lergias leves e severas ao leite de vaca

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Teste sanguíneo poderá ajudar a
distinguir entre alergias leves e severas
ao leite de vaca
13 de março de 2010 • Versão para Impressão • Reprodução de Conteúdo
Uma nova pesquisa apresentada no último
Encontro Anual da Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia dá os
primeiros passos no desenvolvimento de um exame sanguíneo que poderá identificar
quais crianças com alergia ao leite de vaca podem tolerar a ingestão de produtos e
derivados do leite previamente submetidos à um processo de aquecimento intenso e
quais possuem alergia severa à qualquer forma do leite, devendo exclui-lo totalmente
da dieta.
--Para crianças com alergia ao leite, a exclusão total do leite e todos os seus derivados
têm sido o tratamento padrão adotado. No entanto, o grupo de pesquisadores
responsável por este novo estudo já havia identificado anteriormente (2008) que boa
parte destas crianças alérgicas poderiam consumir alimentos contendo leite, desde que
submetidos previamente a um aquecimento alto (através, por exemplo, do cozimento do
alimento). (vale lembrar que o estudo de 2008 foi conduzido em condições
cuidadosamente monitoradas por médicos para garantir a segurança das crianças no
caso de reações alérgicas, e portanto sob hipótese alguma deve ser testado ‘em casa’). A
idéia é a de que o aquecimento excessivo do leite seria capaz de alterar a estrutura de
alguns de seus peptídeos (frações pequenas das proteínas do leite) e portanto alterar as
suas propriedades alergênicas.
Liderada pelo Dr. Hugh Sampson, da Mount Sinai School of Medicine em Nova Iorque,
a equipe de pesquisadores agora descobriu que a capacidade de uma criança tolerar a
ingestão de alimentos contendo leite porém previamente cozidos pode ser identificada
através de um exame de sangue. Para isto, os pesquisadores utilizaram amostras de
sangue de 41 crianças alérgicas ao leite e de 11 crianças não alérgicas para comparação.
Dentre as crianças alérgicas, os pesquisadores já haviam determinado quais crianças
eram tolerantes ao leite aquecido e quais eram totalmente alérgicas a qualquer forma de
leite (o que foi determinado através de ‘desafios orais’, cuidadosamente monitorados
por médicos).
A análise das amostras de sangue revelou características significativamente diferentes
entre os dois grupos de crianças alérgicas, bem como uma maior afinidade da
imunoglobunina E (IgE) aos peptídeos do leite entre as crianças com alergia severa. Se
confirmados, estes resultados sugerem que exames serológicos poderão futuramente
determinar quais crianças devem excluir totalmente o leite da dieta e quais podem
consumi-lo após cozimento. Mais importante, eles permitirão identificar a severidade da
alergia sem a necessidades de testes orais, onde o risco de uma reação alérgica severa
pode ser alto.
Os resultados do estudo ainda são preliminares, e ainda não foram publicados na
literatura científica, o que significa que devem ser considerados com extrema cautela.
Mais pesquisas ainda são necessárias para que os padrões encontrados possam ser
confirmados e a realização do exame recomendada de forma rotineira para crianças
alérgicas. No entanto, caso sejam confirmados, isto significaria que bolos, biscoitos e
mesmo pizza poderão em um futuro voltar a fazer parte do cardápio de muitas crianças
alérgicas.
Referências:


Wang J, et al "Correlation of IgE and IgG4 milk epitopes with different clinical
phenotypes of milk allergy using microarray immunoassay" AAAAI 2010;
Abstract 229. American Academy of Allergy, Asthma & Immunology.
Lin J, et al "Correlation of IgE affinity with different clinical phenotypes of milk
allergy" AAAAI 2010; Abstract 89. American Academy of Allergy, Asthma &
Immunology
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