UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE BIOLOGIA (EAD) TRABALHO DE BIOLOGIA GERAL Levino da Costa Meneses (matr. 2008080156) Rio de Janeiro, 01 Abril de 2008. 2 TRABALHO DE BIOLOGIA GERAL Levino da Costa Meneses (matr. 2008080156) Tema:Características gerais dos corais importância para a biodiversidade e fatores que prejudicam os corais. Trabalho apresentado como avaliação de tutoria, requisito parcial para aprovação na disciplina ‘Biologia Geral’ do curso de Biologia, orientado pelo profº Diego Ferreira. Rio de Janeiro, 01 abril de 2008. 3 Sumário Corais__________________________________________________________________04 A importância dos corais___________________________________________________05 Ameaça aos corais________________________________________________________06 Bibliografia_____________________________________________________________08 4 Corais Os corais ou recifes de corais ou ainda antozoários formam um complexo ecossistema marinho, formados por pequenas colônias de animais chamados pólipos, que têm estrutura externa de composição calcária. Trata-se de um dos mais ricos e fascinantes ecossistemas marinhos. Os corais são os membros da classe Anthozoa que constroem um "esqueleto" que pode ser de matéria orgânica ou de carbonato de cálcio. Os restantes membros desta classe que não formam exosqueleto são as anêmonas. Quase todos os antozoários formam colônias, que podem chegar a tamanhos consideráveis – os recifes - mas existem muitas espécies em que os pólipos vivem solitários. Os pólipos têm a forma de um saco (o celêntero) e uma coroa de tentáculos com cnidócitos (células urticantes) na abertura, que se chama arquêntero. Os antozoários não têm verdadeiros sistemas de órgãos: nem sistema digestivo nem sistema circulatório, nem sistema excretor, uma vez que todas as trocas de gases e fluidos se dão no celêntero, uma vez que a água entra e sai do corpo do animal através de correntes provocadas pelos tentáculos. No entanto, esta classe de celenterados tem algumas particularidades na sua anatomia: Uma faringe, denominada neste grupo actinofaringe que liga a “boca” ao celêntero e que, muitas vezes, contem divertículos chamados sifonoglifos, com células flageladas, em posições diametralmente opostas, dando à anatomia do pólipo uma simetria bilateral. Os mesentérios - um conjunto de filamentos radiais que unem a faringe à parede do pólipo. O grupo inclui os importantes construtores de recifes, conhecidos como corais hermatípicos, encontrados nos oceanos tropicais. Os últimos encontrados, são conhecidos como corais de pedra, visto que o tecido vivo cobre o esqueleto Barreira de coral composto de carbonato de cálcio. Localizam-se em águas limpas e rasas, até 50 metros de profundidade, com temperaturas acima de 180 C, para que os vegetais possam receber a luz do sol e produzir alimentos. A melhor condição de desenvolvimento dos recifes de corais se encontra entre 5 e 10 metros de profundidade. No Brasil, em virtude da pouca transparência da água, a melhor condição se situa até 5 metros de profundidade. 5 Os recifes de corais são exemplos de relações harmônicas através de simbiose entre os pólipos, onde as pequenas algas chamadas de zooxantelas vivem dentro dos corais, absorvendo o nitrogênio e fósforo dos resíduos minerais excretados pelos corais e o dióxido de carbono transforma em oxigênio. Quando o coral morre permanece o pólipo calcáreo, que possibilita servir de base para novos corais. O zooplâncton supre 5 a 20% das necessidades das zooxantelas. Estima-se que os recifes de corais tenham em média cerca de 15.000 anos em formação, tendo surgido após o último período glacial, quando o nível do mar subiu, inundando quase 100 km da plataforma continental. Existem aproximadamente 600.000 km2 de corais no mundo, dos quais 350.000 km2 se localizam na Austrália e formam o Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, com 2.000 km de extensão, composto por 2.000 ilhas e 3.000 colônias de corais e também uma espessura de 1.200 km entre a base vulcânica e a superfície. São conhecidas no mundo mais de 350 espécies de corais, dentre os quais 18 são encontradas na costa brasileira, sendo que 8 espécies são consideradas endêmicas. Como exemplo, temos as espécies gorgonácea, chifre-de-veado, alga verde, anêmona, margarida, sargaço, lírio do mar e cérebro. No Brasil, os recifes de corais estão distribuídos por cerca de 3.000 km da costa, desde o Maranhão até o sul da Bahia, ressaltando-se que são as únicas formações recifais do Oceano Atlântico Sul As barreiras de corais, além da rica e bela flora e fauna, se constituem em uma proteção da costa, pois quebram a força do mar, minimizando a erosão marinha. Os recifes de corais têm como características: • Protegem a costa contra a ação erosiva dos mares; • São sensíveis às variações de temperaturas; • São a base de sobrevivência de espécies, inclusive pelágicos, que não vivem nos corais; • Crescem verticalmente de 0,2 a 8mm/ano; • Os moluscos e caranguejos se alimentam dos corais ou seu muco. Os corais são classificados conforme sua localização: • Franja: Perpendiculares ao mar de águas rasas, próximos às praias; • Barreira: Paralelos à costa, mas separados por lagos de água rasa e salgada; • Atóis: Crescem ao redor de vulcões, que depois afundam, deixando-os à tona. . A importância dos corais A importância dos oceanos é algo conhecido de todos, já que cerca de 70% do globo terrestre é constituído de água salgada. Na EXPO 98, em Portugal, foi divulgado que cerca de 80% da biodiversidade mundial e 80% do oxigênio que nós respiramos vem dos mares. Um dos ambientes mais importantes dos mares é o ambiente recifal. A importância dos recifes de corais consiste no fato de que estes ambientes dão suporte e abrigo a uma variedade de comunidades marinhas, muitas delas de interesse econômico direto, como os peixes, os polvos, as lagostas, os camarões, as algas, entre outros, servindo de habitat para 6 mais de 25% de toda vida marinha. Estima-se que entre um e nove milhões de espécies estão associadas aos recifes de corais, pois a produtividade primária dos ambientes recifais é muito alta, unicamente comparável à das regiões de manguezais. Isto se deve, sobretudo, às algas que fazem simbiose com os corais, as chamadas zooxantelas. Além da sua grande importância ecológica, a importância dos recifes para o homem, direta e indiretamente, é imensurável: Produção de alimento: 1/5 de toda proteína animal consumida vem do mar; Proteção da costa: os recifes protegem a costa de erosão, tempestades, ondas, etc., tanto que nas regiões onde estes foram dinamitados (por exemplo, a região de Suape-PE), a erosão marinha cresce rapidamente. Proteção climática: organismos fotossintetizantes marinhos utilizam o CO2 que iria para a atmosfera, amenizando o efeito estufa; Farmacologia: além das substâncias antivirais e bactericidas encontradas nas gorgônias, metade de toda a pesquisa de medicamentos para o câncer está voltada aos organismos marinhos; Odontologia: fabricação de próteses dentárias; Medicina: reparação de fraturas com esqueleto de corais; Indústria de cosméticos: uso de algas, etc., em diversos produtos; Economia: peixes, jóias, areia, etc. Lazer: turismo, mergulho, etc. Os recifes têm ainda importância histórica e cultural: o nome do estado de Pernambuco, por exemplo, vem do indígena e significa "pedras furadas", devido às cavidades e às tocas existentes nos recifes. E, é claro, o nome da nossa capital Recife deriva também deste belo ecossistema. Mais de meio milhão de pessoas em todo o mundo moram próximas de recifes de corais. Uma estimativa diz que os ambientes recifais são responsáveis por serviços e recursos (turismo, proteção costeira, alimento, etc.) que, se calculado em valores monetários, equivaleriam a mais de 375 bilhões de dólares por ano. A destruição de apenas um quilômetro de recifes de corais causa um prejuízo de até $1,2 milhões. Vale salientar que estas estimativas servem apenas para fins comparativos, já que o valor real de um ecossistema está muito acima de qualquer quantia em dinheiro. Ameaça aos corais Por ser um dos ecossistemas mais frágeis do mundo, os recifes estão sob ameaça constante. Nas últimas décadas, cerca de 35 milhões de acres de recifes de corais foram destruídos pelo homem, em 93 países. Se continuar assim, 70% dos corais do mundo serão destruídos ainda durante as nossas vidas. As ameaças aos recifes de corais são muitas, a maioria sendo de origem antrópica: 7 Desenvolvimento humano: poluição da água, agricultura insustentável (uso indiscriminado de fertilizantes e pesticidas), desmatamento de mangues e florestas em geral, mineração, especulação imobiliária, saneamento inadequado, água quente advinda de hidrelétricas, indústria petroleira (derramamento de petróleo e derivados), produtos tóxicos advindos de fábricas, dragagem e uso de explosivos na construção de portos, etc.; Pesca: pesca predatória, pesca com explosivos, pesca com venenos (cianeto, etc.), “muro-ami” (bater nos corais com bolsas de pesos para Coral em água rasa espantar os peixes), etc.; Turismo e lazer: presença humana (pisoteio, lixo jogado, etc.), embarcações (âncoras, lixo, etc.), mergulhadores não conscientizados, pesca, souvenires advindos de organismos marinhos, coleta de organismos para aquários e coleções, construção de hotéis com recifes, aterro de manguezais para construção de hotéis e casas de veraneio, poluição advinda de hotéis, etc.; Aquecimento global: rápido aumento do nível do mar, aumento na temperatura da água, redução nos níveis de calcificação, alteração nas correntes oceânicas, alterações nos padrões meteorológicos, etc.; Crescimento populacional: a superpopulação amplifica todos os problemas citados acima. Como se pode deduzir, as conseqüências da destruição dos recifes de corais são muitas. Além das perturbações ecológicas (alterações na teia alimentar, perda de habitats, extinção de espécies, etc.), a destruição dos recifes causa erosão costeira e uma série de problemas econômicos, tais como diminuição na atividade turística, perda de economias de subsistência e forte impacto negativo na economia de países-ilha. No entanto, existem várias medidas que podem ajudar a proteger os recifes de corais: Criação e manutenção de parques marinhos, reservas biológicas e áreas de proteção ambiental; Regulamentação e fiscalização da pesca; Educação ambiental; Turismo ecológico; Gestão integrada dos ambientes recifais, envolvendo a comunidade; Pesquisa; Restauração de áreas degradadas. Acima de tudo, para que os recifes de corais sejam preservados, é preciso cuidar do meio ambiente como um todo. Afinal, o globo terrestre é um grande ecossistema completamente interligado. 8 Bibliografia Museu do Una. Corais.Disponível em: <http://www.museudouna.com.br/corais.htm> Acessado em: 28/03/08; Instituto ecológico Aqualung. Informativo IEA, Número 66, Ano XI – Março/Abril de 2006. Disponível em: <http://www.institutoaqualung.com.br/info-66%20full.pdf> Acessado em: 28/03/08; LAR/ UFRPE Laboratório de Ambientes Recifais.Recifes de corais, ecossistemas ameaçados. Disponível em: < http://www.ufrpe.br/lar/index3.html> Acessado em: 29/03/08; Wikipédia. Coral. Disponível em: < 29/03/08 http://pt.wikipedia.org/wiki/Coral> Acessado em: