Anuário da Produção Acadêmica Docente ENSINO E APRENDIZAGEM1 Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 As teorias da Psicologia RESUMO Maria Cristina Mesquita Barbosa Faculdade Anhanguera de Valinhos [email protected] Ana Paula Basqueira Faculdade Anhanguera de Campinas unidade 3 [email protected] As teorias psicológicas, sejam elas da aprendizagem ou não, são pressupostos essenciais na orientação do processo pedagógico que se concretizará na tarefa do educador. Estas teorias encerram discussões à respeito de temas fundamentais para os educadores como: aprendizagem e fundamentos das diferenças individuais. Uma questão se sobrepõe às demais quando se trata de unir a teoria à prática no ofício do professor: qual é o limite da aprendizagem? Respondem a estas questões as teorias psicológicas da aprendizagem que podem ser genericamente reunidas em duas categorias: as Teorias do Condicionamento e as Teorias Cognitivistas, objetos desta reflexão. Palavras-Chave: teorias da aprendizagem; teorias cognitivas; teorias do condicionamento. ABSTRACT Psychological theories, learning related or not, assumptions are essential in guiding the educational process which will take place in the task of the educator. These theories contain discussions about key issues for educators as learning and reasons for individual differences. One question overrides the other when it comes to unite theory with practice during the teacher performance: what is the limit of learning? Respond to these questions the psychological theories of learning that can be broadly grouped into two categories: the Theories of Conditioning and the Theories Cognitivists, objects of this reflection. Keywords: learning theories; cognitivists theories; conditioning theories. Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico Recebido em: 6/6/2009 Avaliado em: 30/1/2010 Publicação: 9 de agosto de 2010 ANUDO n6_miolo.pdf 75 1 Material da 3ª. aula da Disciplina Fundamentos Teóricos do Ensino Aprendizagem, ministrada no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Didática e Metodologia do Ensino Superior – Programa Permanente de Capacitação Docente.Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2009. 75 22/03/2011 11:28:52 76 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia 1. INTRODUÇÃO Desde as primeiras reflexões sobre a Paidéia grega, os educadores se preocupam em desvendar a maneira como as pessoas conhecem e aprendem e as condições sob as quais o fazem. A escola, seja ela para crianças, adolescentes ou adultos, tem na relação ensinoaprendizagem o seu aspecto central, uma vez que sua preocupação é, tanto compreender como os alunos aprendem, quanto promover a qualidade desta aprendizagem. Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é modificada pela reação a uma situação encontrada, desde que as características de mudança não possam ser explicadas por tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do organismo (por exemplo, fadiga etc). (HILGARD apud CÓRIA-SABINI, 1986, p.1) Esta definição, ainda que ampla e genérica, relaciona a aprendizagem a um processo de mudança. Assim é que são considerados aprendidos, além de conhecimentos e habilidades, preferências, preconceitos, relações objetivas e até características da personalidade como manias e agressividade. Todas essas manifestações entendidas como “reações dos indivíduos a certas situações ambientais [...] também são aprendidas” (CÓRIA-SABINI, 1986, p.1). Este é um entendimento comum às várias teorias psicológicas, o que não significa que não haja controvérsias a respeito de outros aspectos, tais como: • Qual é o limite da aprendizagem? Qual é a participação do aprendiz no processo de aprendizagem? • Qual é a natureza da aprendizagem? • Qual é a motivação subjacente à aprendizagem? O que é transferido da aprendizagem inicial para situações novas? E, ainda: • Qual é a natureza e a extensão das diferenças individuais? Quais as características destas diferenças? Diferenças de inteligência? Diferenças de personalidade? Como se percebe o campo da Psicologia da Educação é complexo e extenso. Mas, à maneira do saber filosófico-pedagógico, também as teorias Psicológicas agrupam-se em alguns caminhos teóricos ao responder a estas várias indagações, como veremos a seguir. 2. BREVE VISÃO DAS PRINCIPAIS TEORIAS DA APRENDIZAGEM As teorias psicológicas, sejam elas da aprendizagem ou não, são pressupostos essenciais na orientação do processo pedagógico que se concretizará na tarefa do educador. Estas teorias encerram discussões à respeito da aprendizagem, motivação, desenvolvimento cognitivo e também sobre o porquê das diferenças entre os aprendizes. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 76 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 77 Neste breve relato de algumas das teorias psicológicas, indicaremos alguns dos principais pressupostos destes vários entendimentos. Comecemos pelas chamadas Teorias da Psicologia Diferencial, que tentam explicar o porquê das diferenças entre o comportamento explícito das pessoas. Estes estudiosos da personalidade tentam resolver a questão desvendando: [...] qual é a interação existente entre os diferentes aspectos responsáveis pela formação da personalidade, tais como: aprendizagem, percepção, motivação (...) as várias teorias da personalidade se distinguem pela descrição do modo pelo qual essa interação ocorre e pelo peso de cada um dos fatores (aprendizagem, percepção e motivação) na determinação da personalidade. CÓRIA-SABINI (1986, p. 90) Como exemplo, dentre estas teorias, destacava a teoria psicanalítica de Sigmund Freud que entende que: [...] o comportamento explícito de uma pessoa só pode ser corretamente interpretado quando há conhecimento de seus motivos, temores, sentimentos, etc. [...] [Freud] considerava o comportamento humano como: a) um resultado de lutas e acordos entre motivos, impulsos e necessidades; b) ocorrendo em diferentes níveis de organização, de tal forma que comportamentos semelhantes podem expressar diferentes forças e a mesma força pode ser representada por diferentes comportamentos; c) ocorrendo em vários níveis de consciência. (CÓRIA-SABINI, 1986, p.91-92) Freud relacionava o comportamento explícito do adulto com episódios de sua vida infantil, possibilitando a nós educadores conhecer melhor o nosso aluno a partir de sua “história”. Ainda como educadores, podemos orientá-lo a satisfazer os seus desejos naturais, através da sublimação.2 (Seria a inteligência fator diferencial?) Foi na linha da explicação inatista que surgiram os primeiros estudos psicológicos com o objetivo de avaliar a inteligência humana. Um dos pioneiros desses estudos foi o pesquisador francês Alfred Binet. Segundo ele, o que define a inteligência não é a quantidade de conhecimento que a pessoa possui, mas sua capacidade de julgar, compreender e raciocinar. Tal capacidade não pode ser aprendida, mas, ao contrário, é biologicamente determinada. Assim, a inteligência é um atributo do indivíduo fixado pela hereditariedade e variável de pessoa para pessoa. A inteligência é, portanto, inata. A partir deste entendimento, os testes de inteligência (BINET-SIMON) passaram a ser de uso quase que obrigatório na situação de ensino-aprendizagem, orientando as ações específicas dos professores com os alunos tipificados. Diferentes abordagens se seguem a esta da determinação hereditária da inteligência, destacando-se a Epistemologia Genética de Jean Piaget. Para Piaget a inteligência é tanto função quanto estrutura. Enquanto função a inteligência é uma adaptação. Os processos da inteligência têm a finalidade de levar o sujeito a sobreviver por 2 Sublimação (em Freud) é a satisfação modificada dos impulsos naturais em atos socialmente aceitáveis. Tem importante papel na construção da civilização produzindo, arte, religião, etc. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 77 22/03/2011 11:28:52 78 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia adaptação. Adaptar-se ao meio, modificar o meio para adaptar-se melhor a ele, isso é função da inteligência. Enquanto estrutura, a inteligência é uma organização. A inteligência é uma organização de processos que permitem, se a organização for abrangente, um nível de conhecimento mais complexo, superior, e se for um nível de organização menos complexo, um nível de conhecimento inferior. Estes graus de complexidade relacionam os estágios de desenvolvimento das pessoas. A inteligência é, portanto, uma organização cujo crescimento não se dá pelo acúmulo de informações, mas, sobretudo, por uma reorganização da própria inteligência. Crescer é reorganizar a própria inteligência para ter mais possibilidade de assimilação. Assimilação significa, em Piaget, interpretação. Ver o mundo não é simplesmente olhar o mundo, mas interpretá-lo assimilá-lo e tornar seus alguns elementos deste mundo. Conhecer o objeto é assimilá-lo, mas como esse objeto oferece resistência ao conhecimento, a organização mental se modifica e a essa modificação se dá o nome de acomodação. O crescimento da inteligência é um processo dinâmico e se dá por desequilíbrio (diante do novo) e equilibração (estabilidade da organização mental que dá conta do conhecimento). É um processo contínuo: desequilíbrio, equilibração. Além disto, para Piaget, o desenvolvimento da inteligência não é linear, ou seja, por acúmulo de informação, mas se dá por saltos e rupturas significando passagens para estágios diferentes. A inteligência muda de qualidade e cada estágio representa uma qualidade dessa inteligência. Os estágios piagetianos são quatro: sensório-motor (0 a 24 meses); pré-operatório (2 a 7 anos); operatório-concreto (7 a 12 anos) e operatório-formal (12 anos em diante). Este seria o estágio dos nossos alunos universitários, o que os tornaria capazes de, segundo Piaget, pensar sem cometer contradições, através de hipóteses e por hipóteses. Segundo esta teoria, [...] a prática deve sempre servir de base ao pensamento conceitual. [...] a prática deve sempre preceder a atividade reflexiva. [...] a prática, longe de ser uma aplicação conceitual, deve ser o ponto de partida do próprio conhecimento e a condição necessária para qualquer reflexão posterior. (CÓRIA-SABINI, 1986, p. 88) Atualmente, a tendência é a de considerar a contribuição tanto de fatores hereditários quanto de ambientais na constituição da inteligência. A preocupação dos pesquisadores é determinar de que maneira estes fatores hereditários e ambientais se inter-relacionam e determinam as condições da inteligência. Aqui lembremos, também, da perspectiva desenvolvida, a partir de 1983, por H. Gardner e sua equipe da Universidade de Harvard, após longos estudos sobre a cognição e a aprendizagem humanas. Trata-se da Teoria das Inteligências Múltiplas, que enfatiza o Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 78 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 79 ser humano não como criatura restrita a uma ou duas únicas aptidões, mas como ser pensante, capaz de manifestar-se por meio de diferentes inteligências e de expor o seu aprendizado através de inúmeras linguagens, o que tornou mais complexo situar na inteligência a determinação das diferenças pessoais. Por esta amostragem teórica percebe-se como é difícil determinar o que estar por detrás das diferenças. O que o pensamento contemporâneo afirma é a multiplicidade de fatores. Embora todas as questões relativas ao entendimento psicológico da pessoa sejam relevantes, para nós educadores, algumas, por suas especificidades, afetam diretamente a nossa prática cotidiana em sala de aula. São elas: • Qual é o limite da aprendizagem? • Qual é a participação do aprendiz no processo de aprendizagem? Estas questões foram respondidas por duas abordagens distintas da Psicologia da Aprendizagem: as teorias Cognitivistas e as teorias do Condicionamento. 2.1. As teorias Cognitivistas sobre a Aprendizagem. Para estes teóricos, o indivíduo não é passivo no processo de aprendizagem. Aprender é mudar, o que importa, não é a mudança em si, mas o processo mental subjacente que possibilita esta mudança. A aprendizagem é o processo de descoberta das relações existentes entre os eventos [...] é um processo de organização das relações descobertas e não apenas uma soma de partes. [...] a pessoa que aprende responde à situação de acordo com sua interpretação e percepção dessa situação. (CÓRIA-SABINI, 1986, p. 2) O que é ensinado não será impresso na mente do aprendiz da maneira como apresentado, será interpretado e integrado nas suas estruturas cognitivas, como já vimos em Piaget. Para os cognitivistas o comportamento humano é inteligente e intencional. Os teóricos cognitivistas vão fundamentar as teorias construtivistas de aprendizagem que se esforçam na busca de caminhos que dêem conta da complexidade do processo de conhecimento. Antropologicamente, os cognitivistas/construtivistas entendem o ser humano como existência histórico-social, situada no mundo por meio de um processo dinâmico que se expressa de modo diferente no decorrer do tempo. O ser humano se faz e se refaz pela interação social e por sua ação sobre o mundo. Epistemologicamente, os cognitivistas/construtivistas afirmam que o conhecimento resulta de uma construção contínua, entremeada pela invenção e descoberta. O conhecimento é construído: não é inato nem apenas dado pelo objeto, mas antes se forma e se transforma pela interação entre ambos. O conhecimento se produz a Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 79 22/03/2011 11:28:52 80 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia partir do desenvolvimento por etapas, em estágios sucessivos nos quais as pessoas organizam e reorganizam pensamento e afetividade. O construtivismo realça a capacidade adaptativa da inteligência e da afetividade dando condições para que o processo de amadurecimento não seja ilusório. São representantes clássicos dessa tendência: Jean Piaget e Lev Vygotsky. Sobre Piaget, ao tratarmos da sua concepção de inteligência adiantamos os fundamentos de sua epistemologia genética, mas é sempre bom lembrar da sua concepção de desenvolvimento mental. Para ele, o processo dinâmico da inteligência e da afetividade supõe uma estrutura concebida como uma totalidade em equilíbrio, a inteligência que exerce a função adaptativa por excelência, restabelece a auto-regulação. Da inteligência (da Lógica) que evolui da simples motricidade do bebê até o pensamento abstrato do adolescente; da afetividade, que parte do egocentristmo infantil até atingir a reciprocidade e a cooperação, típicas da vida adulta; da consciência moral, que resulta de uma evolução que parte da anomia (ausência de leis), passa pela heteronomia (aceitação da norma externa) até atingir a autonomia ou capacidade de autodeterminação, que indica a superação da moral infantil (ARANHA, 2006, p. 276). A grande contribuição de Piaget para os educadores é a indicação sobre o estágio adequado para serem ensinados determinados conteúdos, respeitando as reais possibilidades do aluno, de acordo com o seu desenvolvimento intelectual e afetivo. Lev Vygotsky, por sua vez, entende que o nível superior da reflexão, o conhecimento abstrato do mundo, tem início com as interações sociais cotidianas, desde as atividades práticas da criança até tornar-se capaz de formular conceitos. Para explicar as “operações superiores”, Vygotsky usa o conceito de mediação, segundo o qual a relação do indivíduo com o mundo não é direta, mas mediada pelos sistemas simbólicos, histórico-sócio-culturalmente elaborados. Por exemplo: o entendimento entre as mentes seria impossível não fosse a mediação da fala humana, cujo componente essencial é o significado que, socialmente elaborado, possibilita a generalização. Geralmente costumamos avaliar as crianças pelo seu desenvolvimento real [...] porém existe em um estágio anterior [...] a ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL (ou potencial) caracterizada pela capacidade de resolver problemas sob a estimulação de um adulto ou em colaboração com os colegas [...] a fase de colaboração estimula o trabalho coletivo, necessário para transformar uma ação interpessoal (social) em um processo intrapessoal (internalização). (ARANHA, 2006, p. 278) O desenvolvimento da reflexão (operações superiores) dar-se-á através da passagem do interpessoal para o intrapessoal, possibilitando a independência intelectual e afetiva, mediada pela discussão que é uma etapa para este desenvolvimento da reflexão. A importância do pensamento de Vygotsky é ressaltar que a freqüência à escola não Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 80 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 81 garante ao aluno se apropriar do acervo de conhecimentos sobre áreas básicas daquilo que foi elaborado pelo seu grupo cultural. O acesso a este saber dependerá de fatores de ordem social, política e econômica e da qualidade do ensino oferecido. A qualidade do trabalho pedagógico está associada à capacidade de promoção de avanços no desenvolvimento do aluno. Essa posição encontra fundamento no conceito de zona de desenvolvimento proximal que descreve o espaço entre as conquistas já adquiridas por este aluno e aquelas que, para se efetivar, dependem da participação de sujeitos mais capazes, como o professor. A escola só desempenha bem o seu papel na medida em que, partindo daquilo que o aluno já sabe (o conhecimento que traz do seu cotidiano), consegue ampliar e desafiar a construção de novos conhecimentos. 2.2. Teoria Behaviorista de B.F. Skinner Segundo Carrara (2004), as propostas da Análise Experimental do Comportamento na área educacional perderam espaço para o recente predomínio de abordagens cognitivistas e socioconstrutivistas. Muitas são as críticas direcionadas à Análise do Comportamento e ao Behaviorismo Radical (a filosofia que fundamenta a Análise do Comportamento) principalmente no que diz respeito à educação. Entretanto, as pesquisas nessa área têm crescido mundialmente de maneira significativa, fato que poderia fazer da Análise do Comportamento uma abordagem promissora em relação à área educacional. Segundo o autor: Historicamente, esse arranjo de pressupostos e condições, temperado pelo determinismo probabilístico e centrado em incisivo antimentalismo, associado a freqüente desconhecimento de algumas relevantes possibilidades de aplicação, tem sido responsável constante por alguns temores, críticas, ou mesmo sumária rejeição à abordagem. (CARRARA, 2004, p. 110) Para compreender um pouco sobre a história do Behaviorismo e da Análise do Comportamento, é importante falar sobre seu surgimento em 1913, com John Watson. A proposta do Behaviorismo proposto por Watson era de que a psicologia científica deveria lidar exclusivamente com comportamentos observáveis, que fossem descritos objetivamente, rejeitando qualquer termo mentalista. Segundo sua proposta, a psicologia deveria se limitar ao estudo do que fosse passível de observação, utilizando métodos objetivos e rígidos. Este Behaviorismo é denominado de Behaviorismo Metodológico, constituindo-se como primeiro passo para o desenvolvimento do behaviorismo enquanto escola de pensamento. Segundo Baum (1999), a ciência do comportamento proposta por Watson tinha como objeto de estudo apenas o comportamento objetivamente observável, evitando a subjetividade da introspecção e analogias entre animal e humano. O comportamento foi Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 81 22/03/2011 11:28:52 82 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia definido como aquilo que é observável pelo outro, isto é, para ser considerado objeto de estudo do behaviorista, o comportamento deveria afetar os sentidos do outro. Para os behavioristas metodológicos a mente existe, mas seu status científico é negado pela afirmação de que não poderíamos estudá-la por ser inacessível. Skinner discordará da proposta acima, afirmando sobre ela: Behavioristas metodológicos, assim como positivistas lógicos, argumentam que a ciência deve restringir-se a eventos passíveis de serem observados por duas ou mais pessoas; a veracidade de um fato depende da concordância. O que se pode ver através da introspecção não se qualifica como tal. Existe um mundo interno de sentimentos e estados da mente, mas ele está fora do alcance de uma segunda pessoa e, portanto, da ciência. Certamente, essa não é uma posição satisfatória. Como as pessoas se sentem é freqüentemente tão importante quanto o que elas fazem. O behaviorismo radical nunca assumiu essa direção. (SKINNER, 1995, p. 13). Assim, ao falarmos em Behaviorismo Radical estamos considerando as interações entre organismo e ambiente. Isto significa que, ao mesmo tempo em que nossas ações produzem alterações no mundo ao nosso redor, estas alterações também influenciam diretamente nossos comportamentos. Nesse sentido, o comportamento ocorre diante de determinadas situações, é alterado por elas e, também, altera o ambiente. Tais relações funcionais entre organismo-ambiente são o objeto de estudo da Análise do Comportamento, são caracterizadas por unidades mínimas de análise do comportamento, definidas como tríplice contingência. As relações organismo-ambiente são controladas por três tipos de história: a filogenética, ou seja, a história de evolução da espécie, a ontogenética, isto é, a história de vida de cada indivíduo e a cultura. Segundo Goldenberg (2007), o Behaviorismo Radical e a Análise do Comportamento produziram inúmeras pesquisas que originaram técnicas amplamente utilizadas com crianças de desenvolvimento atípico. De modo geral, a proposta da Análise do Comportamento não considera rótulos, mas analisa as relações funcionais entre o comportamento (resposta) e as condições antecedentes e conseqüentes. Diante da rápida diferenciação entre o Behaviorismo Metodológico proposto por Watson e o Behaviorismo Radical (do qual Skinner é um dos principais autores) vamos apresentar a seguir os principais conceitos da Análise do Comportamento e, na seqüência, algumas das aplicações dos princípios na área educacional. Para iniciarmos uma apresentação sobre os principais conceitos da Análise do Comportamento, algumas definições básicas precisam ser entendidas. Podemos começar pela própria definição de comportamento. Comportamento é o termo que descreve as relações entre as atividades de um organismo (também denominadas respostas) e os eventos ambientais (freqüentemente denominados estímulos) (SKINNER, 1987). Assim, Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 82 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 83 qualquer relação entre estímulos e respostas, ou entre ambiente e organismo é chamada de comportamento. As respostas dizem respeito a todas as nossas ações enquanto organismos, isto é, andar, falar, comer, escrever etc. Os estímulos são os eventos ambientais ou situações que podem anteceder ou estar presentes quando respondemos e as situações que passam a existir após as nossas ações. Partindo da definição de comportamento enquanto interação organismoambiente, os comportamentos podem ser classificados, a depender das relações entre estímulos e respostas, em dois tipos: os comportamentos respondentes (ou reflexos) e os comportamentos operantes. A seguir serão apresentadas suas principais características definidoras. Comportamento Respondente Os comportamentos respondentes (ou reflexos) são aqueles em que um determinado estímulo elicia uma resposta específica. Esta relação pode ser representada pela expressão S – R. São exemplos de comportamentos reflexos a lacrimação eliciada diante do sumo de cebola, a salivação diante do estímulo alimento etc. Assim, temos uma resposta específica que é eliciada quando um determinado estímulo está presente. Esta relação não é ensinada (nenhum de nós aprendeu a salivar!), as respostas em questão são inatas, ou seja, filogeneticamente herdadas por membros de uma mesma espécie. Como estas respostas são filogenéticas, ou seja, não aprendidas, há uma limitação ou um número limitado de comportamentos respondentes presentes no nosso repertório comportamental. Não aprendemos novas respostas reflexas, mas podemos estabelecer novas relações S – R, isto é, as respostas inatas podem passar a ocorrer diante de diferentes estímulos. A este processo através do qual uma resposta inata passa a ser eliciada por diferentes estímulos denominamos condicionamento respondente (reflexo ou pavloviano). O condicionamento respondente, descoberto por Pavlov, consiste em um procedimento no qual um estímulo neutro (ou seja, que não elicia a resposta), quando pareado (associado/apresentado) várias vezes ao estímulo incondicionado (no sentido de “não condicionado/não aprendido”) que originalmente elicia a resposta inata (ou incondicionada, ou seja, “não aprendida”) passa a eliciá-la quando apresentado sozinho, após os pareamentos. Foi isto que descobriu Pavlov ao realizar um experimento com cães, em que o som de uma sineta era pareado ao pó de carne que eliciava a resposta de salivação em cães; após vários pareamentos entre o som e o pó de carne, a resposta de salivação passou a ser eliciada apenas na presença do som da sineta. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 83 22/03/2011 11:28:52 84 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia Assim temos: NS (estímulo neutro) UR (Resposta Incondicionada) SOM SINETA SALIVAÇÃO (não elicia) US (estímulo incondicionado) UR (Resposta Incondicionada) PÓ DE CARNE (elicia) SALIVAÇÃO NS + US UR (Resposta Incondicionada) SOM + PÓ DE CARNE (elicia) SALIVAÇÃO CS (estímulo condicionado) CR (Resposta Condicionada) SOM SINETA (elicia) SALIVAÇÃO Portanto, quando falamos em comportamento respondente ou reflexo, a única forma de obtermos novas relações entre estímulos e respostas é por condicionamento respondente, através do qual a resposta inata passa a ser eliciada por diferentes estímulos. Este processo de condicionamento é considerado um tipo de aprendizagem que apresenta limitações dada a característica inata da resposta, isto é, posso criar novas relações S – R, mas não posso criar novas respostas, já que estas são herdadas filogeneticamente. Comportamento Operante A maioria dos comportamentos presentes em nosso repertório é operante. Comportamentos operantes são comportamentos aprendidos ao longo da história de vida do organismo (ou seja, são ontogenéticos) e sofrem influência da cultura na qual está inserido. O comportamento operante é um tipo de relação na qual as respostas ocorrem diante de estímulos antecedentes e, por sua vez, produzem conseqüências que afetam a probabilidade futura de resposta. Dito de outra forma, os comportamentos operantes são comportamentos que produzem conseqüências e que, portanto, alteram o ambiente. Estes comportamentos podem ser representados pela expressão S’ – R Æ S”, definida como tríplice contingência. A tríplice contingência é a unidade mínima de análise do comportamento operante. É exatamente por ser sensível às conseqüências produzidas que este comportamento “opera” sobre o meio, alterando-o e sendo modificado por ele – esta é a razão da denominação operante. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 84 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 85 Assim como no caso do comportamento reflexo, os comportamentos operantes também podem ser condicionados. Entretanto, no condicionamento reflexo eram estabelecidas novas relações entre estímulos. Já no caso dos comportamentos operantes, pode-se ensinar (ou condicionar) novas respostas através da modelagem. A seguir, serão apresentados os principais procedimentos para aquisição e manutenção de comportamentos operantes. Técnicas ou Procedimentos para Aquisição e Manutenção do Comportamento Alguns procedimentos podem ser utilizados para que um comportamento seja ensinado e, posteriormente, mantido no repertório comportamental do indivíduo. É o caso da modelagem, do reforçamento positivo, do reforçamento negativo, do controle de estímulos e da técnica de economia de fichas. Modelagem A modelagem é um procedimento para que novos comportamentos sejam ensinados através do reforçamento diferencial e do método de aproximações sucessivas. Para que seja possível compreender o que isso significa, precisamos explicar o que vem a ser reforçamento. Reforçamento consiste no procedimento através do qual uma conseqüência que segue uma determinada resposta aumenta a probabilidade de ocorrência futura da mesma. Por exemplo: se o comportamento de estudar produzir como conseqüência uma boa nota na prova, esta nota funcionará como conseqüência reforçadora se aumentar a probabilidade de ocorrência do comportamento de estudar no futuro. Assim, quando a modelagem é utilizada, o ponto de partida é o repertório de comportamentos que o sujeito já possui, selecionando de todo o repertório quais comportamentos seriam o ponto de partida para, gradualmente, chegarmos ao comportamento final que se deseja. Desse modo, as respostas adequadas são reforçadas para que voltem a ocorrer no futuro e, gradualmente, através de aproximações sucessivas, os critérios vão sendo alterados para que essas respostas dêem lugar a outras, cada vez mais próximas do que se espera, de fato. Nesse sentido, o reforçamento vai sendo implementado diferencialmente, funcionando apenas para aquelas respostas mais próximas do produto final e deixando de ocorrer para as respostas anteriores (o critério é alterado gradualmente). A técnica de modelagem por aproximações sucessivas, reforçando-se, seletivamente, respostas parecidas com a resposta final esperada. (...) Ainda no exemplo precedente, reforçam-se, portanto, respostas que se aproximem do repertório desejado, mas não outras que escapem aos critérios estabelecidos. Está em curso o reforçamento diferencial, procedimento em que se reforça uma resposta específica, colocando-se em extinção (ou Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 85 22/03/2011 11:28:52 86 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia diminuindo a força, mediante a retirada do reforço) todas as demais, porque, ainda que possam ter alguma similaridade topográfica, estão fora dos critérios estabelecidos. (CARRARA, 2004, p.119-120). Para que este procedimento de modelagem fique mais claro, vamos dar um exemplo. Imagine um aluno que freqüenta suas aulas, mas que não é participativo. Numa determinada aula, diante de uma fala do professor, o aluno emite um comentário sobre o conteúdo. O professor elogia o comentário dele, salientando as partes mais relevantes ou corretas. Se o aluno voltar a fazer comentários na sua aula, significa que seu elogio funcionou como reforço. Agora, você terá que, gradualmente, tornar esses comentários mais embasados ou coerentes com a matéria, correto? Assim, você passará a reforçar/elogiar apenas os comentários “corretos” e não mais qualquer opinião ou fala do aluno. O que você estará fazendo é exatamente aplicando a modelagem para instalar comportamentos participativos adequados em sala de aula (através de aproximações sucessivas e reforçamento diferencial). Reforçamento Positivo Reforçamento positivo refere-se ao procedimento através do qual uma resposta terá sua probabilidade de ocorrência futura aumentada pela produção ou acréscimo de um estímulo ao ambiente. Por exemplo, estudar produz uma boa nota na prova e esta aumenta a probabilidade futura da resposta de estudar. Desse modo, a resposta de estudar foi reforçada positivamente pelo acréscimo de um estímulo (nota) ao ambiente. Reforçamento Negativo O reforçamento negativo também é um procedimento que aumenta a probabilidade futura de uma determinada resposta. Entretanto, neste caso, a probabilidade da resposta aumenta porque esta produz como conseqüência a remoção de um estímulo aversivo. Por exemplo, se o comportamento de estudar remover uma nota baixa, o mesmo poderá aumentar as chances de voltar a ocorrer (aumentar a probabilidade futura da resposta) exatamente por ter removido um estímulo aversivo presente. Outros exemplos do nosso cotidiano também tornam o reforçamento negativo facilmente identificável; é o caso de retirarmos um sapato apertado do pé – se o comportamento de tirá-lo remover o desconforto, esse comportamento terá maiores chances de ocorrer no futuro. Controle de estímulos Controle de estímulos é um conceito essencial da Análise do Comportamento e que diz respeito a duas dimensões: a generalização e a discriminação. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 86 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 87 Na generalização, o indivíduo se comporta de maneira semelhante em situações diferentes, isto é, diante de estímulos antecedentes diferentes, responde de forma igual. Por exemplo: diante do estímulo antecedente maçã-fruta e da figura de uma maçã a pessoa emite a resposta “maçã” na presença dos dois estímulos. Já na discriminação, o indivíduo responde de maneira diferente diante de estímulos diferentes. No processo de discriminação, estão envolvidos pelo menos dois tipos de estímulos antecedentes: um estímulo discriminativo (SD) e um estímulo delta (SΔ). Respostas emitidas na presença de SD são reforçadas; já respostas emitidas na presença de SΔ, não. A partir dessa diferenciação na disponibilidade de conseqüências, o indivíduo passa a responder sistematicamente na presença do estímulo discriminativo. Por exemplo, diante de diferentes animais (cachorro, gato, rato), saber nomeá-los diferentemente, dizendo “cachorro” apenas na presença de cachorro significa que este é um estímulo discriminativo para a resposta e que o gato e o rato são estímulos delta para esta resposta. Os aspectos envolvidos em controle de estímulos são muito mais complexos no ambiente natural e não é nossa proposta aqui, discutir este assunto profundamente. Tratase de uma das áreas centrais da Análise do Comportamento e para ser adequadamente abordada, seria necessário criarmos um curso exclusivo para estudá-la. Esquemas de reforçamento Os esquemas de reforçamento referem-se às diferentes formas de disponibilização do reforço a partir da emissão da resposta. Isso significa que a depender da maneira pela qual as conseqüências serão apresentadas, teremos comportamentos com características diferentes, podendo ser mais ou menos resistentes, estáveis etc. De modo geral, podemos dizer que os esquemas podem ser divididos em contínuo ou intermitente. No esquema de reforçamento contínuo toda resposta é seguida de reforço; nos esquemas intermitentes, apenas algumas respostas são reforçadas e a disponibilidade do reforço pode estar vinculada à razão ou ao intervalo. Nos esquemas de razão é necessário que um determinado número de respostas seja emitido para que o reforço seja disponibilizado. Este número pode ser fixo (Razão Fixa) ou variável (Razão Variável). Já nos esquemas de intervalo é necessário que a resposta seja emitida após transcorrido um intervalo de tempo. Da mesma forma que os esquemas de razão, no caso do intervalo, este pode ser fixo (Intervalo Fixo) ou variável (Intervalo Variável). Muitas propriedades específicas de respostas são geradas a cada esquema de reforçamento. [...] esquemas intermitentes produzem repertórios de respostas com resistência à extinção muito mais alta; os esquemas de razão produzem altas freqüências de resposta; os esquemas de reforço contínuo asseguram a manutenção imediata das respostas, sendo os recomendados quando se trata do momento de instalação de comportamentos, mais que de sua manutenção. (CARRARA, 2004, p. 119) Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 87 22/03/2011 11:28:52 88 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia Economia de fichas A economia de fichas (token economy) é uma técnica amplamente empregada para manutenção de comportamentos através do uso de reforçadores condicionados, ou seja, estímulos que se tornaram reforçadores por terem sido associados a reforçadores primários (como alimento, por exemplo). Assim, reforçadores condicionados são disponibilizados após a emissão de respostas adequadas. Estes reforçadores condicionados podem ser, quando acumulados, trocados por outros reforçadores. A economia de fichas é comumente empregada com crianças de desenvolvimento atípico e em instituições. Um exemplo de uso dessa técnica é visto em programas de televisão em que babás são chamadas por famílias que necessitam de ajuda na educação de seus filhos. A utilização de quadros de recompensas por parte das babás é um exemplo do uso da técnica. Outro exemplo bastante comum é aquele adotado por empresas que criam programas de pontos para fidelização do cliente. Nesses casos, a compra de produtos gera pontos que, quando acumulados, podem ser trocados por descontos ou mercadorias. Nesse sentido, os pontos funcionariam como as fichas da técnica e, assim, são trocados por reforçadores. 2.3. Técnicas ou Procedimentos para Redução do Comportamento Apresentamos anteriormente técnicas ou procedimentos para aquisição e manutenção de comportamentos. Nesse sentido, estávamos falando em comportamentos considerados adequados e desejáveis, e é exatamente por esta razão que o objetivo era sua aquisição e manutenção, certo? Mas, e quando falamos em comportamentos inadequados? O que podemos fazer com eles? Falaremos agora de procedimentos que objetivam reduzir a freqüência de comportamentos. São eles: a extinção, a punição positiva, a punição negativa e o reforçamento de outras respostas. Extinção A extinção consiste em suspender o reforço após a emissão da resposta, ou seja, uma resposta que anteriormente produzia conseqüências reforçadoras deixa de fazê-lo. A ausência de conseqüências reforçadoras produzirá uma diminuição na freqüência da resposta. Vários fatores podem influenciar a resistência do comportamento à extinção, como por exemplo, o número de vezes em que a resposta havia sido reforçada, bem como o esquema de reforçamento anteriormente empregado. Vale à pena ressaltar que, no momento que a extinção é aplicada, verificamos um imediato aumento na freqüência e na variabilidade de respostas, além da verificação de respostas emocionais. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 88 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 89 Difícil? De modo algum! Pense na criança que fazia birra e acabava ganhando o brinquedo. Os pais, muitas vezes para cessar o comportamento inadequado imediatamente, acabam cedendo às “chantagens” da criança. Agora pense que estes pais, a partir de agora, não irão mais ceder. A criança, que antes começava a chorar diante do primeiro “não”, chorar mais intensamente (aumento imediato na freqüência da resposta), passará a gritar, jogar-se no chão (variabilidade comportamental) e, inclusive, morder ou chutar os pais (respostas emocionais de agressividade). A manutenção do comportamento dos pais em não ceder (e, portanto, não comprar o brinquedo) fará com que essas respostas diminuam em freqüência, exatamente por não produzirem mais o acesso ao reforço. Punição Positiva A punição positiva é um procedimento através do qual a probabilidade futura de uma determinada resposta é diminuída devido à produção de uma conseqüência aversiva. Ou seja, a resposta produz/adiciona um estímulo aversivo e a probabilidade de emissão futura de resposta é reduzida. Um exemplo de punição positiva que é empregado pelo professor é dar nota zero (estímulo aversivo) para um trabalho do aluno que foi copiado da internet, ou que apresenta plágio: a resposta de copiar ou plagiar um conteúdo é conseqüenciada pela produção de um estímulo aversivo (zero), diminuindo a probabilidade futura de comportamento de cópia. Punição negativa A punição negativa também é um procedimento que diminui a probabilidade futura de emissão da resposta, porém porque esta produz como conseqüência a remoção de um estímulo reforçador. Um exemplo de punição negativa é empregado por professores que, diante das conversas e barulho dos alunos em sala, aplica provas individuais ou sem consulta. Ou seja, o comportamento inadequado (conversas/barulho) é punido negativamente pela remoção do “benefício” de realizar provas em dupla ou com consulta, diminuindo a probabilidade de barulho ou de conversas futuras. Ao falarmos em punição, devemos ter claro que, apesar da diminuição na freqüência da resposta, este procedimento produz muitos outros efeitos que tornam seu uso desvantajoso, seja para a pessoa que pune ou para a pessoa que sofre a punição. A punição destina-se a eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um dado repertório, com base no princípio de que quem é punido apresenta menor possibilidade de repetir seu comportamento. Infelizmente, o problema não é tão simples como parece. A recompensa (reforço) e a punição não diferem unicamente em relação aos efeitos que produzem [...] comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingências punitivas forem removidas. (SKINNER, 1983, p.50). Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 89 22/03/2011 11:28:52 90 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia Reforçamento de outras respostas O reforçamento de outras respostas (que não a resposta inadequada) deve ser um procedimento empregado juntamente com a extinção. Dessa forma, ao mesmo tempo em que se extingue a resposta considerada inadequada, outras respostas adequadas que estão sendo emitidas passam a ser fortalecidas por produzirem conseqüências reforçadoras. Este pode ser considerado o procedimento mais adequado quando tivermos falando em reduzir comportamentos inadequados: extinção associada ao reforçamento de outras respostas que são, via de regra, incompatíveis com as respostas que se busca extinguir. Este texto pretende ser apenas uma breve apresentação dos principais conceitos da Análise do Comportamento. Portanto, as explicações e exemplos visam à compreensão rápida de procedimentos que podem ser aplicados pelos docentes dentro da sala de aula. Contudo, não se pretende esgotar o assunto aqui. A Análise do Comportamento é uma ciência extremamente complexa e para aqueles que se interessarem em aprofundar os conhecimentos, sugerimos que recorram às referências indicadas ao final. 2.4. A Análise do Comportamento e a Educação Na década de 60, foram realizadas tentativas de se utilizar os conceitos da Análise do Comportamento no Ensino Superior. No Brasil, a proposta surgiu com um com a vinda do professor Keller ao Brasil e o plano para criação do curso de Psicologia na Universidade de Brasília. Sobre a experiência, Keller (1968, p.80) relata: Essa história começou, quando dois psicólogos brasileiros, juntamente com dois psicólogos norte-americanos, tentaram organizar um Departamento de Psicologia na Universidade de Brasília. A questão da escolha de um método de ensino surgiu quando se procurava resolver o problema prático de estruturar um primeiro curso que estivesse pronto dentro de um prazo determinado, para um certo número de alunos, na nova Universidade. Tínhamos quase completa liberdade de ação, estávamos insatisfeitos com os métodos convencionais e conhecíamos algo sobre instrução programada. O método foi implementado como um projeto piloto na Columbia University em 1963, depois foi utilizado em Brasília em 1964 para um grupo de aproximadamente 50 alunos. Após a experiência em Brasília, o método foi também utilizado na Arizona State University por cerca de cinco semestres. Mais do que saber um pouco de história, o método baseado no ensino programado e individualizado denominado PSI (Personalized System of Instruction, ou Sistema Personalizado de Ensino) baseia-se nos princípios da Análise do Comportamento. Suas características principais podem ser assim resumidas: Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 90 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 91 Os princípios básicos eram: o ensino deveria ser definido pela atuação do aluno (e não pela do professor); a aprendizagem deveria ser feita em etapas pequenas, de acordo com as características do aluno e de suas possibilidades de aprendizagem; o aluno deveria poder prosseguir (demorando ou tendo mais ou diferentes condições) no curso conforme ocorresse sua aprendizagem; a cada aprendizagem, em lugar de notas, o aluno deveria ter conseqüências informativas, tanto técnicas como sociais, conforme seu desempenho; e, finalmente, os processos de aprendizagem dos alunos e os procedimentos do professor deveriam ser objeto de estudo constante e no próprio curso, de forma a fornecer conhecimento para aperfeiçoamento, não apenas das técnicas mas também dos conceitos fundamentais envolvidos nos processos de ensinar e de aprender. (KUBO; BOTOMÉ, 2001, p.2) Verifica-se que a Análise do Comportamento apresenta uma proposta de descrição do processo de ensino-aprendizagem baseado na análise funcional, ou seja, na análise das contingências. Desse modo, o comportamento do docente, de ensinar, pode ser genericamente melhor apresentado em termos de tríplice contingência: Quadro 1 – Esquema da tríplice contingência que constitui o comportamento de “ensinar” do docente. Comportamento de Ensinar Situação Antecedente • Objetivos de ensino definidos, descrição do que se espera do aluno ao final do processo. • Avaliação das características dos alunos, do conhecimento inicial dos mesmos. Classe de Respostas do Professor Classes de respostas do professor. Situação Conseqüente Desempenho do aluno comparando com os objetivos anteriormente apresentados. Outros desempenhos dos alunos. • Conteúdo programático a ser trabalhado. • Condições de trabalho (equipamentos, sala de aula, material). Fonte: Adaptado de Kubo e Botomé (2001, p. 6) Segundo Kubo e Botomé (2001) o processo denominado “ensinar” pode ser melhor detalhado do que o apresentado no Quadro 1. Diante de situações problemas presentes, contando com os recursos de ensino disponíveis e, considerando o sofrimento do aluno diante dessas situações e bem como os prejuízos que possam ser produzidos, caberia ao professor descrever as situações nas quais o aluno vai atuar, propor comportamentos que devem ser emitidos pelos alunos, dispondo as condições facilitadoras do processo com o objetivo de que o aluno seja capaz de solucionar os problemas, futuramente seja capaz de se engajar em novas soluções para problemas semelhantes e, assim, desenvolva sentimentos de autoconfiança. Essa descrição pode ser visualizada no Quadro 2. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 91 22/03/2011 11:28:52 92 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia Quadro 2 – Exemplo de esquema da tríplice contingência que constitui o comportamento de “ensinar” do docente. Comportamento de Ensinar Características da Situação Antecedente • Situação-problema para o organismo ou para a sociedade com a qual o organismo se relaciona. • Características gerais do organismo: físicas, repertório, interesses... • Recursos disponíveis para o organismo lidar com a situaçãoproblema. • Prejuízos ou sofrimento resultantes da situação-problema e do desempenho do organismo diante da situação-problema. • [...] • Recursos de ensino existentes: materiais, tempo, técnicas, ambientes... Características das Classes de Respostas do Organismo • Descrever as situações-problema existentes nos ambientes nos quais o aprendiz vai atuar. • [...] • Propor os comportamentos significativos que deverão constituir os objetivos de ensino. • Explicitar as aprendizagens necessárias para a consecução dos comportamentos-objetivo. • [...] • Dispor as condições e os meios de ensino para desenvolver a aprendizagem dos comportamentos-objetivo. • [...] • [...] Características dos Produtos ou dos Resultados das Classes de Respostas do Organismo • “Aprendiz” apto a apresentar condutas para a solução das situações-problema da comunidade. • Situações-problema da comunidade resolvidas ou atenuadas. • Diminuição do montante de problemas sociais. • Alta probabilidade de o aprendiz voltar a apresentar comportamentos iguais ou semelhantes perante situações equivalentes ou similares. • Satisfação e auto-confiança (do “aprendiz”). • Melhoria na qualidade das interações sociais na comunidade. • [...] • Novos comportamentos (objetivos) com alta. • Probabilidade de generalização. • [...] Fonte: Adaptado de Kubo e Botomé (2001, p.12) Já ao analisarmos o resultado das ações dos docentes, vamos ter acesso ao aprendizado do aluno. Podemos diferenciar o processo de aprendizagem analisando as contingências do aluno que “aprendeu” daquele que “não aprendeu”. Pode-se fazer uma análise genérica do comportamento de “não aprender” de um aluno. Ao observarmos o Quadro 3, verificamos que o aluno pode testar soluções aleatoriamente, sem critérios ou fazendo uso de critérios inadequados o que produz como conseqüência a manutenção (e não solução) de uma situação problema, o desgaste físico e psicológico do indivíduo e o elevado custo de resposta, ou seja, uma alta exigência para que o comportamento seja eficaz. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 92 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 93 Quadro 3 – Esquema da tríplice contingência que constitui o comportamento de “não-aprender” do aluno. Comportamento de Quem “Não Aprendeu” Características da Situação Antecedente • Situação-problema para o organismo ou para a sociedade com que o organismo se relaciona. • Características gerais do organismo: físicas, repertório, interesses... • Recursos disponíveis para o organismo lidar com a situaçãoproblema. • Prejuízos ou sofrimento resultantes da situação-problema e do desempenho do organismo diante da situação-problema. • [...] Características das Classes de Respostas do Organismo • Apresentar ações que conhece ou com as quais está acostumado. • Testar “soluções” diversas (ensaio e erro), sem critérios ou com critérios inadequados. • Variar as ações de acordo com critérios irrelevantes ou inadequados • Repetir uma mesma ação, múltiplas vezes. • Variar as dimensões (força, forma, latência, freqüência etc.) de uma mesma classe de respostas. Características dos Produtos ou dos Resultados das Classes de Respostas do Organismo • A situação-problema permanece inalterada ou insuficientemente alterada para o indivíduo ou para a sociedade com que o organismo se relaciona. • Alterações nas características do organismo: desgaste físico, cansaço, desânimo, diminuição de autoconfiança... • Alto custo para obter algum grau de solução para a situaçãoproblema: muito tempo, muito desgaste, pouco acúmulo de “experiência”... • [...] • [...] Fonte: Adaptado de Kubo e Botomé (2001, p.7) Assim como no caso do comportamento de “não aprender”, podemos também analisar as contingências em operação quando o processo de aprendizagem é efetivo. Se compararmos os quadros 3 e 4, verificaremos que as condições antecedentes são as mesmas, mas as respostas e conseqüências são distintas. Desse modo, ao analisarmos as contingências do aluno que aprendeu, podemos notar que as respostas seguem uma seqüência programada de ações, verificando dentre as várias possibilidades de solução do problema, aquela que seria a alternativa mais indicada. Como conseqüência, o problema é solucionado (ou amenizado) sem produzir um desgaste no indivíduo, aumentando o repertório de solução de problemas e, assim, fortalecendo sua autoconfiança. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 93 22/03/2011 11:28:52 94 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia Quadro 4 – Esquema da tríplice contingência que constitui o comportamento de “aprender” do aluno. Comportamento de Quem “Aprendeu” Características dos Produtos ou dos Resultados das Classes de Respostas do Organismo Características da Situação Antecedente Características das Classes de Respostas do Organismo • Situação-problema para o organismo ou para a sociedade com a qual o organismo se relaciona. • Estabelecer as características do problema a ser resolvido. • Situação-problema resolvida (desaparece ou diminui). • Explicitar alternativas de solução apropriadas ao problema. • Organismo obtém resultados de interesse (dos quais necessita). • Escolher qual a melhor alternativa de solução em função de suas características, dos recursos disponíveis e dos resultados de interesse. • Comunidade (ou sociedade) obtém resultados de interesse. • Características gerais do organismo: físicas, repertório, interesses... • Recursos disponíveis para o organismo lidar com a situaçãoproblema. • Prejuízos ou sofrimento resultantes da situação-problema e do desempenho do organismo diante da situação-problema. • [...] • Apresentar ações precisas correspondentes ao melhor procedimento para solucionar o problema. • [...] • Pouco desgaste do organismo. • Experiência acumulada para lidar com novas situações-problema (ou com a mesma). • Redução de prejuízos ou de sofrimento. • Aumento da probabilidade de, em circunstâncias (ou situações) semelhantes, apresentar desempenhos parecidos. • [...] Fonte: Adaptado de Kubo e Botomé (2001, p.8) Baseando-se nas informações apresentadas, as ações dos docentes constituem uma ampla gama de comportamentos sobre os quais há pouco conhecimento. Entretanto, o comportamento de ensinar deve ser planejado a partir do que é necessário produzir, bem como com que realidade o aluno precisará lidar. A elaboração de etapas e de questionamentos centrais de cada uma dessas fases pode facilitar o processo. Com que situações o aluno precisará lidar enquanto profissional, o que deverá estar apto a realizar, que recursos e repertórios ele já possui, como o conteúdo relacionado a estas competências pode ser dividido e organizado? São exemplos de questionamentos que o professor deverá fazer durante todo o processo. A partir da identificação dessas informações será possível identificar os comportamentos necessários para que este resultado seja produzido. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente texto objetivou apresentar brevemente as principais teorias da aprendizagem, enfatizando a proposta do Behaviorismo Radical de B.F. Skinner, os principais conceitos da Análise do Comportamento e sua aplicação na área educacional. Uma breve análise das contingências em operação tanto para o professor como para o aluno também foi Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 94 22/03/2011 11:28:52 Maria Cristina Mesquita Barbosa, Ana Paula Basqueira 95 apresentada. O assunto é amplo e está muito distante de ser esgotado. Esperamos que este texto, pelo menos, tenha fornecido uma base para a compreensão do processo de aprendizagem segundo a proposta da Análise do Comportamento e que seja o primeiro passo para revermos nossos comportamentos enquanto educadores, pensando quais dos nossos comportamentos são efetivos para promover a aprendizagem. Para encerrar, faço minhas as palavras do professor Keller (1968, p. 88), [...] o aluno sempre tem razão. Ele não está dormindo, sem motivação ou doente e pode aprender muito, se soubermos prever as contingências de reforçamento adequadas. Do contrário, ele também poderá sentir-se inspirado a dizer “Adeus!“ à educação formal. REFERÊNCIAS BAUM, W.M. Compreender o Behaviorismo – Ciência, Comportamento e Cultura. Porto Alegre: ArtMed, 1999. CARRARA, K. Behaviorismo, Análise do Comportamento e Educação. In: CARRARA, K. (Org.). Introdução à Psicologia da Educação. São Paulo: AVERCAMP Editora, 2004, p. 109-133. GOLDENBERG, S. Contribuições ao Trabalho com Portadores de “Distúrbios de Aprendizagem”. In: SISTO, F.F.; OLIVEIRA, G.C.; FINI, L.D.T. (Org.). Leituras de Psicologia para Formação de Professores. 4. ed. Petrópolis: Ed. Vozes; Bragança Paulista: Ed. Universitária São Francisco, 2007, p. 224-232. Programa do Livro-Texto – Anhanguera Educacional KELLER, F.S. Good-Bye, Teacher... Journal of Applied Behavior Analysis, I, p.79-89, 1968. Disponível em: <http://www.pubmedcentral.nih.gov/picrender.fcgi?artid=1310979&blobtype=pdf>. KUBO, O.M.; BOTOMÉ, S.P. Ensino-Aprendizagem: uma interação entre dois processos comportamentais. In: Interação em Psicologia. Universidade Federal do Paraná, v. 5, 2001. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/viewFile/3321/2665>. SKINNER, B.F. O Mito da Liberdade. São Paulo: Summus, 1983. ______. Questões Recentes na Análise Comportamental. 2. ed. Campinas: Papirus, 1995. ______. Upon further reflection. New Jersey: Prentice-Hall, 1987. Maria Cristina Mesquita Barbosa Graduada em Filosofia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Poços de Caldas, MG (1969) e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2002), é professor adjunta das Faculdades Anhanguera nos campi da Valinhos e Campinas unidade 1, além de ministrar aulas no curso de Capacitação Docente. Exerce, atualmente, a Coordenação do Projeto de Extensão “Faculdade Aberta da Terceira Idade” na Faculdade Anhanguera de Valinhos. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia e Filosofia da Educação atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, educação, ética, sociologia, didática. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 95 22/03/2011 11:28:52 96 Ensino e aprendizagem: as teorias da Psicologia Ana Paula Basqueira Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2002), mestre em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2006) e especialista em Terapia por Contingências de Reforçamento pelo ITCR - Campinas (2006). Atualmente é coordenadora de pós-graduação e professora da Faculdade Anhanguera de Campinas (3), professora da Faculdade Anhanguera de Jundiaí, supervisora do curso de Especialização do ITCR Campinas e psicóloga clínica do Instituto de Análise Aplicada de Comportamento. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Análise do Comportamento, atuando principalmente nos seguintes temas: análise experimental do comportamento, análise do comportamento e terapia comportamental. Anuário da Produção Acadêmica Docente • Vol. III, Nº. 6, Ano 2009 • p. 75-96 ANUDO n6_miolo.pdf 96 22/03/2011 11:28:53