O ARGUMENTO é como

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A LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO
“O ARGUMENTO É A ARMA DOS VITORIOSOS”
Proteja os parques do Brasil. Você também faz parte da natureza. O Brasil possui 93 parques e reservas
nacionais criados para proteger um valioso patrimônio de fauna e flora. Só que, de cada 4 parques, 3 estão em
situação de risco. Não têm demarcação, recursos, fiscalização nem funcionários. Se hoje são eles que estão
ameaçados, amanhã seremos nós: faltarão plantas, animais, água limpa e ar puro. O WWF trabalha para defender
esses parques e reservas realizando pesquisas científicas, projetos de educação ambiental, campanhas de
mobilização e parcerias com as comunidades locais. Se você também acha que o descaso com a natureza é um
problema, faça parte da solução. (www.wwf.org.br)
1- INTRODUÇÃO
O homem se diferencia dos animais irracionais porque pensa e se
comunica através da linguagem estruturada e multiplicada racionalmente.
Só o pensamento inteligente é capaz de fazer acontecer algo de novo,
despertar interesses diversos, expressar desejos mais íntimos e buscar sempre
a conquista do poder.
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Somente a pessoa inteligente e persuasiva consegue se destacar numa
sociedade onde todos são iguais.
“Quem tem o domínio da linguagem é superior”.
A maioria dos grandes líderes mundiais, bons ou maus, dominaram exemplarmente a
arte da argumentação e da oratória, pois ninguém consegue defender suas idéias se não souber
comunicá-las de forma que envolva e contagie os outros.
LÍDER DE SUA CLASSE: Se houver líder em
sua classe, ele é pelos menos “falador” e intervém em várias
situações do dia a dia na sala de aula ou fora dela, nas atividades
de grupo, se dispõe prontamente a candidato como representante
da classe, é membro do grêmio estudantil, movimenta a turma
para um churrasquinho de vez em quando ou outras aventuras.
Normalmente é o que mais se posiciona nas questões com os
professores, direção ou problemas da própria turma. As idéias
novas sempre aparecem com a sua criatividade.
Às vezes, este potencial imenso é frustrado por não ser
bem compreendido pela turma, professores e direção e pela falta
de oportunidades em exercitar e aprimorar os seus dons de forma positiva.
Uma das formas de se avaliar a boa ou má liderança da turma, é o discurso de
formatura...
VENDEDOR: O “bom vendedor”, além de atender bem,
quando você fica em dúvida em comprar ou não o produto, ele
insiste e argumenta: demonstra várias razões ou motivos para
você comprar, sinalizando várias alternativas para cada
dificuldade sua.
O vendedor comum aceita passivamente a sua dúvida e
até, em nome do “pretenso respeito à sua liberdade”, diz “você
quem sabe...” e não se importa mais.
Neste sentido, perceba que todos os planos de venda de
produtos e serviços contêm formas de argumentação bem pensadas para que você, analisando,
convença-se a comprar e consumir. No momento da criação dos argumentos e de sua forma de
expressão, os peritos ou “marketeiros” em comunicação, baseiam-se principalmente nas suas
dificuldades e, assim, nos seus possíveis contra-argumentos, tais como: - “Não tenho todo
dinheiro para comprar à vista; não preciso muito deste produto agora; é muito caro!”
Então, há parcelamentos, liquidações, descontos especiais, o estoque vai acabar, a
promoção é só até sábado... Além de jogar com os valores de felicidade, prazer, sucesso, status,
poder, beleza, conforto etc..
ATENÇÃO: Para ser coerente com essa argumentação e considerando que a palavra
ou a comunicação é um instrumento essencial para o bom desempenho da profissão de
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professor, é evidente que, quem ensina, deve valorizar a sua forma de verbalização para
convencer e até persuadir seus alunos.
CONVENCER é dar condições para que o aluno compreenda o conteúdo do assunto,
a lição a ser realizada, o que a equação matemática representa, ou a verdade formalizada pelas
leis da física ou química, de tal forma que sua explicação argumentativa encaixe no mecanismo
racional do aluno e o induza à compreensão lógica do ensinamento.
PERSUADIR é convencer o outro a agir conforme a evidência da verdade da
argumentação apresentada. Assim, o comprometimento, a postura e a verbalização do professor
são transmitidas de forma tão forte pelas suas palavras, frases, gestos, dinâmicas, que motivam o
aluno a tornar o conhecimento adquirido como base de suas opções de vida. Quantos alunos
escolheram uma profissão ou até mudaram suas primeiras escolhas ou sonhos de criança ou
reorganizaram sua dieta alimentar depois daquela aula sobre obesidade, por causa da
argumentação persuasiva de algum professor, que neste caso se tornou “mestre”.
Por isso, tenha certeza, analisando as minhas aulas, que tenho a convicção de que o meu
grande desafio é convencê-lo e até persuadi-lo a se capacitar a ter uma visão lógica da vida para
sofrer menos e ser mais feliz.
É também verdade, torna-se evidente e lógico que a resposta do seu aprendizado
avaliado pelas atividades e pelas Provas Específicas, Provas Integradas e outras, também avalia
a performance do professor: você aprendeu e convenceu, pois houve sintonia entre o explicado e
o receptor ou não...
É a mesma situação de quando você compra um CD: a ação de comprar foi motivada por
uma conclusão lógica gerada por argumentos de gosto, moda, paixão. Mas, ao ouvi-lo, você
seleciona as faixas que mais sintonizam com a sua realidade e o seu esquema lógico musical.
Portanto, podemos afirmar que não só o conhecimento, mas também a
expressão correta do mesmo são elementos diferenciadores em qualquer
situação.
Mas, ATENÇÃO: influenciar, induzir, convencer ou mesmo persuadir é tarefa
extremamente difícil, pois as outras pessoas são dotadas também de inteligência e vontade
própria.
Para que elas sejam envolvidas pelos seus argumentos ou que suas razões prevaleçam, é
necessário que sua argumentação induza (faça funcionar) o esquema mental do raciocínio delas
para que cheguem à conclusão desejada por você. Se isso não ocorrer, não adianta falar bonito,
gritar, ameaçar, apelar por palavras difíceis ou frases feitas e famosas, que o outro pode até
ouvir por educação, concordar por medo ou ignorância, mas não se convencerá racionalmente.
Então tudo será em vão; pois, quando puder, o outro jogará a sua argumentação no lixo e seguirá
o seu esquema próprio.
Imagine como deve ser difícil argumentar para convencer um alcoólatra a parar de beber,
ou lembre-se de algumas situações em que alguém o convenceu a fazer algo e você fez
“conscientemente”. E aquela vez em que as razões do outro, mesmo sendo da maioria ou de
alguma “autoridade”, não conseguiram convencê-lo a ter a convicção e a coragem de agir de
forma diferente?
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É por isso que “Convencer os outros se tornou uma Arte.” Lembra-se do
início da História da Filosofia, quando os Sofistas se tornaram mestres da arte da comunicação
persuasiva?
Uma das matérias obrigatórias nas primeiras escolas filosóficas, como a Academia de
Platão e o Liceu de Aristóteles, era a Oratória. Desde aquela época, a finalidade do
argumentar é exatamente formar uma opinião no outro (Receptor) como se
você (Emissor) fosse o único possuidor da verdade.
Portanto, para que isso aconteça de forma correta na
comunicação, a argumentação se faz num processo, na arquitetura de
uma montagem lógica, onde os temas propostos estão numa certa
ordem, e com uma linguagem adequada para que sejam alcançados
seus objetivos básicos de expressão da verdade, do convencimento e
da persuasão. (Silogismo)
Para compreender melhor a validade do bom argumento, leia com atenção, no item
abaixo, quais são os requisitos básicos necessários para uma argumentação eficaz.
2- O ARGUMENTO
Argumento é um conjunto de expressões verbais que contém provas, razões,
demonstrações, indícios ou motivos capazes de envolverem o outro, induzindo-o ao
convencimento, persuasão ou à convicção.
Lembrando o que aprendemos sobre a formação da idéia:
Para fixarmos a realidade que representa a idéia do que é o argumentar, devemos criar uma
imagem que tem forma, ocupa um espaço e está num tempo. Essa imagem deve representar, o
mais próximo possível, o sentido do conceito que queremos compreender.
Neste caso, escolhi a imagem da teia de aranha, pois além da
engenhosidade do temido inseto, ela representa a lógica da arte de
convencer os outros pela organização de nossas proposições
argumentativas.
Como a aranha se serve de sua teia para principalmente se alimentar,
assim também a arte de argumentar é uma engenhosidade humana para se
conseguir a sobrevivência; pois, por ela, as pessoas se destacam e têm
sucesso na busca de conquistas de seus objetivos, desde o alcance de
suprir suas necessidades básicas até as mais supérfluas e, às vezes,
enganosas.
Cite alguns exemplos de armações que você arquitetou para envolver,
surpreender e convencer os outros, conquistando assim os seus objetivos.
“O argumento tem como finalidade demonstrar, através de palavras os
elementos do raciocínio, tornando clara a passagem que se impõe do
desconhecido para o conhecido. O orador chegará ao raciocínio
pretendido através da conclusão e esta é tirada das proposições
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(premissas) denominadas coletivamente de antecedente: Isso se chama Silogismo. Ex.: Os
filhos do casal são jovens. Ora, Alfredo é filho do casal (antecedente). Logo, Alfredo é
jovem (conclusão)”. (Reinaldo Polito, A Arte de Falar Bem, pág. 139; Ed. Saraiva).
O ARGUMENTO É A ROUPAGEM QUE ENVOLVE AS SUAS RAZÕES,
MOTIVOS OU PORQUÊS, FUNDAMENTADOS EM PROVAS E EVIDÊNCIAS PARA
QUE, ORDENADOS NUMA SEQÜÊNCIA LÓGICA, DEMONSTREM DE FORMA
CONVINCENTE A SUA VERDADE, A SUA CRENÇA, OS SEUS SENTIMENTOS,
ENFIM O SEU CONHECIMENTO E O SEU QUERER.
PORTANTO ARGUMENTAR É DEMONSTRAR SUAS RAZÕES DE
FORMA LÓGICA PARA CONVENCER O OUTRO DE QUE VOCÊ ESTÁ
CERTO OU TEM RAZÃO.
Atenção: argumentar não é simplesmente explicar, mas é explicitar os
porquês que justifiquem a sua conclusão. Por isso a argumentação exige
várias afirmações (proposições ou premissas) que seguramente levem a uma
conclusão convincente, que não deixe dúvida ou outras alternativas.
“A argumentação convincente é mais que uma simples explicação ou
desculpa, ou nem toda justificativa realmente convence.”
Ex.: -1- “Sra. Diretora, houve uma festa ontem em casa e fui dormir tarde;
2- minha mãe não me chamou no horário certo;
3- meu pai demorou no banheiro;
4- o carro enguiçou;
Conclusão: por isso cheguei atrasado na escola.”
ESTA NÃO É UMA ARGUMENTAÇÃO E SIM APENAS UMA EXPLICAÇÃO.
As razões (premissas), embora verdadeiras, não justificam o atraso (a conclusão), porque
não têm o poder de convencer. Haveria outras alternativas para sanar os motivos do atraso.
Portanto o aluno deverá cumprir as penalidades previstas para o atraso sem justificativas ou
argumentação convincente.
Observe bem os argumentos aceitos que convencem ou não, quando a sua empregada
chega atrasada ou não vem trabalhar....... Também é interessante analisar as justificativas pelo
aumento de preços de produtos e serviços. Normalmente não convencem!
Preste atenção nas justificativas dos jogadores do seu time, depois da derrota do jogo do
final de campeonato.
Há colegas seus que já tem argumentos para justificar a reprova no vestibular...
É interessante perceber também que alguns argumentos ou justificativas são válidos em
algumas situações, mas não se aplicam em outras.
Lembro de um fato que demonstra a evidência dessa afirmação: Dra. Letícia, médica em
São Paulo, chegava muitas vezes atrasada ao seu consultório, com a justificativa do senso
comum daquela cidade, que é o trânsito complicado e com constantes engarrafamentos. Assim
toda vez que se atrasava até por outros motivos, a justificativa era sempre a mesma: os
engarrafamentos do trânsito paulistano. Aconteceu que a médica foi transferida para Araraquara,
cidade muito menor que a metrópole, que tem um trânsito que flui muito bem e as distâncias são
relativamente menores que as da capital. Chegando atrasada no seu novo posto de serviço, o
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Ambulatório Médico do Hospital Central, usou o mesmo argumento paulistano para justificar
seu atraso: “Fiquei presa no engarrafamento!”
Dr. Fernando, seu chefe, também oriundo de São Paulo, exclamou ironicamente: “Diga-me
aonde é o engarrafamento que eu quero ir até lá, pois estou com uma saudade daquela tensão
paulistana!”
Exercitando: A) Considerando que: Saber argumentar é efetivamente convencer o outro de
que a razão ou a verdade está com você.
- Crie possíveis argumentos, e não apenas desculpas, que o casal de namorados
poderia usar para provocar ou não o aborto, pois ela está grávida de três meses.
- Escolha uma situação ou assunto sobre o qual você tem dúvida, coloque para o grupo para que
a turma o convença, usando argumentos lógicos. Será que eles vão conseguir?
- O que a experiência dos exercícios demonstrou?
OBS.: Esta avaliação deve ser feita com referência ao exposto acima, principalmente sobre o
tema argumento.
Quais as suas conclusões? Quais as suas dificuldades e facilidades em argumentar?
O ARGUMENTO é como:
ARCO: Estrutura flexível, base de lançamento, comandada pelo
cérebro.
FLEXA:
Meio de atingir o alvo
ARGUMENTO
ALVO: Objetivo a ser
alcançado!
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Para que o argumento não seja apenas uma exposição de motivos, é
necessário que:
A) A Argumentação tem que ser Objetiva.
Para quem não sabe aonde ir, nenhuma estrada é boa!
"Toda argumentação é construída para se conseguir uma finalidade. Esta
construção, a qual apelidamos de “Arquitetura do Raciocínio, do Conhecimento ou do
Saber”, deve ser feita segundo os princípios da Lógica, isto é, pensamento organizado e
coerente.”
-
A Tati quer aceitar o esperado convite do Fabrício, sua mais recente paixão, para ir
ao baile de carnaval no clube de campo. Só está faltando convencer a mamãe, que
pela religião que segue não gosta de carnaval e nunca permitiu que a Tati chegasse
tarde em casa.
E agora, o que Tati deve fazer para convencer a mamãe?
Arquitetar ou criar argumentos (razões, motivos) para que a mamãe, raciocinando
logicamente, conclua que a sua filha deve ir ao baile, pois as razões de Tati são mais fortes que
as da mãe.
Portanto a clareza da finalidade (o seu objetivo) e a quem você quer convencer norteiam
a criação das características (o conteúdo e formas) de sua argumentação.
Por isso a Tati, antes de conversar com sua mãe, pensou muito bem. Criou os
argumentos próprios para a ocasião (Prós e Contras), ordenou-os numa seqüência lógica, até
deu uma ensaiadinha diante do espelho e partiu para o desafio com a certeza da vitória... É
evidente que a força da paixão, a carinha de apaixonada e o beijo carinhoso também ajudaram!
Quando nos propomos a convencer alguém, a argumentação tem que ser objetiva com as
seguintes características:
CONSCIENTE: você tem condições de conhecer e julgar a sua própria realidade. Você
está seguro daquilo que você quer.
CONSISTENTE: o conteúdo de seus argumentos é firme, palpável, tem fundamento e
é fácil de conhecer ou de se perceber.
CLARA: é fácil de se identificar, sem dúvida nenhuma, pois a evidência é contundente e
se impõe à inteligência, e não há como o outro não concordar.
INTELIGÍVEL: a roupagem do conteúdo é conhecida e dominada pelo outro. Ele
compreende o significado da mensagem corretamente. As palavras expressam o mesmo sentido
para o emissor e o receptor.
VERDADEIRA: os termos expressam o que verdadeiramente a realidade é.
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Um amontoado de frases soltas, exemplos variados, voz forte (gritos ou berros) ou
posturas autoritárias podem ser uma ótima carga de uma metralhadora argumentativa, mas não
funciona no convencimento do outro. Não adianta “enrolar” com grandes discursos, frases
bonitas, charme, exemplos fantásticos e comunicação colorida ou sonora, se a sua argumentação
falhar nos requisitos acima mencionados, não tendo fundamentação, provas e principalmente
uma conclusão lógica e verdadeira. “Tem gente que fala bonito, mas não tem
credibilidade!”
Responda rápido: O que o convenceu a comprar meia dúzia de Coca-Cola e apenas um
refrigerante “Mimosa”?
“As forças externas podem limitar as suas ações, prejudicar a sua vida é até privar a sua
liberdade, mas nunca ninguém poderá usurpar a sua capacidade de pensar, a não ser que você
permita. Na história, pessoas, e até populações inteiras, trocaram sua liberdade de pensamento
pelo pão de cada dia, moradia, segurança. Hoje ainda há mulheres que se casam para ter casa e
segurança financeira, mesmo sendo infelizes.
Argumentar bem é se fazer entender.
A forma mais eficaz de se defender a verdade se torna possível através da clareza
e da simplicidade: lembra da solução dada pelo velhinho semi-analfabeto para resolver o
problema do bloqueio do caminhão sob a ponte? A proposta dele, por ser simples e clara,
evidenciou de forma irrefutável a viabilidade de ser a melhor solução, pois o seu argumento
impôs a verdade na racionalidade lógica do doutor engenheiro e o convenceu a adotar a
postura coerente com a verdade.
“Certa vez, num encontro religioso, o Padre, famoso pela sua oratória, fez uma palestra
entusiasmada para explicar o que é uma comunidade cristã e fraterna. Expôs logicamente os
conceitos do tema, fundamentando suas afirmações em textos bíblicos, exemplos da história do
cristianismo até os dias atuais. Terminando a exposição, quis saber se as pessoas tinham
compreendido a mensagem e perguntou: - “Quem poderia me dizer o que é uma comunidade
cristã e fraterna?”
Uma senhora, de forma acanhada, mas convicta, respondeu: - “É Deus com nós, nós com
nós e nós com Deus!”
A afirmação da senhora foi tão clara e simples que todos entenderam de imediato, sendo
que as outras respostas foram semelhantes a essa, mas nenhuma tão completa, que fez a
racionalidade do padre orador reconhecer: - “Estudei quatro anos de teologia, já tenho alguns
anos de experiência e essa foi a melhor definição do que é uma comunidade!”
Portanto, argumento claro e simples é quando o seu conteúdo e a sua forma representam
o que o objeto ou assunto em questão é em si mesmo e por isso se torna indubitavelmente
evidente ao outro, como afirma Descartes em sua obra “Princípios Filosóficos I,45” – “Chamo
de clara a percepção presente e manifesta à mente de quem lhe presta atenção, assim como
dizemos que são claras as coisas que temos do olho que as olha.”
O argumento é simples não porque é superficial, mas porque contém objetividade em
poucos termos, facilitando a compreensão racional do outro. É contrário ao argumento
complexo que acontece quando o assunto em questão requer uma variedade de explicações, pois
há uma gama de informações de aspectos ainda obscuros. Mas, mesmo quando há complexidade
no assunto, deve haver um esforço de criatividade para que os argumentos da explicação e
defesa sejam os mais simples e claros possíveis.
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Neste caso, um dos recursos é o uso da analogia com realidades e símbolos mais comuns
ao nosso raciocínio e a nossa cultura: é o que fez a senhora piedosa ao definir comunidade.
SINTETIZANDO PARA SE TER UMA VISÃO GERAL DOS CRITÉRIOS
DE UMA BOA ARGUMENTAÇÃO:
A) PROBABILIDADE: as premissas são aceitas como verdadeiras pelo emissor e pelo
receptor, porque podem ser provadas, ou nelas se pode acreditar. Se o ouvinte não aceitar o seu
pressuposto, dificilmente concordará com a sua conclusão.
Ex.: 1- O clima na região central do Estado de São Paulo é temperado
2- Araraquara fica na região central do Estado de São Paulo
Conclusão: Portanto, o clima de Araraquara é temperado.
As premissas 1 e 2 são prováveis e aceitas por todos, por isso a argumentação é válida.
1- A harmonia da natureza demonstra a grandeza de Deus
2- Deus cuida carinhosamente de sua criação
Conclusão: Portanto, Deus está em todas as coisas.
As premissas 1 e 2 não são aceitas por algumas pessoas, principalmente as não crentes,
por isso a argumentação dificultará a conclusão.
B) CONSISTÊNCIA: As premissas têm fundamento, são palpáveis ou podem ser
comprovadas por várias formas, sendo difíceis de se refutar. Assim elas se tornam fortes,
relevantes e auto-suficientes, rechaçando qualquer opinião contrária.
Por exemplo, as regras ou princípios éticos universais que se estendem a toda humanidade:
“Foram necessários mais de 5.000 anos de história registrada, com milhares de guerras, sistemas
opressivos, escravidão, genocídios, guerras santas, repressão hedionda, tortura, destruição em
massa, e também infindáveis lutas pela liberdade, surgimento da Imprensa, Revolução Francesa,
Revolução Industrial e finalmente uma Guerra Mundial, durante a qual foi inaugurado o terror
nuclear, para que a Humanidade chegasse a uma conclusão razoavelmente consensual de que
deveria se entender, dando o primeiro passo no sentido de harmonizar os povos e o mundo. E
finalmente foi promulgada em 10 de Dezembro de 1948 pela recém criada Organização das
Nações Unidas a seguinte obra:”
(Marcus Valerio XR)
- TTREINAMENTO: Técnica dos PRÓS e CONTRAS
1- NAMORAR OU FICAR: EIS A QUESTÃO
2- NEM TODO PRAZER É BOM, NEM TODO SOFRIMENTO É RUIM!
3-Com base ou exemplo do texto argumentativo e convincente abaixo, relate um fato de sua
experiência que também convence sobre a busca de seus sonhos.
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Argumentação: A Arte de Convencer!
A MAIOR BRONCA QUE JÁ LEVEI
(Dr. Dráuzio Varella)
Tínhamos uma aula de Fisiologia na escola de medicina
logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos
havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos
estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a
excitação era geral. Um velho professor entrou na sala e
imediatamente percebeu que iria ter trabalho para
conseguir silêncio. Com grande dose de paciência tentou
começar a aula, mas você acha que minha turma
correspondeu? Que nada. Com um certo constrangimento,
o professor tornou a pedir silêncio educadamente.
Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos
firmes na conversa. Foi aí que o velho professor perdeu a
paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.
Veja o que ele disse.
- "Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”, disse, levantando a voz e um silêncio
carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou.
- "Desde que comecei a lecionar, isso já faz muito anos, descobri que nós professores, trabalhamos
apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas
cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam
profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das
pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem
deixar nada de útil.
O interessante é que esta percentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão
que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas
cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e
podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais. É
uma pena muito grande que não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível,
eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o
silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo sabendo ter investido nos melhores.
Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de
mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar
da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a
qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de ".
Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após
aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um
comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia durante todo o semestre; afinal quem
gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto?
Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais
esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato,
percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%,
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mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo
pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não
tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente sobraremos na turma do resto."
Dráuzio Varella: (São Paulo, 1 de janeiro de 1943), é um médico oncologista e escritor
brasileiro, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de
rádio e TV. Foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo,
onde lecionou química durante muitos anos.
“QUE SUA VIDA SEJA CONVINCENTE!!!”
PROF.CÁSSIO-2016
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