1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL THIARLON DA SILVA FERREIRA EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO. Ijuí / RS 2014 2 THIARLON DA SILVA FERREIRA EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO. Trabalho de conclusão de curso, apresentado no Curso de Comunicação Social da UNIJUI, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda Profª. Orientadora: NILSE MARIA MALDANER Ijuí – RS, Dezembro/2014 3 THIARLON DA SILVA FERREIRA EMPREENDEDORISMO, INOVAÇÃO E COMUNICAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO. Monografia apresentada ao Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Data de aprovação:___/___/___ Banca Examinadora: ____________________________________ Profª Nilse Maria Maldaner (orientadora) ____________________________________ Profª Rúbia Schwanke 4 AGRADECIMENTOS Esta pesquisa teve diversos envolvimentos, diretos ou indiretos e, é à todas as pessoas envolvidas que agradeço. Agradeço aos amigos que de alguma forma, ou outra, contribuíram. Agradeço aos respondentes da pesquisa por manifestar suas opiniões que contribuíram para o direcionamento deste estudo. Agradeço ao namorado paciente e dedicado que não mediu esforços para prestar apoio quando precisei. Entretanto agradeço especialmente às pessoas que fizeram com que eu chegasse a este tema: - Uma professora (orientadora) comunicadora, com uma contagiante paixão por ensinar. - Uma mãe inovadora, que conseguiu despertar em mim a criatividade. - Um pai empreendedor, que foi exemplo em todas as ideias “inovadoras” e arriscadas que tive. A todos, agradeço. 5 “O homem é o mais fraco, mais patético, de todas as grandes feras. Ele não tem pelos e é pequeno, sem garras e lento. E ainda assim, o homem é capaz de encarar um leão, em sua própria toca. E conquistá-lo. Por meio de, primeiro, conquistar a si mesmo”. (Umair Haque) 6 RESUMO Empreendedorismo, inovação e comunicação, são conceitos que devem estar relacionados para qualquer negócio ter sucesso. Foi partindo desta premissa que o presente estudo buscou investigar o que os pesquisadores destes temas expressavam sobre os mesmos, para então elaborar uma pesquisa exploratória e descobrir qual era percepção dos empreendedores brasileiro sobre os três assuntos e, posteriormente analisar o quão distante suas percepções estavam dos pesquisadores estudados. Desta forma, a teoria e a prática mostram-se semelhantes, entretanto foi possível perceber que para desempenhar a prática com melhor êxito é preciso primeiro estudar a teoria. Palavras chave: Empreendedorismo, inovação, comunicação, criatividade, marketing. 7 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Principais características dos empreendedores Quadro 2 – Condições de fazer negócio - BRIC 8 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS BRIC – Brasil, Rússia, índia e China CCMEI – Certificado da Condição de Microempreendedor Individual CE – Comissão Europeia CNAE’s – Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação MEI – Micro Empreendedor Individual OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Oslo – Orientações Gerais Sobre Inovação P&D – Pesqusia e Desenvolvimento RCPJ – Registro Civil das Pessoas Juridicas TAE – Taxa de Atividade Empreendedora 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Processo empreendedor (modelo de Timmons) ..........................19 Figura 2 - Processo Empreendedor (modelo Moore 1986) ..........................20 Figura 3 - Processo empreendedor – modelo de Bygrave e Zacharakis ......21 Figura 4 - O mundo das mudanças nos negócios ........................................31 Figura 5 - Processo de Inovação – modelo AF ............................................44 Figura 6 - Análise do Questionário ...............................................................69 Figura 7 - Análise do Questionário ...............................................................69 Figura 8 - Análise do Questionário ...............................................................70 Figura 9 - Análise do Questionário ...............................................................71 Figura 10 - Análise do Questionário .............................................................72 Figura 11 - Análise do Questionário .............................................................72 Figura 12 - Análise do Questionário .............................................................73 Figura 13 - Análise do Questionário .............................................................74 Figura 14 - Análise do Questionário .............................................................74 Figura 15 - Análise do Questionário .............................................................75 Figura 16 - Análise do Questionário .............................................................76 Figura 17 - Análise do Questionário .............................................................76 Figura 18 - Análise do Questionário .............................................................77 Figura 19 - Análise do Questionário .............................................................79 Figura 20 - Análise do Questionário .............................................................79 Figura 21 - Análise do Questionário .............................................................80 Figura 22 - Análise do Questionário .............................................................82 Figura 23 - Análise do Questionário .............................................................83 Figura 24 - Análise do Questionário .............................................................84 Figura 25 - Análise do Questionário .............................................................85 Figura 26 - Análise do Questionário .............................................................85 Figura 27 - Análise do Questionário .............................................................86 Figura 28 - Análise do Questionário .............................................................86 Figura 29 - Análise do Questionário .............................................................87 Figura 30 - Análise do Questionário .............................................................88 Figura 31 - Análise do Questionário .............................................................88 Figura 32 - Análise do Questionário .............................................................89 10 Figura 33 - Análise do Questionário .............................................................90 Figura 34 - Análise do Questionário .............................................................90 Figura 35 - Análise do Questionário .............................................................92 11 LISTA DE ANEXOS Anexo I – Formulário da Pesquisa 12 SUMÁRIO INTRINTRODUÇÃO .................................................................................................. 13 1 EMPREENDEDORISMO........................................................................................ 15 1.1 Empreendedorismo: formação do conceito ......................................................................... 15 1.2 Características do empreendedor ......................................................................................... 17 1.3 Processo Empreendedor ........................................................................................................ 20 1.3 Brasil, Empreendedorismo e Inovação ................................................................................ 26 2 INOVAÇÃO ............................................................................................................ 32 Fonte: Pinkoon (2014, P.8). .......................................................................................................... 32 2.1 Porque inovar ........................................................................................................................... 32 2.2 O que é inovação ..................................................................................................................... 37 2.3 Inovação, Invenção e Criatividade ........................................................................................ 40 2.4 Processos de Inovação........................................................................................................... 42 3 COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING ................................................. 49 3.1 Publicidade e Propaganda: Uma história de Inovação e Estratégia................................ 49 3.2 Publicidade e/ou Propaganda ................................................................................................ 54 3.2.1 A Publicidade (Propaganda) nos negócios ............................................................. 56 3.2.2 Publicidade (propaganda) na mídia off-line ............................................................ 58 3.2.3 Publicidade (propaganda) na mídia on-line ............................................................ 60 3.3 Comunicação integrada de marketing .................................................................................. 63 4 A PESQUISA ......................................................................................................... 69 4.1 Metodologia .............................................................................................................................. 69 4.2 Análise da pesquisa: perfil dos respondentes e seus negócios ....................................... 70 4.3 Análise da pesquisa: análise do diferencial ......................................................................... 80 4.4 Análise da pesquisa: análise da comunicação ................................................................... 86 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 96 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 99 ANEXO I.................................................................................................................. 107 13 INTRODUÇÃO Segundo Jefrry Timmons (1990 apud DORNELAS, 2008) “o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX”, além deste, outros pesquisadores apontaram o empreendedorismo como o principal motivo de desenvolvimento de um país. As pesquisas desenvolvidas pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), por exemplo, classificam o Brasil está entre os países com maior número de empreendedores. O motivo pelo qual o empreendedorismo está ligado ao desenvolvimento econômico de um país é a inovação, que é um fator imprescindível para evolução. Os empreendimentos inovadores surgem da captação das necessidades e transformando-as em oportunidades, para Bel Pesce (2012, p.65) a regra para criar um novo negócio e clara: Comece observando o que você gostaria que existisse ou fosse diferente neste mundo. O que realmente te incomoda? Várias empresas são criadas porque o fundador quer uma solução para um problema que vive todo dia e, aos poucos, repara que milhares de pessoas compartilham desse mesmo sofrimento. Toda vez que você fizer uma reclamação, tente também encontrar uma possível solução. E sempre que você pensar “como seria bom que tal coisa existisse”, pare e imagine: E se você criasse tal coisa? Mesmo que o potencial empreendedor do Brasil se destaque, a mortalidade de empresas com menos de três anos de mercado é um fator presente na realidade dos novos negócios do país. Os motivos são diversos, como falta de conhecimento sobre gestão de empresas, falta de recursos, falta de apoio do governo. Sendo assim, esta pesquisa estudara maneiras de desenvolver novos negócios de forma a evitar a mortalidade precoce dos mesmos. O estudo foi desenvolvido com a finalidade de investigar o empreendedorismo, a inovação e a comunicação. Fatores fundamentais para o sucesso de um negócio e assim desenvolver uma pesquisa exploratória referente a percepção dos empreendedores brasileiros sobre estes assuntos, analisando a diferenciação entre teoria e prática. Os três primeiros capítulos apresentarão as explanações de autores sobre empreendedorismo, inovação e comunicação. Explorando as etapas, características históricas, mitos, chegando então a um consenso do conceito, qual papel este representa para um negócio e como desempenhá-lo. Também será apresentado de 14 que forma estes três conceitos se relacionam, tornando-se fundamentais para desenvolvimento dos novos negócios. No último capítulo será apresentado as respostas do formulário desenvolvidos traçando uma análise entre aproximação do que foi estudado com aquilo que foi respondido pelos participantes. A pesquisa contou com a participação de 66 respondentes por diversos estados do país. Que contribuíram significativamente para o direcionamento deste estudo. 15 1 EMPREENDEDORISMO Empreender é algo tão antigo quanto a civilização. Desde os primórdios o homem desenvolveu ações que permeiam o conceito desenvolvido por diversos pesquisadores ao longo dos séculos. Foi assim no período paleolítico quando o homem passou a utilizar a pedra como ferramenta de caça, e mais tarde no neolítico quando outro homem percebeu que ao polir a pedra poderia torná-la uma ferramenta mais eficaz. Foi a partir da tentativa de suprir necessidades, inovando, gerindo os recursos disponíveis e assumindo riscos que o homem evoluiu para um ser social, político, cultural, econômico e empreendedor. 1.1 Empreendedorismo: formação do conceito Os primeiros registros acerca do termo empreendedorismo estão datados por volta do século XVIII. Segundo Guimarães (2002 apud FARIA, SILVA, 2006), a palavra deriva do verbo francês entreprendre, que anteriormente era relacionada as expedições militares, significava: assumir empreitada que exige esforço e muito empenho. Porém, Oliveira (2012) acrescenta que o economista francês Richard Cantillon, passou a utilizar o termo para designar aquelas pessoas que assumem riscos no processo de comprar serviços ou componentes por certo preço com a intenção de revendê-lo mais tarde com preço incerto. A teoria de Cantillon foi desenvolvida a partir da observação dos comerciantes, fazendeiros, artesões e demais proprietários que adquiriam a mercadoria por um valor determinado e revendiam por um valor incerto, operando com o risco. Para Cruz (2005) Já naquela época o autor relacionava empreender a uma atividade de incertezas, especialmente quanto ao lucro. Foi responsável também, pela diferenciação entre o empreendedor e o capitalista, sendo o capitalista aquele que fornece o capital e, empreendedor aquele que assume riscos. Definições mais profundas sob o conceito só ocorreram mais tarde, em 1840, através do francês Jean-Baptiste Say, considerado o pai do empreendedorismo. Em um contexto economicamente mais desenvolvido que o de Cantillon, Say ([18??] apud RISTA DE ECONOMIA, 2003, p.1) ampliou o conceito classificando como empreendedor aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior 16 rendimento”. Determinando ainda, requisitos necessários para o perfil, tais como ter conhecimento sobre o mundo e sobre os negócios. Algumas décadas depois, em 1911, o economista Joseph Alois Schumpeter, deu novo significado ao conceito, segundo Degen (1989), Schumpeter alegou que o empreendedor é responsável pelo processo de destruição criativa, sendo o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de produção, novos mercados e implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais caros. Traçando desta forma, a associação do empreendedor enquanto um agente de inovação. Posteriormente o assuntou passou a despertar o interesse de diversos autores que foram aprimorando o conceito. O avanço econômico das últimas três décadas deu vazão a um grande surgimento de empresas, despertando a necessidade de estudos e profissionalização desta diversidade de instituições no mercado. Atualmente o termo é utilizado para dar nome à relação entre empresas e seus líderes. Porém, mesmo com a popularização do conceito, o empreendedor ainda é confundido com o empresário, administrador ou investidor, assim como foi anteriormente com o capitalista. Para Hampton (1991 apud Dornelas, 2008) os administradores diferem-se dos empreendedores em dois aspectos: o nível que eles ocupam na hierarquia, que define como os processos administrativos são alcançados, e o conhecimento que detêm, segundo o qual são funcionais ou gerenciais. Estes aspectos definem a responsabilidade que um administrador tem sob uma função, seção, setor ou departamento. O empreendedor, não necessariamente, é o investidor. Segundo Zuini (2014) o Brasil tem cerca de 6.450 investidores-anjo, pessoas físicas que fazem investimentos do próprio capital em novas empresas com potencial crescente, este investimento não deve ser confundido com filantropia, o investidor entra como sócio minoritário da empresa. O número de anjos brasileiros é pequeno comparado ao número de outras nações, uma vez que a legislação do país não auxilia nem incentiva este tipo de atividade. Sabendo que o empreendedor difere do administrador por suas responsabilidades com a empresa. Que o investidor é aquele que cede capital para o negócio começar. O empresário é o proprietário frente a empresa. Então, o que é o empreendedor? O empreendedor pode ser o empresário, o investidor e até mesmo o 17 administrador, porém o empreendedor é, acima de tudo, “aquele que faz acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização” (DORNELAS, 2007, p.8). 1.2 Características do empreendedor As pesquisas relacionadas ao empreendedorismo cresceram acentuadamente nas últimas décadas e, um dos focos mais importantes destas pesquisas é o empreendedor. Ao longo destes anos, no meio acadêmico e no senso comum, alguns mitos e verdades foram construídos acerca do ser empreendedor. Minello et al. (2011) disserta que a maioria dos estudos de novos empreendimentos está focado no sucesso, sendo limitadas as pesquisas sobre os insucessos. Desta forma, o insucesso é algo para qual o empreendedor não está preparado. Este precisa adaptar o seu negócio às mudanças, seja por fatores de influência externa ou interna. Assim como modificar suas características e seu comportamento, o que interferirá diretamente no sucesso ou insucesso dos seus objetivos. Outro mito difundido sobre o tema é de que para ser empreendedor, é preciso nascer empreendedor. Empreendedorismo é tanto um dom, quanto um talento a ser desenvolvido. Dornelas (2007) destaca que aqueles que não tiveram o privilégio de já nascer com esse dom, podem adquirir habilidades empreendedoras com o passar do tempo, mudar sua atitude em direção a um comportamento mais empreendedor, aprender técnicas de gestão essenciais para aplicar no negócio próprio e utilizar-se da própria experiência de vida para fazer acontecer. Para Filion (1999, apud Minello et al., 2011) o comportamento empreendedor é um fenômeno regional, ou seja, ele é fruto da interação social, econômica, cultural. O autor insiste na ideia de que as pessoas tendem a tornar-se empreendedoras, caso convivam em um meio empreendedor. Por fim quando finalmente tornam-se empreendedores a natureza da atividade leva ao desenvolvimento de determinadas características como a tenacidade e a criatividade. São estas características do comportamento do empreendedor que os estudos científicos analisam. Para Campos (201?) é uma procura por ações e atitudes que o diferencie do ser humano “normal” estruturando características pessoais de sucesso que norteiam aqueles que desejam trabalhar por conta própria. No Quadro 1 18 podemos conferir uma análise de características que norteiam o comportamento empreendedor na perspectiva de diversos autores ao longo do século. O Quadro 1 foi composto a parir da união de duas pesquisas que resumiram as revisões realizadas por diversos pesquisadores sobre o que se dizia a respeito dos empreendedores. As pesquisas foram desenvolvidas por Dornelas (2007) e Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Há muita semelhança nos resultados de algumas características que são mencionadas na maioria destas revisões, como por exemplo, “busca de realizações” e “assumir riscos”. Características estas que são consideradas atualmente íntimas do empreendedor. Quadro 1 – Principais características dos empreendedores Ano Autor 1848 até 1934 Mill, Weber, Schumpeter 1954 até 1964 Sutton, Hartman, McClelland, Davids, Pickle Gould, Wainer & Rubin, Collins & Moore, Hornaday & Bunker, 1969 até 1974 Palmer, Hornaday & Aboud, Draheim, Howell, Winter, Borland, Liles. Gasse, Timmons, DeCarlo & Principais Características empreendedoras encontradas Assumir riscos, autoridade formal, Inovação, iniciativa Autoridade formal, assumir riscos, necessidade de realização, otimismo, relacionamento, poder, ambição, habilidade de comunicação. Percepção de oportunidade, realização, satisfação e prazer pelo que faz, inteligência, criatividade, iniciativa, liderança, desejo de ganhar dinheiro, desejo de reconhecimento, poder, tolerância às incertezas, histórico familiar, inovação, Orientado a valores pessoais, autoconfiança, Lyons, Brockhaus,Hull, Bosley & risco calculado, criatividade, inovação, 1977 até 1982 Udell, Sexton, Hisrich & O’Brein, realização, liderança, interesse em fama e Mescon & Montanari, Welsch & dinheiro, autocontrole, perseverança, White, Dunkelberg & Cooper. organização, otimismo DimaggioLong, J. W. Carland, 1983 até 1988 Marshall e Gartner, Aldrich, Auster, Bowen e Hisrich, Neider e Drucker. 1989 até 1994 Pró-ativo, inovador e tolerante ao risco, determinado, ambicioso, perseverante e Inovador. Degen, Bowman-Upton, Filion, Inovador e pró-ativo, independente, criativo, Macmillian, Amit, Timmons visionário e pró-ativo, tolerante ao risco, flexível. 19 Pati, Lumpkin, Ferla, Drucker, 1995 até 2000 Vieira, Viana, Dolabela, Morais, Bruyat, Julien, Sexton. Pró-ativo, visionário, estrategista, interpessoal, corajoso, motivado, intuitivo, independente, organizado, líder e criativo, tolerante a risco, flexível, qualificado, determinado, motivado. Tolerante ao risco, perseverante, motivado, 2001 até 2005 Dornelas, Gimenez, Gomes, líder, comprometido (criar valor à sociedade), Guimarães, Carvalho, Daros, otimista, independente, habilidoso, planejador, Dantas, E. Souza. flexível e criativo, inovador, autônomo, habilidoso, perseverante, otimista, estrategista. Souza, Fontanelle, Silveira, Corrêa, M. Oliveira, Lima, Gonçalves, D. Oliveira, S. 2006 até 2010 Santos, Gosling, Tavares, Henry, Valadares, Emmendoerfer, G. Silva, E. Soares, Leal, Guedes e Fabricio. Tolerante ao risco, inovador, visionário, próativo, interpessoal, ambicioso, planejador, organizado, criativo, perseverante, líder, comprometido (criar valor à sociedade), independente, autoconfiante, determinado, flexível, autônomo, objetivo, qualificado e otimista, estrategista. Fonte: Dornelas (2007) e Encontros Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. A primeira parte da pesquisa, até 1982, foi classificada como perfil do empreendedor tradicional e, a segunda parte, 1983 até 2010, perfil do empreendedor contemporâneo. É perceptível o número crescente de produções sobre o empreendedorismo, de toda forma, variadas características do empreendedor tradicional mantêm-se no contemporâneo. Além das semelhanças, existe outra quantidade significativa de características referentes ao ser empreendedor, o que ressalta a dificuldade de criar um conceito homogêneo sobre o mesmo. A destruição criativa postulada por Joseph Schumpeter nos anos 30 é uma dessas proposições, como também é a proposição de Cantillon, que nos idos de 1700 definiu o empreendedor como um ser racional, que assume riscos e gerencia empreendimentos. O que se percebe é que em qualquer definição de empreendedorismo, encontram-se pelo menos os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: - Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz. - Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive. - Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar (DORNELAS, 2007 p.4). Para Ferreira et al. (2011) o perfil empreendedor atual está mais dinâmico e complexo, exigindo uma infinidade de características, em maior ou menor importância, 20 de acordo com o tipo de negócio. Embora não exista um consenso entre os autores sobre a figura do empreendedor, é possível identificá-lo, compreendê-lo ou tornar-se um. 1.3 Processo Empreendedor O conjunto das características que compõem o perfil de um empreendedor não está designado por si só, ele acontece por uma série de fatores, internos e externos, que acabam condicionando ou despertando ações identificadas como empreendedoras. Cabe ao empreendedor aliar estas ações ao conhecimento já adquirido para melhor gerir o seu negócio. A decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso. Isso pode ser testado fazendo uma pergunta básica a qualquer empreendedor que você conhece: o que levou a criar sua empresa? Não se surpreenda se a maioria das respostas for: não sei, foi por acaso... Na verdade, essa decisão ocorre a fatores externos, ambientais e sociais, aptidões pessoais ou uma somatória de todos esses fatores, que são críticos para o surgimento e crescimento de uma nova empresa. (DORNELAS, 2008, p.31) Ao aliar estas características, fatores e ações, dá-se origem a um novo negócio e este movimento é chamado de processo empreendedor. Para Timmons (1999 apud TEIXEIRA, 2011) o empreendedorismo é o processo de criar ou aproveitar uma oportunidade e persegui-la, independentemente dos recursos controlados. Este processo foi segmentado em etapas hierárquicas na tentativa de ilustrar e descrever sua esquemática. Bygrave e Zacharakis (2010 apud TEIXEIRA, 2011), por exemplo, consideram o processo empreendedor como um processo dinâmico baseado no ciclo de vida em que as análises de fatores de sucesso na criação de uma empresa de recursos essenciais e início do negócio. Enquanto Smillor e Gil (1986 apud DORNELAS, 2008) destacam quatro fatores críticos que juntos resultam no sucesso do negócio: Talento (pessoas), Tecnologia (ideias), Capital (recursos) e Know how1 (conhecimento). A Figura 1 refere-se ao processo de Timmons, este modelo difere-se dos demais processos por apresentar seus elementos conectados de forma cíclica. O 1 Termo utilizado para descrever o conhecimento prático sobre como fazer alguma coisa. (Wikipédia, 2014) 21 balanceamento das variáveis apresentadas no processo são responsabilidades do empreendedor, resultando no sucesso ou insucesso da empresa. Figura 1 – Processo empreendedor (modelo de Timmons) Fonte: Dornelas (2007) O Plano de Negócio é o centro do processo, rodeado por três fatores determinantes. O fator inicial é a oportunidade, Dornelas (2008) acrescenta que deve ser avaliada para que se tome a decisão de continuar ou não com o projeto. O fator seguinte é a equipe empreendedora, aqueles, além do empreendedor, que concretizam e desenvolvem este projeto em conjunto. Por fim, os recursos, fator fundamental para a realização do projeto. O relacionamento entre a oportunidade e a equipe é dimensionado pela liderança do empreendedor, assim como as oportunidades e recursos podem variar de acordo com a comunicação exercida pelo mesmo, ainda a criatividade permeia o contato entre a equipe e os recursos. Este ciclo pode ser influenciado ainda, por diversos fatores externos, indiretamente associados ao empreendedor. O modelo da Figura 2, é uma ilustração do processo descrito por Moore (1986 apud TEIXEIRA, 2011), baseia-se nos fatores que influenciam as etapas do processo desde a ideia até a criação do negócio. São 4 fases permeadas por uma diversidade de fatores pessoais, sociológicos, organizacionais e ambientais, que em conjunto às ações do empreendedor, resultarão na fase final de maturação da empresa. 22 Figura 2 – Processo Empreendedor (modelo Moore 1986) Fonte: Teixeira (2011). A primeira etapa é a de inovação, é onde surge a ideia que dá origem a oportunidade de negócio. A influência do ambiente está aliada a esta etapa, que pode ter despertado a ideia a partir da percepção de uma necessidade ou ter sido inspirada em algum modelo de negócio. Os fatores de maior influência são os pessoais que podem ser classificados desde as expectativas do empreendedor quanto a realização pessoal ou, até mesmo, o apoio que este receberá de sua família. Posteriormente ocorre o Evento Inicial, esta etapa caracteriza a concretização da ideia. Além das oportunidades existirem, o processo só avança quando o empreendedor realiza a tomada de decisão de implementação do planejado na etapa anterior. Os fatores de contato com esta fase são os mesmo da anterior, acrescidos aos fatores que motivaram a decisão, e a capacidade de relacionamento do empreendedor. Concorrentes e recursos também surgem como fatores ambientais. Na etapa de Implementação surgem os fatores pessoais, onde o sucesso do negócio dependerá do conhecimento e das atitudes do empreendedor, somados aos anteriormente citados. A próxima etapa, de Crescimento, se assemelha a etapa antecedente, ambas estão sob os mesmos fatores ambientais associados ao relacionamento da empresa com clientes, fornecedores, competidores e demais 23 públicos de contato. Porém nesta última etapa do processo de Moore, inicia a influência dos fatores organizacionais que se referem à estrutura da empresa. Bygrave e Zacharakis (2010 apud TEIXEIRA, 2011) baseados nos modelos anteriormente apresentados desenvolveram um modelo mais composto ao incluir fatores que, até então, estavam em plano secundário no processo empreendedor. A partir deste modelo o marketing passa a ganhar importância enquanto etapa do processo de desenvolvimento de um negócio. O processo ilustrado na Figura 3 está inserido em um ambiente que representa o mercado atual. Figura 3 – Processo empreendedor – modelo de Bygrave e Zacharakis Fonte: Teixeira (2011). Assim como nos processos anteriores, o princípio está na ideia, porém nesta primeira etapa o empreendedor deve apenas pensar em ideias de possíveis negócios relacionadas às aptidões e gostos deste, para então partir para a análise de viabilidade. O reconhecimento de oportunidade deve ser feito em 5 dimensões: Clientes, Concorrentes, Estado e Meio Envolvente. Quem é o cliente-chave da oportunidade de negócio deve ser a primeira questão a ser respondida, bem como a mais importante. Um outro aspecto a ter em conta na caracterização do mercado é que este não corresponde a grupos estáticos e em consequência devem ser analisadas as tendências que influenciam o seu comportamento de compra no futuro. Depois de caracterizado e analisado o mercado, estes autores referem que é necessário dimensioná-lo. Consideram que haver mercado suficiente para tornar um negócio rentável, claramente distingue as ideias de oportunidades. Este dimensionamento deve ser feito no presente e projetado para o futuro, considerando as tendências do mercado analisadas anteriormente. Nesta atividade do processo empreendedor é importante analisar quanto os clientes estão dispostos a pagar pelo produto e com que frequência o compram. Por último na avaliação de oportunidade, os autores recomendam a análise de toda a cadeia de valor da indústria onde o negócio se insere. É extremamente importante o empreendedor perceber como vai atingir o mercado, como o seu 24 produto vai chegar ao cliente e qual o seu canal de distribuição (Teixeira, 2011, p.11). Este modelo propõe a reflexão sobre o processo empreendedor de forma dinâmica, que pode ser ajustado a cada nova análise. Sobretudo, a importância de se pensar no consumidor além do número, mas como pessoa individualizada que potencialmente pode se fidelizar ao produto, ou não, variando de acordo com a disposição da empresa de adaptar-se as necessidades dele. A dimensão da concorrência, comumente, ignorada pelo empreendedor. Um dos motivos é fato de o empreendedorismo estar associado a ideias inovadoras, porém a concorrência pode ocorrer tanto de forma direta quanto indireta. É necessário entender o concorrente para então gerar a própria estratégia. Analisar os concorrentes e os clientes auxilia a delimitar quem são os fornecedores, uma vez que fornecedores de valores mais elevados podem limitar a margem do negócio. O Estado pode influenciar diretamente no sucesso do negócio, sendo assim, o empreendedor deve estar a par dos incentivos fiscais e ajudas que pode obter no momento de calcular os custos. A análise de mercado se estende a nível global, as oportunidades devem ser analisadas no âmbito internacional. Após estas etapas o empreendedor deve definir o seu modelo de negocio, este consiste em dois componentes, o modelo de custos e o modelo de receitas. Para Bygrave e Zacharakis (2010 apud TEIXEIRA, 2011), o modelo de custos representa como os recursos são gastos para a produção de bens ou serviços e incluem os custos dos bens vendidos e os custos operacionais. Por sua vez, o modelo de proveitos deve representar todas as fontes de receita do negócio. Outra reflexão proposta pelo modelo é o fator de definição da estratégia. Nesta etapa deve-se optar por uma vantagem competitiva, que pode ser uma das seguintes versões: melhor, mais rápido, ou mais barato; acrescentando valor ao produto para que o mercado pague por ele. Os autores acreditam que a vantagem competitiva gera a cultura organizacional, que permeará todos os processos consequentes. Neste modelo a estratégia de inserção ao mercado deve ser considerada uma etapa de teses, aprendendo lições entre as fases, testando o produto no mercado, sem exagerar nos gastos. A estratégia de marketing deve ser definida a partir da segmentação e posicionamento do mercado alvo. O empreendedor deve criar uma oferta, coloca-la 25 no mercado e informar o mercado que a mesma está disponível. A descrição da estratégia de marketing, para Teixeira (2011), permite o recolhimento de informação sobre o mercado para validação da oportunidade identificada anteriormente. Esta recolha de informação pode ser feita através de estudos já publicados ou através de inquéritos e entrevistas. As 3 etapas finais consistem na formação da equipe, elemento fundamental para o sucesso de uma empresa. A equipe fornece apoio moral e social, complementando as competências que faltam no empreendedor. O plano de negócio é a etapa onde será posto no papel aquilo que foi absorvido das etapas anteriores. O processo finaliza na busca de suporte financeiro para a concretização da empresa. Os modelos estudados apresentam alguns fatores semelhantes e outros complementares. Todos os modelos apresentam a capacidade de identificar uma oportunidade, ou um ambiente preparado para receber um novo negócio, como aspecto relevante nos conhecimentos do empreendedor. A comunicação surge no modelo de Timmons como um elemento de influência dos fatores principais, porém, mais tarde, no modelo de Bygrave e Zacharakis, que ela ganha papel de destaque, inserida no contexto de marketing. O processo de Bygrave e Zacharakis apresenta elementos que anteriormente eram secundários como fatores principais. Além disso, demonstra que uma empresa não deve ser uma instituição voltada a si e sim, mesmo em um ambiente conturbado, estar focada e preocupada com seus públicos e seu potencial de extensão. Outro fator que teve destaque nos processos, nas características e no desenvolvimento do conceito do empreendedorismo foi a inovação. No modelo de Moore a inovação apresenta-se como elemento principal e inicial do processo. Em Timmons ela surge da associação entre a equipe e os recursos por influência da criatividade. No último modelo, está implícita entre a etapa das ideias e a etapa das oportunidades. A inovação é a semente do processo empreendedor. Quando se fala de inovação, se fala de tecnologia, quando se fala de tecnologia, se fala de ideias. “As inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento econômico mundial” (Dornelas, 2008, p.13). 26 1.3 Brasil, Empreendedorismo e Inovação O empreendedorismo no Brasil é apontado como a esperança de sobrevivência ao desemprego, ou uma solução para a falta de perspectiva de uma carreira promissora no mercado de trabalho. Porém, dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) mostram que, nos últimos tempos, novas empresas são abertas devido a visualização de uma oportunidade no mercado. No Brasil, o empreendedorismo é classificado em dois seguimentos. O empreendedorismo por necessidade, que para Dornelas (2005) o candidato a empreendedor se aventura na jornada empreendedora mais por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho. Ou o empreendedorismo por oportunidade, onde o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa a geração de lucros, empregos e riquezas. Em 2002, apenas 42% das pessoas abriam uma empresa por acreditar na demanda de mercado, enquanto os demais viam o empreendedorismo como necessidade, principalmente por não encontrar emprego. Em 2013, esse índice que mede o empreendedorismo por oportunidade subiu para 71%, o maior em 12 anos (ALVES, 2014). Entretanto existe uma dualidade nas políticas públicas referentes ao auxílio e suporte a abertura de novas empresas. Segundo Cruz (2012), abrir uma empresa no Brasil pode levar até 119 dias, o excesso de burocracia dificulta a vida do empreendedor, em casos menos demorados, é possível finalizar todas as etapas em 49 dias. O custo médio para abertura é de R$ 2.038, valor que pode variar de um estado para o outro. No ano de 2008 os gastos para abrir empresas no país atingiram R$ 430 milhões, comparado a demais países pesquisados o Brasil ocupa uma posição de alto custo. (...) Aqui a propaganda governamental se encarrega de adoçar a pílula com certas medidas de incentivo e facilitação para os negócios, mas, na prática, quando se aplicam medidas internacionais independentes... descobre-se que não estamos nada bem, seja na situação atual, na evolução recente, na comparação com os concorrentes e, esticando a corda, nas perspectivas para o futuro próximo (MEIRA, 2013, p.367). 27 No Quadro 2, desenvolvido por Silvio Meira (2013) baseado em uma pesquisa do World Bank e IFC sobre as condições de fazer negócio em mais de 180 economias, podemos acompanhar um comparativo entre os países do BRIC. Quadro 2 – Condições de fazer negócio - BRIC País Rússia Brasil China Índia Facilidade de fazer negócio (rank) Começando um negócio (rank) Procedimentos (número) Tempo (dias) Custo (% de renda per capta) Capital mínimo (% de renda per capta) 120 126 91 132 111 120 151 166 9 13 14 12 30 2,0 119 5,4 38 3,5 29 46,8 1,6 0,0 100,4 149,6 Fonte: Meira (2013, p.369). Os dados representados são de 2012, em 2013 o Brasil caiu para 130ª na categoria facilidade de fazer negócio. Isto não significa que o país tenha regredido, ele apenas estagnou, a sistemática de abertura de empresa é a mesma desde 2005. O tempo teve destaque na tabela, com uma diferença até três vezes maior que os outros países. Entretanto não é preciso nenhum capital mínimo para iniciar um negócio. Abrir uma empresa em Cingapura exige três procedimentos, leva três dias, e o custo é 1/8 do brasileiro. Na Nova Zelândia, apenas um procedimento, em um único dia, a 1/13 do custo daqui. Isso, aliás, é o que se chama de custo Brasil. E não consta que qualquer destes países seja uma bagunça por causa da simplicidade ao abrir negócios, muito pelo contrário. A grande complicação nacional, por outro lado, os cartórios e excesso de processos em todos os lados da economia levam nossos candidatos a empreendedor a perder precioso tempo, energia e recursos que deveriam estar usando para... empreender (MEIRA, 2013, p.369). O Blogueiro Marcos Rezende2 em conjunto com seu contador realizou o levantamento do processo burocrático para abertura de um negócio. “Até o momento anterior a pesquisa que embasou este artigo, o processo de abertura de uma empresa 2 http://insistimento.com.br/abrir-empresa-passo-a-passo-contador/ 28 para mim era: 1.Chamar um contador; 2.Pagar a eles os honorários; 3.Aguardar a liberação da empresa para funcionamento” (REZENDE, 2014). O primeiro passo é a elaboração de um cronograma de trabalho, onde será definido a data de inicio das atividades da empresa, respeitando o tempo possível dentro da legislação vigente. Determina-se também, a capacidade de investimento para o processo. O processo burocratizado inicia a partir desta etapa: - Definição dos dados básicos da empresa. Nesta etapa será definida a razão social, o endereço, o CNAE’s (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), quadro societário e tributação. - Busca prévia do local. O espaço onde a empresa será instalada deve comportar as necessidades da mesma, como, por exemplo, um espaço para estoque se necessário. - Confecção do contrato social. Nesta etapa será descrita a atividade da empresa, o endereço, o tipo de sociedade e as funções desempenhadas por cada participante, além de outros dados básicos necessários par ao registro da mesma na Junta Comercial (RCPJ) e Receita Federal (CNPJ). - Alvará. Este documento é a autorização de funcionamento para qualquer tipo de empresa e, geralmente, é emitido pela prefeitura da cidade onde a empresa está registrada, as regras variam de acordo com cada prefeitura, podendo exigir vistoria do corpo de bombeiros ou da vigilância sanitária de acordo com as necessidades de cada negócio. - Nota fiscal eletrônica. Esta etapa garante que a empresa possa operar e receber valores de seus clientes. Segundo o Portal da NF-e (2014), trata-se de um documento digital, para fins fiscais, que registra operações de circulação de mercadorias ou uma prestação de serviços, ocorrida entre as partes. Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital do remetente e a Autorização de uso fornecida pelo Fisco, antes da ocorrência do fato gerador. Cabe ressaltar que a última etapa não é obrigatória a todas as empresas. Concluído o processo a empresa já pode iniciar suas atividades de operacionalização no mercado. E o empreendedor poderá reunir uma equipe, capitar recursos e por seu conhecimento em prática. O processo para tornar-se MEI (Micro Empreendedor Individual) é menos burocratizado, sendo que o CNPJ, a Inscrição na Junta Comercial e o Alvará Provisório de Funcionamento convertem-se em um único documento, o Certificado da 29 Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI), que é obtido no momento do cadastro. Segundo a Cartilha do MEI, criada pela Câmara dos Deputados (2010), O MEI é aquela pessoa que trabalha por conta própria e, deseja legalizar sua situação com o governo, tornando-se um pequeno empresário. A renda máxima permitida do trabalho é de R$ 36.000.00 ao ano, o empreendedor não pode ser sócio de outra empresa, porém pode ter um empregado recebendo um salário mínimo, ou o piso da categoria que pertence. O Brasil dispõe de alguns programas de apoio ao empreendedor, dando suporte técnico, prático e teórico. Os programas são responsáveis pela popularização de conceitos e capacitação do empreendedor. O Sebrae, por exemplo, é uma entidade privada sem fins lucrativos criado para dar apoio aos pequenos negócios do país. Surgiu em 1972 e se estende por todo território nacional, oferece suporte a todas etapas do negócio. O Sebrae é agente de capacitação e de promoção do desenvolvimento, mas não é uma instituição financeira, por isso não empresta dinheiro. Articula (junto aos bancos, cooperativas de crédito e instituições de microcrédito) a criação de produtos financeiros adequados às necessidades do segmento. Também orienta os empreendedores para que o acesso ao crédito seja, de fato, um instrumento de melhoria do negócio (Site do Sebrae). Existem ainda, outros programas de apoio ao empreendedor, Bispo (201?) cita como exemplo a Softex e o GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviço) que foi criado para apoiar as empresas de informática que exportavam software. E também foi através desse programa que o plano de negócios (business plan) começou a se popularizar no Brasil. Por outro lado a Softex cede apoio à criação e desenvolvimento de softwares, e diferente do GENESIS, está ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Outro programa ligado ao MCTI, é o Start Up Brasil, lançado em março de 2013, com o intuito de apoiar micro e pequenas empresas no processo de inserção ao mercado, fomentando a inovação a auxiliando o empreendedor a encontrar a aceleradora3 adequada para o seu negócio. (...) O objetivo principal do Programa Start-Up Brasil é desenvolver a inovação e o empreendedorismo, com os principais sujeitos, ações e projetos a fim de criar um ambiente favorável ao desenvolvimento acelerado das micro e 3 Empresa que presta auxílio para desenvolver e acelerar os processos de pequenas empresas. 30 pequenas empresas, posicionar e alavancar o empreendedorismo brasileiro internacionalmente nos âmbitos econômico, tecnológico e social de forma cada vez mais competitiva (SÁ, 2013, P.10). Em 2000, o Brasil participou pela primeira vez das pesquisas da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). As pesquisas buscam avaliar o nível de empreendedorismo de um determinado país, baseado no impacto da atividade empreendedora no produto interno bruto e na geração de empregos, também em fatores que restringem ou mobilizam a ação empreendedora. A principal medida da pesquisa é a Taxa de Atividade Empreendedora (TAE), que indica a proporção de empreendedores na população adulta. No mesmo ano, 21 países estiveram envolvidos na pesquisa que apontou o Brasil como o primeiro país do mundo em iniciativa empreendedora. 1 a cada 8 pessoas no país estava iniciando um negócio, enquanto no Japão a relação era de uma para cada 100. Porém como já foi relatado antes, 42% desses empreendedores brasileiros estavam classificados no empreendedorismo por necessidade. Segundo Campos [201?] 47% das empresas que surgem no país acabam fechando dentro de 42 meses, percentagem apenas inferior à Coréia e aos Estados Unidos. Nota-se então, o Brasil um país com potencial empreendedor, porém com empreendedores sem estrutura para manter o negócio no mercado. Segundo no relatório referente ao ano de 2010, o Brasil alcançou 17,5%, a maior TAE desde que a pesquisa é realizada no país (2002). Como em todos os anos anteriores, o Brasil manteve uma TAE superior à média dos países nos quais a GEM é realizada. Este crescimento deve ser encarado como algo positivo, uma vez que o empreendedorismo contribui significativamente na economia. O empreendedor é visto como motor da economia, como um agente de inovação e mudanças, capaz de desencadear o crescimento econômico. O empreendedorismo vai além de uma solução do problema do desemprego. A atividade empreendedora promove a iniciativa de liderar e coordenar o esforço no sentido do seu próprio crescimento econômico. Através da indução de atividades inovadoras, capazes de agregar valores econômicos e sociais, é possível alterar a curva de estagnação econômica e social (SCHUMPETER, 1934 apud MOSSATO [201?]). O empreendedorismo está associado ao desenvolvimento pois promove o rompimento do fluxo da economia, tornando-a dinâmica, competitiva e criadora de 31 novas oportunidades. Esta concorrência surge a partir das empresas inovadoras que geram novos produtos, ou serviços, substituindo ou aprimorando os até então apresentados no mercado. Mossato [201?] salienta que a dinâmica capitalista promove um permanente estado de inovação, mudança, substituição de produtos e criação de novos hábitos de consumo. A inovação é um conjunto de novas funções evolutivas que alteram os métodos de produção, criando novas formas de organização do trabalho e, ao produzir novas mercadorias, possibilita a abertura de novos mercados mediante a criação de novos usos e consumos. As limitações do crescimento e desenvolvimento de uma economia estão na falta de pessoas capazes de empreender (SCHUMPETER, 1982 apud MOSSATO [201?]). Para Drucker (1987 apud MOSSATO [201?]) a inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio ou serviço diferente. O desenvolvimento econômico está associado à geração de emprego e renda, além disso é o principal elo entre o desenvolvimento de inovação e a revitalização da economia. 32 2 INOVAÇÃO No momento em que o homem descobriu ferramentas que auxiliavam em sua caçada e, posteriormente aprimorando estas ferramentas para otimizar o tempo de caça, diminuir os riscos, e assim, garantir melhores condições de sobrevivência da espécie, ficaram explícitos os indícios de que o ser humano é um ser inovador. Esta inovação tem se aprimorado a partir de novas tecnologias que otimizam os processos e diminuem o tempo, custo ou até aumentam a qualidade dos resultados destes processos. Ações inovadoras têm provocado evoluções que vem ocorrendo cada vez mais rápido. Figura 4 – O mundo das mudanças nos negócios Fonte: Pinkoon (2014, P.8). 2.1 Porque inovar Por ser fator pioneiro da evolução, a inovação tem ganhado seu destaque, uma vez que o sucesso da mesma está diretamente relacionado com o desenvolvimento financeiro e econômico, que também podem resultar em benefícios à sociedade. Ainda pode contribuir para melhorar a segurança, a saúde, a qualidade dos produtos e serviços. Pode baixar os custos de produção, criar novos mercados e aumentar a competitividade. Segundo InnoSkills [201?] as ideias e descobertas melhoram a nossa qualidade de vida. Em comparação com as gerações passadas, a 33 inovação tem aumentado a nossa produtividade alterando nossos padrões e aspectos de vida. A inovação não só traz mudanças, como também surge da mudança, este contexto de rápida evolução em que vivemos, traz consigo, desafios e oportunidades ao mundo dos negócios. A expansão e facilidade nos transportes, na comunicação, no acesso a informação e as tecnologias, integram o mundo resultando em uma realidade globalizada cada vez mais competitiva e desafiadora. InnoSkills [201?] ressalta que a inovação pode estimular um melhor desempenho ao gerar lucros, emprego e aumentar o crescimento e transações no mercado. Atitudes inovadoras podem ainda, apresentar-se como contribuintes ao desenvolvimento sustentável de uma organização. O termo sustentabilidade remete à relação entre sociedade e sua base material e, seus efeitos sobre as gerações futuras, não focando apenas na relação entre a empresa e meio ambiente, mas as formas de uso e apropriação dos recursos disponíveis em geral. Para Allegreussi et al. (2008) sustentabilidade é o processo pelo qual as sociedades administram as condições materiais de sua reprodução, inclusive definindo os princípios que orientam a distribuição desses recursos. Aos inovadores, o conservadorismo é apontado como comodidade, segundo Shimizu (2007 apud ALLEGREUSSI et al., 2008) um dos grandes problemas que as empresas enfrentam, e uma das razões pelas quais as empresas, após uma alavancada, não conseguem manter-se no mercado, é o comodismo. Porém a inovação não deve ocorrer por si só, inovar sem propósito é um desperdício de investimento. Uma inovação qualificada é uma inovação consciente, que tem como base causar melhorias na vida das pessoas. O especialista em inovação, Lourenço Bustani (2012) aponta três vantagens para uma empresa inovar, são elas: garantir a sobrevivência do seu negócio; agregar relevância e significado; permitir relações de longo prazo. A partir destas, as empresas devem estar sempre em um processo de reinvenção, do contrário, correm o risco de banalizar, e tornarem-se desnecessárias ao propósito evolutivo da sociedade. Inovar está ligado a transformar necessidades em produtos, serviços e causas relevantes no mercado e na sociedade, desta forma, solidifica-se uma relação entre corporação e cidadão. 34 Em 2001, a Apple não lançou o iPod para iniciar uma revolução, mas sim para solucionar o sofrimento de um dos seus clientes. Os tocadores de música digital da época, que se baseavam em chips de memória muito limitada, conseguiam armazenar somente algumas dezenas de músicas, não muito melhor do que um tocador de CDs portátil. Alguns produtos baseados em um novo disco rígido Fujitsu de 2,5 polegadas podiam armazenar potencialmente centenas de músicas, mas apresentavam um defeito fundamental: de modo torturante, as baixas velocidades do computador para o tocador. A Apple apresentou a solução: o FireWire4. (GALLO, 2010, p.114) Steve Jobs era o homem frente à Apple na época. A relação entre os dois despertou o interesse de diversos pesquisadores, principalmente quanto as atitudes inovadoras presentes em diversos detalhes da empresa, seja no produto ou na comunicação, que conseguiram emplacar os lançamentos como desejos de consumo de pessoas por todo o mundo. Tanto no lançamento do iPod, como nos demais produtos, a Apple buscou maneiras de agregar valor à marca e construir uma relação sólida com seus consumidores a partir da percepção de necessidades dos mesmos. Desta forma a Apple conseguiu destacar-se entre as demais marcas. Segundo a revista Forbes (g1, 2013), foi pela terceira vez consecutiva, a marca mais valiosa de 2013, com valor estimado quase duas vezes maior que as demais marcas. Vendeu 33,8 milhões de iPhones em um trimestre, mais 14,1 milhões de iPads, 4,6 milhões de Macs, e 3,5 milhões de iPods, assim como 30 bilhões de músicas no iTunes desde seu lançamento em 2003. Estes dados expressam o resultado efetivo de uma empresa que se baseia na inovação para gerar vantagem competitiva. Quando as empresas obtiverem a capacidade de olhar para o mercado e perceber as necessidades existentes, até mesmo aquelas necessidades despercebidas até então, maior será o impacto causado nos clientes. Estas necessidades geram fontes de trabalho e fontes de receita. Moreira (2013) ressalta que a capacidade de inovação e de resposta às necessidades do mercado e dos clientes de uma empresa nesta área é, consequentemente, um ponto fulcral que fará toda diferença. Sobretudo se as soluções apresentadas puderem poupar dinheiro ou custos aos clientes. De modo geral, as empresas enfrentam suas dificuldades no mercado globalizado, esta realidade determina que suas estratégias sejam traçadas para a manutenção de suas capacidades competitivas. Para Da Silva et al. (2003) isso exige 4 Nota: método de transmitir informações muito rapidamente entre dispositivos digitais . 35 que se assumam riscos e atendam as necessidades dos seus clientes, sejam consumidores finais ou empresas que necessitam do produto para dar continuidade em um processo. A inovação dentro de uma empresa deve ser constante, agregando valor a um produto ou serviço novo, ou já existente. Torna-se assim, tarefa indispensável para organizações que buscam um diferencial a mais em relação a seus concorrentes. Shimizu (2007 apud ALLEGREUSSI et al., 2008) explana que a empresa é capaz de inovar consistente e efetivamente, de estar bem posicionada para recorrer a sua habilidade inovadora como vantagem competitiva. A partir da constatação de Vasconselos e Cyrino (2000) a mudança, a inovação, o surgimento de novos concorrentes, são fenômenos comuns, que despertam a busca de pesquisadores por um modelo de equilíbrio que preserva a diferença de desempenho das empresas. Barney ([20--?] apud ALLEGREUSSI et al., 2008) complementa, ao citar que as empresas que possuem uma inovação que é difícil imitar, que é rara, e que possui recursos disponíveis nas escolhas e implementação de suas estratégias podem usufruir um período de vantagem competitiva sustentável e ficar acima do lucro médio do mercado. A vantagem competitiva pode ser vista como um conjunto de características que auxiliam uma organização a ser diferente por obter mais valor sob o ponto de vista dos clientes, tornando-se assim, diferente da concorrência e, consequentemente, obtendo vantagens no mercado. A partir de Norton ([20--?] apud MIETHL et al., 2006) a vantagem competitiva pode ocorrer de duas maneiras: a) uma estratégia de excelência operacional enfatiza o custo, a qualidade, a rapidez dos processos operacionais, os relacionamentos excelentes com os fornecedores e a velocidade e eficácia dos processos de suprimento e distribuição; b) uma estratégia de liderança do produto exige um processo de inovação de ponta, que crie novos produtos com a melhor funcionalidade da categoria e os traga ao mercado rapidamente. Os processos de Administração do cliente podem focar na aquisição rápida de novos clientes a vantagem de movimentação inicial que um produto líder cria. (NORTON ([20??] apud MIETHL et al., 2006, P.5) De maneira geral, as micro e pequenas empresas estão mais propícias às vantagens competitivas, uma vez que sua estrutura reduzida é fator de contribuição. Todavia, afirmar que micro e pequenas empresas investem mais em inovação que empresas grandes, é mito. A inovação depende de diversos fatores mais amplos que 36 o tamanho da empresa. Porém a vantagem que as micro e pequenas empresas levam, segundo Da Silva et al. (2003) é sua estrutura, mais enxuta, que facilita aos seus colaboradores estarem em contato direto com a estrutura administrativa e gerencial da empresa, tornando-se mais fácil a troca de ideias em relação a novos produtos ou serviços que possam ser oferecidos. Cabe ressaltar que a inovação não se encaixa facilmente num pacote único, criado, projetado e montado por um único indivíduo. Para Gallo (2010) “As novas ideias raramente são comercializadas sem uma equipe inspirada de entusiastas criativos e apaixonados, que transformaram essas ideias em realidade”. O autor ainda acrescenta que as ideias são estimuladas a partir de todos os membros de uma organização, estão por toda parte e são acessíveis a qualquer pessoa. Em outras palavras, as grandes ideias solitárias têm menos probabilidade de diferenciar sua marca em relação à concorrência. Ainda que desenvolvida no coletivo, a inovação só acontece a partir de medidas, talentos e habilidades individuais. Segundo Estrin (2010) todos os estágios do processo de inovação exigem pessoas com um conjunto particular de talentos e habilidades. No núcleo encontram-se aquelas que têm paixão, curiosidade e inclinação para experimentação. Para Steve Jobs ([201?] apud GALLO, 2010) a inovação não tem um processo definido, mas sim um segredo: a inspiração. É necessário que a equipe esteja inspirada, a partir de uma visão, um propósito tão irresistível que as pessoas não terão outra saída, se não, pegar carona. As competências são importantes, mas quando há paixão, os bons resultados surgem como consequência. A partir desta premissa, faz-se necessário o líder, aquele que tem a função de estimular a paixão da equipe por ele, pela empresa e pelas funções que desempenham. Para Estrin (2010) toda inovação depende de uma dose certa de liderança, que atuará como catalizador de um canto a outro deste sistema. Neste contexto surge o intraempreendedor, aquele que fomenta a inovação dentro da empresa. O intraempreendedor não necessariamente será o líder, mas enquadra-se nas características de apaixonado pela empresa, descritas por Jobs anteriormente. Dikitun (2011) ressalta que o intraempreendedor é aquele que está em constante observação em seu local de trabalho em busca de melhoria, seja na qualidade, na redução dos custos ou na otimização do processo. Este profissional permite que surjam diversas 37 inovações que mantenham a competitividade no mercado, alinhadas à estratégia do negócio. 2.2 O que é inovação Sabe-se que inovar é uma atividade necessária que traz consigo diversas possibilidades de benefícios à empresa, entretanto estes benefícios não se concentram somente na empresa, como se expandem até a sociedade, uma vez que a inovação provoca evolução, ou apresenta meios de adaptação ao mercado que está em constante mudança. A inovação traz melhorias na qualidade de vida das pessoas, sendo assim, é preciso compreender os conceitos explorados acerca do termo, para que seus objetivos sejam alcançados. No meio acadêmico, os estudos sobre inovação têm se expandido na última década, porém os autores especialistas no assunto, não chegaram a um consenso específico do que é a inovação por si só. Drucker (2006 apud MIETHL, 2008) afirma que não existe ainda uma teoria sobre a inovação. Porém, há conhecimento suficiente para dizer quando e como se buscam oportunidades inovadoras e como se avaliam as chances de seu sucesso ou os riscos de seu fracasso. As atividades de inovação variam de acordo com cada organização. Algumas apresentam projetos bem definidos, tais como a criação a implementação de um novo produto ou serviço, enquanto outras buscam aprimorar seus produtos ou processos operacionais. Qualquer um dos dois tipos de organizações pode ser inovador. Segundo InnoSkills [201?] uma inovação pode consistir na implementação de apenas uma alteração significativa, ou uma série de pequenas alterações que conjuntamente constituem uma mudança significativa. De fato, a inovação nem sempre acarreta saltos gigantes adiante. A inovação gradual, passo a passo, também é inovação – e é tão necessária, ou até mais, que a versão radical. Isso é o que realmente torna um negócio sustentável. A inovação também deve ser entendida como desenvolvimento de uma cultura de inovação dentro da empresa, que é aquilo que permite produzir e levar ao mercado um fluxo constante de inovações menores e incrementais (BES, KOTLER, 2011, p.18). Segundo InnoSkills [201?] acrescenta que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em conjunto a Comissão Europeia (CE), propuseram uma definição, que auxiliaria da interpretação e recolha de dados para o 38 manual de Orientações Gerais Sobre Inovação (Oslo). No manual consta que a inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço), processo ou método de marketing novo ou significativamente melhorado ou um novo método organizacional em práticas de negócio, local de trabalho ou relações externas. Esta definição também é utilizada pelo Marco Legal da Inovação5 brasileiro. A norte-americana Judy Estrin é cofundadora de sete empresas de tecnologia, diretora executiva de duas destas (JLABS e Cisco Systems), ainda compõe o conselho administrativo da Walt Disney e FeDex Corporation, e, acima de tudo, apaixonada por inovação. Estrin (2010) salienta que a inovação se principia da nossa capacidade de mudar. É sentir entusiasmo pelos próprios projetos, mas também estar aberto para distinguir possíveis problemas e fazer mudanças de rota necessárias. Afinal, é a habilidade de avaliar criticamente e de melhorar otimistamente que nos ajuda a produzir profissionais melhores, empresas melhores e países melhores. A partir da explanação da autora, é possível perceber que inovação está associada à mudança, a percepção das necessidades e a paixão, antes apresentada por Jobs. Pode-se complementar o conceito anterior a partir de Schumpeter, que apresenta possibilidades de inovação em elementos internos a empresa como melhoria do processo ou redução dos custos ao apontar cinco fatores para que a mesma aconteça. A inovação é um conjunto de novas funções evolutivas que alteram os métodos de produção, criando novas formas de organização do trabalho e, ao produzir novas mercadorias, possibilita a abertura de novos mercados através da criação de novos usos e consumos. A inovação pressupõe a entrada de cinco novos fatores: a introdução de um novo produto, a introdução de um novo método de produção, a abertura de um novo mercado, a conquista de uma nova fonte de fornecimento de matéria, e a consumação de uma nova forma de organização de uma indústria (SCHUMPETER, 1988 apud GURGEL 2006). Independente do contexto, empresarial ou não, a inovação é um fenômeno de construção social baseado na combinação e reutilização de conhecimentos anteriores, em contextos anteriores. Segundo Beira (2007) inovar não tem relação direta com despesas em desenvolvimento, mas com a disponibilidade de agentes capazes de fazer a transferência e readaptação de ideias em um novo contexto. 5 Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. LEI No 10.973, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. 39 Agentes capazes de movimentar ideias de realidades distantes. É na intersecção de mundos e conhecimentos diferentes que se criam as oportunidades de inovação. O brasileiro Silvio Meira (2013) um dos fundadores do IKEWAI, rede de desenhos de novos negócios no Porto Digital, professor da UFPE e de Harvard, ressalta que a inovação é um ideal inconsciente, pois um case de sucesso ocorrido na Microsoft, por exemplo, não terá o mesmo efeito na Apple. Sendo assim a inovação aplicada em empresas diferentes, trará resultados diferentes. Partindo deste pressuposto, inovar é gerar insatisfação, para que uma mente descontente busque constantemente por melhorias adaptadas a sua realidade. Para Meira (2013, p.299) “inovação é sempre impermanente, imperfeita e incompleta”. A inovação ocorre em ciclos, seu resultado é temporal, por isso é impermanente, ao invés de atingir um ponto final, chega-se a um novo ponto de partida, pois a medida que a empresa está mudando, o mundo está mudando. Uma vez que a inovação parte de um processo de insatisfação e que seu final é um novo início fomentado por esta insatisfação, torna-se um processo de final inalcansável, logo imperfeita. Por tanto, é incompleta, pois acontece focada em uma determinada faceta e algo, acabará ficando de lado, não se pode mudar tudo ao mesmo tempo. Os conceitos apresentados anteriormente relacionam-se e complementamse, apresentando a inovação como algo complexo e gigantesco e, até mesmo inalcançável ou de alto custo. Esta impressão pode ser desmistificado por Drucker ([20--?] apud MIETHL et al., 2006) ao salientar que a inovação não é um ideia brilhante, porém, uma ideia de melhorar processos dentro da organização e assim facilitar o dia a dia. A inovação não tem nada a ver com a quantidade que você tem para pesquisa e desenvolvimento. Quando a Apple criou o Mac, a IBM estava gastando no mínimo, cem vezes mais em P&D. Não se trata de dinheiro. Trata-se de pessoas que você tem, como você é dirigido e o quanto você compreende (JOBS [20??] apud GALLO 2010, p.59). Sendo assim, inovação não necessariamente é algo caro ou grandioso. Inovação é uma busca por mudanças e melhorias adaptando uma determinada organização às mudanças que ocorrem mundo afora, seja através da implementação de um novo produto, ou da mudança de um processo. Por fim inovação é paixão, um processo cíclico, ao qual só terão energia para continuar aqueles realmente engajados a ideia. 40 2.3 Inovação, Invenção e Criatividade Invenção e inovação comumente são usadas como sinônimos. É preciso esclarecer que, por mais que uma possa complementar a outra, elas não possuem o mesmo significado. Segundo Alberone (2013) uma invenção é algo novo, uma criação que traz um benefício coletivo e que leva à conquista de determinado objetivo. A roda, por exemplo, foi criada com o intuito de levar as pessoas a lugares distantes com maior facilidade. Ela atende a um objetivo específico e traz um benefício para a coletividade. As invenções podem ser desenvolvidas em qualquer cenário, seja em empresas, universidades, centros de investigação. Podem ser apenas para o objetivo do inventor e não necessariamente representam melhorias. É possível ainda, que as invenções fiquem apenas no nível da teoria, não possuindo uma parte prática. Para InnoSkills [201?] se um inventor descobre a “grande invenção do século” e não consegue produzi-la, então essa invenção permanece desconhecida e – pelo menos no momento presente – inacessível a potenciais clientes. Ao contrário da invenção, a inovação tem um objetivo relacionado ao mercado e nem sempre é algo novo, é a partir daí que as duas se relacionam e se complementam, quando uma torna-se o princípio da outra. Segundo Aires (2010) A invenção surge de um processo criativo, sem objetivo comercial definido. A partir do momento em que chegar à sociedade e produzir algum resultado. Aí sim, torna-se inovação. Steve Jobs não inventou o computador pessoal, nem o tocador de MP3; no entanto, inovou esses dispositivos com o lançamento do Mac e do iPod. Ele não inventou os smartphones, nem inventou o tablete; contudo, inovou esses dispositivos com o lançamento do iPhone e do iPad. Steve Jobs não inventou a animação digital, nem foi o primeiro a vender computadores diretamente para os consumidores; no entanto, inovou essas ideias com a criação da Pixar e das Apple Stores. Embora poucas grandes empresas estejam tão intimamente associadas com seu fundador como a Apple, Jobs não é uma banda de um homem só. Ele sabe o que não sabe. Jobs “enxerga além do horizonte” e contrata pessoas – as melhores do setor – que têm inspiração para transformar o sonho em realidade. Cada inovação da Apple começa com uma visão grande e destemida e uma dose intensa de inspiração (GALLO, 2010, p.48). Outro elemento que é comumente confundido com inovação é a criatividade. Assim como a invenção, este elemento também relaciona e complementa a inovação. A confusão entre os dois termos pode tornar-se um empecilho para a empresa. 41 Segundo Bes e Kotler (2011, p. 21) “há vezes em que uma ideia com potencial passa anos transitando dentro de uma organização e nunca se materializa completamente, porque ninguém assume a responsabilidade por seu gerenciamento”. Porém, isto não significa que criatividade deve ser tratada como um elemento negativo dentro da empresa, muito pelo contrário, segundo Linkner (2010, p. 216) “não há uma profissão que não possa se beneficiar de soluções criativas para problemas, de ideias novas para o futuro ou simplesmente de encontrar melhores caminhos”. Criatividade está ligada a exceção, não existe uma receita pronta para a mesma ocorrer. Segundo Gurgel (2006) criatividade é um fenômeno multifatorial e multidimensional, que não leva em consideração apenas os aspectos individuais e cognitivos, mas também os psicossociais, como as influências ambientais sobre o conjunto de relações implicadas no processo de criar. O processo criativo é bagunçado, não linear e abstrato. Não é algo que cabe direitinho em uma caixa ou conforma-se com a previsibilidade. Alguns dias são inspirados e extremamente produtivos; outros parecem alcançar alguns poucos resultados. Explosões criativas podem ser seguidas por uma calmaria. Conforme embarcamos neste processo, precisamos nos permitir trabalhar no ambiente não linear e desorganizado da criatividade (Linkner, 2010, p. 44). O principal fator de contribuição da criatividade no contexto empresarial é a capacidade que a mesma gera soluções para problemas. Colossi (2004 apud GURGEL 2006 p. 10), destaca que “a criatividade vem se evidenciando na criação de novos produtos, novos processos, novos serviços, e principalmente, na solução de problemas por parte das empresas”. Segundo Gallo (2010) a habilidade mais importante que define os profissionais criativos é a associação: a capacidade de conectar com sucesso questões, problemas ou ideias de diversos campos, aparentemente sem relação. Psicólogos de Harvard levaram seis anos em uma pesquisa, através da entrevista de três mil executivos para descobrir que: “criatividade é conectar as coisas” (Gallo 2010, p. 83). Quando perguntamos para pessoas criativas como fizeram algo, elas se sentem um pouco culpadas, pois, na realidade, não fizeram; elas apenas viram algo. Pareceu óbvio para elas depois de um período de tempo. Isso ocorre porque elas foram capazes de conectar experiências que tiveram e sintetizaram novas coisas. E o motivo pelo qual foram capazes de fazer isso foi que tiveram mais experiências ou refletiram mais sobre suas experiências 42 do que as outras pessoas. Infelizmente essa mercadoria é muito rara. Muitas pessoas em nosso setor não tiveram experiências muito diversificadas. Assim, elas não têm pontos suficientes para conectar e acabam com soluções muito lineares, sem uma perspectiva ampla do problema. Quanto mais amplo é o entendimento de alguém sobre a experiência humana, teremos um projeto melhor (GALLO 2010, p.83). Porém a criatividade por si só não é efetiva. Segundo Kotler (2011) grandes, ideias abandonadas à própria sorte podem ser prejudiciais à empresa. Criatividade, ideias e novas tecnologias sozinhas não são o suficiente para o negócio. Não há falta de pessoas criativas, o que falta são gerentes de inovação. Para Schmetterer (2003) uma ideia que combina criatividade e estratégia de novas maneiras, resulta em soluções inovadoras e em empresas líderes. 2.4 Processos de Inovação Para que a inovação alcance os objetivos esperados é necessário que as empresas dediquem devida atenção ao processo. Segundo Kanter (1998 apud DA SILVA, 2003) para que qualquer empresa possa obter resultados de uma inovação são necessários que se disponibilizem recursos financeiros e tempo para pesquisas e testes, o que leva muitas dessas empresas a abandonarem as grandes inovações em função da segurança do retorno financeiro. (...) Segundo os principais executivos da 3M, DuPont, GE, Pfizer e Rubbermaid, a inovação não é um processo fácil e nem vem de graça, não basta simplesmente contratar o vencedor de uma feira de tecnologia ou o aluno com o melhor trabalho de fim de curso, e designar-lhe uma tarefa e esperar o surgimento de uma grande inovação. Um exemplo desse fato é a DuPont, que, às vezes, necessita de até duzentas e cinqüenta idéias para se conseguir um produto comercializável (DA SILVA, 2003, p.3). O relacionamento entre os envolvidas no processo inovador é um fator ao qual deve ser rogado importância, o líder é crucial para o resultado efetivo da inovação. Segundo Bes e Kotler (2011, p. 31) para a empresa, “as implicações são claras. Se ninguém tiver o trabalho de ativar, de lançar os processos de mudança e inovação, as pessoas responsáveis pelas atividades diárias permanecerão concentradas em sua rotina”. Um processo é um conjunto de tarefas sequenciais ao longo do tempo. Isso levou à conclusão de que, a fim de inovar, precisamos de um projeto para 43 nos movermos através de uma série de estágios. Os autores variam na quantidade de fases que recomendam (BES, KOTLER, 2011, p. 34). A partir de Estrin (2009, p. 28) “o processo de inovação pode produzir avanços radicais, capazes de mudar a vida das pessoas ou melhorias incrementais em ideias ou produtos existentes”. A estrutura do processo inovador apresentado pela autora traz consigo cinco princípios fundamentais: questionamento, disposição ao risco, abertura, paciência e confiança. O primeiro princípio, do questionamento, é onde inicia a incessante busca por melhorar, é questionando a real situação que percebem-se as possibilidades de melhorar e no que melhorar. Segundo Estrin (2009, p.11) “faz parte da natureza dos inovadores perguntarem por que ou como algo deu errado ou se é possível fazer uma determinada coisa de maneira diferente”. A disposição ao risco é uma característica necessária aos inovadores. Ela surge após os questionamentos, onde nasce o desprendimento do que era cômodo e parte-se para a mudança e, toda mudança por mais que bem planejada, corre algum risco. Segundo a Estrin (2009) o insucesso é inerente à inovação, é a partir dele que se constrói a base de aprendizado para não repetir o erro. Aliada à disposição aos riscos está a abertura. Estrin (2009) salienta que a inovação exige mente aberta e uma atmosfera que estimule as pessoas a imaginar, alargar os horizontes, colaborar, captar serendipidades e ter liberdade de criar. A abertura gera a receptividade necessária para que surjam as ideias inovadoras, seja a partir do próprio empreendedor, de alguém da equipe ou de alguém que, até então, não possui relacionamento algum com o negócio. Em seguida, a fase da paciência, é indispensável ao sucesso da inovação. Porém o fato de paciência constar no processo inovador, não significa que a inovação ocorrera de forma passiva. A paciência se dá de duas formas, primeiro pela persistência, em não se deixar abalar pelos obstáculos encontrados, segundo para evitar a precipitação, escolher a ideia certa e aplicá-la no momento certo. Por fim a confiança, para Estrin (2009) tanto os diretores, quanto os funcionários só se sentem a vontade com a vulnerabilidade, só se dispõem a assumir riscos e só se sentem na liberdade para criar quando este princípio está bem estabelecido na empresa. A confiança deve se estender e atingir todas as partes envolvidas, seja a partir da transparência ou pela certeza de que a equipe fará o necessário para que o objetivo seja alcançado. 44 O modelo apresentado traz indicativos de como uma inovação deve ocorrer e quais atitudes um empreendedor deve ter para que o sucesso das ideias seja alcançado. A autora salienta constantemente que a inovação não é feita por uma só pessoa, mas através do alinhamento de uma equipe inteira, sendo dever do líder estimular e manter este alinhamento em todas as etapas do processo. O processo a seguir assemelha-se com o de Estrin, o autor brasileiro Silvio Meira apresenta um modelo que permeia as dimensões do conceito de inovação. Estas dimensões devem ser percebidas e relacionadas a todos os participantes do processo de mudança institucional. As próximas sete etapas compõem o processo de inovação apresentado por Meira (2013). Propósito: a simples decisão de investir em inovação não é suficiente. Como se investe e, especialmente, como a inovação serve a um propósito maior é o que determina o retorno do investimento. O propósito é o ponto de partida e o ponto de chegada de todo processo de inovação, o sucesso desta etapa está em conciliar o presente com o futuro. Esta é uma função que cabe ao líder que deve estar tão comprometido com o propósito que acabará contagiando os demais envolvidos no processo, e é neste ponto que passamos a próxima fase. Conversação: é a partir da conversação que os envolvidos no processo serão convencidos se a ideia é válida, ou não. Para Meira (2013) conversações são mercados, e inovação precisa ser vendida, não que se deva sair por aí com um talão de pedidos, estamos falando de venda conceitual, de convencer as pessoas, em muitas posições da cadeia de valor, de que algo não vem sendo feito e precisa ser feito. O desafio desta etapa está em pensar fora da caixa, em repensar a caixa e depois disso, apresentar ideias que não serão completamente consistentes, pois processos inovadores têm especificações mais vagas do que problemas clássicos. Mudança: o mundo está em constante mudança, o mercado está em constante mudança, cabe à empresa adaptar-se. Às vezes, para inovar é necessário criar seu próprio tempo. Meira (2013) salienta que o elemento essencial da mudança é a combinação de coragem energia e desprendimento. Coragem para liderar, mesmo que esta liderança não venha do líder propriamente dito. Energia para persistir, sem temer as consequências. Desprendimento para fazer o próprio tempo, não mudar porque o que está ao redor está mudando. Performance: esta parte está associada aos resultados consequentes da inovação, pois inovação é um meio de diferenciação. Em caso de sucesso, o negócio 45 pode ganhar maior visibilidade diante dos concorrentes, obter mais lucro ou reduzir os custos. Mas além disso, inovação é performance social, de forma que o negócio está em inserido na sociedade, como uma rede e, segundo Meira (2013, p. 293) “tal rede estabelece mecanismos capazes de criar um universo de significados compartilhados por todos”. Poder: para mandar e para mudar. O poder para mandar, não inova sozinho. Um líder que se restringe a empregar deveres aos envolvidos no processo é um líder limitado, pois um dia de sua ausência é suficiente para o processo deixar de ocorrer. O poder para mudar, é saber o momento de mudar e ter poder para que isso aconteça. Para Meira (2013) o momento de mudar, é exatamente o tempo em que a organização e, dentro dela, as pessoas, tenham mais poder. É quando tudo está muito bem e muito equilibrado, pois aí que os recursos estarão a melhor disposição para inovar. Sincronização: inovar é mudar comportamentos de todos envolvidos e afetados pelo processo. A sincronização está em mudar o modo à medida em que o usuário muda o seu modo. Meira (2013) salienta que sincronizar, por sua vez, é entender que o sucesso está no mercado e por ele é definido e medido. O mercado é definido pela lei universal da oferta e da procura e, está à espera de que os mais atentos e preparados sincronizem dentro e fora de suas empresas para inovar. Ideal Inconsistente: É este ideal que torna a inovação um ciclo que é motivado pelo propósito. Este ideal inconsistente está refletido em uma constante insatisfação que ocasionalmente, resulta na busca por melhorias, a fuga do comodismo, tão temido pelos inovadores. É este ideal inconsistente que torna a inovação sempre impermanente, imperfeita e incompleta. Em comparação ao modelo de Estrin, o modelo apresentado por Meira possui mais amplitude, ele se externa ao contexto empresarial e se estende à comunidade. Ambos são persistentes em ressaltar que a inovação não acontece sozinha e, que não é feita por um só, também mantém o líder como ponto chave do processo. Meira apresenta ainda um elemento, até então, não descrito no processo de inovação, a comunicação (conversação), pois toda ideia precisa ser aceita e adotada pelos demais envolvidos para que ocorra, e essa aceitação vai depender de como a proposta é comunicada. O terceiro modelo é o de Fernando Bes e Philip Kotler (2011), para os autores as fases ou os estágios de um processo de inovação não podem ser determinados, mas devem emergir como resultado da interação de um conjunto de funções ou papéis 46 desempenhados por certos indivíduos. Baseado nesta premissa o autor desenvolveu seu esquema de processo de inovação, ao qual denomina de Modelo A-F, que apresenta uma série de funções básicas para que a inovação aconteça. Figura 5 – Processo de Inovação – modelo AF Fonte: BES e KOTLER (2011, p.30) Ativadores: São as pessoas que iniciarão o processo de inovação, sem se ater ao restante do processo. Segundo Bes e Kotler (2011, p. 39) esse ativador é “a figura que tem como função tirar a empresa da rotina, de modo sistemático, fazê-la se afastar das tarefas cotidianas e mudar o q funciona hoje, mesmo que não há necessidade iminente dessa mudança”. Buscadores: são os responsáveis pela busca de informações, tanto para iniciar o processo quanto para aplicação de novas ideias. Sua tarefa não inclui fazer algo novo, Bes e Kotler (2011, p.59) salienta que a “busca por informações é realizada nos estágios iniciais, em geral naquele que se desenrola imediatamente antes da criação de ideias especificas”. Em alguns casos, a busca por informações é realizada até antes da definição dos objetivos de uma inovação. Criadores: aqueles que produzem as ideias oferecendo possibilidades e buscando novas soluções em qualquer parte do processo. Segundo Bes e Kotler (2011) criadores não devem simplesmente fornecer ideias, devem fornecer ideias plausíveis, que possam ser implementadas e agregar valor ao consumidor. O que deve ser entendido nesta etapa, não é a importância da criação da ideia, mas sim aplicabilidade desta ideia. 47 Desenvolvedores: estes transformam a ideia em fato, dando forma aquilo que foi proposto pelos criadores. Porém a função do desenvolvedor não se estende apenas à área técnica, e sim ao desenvolvimento de um plano de marketing. Nesta etapa incluem-se todos os profissionais que apontaram possibilidades para a coisa acontecer, por isso cabe aqui uma gama de profissionais das mais diversas áreas. Parte da solução é identificar como as funções dos Desenvolvedores e dos Profissionais de marketing diferem. Os Desenvolvedores devem ser mestres da arte do possível. Os profissionais de marketing devem ser os mestres da arte do valor, articulando aquilo que as pessoas pagarão. Saber o que é possível nos revela o que é de valor, e vice-versa. É na combinação dessas duas questões que encontramos a parceria correta entre marketing e desenvolvimento. Esses profissionais devem colaborar verdadeiramente para transformar “possibilidades valiosas”, ou soluções, em novos produtos ou serviços bem-sucedidos. Os dois requerem arte e ciência. E ambos requerem um do outro assegurar a oferta certa para a demanda disponível ou potencialmente disponível. Esses focos distintos – valor e soluções – exigem conjuntos de ferramentas, e habilidades diferentes e resultam em prioridades um tanto diferentes. Alguém pode descobrir muitas coisas que não são possíveis, que podem ter pouco ou nenhum valor, mas ninguém deve esperar desenvolver os melhores produtos ou serviços se ainda não descobriu as necessidades de maior valor do cliente relativas a concorrência (BES, KOTLER, 2011, p. 135). Executores: responsáveis pela implementação, levam a inovação em desenvolvimento à organização e ao mercado. Para Bes e Kotler (2011) independentemente das funções anteriores, com certeza, é na fase de implementação que encontramos alguns dos principais obstáculos e fatores básicos relativos ao desempenho insatisfatório em inovação por parte das empresas. O foco e a expectativa dos envolvidos no processo inovador estão concentrados, geralmente, no topo, na inovação propriamente dita, o que acaba desviando a atenção da parte mais importante, a execução. Facilitadores: são aqueles que aprovam o investimento e as despesas necessárias à medida que o processo avança, também são responsáveis por fomentar a continuidade do processo. Bes e Kotler (2011) salientam que os facilitadores devem estar sempre preparados para tomar decisões e se necessário, aprovar itens de investimento, mas é saudável mantê-los a uma certa distância do processo, para que possam agir de modo mais objetivo do que se estivessem envolvidos diariamente. Estas etapas envolvidas dão rotatividade a uma cultura criativa, baseada em indicadores de inovação, as recompensas que esta inovação pode trazer, suscitando em um planejamento estratégico para a inovação com foco em resultados. Este 48 processo é cíclico e leva o nome Modelo A-F, pois todas as etapas relacionadas direta ou indiretamente com A, ativadores até o F, facilitadores. Os três modelos de processos apresentados complementam-se com suas semelhanças e disparidades. Cabe ressaltar que por mais metódico que os processos de inovação tenham se mostrado, estão longe de ser uma ciência exata com resultados de sucessos. Os três modelos apresentam em alguma etapa uma propensão ao risco, porém, em contraponto, apresentam a pesquisa e a experiência como elemento auxiliar para evitar que os riscos tornem-se realidade. Os conceitos estudados até agora assemelham-se em diversas características, ao unir ambos e iniciar uma prática dá se origem a um novo conceito. Esta iniciativa vem sendo tomada por empreendedores, ou novos empreendedores, a partir da percepção de uma necessidade ainda não sanada no mercado, assim surgem as Startups, as vezes chamadas também, de empresas de garagem. Startup é um empreendimento resultante de um modelo de negócio inovador, escalável e flexível o suficiente para sofrer alterações durante o processo de desenvolvimento, lançamento e maturação do negócio, com grande investimento de capital humano e intelectual equilibrando custos e resultados financeiros de modo a permitir o sucesso dos empreendedores (TELLES, MATOS, 2013, p. 20). O conceito apresentado por Telles descreve a união entre o que foi abordado na pesquisa até então, com foco nos resultados. O modelo de negócio startup, como expresso antes, vem ganhando seu destaque no mercado atual, entretanto muitas vezes seu conceito é confundido com novas empresas. Segundo Meira (2013, p. 196), “nem todo novo negócio é uma startup, porém toda startup é um novo negócio”. Novos negócios, startup ou não, tornaram-se importantes para pesquisa ao conciliar empreendedorismo e inovação na busca de apresentar soluções as necessidades sócias de uma forma comercial. 49 3 COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING Comunicar faz parte da natureza humana, seja a partir de gestos, sinais, sons ou gravuras, desde o princípio da espécie o homem buscou alguma forma de trocar mensagens com seus semelhantes. O homem como ser inovador e empreendedor encontrou um meio de desenvolver sua comunicação criando um legado, que, foi considerado por muitos historiadores o marco divisor entre a história e a pré-história. Com o passar dos anos, o homem aprendeu que poderia usar a comunicação como ferramenta estratégica seja para convencer os receptores de seus ideais, para informar, para acrescentar valor a um determinado produto ou para diferenciá-lo dos seus concorrentes. A comunicação ganhou um potencial tão grande que, segundo Souza (2012) passou a ser considerado por muitos o quarto poder do Estado democrático brasileiro. 3.1 Publicidade e Propaganda: Uma história de Inovação e Estratégia A origem da publicidade e propaganda é algo tão antigo que os seus ditos primeiros registros se confundem em datas. Assim como todas as ferramentas usadas pelo homem, sendo a comunicação uma delas, evoluiu em conjunto à espécie e, em um determinado momento passou a ser alicerce da divulgação de propriedades ou de fatos ocorridos em uma determinada comunidade. Há registros de peças publicitárias aproximadamente no século VIII a.C. Segundo Mota (2007) há relatos históricos do papel da publicidade desde a antiguidade clássica, os egípcios já utilizavam de tais técnicas para estimular suas vendas através da utilização dos papiros, com propagandas através de anúncios em cartazes. Para Muniz (2004), a publicidade teve origem no mesmo período, porém em território diferente. Os primeiros vestígios foram encontrados em Pompéia, consistiam em tabuletas que anunciavam as os combates gladiadores, faziam referências às casas de banho existentes na cidade. Ainda anunciavam vendas de escravos, gados ou outros produtos. É importante notar que a comunicação enquanto estratégia de divulgação surgiu da necessidade de atingir um determinado público, divulgando uma determinada mensagem de interesse deste público. Encontrou-se uma forma de 50 materializar e otimizar o que até então era executado apenas, através do boca a boca. Com o passar do tempo, as técnicas de divulgação foram se profissionalizando, tornando-se cada vez mais efetivas. Um dos grandes marcos da história da comunicação foi a invenção da prensa tipográfica inventada por Gutenberg aproximadamente ao ano de 1455. Segundo Linardi (2012) o invento permitiu a impressão em massa de livros, que antes eram escritos a mão, despertando uma revolução na Europa. Os chineses já utilizavam uma técnica semelhante para confeccionar calendários e livros sagrados a partir de ideogramas talhados em madeira. Porém Gutenberg foi inovador ao criar instrumentos móveis e mais resistentes que poderiam ser reutilizados em outros trabalhos impressos. A invenção de Gutenberg permitiu que os livros deixassem de ser uma exclusividade dos nobres e do clero. Em 1500 já havia prensas como a dele espalhadas pelo restante da Europa e cerca de 15 milhões de livros já haviam sido impressos. Linardi (2012) salienta que o método era simples, realizado a partir do ajuste dos caracteres à prensa, em posterior aplicava-se a tinta para enfim, pressionar a prensa ao papel e assim imprimir uma página. Repetia-se o método de acordo com o número de páginas desejado. Os métodos de impressão evoluíram dando origem a dois novos veículos: o jornal e a revista. Ambos tiveram, além do sustento pelas assinaturas, a venda de espaços publicitários como advento para obtenção de lucros. Segundo o site da Associação Nacional do Jornal6 (2014) Os primeiros jornais modernos surgiram em países da Europa ocidental, como na Alemanha, que publicou o Avisa Relation oder Zeitung em 1609, na França, o Gazette em 1631, na Bélgica, o Nieuwe Tijdingen em 1616 e na Inglaterra, o London Gazette, fundado em 1665, ainda hoje publicado como diário oficial do Judiciário. O jornal só chegou ao Brasil quase dois séculos depois, Severino et al. (2010) ressalta que em 1808 surgiu o primeiro jornal, a Gazeta do Rio de Janeiro, e nele o primeiro anúncio. O anúncio inaugural, de imóvel, fundou os classificados. Esses mesmos quase dois séculos também aconteceram com as revistas, segundo Sousa (2011), a primeira revista nasceu na Alemanha em 1663, chamava-se Erbauliche 6 Site: www.anj.org.br 51 Monaths-Unterredungen7, criada pelo teólogo Rist, e foi publicada até 1668. A primeira revista brasileira foi criada em 1812 chamava-se “As Variedades ou Ensaios de Literatura”. Tanto na Alemanha, quanto no Brasil a revista só surgiu após o invento no jornal. É possível perceber a revista como uma inovação do jornal, pois ambos, inicialmente, possuíam a função de informar em uma determinada periodicidade, porém a revista apresentava um perfil monotemático e, mesmo que a quantidade de indivíduos alfabetizados fosse significativamente menor que é hoje, esta classificação de conteúdo já representava uma separação de produto para públicos específicos. A primeira revista feminina da história surgiu em Londres no ano 1693, e chamava-se The Ladie’s Mercury8. Com publicação semanal, a revista foi promissora em responder a todas as questões mais agradáveis e curiosas sobre amor, casamento, vestido, comportamento e humor do sexo feminino. Também tinha a crônica da Corte e poesia, mas mostrava desenhos de roupas, moldes para vestidos e bordados (SOUSA, 2011). O outdoor também surge como inovação. Para Hetilinger (2007) a descoberta da litografia9, em 1796, possibilitou o aperfeiçoamento da confecção de cartazes, o que despertou o interesse de diversos artistas plásticos. automóveis inventados em 1769, “estavam se Na mesma época, os popularizando, assim consequentemente, os cartazes começaram a se espalhar pelos postes e estradas, quanto mais carros, mais estradas, quanto mais estradas, mais cartazes” (GODINHO, 2012). Estes, agora painéis sempre maiores, luminosos e iluminados, ora piscando, ora parecendo mexer-se, cada vez mais bonitos e originais multiplicavam-se. Desde o reclame10 até o outdoor, a função do anúncio, não obstante sua diversificação, tem sido apresentar uma mensagem, de modo a ser vista, lida e entendida num relance. A boa mensagem de outdoor é aquela que dá seu recado em poucas palavras. Poucas e boas. Deve ter uma linguagem rápida, direta, original. Agradar no visual. Provocar desejo, expectativa, humor, convicção. O outdoor põe mensagem no olho da rua. No olho de quem passa, de que para, de quem conversa, de quem freia. No olho de quem vê. É o universo vivo de informação, cores e promessas renascem e se renovam a cada 15 dias. É só olhar pela janela (...) (ASSOCIAÇÃO NACIONAL MEMÓRIA DA PROPAGANDA, 2006). 7 Tradução: Edificantes Discussões Mensais. Tradução: Mercúrio das Senhoras. 9 Técnica de gravura que utiliza pedra como matriz. 10 Forma como era chamado o cartaz antigamente. 8 52 A Revolução Industrial que iniciou nesta mesma época do Século XVIII, não só trouxe melhorias para os sistemas de produção como também foi de grande auxílio para a profissionalização da publicidade e propaganda. Muniz (2004) salienta que com a produção em massa e a consequente necessidade de aumentar o consumo dos bens produzidos, a técnica publicitária foi-se aperfeiçoando, passando a ser mais persuasiva nas suas mensagens e perdendo, quase que por completo, o seu sentido unicamente informativo. Seguindo à cronologia, outro invento que alterou e facilitou significativamente a história da comunicação e, consequentemente, da publicidade e propaganda, foi o rádio. A invenção do rádio foi um fenômeno complexo, à medida que inicia com o professor Maxwell, em 1863 na Inglaterra, com a descoberta das ondas eletromagnéticas, se estendendo até 1919 quando começa a era do rádio. Segundo Bellard (1997) para dar forma ao rádio foi preciso que o alemão Hertz, em 1887, desse início aos estudos da energia com a descoberta do quilohertz11. Mais tarde o americano Lodge inventasse o circuito elétrico. Novamente na Alemanha descobrissem como amplificar e produzir ondas eletromagnéticas, assim feito por Von Lieben. Em 1890 o brasileiro Roberto Landell de Moura criasse aparelhos de transmissão semelhantes a telefones. Logo em seguida, 1895, o russo Popov construísse uma antena capaz de captar quilohertz. Até 1916, quando o norteamericano Lee De Forest instalou a primeira estação de radiodifusão. Quando as estações de rádio iniciaram suas transmissões em meados de 1920, os programas não continham propagandas. Isso acontecia porque as primeiras estações de rádio foram estabelecidas com equipamentos feitos manualmente e varejistas que ofereceram programas em busca de vender mais aparelhos de rádio para os consumidores. Com o passar do tempo, muitas organizações sem fins lucrativos, como escolas, clubes e organizações populares, começaram a construir suas próprias estações de rádio. Quando a prática de patrocinar programas foi popularizada, cada programa era patrocinado por um anunciante pela troca da simples menção de seu nome no início e no fim dos programas. No entanto, os donos de estações logo viram que poderiam ganhar mais dinheiro vendendo pequenos espaços de tempo para vários anunciantes durante toda a programação da rádio e não só no início e fim de cada programa para apenas um patrocinador. Essa prática foi herdada pela televisão posteriormente nos meados de 1940 a 1950 (FIGO, 2008). 11 Unidade de medida de frequência de ondas. 53 Enquanto o rádio ganhava forma, a publicidade e propaganda foram profissionalizadas, tornando-se produto ofertado por organizações. Segundo Severino et al. (2010) a primeira agência de publicidade do Brasil, teria surgido provavelmente em 1913, em São Paulo, e se chamava Eclética. Nessa época as propagandas estrangeiras já estavam bem mais aprimoradas, então os brasileiros começaram a importar algumas como exemplo. A transmissão descoberta para invenção do rádio auxiliou a transformar o cinematógrafo12 dos irmãos Lumière, em 1895, no maior meio de comunicação de massa do Brasil, a televisão. Pinto (2014) ressalta que o primeiro protótipo de televisão foi criado por John L. Baird, em 1920, com união de componentes eletrônicos produzidos em várias partes do mundo. Porém as primeiras transmissões abertas ocorreram a partir da década de 30. No Brasil, em 1950, houve acesso a um sinal aberto de TV após a inauguração da TV Tupi, pelo jornalista Assis Chateaubriand. A primeira transmissão aconteceu no saguão do “Diários Associados”, de propriedade de Chateaubriand. Foi necessário ainda que o jornalista importasse cerca de duzentos aparelhos de TV para que os programas da emissora fossem assistidos, já que não havia ainda o consumo em larga escala de televisores. Posteriormente, novas emissoras foram surgindo, como Globo, Record e Bandeirantes (PINTO, 2014). A propaganda norte-norte americana teve destaque na Segunda Guerra Mundial. Segundo Guerra (2010), a propaganda dos EUA foi uma grande aliada no conflito. Autênticas estratégias de publicidade eram cuidadosamente planejadas, incitando ao patriotismo, ao orgulho, ao medo e ao sentido de dever dos cidadãos americanos. Além disso, incentivavam o recrutamento da força masculina para o exército e, a força feminina para o trabalho. Grande parte destes cartazes eram pintados por mulheres e traziam sempre traços divertidos e bom humor. Do outro lado da batalha, a propaganda Nazista também teve seu destaque durante a segunda guerra mundial. Para Junior (2012), Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do Nazismo, foi o grande responsável pela difusão do nazismo na Alemanha. Suas produções faziam alusão a Hitler como um messias. Goebbles produzia filmes estimulando o preconceito étnico e a xenofobia, mostrando a raça ariana como o futuro de uma Alemanha melhor. 12 Instrumento de filmagem. 54 O período dentre a década de 70 e os anos 2000 foram bastante valiosos para a publicidade e propaganda brasileira. Brito (2007) salienta que foi nesta época que iniciou a valorização da criatividade na propaganda, fomentada pelo início dos festivais pelo Brasil e, pelo mundo. A chegada da TV a cores exigiu uma busca pelo aperfeiçoamento das produções. Nessa década a propaganda ganha a cara dos anúncios que vemos hoje. A propaganda começa a viver seus melhores momentos criativos e, no final do período, consolida-se a tendência de criativos assumirem o comando dos negócios. O império da criação sobrepõe-se ao da mídia e ao do planejamento que reinavam nos anos 70. (...) O ranking dos anunciantes do início dos anos 80 é liderado pela indústria tabagista. O varejo assume o papel da indústria de alimentos e de eletrodomésticos, grandes anunciantes do passado. O setor industrial percebendo que a decisão de compra do consumidor passa também pelo ponto-de-venda, adota como estratégia campanhas voltadas para agregar valor de marca (BRITO, 2007, p.4). No início do século XXI a internet revolucionou o mundo e, a publicidade viu nela diversas oportunidades de inovar, ao perceber que a digitalização do que era produzido tradicionalmente, em questão de publicidade, não seria o suficiente, buscou novas formas de adaptar-se ao novo meio. Atualmente a propaganda encontrou seus próprios meios de chegar até o consumidor no meio digital, muitas vezes, até de forma mais direta e focada em um consumidor, ou um determinado grupo de consumidores. Atualmente a publicidade e propaganda estão muito mais dinâmicas umas das grandes contribuições é a evolução tecnológica. Segundo Davini (2014) Existem hoje uma infinidade de novas mídias e maneiras diferentes de como as utilizamos, criando inclusive, uma nova cultura com relação a consumo de bens e serviços. É importante notar que a propaganda evoluiu e inovou de acordo com as necessidades da época em que estava inserida, pois a propaganda nada mais é do que um reflexo das necessidades sociais. 3.2 Publicidade e/ou Propaganda Os termos publicidade e/ou propaganda, são comumente utilizados como complementares, às vezes, até mesmo como se possuíssem o mesmo significado, fazer a sua distinção pode despertar confusão aos usuários cotidianos dos conceitos. Sinônimos ou não, a utilização dos termos tem o objetivo de representar um único 55 sentido, a comunicação estabelecida entre uma organização e a sociedade, mesmo que seja uma pequena parcela da mesma. Um resgate etimológico dos termos pode auxiliar a reduzir o atrito conceitual. Para Muniz (2004) a palavra publicidade teve origem no latim publicus, que significava público, gerando o termo publicité, em língua francesa, traduzido ao português, publicidade, que designava o ato de divulgar, de tornar público. Por outro lado, a palavra propaganda, também se origina do latim, do verbo propagare, que quer dizer: propagar, multiplicar (por reprodução ou por geração), estender, difundir. Para Gonçalves (2009) a propaganda pode ser definida como ações ideológicas de atividades ideológicas que tendem a influenciar o homem com objetivo cívico, político ou religioso. É o ato de propagar ideias, princípios e teorias sem o fator comercial. A terminologia surgiu em 1622, quando o papa decidiu criar uma comissão de cardeais para propagar a religião católica. Em princípio a propaganda era uma atividade voltada para promover um sistema ideológico, como doutrinas religiosas ou princípios políticos. O termo publicidade, para Gonçalves (2009) é um conjunto de técnicas de ação coletiva com o propósito de tornar conhecido um produto, um serviço, uma marca, promovendo assim uma atividade comercial. É mais ampla que a propaganda e engloba todas as formas de comunicação, tornando-se uma técnica comercial de comunicação de massa. É possível entender que sua origem surgia quando alguém disse a outro alguém que tinha algo a oferecer. Entretanto a popularização dos termos conectou-os um a outro de forma que, segundo Gomes (2001) para uns, o que deveria ser propaganda é publicidade e, para outros, exatamente ao contrário. As agências deste segmento chamam-se de agências de publicidade, independente de estarem produzindo publicidade e/ou propaganda, assim como o profissional da área chama-se publicitário. Tampouco o Código Brasileiro de Auto-regulamentação publicitária se preocupa em esclarecer os conceitos. Em ambos os conceitos é possível encontrar características semelhantes e, é nestas características que podemos visualizar os termos como um único significado obtendo um único objetivo, independente de ter caráter ideológico ou comercial. Para tanto, a publicidade e propaganda, a partir de Gonçalves (2009) são atividades que possuem capacidade informativa e força persuasiva. 56 3.2.1 A Publicidade (Propaganda) nos negócios A publicidade ocorre em torno de relações sociais, por isso é fundamental para, não só a sobrevivência, mas o bom desempenho de qualquer negócio. Cabe entender negócio como qualquer atividade com objetivos lucrativos, seja através de uma empresa, um MEI, ou um freelancer13, independente de área de atuação. Em economia, negócio, é referido como um comércio ou empresa, que é administrado por pessoa(s) para captar recursos financeiros para gerar bens e serviços, e por consequência proporciona a circulação de capital de giro entre os diversos setores. Em apertada síntese, podemos dizer que, entende-se por negócio toda e qualquer atividade econômica com o objetivo de gerar lucro. Etimologicamente, e num sentido mais alto, a palavra negócio deriva do latim, e quer dizer a negação do ócio. Negócio não trata apenas de negócio financeiro ou comercial, mas sim toda a atividade humana que tem efeitos jurídicos (WIKIPÉDIA, 2014). Na teoria administrativa de Pinkoon (2014), um líder criativo deve levar seu negócio no esquema dos 8Ps: pessoas, patrimônio, produtos, procedimentos, princípios, propósitos, poder, publicidade. Estrutura-se primeiro os recursos adquiridos, para estabelecer o que e como fazer com estes recursos, posteriormente cria-se bases de alinhamento para tornar o negócio algo sólido, para enfim criar relação com a sociedade. A publicidade surge então como a última etapa do processo, conforme ressalta Pinkoon (2014, p. 155): O procedimento também pode ser dividido em outro aspecto que é o da publicidade. A noção de Marketing se propaga profundamente na mente do consumidor e afeta seus pensamentos e seu senso de satisfação. A satisfação do consumidor ou de suas necessidades é a raiz da estratégia mercadológica. É preciso verificar quem são nossos clientes, o que eles querem, onde devem comprar o produto, quando e porque deveriam obtê-lo sem hesitação. Atualmente a publicidade começa a deixar de lado o contexto criativo, e retornar à estratégia. Segundo o Google Think (2014) não é só ter uma ideia genial, é preciso contar com as ferramentas que permitam colocá-la em prática da melhor forma possível. A criatividade contribui na busca de ferramentas de produtividade e colaboração, com finalidade de auxiliar nos objetivos determinados pela estratégia. Uma produção publicitária efetiva não é apenas criativa, ela vende, a propaganda deve ser mais do que manifestação artística. A criatividade sozinha não 13 Profissional autônomo que presta serviço, geralmente, para empresas. 57 é o suficiente, para Kotler (2003, p.192) o “objetivo da propaganda não é descrever fatos sobre o produto, mas vender soluções ou sonhos. A propaganda deve ser vinculada as aspirações dos clientes”. Porém promessas de sonhos podem levantar suspeitas, as pessoas não acreditam que ao adquirir determina produto ou serviço as tornarão mais interessantes. Portanto antes de um negócio investir em propaganda, é necessário que aquilo que se deseja comunicar esteja alinhado à mensagem comunicada. De nada adianta dizer ao consumidor que um determinado produto é o melhor, se a mensagem não for verdadeira, desta maneira a publicidade desalinhada acabará frustrando o consumidor. As empresas devem formular a seguinte pergunta antes de recorrer à propaganda: Será que a propaganda gerará mais satisfação para os clientes do que a utilização da mesma verba para desenvolvimento de produtos melhores, para aprimoramento dos serviços da empresa ou para criação de experiências mais intensas com a marca? Gostaria que as empresas gastassem mais tempo e dinheiro em criar produtos excepcionais, em vez de tentar manipular psicologicamente as percepções dos consumidores, por meio de campanhas de propaganda dispendiosas. A melhor propaganda é feita por clientes satisfeitos (KOTLER, 2003, p.192). Seguindo as indicativas de alinhamento entre o negócio e aquilo que o negócio está comunicando, Shimp (2002, p.221) apresenta cinco funções da propaganda, “em geral, a propaganda é valorizada porque reconhecidamente desempenha uma variedade de funções fundamentais para empresas comerciais e outras organizações: informar, persuadir, agregar valor e auxiliar outros esforços da empresa”. Informar: é responsável por conscientizar o consumidor do surgimento de novas marcas, características e benefícios, facilitando assim, a criação de imagem positiva da marca. Shimp (2002) acrescenta que a propaganda desempenha ainda outro valioso papel de informação, tanto para marca quanto para o consumidor, ao comunicar diferentes tipos de uso para marcas já existentes. Persuadir: para Shimp (2002) a propaganda eficaz persuade os clientes a testar os produtos e serviços anunciados. Algumas vezes, a persuasão influencia a demanda primária, ou seja, cria demanda para toda uma categoria de produto. Porém é com maior frequência que a propaganda tenta gerar demanda secundária, que é a demanda por uma marca específica da empresa. 58 Lembrar: a propaganda mantém a marca na memória do consumidor. Além disso, influencia a mudança de marca ao lembrar os consumidores que não têm adquirido uma determinada marca recentemente, que esta marca está disponível e possuí benefícios. Segundo Shimp (2002) quando surge uma necessidade relacionada ao produto anunciado, o impacto da propaganda passada possibilita que a marca do anunciante venha à mente do consumidor como candidata à compra. Agregar valor: Somando todas as funções citadas anteriormente, ao informar os benefícios, o valor e demais características da marca, ao persuadir o consumidor a testar e constatar as informações propagadas e assim inserir-se na memória do consumidor como experiência positiva, a marca torna-se um elemento de valor. A propaganda agrega valor às marcas ao influenciar as percepções dos consumidores. A propaganda eficaz faz com que as marcas sejam vistas como mais elegantes, com mais estilo, mais prestígio e talvez superior às ofertas dos concorrentes. A propaganda eficaz, portanto, pode levar a um aumento da participação de mercado e a uma lucratividade mais alta. Não há duvida sobre a razão pela qual o maior anunciante do mundo, a Procter & Gamble, está consciente do papel de agregar valor da propaganda e a considera “um investimento do banco de valor da marca” (Shimp, 2002, p. 221). Auxiliar outros esforços da empresa: A propaganda é apenas uma parte de um processo muito maior dentro de um negócio, assim como a criatividade, a propaganda sozinha não será efetiva. Ela auxilia os demais profissionais e processos inseridos em um contexto mais amplo agindo em prol dos objetivos estratégicos do negócio. 3.2.2 Publicidade (propaganda) na mídia off-line A publicidade não se faz sozinha e também não se publica sozinha, ela necessita de veículos de comunicação, que criarão o destino entre a mensagem e o receptor, podendo espalhar uma mensagem em massa, ou para pequenos grupos de consumidores, permitindo ou não uma resposta àqueles que receberam a mensagem, podendo ainda determinar um espaço geográfico em que a mensagem se percorrerá. Estes veículos de comunicação são chamados de mídia. No princípio, a palavra mídia foi criada com o intuito de designar profissionais, uma função ou um departamento específico dentro das agências de publicidade, ou dentro do marketing dos anunciantes. Porém com o tempo o senso comum acabou se 59 apropriando do termo e dando a ele outro direcionamento que de forma outra, possuía ligação com a função dos profissionais que deram origem a palavra. Não demorou muito para que toda imprensa brasileira passasse a se referir aos meios de comunicação como “a mídia”. E hoje, o termo é usado como sinônimo de meios ou veículos de comunicação, tanto por jornalistas bem conceituados, como também por qualquer apresentadora de auditório, cantor de pagode ou artista dando entrevista em busca de fama (Veronezzi, 2005 p. 24). Para Shimp (2002) cinco são os principais e de maior alcance meios de mídia, estes ele apresenta como mídia tradicional: televisão, rádio, jornal, revista e propaganda externa. Estes meios foram citados em ordem dos que possuem maior investimento em propaganda no Brasil. Todas as mídias anteriores tiveram sua origem citada no principio deste capítulo, nele a propaganda externa apresenta-se como outdoor e cartazes. Outras mídias também podem ser incluídas nesta lista de mídias tradicionais, Kotler (2003) acrescenta catálogos, mala direta, telefone e canais on-line. Cada mídia tem suas vantagens e desvantagens em termos de custo, alcance, frequência e impacto. Os profissionais da área de propaganda, mais especificamente as agências, possuem o conhecimento classificatório para fazer indicações aos anunciantes em quais meios podem obter em melhores resultados. Na televisão outro recurso além da propaganda bastante difundido é o product placement, muitas vezes confundido com merchandising, consiste na inserção de sútil de produtos, serviços, marcas ou empresas em sua programação normal, novelas, filmes e afins, muitas vezes esta inserção está em segundo plano fazendo apenas parte do cenário do que está sendo exibido. Segundo Calazans (1992) um dos primeiros casos de product placement foi o marinheiro Popeye14, que ajudou o governo americano a acelerar o consumo de supersafra de espinafre. As crianças que não são grandes apreciadoras de legumes e verduras passaram a acreditar que ficariam fortes como o Popeye se comessem espinafre como ele comia. No Brasil, acrescenta Calzans (1992), há casos de destaque com a utilização do product placement, em 1980 a Staroup15 vendia 40 mil calças mensalmente, após 14 15 Personagem de desenho animado. Grife brasileira de jeans. 60 a estreia da novela “Dancing Days”, que trazia atrizes famosas dançando com as calças e leitreiros luminosos da marca, a Staroup passou a vender 300 mil calças por mês. Entretanto, Diogo (2008) salienta que a forma tradicional de comunicação vem perdendo seu poder de persuasão e tem se mostrado incapaz de preencher todas as necessidades da comunicação de marketing a preço compatível. Consequência disto, questionamentos vindos dos anunciantes motivaram o surgimento de novas alternativas para promoção de seus produtos junto a consumidores com grande diversidade de comportamentos, neste contexto surgiram as mídias alternativas. Literalmente, qualquer ambiente no qual uma mensagem possa ser impressa, cantada, falada ou anunciada de qualquer outra forma é uma potencial mídia de propaganda. Anúncios em balões, na parede de banheiros, em camisetas, em ônibus e pontos de ônibus, em carrinhos de compras nas lojas, no chão das lojas, em carros e barcos de corrida, no uniforme dos jogadores de golfe, de tênis e outros atletas, em faixas presas atrás de pequenos aeroplanos e, produtos em filmes e programas de televisão são apenas alguns são apenas alguns dos locais onde os anúncios são colocados (SHIMP, 2002 p. 296). Mídias alternativas são classificadas quaisquer mídia que não sejam as tradicionais. Têm ganhado seu destaque por dois motivos, primeiro por impactar o consumidor de forma inusitada e às vezes traçando um contato mais direto e efetivo, segundo, pelo valor do investimento, que pode se modular as necessidades do anunciante. Por fim, Kotler (2003, p. 146) salienta que “as empresas devem usar a mídia ou meios de comunicação. As empresas que não usarem a mídia simplesmente não existem, para todos os efeitos práticos”. 3.2.3 Publicidade (propaganda) na mídia on-line Diversos motivos foram os que despertaram o interesse da publicidade na internet. Mesmo que o meio seja virtual a internet permite uma maior aproximação da marca ao consumidor. O alcance do meio online torna-se cada vez mais ilimitado, se levarmos em consideração a portabilidade dos meios digitais em diversas plataformas, como celulares, tablets, notebooks. Outro fator de relevância é que os valores do investimento em mídia on-line são geralmente mais baixos ou, até mesmo, gratuitos. (...) O ambiente da mídia é, em geral, dessa natureza: os aumentos das despesas de marketing com a televisão geralmente resultam na diminuição 61 com outras mídias, como revista ou rádio. Hoje, o fator dominante no mundo da mídia é a propaganda on-line. Forrester Resarch, uma empresa independente de pesquisa tecnológica, relatou há pouco tempo que quase metade de todos os profissionais de marketing aumentou os investimentos em propaganda on-line, ao mesmo tempo que diminuíram os gastos com a mídia tradicional, com revistas, jornais e mala direta. Além disso, a Forrester Resarch previu que em 2010 a propaganda on-line e os gastos promocionais alcançariam as despesas combinadas alocadas para a TV a cabo e satélite e rádio. De fato as despesas com propaganda on-line nos Estados Unidos totalizaram cerca de US$ 28 bilhões em 2008 e esperava-se que fossem chegar a US$ 442 bilhões em 2011. No Brasil, o investimento de comunicação interativa na internet ultrapassou a casa do 1 bilhão em 2010, com crescimento de 28% em relação a 2009 (CRESCITELLI, SHIMP, 2012 p.332). Assim como a mídia off-line possui seus meios tradicionais, a mídia on-line tem os seus mais utilizados, porém, cabe ressaltar que o meio digital está em constante evolução e aquilo que era um recurso bastante utilizado quando a internet começou a popularizar-se, hoje já não é uma mídia tão efetiva. Um exemplo são os pop-ups, as abas promocionais que surgem diante da tela do internauta quando se acessa um website, tornaram-se objetos de ódio de grande parte dos usuários dos meios digitais. O mesmo aconteceu com o banner, o skycraper e o intertistial. Para Ribeiro (2010) ambos assemelham-se a cartazes, a diferença é que o banner possui formato horizontal, o skycraper formato vertical e posiciona-se no canto direito da tela, por fim o intertistial é um link que simula um anúncio em tela cheia por alguns segundos e em seguida direciona o usuário para o endereço desejado. E-mail marketing e o link patrocinado são bastante utilizados até hoje. O email marketing foi a primeira ferramenta de contato direto com o consumidor no meio digital e continua a garantir resultados efetivos. Da mesma forma, o link patrocinado que, segundo Ribeiro (2010), quando o usuário faz sua busca são encontrados de acordo com a palavra-chave que esse digitou. Os primeiros resultados nessas buscas são os links patrocinados. Atualmente espera-se que qualquer negócio tenha um website, é através dele que muitos clientes buscam um produto ou um serviço antes de sacar o telefone. Para Jantsch (2007), o site deve estar alinhado às demais estratégias de marketing, pois ele também pode educar, persuadir e motivar os clientes em potencial para que os mesmos façam alguma determinada ação. 62 Hoje, todas as empresas precisam de um site na Web que reflita a qualidade da organização. Uma advertência: não permita que seu site seja projetado por um tecnólogo excêntrico que pretenda ostentar sua capacidade técnica. Os clientes não podem perder tempo com o download de todas aquelas imagens em movimento. Precisam de informações, mas não estão interessados em espetáculos pirotécnicos. Querem downloads rápidos, tela inicial clara e desobstruída, facilidade de transferência para outras telas, informações objetivas, procedimentos simples e propaganda não invasiva (KOTLER, 2003, p. 109). Muitas empresas acabaram virtualizando seus serviços e encontrando formas de apresentá-los aos consumidores através de seus sites, tornando possível a venda, a troca e o pagamento de seus produtos. Seguindo esta ideia, alguns negócios existem somente no contexto virtual. Uma das grandes vantagens dos sites é que eles operam 24h por dia, sem a necessidade de um profissional para operacionalizar este funcionamento. Algumas mídias online ganharam uma visibilidade tão grande, que de certa forma, estão substituindo algumas mídias tradicionais. Segundo Guimarães (2014), nos EUA o Youtube alcançou um público maior do que a TV, 68% dos entrevistados alegaram utilizar o serviço on-line, enquanto 51% fazem uso da televisão. A rede social possui espaços diversificados para inserção de anúncios, desde a página inicial, até antes do vídeo assistido. A inserção das empresas nas redes sociais, passou a ser segmento de utilização de mídia que mais cresce em todo mundo. O marketing digital encontrou nas redes sociais um meio de se aproximar do consumidor e criar laços de relacionamento. No Brasil as redes sociais que mais se destacam são: o facebook, youtube, twitter, linkedin, instagran, foursquare. No Brasil a rede social mais tem chamado atenção e que a maioria das empresas sente necessidade de estar é o Facebook. Com 1 bilhão de usuários cadastrados ao redor do mundo, e 63 milhões no Brasil a rede é cada vez mais popular. Para as empresas utilizarem basta criar uma página onde é possível através de postagens que podem ser programadas colocar imagens e textos de novos produtos e outros serviços. Os usuários têm a opção de comentar e curtir, além de compartilhar se tornando um viral (SABUGO, 2014). Outra ferramenta que tem ganhado representatividade quando o assunto é redes sociais, é a ferramenta Google AdSense, que segundo o site e-commerce16 16 Site: www.e-commerce.org.br 63 (2013) é uma ferramenta para a publicação e gerenciamento de anúncios no sistema Links Patrocinados. Por meio do Google AdSense, qualquer editor pode tornar-se parceiro do Google e passar a gerar receitas a partir de um site ou blog. Além disso, a ferramenta é capaz de rastrear as pesquisas do usuário de internet e oferecer a elas produtos relacionados com o que o usuário pesquisou. Um detalhe importante da propaganda na internet é que ela facilita a mensuração. Uma página no facebook, por exemplo, gera gráficos de resultados das postagens com maior visualização, curtidas e compartilhamentos. Para Quintanilha (2014) a mensuração na propaganda virtual é a parte mais importante e que traz os melhores resultados em termos de custo-benefício e retorno sobre seu investimento, por isso, aprender técnicas de mensuração é fundamental para que seu negócio se desenvolva. 3.3 Comunicação integrada de marketing Conforme alegado anteriormente, a publicidade e propaganda fazem parte e auxiliam algo maior. Para Shimp (2002) a propaganda é apenas uma das ferramentas de comunicação de marketing. Às vezes, a propaganda é a peça principal da estratégia, porém, outras vezes, pode ser apenas um auxiliar. Em todos os casos sua função é melhorar os resultados da comunicação de marketing. Todas as organizações fazem uso de diversas formas de comunicação, mesmo que às vezes, não percebam que estão fazendo. Shimp (2002) acrescenta que a comunicação de marketing é um aspecto fundamental da missão geral de marketing de uma empresa e um dos principais determinantes de sucesso. Nos últimos anos, a comunicação enquanto elemento do marketing tem aumentado sua importância consideravelmente, de forma que a distinção entre um termo, muitas vezes, é ignorada, tornando ambos sinônimos. A comunicação de marketing pode ser mais bem compreendida pela análise dos dois elementos que constitui, comunicação e marketing. Comunicação é o processo pelo qual os pensamentos são transmitidos e o significado é compartilhado entre pessoas ou entre organizações e pessoas. Marketing é o conjunto de atividades através das quais as empresas e outras organizações criam transferência de valor (trocas) entre elas próprias e seus clientes. É claro que o marketing é mais amplo, mas em grande parte envolve atividades de comunicação. Considerada como um todo, a comunicação de 64 marketing representa o conjunto de todos os elementos do mix de marketing17 de uma marca que facilitam trocas ao estabelecer significado compartilhado com os clientes daquela marca (SHIMP, 2002, p. 31). Dentre os elementos da comunicação de marketing, todos estão relacionados e alinhados a um único propósito, desde o primeiro contato com o cliente, até a finalização deste contato, as atividades executadas estrategicamente garantirem ao consumidor uma experiência memorável aumentando a possibilidade de fidelização do mesmo. A prospecção faz parte da primeira etapa de contato com o cliente. Segundo Menshhein (2007) a prospecção consiste em identificar e qualificar os clientes potenciais, ter em mãos dados que se transformem em informações e tragam a visualização dos clientes já existentes e daqueles que podem vir a comprar os produtos ou serviços ofertados pela empresa. Prospecção é descobrir cliente e encontrar formas de atraí-los ao negócio. Para Jantsch (2006, p. 271) na descoberta, “o objetivo central é descobrir se um cliente em potencial realmente se encaixa em seu mercado alvo ideal. Se você fez um bom trabalho em seu marketing até este momento, normalmente atrairá clientes em potencial qualificados”. A partir deste momento, perceber as oportunidades e convertê-las em resultados, levará à aquisição do cliente daquilo que o negócio está oferecendo. Criar laços com os possíveis clientes, e até mesmo com os clientes já existentes, é importante para o desempenho do negócio, e qualquer deslize neste relacionamento pode prejudicá-lo. Desta forma, o negócio precisa estar focado em estabelecer relações e corrigir as deficiências existentes em seus relacionamentos importantes. Estas ações concentradas em estabelecer e manter relações chama-se marketing de relacionamento. Para Kotler (2003, p. 134), “o marketing de relacionamento representa importante mudança de paradigma, por se tratar da evolução da mentalidade competitiva e conflituosa para uma nova abordagem pautada pela interdependência e cooperação”. Destinar atividades para estabelecer relações é perceber o valor do cliente. Entretanto para uma empresa com menor quantidade de clientes torna-se 17 Conjunto de ferramentas de marketing. 65 mais fácil de relacionar-se com os mesmos do que uma empresa com quantidades maiores. Valorizar o cliente é tirar o foco de atividades funcionais, como as finanças, operações, a contabilidade, e focar nas necessidades daqueles aos quais estas atividades se destinam. Segundo Rust et al. (2001) perceber o valor do cliente é entender que estes são participantes-chave, pelos quais a empresa é responsável, e centrar-se neles é uma forma de exercer mais facilmente essa responsabilidade. Entretanto perceber só o valor do cliente, não é o suficiente. O marketing de relacionamento tem foco nas relações propriamente ditas, em todos os envolvidos com o negócio, além dos clientes, os fornecedores, distribuidores, revendedores e afins. Portanto o foco nas relações internas também é importante, assim como com o cliente, a valorização também deve estar focada no empregado. Uma das coisas mais valiosas para suas empresas são seus relacionamentos – com clientes, empregados fornecedores, distribuidores, revendedores e varejistas. O capital de relacionamento é a soma do conhecimento, experiência e confiança de que a empresa desfruta perante os clientes, empregados, fornecedores e parceiros de distribuição. Esses relacionamentos geralmente valem mais do que os ativos físicos da empresa. Os relacionamentos determinam o valor futuro do negócio (KOTLER, 2003, p. 133). Neste contexto aplica-se o endomarketing, uma ferramenta administrativa que busca concentrar as mesmas atividades de marketing tradicional com abordagens voltadas ao mercado e aplicá-las ao ambiente interno da organização. Para Mendes (2013), o endomarketing tem como objetivo trazer motivação, qualidade de vida, informação e valorização de seus colaboradores, visando uma mudança construtiva. Os empregados são a própria empresa! Constroem ou destroem planos de marketing. Hal Rosenbluth, proprietário de uma grande agência de viagens, surpreendeu o mundo do marketing com o título do seu livro The Customer Comes Second. Então, quem está em primeiro lugar? Os empregados, respondeu. Seu argumento é especialmente aplicável aos negócios de serviços, por envolverem intensos contatos pessoais. Se o funcionário do hotel estiver mal humorado, se o garçom apresentar-se de cara amarrada, se o contador não retornar as ligações telefônicas, os clientes levarão seus negócios para outro lugar. Assim empresas como Rosenbluth Travel, Marriott e Britist Airways funcionam com base na seguinte fórmula: primeiro, treine os empregados para que sejam amigáveis, bem informados e confiáveis; daí resultaram clientes satisfeitos que voltaram a comprar da empresa; a consequência será um fluxo de lucros crescentes para os acionistas (KOTLER, 2003, p. 57). 66 Cabe ressaltar que a valorização é algo cíclico, que se propaga, logo se há valorização dos empregados, a tendência é de que os empregados valorizem os clientes ou quaisquer outros contatos. Estimular valorização é estimular empatia. Para Garcia et al. (2006, p. 51) “a empatia é responsável, por sua vez, por outro sentimento extremamente importante para que o homem se sinta confortável no mundo: o sentimento de pertencimento”. A valorização, ou o foco nas pessoas pode se estender a qualquer outra atividade executada pelo negócio, como o design por exemplo. Segundo Kotler (2003) o conceito de design vai além da simples aparência. O produto com bom design, além de ser atraente, preenche os seguintes requisitos: fácil de abrir a embalagem, fácil de montar, fácil de aprender a usar, fácil de usar, fácil de consertar, fácil de descartar. Quando você cria um dispositivo tão elegante que os adultos adoram e tão simples que uma criança pode usar, sabe que está a par de alguma coisa. A Apple é uma das poucas empresas que pode orgulhosamente reivindicar essa realização. Pouco depois do lançamento do iPad, em abril de 2010, o blogueiro Todd Lappin entregou o aparelho para sua filha de dois anos e meio e postou o vídeo no YouTube. (…) Em segundos, a menininha captou o que fazer. Como usar nossos dedos para manipular coisas é uma tendência natural, a criança começou a percorrer os ícones sobre o tablet, clicou no ícone de filme até ampliou a tela. (…) Era seu primeiro contato com o novo produto, a capacidade da menina de navegar no aparelho era surpreendente (GALLO, 2010, p. 150). Este conceito de design enquanto ferramenta de facilitação pode ser aplicado a qualquer atividade desempenhada pelo negócio. Seja na comunicação, para emitir mensagens claras e de fácil entendimento, na elaboração do site, ou demais espaços virtuais e até mesmo, na distribuição do espaço físico do negócio, o ponto de venda deve ser planejado de forma que facilite e atraia o consumidor. Segundo Piovesana (2013) o espaço físico independente de qual for, precisa ser um ambiente agradável para que a equipe possa produzir o melhor possível. O tamanho precisa estar de acordo com a quantidade de pessoas ou o fluxo de consumidores atuais e futuros, a infraestrutura também deve se adequar as necessidades do negócio. Manter o ambiente limpo pode se tornar um atrativo e pode dar comodidade tanto à equipe quanto para os consumidores. A organização do espaço deve estar adequada à ergonomia18 e a acessibilidade de ambas as partes, clientes e equipe. 18 Estudo que otimiza e adapta espaços, objetos, projetos, em prol do bem-estar humano. 67 Isso se traduz em uma oportunidade de provocar um impacto mensurável exatamente no momento em que os compradores estão mais receptivos a novas ideias de produtos e marcas alternativas. Os profissionais de marketing astutos percebem que o ambiente em loja é a última e melhor chance de fazer a diferença. A comunicação do PDV, com frequência, representa o ponto culminante de um programa de Comunicação Integrada de Marketing cuidadosamente integrado – no ponto de venda os consumidores relembram os anúncios previamente processados pela mídia de massa e, agora, têm a oportunidade de se beneficiar de uma oferta de promoção de vendas (CRESCITELLI, SHIMP. 2010, p.495). A Comunicação Integrada de Marketing exige um alinhamento do inicio ao fim, sendo assim é de suma importância reter atenção aos detalhes. Para Commit [2---?] a “qualidade total” exige uma disciplina de prestar atenção aos detalhes em tudo que fazemos. Porém, a maioria das empresas não pratica essa conduta e cai na vala comum de seus concorrentes. Procurar prestar atenção aos detalhes da empresa pode ser uma estratégia de diferenciação no mercado. A Disney, por exemplo, é uma empresa que aposta nos detalhes enquanto diferencial estratégico, Nogueira (2009) acrescenta que a empresa investe recursos em qualquer coisa que afete positivamente a experiência de seus “convidados” tanto a curto como a longo prazo. Segundo Bianchini (2008) até os profissionais da limpeza desempenham suas atividades com diferencial e atenção aos detalhes, para limpar os vidros, por exemplo, o produto de limpeza é borrifado de forma que projete no vidro a silhueta do rosto do Mikey Mouse19. A bem da verdade é inegável a atenção dedicada pela Disney aos detalhes, não fosse por isso não existiriam tantos visitantes que retornam aos seus parques todos os anos, mas é importante ressaltar são esses “pequenos detalhes” que nos permitem diferenciar o mundo em que vivemos do mundo criado pelo nosso amigo Walter Elias Disney. Aliás, pergunto a vocês: - Onde no mundo atual seria possível ver uma pessoa tornando uma simples tarefa, como a de limpar vidros, em algo tão interessante (e mágico) a não ser na Disney? Para mim ficou claro que não é a toa que o Magic Kingdom também é conhecido como The Most Magical Place On Earth20 (Bianchini, 2008). Seja pela valorização da equipe e dos consumidores estimulando o sentimento de pertencer, ou exercendo uma entrega de produto e serviço diferenciada de maneira que desperte uma experiência prazerosa no consumidor, todo negócio pertence a um espaço social, e é a ele que suas atividades estão voltadas, direta, ou 19 20 Personagem da Disney Tradução: o lugar mais mágico da Terra. 68 indiretamente. Segundo Garcia et al. (2006) uma empresa considerada cidadã é aquela que cumpre sua responsabilidade social e atua de forma solidária e envolvida com os anseios da sociedade, comprometendo-se com o desenvolvimento da comunidade nos aspectos social, humanitário e moral. Não se deve esquecer que atualmente, as empresas têm sido alvo da atenção da sociedade, que acredita que as funções delas devem ultrapassar seus muros e atingir a comunidade. Por isso cada vez mais a população demonstra sua preocupação com o comportamento das organizações e repudia ações como: exploração de mão-de-obra infantil, trabalhos semiescravos, comportamento inadequado com fornecedores e credores em geral, irresponsabilidade perante uma propaganda enganosa, falta de atenção com o meio ambiente etc (GARCIA et al., 2006, p.22). A população demonstra preocupação com algo além da empresa, o valor da marca que a empresa carrega, com a imagem e a reputação da mesma. Para Rust et al. (2000) o valor da marca atua em três dimensões: em primeiro lugar atrai novos clientes para empresa, com o reconhecimento e percepções positivas. Segundo, ela atua como lembrete de tudo aquilo que ela oferece, faz ou fez. Por fim, atua criando um laço emocional com as pessoas, de forma que estes se identifiquem, em intensidades diferentes, com a marca. É importante estar ciente de que todas as atividades abordadas até agora contribuem para uma única, e talvez mais importante, finalidade dentro da Comunicação Integrada de Marketing: agregar valor à marca. E por esta razão que todas as atividades desempenhadas devem estar alinhadas a um único objetivo, pois toda e qualquer ação desenvolvida afeta, mesmo que minimamente a percepção da sociedade sobre a marca. 69 4 A PESQUISA O homem evoluído, empreendedor, inovador e comunicador possuí suas formas individuais de desenvolver e perceber cada uma destas características, entretanto estas estão inseridas em conceitos, aos quais são parte da pesquisa de diversos pesquisadores que ao longo do tempo buscaram um significado para empreender, inovar e comunicar. Desta forma os capítulos anteriores buscaram expressar aquilo que antes, por estes pesquisadores, foi demonstrado. Partindo desta premissa, este capítulo busca evidenciar uma análise da pesquisa aplicada em empreendedores brasileiros, em uma tentativa de descobrir suas percepções acerca de empreendedorismo, inovação e comunicação, analisando a diferenciação entre teoria e prática e, por fim, investigar de que forma estes empreendedores colocam em prática estes conceitos em seus negócios. 4.1 Metodologia A pesquisa foi desenvolvida com o propósito de levantar percepções de empreendedores com seus novos negócios sobre os temas: empreendedorismo, inovação, e comunicação. Estes três temas foram explorados nos capítulos anteriores, e, a partir disto foi possível notar a importância de suas percepções e aplicações para o desempenho de um negócio. Optou-se por utilizar o método de pesquisa exploratória, acreditando que este é o que melhor se encaixa com os objetivos propostos. Segundo Gil (2008) a pesquisa exploratória tem a finalidade de proporcionar maior familiaridade com o problema (explicitá-lo). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Para Hussey (2005) é realizada sobre um problema ou questão de pesquisa quando há poucos ou nenhum estudo anterior em que possamos buscar informações sobre a questão ou problema. O autor acrescenta que o objetivo deste tipo de estudo é de procurar hipóteses21, em vez de testar ou confirmar hipóteses. Este tipo de 21 Uma hipótese é uma ideia ou proposição que pode ser testada para associação ou causalidade, deduzindo consequências lógicas que possam ser testadas com relação à evidência empírica, que por sua vez são dados baseados em observação ou experiência (HUSSEY, 2005, p. 24). 70 pesquisa possui poucas limitações quanto a natureza das atividades desempenhadas, podendo resultar em dados quantitativos e qualitativos, por isso é considerada uma técnica bastante flexível. O estudo exploratório pode ainda, contribuir com os demais tipos de pesquisa. Segundo Temporini (1995) a população é rica de conhecimentos e esses conhecimentos, opiniões, valores e atitudes, podem ser conhecidos por meio do estudo exploratório. Sendo assim, este tipo de estudo pode contribuir para tornar o conhecimento da população em conhecimento cientifico, ou contribuir para o desenvolvimento de um conhecimento científico baseado no conhecimento da população. A pesquisa foi realizada a partir de um formulário, através da ferramenta Google Docs. O formulário foi divulgado via e-mail e facebook, sendo postado em grupos de administradores, empreendedores, e outras áreas específicas, possui 32 questões, dentre elas, 5 questões descritivas e as demais objetivas, com foco em empreendedorismo, inovação e comunicação. O formulário buscou obter respostas de pessoas que possuíam negócios com menos de três anos de existência, independentemente destes serem proprietários, freelancers, sócios parciais, MEIs ou demais categorias, seja este negócio regulamentado, ou não. Ficou disponível para respostas durante 6 dias e obteve 69 participantes, porém 3 delas não se adequam ao perfil de empreendedor de interesse a esta pesquisa. 4.2 Análise da pesquisa: perfil dos respondentes e seus negócios As primeiras questões do formulário tinham o objetivo de identificar o perfil dos respondentes e, algumas características de negócio que estes desenvolviam. A Figura 6 aborda as respostas da questão número um: “você é um empreendedor brasileiro?”, curiosamente, das 66 respostas, 1 foi negativa, entretanto este “não” estava relacionado ao empreendedor, pois o respondente é brasileiro, possui seu negócio no Brasil, porém não se considera empreendedor. 71 Figura 6 – Análise do Questionário. 1- Você é um Empreendedor Brasileiro? 2% Sim Não 98% Fonte: Dados conforme pesquisa. Mesmo não se considerando empreendedor este respondente persistiu com o formulário apresentando respostas que se encaixam com as características do perfil apresentadas nos capítulos anteriores. Por exemplo, quando questionado sobre sua principal característica, alegou ser estrategista. Mais tarde ao responder as perguntas sobre diferencial e inovação alegou que seu negócio, por se tratar de uma clínica de psicologia segue um padrão predeterminado, entretanto a clínica foi montada estrategicamente em um local onde não haviam clínicas até então e, próximo ao público alvo que decidiu focar. Dentre os 66 respondentes, suas empresas se distribuem em sua maioria pelo estado do Rio Grande do Sul, 67% dos respondentes, os outros 14% distribuíam-se por Santa Catarina, São Paulo³, Minas Gerais, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Sendo a cidade de maior número de respondentes Ijuí. Dando continuidade, a próxima figura refere-se as categorias de liderança dos respondentes. Figura 7 – Análise do Questionário 4- Em qual das categorias a seguir você se enquadra: 8% 18% 21% Proprietário da Empresa 23% Sócio Parcial Micro Empreendedor Individual 30% Freelancer Outro (descreva) Fonte: Dados conforme pesquisa. 72 Nota-se na Figura 7 uma maior quantidade de sócios parciais, 30% dos respondentes, enquanto os MEIs 21%, proprietários 23% e, Freelancers 18%, estão em representatividade semelhante, dentre os respondentes da categoria outros estão diretores e gerentes e, também pessoas que representam duas categorias como MEI e sócio parcial, ou proprietário e freelancer. Cabe ressaltar que as categória dos freelancers tem crescido de forma considerável nos últimos anos, segundo Mantovani (2013) esse segmento, que responde pela maior parte da receita global, já equivale a 20% de nosso faturamento no Brasil. O tempo de existência dos negócios está distribuído quase que igualmente, sendo que 36% dos respondentes possuem sua empresa entre 2 e 3 anos de existência, 33% entre 1 e 2 anos e 31% há menos de 1 ano. Já na distribuição de idade dos empreendedores, 38% dos respondentes são menores de 25 anos, maior parte dos respondentes, 55%, possui entre 25 e 40 anos e, 8% acima de 40 anos. Figura 8 – Análise do Questionário 7- Sexo? 42% Masculino 58% Feminino Fonte: Dados conforme pesquisa. De acordo com a Figura 8 da pergunta número 7, “sexo?”, 58% dos respondentes masculinos e 42% são do sexo feminino. Segundo Zuini (2014) hoje, no Brasil, cerca de 45% dos pequenos negócios são administrados por mulheres. A cada 73 dia, cerca de 40 novas mulheres passam a integrar a rede Mulher Empreendedora22 que hoje já conta com mais de 55 mil envolvidas. A questão número 8, questiona sobre qual das características do perfil empreendedor os respondentes mais se identificavam, conforme apresentado na Figura 9. A alternativa de maior representatividade foi “tem paixão pelo que faz”, com 39% dos respondentes, em seguida aqueles que assumem riscos com 15% e, os inovadores com 15% também. Cabe recordar que a “paixão pelo que faz”, é uma característica fundamental de um líder inovador, conforme apresentado anteriormente por Jobs (2010) e Estrin (2010). A capacidade de assumir riscos está presente desde o início do processo de formação do conceito de empreendedorismo. A característica com menos representatividade foi “possui perfil de liderança” com apenas 9% dos respondentes. Figura 9 – Análise do Questionário 8- Das características do comportamento empreendedor, com qual destas você mais se identifica: Faz tentativas sem medo de fracassar (assume riscos) 11% 15% É inovador 11% Possui perfil de liderança 15% Tem paixão pelo que faz 39% 9% Sabe utilizar os recursos disponíveis É estrategista Fonte: Dados conforme pesquisa. As áreas de atuação dos negócios dos respondentes são bastante variadas, dentre eles destacam-se a fotografia, áreas da comunicação, festas e eventos, moda e beleza. Quanto ao porte destes negócios, 89% dos negócios representam as micro e pequenas empresas, enquanto 6% dos negócios representam as grandes empresas 22 Site: www.redemulherempreendedora.com.br 74 e, os outros 5% responderam a alternativa outros. Estas respostas estão presentes na Figura 10. Figura 10 – Análise do Questionário 10- Qual é o porte da sua empresa? 6% 0% 5% Micro ou Pequena Média Grande 89% Other Fonte: Dados conforme pesquisa. Segundo Valim (2014) há cerca de nove milhões de micro e pequenas empresas no Brasil, a produção gerada por estas empresas quadruplicou em dez anos, de R$ 144 bilhões, em 2001, para R$ 599 bilhões em 2011. As micro e pequenas empresas representam 27% do PIB nacional, porém no comércio elas representam mais da metade, 53% do PIB neste setor. Na indústria a representatividade das micro e pequenas empresas é de 22,5%, enquanto as médias empresas estão em 24,5% da indústria. No setor de serviço a representatividade é de 36,3% de Micro e pequenas empresas. O gráfico da Figura 11 foi criado a partir dos respondentes gerando a classificação de setor dos negócios dos respondentes representantes das micro e pequenas empresas. Dos 66 respondentes, 60 eram de micro e pequenos empreendedores. A liderança está entre as prestadoras de serviço com representatividade de 75% do serviço, em seguida o comércio com 18%, e a indústria com 7%. Figura 11 – Análise do Questionário Divisão das micro e pequenas empresas 7% Industria 18% Serviço 75% Comércio 75 Fonte: Dados conforme pesquisa. A questão número 11 referia-se a área de conhecimento dos participantes. Conforme a Figura 12, os conhecimentos foram agrupados em cinco categorias. Entre estas, a categoria que teve maior representatividade foi “outros”, com 48% dos respondentes, dentre estes estavam atuantes da área de arquitetura, educação, fotografia, estética, psicologia, advocacia, história, música.posteriormente a categoria “comunicação e marketing”, com 32%. A categoria de administração, ciências contábeis e outras áreas gerenciais, ficou apenas 12%. Figura 12 – Análise do Questionário 11- Qual a sua área de atuação? Administração, Ciências contábeis ou outras áreas Gerenciais Comunicação ou Marketing 12% 48% Informática 32% Engenharias Other 5% 3% Fonte: Dados conforme pesquisa. A próxima questão relacionava-se com a questão 11, questionando sobre, qual área de conhecimento teve maior influência na decisão de abertura do negócio. A proporção se manteve semelhante a anterior, sendo que 48% dos respondentes abriram seus negócios por possuir maior conhecimento referente ao produto ou serviço que a empresa desenvolve. A área de comunicação teve 26% dos respondentes, conforme pode ser conferido na Figura 13. 76 Figura 13 – Análise do Questionário 12- Dos conhecimentos a seguir, qual teve maior importância na decisão de abertura do negócio: 11% Administração, Ciências Contábeis ou áreas gerenciais. Comunicação ou marketing 12% Vendas 26% 48% 3% A área referente ao produto/serviço que a empresa desenvolve (produção) Other Fonte: Dados conforme pesquisa. Cabe ressaltar que a quantidade de pessoas que abriu uma empresa por possuir maior conhecimento nas áreas administrativas é menor do que as pessoas que tinham mais conhecimento referente ao produto/serviço que a empresa desenvolve. A figura a 14 foi construída somente com aqueles que responderam que o conhecimento em comunicação, ou marketing, a partir dele é possível perceber que maior parte dos profissionais de comunicação e marketing atuam como freelancers, 50%. Entretanto os demais 50% distribuem-se entre proprietários, MEIs e sócios de negócios de outras áreas como: moda, fotografia, loja de móveis, aluguel de carros. Segundo Oliveira (2010) o perfil do profissional de comunicação é um perfil empreendedor, uma vez que a área exige inovação e criatividade de seus profissionais, desta forma é comum que estes profissionais acabem tornando-se líderes de negócios, mesmo que estes não tenham foco na comunicação em si. Figura 14 – Análise do Questionário Empreendedores com conhecimento em comunicação e marketing Sócio Parcial 38% 50% Propietário MEI Freelancer 6% Fonte: Dados conforme pesquisa. 6% 77 A questão 13, tinha o intuíto de descobrir se o negócio havia sido aberto por necessidade ou oportunidade, conforme Dornelas (2005) necessidade, é a falta de oportunidade de crescimento ou, quando o indivíduo precisa de um emprego no qual consiga desempenhar uma atividade que se identifique. Enquanto a oportunidade é perceber uma chance de abrir um negócio que poderia fazer sucesso no mercado. Assim como na pesquisa desenvolvida pela GEM, atualmente a oportunidade é o principal motivo de abertura das empresas, sendo 50% dos participantes da pesquisa responderam que abriram seus negócios por perceber uma oportunidade. O restante, 35% abriram um negócio por oportunidade e necessidade, apenas 12% abriram seus negócios por necessidade, conforme a Figura 15. Figura 15 – Análise do Questionário 13- Você abriu uma empresa por perceber uma: 3% Oportunidade: percebeu uma chance de abrir um negócio que poderia fazer sucesso no mercado; 35% 50% 12% Necessidade: Precisava de um emprego no qual conseguiria desempenhar uma atividade que você se identificasse. Ou possuía falta de oportunidade de crescimento no emprego anterior. Ou não possuía emprego. Oportunidade e necessidade Other Fonte: Dados conforme pesquisa. A questão seguinte, representada na Figura 16, era de múltipla escolha, referia-se aos conhecimentos buscados no momento de abertura do negócio. Dos 66 respondentes da pesquisa, 39 buscaram informações referente ao produto/serviço do negócio, 33 buscaram informações sobre como abrir e manter uma empresa, 21 informações sobre crédito/ capital de giro e afins, 10 buscaram conhecimento sobre vendas e, 4 buscaram outros conhecimentos, nestes estão aqueles que não buscaram conhecimento algum e aqueles que queriam saber como se relacionar com o público alvo. 78 Figura 16 – Análise do Questionário 14- Buscou algum auxílio durante a criação/ constituição da empresa? Informações sobre como abrir e manter uma empresa. 4 10 Informações referentes ao produto/serviço que a empresa irá ofertar. Informações sobre crédito/capital de giro e afins. 33 21 Conhecimento sobre vendas Other 39 Fonte: Dados conforme pesquisa. A Figura 17 é formada por quatro gráficos que foram criados a partir da relação entre as questões 14 e 12, cruzando o auxílio buscado para constituição de cada negócio e dos conhecimentos que influenciaram a abertura dos mesmos, ou seja, os conhecimentos que os empreendedores obtinham até então somados aos conhecimentos buscados depois para abertura da empresa. Figura 17 – Análise do Questionário Informações referentes ao produto/serviço que a empresa irá oferta 25 20 15 10 5 0 Informações sobre como abrir e manter uma empresa. 25 22 20 20 15 6 7 10 3 1 8 4 5 Administração, Comunicação A área ciências e Marketing referente ao contábeis ou produto/serviço outras áreas que a empresa gerenciais desenvolve (produção) Vendas Outros Administração, Comunicação e A área referente ciências Marketing ao contábeis ou produto/serviço outras áreas que a empresa gerenciais desenvolve (produção) Informações sobre crédito/capital de giro e afins. 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 1 Vendas Outros 0 Conhecimento sobre vendas 14 5 1 Administração, Comunicação A área ciências e Marketing referente ao contábeis ou produto/serviço outras áreas que a empresa gerenciais desenvolve (produção) 0 Vendas Fonte: Dados conforme pesquisa. 1 Outros 7 6 5 4 3 2 1 0 6 2 1 Administração, ciências contábeis ou outras áreas gerenciais Comunicação e Marketing 1 A área referente ao produto/serviço que a empresa desenvolve (produção) Vendas 79 Iniciando a análise desde a questão 12, é possível perceber um foco maior no produto/serviço que a empresa desenvolve. Porém, de acordo com Sarmento (2014) um dos principais motivos da mortalidade precoce de empresas no Brasil, é a falta de conhecimentos gerenciais por parte dos empreendedores e, a falta de planejamentos e controles desde as fases iniciais da empresa. Entretanto, analisando os últimos gráficos, é possível perceber que aqueles respondentes que abriram o negócio por ter maior domínio sobre o produto ou serviço que o mesmo oferta, são aqueles que possuem maior representatividade nos demais gráficos. Sendo assim, há uma preocupação destes empreendedores em obter o conhecimento necessário para o sucesso do seu negócio. Cabe constar que, segundo Núcleo de Estudos e Pesquisas do Sebrae (2011) a mortalidade das empresas brasileiras está diminuindo nos últimos anos. Figura 18 – Análise do Questionário 15- Através de quais meios você buscou o auxílio para criar/constituir a sua empresa? Com um contador; 6 18 Com o Sebrae; Com uma incubadora; 43 21 3 11 Com profissionais de comunicação; Busquei na internet, livros, vídeos. Other Fonte: Dados conforme pesquisa. A questão 15, relacionava-se as anteriores, de forma que buscava saber em quais meios os respondentes buscaram o auxílio e informações que haviam respondido. Esta questão também era de múltipla escolha, dentre as respostas, 43 dos respondentes alegaram que buscaram o auxílio na internet, em livros e vídeos, foram 21 aqueles que buscaram auxílio com o Sebrae e 18 os que buscaram auxílio 80 com o contador, 11 responderam que buscaram auxilio com profissionais de comunicação, 6 responderam outros e apenas 3 procuraram incubadoras, conforme a Figura 18. 4.3 Análise da pesquisa: análise do diferencial O mercado está cada vez mais global, a concorrência que anteriormente era local agora tornou-se internacional. Segundo Caim e Garcia et al. (2006) basta ter uma marca, um motivo para que esta seja comparada a outra, é o suficiente para haver concorrência. Para Sarmento (2014) outro motivo influente na mortalidade das empresas brasileiras, é não saber lidar com a competitividade. O Brasil está na lista das empresas de menor produtividade e isto pode afetar diretamente o retorno sob o investimento posto na empresa. A escolha entre diversas opções sempre se baseia nas diferenças, implícitas ou explicitas. Os psicólogos afirmam que as diferenças nitidamente evidenciadas, ancoradas ao produto, conseguem acentuar a memorização, porque podem ser intelectualmente avaliadas. Em outras palavras, você deve dar ao cliente uma razão para comprar o produto, caso o esteja divulgando. Se você ao mesmo tempo conseguir entretê-lo, melhor ainda (TROUT, 2000, p.24). Desta forma os resultados apresentados a seguir farão uma relação sobre a percepção dos empreendedores quanto ao diferencial do seu negócio e as formas como estes evidenciam o mesmo de forma que o consumidor, ou além dele, a sociedade possa perceber a marca e seu diferencial. Sendo assim, estabelece-se uma relação entre inovação e comunicação integrada de marketing. Segundo Bygrave e Zacharakis (2010) um negócio deve ser o mais rápido, ou o mais barato, ou o melhor e, foi isto que a questão 16 buscou descobrir, porém o melhor foi substituído pela alternativa “outro”, onde o respondente tinha a opção de descrever qual era o seu diferencial ou, em que ele era melhor. Conforme o gráfico abaixo, 14% dos respondentes alegam não ter um diferencial estabelecido, os mais baratos e os mais rápidos se equiparam em 10% ambos. Entretanto a alternativa outro teve 64% dos respondentes. Dentre as descrições os termos que mais estiveram presentes foram a qualidade, a exclusividade e a excelência. Outras respostas foram de negócios que apostam seu diferencial no relacionamento com cliente ou, aqueles que possuem seus 81 produtos e serviços segmentados a um público específico. Esteve presente também a ideia de personalização do produto e adaptação às necessidades do cliente, por fim houveram aqueles que aliaram os termos já citados com a velocidade da entrega ou diminuição do preço. Figura 19 – Análise do Questionário 16- Qual é o seu diferencial de mercado: Minha empresa não tem um diferencial estabelecido. 14% Minha empresa é a mais rápida (entrega de produto ou serviço rápido) 10% Minha empresa é a mais barata. (produto/serviço mais barato que a concorrência) 12% 64% Other Fonte: Dados conforme pesquisa. A figura 20 representa a questão 17 e, apresenta as formas de demonstração deste diferencial. A questão era múltipla escolha, e a opção que obteve maior número de respondentes foi de negócios que demostram o diferencial a partir do relacionamento com seus clientes, com 48 respondentes. 34 negócios demonstrar seu diferencial no resultado, finalização do produto ou serviço, e menos da metade dos respondentes utilizam a publicidade para expressar seu diferencial. Figura 20 – Análise do Questionário 17- De que forma você mostra este diferencial para o cliente? 60 50 40 30 20 10 0 48 23 25 34 14 0 Através da publicidade Durante a venda No relacionamento com o cliente Fonte: Dados conforme pesquisa. No resultado (finalização do produto) Meu diferencial é perceptível ao cliente, não precisa de demonstração. Other 82 Percebe-se então uma valorização do cliente, uma vez que maior parte dos empreendedores preocupam-se no relacionamento entre seu negócio e seu cliente e, esta preocupação já se apresentava a partir do momento que estes negócios estavam diferenciando seus produtos seja pela velocidade ou preço, ou até mesmo pela segmentação de mercado. Entretanto 14 participantes, responderam que seu diferencial é perceptível ao cliente e, não precisa de demonstração. Na questão 18, a pergunta era clara e direta, “você é inovador?”, a proporção entre inovadores e não inovadores distribui-se entre 70% daqueles que responderam sim e 30% os que deram resposta negativa, conforme a Figura 21. Considerando que apenas 15% haviam apontado inovação como principal característica o número de respostas positivas está acima do esperado. Figura 21 – Análise do Questionário 18- Você considera o seu negócio inovador? 30% Sim Não 70% Fonte: Dados conforme pesquisa. Na questão seguinte, foi solicitado aos participantes da pesquisa que justificassem as suas respostas anteriores. Dentre aqueles que deram respostas negativas, alguns não justificaram e, a maioria, salientou que os trabalhos desempenhados pela empresa eram semelhantes aos da concorrência. Alguns ainda, não se consideravam inovadores no geral, porém as técnicas que utilizavam na realização do trabalho eram diferentes dos demais concorrentes. Entretanto houveram aqueles que salientaram não ser inovadores, porem estão à procura de algo, ou em processo de experimentação, como é o caso do 83 seguinte respondente: “faz pouco tempo que iniciei e tem bastante do mesmo no mercado, ainda não consegui achar algo que seja super diferente para investir e fazer a diferença”. A ideia de inovação enquanto diferencial está bastante presente, uma vez que muitos dos que alegaram serem inovadores justificaram-se com a mesma resposta dada no diferencial. A regionalidade esteve presente também, enquanto houve pessoas respondendo que eram inovadoras na cidade, porém haviam empresas semelhantes no país, ou no mundo. Incluem-se também, um grupo de respondentes que alegaram que suas áreas de atuação estavam sempre inovando, portanto exige-se que o profissional esteja alinhado às inovações do mercado. Por exemplo, “a estética é um mercado que pede inovação! Sem inovação, sem a busca pelo novo, a empresa iria ficar pra trás devido à procura das clientes por novidades de mercado, e possibilidades de melhores resultados obtidos de novos produtos e recursos eletro-estéticos da área”. Nota-se que as percepções de inovação focaram-se em algo voltado ao público externo. Entretanto alguns respondentes estão atentos as exigências do mercado, como é o caso de uma prestadora do serviço do setor de informática, que ao perceber que as pessoas estão cada vez mais dependentes de computadores, transformou seu serviço em atendimento 24h. Um dos participantes questionou a popularização do conceito de inovação, “Inovação é importante, mas o termo está desgastado. Tenho visto muita inovação e pouca competência por aí”. Novamente, assim como os demais termos estudados nesta pesquisa, o termo acabou sendo usado como sinônimos de outras palavras, perdendo a amplitude do conceito. Cabe relembrar que segundo Bes e Kotler (2011) a principal diferença entre inovação e criatividade é a aplicabilidade da ideia, se não gerar resultados, não é inovação. A questão 20 e 21 busca descobrir, na perspectiva do empreendedor, qual o valor para a sociedade que o negócio representa, “a sua empresa apresenta algum benefício para sociedade?” esta era a questão, conforme o gráfico abaixo, 14% dos respondentes alegaram que não e 86% dos respondentes disseram que sim. A questão 21, pedia que os participantes da pesquisa justificassem a resposta anterior. 84 Figura 22 – Análise do Questionário 20- A sua empresa apresenta algum benefício para a sociedade? 14% Sim Não 86% Fonte: Dados conforme pesquisa. As respostas podem ser segmentadas em grupos com focos diferentes, maior parte dos respondentes ressaltou ter alguma colaboração com a economia, seja fomentando a concorrência, gerando emprego, auxiliando a manter o consumidor informado ou criando rotatividade de produtos. Até mesmo de formas mais simples, ofertando um produto para consumidores que ainda não tinham a atenção do mercado. Esta última resposta, auxilia tanto para economia, quanto para a felicidade do consumidor, gerando assim o segundo grupo, de saúde e bem estar, dentro deste houveram respostas como “busco a felicidade dos clientes”, “contribuo com a auto estima”, haviam também empresas que auxiliavam a realização de sonhos e desejos dos consumidores e, as empresas do segmento de saúde. O terceiro grupo é o das causas sociais, foram inclusas neste grupo respostas de empresas que auxiliam em causas sócias, empresas que desenvolvem causas sociais e, empresas que se preocupam com o bem estar social. Também estavam inclusas aquelas que de alguma maneira ofertavam seu produto gratuitamente dentro de uma comunidade. Responsabilidade ambiental, o quarto grupo, inclui respostas de negócio preocupados com o bem estar ambiental, optavam pela utilização de materiais reciclados para desenvolver seus produtos, e aqueles negócios que 85 operacionalizavam corretamente o descarte de seus lixos, como é o caso de algumas empresas do segmento da saúde. No grupo da valorização cultural estavam presentes as respostas de fotógrafos que registram objetos, ou fatos, importantes para a cultura e, uma loja de indumentária gaúcha que vende produtos de um determinado segmento cultural. O último grupo era o da educação, composto por empresas deste segmento. O gráfico da Figura 23 foi criado a partir destes grupos, alguns empreendedores deram respostas que classificavam suas empresas em dois ou mais grupos, por exemplo: “Utilizamos tecido 100% pet para a confecção das camisetas; contratamos outra empresa para o serviço da confecção (geração de empregos); criamos uma opção de produto para um público que se identifica com estampas que têm um toque mais artístico”. Figura 23 – Análise do Questionário Contribuição dos negócios com a sociedade 25 20 15 10 5 0 Mercado Saúde e Qualidade de Vida Causas Sociais Responsabilidade Valorização da ambiental Cultura Educação Fonte: Dados conforme pesquisa. Buscou-se então descobrir quais os maiores empecilhos para que a inovação aconteça. Como pode ser conferido na Figura 24, a falta de capital foi considerada o maior empecilho para inovar, com quase metade dos respondentes, falta de mão de obra qualificada teve 24% de representatividade, 6% dos respondentes salientam que seus negócios não precisam inovar. 3% dos respondentes marcaram a alternativa 86 outros, esta alternativa permitia uma justificação, um dos respondentes escreveu “falta de novas ideias” e o outro “gostaria de marcar todas as alternativas. Figura 24 – Análise do Questionário 6% 22- Na sua opinião, qual o maior empecilho para inovar? 3% 3% Falta de capital 6% Falta de financiamentos Falta de mercado 47% 24% Falta de mão-de-obra qualificada Falta de treinamento da equipe Falta de espaço físico Não preciso inovar 6% 5% Other Fonte: Dados conforme pesquisa. Uma hipótese a ser levantada, é de que o termo inovação para maior parte dos respondentes está focado em grandes feitos que demandem uma quantidade maior de capital. Entretanto para Druker (2006) inovação não são apenas ideias grandiosas, ou grandes investimentos e, inovação significa melhorias, tanto interna, quanto externa, estas melhorias podem ser uma forma mais rápida ou mais barata de desenvolver o produto, ou a apresentação de um produto ainda não conhecido. 4.4 Análise da pesquisa: análise da comunicação As questões a seguir, referem-se à comunicação e a percepção dos respondentes de como esta deve ser desenvolvida. A Figura 25, refere-se a questão 23, “quem desenvolveu a identidade visual (logotipo, cartão de visita, fachada, banner) da sua empresa?”. A maior proporção deles respondeu a alternativa “você mesmo”, a identidade visual de 29% dos negócios foi desenvolvida por um profissional da área de comunicação. Apenas 2% alegaram que suas empresas não possuem identidade visual. 87 Figura 25 – Análise do Questionário 23- Quem desenvolveu a identidade visual (logotipo, cartão de visita, fachada, banner) da sua empresa? 3% 2% Uma agência especializada 17% Gráfica 39% 11% Profissional da área de comunicação ou design Você mesmo 29% Um conhecido que saiba usar as ferramentas de criação. Minha empresa não possui identidade visual Fonte: Dados conforme pesquisa. Cabe Lembrar que 32% dos respondentes da pesquisa possuem conhecimento na área de comunicação. Portanto a Figura 26, foi desenvolvido a partir daqueles que haviam marcado a opção “você mesmo” e suas áreas de conhecimento, com o objetivo de descobrir a porcentagem de profissionais da área de comunicação dentre aqueles que desenvolveram a identidade visual do próprio negócio. Figura 26 – Análise do Questionário Relação de profissionais que desenvolveram sua própria identidade visual 50% 50% Comunicação e Marketing Outros Fonte: Dados conforme pesquisa. A questão 24, de múltipla escolha, representada na Figura 27, pergunta em quais mídias os negócios já utilizaram. O meio onde os negócios têm mais presença é a internet, com 55 de todos os respondentes, em seguida o jornal local com 21 respondentes. 17 participantes marcaram a alternativa outros, dentre estes estão aqueles em que o segmento do negócio tem restrições quanto a propaganda, como é o caso dos advogados e psicólogos. Além destes estão aqueles que utilizam o boca a boca, painel de led e material impresso. 88 Figura 27 – Análise do Questionário 24- Quais destes itens sua empresa utilizou para a divulgação: Jornal Local 17 Jornal Estadual 21 1 Revista Local Outdoor 13 Busdoor (Anúncio em ônibus) 7 55 Rádio 3 Televisão 14 7 Internet Other Fonte: Dados conforme pesquisa. A Figura 28 relaciona-se a pergunta posterior que referia-se apenas aos meios virtuais, onde o facebook foi o meio mais utilizado, sendo 47 usuários de fanpage e 29 de perfil na rede social. Dentre os 66 respondentes, 28 utilizam site e 9 twitter para divulgar seus negócios, 7 possuem espaço virtual para venda de produtos. 11 dos respondentes marcaram a alternativa outros, classificam-se aqui os que não utilizam os meios citados, aqueles que utilizam outras redes sociais, como youtube, instagram, pinterest, linkedin. Ainda incluem-se aqueles que fazem uso do perfil pessoal para divulgar seu próprio negócio. Figura 28 – Análise do Questionário 25- Dos meios virtuais a seguir quais sua empresa possui? Fanpage no facebook 9 7 11 Perfil no facebook 47 28 29 Site Twitter Espaço virtual para venda dos produtos Other Fonte: Dados conforme pesquisa. 89 Segundo Gadelha (2014) é preferível que a empresa tenha fanpages, ao invés de perfil no facebook. As principais diferenças são que as fanpagens não tem limites de curtidas, entre tanto o perfil tem um limite de 5.000 amigos. Além disso as fanpages oferecem ferramentas de mensuração de alcance e possibilidades de publicação uma vez que a mesma foi desenvolvida com foco nas empresas e o perfil, para pessoas físicas. A questão 26, investiga sobre quem efetua a manutenção e alimentação do conteúdo dos meios virtuais utilizados. Novamente o empreendedor é o próprio desenvolvedor de conteúdo, representando 80% dos respondentes, o restante ficou igualmente dividido entre o próprio desenvolvedor do meio e alguma pessoa contratada da empresa. Conforme a Figura 29. Figura 29 – Análise do Questionário 26- Como ocorre a manutenção e alimentação das informações (texto, fotografia...) destes meios virtuais? 0% 10% 10% Pelo desenvolvedor (do site, página, perfil) Por você mesmo Por alguém contratado da empresa Freelancer 80% Fonte: Dados conforme pesquisa. A Figura 30, foi criada a partir da questão 27, “na sua opinião, a comunicação da empresa deve ser estabelecida (desenvolvida) por:”. Mais da metade dos respondentes marcou a opção “uma agência de comunicação”, 33% responderam “alguém com conhecimentos básicos de criação (gráfica/publicitária)” e 13% acredita que os freelancers deveraim estabelecer a comunicação da empresa. 90 Figura 30 – Análise do Questionário 27- Na sua opinião, a comunicação da empresa deve ser estabelecida (desenvolvida) por: 13% 33% Alguém com conhecimentos básicos de criação (gráfica/publicitária) Uma agência de comunicação Freelancer 54% Fonte: Dados conforme pesquisa. A pergunta 28, Figura 31, questiona a opinião dos participantes sobre os custos de comunicação. Quase metade dos participantes disseram que o valor é adequado, 32% ressaltaram que o valor é elevado porém é um investimento importante, 10% consideram o valor elevado devido o trabalho que é desenvolvido, 4% consideram o valor baixo e outros 4% marcaram a opção outros. Figura 31 – Análise do Questionário 28- Qual é a sua opinião referente a gastos com uma comunicação profissional? 4% 4% Valor elevado pelo trabalho que desenvolvem 10% Valor elevado, porém nota-se a importância do investimento 32% 49% Valor adequado, compatível ao retorno que proporciona Valor baixo, tendo em vista o retorno Other Fonte: Dados conforme pesquisa. É importante ressaltar que 85% dos respondentes consideram o investimento em comunicação algo válido e que a partir disto podem obter bons resultados. Os 4% 91 que responderam “outros” justificaram como “não tenho conhecimento sobre o assunto”. Entretanto, ainda 10% dos respondentes acreditam que os custos de uma comunicação profissionalizada não valem o retorno que a mesma traz. A Figura 32, representa a questão 29, “das atividades a seguir quais você considera mais importante enquanto comunicação estratégica:”. A questão era de múltipla escolha. Quase todos os participantes da pesquisa destacaram o relacionamento com o cliente em todos os pontos de contato, 61 respondentes. Entretanto, 31 respondentes consideram a aparência e organização do espaço físico importantes, 23 o tratamento entre líder, equipe e colegas e 20 cartazes de promoção e informação espalhados pelo espaço físico e/ou virtual da empresa. 2 respondentes marcaram a opção outro, ambos salientaram a importância da criação de conteúdo. Figura 32 – Análise do Questionário 29- Das atividades a seguir quais você considera mais importante enquanto comunicação estratégica: 2 20 61 23 Um bom relacionamento com o cliente em todos os pontos de contato A aparência e organização do espaço físico da empresa O tratamento entre líder, equipe e colegas 31 Cartazes de promoção e informação espalhados pelo espaço físico E OU VIRTUAL da empresa Other Fonte: Dados conforme pesquisa. Todos os elementos estão inclusos na comunicação integrada de marketing e, são de suma importância para efetividade da mesma. O fato de o relacionamento com o cliente ser o item com mais representatividade demonstra que os empreendedores participantes estão preocupados com seus clientes. Entretanto o relacionamento entre líder e equipe não teve tanta representatividade. Para Kotler (2003) os relacionamentos, em geral, estão entre os bens mais preciosos que uma empresa pode ter. A questão 30, perguntava o percentual de investimento destinado a comunicação. Conforme a Figura 33, metade dos respondentes não destina valor fixo, 92 apenas 3 respondentes destinam valor acima de 15% do faturamento da empresa. O restante distribui-se parcialmente entre os outros valores. Figura 33 – Análise do Questionário 30- Qual o percentual de investimento em comunicação que a empresa realiza em relação ao faturamento mensal? 1% a 5% 13 6% a 10% 11% a 15% 33 11 Acima de 15% 3 6 Não tenho valor fixo para esse investimento Fonte: Dados conforme pesquisa. A questão 31 pedia que o empreendedor avaliasse a importância de investimento em comunicação traçando uma escala entre 1 e 5, sendo 1 insuficiente e 5 excelente. Maior parte dos respondentes ficaram entre a nota 4 e 5. Todavia nenhum dos participantes respondeu que o investimento em comunicação tinha um retorno insuficiente. Conforme Figura 34. Figura 34 – Análise do Questionário 31- Avalie, com nota de 1 a 5, sendo que 1 é insuficiente e 5 é excelente, a importância que um investimento em comunicação resulta para as empresas: 0% 2% 11% nota 1 nota 2 45% nota 3 42% nota 4 nota 5 Fonte: Dados conforme pesquisa. 93 A última questão do formulário perguntava aos participantes “qual seria a comunicação estratégica ideal para a sua empresa?”. Maior parte dos respondentes ressaltaram que uma comunicação estratégica ideal é aquela que resulta em mais clientes e que dá mais visibilidade para a empresa a nível regional, ou estadual. Através de respostas como: “faça com que a minha empresa vire referência na região.” Outros respondentes mantiveram a ideia do relacionamento, ressaltando que uma comunicação estratégica ideal é aquela que cria uma aproximação entre negócio e seu público. Também foi citado que a comunicação ideal deveria ter foco nos nichos de consumo. Alguns respondentes salientaram que gostariam de uma comunicação que construísse vínculos de indicação entre os demais empreendedores, onde um indica o outro. Ainda houveram aqueles participantes que consideram que primeiramente deve-se focar no público interno, para só então ter resultados com o público externo, conforme salientado anteriormente por Kotler (2003). Por exemplo, “melhorar a comunicação interna para depois expandir a externa”. Nesta mesma margem de ideias focadas na equipe, estavam os respondentes que perceberam uma necessidade dos setores de um negócio comunicarem a mesma linguagem. Alguns dos respondentes escreveram as mídias em que gostariam de estar presentes, ou aqueles que já fazem uso de algumas mídias, dentre estes, muitos alegaram que a panfletagem tem tido êxito. Como é o caso deste respondente: “acho que a nossa comunicação está bem direcionada, distribuímos folders, alimentamos nossas páginas diariamente e no nosso caso a melhor estratégia é a indicação (vulgo boca a boca)”. Nesta categoria ainda incluem-se aqueles que citaram estratégias alternativas de mídia e o uso de redes sociais e outros meios digitais. Uma quantidade de respondentes ressaltou que uma comunicação ideal é aquela que dá valor à marca, como é o caso: “tornar o produto parte do cotidiano das pessoas, fazer com que a marca esteja presente e visível, oferecendo muito mais do que o produto principal, também mantendo uma relação próxima ao cliente, fazendo com que o mesmo sinta-se parte da marca e não apenas um simples consumidor”. Ainda nesta questão, houveram participantes que citaram aquilo que desenvolvem em suas empresas: “como a empresa se propõe a ter seu maior foco de visibilidade do produto e venda no meio virtual - e-comerce, a comunicação tem que ser priorizada para as redes sociais; Investimento de impulsionar publicações, de janelas no google, de e-mails marketing, de sites coletivos de e-comerce, etc... 94 elaboramos estratégias também de incluir o produto em alguns espaços não virtuais diferenciados mas como ações secundárias e mais focadas, num primeiro momento, no estado do RS”. “Temos um plano de ação e de divulgação dos serviços e dos trabalhos realizados, neste final de ano estamos fazendo um balanço das ações que deram certo e do que precisa ser melhorado para o ano seguinte. Nosso modo de agir precisa ser mais dinâmico e está em conhecer os stakeholders23, estabelecer metas, trabalhar testando e implementando estas ações, avaliar resultados e refazer estes passos em tempos não muito longos. É preciso estar atento ao modo como as pessoas se comunicam e como isso também influi em nossa forma de interação e percepção como empresa”. O gráfico a seguir, Figura 35, foi construído a partir das respostas da questão 32 do formulário. Estas respostas foram classificadas em seis categorias: foco no cliente, foco na equipe, foco na marca, foco no produto, foco na mídia e foco em indicações. Sendo assim, as respostas foram analisadas individualmente e incluídas nas categorias de foco da comunicação estratégica ideal. Figura 35 – Análise do Questionário Quais os focos da comunicação estratégica ideal? 25 20 22 17 15 10 10 5 9 7 4 0 Feco em cliente Foco na equipe Foco na marca Foco no produto Foco na mídia Foco nas Indicações Fonte: Dados conforme pesquisa. A partir do gráfico e das questões que abordaram o tema comunicação, podemos perceber que existe uma percepção por parte dos empreendedores, de que a comunicação é algo estratégico, que pode gerar bons resultados. Além disso, alguns respondentes salientaram que a comunicação também estava em detalhes como a organização da empresa, ou no relacionamento. Entretanto ainda é grande a 23 Todos os envolvidos e interessados no processo. 95 quantidade de pessoas que vê a comunicação como algo que tem a finalidade apenas para divulgação, estes estão incluídos nos 22 respondentes que deram foco à mídia, os 17 que tinham foco no cliente e os 9 com foco no produto. A partir da pesquisa pode-se notar que as características e atividades referentes ao empreendedorismo estão de acordo com o que os autores estudados haviam explanado sobre o tema. Os respondentes do formulário apresentam opiniões diversas e, perfis e características diversas, entretanto, em diversas questões, uma alternativa teve mais de 50% da representatividade. Desta forma é possível salientar opiniões comuns dos empreendedores respondentes. Através da pesquisa, os empreendedores demonstraram estar mais focados no produto/serviço que ofertado, no momento de construção do negócio, entretanto estes empreendedores, talvez pela paixão pelo que fazem, estão buscando suprir suas carências de informação em diversos meios ou instituições de auxílio. Percebese então um empreendedor empenhado em fazer o seu negócio dar certo. Se inovação é contrária ao comodismo, este empenho reflete a vontade de inovar que, muitas vezes não ocorre por falta de informação, ou capital. Grande parte dos empreendedores respondentes da pesquisa ainda não estão a par de como, ou o que pode a inovação afetar nos seus negócios e, o mesmo ocorre com a comunicação; É preciso que os empreendedores tenham a percepção da comunicação como uma auxiliar em todos os parâmetros da empresa, em cada interação expressa, seja entre empregado e cliente, entre a equipe, entre líder e a equipe e até mesmo no contato com o fornecedor. Os empreendedores precisam estar cientes que qualquer ação bem desenvolvida agrega valor à sua marca e que, uma marca de valor resulta em clientes de valor. 96 CONCLUSÃO Empreender vai muito além de ter um negócio. Assim foi em toda a história do homem, foi preciso muito mais do que um negócio, ou ideia, para que a espécie evoluísse. Empreender na história do homem, foi fazer uso de uma nova ideia, aplicala de maneira estratégica e propagá-la de forma que todos passassem a ser usuários desta ideia e ela então, passasse a fazer parte da cultura do homem. Como destacado no decorrer da pesquisa, foi assim em diversas etapas da história da humanidade, desde o princípio como a adesão e otimização das ferramentas de caça, ou na invenção de diversos meios de comunicação e, com a inovação dos mesmos. Foi assim com objetos cotidianos que possam passar despercebidos, como o guarda-chuva, a garrafa, as cadeiras. Entretanto estas ideias inovadoras surgem de algum lugar. Conforme salientado por Meira (2013) as ideias inovadoras surgem da inquietação, a insatisfação, que faz com que o homem esteja sempre criando novas necessidades, mesmo que superficiais, assim que as anteriores foram supridas. Esta inquietação e insatisfação, faz com que outros homens, questionem o que pode ser feito para suprir as novas necessidades. Assim surge o empreendedorismo, que segundo Dornelas (2008), ao ver as novas necessidades o homem percebe uma oportunidade de abrir um negócio e, consequentemente facilitar a vida a vida de outros homens, comercializando formas de suprir necessidade, mesmo que novas necessidade ou necessidades superficiais. Porém, para Jobs ([20--?] apud GALLO, 2010) só a percepção de necessidades não basta, é preciso mais do que isto, é preciso de paixão para assim, contagiar os envolvidos no processo e fazer com que estes, estejam empenhados em tornar esta nova forma de suprir a necessidade com algo que faz parte da cultura humana. É importante perceber o empreendedorismo como algo além da relação entre uma pessoa e o seu negócio. Afinal este negócio está inserido na sociedade e de alguma forma promove melhorias nela, mesmo que de forma indireta. Prova disto está nas respostas do questionário aplicado nesta pesquisa. Quando os participantes foram interrogados se seus negócios apresentavam algum benefício para a sociedade. Mesmo aqueles que não estavam engajados em causas sociais, destacaram coisas simples como “contribuo para felicidade dos clientes”. 97 Diversos autores buscam definir o termo empreendedorismo, assim surgem diversas definições do conceito. Para além da diversidade, existem algumas semelhanças nestas definições, como “empreendedor é aquele que assume riscos”, característica que esteve presente desde os primeiros relatos do termo. Cabe salientar que “assumir riscos” não é uma atividade aleatória e sem planejamento. O empreendedor assume riscos, porque pensa estrategicamente e sabe as possibilidades de sucesso e insucesso do negócio. Reunindo as semelhanças chegou-se a uma definição aproximada do ser empreendedor, como aquele que com paixão, utiliza os recursos disponíveis para arriscar-se na aplicação de suas ideias. Sendo assim, empreendedorismo está diretamente ligado a inovação. Tanto na parte interna, onde aliada a estratégia encontra-se formas de melhorar e otimizar as atividades desenvolvidas no negócio, seja diminuindo os custos ou agilizando o processo, quanto externa na apresentação de novas propostas (produtos, serviços, métodos) a fim de facilitar ou melhorar a vida das pessoas. Cabe lembrar que inovação também é uma forma de destacar-se perante o mercado globalizado, além disso ela promove rotatividade, competitividade resultando em constante melhorias e evolução. Entretanto a inovação deve ser aceita e propagada por aqueles que aderiram a ideia e, esta aceitação só ocorre a partir da comunicação. No decorrer da pesquisa foi apresentado processos a fim de facilitar o entendimento e desenvolvimento dos conceitos abordados. Porém nenhum destes, empreendedorismo, inovação e comunicação estão inseridos em um processo linear que garante resultados de sucesso. Os três elementos abordados são fatores inconstantes e complexos que não podem ser definidos em uma única regra. A comunicação de um negócio deve funcionar como alicerce da inovação, instigando formas de adesão de inovação e aceitação do que a mesma está propondo. Além disso cada processo de comunicação de um negócio deve estar alinhado pois estes não são fatores independentes e separados. Eles representam uma mesma entidade, a marca. A partir da pesquisa é possível perceber que os empreendedores possuem vontade, disposição e paixão para fazer seu negócio dar certo. Além disso, estão em busca das informações necessárias para suprir as carências percebidas. Porém, a 98 inovação e comunicação, não são percebidas como carências e sim como acessórios do negócio. Sendo assim é preciso que os empreendedores tenham conhecimento sobre os termos abordados, para encontrar formas de aplicá-lo em sua melhor eficiência, buscando promover a esta rotatividade de mercado: uma constante insatisfação que dá vazão ao surgimento de novas necessidades e, ao mesmo tempo, encontra formas de supri-la. 99 REFERÊNCIAS ALBERONE, Maurilio. Inovação vs. Invenção: Caso Kodak. 2013. Disponível em: <http://bizstart.com.br/inovacao-vs-invencao-caso-kodak/> Acesso em Novembro de 2014. ALLEGREUSSI, Andréa Gomes; PRESINOTO, Daniela Uliana; SILVA, Flávia Aparecida Souza; MARANHO, Michelle Scudilio; RODRIGUES, Rubens Charles; LEX, Roy Sérgio. A Inovação como Fator de Vantagem Competitiva do Etanol de Cana no Mercado Brasileiro de Combustíveis. Revista Jovens Pesquisadores. 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Ou possuía falta de oportunidade de crescimento no emprego anterior. Ou não possuía emprego. o Oportunidade e necessidade o Other: 14- Buscou algum auxílio durante a criação/ constituição da empresa? * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Informações sobre como abrir e manter uma empresa. o Informações referentes ao produto/serviço que a empresa irá ofertar. o Informações sobre crédito/capital de giro e afins. o Conhecimento sobre vendas o Other: 110 15- Através de quais meios você buscou o auxílio para criar/constituir a sua empresa? * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Com um contador; o Com o Sebrae; o Com uma incubadora; o Com profissionais de comunicação; o Busquei na internet, livros, vídeos. o Other: 16- Qual é o seu diferencial de mercado: * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Minha empresa não tem um diferencial estabelecido. o Minha empresa é a mais rápida (entrega de produto ou serviço rápido) o Minha empresa é a mais barata. (produto/serviço mais barato q a concorrência) o Other: 17- De que forma você mostra este diferencial para o cliente? * Other = Outra, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Através da publicidade o Durante a venda o No relacionamento com o cliente o No resultado (finalização do produto) o Meu diferencial é perceptível ao cliente, não precisa de demonstração. o Other: 18- Você considera o seu negócio inovador? * o Sim o Não 19- Justifique a sua resposta interior: 20- A sua empresa apresenta algum benefício para a sociedade? * o Sim o Não 21- Se a resposta anterior for positiva, qual é esse benefício? * 111 22- Na sua opinião, qual o maior empecilho para inovar? * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Falta de capital o Falta de financiamentos o Falta de mercado o Falta de mão-de-obra qualificada o Falta de treinamento da equipe o Falta de espaço físico o Não preciso inovar o Other: 23- Quem desenvolveu a identidade visual (logotipo, cartão de visita, fachada, banner) da sua empresa? * o Uma agência especializada o Gráfica o Profissional da área de comunicação ou design o Você mesmo o Um conhecido que saiba usar as ferramentas de criação. o Minha empresa não possui identidade visual 24- Quais destes itens sua empresa utilizou para a divulgação: * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Jornal Local o Jornal Estadual o Revista Local o Outdoor o Busdoor (Anúncio em ônibus) o Rádio o Televisão o Internet o Other: 25- Dos meios virtuais a seguir quais sua empresa possui? * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. 112 o Fanpage no facebook o Perfil no facebook o Site o Twitter o Espaço virtual para venda dos produtos o Other: 26- Como ocorre a manutenção e alimentação das informações (texto, fotografia...) destes meios virtuais? * o Pelo desenvolvedor (do site, página, perfil) o Por você mesmo o Por alguém contratado da empresa o Freelancer 27- Na sua opinião, a comunicação da empresa deve ser estabelecida (desenvolvida) por: * o Alguém com conhecimentos básicos de criação (gráfica/publicitária) o Uma agência de comunicação o Freelancer 28- Qual é a sua opinião referente a gastos com uma comunicação profissional? * Other = Outro, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Valor elevado pelo trabalho que desenvolvem o Valor elevado, porém nota-se a importância do investimento o Valor adequado, compatível ao retorno que proporciona o Valor baixo, tendo em vista o retorno o Other: 29- Das atividades a seguir quais você considera mais importante enquanto comunicação estratégica: * Other = Outra, se escolher esta alternativa, por favor, descreva. o Um bom relacionamento com o cliente em todos os pontos de contato o A aparência e organização do espaço físico da empresa o O tratamento entre líder, equipe e colegas o o Cartazes de promoção e informação espelhados pelo espaço físico E OU VIRTUAL da empresa Other: 30- Qual o percentual de investimento em comunicação que a empresa realiza em relação ao faturamento mensal? * o 1% a 5% o 6% a 10% o 11% a 15% 113 o Acima de 15% o Não tenho valor fixo para esse investimento 31- Avalie, com nota de 1 a 5, sendo que 1 é insuficiente e 5 é excelente, a importância que um investimento em comunicação resulta para as empresas: * 1 Insuficiente 2 3 4 5 Excelente 32- Qual seria a comunicação estratégica ideal para a sua empresa? *