LANÇAMENTO OBLÍQUO - INTERMEDIÁRIO EXERCÍCIOS RESOLVIDOS A Equipe SEI, pensando em você, preparou este artigo com exercícios resolvidos sobre lançamento oblíquo. Bons estudos! 1. (AFA 2009) Uma bola de basquete descreve a trajetória mostrada na figura após ser arremessada por um jovem atleta que tenta bater um recorde de arremesso. A bola é lançada com uma velocidade de 10 m/s e, ao cair na cesta, sua componente horizontal vale 6,0 m/s. Despreze a resistência do ar e considere g = 10 m/s2. Pode-se afirmar que a distância horizontal (x) percorrida pela bola desde o lançamento até cair na cesta, em metros, vale (A) 3,0 (B) 6,0 (C) 4,8 (D) 3,6. Solução Decompondo a velocidade de lançamento em componentes horizontal e vertical: 10 m/s V0y 6,0 m/s A velocidade inicial de lançamento V02y + 62 = 102 ∴V0 y = 8, 0 m/s é 10 m/s. Como a componente horizontal vale 6,0 m/s, temos: Isolando os movimentos, temos no eixo vertical: 1 2 at 2 1 → 5 = 2 + 8.t + (−10)t 2 2 S = S0 + V0 .t + Resolvendo a equação, temos os possíveis valores de t Æ 1 → 5 = 2 + 8.t + (−10)t 2 2 2 → 5t − 8t + 3 = 0 t = 0,6 s ou t = 1,0 s. O menor valor corresponde ao instante em que a bola atinge a altura de 5 m na subida. Porém, ela entra na cesta na descida. Logo, t = 1,0 s. Como a velocidade horizontal é constante, temos no eixo horizontal: ΔS = V .t . x = (6, 0).(1, 0) = 6, 0 m Opção B 2. (AFA 1996) Um canhão no topo de uma colina, a 125 metros do solo, dispara um projétil, com velocidade inicial v0 = 500 m/s e inclinação de 60º em relação à horizontal. O alvo é um avião voando a 1250 metros de altura em relação ao solo, com velocidade v = 900 km/h. O número de chances de o projétil atingir o avião é: (A) zero (B) 1 (C) 2 (D) 3 Solução A velocidade do avião vale 250 m/s (dividindo 900 km/h por 3,6). A velocidade horizontal do projétil é 500.cos60. Ou seja, 250 m/s. Logo, no eixo horizontal, o projétil e o avião têm o mesmo movimento. No eixo vertical, o projétil precisa passar pela mesma altura que o avião, para que o atinja. Logo, vamos calcular quantas vezes o projétil passa pela altura de vôo do avião. A velocidade vertical inicial do projétil é 500.sen60. Ou seja, 250 3 m/s. No eixo vertical, o projétil tem o seguinte movimento: 1 2 at 2 → 1250 = 125 + 250 3t − 5t 2 S = S0 + V0 .t + → 5t 2 − 250 3t − 1125 = 0 Para determinar quantas soluções a equação tem, basta olhar o sinal do discriminante (Δ). ( Δ = 250 3 ) 2 − 4.(5).(−1125) →Δ≥0 Para Δ > 0, a equação tem duas soluções distintas. Logo, o projétil tem duas chances de atingir o avião. Opção C 3. (AFA 2004) Um canhão dispara projéteis com velocidade v 0 . Desprezando-se os efeitos do ar e adotando-se g como módulo do vetor aceleração da gravidade, pode-se afirmar que a altura máxima atingida pelo projétil, quando o alcance horizontal for máximo, é (A) v 02 2g (B) v 02 4g (C) 2v 0 g (D) v0 2g . Solução Primeiramente, vamos deduzir o alcance horizontal do projétil, com velocidade de lançamento V0 e ângulo θ com a horizontal. Encontrando as componentes horizontal e vertical da velocidade de lançamento, temos: V0.senθ V0 V0.cosθ O movimento termina quando o projétil retorna para o solo. Logo, no eixo vertical, temos: 1 S = S0 + V0 .t + at 2 2 1 → 0 = 0 + V0 .senθ .t − gt 2 2 2V .senθ →t = 0 g Este é o tempo total de movimento. Como o movimento horizontal é com velocidade constante, temos: ΔS horiz = V0 .cos θ .t → A = V0 .cos θ . → A= 2V0 .senθ g V0 2 .2senθ .cos θ g V0 2 sen(2θ ) g Podemos, então, perceber que o alcance é máximo para o ângulo de lançamento θ = 45°. → A= Para calcular a altura máxima, voltemos a observar o movimento vertical. A altura máxima é atingida quando a velocidade de subida se anula. Logo, no eixo vertical, temos: V 2 = V0 2 + 2.a.ΔS → 0 = (V0 .senθ ) 2 + 2.(− g ).H max → H max = V0 2 .sen 2θ 2g Como o alcance máximo ocorre quando o ângulo de lançamento é θ = 45°, temos: H max = V0 2 .sen 2 45 2g V0 2 4g Opção B → H max = 4. (IME 1993_1994) Um míssil viajando paralelamente à superfície da terra com uma velocidade de 180 m/s, passa sobre um canhão à altura de 4800 m no exato momento em que seu combustível acaba. Neste instante, o canhão dispara a 45o e atinge o míssil. O canhão está no topo de uma colina de 300 m de altura. Sabendo-se que a aceleração local da gravidade g = 10 m/s2, determine a altura da posição de encontro do míssil com a bala do canhão, em relação ao solo. Despreze a resistência do ar. Solução Como o combustível do míssil acaba, no eixo vertical, ele passa a descrever uma queda livre. Logo, o movimento do míssil é definido por: Xmíssil = 180.t Ymíssil = 4800 – 5t2 O movimento do projétil é definido por: V0.sen45 V0 V0.cos45 X projétil = V0 .cos 45.t Yprojétil = Y0 + V0 .sen 45.t + 1 (− g )t 2 = 300 + V0 .sen45.t − 5t 2 2 Para haver encontro do projétil com o míssil, eles devem ter a mesma posição no mesmo instante. Logo, devemos ter: X projétil = X míssil Yprojétil = Ymíssil Observando a condição no eixo horizontal, temos: X projétil = X míssil V0 .cos 45.t = 180.t → V0 .cos 45 = 180 m/s Como sen45 = cos45, a condição no eixo vertical pode ser escrita como: Yprojétil = Ymíssil → 300 + V0 .sen45.t − 5t 2 = 4800 − 5t 2 → 180.t = 4500 → t = 25 s Para calcular a altura do ponto de encontro, basta substituir o valor de t na equação vertical de qualquer dos corpos. Logo, temos: Ymíssil = 4800 − 5t 2 → Ymíssil = 4800 − 5(25) 2 → Ymíssil = 1675 m (IME 1997_1998) Um pequeno cesto é preso em uma haste que o faz girar no sentido horário com velocidade constante. Um carrinho, com velocidade de 1,5 m/s, traz consigo um brinquedo que arremessa bolinhas na vertical para cima com velocidade de 5,5 m/s. Quando o carrinho está a uma distância de 2 m do eixo onde a haste é presa, uma bolinha é lançada. Nesse instante, o cesto está na posição mais baixa da trajetória (posição A), que é a altura do chão e a do lançamento da bolinha. A bolinha é arremessada e entra, por cima, no cesto quando este está na posição B indicada na figura. Determine o vetor velocidade da bolinha ao entrar no cesto. cesto carrinho B 2m A Solução O movimento da bolinha que é lançada do carrinho é descrito por: X bolinha = (1,5)t 1 Ybolinha = Y0 + V0 vertical .t + (− g )t 2 = (5,5)t − 5t 2 2 No momento em que a bolinha entra no cesto, podemos dizer que as coordenadas do cesto são (tomando como referência a posição do carrinho no momento do lançamento): X cesto = 2 − R Ycesto = R Logo, temos: ⎪⎧1,5.t = 2 − R ⎨ 2 ⎪⎩5,5.t − 5t = R Substituindo o valor de R da 2ª equação na 1ª, temos: 1,5.t = 2 − (5,5.t − 5t 2 ) → 5t 2 − 7t + 2 = 0 Resolvendo a equação de 2° grau em t, temos duas possíveis soluções: t = 0,4 s ou t = 1,0 s. Como a bolinha entra no cesto por cima, significa que ela já está no seu movimento de descida. Logo, o instante é t = 1,0 s. Analisando as componentes da velocidade da bolinha no momento em que ela entra no cesto, temos: Vhorizontal = 1,5 m/s Vvertical = 5,5 − 10.t = − 4,5 m/s JG G G Logo, o vetor velocidade da bolinha pode ser escrito: V = 1,5.i − 4,5. j Todos os exercícios resolvidos neste artigo trataram de lançamento oblíquo convencional, onde a única aceleração existente é a gravidade. Por isso, o movimento horizontal é com velocidade constante. Porém, em algumas situações, pode haver aceleração horizontal também. Na próxima semana, a equipe SEI resolverá alguns exercícios nesta nova situação. Bons estudos!