Resumos CLÍNICA MÉDICA, CIRURGIA E TERAPÊUTICA MEDICAL CLINIC, SURGICAL AND THERAPEUTIC 8º Simpósio Brasileiro de Hansenologia 8th Brazilian Leprosy Symposium 30 outubro a 02 de novembro de 2015 October 30 - November 02, 2015 São Paulo - São Paulo - Brasil EFEITO COLATERAL PRECOCE DA RIFAMPICINA NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE E SUBSÍDIOS PARA O RECONHECIMENTO DA SÍNDROME PSEUDOGRIPAL. Carla Biondo Toscano de BRITO(1,3), Cássio Battisti SERAFINI(1,3), Túlio Neutzling ZANCHIN(1,3), Fernanda Blanco VÁZQUEZ(2,3), Fernanda Mesquita Abi-Rihan CORDEIRO(1,3), Carla Puppim MELLO(1,3), José Augusto da Costa NERY(1,3,4) UNESA - Universidade Estácio de Sá(1), FTESM - Fundação Técnico Educacional Souza Marques(2), IDPRDA - Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay(3), FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz(4) Introdução: O tratamento da Hanseníase deve ser precoce e visa evitar a evolução da doença, quebrando a cadeia epidemiológica e diminuindo a instalação de incapacidades física, social e psicológica causada pela doença. O tratamento é eficaz e seguro podendo, contudo, gerar efeitos adversos. Uma das drogas utilizadas na poliquimioterapia multibacilar (PQT-MB) é a Rifampicina, ela pode desencadear um processo de caráter emergencial, conhecido pela Síndrome Pseudogripal (SP). Possuindo sintomas semelhantes aos da gripe como febre, calafrios, astenia, mialgias e cefaleia, essa Síndrome pode evoluir rapidamente com eosinofilia, trombocitopenia, anemia hemolítica e até mesmo choque. Embora rara, a Síndrome Pseudogripal pode se manifestar antes da segunda ou quarta dose supervisionada como é relatada na literatura, e traz sintomas como: febre, calafrios, astenia, mialgias, cefaléia, dores ósseas. Objetivos: Cabe ao profissional de saúde estar atento e ter o conhecimento de causa para diagnosticar, interpretar e tratar adequadamente tanto o quadro sistêmico, quanto o dermatológico apresentado pelo paciente, do mesmo modo que tratar as reações adversas aos medicamentos quando necessário. Materiais e Métodos: Paciente feminino, 53 anos de idade, do lar, natural do Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Procurou atendimento no Serviço de Dermatologia Sanitária da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Resultados: Ao exame dermatológico, foram observadas múltiplas máculas hipocrômicas não descamativas nos membros superiores e espessamento ulnar bilateral e indolor. Na região superior do dorso e membros inferiores máculas hipercrômicas residuais. Solicitou-se baciloscopia para Hanseníase com resultado positivo. Iniciou tratamento com PQT-MB e quatro dias após, a paciente procurou atendimento na emergência do seu bairro por apresentar náuseas, febre, eritema, edema e máculas com evolução para pápulas e úlceras respectivamente. Foi diagnosticada com um processo alérgico a esclarecer, tratada com 20 mg de corticoterapia, 180mg de anti-histamínico, e a PQT-MB foi suspensa. Retornou ao serviço da Santa Casa para ser reavaliada, foi diagnosticada como Síndrome Pseudogripal, e teve como conduta manter suspensa a PQT-MB, solicitados exames e agendado retorno para reavaliação e acompanhamento do caso. Conclusão: As manifestações clínicas da Hanseníase e seu tratamento não se restringem ao comprometimento cutâneo e à administração de fármacos. A Síndrome Pseudogripal é um efeito colateral da Rifampicina, utilizada no tratamento da Hanseníase, e pode se manifestar em um tempo muito curto diferente de como é relatada pela literatura. Portanto, o profissional da saúde deve ter conhecimento da sua apresentação sistêmica a fim de aplicar uma conduta rápida e correta, evitando que o quadro do paciente tenha um desfecho grave. Palavras-chaves: Efeitos Colaterais da Rifampicina, Hanseníase, Síndrome Pseudogripal Hansen Int. 2015; 40(Suppl 1): 58 ISSN: 19825161 (on-line) Hansenologia Internationalis