
relação de sintomas associados; exame físico: com palpação da musculatur a
mastigatória e vizinha (masseteres, pterigóideos, temporal, digástrico anterior,
esternocleidomastóideo e trapézio) e mensuração da mobilidade articular de
abertura, protrusão, desvio lateral direito e esquerdo da mandíbula. Além disso, a
ficha contém a escala visual analógica de dor (EVAD); também foi utilizado uma ficha
de evolução diária da dor, contendo duas escalas visuais analógicas de dor, que o
paciente preenchia antes e depois de cada terapia.
A ficha de avaliação foi preenchida completamente no início e no final do
tratamento, para ser utilizada também para uma melhor análise dos resultados da
pesquisa.
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Os pacientes foram esclarecidos sobre a pesquisa, de como seria realizado o
tratamento e assinaram um termo de consentimento (anexo II) prévio ao tratamento.
Em seguida foi realizada a avaliação, onde os dados pessoais, a relação de sintomas
associados e a escala visual analógica da dor foram preenchidos pelo próprio
paciente com explicação de como deveriam ser preenchidos essas áreas e
esclarecimento de dúvidas quando necessário. O restante da anamnese e o exame
físico foram realizados com questionamento do avaliador ao paciente.
Para a aplicação da escala visual analógica de dor se utilizou régua e caneta.
A forma pela qual aplicava-se a escala era através de uma linha com 10 cm de
comprimento, onde no início se escrevia “sem dor” e no final “dor máxima”. O
paciente era instruído a fazer um traço na dimensão da linha que correspondia sua
dor, sendo esclarecido anteriormente de que a “dor máxima” é a pior dor que ele
podia imaginar (figura 7).
0____________________________________________10
Sem dor
Dor máxima
Figura 7: escala visual analógica de dor.
Fonte: ficha de avaliação.
A amostra foi composta por 10 sujeitos que apresentavam dor crônica na
região da ATM por apresentarem DTM. Os indivíduos entravam nos protocolos da
pesquisa, após procurarem atendimento na clínica de fisioterapia da UNIOESTE, por
apresentarem sintomas de DTM; além destes, havia procura por parte de
acadêmicos do 3º e 4º anos do curso de fisioterapia da UNIOESTE que
apresentavam o mesmo problema. Os critérios de exclusão utilizados para esta
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pesquisa foram: fratura e/ou luxação recidivante da articulação temporomandibular. A
realização das terapias era diária, 5 por semana, durante 2 semanas, totalizando 10
terapias.
Os sujeitos foram divididos aleatoriamente em dois grupos iguais através de
um sorteio onde havia cinco pedaços de papéis com o número 1 (indicando o grupo
de tratamento com ultra-som) e cinco pedaços com o número 2 (indicando
tratamento com laser). O grupo 1, composto por 5 pessoas, realizou tratamento com
o ultra-som pulsado, por 5 minutos; e o grupo 2, também de 5 pessoas, realizou
tratamento com laser contínuo em pontos próximos e sobre área de dor.
Para o grupo 1, foi utilizado o modo pulsado de 100Hz, na freqüência de 1
MHz, com dose de 1,0 W/cm 2 SATP e 0,2 W/cm2 SATA. Prévio à aplicação era
realizada uma limpeza na região da ATM com algodão e álcool e logo em seguida a
aplicação do ultra-som com gel hidrossolúvel e movimentos circulares sobrepostos
na região. O paciente permanecia em decúbito lateral em maca durante a aplicação
(figura 8).
Figura 8: forma de aplicação do ultra-som.
Fonte: autora.
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53
Para o grupo 2, foi utilizada a forma pontual (8 pontos cercando a região da
ATM), com diodo de 830 nm e dose de 4 J/cm2. De forma semelhante ao Grupo 1,
realizava-se uma limpeza com algodão e álcool na região a ser aplicado o laser e em
seguida era feita a aplicação. O paciente permanecia em decúbito lateral e era
orientado a permanecer com os olhos fechados durante a aplicação do laser (figura
9).
Figura 9: forma de aplicação do laser.
Fonte: autora.
Nos dois grupos de tratamento era aplicada a escala visual analógica de dor,
antes e após a aplicação do meio terapêutico, através da ficha de evolução diária da
dor.
Tanto no tratamento com laser, quanto no tratamento com ultra-som, a
aplicação foi realizada bilateralmente na região da ATM, e sempre no mesmo
período do dia para o paciente, ou seja, eram todas no período da tarde ou todas no
período da manhã, dependendo do horário disponível para o paciente.
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54
As avaliações e os tratamentos foram realizados por duas estudantes de
fisioterapia, sendo que as avaliações iniciais e finais e o tratamento eram revezados.
Para acompanhar a evolução das duas formas terapêuticas foi utilizada a ficha
de evolução diária da dor, a relação dos sintomas associados, a palpação muscular e
a escala visual analógica da dor da ficha de avaliação.
Para a análise final dos dados foi utilizada a estatística descritiva, com o uso
do programa Excell do Microsoft Office 2000 , e o teste de Mann-whitney com uma
significância estatística de p < 0,05, utilizando o programa Minitab. A análise
estatística com o programa Mann-whitney, foi utilizada na análise da diminuição do
quadro álgico, segundo os valores contidos na EVAD.
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4 RESULTADOS
Os resultados foram divididos para os dois grupos de tratamento, ou seja,
primeiramente serão demonstrados os resultados da terapia com ultra-som e logo
em seguida da terapia com laser.
4.2 ULTRA-SOM
Os 5 pacientes que realizaram o tratamento com ultra-som apresentaram
melhora no quadro doloroso, segundo os valores da escala visual analógica de dor
(EVAD), mas essa melhora não foi significante estatisticamente (p = 0,0947).
O paciente F apresentou na avaliação inicial um valor de 6 na EVAD, e este
valor caiu para 1,7 na avaliação final, diminuindo seu quadro doloroso em 71,7%. O
paciente G na avaliação inicial apresentou um valor de 4,4, passando para 0,9 na
avaliação final, diminuindo a dor em 79,5%. O paciente H apresentou o valor inicial
de 3 e o final de 5, sendo o único paciente a apresentar um aumento do quadro
doloroso, sendo esse aumento de 66%. O paciente I tinha como valor inicial 2 e
diminuiu para 0,7, diminuindo a dor em 65%. O paciente J diminuiu seu valor de 3,3
para 0,1, atenuando sua dor em 96% (gráfico 1).
Na evolução do comportamento diário da dor do tratamento com ultra-som, a
diminuição da dor foi a que apresentou maior significância estatística (p = 0,0002),
comparando-se as médias dos valores pré-terapia com os da pós-terapia (gráfico 2).
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Dor inicial e final da terapia com ultra-som
6
5
4
EVAD 3
2
1
0
F
G
H
I
J
Pacientes
Ultra-som Início
Ultra-som Final
Gráfico 1: valores iniciais e finais da dor, segundo a EVAD contida na
ficha de avaliação, no tratamento dos 5 pacientes com ultra -som.
Fonte: dados da autora.
Valores da EVAD
Evolução diária da dor na terapia com ultrasom
4
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Terapias
ultra-som pré
ultra-som pós
Gráfico 2: média dos valores de dor dos cinco pacientes, segundo a
EVAD contida na ficha de evolução diária da dor, das dez terapias com
ultra -som.
Fonte: dados da autora.
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57
A tabela I apresenta a relação dos sintomas associados, presentes na
avaliação inicial e na avaliação final, depois do tratamento com ultra-som.
Tabela 1: relação dos sintomas associados dos 5 pacientes que receberam a terapia
com ultra -som; início e final da terapia. X – sintoma presente; X (-) – sintoma presente
mas em menor intensidade.
Relação dos sintomas associados antes e após a terapia com ultrasom
PACIENTE
zumbido
sensação de perda de
audição
cefaléia
enxaqueca
dor de ouvido
estalos da articulação
F
x
x
x
x
Antes
G
H
x
x
x
I
x
x
x
x
x
J
x
F
Depois
G
H
I
x(-)
x
x(-)
x
J
x
x
x(-)
x(-)
Fonte: dados da autora.
Os pacientes F e J, que apresentavam alguns dos sintomas associados, ao
final do tratamento, não relataram a presença de mais nenhum desses sintomas. Os
pacientes G e I reduziram o número dos sintomas e a intensidade daqueles sintomas
que permaneceram. Apenas o paciente H não apresentou alteração dos sintomas
associados.
A tabela II apresenta a sensibilidade dolorosa na palpação muscular no início
e final da terapia com ultra-som. O paciente F apresentou melhora da sensibilidade
dolorosa em quase todos os músculos, mantendo a mesma na região de
pterigóideos, masseteres e temporal esquerdos e na região dos dois trapézios. O
paciente G diminuiu a sensibilidade que apresentava. O paciente H manteve a
sensibilidade de alguns grupos, diminuiu de outros e aumentou a sensibilidade para
trapézios e região de masseteres direita e esquerda. O paciente I não apresentou
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mais a sensibilidade dolorosa e o paciente J diminuiu a mesma em todos os grupos
musculares que apresentava.
Tabela 2: sensibilidade dolorosa presente na palpação muscular. 1. sensibilidade
leve à moderada; 2.sensibilidade exacerbada.
Sensibilidade dolorosa muscular antes e depois da terapia com
ultra-som
Exame muscular
PACIENTE
região de masséteres D
região de masséteres E
região de pterigóideos D
região de pterigóideos E
temporal D
temporal E
esternocleidomastóideo D
esternocleidomastóideo E
digástrico anterior D
digástrico anter ior E
trapézio D
trapézio E
Fonte: dados da autora.
F
2
1
2
1
2
1
2
1
2
2
2
2
G
2
2
Antes
H
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
I
J
F
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
1
2
1
G
1
1
Depois
H
I
2
2
1
1
1
1
2
2
J
1
1
1
1
4.1 LASER
Os 5 pacientes que realizaram o tratamento com laser também apresentaram
diminuição do quadro álgico, segundo os valores da escala visual analógica de dor
(EVAD), como mostra o gráfico A. Essa diminuição do quadro álgico foi
estatisticamente significante, já que o valor de p foi menor que 0,05 (p = 0,0367).
O paciente A apresentava um valor de 7,7 (segundo a EVAD) na avaliação
inicial e na avaliação final, após o término da terapia, apresentou um valor final de 6,
apresentando uma diminuição do quadro álgico de 22%. O paciente B tinha como
valor inicial 7 passando para 0, diminuindo em 100% seu quadro álgico. O paciente C
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passou de 5,1 para 1,4 diminuindo a dor em 72,5%. O paciente D passou de 6,9 para
0,8 diminuindo a dor em 88,4%. E finalmente o paciente E passou de 4,2 para 1,
mostrando uma diminuição de 76,2% no seu quadro doloroso (gráfico 3).
Evolução inicial e final da terapia com
laser
8
6
Valores da
4
EVAD
2
0
A
B
C
D
E
Pacientes
Início
Final
Gráfico 3: valores iniciais e finais da dor, segundo a EVAD contida na
ficha de avaliação, no tratamento dos 5 pacientes com laser.
Fonte: dados da autora.
Na avaliação da evolução diária da dor, também se observou diminuição da
mesma comparando os valores pré e pós a aplicação do laser contidos na EVAD.
Porém, essa diminuição não foi significante estatisticamente (p = 0,0757). O gráfico 4
mostra a média dos valores pré-terapia e pós-terapia dos cinco pacientes que
realizaram a terapia com laser.
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Valores da EVAD
Evolução diária da dor na terapia
com laser
5
4
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Terapias
Pré
Pós
Gráfico 4: média dos valores de dor dos cinco pacientes, segundo
a EVAD contida na ficha de evolução diária da dor, das dez
terapias com laser.
Fonte: dados da autora.
Quanto aos sintomas relacionados com a DTM, a tabela III mostra a presença
e a evolução dos mesmos após o tratamento.
Tabela 3: relação dos sintomas associados dos 5 pacientes que receberam a terapia
com laser; início e final da terapia. X – sintoma presente; X (-) – sintoma presente
mas em menor intensidade.
Relação dos sintomas associados antes e após a terapia com laser
PACIENTE
zumbido
sensação de perda de audição
cefaléia
enxaqueca
dor de ouvido
estalos da articulação
Fonte: dados da autora.
A
x
B
x
x
x
x
Antes
C D
x
x
x
x
x
E
A
x (-)
x
x
x
x
x (-)
Depois
B C D
x
x
x
x
x
x
x
x
E
x (-)
x (-)
Na tabela III, pode-se observar que os pacientes A, B e E apresentaram
ausência de alguns sintomas e também melhora de alguns dos sintomas associados
durante as duas semanas de tratamento. Porém os pacientes C e D não
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apresentaram melhora nos sintomas, e passaram a apresentar zumbido e dor de
ouvido respectivamente, sintomas que no início do tratamento não apresentavam.
Na palpação muscular (tabela IV), o paciente A, que apresentou sensibilidade
dolorosa em quase todos os músculos palpados no início da terapia, no final não
apresentou sensibilidade dolorosa em nenhum dos músculos. O paciente B
apresentou diminuição da sensibilidade em todos os músculos. O paciente C
apresentou diminuição da sensibilidade dolorosa apenas na região de digástrico
anterior (direito e esquerdo), tendo aumentado em trapézio direito e mantido a
mesma sensibilidade nos outros músculos. O paciente D manteve a sensibilidade em
temporal e trapézio esquerdos e diminuiu nos outros músculos. O paciente E
diminuiu a sensibilidade em todos os músculos que apresentou no início e passou a
apresentar sensibilidade em pterigóideo direito e temporal esquerdo, onde no início
não apresentava.
Tabela 4: sensibilidade dolorosa presente na palpação muscular. 1. sensibilidade leve à
moderada; 2.sensibilidade exacerbada.
Sensibilidade dolorosa muscular antes e depois da terapia com laser
Exame muscular
PACIENTE
região de masséteres D
região de masséteres E
região de pterigóideos D
região de pterigóideos E
temporal D
temporal E
esternocleidomastóideo D
esternocleidomastóideo E
digástrico anterior D
digástrico anterior E
trapézio D
trapézio E
Fonte: dados da autora.
A
1
1
1
1
1
1
2
1
2
2
Antes
C D
2
2 2
2
2
1
1 1
1
1 2
2
2
1
2
1
B
1
2
1
2
1
2
2
2
1
2
E
2
1
2
2
A
Depois
B C D
2
1 2 1
2
1 2
1
1 1
1 1
1 1 1
1
1 1
2
1 1
E
1
1
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4.3 COMPARAÇÃO DA DOR: LASER X ULTRA-SOM
O gráfico 5 compara os valores da dor inicial e final dos dez pacientes que
receberam o tratamento com laser e com ultra-som, que já foram descritos
anteriormente.
EVAD
Comparação da dor inicial e final dos
tratamentos com laser e ultra-som
10
8
6
4
2
0
1
2
3
4
5
Pacientes
Laser Início
Ultra-som Início
Laser Final
Ultra-som Final
Gráfico 5: comparação dos valores da dor inicial e final, segundo a EVAD contida
na ficha de avaliação, dos dez pacientes que receberam tratamento com laser e
com ultra -som.
Fonte: dados da autora
A tabela V mostra a média dos valores da dor pré e pós-terapia dos dez
pacientes que receberam tratamento com laser e ultra-som.
O gráfico 6 faz a comparação dos valores contidos na tabela V, mostrando a
evolução da dor, durante as dez terapias realizadas, tanto com o laser como com o
ultra-som.
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Tabela 5: média dos valores da dor, dos dez pacientes, segundo a EVAD
contida na ficha de evolução diária da dor, que receberam o tratamento.
Terapias
Laser
ultra-som
Pré
Pós
pré
1
4,7
3,6
3,5
2
4,7
3,3
3,3
3
4,1
3,8
2,3
4
2,3
1,3
2,7
5
3,9
2,7
2,4
6
3,5
2,2
2,5
7
3,7
2,5
2,9
8
2
1,9
2,8
9
2,1
1,6
3,3
10
2
1,8
2,2
Fonte: dados da autora
pós
1,7
1,4
1,4
1,3
1,5
1,5
2
1,7
1,8
1,5
EVAD
Comparação da evolução diária da
dor com laser e ultra-som
5
4
3
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Terapias
Laser Pré
ultra-som pré
Laser Pós
ultra-som pós
Gráfico 6: comparação dos valores da dor pré e pós-terapia, segundo
a EVAD contida na ficha de evolução diária da dor, dos dez pacientes
que receberam tratamento. Média dos valores da pré e pós-terapia
com laser e ultra-som.
Fonte: dados da autora.
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5 DISCUSSÃO
A ATM é uma estrutura bastante complexa e delicada que, até um certo limite,
se adapta às adversidades funcionais. Esta capacidade de adequação, no entanto,
pode ser influenciada por diversos fatores, inclusive tensão emocional. A DTM é
essencialmente uma alteração da função mandibular, acompanhada de dor facial e/
ou reação sinovial que acentua a atividade nociceptiva. Estes sintomas são
causados por espasmos da musculatura mastigatória (SILVA, STÊVÃO &
VALCANAIA, 2001).
A pesquisa em questão mostrou resultados favoráveis na diminuição da dor
crônica, de sintomas associados e da sensibilidade dolorosa muscular provocados
pelas DTMs. Isso justifica o uso da terapia com laser de baixa potência e da terapia
com ultra-som pulsado na diminuição dos sintomas causados pela DTM, revelando
importantes recursos coadjuvantes para o tratamento dessa patologia. Isso confirma
alguns estudos realizados com estes aparelhos, que embora não sejam similares a
esta pesquisa, relatam uma diminuição da dor em pacientes com DTM.
HOTA, BATAGLION & BEZZON (1997), utilizaram o laser Arsenieto de Gálio,
com dose de 4 J/cm2, 3 minutos de aplicação, com 5 aplicações semanais por duas
semanas num caso de neuralgia do trigêmeo. Os autores constataram que a terapia
promoveu uma redução gradual da dor e o paciente permitiu manipulações
necessárias à preparação de terapia por placa oclusal.
CONTI (1997) obteve resultados positivos na diminuição da dor causada pela
DTM com o uso de laser Arsenieto de Gálio Aluminizado (AsAlGa) com densidade de
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energia de 4 J/cm2, uma vez por semana durante 3 semanas. Ele ainda sugeriu
pesquisas utilizando potência maior e maior freqüência de aplicações.
SERAFIM & TEODOROSKI (2003) obtiveram resultados positivos na
diminuição da dor e no aumento da amplitude de movimento articular. Eles utilizaram
o laser arsenieto de gálio (AsGa), com dose de 5 J/cm2, uma vez ao dia durante 10
dias, em 3 pacientes portadores de DTM. Os sujeitos obtiveram melhora em média
na 5a sessão realizada e mantiveram a melhora por 20 dias depois da terapia ter
cessado (quando foi realizada a última avaliação depois do tratamento). Eles ainda
sugeriram para outros trabalhos, a utilização de um número maior de sujeitos e um
grupo placebo.
GRAY et al. (1995) comparou os efeitos de 4 recursos fisioterapêuticos com
tratamento placebo na DTM. Os parâmetros utilizados para o ultra-som foram: 0,25
W/cm2; na freqüência de 3 MHz, com 2 minutos de aplicação por sessão, por 3
sessões semanais, durante 4 semanas. Critérios de diagnóstico utilizados: dor à
palpação da ATM, fraqueza muscular, sons articulares, limitação ou desvio dos
movimentos de abertura da mandíbula. Três meses após o término das terapias,
concluíram que os pacientes tratados com ultra-som obtiveram alívio sintomático
significativo (73,3% de alívio dos sintomas) em relação ao grupo de pacientes que
receberam ultra-som placebo (19,2% de alívio dos sintomas). Os autores não
observaram diferenças significativas entre os quatro recursos utilizados. Os autores
não citam quais foram os outros aparelhos utilizados.
A presente pesquisa é um tema importante, onde se procurou, além de
verificar a eficácia, comparar os efeitos do laser e do ultra-som na diminuição da dor
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crônica em pacientes com DTM. Devido a isso é preciso uma discussão comparativa
entre esses dois recursos fisioterapêuticos.
Quanto à diminuição da dor pode-se perceber que os dois recursos foram
eficazes, mas com algumas pequenas diferenças.
O laser se mostrou mais eficaz que o ultra-som comparando-se a dor no início
e final do tratamento; e se for observada a significância estatística, o ultra-som não
foi eficaz na diminuição da dor após o término do mesmo. A média de diminuição da
dor nos pacientes tratados com laser foi de 72,4%, contra 49,2% dos pacientes
tratados com o ultra-som. Porém deve-se considerar que um dos pacientes tratados
com ultra-som apresentou piora do quadro doloroso de 66%, e que se esse paciente
não fosse considerado durante a aplicação do teste Mann-Whitney, a diminuição da
dor no final do tratamento seria significante (p = 0,0304). Essa piora do quadro
doloroso pode ter acontecido por problemas emocionais que o paciente apresentou
durante o tratamento.
Apesar do laser ter se mostrado mais eficaz no final do tratamento, o ultrasom apontou melhores respostas na diminuição da dor imediatamente após a sua
aplicação. Isso pode ser verificado tanto pela média de diminuição da dor pré e pósterapia, quanto pelo teste estatístico Mann-whitney, que apresentou a maior
significância dos resultados (p = 0,0002).
A média de diminuição da dor da pré e pós-terapia, do tratamento com ultrasom foi de 1,2 pontos na EVAD; enquanto que essa média no tratamento com laser
foi de 0,8 ponto. Isso indica que a diminuição da dor imediatamente após a aplicação
do aparelho foi mais eficaz no tratamento com ultra-som.
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Quanto à relação dos sintomas associados e a sensibilidade dolorosa na
palpação muscular, não se observou diferenças significativas entre as duas formas
de tratamento. Houve diminuição de alguns sintomas, da sensibilidade, e algumas
vezes ausência ou surgimento destes, nos dois tratamentos.
Os resultados menos satisfatórios na diminuição dos sintomas associados e
na sensibilidade dolorosa muscular, em comparação com a analgesia provocada
pela terapia com laser e ultra-som, pode ser pelo fato, de que o tratamento em
questão, não visava o tratamento completo da DTM, e sim, verificar se os dois
recursos poderiam ser utilizados como meios coadjuvantes do tratamento completo,
ou seja, se proporcionariam uma analgesia significante.
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6 CONCLUSÃO
Com a finalização desse trabalho pode-se advogar o uso do laser de baixa
potência e do ultra-som pulsado como formas terapêuticas suporte nas DTMs. As
principais conclusões ao final do trabalho, podem ser resumidas em:
(1) Os dois meios de tratamento fisioterapêuticos utilizados nessa pesquisa, ou
seja, o laser de baixa potência e o ultra-som pulsado, foram eficazes na diminuição
da dor crônica provocada pelas DTMs, e portanto podem ser considerados meios
terapêuticos coadjuvantes eficazes nos tratamentos completos das DTMs.
(2) O laser se mostrou mais eficaz do que o ultra-som na diminuição da dor
crônica ao final do tratamento.
(3) O ultra-som foi mais eficaz na diminuição da dor imediatamente após a
aplicação do recurso terapêutico.
(4) Houve resultados pouco significantes quanto a diminuição dos sintomas
relacionados e na sensibilidade dolorosa à palpação muscular, comparando o início
com o final da terapia; e comparando os dois recursos utilizados, não houve
diferença significativa para estes quesitos.
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ANEXO I
Identificação:
Nome:
Endereço:
Sexo: F ( ) M ( ) Idade:
EXAME CLÍNICO
Telefone:
Estado civil:
Profissão:
1- Anamnese
1.1História da doença:
1.2Queixa Principal:
1.3Características dos sintomas:
1.3.1 início da dor:
1.3.2 período da dor:
1.3.3 tipo da dor: ( ) queimação
( ) choque
( ) adormecimento
1.3.4 intensidade da dor: de 1 a 10
( ) agulhada
( ) pulsátil
_______________________________________
sem dor
dor máxima
1.3.5 localização da dor:
1.3.6 fatores modificantes dos sintomas:
a- desencadeantes:
b- que agravam:
c- aliviadores:
1.4 Relação dos sintomas: ( )zumbido ( )sensação de perda de audição ( )cefaléia
( ) enxaqueca ( ) dor de ouvido ( ) estalos da articulação
2- Exame físico
2.1 Exame muscular
2.1.1 palpação ( + dor leve a moderada, + + exacerbada)
direito
esquerdo
masseteres
( )
( )
pterigóideos
( )
( )
temporal
( )
( )
esternocleidomastóideo
( )
( )
digástrico anterior
( )
( )
trapézio
( )
( )
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ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome da pesquisa: Comparação de duas formas de tratamento fisioterapêutico (laser de baixa
potência 830 nm X terapia com ultra-som terapêutico pulsado) nas algias e limitações provocadas
pelas disfunções temporomandibulares.
Pesquisador responsável: Gladson Ricardo Flor Bertolini.
Este é um trabalho que visa o tratamento das algias e limitações provocadas pelas disfunções
temporomandibulares. O estudo se realizará com dois grupos de cinco pessoas cada que serão
dividos aleatoriamente, sendo que um grupo será tratado com laser de baixa potência 830 nm e o
outro com ultra-som terapêutico pulsado. Antes da realização do tratamento será realizado um exame
clínico onde serão analisados a intensidade da dor e as limitações causadas pelas disfunções
temporomandibulares, sendo realizado novamente ao final do tratamento. Serão realizadas terapias
diárias, 5 dias por semana, durante duas semanas na Clínica da Fisioterapia da UNIOESTE. Este
estudo pretende ao final, comparar a eficácia das duas formas de tratamento. Sua participação será
muito importante para que possamos realizar essa pesquisa.
Assinatura do pesquisador:..............................................................................
Tendo recebido as informações anteriores e, esclarecido dos meus direitos relacionados a
seguir, declaro estar ciente do exposto e desejar participar da pesquisa.
1- A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a dúvidas sobre
os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;
2- A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do
estudo;
3- A segurança de que não serei identificado e será mantido o caráter confidencial das
informações relacionadas com a minha privacidade;
Em seguida assino meu consentimento.
Nome:.................................................................................................................
Assinatura:..........................................................................................................
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