Minicurso: Metabolismo de Fármacos: Aplicações na Toxicologia e Interações Medicamentosas Dra Lídia Moreira Lima Professora Associada (LASSBio-ICB-UFRJ) [email protected] Lima, L M Minicurso: Metabolismo de Fármacos: Aplicações na Toxicologia e Interações Medicamentosas Lima, L M Polifarmácia (ou Politerapia ou Polimedicação: administração de vários medicamentos, concomitantemente, em tratamento prolongado (mais de 3 meses) a um paciente. Considera-se que um paciente está polimedicado quando o número de medicamentos que toma diariamente é superior a cinco, tendo os estudos sido efetuados sobretudo em pessoas de 3ª idade. Outros autores incluem na polimedicação os casos em que a medicação, apesar de inferior a 5, inclui medicamentos desnecessárias para esse paciente. Lima, L M Polifarmácia (ou Politerapia) ?????? Fonte: http://ink361.com/app/users/ig-207851069/farma_curiosa/photos Lima, L M Polifarmácia (ou Politerapia) ?????? Múltiplas Doenças Hipertensão Diabetes Incontinência urinária Imobilidade Insuficiência cerebral Etc.... Múltiplos Medicamentos “frequência de reações medicamentosas iatrogênicas é três a sete vezes mais observada nos idosos em relação aos mais jovens” (Silva et al, 2012) 23% da população brasileira consomem 60% da produção nacional de medicamentos, principalmente as pessoas acima de 60 anos (Silva et al, 2012) Iatrogenia Medicamentosa 43,7% Idosos internados Alterações TGI Alterações Metabolismo Hepático 5,2% mortes Alterações Clearance Renal SILVA, R et al. Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 2012, 56, 164-174 Lima, L M tecido adiposo (depósito fármacos lipossolúveis) Massa muscular ( t1/2 fármacos hidrossolúveis) Albumina sérica ( fração fármaco livre) Produção basal e máxima de HCl (pH gástrico) Fluxo sanguíneo visceral e esvaziamento gástrico (retardo na absorção) Enzimas OFM (e.g. CYPs) ( metabolismo hepático) Clerance renal divertículos (má absorção e 1ª passagem hepático) Lima, L M Polifarmácia Associação Medicamentosa Objetivos •Potencializar os efeitos terapêuticos •Diminuição de efeitos colaterais e doses •Prevenção de Resistência Interações Medicamentosas Benéficas; Insignificantes; Deletérias Categoria de Interação Medicamentosa Relevância Clínica Interação medicamentosa do tipo A (A-DDIs) Sem importância clínica Interação medicamentosa do tipo B (B-DDIs) Não foi estabelecido Interação medicamentosa do tipo C (C-DDIs) Efeitos adversos (evitáveis com ajustes de dose) Interação medicamentosa do tipo D (D-DDIs) Efeitos adversos severos, ausência de efeito terapêutico (ajustes de dose são difíceis) Lima, L M Polifarmácia, Automedicação, Transgressão terapêutica, Uso incorreto, Função hepática Função Renal, Estado nutricional, Alterações PK e PD Classificação das Interações Medicamentosas Interações Físico-Químicas; Farmacodinâmica; Farmacocinética Lima, L M Interações Físico-Químicas onde duas ou mais substâncias reagem entre si, por mecanismos puramente físicos ou químicos. Exemplos: 1) Vitamina C na anemia Ferropriva Manter o Ferro no estado ferroso (Fe+2) ao nível intestinal; 2) Derivados Tetraciclínicos com Leite; 3) carvão ativo x alcalóides (adesão a superfície porosa). Carvão ativo usado na desintoxicação por adm oral. (proc. de adsorção) GROTTO, Helena Z. W. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. [online]. 2008, 30, 390-397 Lima, L M Interação Medicamentosa Farmacodinâmica Os efeitos finais são resultantes das ações farmacodinâmicas próprias dos fármacos (ou compostos) associados. Podem resultar em sinergismo [adição (mesmo mecanismo de ação), somação (mec diferentes) e potencialização] ou antagonismo. Exemplos: 1) canamicina (antibiótico da família dos aminoglicosídeos) com ácido etacrínico (aumento de toxicidade) possibilidade de surdez irreversível); 2) Psicolépticos com Etanol (potencialização do efeito depressor do SNC) Lima, L M TERAPIA ANTIRETROVIRAL Efeitos Adversos reações de hipersensibilidade lipodistrofia Efeitos Adversos Fármacos Zidovudine Didanosine náuseas, dor de cabeça, pigmentação das unhas náuseas, diarréia Zalcitabine úlcera bucal Efavirenz* Saquinavir Ritonavir Indinavir Nelfinavir Amprenavir estimulação do SNC náuseas e diarréia náuseas, diarréia, “paraesthesiae perioral and flushing” cálculo renal, hiperbilirubinemia, anemia hemolítica, etc. náuseas e diarréia hipersensibilidade, “paraesthesiae perioral “ DI metabolizados pelo CYP3A4 e inibidores da CYP3A4 *Indutores de CYP3A4 Lima, L M Lima, L M OH OH N H N N N O N H O C(CH3)3 indinavir (-) (-) AZT indinavir Potencializar os efeitos terapêuticos Diminuição de efeitos colaterais Diminuição de doses terapêuticas Prevenção de Resistência Lima, L M H Anel -lactâmico O OH N H H Anel tiazolidínico S O CH3 N O CH3 Penicilina G O Ácido Clavulânico (Streptomycis clavuligerus, 1975) NH 2 H H H N S N CH 3 O Ampicilina H H H N OH S CH 3 CH 3 O OH O OH O NH 2 N O HO N CH 3 O Amoxicilina O (estável em pH ácido) (estável em pH ácido) (sensível à -lactamases) (sensível à -lactamases) OH O Lima, L M Inibidores da MAO e TCA (inibem recaptação de noradrenalina) e.g. paroxetina com imipramina episódios hiperpiréticos, convulsões, crises hipertensivas e morte Lima, L M Interação Medicamentosa Farmacocinética Absorção 1. reduzida por fármacos que diminuem motilidade GI (e.g: atropina, opiáceos) ou acelerada por drogas procinéticas (exemplos: metoclopramida, aumenta vel. Esvaziamento gástrico); 2. Fármacos que são ácidos fracos são absorvidas em meio ácido, logo sua absorção será diminuída por antiácidos (exemplos: bloqueador H2 e barbitúricos), o contrário vale para os fármacos que são bases; Consequências: alteram a velocidade de absorção ou a quantidade absorvida, interferindo com os parâmetros tmax e Cmax, respectivamente. Prop. físico-químicas importantes para a absorção: pH (GI) x pKa (fármaco) ácidos fracos: Qdo pH = pka →50% ionização pH 1unidade > pKa →90% ionizado pH 2unidades > pKa → 99% ionizado pH 1unidade < pKa →90% não-ionizado pH 2unidades < pKa → 99% não-ionizado bases fracas: Qdo pH = pka →50% ionização pH 1unidade > pKa →90% não-ionizado pH 2unidades > pKa → 99% não-ionizado pH 1unidade < pKa →90% ionizado pH 2unidades < pKa → 99% ionizado Lima, L M Interação Medicamentosa Farmacocinética: Absorção Prop. físico-químicas importantes para a absorção: pH (GI) x pKa (fármaco) Didanosina (NRTI) degrada em meio ácido, formulada com agentes tamponantes que ↑pH ↓velocidade de absorção do indinavir; ↓ Cmax [indinavir]; ↑Tmax →comprometimento do efeito terapêutico indinavir (HIV-protease-Inib) Absorção ótima em pH ácido (normal) Lima, L M Interação Medicamentosa Farmacocinética suco gástrico pH =1 Antiácidos Antagonistas H2 Inibidores da bomba de protóns suco gástrico pH =4 dasatinibe sunitinibe pKa = 8.5 Tratamento carcinoma renal e tumor stromal GI Não interfere na absorção pKa = 6, 8 e 3,1 Tratamento da leucemia mielóide crônica e leucemia linfoblástica aguda [forma não ionizada] solubilidade em H2O absorção van Leeuwen, R W F et al., Lancet Oncol 2014, 15, e315–26 Lima, L M Interação Medicamentosa Farmacocinética DISTRIBUIÇÃO Ocorre pela competição dos fármacos associados ou combinados pelas proteínas plasmáticas (e.g. albumina); influenciando diretamente a concentração de fármaco livre e consequentemente o volume de distribuição (Vd). Lima, LM© Vddistribuição tecidual; ↓ ligação a ptn Lima, L M DISTRIBUIÇÃO Ocorre pela competição dos fármacos associados ou combinados pelas proteínas plasmáticas (e.g. albumina); influenciando diretamente a concentração de fármaco livre e consequentemente o volume de distribuição (Vd). O O CH3 OH O varfarina 99,5% ligação a ptn plasmática 2,85 mg complexada a albumina (reservatório) 0,15 mg livre (efeito terapêutico) Vddistribuição tecidual da varfarina. Consequências: ↑ risco acidente hemorragico; hipocoagulabilidade COOH O CH3 O Ácido acetil salicílico Agentes deslocadores: AAS, fenilbutazona, paracetamol, dicumarol Lima, L M DISTRIBUIÇÃO Ocorre pela competição dos fármacos associados ou combinados pelas proteínas plasmáticas (e.g. albumina); influenciando diretamente a concentração de fármaco livre e consequentemente o volume de distribuição (Vd). Agentes deslocadores: fenilbutazona, aspirina, paracetamol, dicumarol Manzi, S. F. et al. Clin. Ped. Emerg. Med. (2005) 6: 93-102 Lima, L M Interação Medicamentosa Farmacocinética: METABOLISMO Quando um fármaco interfere com o metabolismo do outro fármaco utilizado em associação ou concomitante. Este processo frequentemente decorre de fenômenos de indução ou inibição das enzimas envolvidas com o metabolismo de Fase 1 e Fase 2. Indução Enzimática: aumento da quantidade e/ou atividade de enzimas que metabolizam xenobióticos (CYP450 principalmente). Resulta no diminuição do t1/2. Classicamente a definição de indução se refere a síntese de novo de novas moléculas de enzimas envolvidas no metabolismo de xenobióticos e resulta do aumento da transcripção de genes que codificam estas enzimas, após um estímulo químico apropriado. HISTÓRICO O H N O 1962 H3 C NH uso crônico: Efeitos anticonvulsivantes e sedativos (autoindutor enzimático) O Indutor CYP1A2; 2C9 e 3A4/5 Fenobarbital Lima, L M Manzi, S. F. et al. Clin. Ped. Emerg. Med. (2005) 6: 93-102 Lima, L M Inibição Enzimática: Diminuição da atividade catalítica de enzimas que metabolizam xenobióticos (CYP450 principalmente). Resulta no aumento do t1/2. Mecanismos de inibição: 1. Reversível (competição e não competitiva); 2. Irreversíveis Manzi, S. F. et al. Clin. Ped. Emerg. Med. (2005) 6: 93-102 Lima, L M www.drug-interactions.eu/.../image006.jpg Lima, L M INIBIDORES REVERSÍVEIS DE CYP450 N CN H3C N H3C S N H H N N F N N N N H N N OH cimetidina F fluconazol N pH gástrico 50% da absorção cetoconazol (absorção ideal em pH<3,5) N H H 2C [quinidina] da toxicidade O O N N HO H N H3 C O O H cetoconazol Cl Cl H3CO Inibidores enzimático N Lima, L M N N F N N N N OH F fluconazol "A representation of with bound camphor. The enlarged active site region shows the camphor substrate, haem moiety and cysteine residue which forms the distal haem ligand. In the representation of the full enzyme the protein backbone is shown in green, the haem moiety in blue and the substrate is coloured according to atomic species. Oxygen atoms are shown in red, carbon in grey, nitrogen in light blue, sulphur in yellow and iron in dark blue."www.pharmacology2000.com/ Lima, L M INIBIDORES REVERSÍVEIS DE CYP450 O H 3C CH3 OH OH H 3C N H3C CH3 OH N H 3C O N H3C HO O CH3 2' N CH3 O Cl CH3 O O CH3 CH3 OH O CYP3A4 F OCH3 midazolam CH3 CYP3A4 Erythromycin A Inibidores competitivos do sítio ativo da CYP3A4 OCH 3 S O CH3 N O H3 C O N CH3 dialtiazem Lima, L M INIBIDORES IRREVERSÍVEIS DE CYP450 OH OH CH3 CH3 O CYP450 O O norethisterone H3C OH Enz OH O H3C O O O H3C O OH O O’Neal Johnston, J. et al., Steroids (1991) 56: 180-184 Lima, L M OH H Cl OH Cl OH N Cl O OH O2N H cloranfenicol N CYP450 Cl O OH O2N -cloridrina OH H O N Cl O2N Rash macular e vesicular, urticária, hemorragia em membranas mucosas e reação anafilactoíde. Pode ocasionar depressão da medula óssea com anemia aplástica, anemia hipoplástica, trombocitopenia e granulocitopenia. F Pode ocorrer neurite óptica e periférica N N N O H N H3C N N O OH N OH F fluconazol (inibidorCYP) ↓ eficácia clínica do cloranfenicol ↑ toxicidade do cloranfenicol O NH O fenobarbital (indutor CYP) Lima, L M O H 3C CH3 OH O OH H 3C OH CH2 H3C CH3 N H 3C O O CH3 O O CH3 H3C Cl 2' HO CH3 O O Edecrin® LD50 = 175 mg/kg CH3 OH O CYP3A4 (substrato) Cl ácido etacrínico OCH3 CH3 COOH agranulocitose, neutropenia CH3 Mapa de densidade LUMO Erythromycin A CYP3A4 (inibidor) risco de ototoxicidade 4 4 + CH2 H3C H3C 2 2 3 3 O CH2 - 1 O1 Lima, L M H N CH 3 induzida por: overdose; álcool; isoniazida; fenobarbital O HO acetaminofeno (TylenolR, 1949) sulfatação Glicuronidação ca. 5-15% CYP450 1A2 CYP450 2E1 H 4 N CH 3 N CH 3 H O N iminoquinona metabólito ativo N 2 O GlicO 3 O O CH 3 ou 1 O acelerada pelo álcool HO 3 SO 4 3 1 N 2 Glic=glicuroníde o ausê ncia/ou deficiê ncia de Glutationa metabólitos inativos necrose celular necrose hepática H N O 3 CH 3 4 N 2 O HO 1 SG=glutationa O 4 3 N 2 O 1 SG metabólito inativo N-acetilcisteína Lima, L M Álcool “agudo” inibidor enzimático Álcool “crônico”indutor enzimático Tratamento do alcoolismo CH 3 CH 3 S S N dissulfiram S H3C (Antabuse®) irreversível ADH H3C etanol OH álcool desidrogenase H3C O acetaldeído (-) ALDH aldeído desidrogenase N S CH 3 OH H3C O ácido acético “síndrome do acetaldeído” (nauseas, vômito, hipotensão, palpitação, dor de cabeça, etc) Lima, L M Inibidores da ALDH: dissulfiram, dimetilformamida (e seu metabólito a N-metilnormamida); Isotretinoína (anti-acne) e antibacterianos como: cefamandol, isoniazida, sulfametazol, (inibem face a sua cadeia lateral N-metil-tretrazoiltiol) etc; antifúngicos: cetoconazol e griseofulvina. Antiparasitário: metronidazol logo todos podem causar intolerância ao etanol em decorrência de acúmulo de acetaldeído no organismo, provocando reação do tipo dissulfiram como: rubor facial, taquicardia, náuseas, sudorese, cefaléia, dificuldade respiratória, hipotensão Uso Terapêutica dos Inibidores Enzimáticos •Dissulfiran: Usado no tratamento do alcoolismo •Ácido etacrínico (inibidor da glutationa transferase (GST)): auxílio da resistência a fármacos citotóxicos (e.g. melfalam) •Fomepizol (4-metilpirazol): Usado na intoxicação por metanol e etilenoglicol; (-) CH 3 OH metanol O O ADH ALDH H H formaldeído H OH acido fórmico responsável pelos distúrbios Visuais e acidose metabólica alterações oculares, danos nervo ótico (e.g. cegueira) Lima, L M C(CH 3)3 FDA→Proscrito, USA? N OH Rare, but serious heart problems Seldane® Terfenadine OH anti-histamínico não-sedativo O O H 3C H3 C CH3 N N N OH H 3C OH OH antibiótico O HO CH3 O 2' O CH3 N H O Cl O OCH3 CH3 CH3 OH O CH3 Inibidor CYP3A4 O N H 3C O CH3 O H3C CH3 Erythromycin A cetoconazol Cl Inibidor CYP3A4 antimicótico Liebler, D.C. et al (2005) Nature Reviews Drug Discovery 4: 410 Lima, L M CH3 CH3 CH3 FDA→Proscrito, USA& Europa N OH OH Arritmia cardíaca & Fibrilação ventricular Terfenadine Anti-histamínico não-sedativo Seldane® Alvo Molecular: canais de potássio (hERG) CYP3A4 CH3 CH3 O CH3 CH3 N OH OH OH OH N OH CYP3A4 metabólito inativo sobre ação cardiovascular Badyal, D.K. & Dadhich (2001) Indian J. Pharmacol. 33: 248 OH metabólito ativo sobre rec. histamínicos Fexofenadine Anti-histamínico não cardiotóxico (↑IT) Allegra® metabólito inativo sobre ação cardiovascular Lima, L M O O Inibidor da CYP450 2D6 S H 2N N (-) N CF3 OH O Metabolizado pela CYP450 2C9 H3CO H 3C Inibidor da CYP450 2C9 (-) CH3 CH3 metoprolol Metabolizado pela CYP450 2D6 [conc] metoprolol Bradicardia sintomática N N F N N N H N N OH F O acúmulo de metoprolol pode levar a profunda hipotensão como resultado do output cardíaco devido a efeitos cronotrópicos e inotrópicos resultantes do bloqueio dos receptores -adrenérgicos. fluconazol Lima, L M H3C O CH3 OH OH COOH N H N substrato e inibidor da CYP 3A4 atorvastatina H3C O O antilipidêmico (inibidor da HMGCoA-redutase) O Cl S S H3C CYP 3A4 O Perda da propriedades anti-plaquetárias O Cl OCH 3 N CYP 3A4 N O F Cl clopidogrel (antiplaquetário) tratamento da doença arterial coronariana N HO2C HS Pravastatina, alternativa? metabólito ativo Neubauer, H. et al. (2003) Eur. Heart Journal 24: 1744 única estatina eliminada na forma não modificada Lima, L M HO CH3 O E CH3 CYP450 H3C OH H 3C dietilestilbestrol O METABÓLITO TÓXICO anti-estrógeno carcinogênico em animais e humanos O N CYP3A4 CH3 CH3 O O Z N CH3 CH3 rápida clearance (quando comparada ao dietilestilbestrol) H3C metabólito não encontrado em humanos N-demetilação (CYP3A4) H3C tamoxifeno CYP2C9 anti-estrogéno (câncer de mama) induz genotoxicidade, mutagenicidade e carcinogenicidade em modelos animais (metabólito quinona-metídeo; via deidrogenação CYP catalisada 4-hidroxilação (CYP2C9) → metabólito 30 a 100 x mais ativo em Suprimir a proliferação celular dependente de estrógenos Inibidores do CYP2C9 (e.g. cetoconazol, cimetidina, amiodarona) → Reduzem eficácia terapêutica do tamoxifeno Indutores do CYP2C9 (e.g. fenobarbital) → aumentam efeito muta e genotóxico Jordan, V.C. (2003) Nature Reviews Drug Discovery 2: 205 Lima, L M O OH O O CH3 OH O CH3 O R-varfarina distômero (4 x menos ativo) Taxa de complicações com Tratamento crônico: 7.6 a 16.5 pacientes por cada 100. O S-varfarina eutômero Falência renal crônica; Disfunção hepática; Alto risco de sangramentos. Interações Medicamentosas Indutores CYP2C9 rifampicna, carbamazepina, barbituratos aprepitanto (anti-emético) CH3 O Interações Medicamentosas N I N O ↑ risco de embolia pulmonar & complicações cardiovasculares F N O Inibidores CYP2C9 N I amiodarona (anti-arritmico) N CH3 CH3 N N ↑ risco de falência renal fluconazol (antifúngico) crônica;disfunção hepática e sangramentos. Muszkat, M. et al. (2007) Clinical Therapeutics 29: 427 OH F Lima, L M Table 2: Most frequent contraindicated and major DDIs potentially contributing to ADRs and potential adverse effect. A. Marengoni et al. European Journal of Internal Medicine 25 (2014) 843–846 Lima, L M CYP3A4 CYP2C8 (> 80%) Cerivastatina (inibidor da HMGCoA-redutase) Tratamento da hipercolesterolemia e prevenção de doenças cardiovasculares Rabdomiólise (quebra (lise) rápida de músculo esquelético (rabdomio) devido a lesão no tecido “Medicamentos anticolesterol matam quatro pessoas em Espanha” muscular) Não há tratamento Gemfibrozil (agonista PPAR) Tratamento da hiperlipidemia, hipertrigliceremia e prevenção de doenças cardiovasculares Inibidor da CYP2C8 (metabólito glicuronado) WANG et al. DRUG METABOLISM AND DISPOSITION (2002) 30:1352 Lima, L M Mibefradil (Posicor, Roche) Anti-hipertensivo Proscrito em 1998 Inibidor CYP3A4 Rabdomiólise lovastatina (quebra (lise) rápida de músculo esquelético (rabdomio) devido a lesão no tecido muscular) Não há tratamento O mecanismo exato pelo qual as estatinas podem causar a rabdomiólise não se encontra ainda completamente esclarecido. Diversas hipóteses são possíveis: as estatinas causam depleção de metabólitos intermediários da síntese do colesterol; induzem a apoptose celular e podem causar alterações nos canais de condutância ao cloro dentro dos miócitos simvastatina Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 85, Suplemento V, Outubro 2005 Lima, L M Taquicardia reflexa, hipotensão, palpitação, cefaleia, náuseas e vômitos ADH2 CYP2E1 CH3CH2OH LAD CH3COH desidrogenases hepáticas associação ALDH2 CYP2E1 LDD aldeído desidrogenase CH3CO2H MDMA Inibe ALDH2 [CH3COH] Efeitos tóxicos ligação a bionucleofílos carcinogenicidade, complicações hepáticas e neurológicas metilenodioximetanfetamina (MDMA, “ecstasy”) diminuição da reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro a família das anfetaminas euforia são neutóxicas Upreti et al. Toxicology Letters 188 (2009) 167–172 Lima, L M Fumaça cigarro/tabaco (INDUÇÃO CYP1A2/CYP2E1) (nicotina) Polimorfismo CYP2A6 Br J Clin Pharmacol. 2011 November; 72(5): 836–838 Lima, L M Fumaça cigarro (INDUÇÃO CYP1A2) (nicotina) Polimorfismo CYP2A6 erlotinibe Tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas & pâncreas metastásico ↓ Cmax do erlotinibe ciprofloxacino Antimicrobiano (gram -) ↑ Cmax do erlotinibe (INIBIDOR CYP1A2) S. Peters et al. Cancer Treatment Reviews 40 (2014) 917–926 Lima, L M Aumenta concentração plasmática da fexofenadina (Piperina) inibe P-gp (ptn transportadora e de excreção) Piperina (alcaloide) Piper nigrum Linn CH3 CH3 O OH N OH OH Fexofenadine Anti-histamínico não cardiotóxico (↑IT) Allegra® Biodisponibilidade oral = 33% Baixa permeabilidade intestinal Baixo metabolismo Substrato da (P-glicoproteina) P-gp MING-JI JIN AND HYO-KYUNG HAN. JOURNAL OF FOOD SCIENCE (2010) 75: H93 Lima, L M Pode reduzir a eficácia de contraceptivos orais e produz reações adversas quando utilizado com inibidores da recaptação da serotonina (por exemplo paraxetina). ????? Erva de São João (Hypericum perforatum) ou Hipericão Inibidor da MAO e COMT Em dose: Fotossensibilização Inibidor dopamina -hibroxilase Princípio ativo: Hipericina Lima, L M Inibidores da MAO e TCA (inibem recaptação de noradrenalina) e.g. paroxetina com imipramina episódios hiperpiréticos, convulsões, crises hipertensivas e morte Lima, L M Erva de São João (Hypericum perforatum) ou Hipericão Indutor CYP3A4 Indutor gp-P gefitinibe (EGFR, câncer NSCLC) ↓Cmax geftinibe ↓Cmax afatinibe afatinibe (EGFR, câncer NSCLC) S. Peters et al. Cancer Treatment Reviews 40 (2014) 917–926 Lima, L M Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra distante, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali? Fernando Pessoa Lima, L M XXIIEVQFM, Jan 2016 Lima, L M