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Balcãs
Criado artificialmente em 1918 como uma união entre diversos povos eslavos, o país se desagregou
com o colapso do comunismo no Leste Europeu. Das seis repúblicas que formavam a federação
iugoslava, restam atualmente duas, Sérvia e Montenegro.
Os territórios da região fizeram parte do Império Romano e passaram, depois, ao domínio bizantino.
A Sérvia constitui um reino independente no século XI, mas é conquistada pelo Império Otomano na
batalha de Kosovo, em 1389 - onde mais da metade do povo sérvio morreu, inclusive o Rei. Os sérvios
resistem à dominação turca durante cinco séculos, até o país recuperar sua independência, em 1878.
O esfacelamento do Império Otomano e as rivalidades regionais provocaram as duas Guerras
Balcânicas(1912 e 1913). Em 1912, os sérvios perdem mais de 30.000 soldados, mas resistem à guerra
e retomam sua terra. Na guerra de 1913, da Macedônia contra a Bulgária, os sérvios libertam a
Macedônia, que posteriormente se junta à Iugoslávia. Estas guerras contribuem para a eclosão da 1ª
Guerra Mundial (1914-1918).
O príncipe austríaco é assassinado em Sarajevo, na Bósnia, que foi ocupada pela Áustria em 1908.
O assassino era sérvio, do grupo nacionalista Mão Negra. A Áustria envia um documento ao governo
sérvio exigindo duras providências oficiais. O governo austríaco exige o imediato fechamento dos
jornais empenhados em propaganda contra a Áustria, a proscrição das sociedades secretas, a
exclusão do governo e das Forças Armadas dos acusados de campanha anti-austríaca e a aceitação
da cooperação de funcionários militares austríacos no combate ao movimento contrário ao império
dos Habsburgo. (ou seja, coisas inaceitáveis em qualquer ocasião, só como um pretexto para aquela
que seria a primeira guerra envolvendo todas as potências mundiais....)
A Iugoslávia venceu a Áustria, mas vieram os Alemães, muito mais fortes, mas os iugoslavos não se
renderam. Todo o exército, junto com o rei e grande parte da população marcharam rumo à Albânia.
Eles pareciam como mortos-vivos ao chegar na Grécia. E muitas pessoas que superaram o inverno e a
fome morreram na ilha Krf. Não havia onde sepultar tanta gente, e os soldados Iugoslavos mortos
foram descansar no mar. Este lugar é conhecido como 'cemitério azul'. Mas o resto do povo voltou,
enquanto os outros países entraram na guerra e os Iugoslavos saíram vencedores junto com França,
Inglaterra, Estados Unidos e Itália. Em Belgrado há um grande e bonito monumento chamado
'Gratidão à França'. Hoje, o monumento está coberto de preto.
As repúblicas ex-iugoslavas Eslovênia, Croácia e Bósnia faziam parte da Áustria e lutou contra a
Iugoslávia na guerra. mas , com a dissolução do império austro-húngaro, ao final da guerra, os sérvios
os aceitam de volta e é formado o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que em 1929 passa a se
chamar Iugoslávia - literalmente, a "terra dos eslavos do sul". A Macedônia e Montenegro também
fazem parte do novo reino.
No novo, estão sete povos diferentes: sérvios, croatas, eslovenos, montenegrinos, macedônios, os
eslavos muçulmanos da Bósnia-Herzegóvina e os albaneses de Kosovo. Sua heterogeneidade é
reforçada pela existência de três religiões (ortodoxa, católica e muçulmana) e dois alfabetos (latino
e cirílico).
Os conflitos entre as diferentes nacionalidades dão ao rei Alexandre I o pretexto para instalar,
em 1929, uma ditadura que persiste após o seu assassinato, em 1934. Seu sucessor, o regente Paulo,
alia-se à Alemanha nazista, mas é deposto em 1941 num golpe de Estado que coloca no trono Pedro
II, o filho de Alexandre.
A Alemanha invade o país, em abril de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A
Iugoslávia tinha um exército fraco e o governo assinou redenção depois de 12 dias. Mas o povo não
aceita essa decisão e luta contra a Alemanha e todos os outros países como na 1ª Guerra. A
Iugoslávia se parte inteira. A Hungria tomou a parte norte da sérvia, a Bulgária ficou com a parte
leste da Sérvia a toda a Macedônia, e a Croácia se aproveita da situação para formar um Estado
fascista e independente, aliado aos nazistas, sob a liderança de Ante Pavelich que matou quase um
milhão de sérvios. A Alemanha tomou a Eslovênia e os Italianos ficaram com parte da Croácia
(litoral) e Monte Negro. Na Sérvia, alemães e croatas matavam 100 sérvios para cada soldado alemão
morto na guerra.
A resistência iugoslava se expressa em dois movimentos guerrilheiros rivais: os tchetniks,
partidários da monarquia, e os comunistas, sob o comando de Josip Broz Tito (um croata). Os
guerrilheiros expulsam os alemães em 1944 e passam a lutar entre si. Vitoriosas, as forças de Tito
fuzilam centenas de milhares de tchetniks e de colaboradores do nazismo.
A Alemanha perde a guerra. Sob a liderança de Tito, é estabelecido o regime comunista em 1945. O
país é organizado como uma federação formada por seis repúblicas (Sérvia, Croácia, Eslovênia,
Bósnia-Herzegóvina, Montenegro e Macedônia) e duas províncias autônomas, Kosovo e Voivodina, que
integram o território da Sérvia. O poder é exercido por um partido único, a Liga dos Comunistas da
Iugoslávia (LCI), organizado também de maneira federativa. E graças ao sérvios, nenhum croata foi
punido por crimes de guerra.
Tito conduziu uma política bem independente na Iugoslávia, e não seguiu o comunismo Russo e nem
aos outros países europeus. Tito resiste à tentativa soviética de transformar a Iugoslávia num
Estado-satélite, como aconteceu com os demais países comunistas da Europa. Em 1948 o país rompe
com a URSS e passa a receber ajuda econômica dos EUA. A reconciliação com a URSS, em 1956 não
altera a linha independente do comunismo iugoslavo, que difere do modelo soviético pela manutenção
da propriedade privada no campo e pela "autogestão" dos trabalhadores nas indústrias.
Os problemas começaram com a morte de Tito, em 1980. Novamente, todos querem seu próprio país.
Slobodan Milosevic assume o comando do Partido Comunista sérvio em 1987 e lança uma campanha
bem-sucedida para abolir a autonomia da província de Kosovo, devido aos movimentos separatistas
dos albaneses, 90% da população local. Os albaneses, que estiveram contra os sérvios em todas as
guerras, e o Rei sérvio os ajudou a formar a Albânia. Mas a Albânia é ainda um país bem pobre, se
manteve isolado do mundo por muito tempo. Os índices de escolaridade muito baixos, os albaneses
não tinham direitos em seu próprio país. Por esta razão, os albaneses de Kosovo nunca quiseram
voltar, e houve uma invasão sem controle de albaneses para esta província. Não se sabiam nem
quantos eram, pois eles se recusavam a participar do senso de população. Em 1945, em Kosovo, eram
50% albaneses e 50% sérvios. Hoje, há menos de 10% de sérvios. E os movimentos separatistas
foram aumentando, mas a situação ainda estava tranqüila, até o aparecimento do ELK (Exército
Separatista de Kosovo).
Com a derrocada do comunismo na maioria dos países do Leste Europeu, em 1989 e 1990, a Iugoslávia
abole o regime de partido único. Croatas e Eslovenos propõe a separação, e, através de plebiscito, se
separam. Sugerem a transformação na Iugoslávia de uma confederação de países soberanos.
Milosevic, procurando manter a integridade nacional, rejeita as propostas de croatas e eslovenos.
Uma separação deixaria minorias sérvias isoladas em outros países, exigindo assim uma remarcação
de fronteiras. A Macedônia também vem a proclamar sua independência, mas Montenegro decide
continuar fazendo parte da Iugoslávia, também através de plebiscito. A Bósnia-Herzergóvina se
torna independente em 1992, num plebiscito convocado por muçulmanos e croatas e boicotado pelos
sérvios.
Com o ELK atuando para também separar Kosovo, que como vimos, faz parte da história do povo
sérvio, começa uma guerra civil, com albaneses matando sérvios e vice-versa. Mas a mídia
internacional, influenciada pela OTAN só mostrava corpos de albaneses. Quanto aos refugiados, não
haviam refugiados antes dos ataques da OTAN. Agora, que a Otan forçou o povo a marchar em busca
de sobrevivência, deixando tudo para trás, ela ainda ataca os comboios de refugiados, para fazer
guerra de informação, dizendo que foram os sérvios... mas muitas vezes isto transparece e não há
como ocultar - como no caso cos mísseis contra dois grupos de albaneses e no ataque contra um trem
de passageiros. Milosevic é um ditador? Talvez sim. E os sérvios estavam brigando por democracia,
diversos protestos por todo o país. Mas agora a Otan só conseguiu fortalecer Milosevic. Dez anos de
luta por democracia jogados fora.
Podemos relacionar ao conflito do apartheid.
A partir de 1911, uma série de leis busca consolidar o domínio dos africânderes (como os bôeres
passam a se chamar) e os ingleses sobre a população negra, que constitui a ampla maioria. Essa
política de segregação racial (apartheid) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do
Partido Nacional, que seria a força política dominante por mais de 40 anos.
O apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra, à participação política e às
profissões de melhor remuneração. Também obriga os negros a viverem em áreas separadas
das zonas residenciais brancas. Os casamentos mistos e as relações sexuais entre pessoas de
raças diferentes tornam-se ilegais.
A oposição ao regime de apartheid toma forma na década de 50, quando o Congresso Nacional
Africano (CNA), organização negra fundada em 1912, lança campanha de desobediência civil.
Em 1960, depois do “massacre de Sharpeville”, quando 67 negros são mortos pela polícia em
uma manifestação, o CNA é declarado ilegal. Seu líder, Nelson Mandela, é preso em 1962 e
depois condenado à prisão perpétua.
Fim do apartheid – Em 1987, o Partido Nacional perde votos entre os eleitores brancos, tanto
à direita (Partido Conservador) quanto à esquerda (Partido Democrático), num sinal de alerta
sobre a necessidade de reformas mais profundas. Mudanças significativas, no entanto, só
ocorrem com a posse de um novo presidente: Frederik de Klerk, que substitui Botha em 1989.
Em fevereiro de 1990, Mandela é libertado e o CNA recupera a legalidade.
De Klerk revoga leis racistas do apartheid e inicia o diálogo com o CNA. As negociações são
perturbadas pêlos sangrentos conflitos entre o CNA e a Inkhata, organização zulu liderada
por Mangosuthu Buthelezi, que disputa com Mandela a representação política dos negros.
O presidente De Klerk, criticado pêlos partidos de direita, obtém o apoio dos eleitores num
plebiscito só para brancos para terminar com o apartheid, em que 69% dos votantes se pronunciam a
favor das mudanças (1992).
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