influência do silício via aplicação foliar no

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EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
INFLUÊNCIA DO SILÍCIO VIA APLICAÇÃO FOLIAR NO
CONTROLE DE Drechslera tritici-repentis NA CULTURA DO TRIGO
RODIGHERO, Alessandra¹
[email protected]
BAZZOTTI, Marcos¹
[email protected]
NADAL, Mateus¹
[email protected]
BORTOLOTO, Patrick¹
[email protected]
SACARDO, Ronaldo¹
[email protected]
TREVIZAN, Katia²
[email protected]
CAMILLO, Maristela Fiess²
[email protected]
KARPINSKI, Luisete Andreis²
[email protected]
SEXTO, Paloma Alves da Silva²
[email protected]
WEIPPERT, Rosângela Márcia²
[email protected]
OLIVEIRA, Franciele De²
[email protected]
MEIRELES, Ronaldo Bernardon²
[email protected]
¹ Discentes do Curso de Agronomia, Nível VIII 2016/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso de Agronomia, Nível VIII 2016/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Dentre todos os cereais cultivados no mundo, o trigo é o segundo mais produzido. Os teores de
micronutrientes encontrados no solo, para beneficio das culturas, entre elas o trigo, apresentam números muito
baixos, a partir disso identifica-se o motivo da necessidade de aplicação de fertilizantes nas mesmas. Desta
forma, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência do silício via aplicação foliar no controle da
mancha amarela no trigo. O experimento foi conduzido no Campus III da Faculdade Ideau, no município de
Getúlio Vargas – RS, os tratamentos foram dispostos em delineamento experimental de blocos completamente
casualizados, com 5 tratamentos e 3 repetições, perfazendo 15 parcelas. Os tratamentos foram: T1 aFluxapiroxade e Piraclostrobina, b- Piraclostrobina e Epoxiconazol, c- Fluxapiroxade e Piraclostrobina, dPropiconazol; T2 a- Trifloxistrobina e Tebuconazol, b- Trifloxistrobina e Protioconazol, c- Trifloxistrobina e
Tebuconazol, d- Propiconazol; T3 a- Fluxapiroxade e Piraclostrobina + Dioxido de Silício, b- Piraclostrobina e
Epoxiconazol + Dioxido de Silício, c- Fluxapiroxade e Piraclostrobina + Dioxido de Silício, d- Propiconazol +
Dioxido de Silício; T4 a- Trifloxistrobina e Tebuconazol + Dioxido de Silício, b- Trifloxistrobina e
Protioconazol + Dioxido de Silício, c- Trifloxistrobina e Tebuconazol+ Dioxido de Silício d- Propiconazol +
Dioxido de Silício; T5 testemunha, sem aplicações de defensivos. Ao término do trabalho concluiu-se que o
tratamento 4 apresentou o melhor resultado no controle da mancha amarela do trigo. Entretando vale ressaltar
que a adição de dióxido de silício, em aplicação foliar, combinada com fungicidas, apresenta melhores resultados
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no controle da mancha amarela no trigo, em relação a aplicações isoladas destes mesmos fungicidas, o que
comprova sua eficácia no controle desta doença.
Palavras-chave: Dióxido de silício; trigo; incidência; doença foliar.
ABSTRACT: Among all the cereals grown in the world, wheat is the most produced second, micronutrient
levels found in soil, for the benefit of cultures, they have very low numbers, from that identifies the reason for
the need for fertilizer application in the same. Thus, this study aims to evaluate the influence of silicon via foliar
in control of the yellow spot in wheat. The experiment was conducted in Campus III of the Faculty Ideau in the
municipality of Getulio Vargas – RS, the treatments were arranged in experimental design was completely
randomized, with 5 treatments and 3 repetitions, totaling 15 plots. The treatments were: T1 a- fluxapyroxad and
Pyraclostrobin, b- Pyraclostrobin and Epoxiconazole, c- fluxapyroxad and Pyraclostrobin zole, d- propiconazole;
T2 a- Trifloxystrobin and Tebuconazole, b- Trifloxystrobin and Prothioconazole, c- Trifloxystrobin and
Tebuconazole, d- propiconazole; T3 a- fluxapyroxad and Pyraclostrobin + Silicon Dioxide, b- Pyraclostrobin and
Epoxiconazole + Silicon Dioxide, c- fluxapyroxad and Pyraclostrobin + Silicon Dioxide, d- propiconazole +
Silicon Dioxide; T4 a- Trifloxystrobin and Tebuconazole + Silicon Dioxide, b- Trifloxystrobin and
Prothioconazole + Silicon Dioxide, c- Trifloxystrobin and Tebuconazole + Dioxide d- propiconazole + Silicon
Dioxide; T5 witness, without pesticide applications. At the end of the study it was concluded that the treatment 4
presented the best result in the control of the wheat yellow spot. It should be noted that the addition of silicon
dioxide, in foliar application, combined with fungicides, presents better results in the control of the yellow spot
in the wheat, in relation to isolated applications of these same fungicides, which proves its efficacy in the control
of this disease.
Keywords: Silicon dioxide; wheat; incidence; leaf disease.
1 INTRODUÇÃO
Dentre todos os cereais cultivados no mundo, o trigo é o segundo mais produzido,
apresentando importância significativa na economia agrícola global. No Brasil, é cultivado
nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O trigo (Triticum aestivum) é uma gramínea da família Poaceae, de ciclo anual,
cultivada no inverno, consumido na forma de farinha ou ração animal. No Brasil, sua
produção anual é de aproximadamente 6 milhões de toneladas, seu consumo se mantém
inalterado nos últimos anos, com uma demanda brasileira de 10 milhões de toneladas
(EMBRAPA, 2016).
Segundo Pires (2014), para se obter sucesso na produção de trigo no Brasil, é de suma
importância o conhecimento dos aspectos relacionados ao crescimento e desenvolvimento da
planta, do clima e solo da região, onde o mesmo será cultivado e, das práticas de manejo
adequadas para a cultura em cada situação de produção.
Deve-se planejar a lavoura de trigo privilegiando práticas que promovam elevado
rendimento de grãos com menores riscos de perdas, realizando a escolha da cultivar adequada,
época de semeadura indicada pelo zoneamento agrícola para cada região, espaçamento entre
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linhas, número de plantas desejadas, nutrição e tratos culturais com defensivos (PIRES,
2014).
“As práticas de fertilização são responsáveis por cerca de 50% dos ganhos de
produtividade das culturas, necessitando, assim, serem feitas do modo mais eficiente
possível” (NUNES, 2016, p. 4). O conceito de uso eficiente de fertilizante é aquele que reflete
no aumento de produção da cultura, e a baixa eficiência do mesmo consiste na baixa
produtividade e em baixos lucros.
Os elementos químicos presentes nos fertilizantes são divididos em macronutrientes
primários (nitrogênio, fósforo, potássio), macronutrientes secundários (cálcio, magnésio e
enxofre) e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, sódio,
silício e cobalto) (NUNES, 2016). Sendo que, muitas vezes os micronutrientes passam
despercebidos na nutrição das plantas.
No Brasil, recentemente o silício (Si) foi incluído na Legislação para Produção e
Comercialização de Fertilizantes e Corretivos, como um micronutriente benéfico para as
plantas, podendo então ser comercializado isoladamente ou em mistura com outros nutrientes
(RODRIGUES et al., 2011), sendo o segundo elemento químico em abundância na costra
terrestre, ficando atrás apenas do oxigênio.
O Si, presente no solo, disponível para as plantas, tem origem de processos de
intemperização de minerais primários e secundários. Ao ser absorvido apresenta efeitos
benéficos relacionados com o aumento da resistência ao ataque de pragas, nematóides e
doenças, diminuindo a taxa de transpiração e, fornecendo à planta maior eficiência
fotossintética (KORNDORFER, 2015).
O Si ao ser absorvido pelas plantas, juntamente com a água, é translocado via xilema
para as áreas de máxima transpiração, ou seja, encontra-se nos tecidos de suporte, do caule e
das folhas, e em pequenas quantidades nos grãos e nas raízes. A deposição deste
micronutriente presente nos tecidos das folhas promove a redução da taxa de transpiração da
planta, reduzindo o estresse salino e a deficiência hídrica da mesma (KORNDORFER, 2015).
Segundo Korndorfer (2015) a adubação via foliar com produtos a base de Si tem
mostrado eficiência no controle de várias doenças importantes, principalmente as fúngicas.
Neste caso a planta cria resistência mecânica a certos tipos de doenças, isso ocorre através de
uma associação do Si com os constituintes da parede celular, tornando-a menos acessível às
enzimas de degradação.
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Os teores de micronutrientes encontrados no solo apresentam números muito baixos,
apartir disso identifica-se o motivo da necessidade de aplicação de fertilizantes nas culturas,
sendo que atualmente há uma grande disponibilidade destes produtos no mercado (GIRACCA
& NUNES., 2016).
A ocorrência de doenças da parte aérea na cultura do trigo pode ocasionar reduções
significativas na produtividade e na qualidade dos grãos, fator este que explica em parte as
flutuações na produção desse cereal no Sul do país. Na região Sul do Brasil, as doenças que
ganham destaque são as do tipo foliares, especialmente a ferrugem da folha (Puccinia
triticina) e a mancha amarela (Drechslera tritici-repentis) (TORMEN et al.; 2013).
A mancha amarela da folha do trigo é causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis,
sendo um fungo necrotrófico, que mata o tecido da planta ao iniciar seu processo de
colonização. É de ocorrência mundial, sendo uma das principais doenças que causam perdas
significativas à cultura na região Sul, onde o clima na primavera é bastante favorável para o
seu desenvolvimento (TORMEN et al.; 2013).
Esta doença é considerada a mancha foliar mais frequente e mais intensa nas lavouras
em que o trigo é cultivado em monocultura e em sistema plantio direto. Desta forma, o
presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência do silício via foliar no controle da
mancha amarela no trigo.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Campus III da Faculdade Ideau, no município de
Getúlio Vargas – RS, sob coordenadas de 637 m de altitude, latitude 27° 52′ 34″ Sul e
longitude 52° 13′ 16″ Oeste. Segundo Streck et al. (2008) o solo da região é do tipo Latossolo
Vermelho Aluminoférrico típico, o índice pluviométrico é de 1600 mm anuais e o clima da
região é do tipo subtropical.
Os tratamentos foram dispostos em delineamento experimental de blocos
completamente casualizados, com 5 tratamentos e 3 repetições, perfazendo 15 parcelas de 2,5
x 4,0 metros, totalizando 10 m² cada parcela.
A cultivar escolhida para a realização do experimento foi ORS Jadeite 11, o mesmo foi
implantado na primeira semana de julho de 2016, com o auxílio da semeadora Semeato SHM
15/17, obedecendo o zoneamento agrícola da região, na densidade de 300 plantas/m²,
conforme recomendado pela empresa produtora de sementes.
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Este cultivar é indicado para todas as regiões tritícolas do RS, SC e PR, apresenta
altura média de 85 cm, hábito vegetativo semiereto, resistência ao acamamento, também a
germinação da espiga e debulha. Apresenta alerta baixo para as doenças: ferrugem da folha,
oídio, mosaico e giberela e, alerta médio para manchas foliares (OR SEMENTES, 2016).
A distribuição dos tratamentos foi obtida através de sorteio, sendo eles: T1 aFluxapiroxade e Piraclostrobina, b- Piraclostrobina e Epoxiconazol, c- Fluxapiroxade e
Piraclostrobina , d- Propiconazol; T2 a- Trifloxistrobina e Tebuconazol, b- Trifloxistrobina e
Protioconazol, c- Trifloxistrobina e Tebuconazol, d- Propiconazol; T3 a- Fluxapiroxade e
Piraclostrobina + Dioxido de Silício, b- Piraclostrobina e Epoxiconazol + Dioxido de Silício,
c- Fluxapiroxade e Piraclostrobina + Dioxido de Silício, d- Propiconazol + Dioxido de Silício;
T4 a- Trifloxistrobina e Tebuconazol + Dioxido de Silício, b- Trifloxistrobina e Protioconazol
+ Dioxido de Silício, c- Trifloxistrobina e Tebuconazol+ Dioxido de Silício d- Propiconazol +
Dioxido de Silício; T5 testemunha, sem aplicações de defensivos. Em todos os produtos
utilizados foi acrecenetado adjuvante, conforme indicações do fabricante.
A adubação de cobertura realizada na área foi na proporção de 200 kg ha-1 de uréia
45% de Nitrogênio, (Figura 1A). A mesma foi feita manualmente a lanço de maneira
uniforme em todo o ensaio (Figura 1B).
Figura 1- Adubação de corbertura do experimento. A: Uréia 45% de N; B: Adubação manual
a lanço. Fotos: RODIGHERO, A., 2016, Getúlio Vargas, RS.
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As aplicações tanto de fungicida, quanto de fertilizante nitrogenado, foram pensadas
em relação a escala de Feeks-Large (Figura 2), que caracteriza os estádios de
desenvolvimento do trigo, obedecendo as indicações técnicas para a cultura. No perfilhamento
3 da escala de Feeks-Large, ocorreu a aplicação de ureia 45% de N, posteriormente no
perfilhamento 5 foi realizada a primeira aplicação de fungicida, já na enlongação 7 foi feita a
segunda aplicação de fungicida e a primeira avaliação de manchas.
Continuando no estádio de enlongação 10 realizou-se a terceira aplicação de fungicida
e a segunda avaliação de mancha, no momento do espigamento 10.1 entre 10.5, ocorreu a
quarta aplicação de fungicida e a terceira avaliação de mancha.
FUNGICIDA E
AVALIAÇÃO
FUNGICIDA E
AVALIAÇÃO
FUNGICIDA E
AVALIAÇÃO
AVA
AVA
AVA
FUNGICIDA
URÉIA
Figura 2 - Escala modificada da Feeks-Large, para caracterização dos estádios de
desenvolvimento do trigo. Fonte: LARGE, 1954.
As avaliações realizadas foram obtidas de forma visual, visto que é comum a
classificação de indivíduos de cada parcela experimental, segundo classes de uma escala
quantitaviva, mediante avaliação visual da severidade da doença (CZERMAINSKI, 1999).
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As avaliações consistiram na retirada de uma amostra de 10 plantas em cada parcela
do experimento, sendo um total de 30 plantas amostradas por tratamento (Figura 3),
realizando então a contagem da incidência da doença, mancha amarela (Drechslera triticirepentis), por planta.
Figura 3 – Primeira avaliação. A: T1; B: T2; C: T3; D: T4; E: T5. Fotos: RODIGHERO, A.,
2016, Getúlio Vargas, RS.
Os dados coletados foram submetidos à análise estatística, com o auxílio do pacote
estatístico Assistat, utilizando o teste F (Anova) e quando significativo as médias foram
comparadas por teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A influência do clima para a incidência da mancha amarela (Drechslera triticirepentis) no trigo foi um fator de desenvolvimento da mesma, sendo que as condições
climáticas ideais para o desenvolvimento da doença são temperaturas entre 18°C e 28°C e
período de molhamento foliar superior a 30 horas, no entanto, 12 horas de molhamento são
suficientes para que sintomas severos sejam observados em cultivares suscetíveis (LAU et al.;
1999).
O sintoma mais característico é o que dá nome à doença, ou seja, a mancha
amarela. Nas folhas, aparece geralmente nos estádios iniciais da planta, formando lesões
ovaladas ou oblongas, amareladas ou de aspecto bronzeado, que coalescem, tornando-se de
coloração marrom-clara a marrom-escura (Figura 4). No centro das manchas, sob condições
de alta umidade, são observados os conidióforos do fungo, de coloração marrom-escura
(LAU et al.; 1999).
Figura 4: Mancha amarela observada na lupa. Foto: RODIGHERO, A. Getúlio Vargas - RS,
14/09/2016.
As avaliações visuais realizadas no decorrer do experimento basearam-se na contagem
da incidência de mancha amarela por planta das amostragens realizadas. A evolução da
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doença ocorreu de maneira significativa no transcorrer do período experimental (Tabela 1)
onde visualmente o tratamento 5, testemunha (sem aplicação de fungicidas) foi o que mais
apresentou incidência de manchas na área experimental.
Tabela 1: Média das avaliações da incidência de mancha amarela no trigo.
TRATAMENTOS
Testemunha
a , b, c, d - sem aplicações de
defensivos;
Tratamento 1
a- Fluxapiroxade e Piraclostrobina, bPiraclostrobina e Epoxiconazol, cFluxapiroxade e Piraclostrobina, dPropiconazol;
Tratamento 2
a- Trifloxistrobina e Tebuconazol, bTrifloxistrobina e Protioconazol, cTrifloxistrobina e Tebuconazol, dPropiconazol;
Tratamento 3
a- Fluxapiroxade e Piraclostrobina +
Dioxido de Silício, b- Piraclostrobina
e Epoxiconazol + Dioxido de Silício,
c- Fluxapiroxade e Piraclostrobina +
Dioxido de Silício, d- Propiconazol +
Dioxido de Silício;
Tratamento 4
a- Trifloxistrobina e Tebuconazol +
Dioxido de Silício, b- Trifloxistrobina e
Protioconazol + Dioxido de Silício, cTrifloxistrobina e Tebuconazol + Dioxido
de Silício d- Propiconazol + Dioxido de
Silício;
AVALIAÇÃO 1
16.33 aC
AVALIAÇÃO 2
88.00 aB¹
AVALIAÇÃO 3
389.66 aA¹
12.00 aC
84.33 aB¹
334.00bA¹
7.66 aC
48.00 bcB¹
241.33 dA¹
3.66 aC
54.33 bB¹
3.00 aC
32.00 cB¹
265.33 cA¹
125.00 eA¹
Coeficiente de Variação (CV%) = 7.20
¹ As médias seguidas de letras distintas, comparadas nas colunas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05).
Conforme dados coletados nas amostras, posteriormente submetidos à análise
estatística, ocorreu a demonstração dos melhores tratamentos, analisados através das médias
dos mesmos, obtendo os resultados vistos na tabela 1.
Através da análise estatística realizada, é visto que a primeira avaliação não apresentou
diferença estatística entre os diferentes tratamentos, já na segunda avaliação o tratamento 4 foi
o que apresentou o melhor controle da mancha amarela no trigo, seguido do tratamento 2, que
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apresentou ligeira melhora no controle da doença em relação ao tratamento 3. O tratamento 1
e a testemunha não apresentaram diferença estatística entre si, sendo os menos eficientes no
controle da doença.
Na terceira avaliação seguiu-se com os melhores resultados no tratamento 4, seguido
pelo tratamento 2, posterior vem o tratamento 3, seguido do tratamento 1 e posteriormente
pela testemunha que apresentou a maior incidência de mancha amarela do trigo. Observa-se
que nos tratamenos em que se utilizou dióxido de silício ocorreu uma menor incidência de
mancha amarela no trigo.
A cultura do trigo pode ser afetada por doenças causadas por bactérias, vírus e fungos,
que dependendo do clima, limitam ou comprometem a produtividade final da cultura. As
doenças fúngicas que incidem na parte aérea da cultura, como as manchas foliares, podem
causar prejuízos consideráveis no rendimento e na qualidade dos grãos na lavoura (LENZ et
al., 2011).
Estas perdas de rendimento e qualidade ocorrem de maneira mais significativa no
estádio de florescimento da cultura, onde a planta se torna mais vulnerável à infecção do
patógeno em função da maior translocação de nutrientes para o desenvolvimento da espiga e o
enchimento dos grãos (LENZ et al., 2011).
Segundo Lenz et al. (2011), para algumas doenças necróticas como a mancha amarela,
quanto mais avançada a idade da folha bandeira maior a suscetibilidade da cultura ao ataque
do patógeno, além disso o período de florescimento da cultura apresenta condições ambientais
ótimas para o desenvolvimento do fungo.
Além das médias de cada avaliação dos tratamentos, foi também realizada a média
geral das três avaliações para cada tratamento em estudo, para melhor visualização dos
resultados (Tabela 2).
Analizando a média geral das avaliações, nota-se o melhor resultado no tratamento 4,
onde foi utilizado nas quatro aplicações de fungicidas: a- Trifloxistrobina e Tebuconazol +
Dioxido de Silício, b- Trifloxistrobina e Protioconazol + Dioxido de Silício, cTrifloxistrobina e Tebuconazol + Dioxido de Silício d- Propiconazol + Dioxido de Silício,
apresentando uma média final de 53,33 após as três avaliações.
Em seguida os tratamentos 2 com média de 99,0 e 3, com média de 107,77, estes que
não apresentam diferença estatística entre si. Logo após vem o tratamento 1 com média de
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143,44, seguido da testemunha, que apresentou média 164,66, sendo então o tratamento que
apresentou a maior incidência de mancha amarela no trigo.
Tabela 2- Média geral das avaliações de incidência de mancha amarela no trigo.
TRATAMENTOS
Testemunha
a , b, c, d - sem aplicações de defensivo;
Tramento 1
a- Fluxapiroxade e Piraclostrobina, bPiraclostrobina e Epoxiconazol, cFluxapiroxade e Piraclostrobina, dPropiconazol;
Tratamento 2
a- Trifloxistrobina e Tebuconazol, bTrifloxistrobina e Protioconazol, cTrifloxistrobina e Tebuconazol, dPropiconazol;
Tratamento 3
a- Fluxapiroxade e Piraclostrobina +
Dioxido de Silício, b- Piraclostrobina
e Epoxiconazol + Dioxido de Silício,
c- Fluxapiroxade e Piraclostrobina +
Dioxido de Silício, d- Propiconazol +
Dioxido de Silício;
Tratamento 4
a- Trifloxistrobina e Tebuconazol +
Dioxido de Silício, b- Trifloxistrobina
e Protioconazole + Dioxido de Silício,
c- Trifloxistrobina e Tebuconazol +
Dioxido de Silício d- Propiconazol +
Dioxido de Silício;
MEDIA DAS AVALIAÇÕES
164.66 a ¹
143.44 b ¹
99.00 c
107.77 c
53.33
d¹
Coeficiente de Variação (CV%)= 7.20
¹As médias seguidas de letras distintas, comparadas nas colunas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05).
A potencialização no controle de doenças pelo uso de silício combinado com
fungicidas ainda não está bem clara, a hipótese é a formação de uma barreira física abaixo da
cutícula, esta barreira por sua vez impediria a colonização de fungos causadores de doenças,
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assim este efeito refletiu uma menor incidência de mancha amarela do trigo em tratamentos
que utilizaram dióxido de silício via foliar.
4 CONCLUSÃO
Conclui-se que o tratamento 4 onde foi utulizado a- Trifloxistrobina e Tebuconazol +
Dioxido de Silício, b- Trifloxistrobina e Protioconazol + Dioxido de Silício, cTrifloxistrobina e Tebuconazol + Dioxido de Silício d- Propiconazol + Dioxido de Silício nas
quatro aplicações de fungicidas, apresentou o melhor resultado no controle da mancha
amarela do trigo.
Entretando vale ressaltar que a adição de dióxido de silício, em aplicação foliar,
combinada com fungicidas, apresenta melhores resultados no controle da mancha amarela no
trigo, em relação a aplicações isoladas destes mesmos fungicidas, o que comprova sua
eficácia no controle desta doença.
5 REFERÊNCIAS
CZERMAINSKI, A. B. C.; Generalização de um índice de intensidade de infecção em
experimentos de avaliação de doenças em plantas. Pesquisa agropecuária brasileira, v. 34;
n. 9; p. 1545-1555; Brasilia, 1999.
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Dispnível em: <https://www.embrapa.br/trigo/cultivos>. Acesso em: 26 de jul de 2016.
GIRACCA, E. M. N., NUNES, J. L. DA S.; Fertilizantes – micronutrientes. Agrolink,
2016.
Disponível
em:
<http://www.agrolink.com.br/fertilizantes/nutrientes_micronutrientes.aspx>. Acesso em: 20
de ago de 2016.
KORNDORFER, G. H.; Uso do silício na agricultura. Grupo de pesquisa silício na
agricultura: Uberlândia, 2015.
LARGE, E. C. Growth stages in cereals illustration of the feeks scale. Plant Pathology, New
York, v. 3, n. 1, p. 128-129, 1954.
LAU, D., SANTANA, F. M., MACIEL, J. L. N., FERNANDES, J. M. C., COSTAMILAN,
L. M., CHAVES, M. S., LIMA, M. I.; Doenças de trigo no Brasil. Trigo no Brasil, cap. 12,
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LENZ, G., COSTA, I. F. D., ARRUÉ, A., CORADINI, C., DRESSLER, V. L., MELLO, P.
A., Severidade de doenças e manutenção da área foliar verde em função da aplicação de
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NUNES, J. L. DA S.; Tipos de fertilizantes. Agrolink, 2016. Disponível em: <
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RODRIGUES, F. DE, A., OLIVEIRA, L. A., KORNDORFER, A. P., KORNDORFER, G.
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