EUROPA ORIENTAL Aspectos gerais 1- O desenvolvimento do capitalismo e a Revolução Industrial, bases da sociedade moderna, ocorreram inicialmente na parte ocidental da Europa, banhada pelo Oceano Atlântico. A Europa oriental, ou Leste europeu, a parte menos desenvolvida do continente há alguns séculos, foi consolidada pela Segunda Guerra Mundial, bem como, principalmente, a denominação. 1.1- Após a guerra, o mundo ficou dividido em dois blocos principais: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos; e o socialista, comandado pela União Soviética. Por causa de sua posição geográfica estratégica, entre a Rússia e a Europa ocidental capitalista, o Leste europeu tornou-se extremamente importante para a geopolítica soviética. Assim, durante quase meio século, Europa oriental foi uma espécie de periferia privilegiada da antiga superpotência socialista, mantendo fortes laços econômicos e militares com a União Soviética. 1.2- Os regimes comunistas sempre foram malvistos pela maioria da população e só se mantiveram durante décadas por causa do poderio militar soviético. O socialismo e a economia planificada, que existiram durante várias décadas no Leste europeu, foram implantados com a ajuda das tropas soviéticas. Os partidos comunistas, que monopolizaram o poder nos países dessa parte da Europa até por volta de 1989, em geral – as únicas exceções foram o da antiga Iugoslávia e o da Albânia –, que chegaram ao governo com o auxílio da força militar soviética. Tudo isso ajuda a explicar por que o socialismo acabou tão rapidamente nos países do Leste europeu, com exceção da Albânia. 1.3- Em 1989, o Leste europeu começou a mudar radicalmente, inclusive o seu mapa político. Um país deixou de existir (Alemanha Oriental) e novos países – Croácia, Eslovênia, República Tcheca, etc – surgiram com o desmembramento da União Soviética, da Tchecoslováquia e da Iugoslávia. 1.4- Hoje a Europa oriental é, cada vez mais, uma espécie de periferia privilegiada, dessa vez, da Europa ocidental. É uma região que busca imitar o caminho da prosperidade adotado nos principais países europeus ocidentais (Alemanha, França, Inglaterra, Suécia). A grande aspiração da maioria dos países dessa região é ingressar na União Européia, o que provavelmente vai ocorrer (pelo menos para os mais industrializados) ainda nesta primeira década do século. 1.5- Apesar da crise econômica pela qual esses países passaram no início dos anos 1990, eles possuem uma grande vantagem em relação a outros países, especialmente os do sul: são vizinhos da Europa ocidental e tem uma rica tradição histórica e cultural, comum com as nações da parte oeste do continente. São também nações em que geralmente, nas últimas décadas, o sistema educacional foi de boa qualidade, o que lhes garante uma mão-de-obra qualificada. Diferenças regionais 2- Considerando as diferenças econômicas entre os países da Europa oriental, podemos reconhecer na região: Países com elevado nível de industrialização e melhores condições de vida para a população (Polônia, Hungria, Croácia, Eslovênia e República Tcheca); Países com menor industrialização e condições de vida médias (Romênia, Bulgária, Eslováquia, União da Sérvia e Montenegro, Macedônia, Letônia, Lituânia e Estônia); Países ainda predominantemente agroindustriais (Albânia) ou com sua economia arrasada pela guerra (Bósnia-Herzegovina). 2.1- Podemos distinguir também semelhanças significativas entre esses países. 2.2- Em primeiro lugar, todos eles vêm passando por uma transição – de economias planificadas para economias capitalistas, ou de mercado –, ainda que alguns estejam mais atrasados ou num ritmo mais lento de mudanças. Esse ritmo é bem mais acelerado na República Tcheca, na Polônia, na Hungria e até na Eslovênia e, no outro extremo, mais lento na Albânia, o país que mais resistiu a essas mudanças. 2.3- Em segundo lugar, é inegável que essa transição, que ainda é incompleta em quase toda a Europa oriental, provocou conseqüências negativas, principalmente aumento da inflação (subida geral dos preços, que antes eram rigidamente controlados) e do desemprego. Firmas estatais deficitárias ou obsoletas foram fechadas e outras empresas estatais foram privatizadas. As três nações bálticas: Estônia, Letônia e Lituânia 3- Estônia, Letônia e Lituânia são conhecidos como os três países bálticos por estarem localizados na península Báltica e serem banhados pelo mar Báltico. Outro importante elemento comum entre eles é o fato de terem sido anexados à União Soviética em 1940 e vivido até 1991 sob a condição de três republicas dessa antiga superpotência socialista. Eles foram as primeiras republicas a lutar pela independência, tão logo ocorreu a abertura econômica e política soviética, no fim dos anos 1980. 3.1- Depois da independência, esses três países assinaram uma série de acordos de cooperação e estabeleceram o livre-comércio entre eles – uma espécie de mercado comum –, o que mostra como são interligados. 3.2- De todas as quinze ex-repúblicas soviéticas, hoje países independentes, a Estônia é a que possui a maior renda per capita: cerca de 4.600 dólares. Com uma área de 42.215 km² e uma população de 1,6 milhão de habitantes, a Estônia fica entre o golfo da Finlândia e a Letônia e sua capital é a cidade de Tallin. Os estonianos formam uma etnia dominante no país: 61,5% do total, mas há importantes minorias étnicas: russos (30%), ucranianos (3,5%), bielo-russos e finlandeses. 3.3- A Letônia possui uma área de 64.589 km² e uma população de cerca de 2,8 milhões de habitantes. A renda per capita é de 3.650 dólares e a capital é a cidade de Riga. Os letões constituem 52% da população total do país, seguidos pelos russos (34%), bielo-russos (4,5%), ucranianos (3,5%), poloneses (2,3%) e outras etnias minoritárias. 3.4- A Lituânia possui 65.200 km², sua capital é Vilnius e a renda per capita situa-se ao redor de 4300 dólares. Com uma população total de cerca de 3,9 milhões de habitantes, há uma ampla maioria de lituanos (80% do total), seguidos pelos russos (9%), poloneses (7%), bielo-russos (2%) e outras etnias. Polônia, Hungria, Republica Tcheca e Eslováquia 4- A Polônia teve sua economia agrícola e industrial seriamente prejudicada até o final da Segunda Guerra Mundial, o que se iniciou após as tropas de Hitler terem invadido o seu território, em 1º de setembro de 1939. com a introdução da economia planificada, após a guerra, a indústria de base recebeu maior atenção e desenvolveu-se consideravelmente. Houve, então, um grande aproveitamento das imensas reservas de carvão mineral, aumentadas pela anexação da Silésia (na fronteira com a Alemanha) ao território polonês. Todavia, o país ficou dependente da importação de petróleo soviético. 4.1- De qualquer maneira, a indústria polonesa não só cresceu como também diversificou-se. A siderurgia conta com um grande centro em Nova Huta, na Caracóvia, além de outros na bacia carbonífera da Silésia. As industrias mecânicas, entre as quais sobressai a da construção naval, nos portos de Gdansk (cidade que já pertenceu à Alemanha com o nome de Dantzig) e Gdynia, contentram-se ao norte do país. E as indústrias químicas estão presentes em Vasórvia, Poznan e Wroclaw. 4.2- A Polônia avançou muito em direção à economia de mercado, nos anos 1990. no entanto, o desmonte da economia planificada não é fácil. As empresas estatais são muitas vezes deficitárias e até usam tecnologia ultrapassada, mas geram muitos empregos. A privatização dessas empresas avançou bastante no país, mas aumentou o desemprego. E o térmico do controle rígido sobre os preços, com a introdução da lei da oferta e da procura, fez que, inicialmente, eles disparassem, provocando uma inflação altíssima; depois, foram abaixando. A Polônia do inicio do século XXI é uma economia que voltou a crescer; a inflação abaixou e a população aguarda o avanço das negociações para a entrada do país na União Européia. 5- A Hungria ocupa uma grande área de planície e é atravessada pelo rio Danúbio, que separa os dois centros urbanos (Buda e Peste) que formam a capital Budapeste. Indiscutivelmente, Budapeste foi nas últimas décadas a verdadeira metrópole da Europa oriental, pois fornecia produtos e serviços diversificados a uma população com razoável poder aquisitivo. 5.1- Juntamente com a Polônia e a República Tcheca, a Hungria foi o país europeu ocidental que mais avançou no desmonte da economia planificada e na introdução da economia de mercado ou capitalista. Foi, também, junto com essas duas nações, um dos países da Europa oriental que mais recebeu investimentos estrangeiros nos anos 1990. com a privatização de empresas estatais e o fechamento de firmas deficitárias, o desemprego aumentou bastante na Hungria, gerando uma onda de descontentamento popular. 6- A República Tcheca nasceu, juntamente com a Eslováquia, do desmembramento da antiga Tchecoslováquia, em 1992. Foi uma separação pacífica, fruto de negociações e votações no Parlamento. A República tcheca é mais industrializada do que a Eslováquia, com indústrias siderúrgicas concentradas na região da Boêmia, no oeste do país, e na Morávia, que é uma continuidade da bacia carbonífera da Silésia, situada na Polônia (ao norte). A Boêmia também é internacionalmente conhecida pela produção de cristais. 6.1- É o país que vem se saindo melhor, em toda a Europa oriental, no processo de desmonte da economia planificada e introdução da economia de mercado: os investimentos estrangeiros (especialmente alemães) foram volumosos e o desemprego e a inflação não aumentaram muito. A privatização das empresas estatais foi feita com ampla participação da população: em 1994, entre três e quatro habitantes do país já possuíam ações de empresas que foram privatizadas. E o turismo cresceu muito no país remanescente por causa da beleza de sua capital, Praga. 7- A Eslováquia tem uma economia menos desenvolvida que a República Tcheca. Somente na capital do país (Bratislava) e arredores é que existe uma atividade industrial forte. O início do novo país não foi muito comemorado pelo povo, que se queixou de não ter sido consultado sobre a separação das duas repúblicas, algo decidido somente pelos políticos. Porém, antes da separação das duas repúblicas, era justamente o nacionalismo eslovaco o que mais crescia na Tchecoslováquia, preocupando os tchecos e as demais etnias. Hoje permanece um foco de tensão entre a Eslováquia e a vizinha Hungria, pois existem cerca de 11% de húngaros na população total do país (os eslovacos perfazem 85% do total) e essa importante minoria étnica queixa-se de uma discriminação crescente por parte dos eslovacos. Romênia, Bulgária e Albânia 8- Alguns países da Europa oriental se industrializaram mais recentemente. É o caso da Romênia, da Bulgária e, principalmente, da Albânia, que ainda é um país muito pouco industrializado e com uma economia baseada nas atividades agrárias. 8.1- A Romênia foi ocupada pelas tropas soviéticas em 1944, com a expulsão das tropas nazistas que controlavam o seu território. Isso facilitou a sua transformação, por meio do Partido Comunista Romeno, em país de economia planificada. Realizou-se, então, a reforma agrária, nacionalizaram-se as empresas estrangeiras que exploravam os recursos minerais do país e priorizou-se o setor industrial. Até há pouco tempo a Romênia dependia de grandes importações de petróleo e gás natural da União Soviética, que cessaram em virtude da instalação de plataformas petrolíferas no mar Negro. As regiões Galati, Resita e Brasov possuem indústrias têxteis, mecânicas e químicas. 8.2- Na Bulgária, a capital do país, Sofia, é o centro industrial mais importante. 8.3- A Albânia, ainda hoje, é a economia mais atrasada de todo o continente europeu e o país depende muito dos recursos enviados da população que emigrou para o exterior. Trabalhando nos países ricos da Europa em atividades de baixa qualificação (varredores de ruas, limpadores de esgotos, etc), cerca de 300 mil albaneses enviam todos os anos aproximadamente 300 milhões de dólares para seus parentes na Albânia. A antiga Iugoslávia 9- A antiga Iugoslávia, banhada pelo rio Danúbio e com vários planos calcários na costa litorânea do mar Adriático (a oeste), era constituída por povos de várias etnias (sérvios,croatas, eslovenos, albaneses, turcos, monte-negrinos e outros) e populações com religiões bem diversas (católicos, cristãos ortodoxos e islâmicos). Ela só se manteve unida durante várias décadas por causa das pressões das grandes potencias (antes de 1945, a Inglaterra, a França e a Alemanha; e depois os Estados Unidos e, especialmente, a União Soviética), que não desejavam conflitos nessa região, e também por causa do grande carisma do grande líder do país, o marechal Tito. 9.1- Logo após a expulsão das tropas nazistas que ocuparam o território iugoslavo durante a Segunda Guerra Mundial, Tito proclamou a República Socialista Federalista da Iugoslávia., desde 1948, o país definiu uma concepção de socialismo que era diferente da soviética em virtude da autogestão nas fábricas e nos estabelecimentos rurais. Mas a prática demonstrou que essa autogestão nunca foi completa, pois o partido único e oficial sempre acabava nomeando os cargos de chefia mais importantes, além de impor a execução de planos elaborados pelos burocratas a seu serviço. 9.2- Depois da morte de Tito, em 1980, o único líder político da antiga Iugoslávia dotado de apoio popular de diversas etnias, intensificaram-se os conflitos entre várias as várias nacionalidades que formavam o país. em 1991, iniciou-se uma verdadeira guerra civil na antiga Iugoslávia, com a independência de suas ex-repúblicas e conflitos entre as nacionalidades. Esses conflitos podem ser considerados a última guerra sangrenta do século XX e, ao mesmo tempo, um prenúncio do que serão as guerras do século XXI: uma enorme importância da mídia (televisão, jornais, revistas) para o desenrolar dos combates, uso de aviões e mísseis moderníssimos e uma forte influencia cultural e religiosa na identificação de cada um dos lados envolvidos na luta. A desintegração da Iugoslávia 10- A Eslovênia e a Croácia, as duas repúblicas mais industrializadas e com melhor padrão de vida da Iugoslávia, passaram a reivindicar maior autonomia política, apregoando a transformação da Iugoslávia numa Confederação de Estados Independentes. No entanto, a Sérvia, a mais populosa das repúblicas e que sempre dominou o país pelo maior número de políticos, de militares, de destinação de verbas, etc., pretendia manter a unidade da Iugoslávia e o domínio da etnia sérvia (a mais numerosa) sobre as demais. 10.1- A grande mistura de nacionalidades nas diversas repúblicas é um elemento que dificulta a separação entre elas. Há sérvios na Croácia, na Bósnia, etc., assim como há croatas na Bósnia e muçulmanos em Montenegro, por exemplo. Aliás, este foi o argumento usado pela sérvia ao invadir as repúblicas que se proclamaram independentes: necessidade de proteger as numerosas minorias sérvias que lá habitam. 10.2- Em 1991, a Eslovênia e a Croácia se declararam independentes da Iugoslávia. Em resposta, o exército Iugoslavo (na realidade controlado pela Sérvia), invadiu esses novos países originando a guerra. A Eslovênia logo se viu livre dessas tropas, principalmente porque aí elas não tinham apoio em fortes minorias étnicas e precisavam se voltar para as outras áreas. Mas, na Croácia, as batalhas duraram mais de um ano e uma parte do país ficou sob o domínio sérvio durante vários anos. 10.3- Também em 1991 ocorreu a independência da Macedônia. Mas não houve guerra nesse caso, porque a Macedônia continuou muito ligada à atual Iugoslávia, que hoje se chama União da Sérvia e Montenegro. Além disso, os sérvios constituem somente 2,3% da população total da Macedônia e mesmo assim o idioma servo-croata foi considerado uma das línguas oficiais do país. 10.4- Em 1992, com a declaração da independência da Bósnia-Herzegovina, iniciou-se a guerra mais sangrenta da antiga Iugoslávia: a chamada da “guerra da barbárie”, algo nunca visto na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A Bósnia – região onde há grande mistura de etnias ou nacionalidades (os muçulmanos da Bósnia, os croatas, os sérvios e outros) – tornou-se, de 1992 até 1996, o palco de violentas lutas entre tropas sérvias, forças croatas e populações bósnias ou muçulmanas, num processo que arrasou o país e que até hoje ainda não está definitivamente resolvido, pois não se sabe se essas três etnias poderão conviver no mesmo território sem a intermediação de tropas estrangeiras. União da Sérvia e Montenegro 11- A União de Sérvia e Montenegro possui uma área bem menor que a da antiga Iugoslávia. Composta pela Sérvia (que controla as províncias de Voivodina e controlava, até 1999, a província de kosovo, hoje com a presença de tropas da ONU para garantir a paz) e por Montenegro, foi chamada de república Federal da Iugoslávia de 1992 a 2003. a capital fica em Belgrado e a população do novo país é de cerca de 10,5 milhões de habitantes; as principais etnias são: sérvios (63% do total), albaneses (13,5), montenegrinos (5,5%) e húngaros (3,9%). Eslovênia 12- A Eslovênia é o país oriundo da antiga Iugoslávia que possui menos problemas. Era a república mais rica daquele país (gerava 25% da renda total com apenas 8% da população iugoslava) e hoje possui a renda per capita mais elevada de toda a Europa Oriental, com cerca de 12.000 dólares. Cerca de 90,5% da população do país é formada pela etnia eslovena. Por causa da pequena presença de sérvios em sua população (apenas 2,5% do total) e, especialmente, de sua posição geográfica, distante da sérvia (a Bósnia e a Croácia ficam entre as duas), a Eslovênia não foi palco de batalhas intensas pela sua independência, o que significa que não houve tanto a se reconstruir. Croácia 13- Com uma renda per capita de cerca de 4500 dólares, a Croácia é um país industrializado, embora atravesse uma grave crise desde os anos 1990, quando se tornou independente. Com uma população de cerca de 5 milhões de habitantes, composta principalmente por croatas (78% do total), sérvios (12%), húngaros, eslovacos e bósnios, a Croácia enfrenta ainda um forte movimento separatista sérvio na sua província de Krajina, na fronteira com a Bósnia. Zagreb, a capital do país, se destaca pela concentração das indústrias têxtil, química e mecânica. Mas as indústrias siderúrgica e petroquímica também se desenvolvem na Croácia. O turismo, importante fonte de renda, diminuiu consideravelmente a partir de 1991. Macedonia 14- A Macedônia fica na parte sul da antiga Iugoslávia (hoje a sérvia é a vizinha do norte), fazendo fronteira com a Grécia, a Albânia, e a Bulgária. A capital é Skopje, a renda per capita fica ao redor de 1900 dólares e a população total é de cerca de 2,1 milhões de habitantes. A etnia predominante é a de macedônios (67% do total), seguidos pelos albaneses (19,5%), turcos (4,5%) e sérvios (2,3%). Um importante problema étnico-territorial da Macedônia é a forte minoria albanesa, que se queixa da discriminação e começa a falar em separatismo da parte noroeste do país, nas vizinhanças com o Kosovo, área onde essa etnia predomina. Bósnia-Herzegovina 15- A Bósnia é um país arrasado pela guerra e necessita de reconstrução: cidades, fábricas e campos de cultivo foram destruídos; houve milhares de mortos e feridos; as doenças proliferam em conseqüência das péssimas condições sanitárias, etc. O conflito no Kosovo 16- O último episódio, até o final do século XX, da guerra interminável na antiga Iugoslávia foi o conflito de Kosovo, província na qual a grande maioria da população é de origem albanesa e houve uma tentativa da sérvia de promover uma limpeza étnica, exterminando essa população. O Kosovo tem uma área de 10.800 km² e fica ao sul da União de Sérvia e Montenegro, tendo fronteiras com a Macedônia (na sua parte sudeste) e com a Albânia (a oeste). Com cerca de 2 milhões de pessoas viviam em Kosovo em 1997; mas os conflitos de 19981999 provocaram a morte de centenas de milhares de refugiados (por volta de 700 mil). 16.1- Contudo, de abril a junho de 1999, as forças armadas da Otan, lideradas pelos Estados Unidos, promoveram milhares de operações aéreas de bombardeios na Sérvia e nas áreas do Kosovo dominadas pelas tropas sérvias. Houve uma enorme destruição na Sérvia e no Kosovo: foram bombardeados estradas, aeroportos, pontes, usinas, edifícios governamentais, etc. Finalmente, em 1999, o governo da exIugoslávia assinou um tratado de paz no qual concordou em retirar as suas tropas do Kosovo e permitiu o controle desse território por tropas da ONU (milhares de soldados norte-americanos, ingleses, alemães, franceses e russos). Com isso, grande parte dos refugiados voltou ao Kosovo e tenta reconstruir as suas vidas. 16.2- A situação do Kosovo parece indefinida. Ele ainda é oficialmente uma província da União de Sérvia e Montenegro, mas a grande maioria de sua população quer a independência. Os kosovares, ou albaneses, não se entendem com a minoria Sérvia, principalmente porque os sérvios foram cúmplices no massacre que a ex-Iugoslávia promoveu contra eles. Há ressentimentos entre essas etnias e dificilmente elas conseguirão, juntas, reconstruir de forma harmônica o Kosovo. E o território, que já era pobre, ficou arrasado com os massacres e os bombardeios, necessitando de muitos recursos (e provavelmente muito tempo) para voltar a uma situação estável e sem miséria. ATIVIDADES I- Quais foram as principais mudanças ocorridas no mapa político da Europa oriental após 1989? II- Quais são os chamados países bálticos? O que eles tem em comum? III- Mencione quais são os países mais industrializados da Europa oriental.