caderno de resumos

Propaganda
CADERNO DE RESUMOS
DO
III CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS
LINGUÍSTICOS
HOMENAGEM A LUCIA LOBATO
Universidade de Brası́lia,
17 a 21 de agosto de 2015
APOIO
SUMÁRIO"
!
SESSÕES$DE$COMUNICAÇÃO.....................................................................................................4#
Rita! Manzini! (University! of! Firenze)! Definite/animate! (DOM)! objects! and! the! morphological!
dative!........................................................................................................................................................................................!5"
Teresa!Cristina!Wachowicz!(UFPR)!Aquisição!de!massivos!e!contáveis!em!posição!de!objeto!no!
português!brasileiro!...........................................................................................................................................................!6"
Carlos!Muñoz!Pérez!(Universidad!de!Buenos!Aires)!There!is!no!need!for!Late!Merger!......................!6"
Patrícia!Rodrigues!(UFPR)!NonYfinite!complements!of!perception!verbs!and!Aspect!.........................!7"
Juana! M.! Liceras! (University! of! Ottawa,! Canada);! Raquel! FernándezYFuertes! (Universidad! de!
Valladolid,! Spain)! e! Rachel! Klassen! (University! of! Ottawa,! Canada)! Formal! accounts! of! subjetY
verb!switches!and!the!representation!of!language!in!the!mind!of!the!bilingual!.....................................!.8"
Sonia! Kaminszczik! (Universidad! de! Buenos! Aires,! CONICET)! e! Romina! Trebisacce!(Universidad!
de!Buenos!Aires,!CONICET)!Reflexive!and!pseudoYreflexive!constructions!in!Spanish!....................!11"
Aroldo! L.! de! Andrade! (Unicamp)A! unified! analysis! for! marked! topic! constructions! and! their!
restrictions!...........................................................................................................................................................................12"
Guilherme!Lourenço!(UFMG)!Sentential!negation!in!Brazilian!Sign!Language.......................................13"
Bruna!Pereira!(UFVJM)!PostYnominal!possessives!and!sentential!agreement!......................................14"
Lívia!de!Mello!Reis!(UFSC)!e!Sandra!Quarezemin!(UFSC)!Clivadas!e!Pseudoclivadas!Extrapostas!
no!Português!Brasileiro!.................................................................................................................................................!16"
Cristina! de! Souza! Prim! (UNICAMP)! A! especificidade! do! DP! e! o! movimento! dos! adjetivos!
qualificativos!......................................................................................................................................................................!16"
Danniel!da!Silva!Carvalho!(UFBA)!Failed!agreement!as!feature!relativization!....................................!.17"
Paula! Roberta! Gabbai! Armelin! (Universidade! de! São! Paulo)! O! duplo! estatuto! da! consoante! /z/!
nas!formações!diminutivas!e!aumentativas!do!português!brasileiro!........................................................!18"
Julio! William! Curvelo! Barbosa! (USP)! Parametric! hierarchies! and! surface! Morphosyntax:!
connecting!serial!verbs,!datives!and!applicatives!..............................................................................................!19"
Ezekiel!J.!Panitz!(UCL)!Null!Objects!in!Brazilian!Portuguese,!Revisited!...................................................!21"
Vitor!Augusto!Nóbrega!(USP)!The!essential!lexicalYgrammatical!alternation!in!syntax!...................!23"
Simone! Guesser! !(UFRR)! e! Marcelo! Giovannetti! Ferreira! Luz! (UFRR)Considerações! de! interface!
sintaxeYsemântica!sobre!a!omissão!da!cópula!em!sentenças!copulares!do!PB!.....................................!24"
Fernando!Martín!Carranza!(Universidad!de!Buenos!Aires,!FONCyT)!e!Sonia!Tamara!Kaminszczik!
(Universidad!de!Buenos!Aires,!CONICET)!On!patientYbeneficiary!accusative!constructions!.........!25"
Philip! Miller! (Universidade! de! São! Paulo! e! Université! Paris! Diderot),! Pascal! Amsili! (Université!
Paris! Diderot),! Gabriel! Flambard! (Université! Paris! Diderot)! e! Barbara! Hemforth! (Univrersité!
Paris!Diderot)!Missing!antecedents!found!............................................................................................................!26"
Ana!Muller!(USP)!&!Marta!Donazzan!(Universität!Köln)!Numerais!distributivos!...............................!26!
Marcello! Modesto! (USP)! Inflected! infinitives! and! the! theory! of! control:! a! unified! account! of! BP!
null! subjects........................................................................................................................................................................28!
Maria! José! Foltran! (UFPR/CNPq),! Vitor! Augusto! Nóbrega! (USP),! Livia! Oushiro! (USP)! Multiple!
determiners! in! Brazilian! Portuguese! indefinite! noun! phrases:! intensification! reading! and!
agreement! marker! distribution..................................................................................................................................29!!
Timothy! Gupton,! University! of! Georgia! (USA)! Challenges! for! encoding! focus! in! the! syntax:!
experimental!evidence!from!Spanish!.......................................................................................................................30!
!
$
$
!
!
1!
!
SESSÃO$DE$PÔSTER$$
Edite!Consuêlo!da!Silva!Santos!(UFPE)!e!Helena!da!Silva!Guerra!Vicente!(UnB)O!papel!do!input!no!
aprendizado!do!uso!do!sujeito!nulo!na!escrita!por!alunos!da!educação!básica!............................!........33"
Bruno! Pilastre! de! Souza! Silva! Dias! (Universidade! de! Brasília)! A! ambiguidade! dos! predicados!
psicológicos!da!classe!de!assustar:!o!caso!das!passivas!verbais!e!adjetivais!..........................................!33"
Lilian! Coelho! PIRES! (UFRR)! Aquisição! da! escritaYpadrão! do! português! brasileiro! em! esfera!
escolar!...................................................................................................................................................................................!34"
Joyce! Maria! SandesYdaYSilva! (UESB)! e! Adriana! S.! C.! LessaYdeYOliveira! (UESB)A! estrutura!
argumental!no!processo!de!aquisição!do!português!escrito!por!surdos!..................................................!36"
Aline!Jéssica!Pires!(UNICAMP)!!Differential!Object!Marking!no!português:!uma!análise!diacrônica
!................................................................................................................................................................................................!36"
Alane! Luma! Santana! Siqueira! (UFPE)Uma! discussão! acerca! da! concordância! de! gênero! em!
construções!predicativas!adjetivais!no!português!do!brasil!.........................................................................!37"
Thayse! Letícia! Ferreira! (UFSCar)Uma! proposta! semântica! para! a! análise! da! causativização! dos!
verbos!de!movimento!em!PB!.......................................................................................................................................!38"
Lizandra! Caires! do! Prado! (UnB)! e! Adriana! S.! C.! Lessa! de! Oliveira! (UESB)! A! categoria! dos!
determinantes!na!Língua!Brasileira!de!Sinais!.....................................................................................................!39"
Lara!Frutos!(USP)!Mecanismos!de!intensificação!adverbial!no!Guarani!Paraguaio!...........................!40"
Layane! Rodrigues! de! Lima! Santos! (UFG/UnB)! Aspectos! da! interlíngua! de! surdos! usuários! da!
Língua! Brasileira! de! Sinais! na! aquisição! do! Português! como! Segunda! Língua:! o! contexto!
universitário.........................................................................................................................................................................41!
Fernanda!Rosa!da!Silva!(USP)!Tópico!contrastivo!em!sentenças!com!deslocamento!no!português!
brasileiro!..............................................................................................................................................................................!41"
Harley!Toniette!(UNICAMP)!Da!estrutura!de!sintagmas!preposicionados!adverbiais!no!português!
brasileiro!–!questões!para!uma!teoria!da!gramática.!........................................................................................!42"
Anderson!Almeida!da!Silva!(UNICAMP)!Classificadores!em!LIBRAS:!morfemas!ou!núcleos?!........!43"
Karin! Camolese! Vivanco! (Universidade! de! São! Paulo)! Ordem! de! constituintes! e! prosódia! em!
karitiana:!o!caso!das!orações!relativas!de!objeto!...............................................................................................!44"
Zenaide!Dias!Teixeira!(UEG)!e!Heloísa!M.!M.!L.!de!A.!Salles!(UnB)!O!licenciamento!de!locativos!na!
posição!de!sujeito!no!PB!................................................................................................................................................!45"
Hely! Cesar! Ferreira! (UnB)! A! expressão! sintática! da! estrutura! argumental! na! interlíngua! dos!
surdos!aprendizes!português!de!L2..........................................................................................................................46!
Letícia! da! Cunha! Silva! (UnB)! e! Rozana! Reigota! Naves! (UnB)! ! Verbos! de! Trajetória:! Teoria!
gramatical!e!ensino!de!gramática!na!Educação!Básica......................................................................................46!
Denise!Miotto!Mazocco!(UFPR)!“Presente!histórico”!e!classes!accionais................................................47!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Wagner! Luiz! Ribeiro! dos! Santos! ! Orações! Relativas! de! Grau! em! PB:! Implicações! sintáticoY
semânticas.............................................................................................................................................................................48"
Lara! Ribeiro! da! Silva! (UNICAMP)! As! diferenças! entre! o! que! se! fala! e! o! que! se! escreve! no!
português!do!Brasil:!a!aquisição!de!clíticos!de!terceira!pessoa!como!L1!e!L2!......................................!48"
Manoel! Bomfim! Pereira! (UnB)! O! estatuto! sintático! dos! pronomes! reduzidos! no! português!
dialectal!de!Minas!Gerais!e!Goiás!...............................................................................................................................!49"
Moacir!N.!F.!Junior!(UnB)!"Você!abre!o!livro"!Y!aspectos!sintáticos!de!sentenças!imperativas!no!
PB:!licenciamento!de!sujeitos!(SYV)!vs!sentenças!declarativas!.....................................................................!50"
Daniel!Machado!(UnB)!Prepositions!as!complementizers!in!brazilian!portuguese:!modal!markers!
and!obviators!.....................................................................................................................................................................!51"
Ticiana! Andrade! de! Sena! (UNICAMP)Reflexões! sobre! estrutura! argumental! com! base! em!
exemplos!do!Kadiwéu!....................................................................................................................................................!52"
Fábio! Bonfim! Duarte! (UFMG)! e! Christiane! Miranda! Buthers! (UFMG)! Português! Brasileiro:! uma!
língua!de!sujeito!nulo!ou!de!sujeito!obrigatório?!...............................................................................................!53"
Talita!G.!Mensades!Silva!(UnB)!e!Eloisa!Nascimento!Silva!Pilati!(UnB)!O!gerativismo!e!a!sala!de!
aula:!contribuições!para!ensino!de!línguas!...........................................................................................................!54"
2!
!
Alzira!Neves!Sandoval!(Universidade!de!Brasília)!e!Eloisa!Nascimento!Silva!Pilati!(Universidade!
de!Brasília)!Variação!na!concordância!verbal!com!DPs!complexos!............................................................54!
Stefania!Caetano!Martins!de!Rezende!Zandomênico!(UnB)!e!Eloisa!Nascimento!Silva!Pilati!(UnB)!
Estratégias! de! preenchimento! do! sujeito! e! manifestação! da! concordância! verbal! em! produções!
escritas!de!alunos!de!EJA:!uma!análise!preliminar!comparativa!.................................................................!55!
Juliana! Carolina! Argenta! Carlos! Lopes! da! Silva! (UnB)! e! Eloisa! Nascimento! Silva! Pilati! (UnB)!
Estudo!de!caso!sore!o!desenvolvimento!da!consciência!sintática!em!sala!de!aula!..............................!56"
Alex! de! Britto! Rodrigues! (UFPR)! Decomposição! lexical! em! primitivos! semânticos! e! a!
problematização!da!analiticidade!............................................................................................................................!.57"
Wallace!Soares!Barboza!(UnB)!Interface!sintaxe!–!fonologia:!um!estudo!acerca!da!percepção!oral!
de!aprendizes!de!inglês!como!língua!estrangeira!.............................................................................................!.57"
Paula! Guedes! Baron! (UnB)! e! Rozana! Reigota! Naves! (UnB)! Uma! investigação! sobre! a! natureza!
locativa!do!Experienciador!em!predicados!psicológicos!no!português!brasileiro................................58"
Rafael!Martins!Rocha!(UnB)!e!Helena!da!Silva!Guerra!Vicente!(UnB)!A!semântica!intensificacional!
dos!“diminutivos”!e!suas!implicações!morfológicas!.........................................................................................!59"
Jane!Adriana!Ramos!Ottoni!de!Castro!(Universidade!de!Brasília)!ECM!vs!default!accusative!Case!
in!Latin!..................................................................................................................................................................................!60!!!
Bruna!Moreira!(UnB)!Dispositional!adjectives:!different!sizes!....................................................................!60!
Carla!Pereira! Minello! (Unicamp)! Algumas! considerações! acerca! da! aquisição! da! voz! passiva! no!
português! brasileiro.........................................................................................................................................................61!
Maria!José!de!Oliveira! (UFMG)! Fatores! condicionantes! da! alternância! causativoYincoativa! no!
Português!brasileiro!(PB):!uma!abordagem!à!luz!da!Morfologia!Distribuída!(MD)...........................62"
Camila! Parca! Guaritá! (UnB)! e! Eloisa! Nascimento! Silva! Pilati! (UnB)! Orações! gerundivas! com!
sujeito! oracional! no! Português! do! Brasil.......................................................................................................63!
Elisabete! Ferreira! (UnB)! e! Helena! da! Silva! Guerra! Vicente! (UnB)! Contribuições! da! Linguística!
Gerativa! ao! “ensino”! de! concordância! na! Educação! Básica:! intuição! linguística,! eliciação! e!
“aprendizagem”!de!língua!materna...........................................................................................................................!63"
!
!
!
"
!
"
3!
!
"
"
SESSÕES"DE"COMUNICAÇÃO""
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
4!
!
Sessão"de"Comunicação"1""
"
!
Definite/animate"(DOM)"objects"and"the"morphological"dative"
Rita"Manzini"(University"of"Firenze)"
"
!
Under!Differential!Object!Marking!(DOM),!animate/definite!objects!appear!in!the!dative/oblique!
in!IndoYEuropean!(IE)!languages,!for!instance!in!Southern!Italian!(1)!where!they!are!introduced!
by!a,!like!a!goal.!The!IEYwide!distribution!of!the!phenomenon!does!not!seem!compatible!with!the!
conclusion!that!the!coincidence!of!goal!and!DOM!dative!is!a!mere!matter!of!homophony.!!
!
!
!
"!
In!order!to!capture!the!generalization!we!are!interested!in!(goal=DOM=dative)!we!need!a!
framework!theory!of!case.!Since!this!work!is!concerned!with!oblique,!a!fairly!obvious!intuition,!
originally!formalized!by!Fillmore!(1968),!is!that!oblique!cases!are!the!inflectional!equivalent!of!
prepositions.! We! assume! that! a! preposition! is! a! predicate! introducing! a! relation! between! the!
argument!it!selects!and!another!argument;!the!same!will!then!be!true!of!soYcalled!oblique!case.!
!
We! take! ‘inclusion’! (partYwhole)! to! be! the! primitive! content! of! the! ‘to’! preposition;! we!
take! dative! case! to! have! the! same! content.! We! notate! inclusion! with! (⊆),! though! the! inclusion!
relation! is! to! be! construed! not! mathematically! but! as! a! looser! zonal! inclusion! one! (Belvin! and!
den!Dikken!1997).!In!English!(2),!P(⊆)!takes!as!its!internal!argument!its!sister!DP!me,and!as!its!
external!argument!the!sister!to!its!projection,!i.e.!the!DP!it.!Correspondingly,!the!second!internal!
argument! of! ‘give’,! i.e.! the! traditional! dative,! denotes! a! superset! including! the! first! internal!
argument,!i.e.!the!accusative,!cf.!(2c).!!
(2)!
a.!
They!give!it!to!me!!
!
!
!
!
!
!
!!
b.!
give![PredP!it![[P( )!to]!me]]!
c.!
[they!give![it![PART!OF/IN!POSSESSION!OF!me]]]!
""
Going! back! to! (1),! given! the! assumption! that! the! deictic/definite! object! DPs! are!
morphologically! dative,! the! question! is! what! this! means! semantically.! We! propose! that! in! this!
instance! the! two! arguments! of! P(⊆)! are! the! object! DP,! e.g.! ‘that! woman’! and! –! we! assume! –! an!
eventive! constituent.! Intuitively,! transitive! predicates! can! be! paraphrased! as! consisting! of! an!
elementary! predicate! associated! with! an! eventive! name.! Hale! and! Keyser! (1993),! Chomsky!
(1995)! formalize! this! intuition! by! assuming! that! they! result! from! the! incorporation! of! an!
elementary!state/!event!into!a!transitivizing!predicate!v.!!Within!such!a!conceptual!framework!it!
becomes!clearer!what!we!mean!when!we!say!that!P(⊆)!takes!as!its!arguments!the!(elementary)!
state/event!and!the!object!DP.!Informally,!(1)!can!be!rendered!as!‘I!gave!that!woman!a!call’.!Thus!
in!(3),!dative!‘to’!establishes!a!relation!between!the!animate/specific!argument!‘that!woman’!and!
the!VP!event!‘call’.!
(3)!
a.!
They!call!‘to’!that!woman!
!
!
!
!
!
!!!!!!!!!cf.!(1)!
b.!
[v!CAUSE![VP!call![[P( )!to]!that!woman]]!
c.!
[they!CAUSE![call!PART!OF/IN!POSSESSION!that!woman]]!!
!
In!short,!while!a!goal!dative!is!a!P(⊆)!constituent!required!by!the!event!(the!predicate)!–!
the!DOM!dative!is!a!P(⊆)!constituent!required!by!the!referential!properties!of!the!internal!
argument.!Languages!with!DOM!datives!are!those!where!an!argument!with!certain!referential!
properties!can!never!be!inserted!VPYinternally!except!under!P(⊆).!!"
⊆
⊆
"
!
5!
!
Aquisição"de"massivos"e"contáveis"em"posição"de"objeto"no"português"
brasileiro"
Teresa"Cristina"Wachowicz"(UFPR)"
"
Este! trabalho! tem! como! objetivo! investigar! as! produções! de! termos! massivos! e! contáveis! em!
posição!de!objeto!direto!em!dados!de!experimentos!com!crianças!nativas!do!português!brasileiro!
(PB),!tais!como!em:!(Experimentador)!“O!que!ele!deu!pra!ela?”;!(Criança)!“(o/um)!carrinho”!ou!
“(a/uma)! massinha”.! As! questões! iniciais! que! motivaram! o! experimento! podem! ser! assim!
sintetizadas:! 1)! As! crianças! são! sensíveis! à! interpretação! massivo/contável! em! posição! de!
objeto?! 2)! Termos! massivos! e! contáveis! motivam! respostas! com! ou! sem! determinantes?! 3)! Há!
diferentes!contextos!composicionais!da!sentença!que!motivam!construções!diferentes?!Do!ponto!
de!vista!da!discussão!teórica,!Pires!&!Rothstein!(2011)!defendem!que!os!singulares!nus!no!PB!são!
semanticamente! massivos! e! diferem! dos! plurais! nus.! DobrovieYsorin! et.! al.! (2012),! por! outro!
lado,!mostram!que!algumas!línguas!românicas,!tais!como!o!espanhol!e!o!romeno,!aceitam!nomes!
nus! em! posição! de! objeto.! No! que! se! refere! à! aquisição,! especialmente! do! inglês,! é! comum! a!
hipótese! de! que! os! contextos! gramaticais! quantificadores! definem! a! semântica! massivo! VS.!
contável!(NICOLAS,!1996).!Nesse!quadro!teórico,!a!presente!pesquisa,!filiada!ao!Laboratório!de!
Aquisição! da! Universidade! Federal! do! Paraná,! desenvolveu! experimentos! de! produção! iliciada!
(CRAIN!&!THORTON,!!1998)!em!45!crianças!falantes!nativas!do!PB,!entre!3!e!5!anos!de!idade,!em!
que!três!variáveis!foram!controladas:!(i)!a!semântica!do!argumento!interno!(o!indivíduo!massivo!
“massinha”!e!o!contável!“carrinho”);!(ii)!a!accionalidade!verbal!(o!verbo!pontual!“dar”!e!o!verbo!
durativo! “pintar”;! (iii)! contextos! de! perspectiva! aspectual! (o! evento! episódico,! com! a! flexão!
perfectiva!“deu/pintou”!e!o!evento!habitual,!com!a!flexão!do!presente!“dá!sempre/pinta!sempre”.!
O! experimento! consistiu! de! cenas! filmadas! em! seis! arquivos! de! vídeo! que! combinaram! essas!
variáveis,! intercalados! por! cenas! distratoras.! Ao! ver! cada! cena,! a! criança! era! questionada! por!
sentenças! que! provocavam! o! preenchimento! da! posição! de! objeto:! “O! que! ele! deu! pra!
ela/pintou?”! ou! “O! que! ele! dá! pra! ela! sempre/pinta! sempre?”.! Os! mesmos! experimentos! foram!
testados! em! 16! adultos.! Os! resultados! mostraram! tendência! de! as! crianças! produzirem!
singulares!nus!com!termos!massivos,!mais!concentradamente!em!contextos!com!o!verbo!“dar”!e!
“pintar”!na!leitura!habitual.!Os!adultos,!por!outro!lado,!mesmo!que!os!objetos!mudassem!durante!
o! experimento! (as! cenas! continham! carrinhos! diferentes! e! massinhas! com! cores! diferentes),!
tenderam! praticamente! em! 100%! a! preencher! o! NP! objeto! com! determinantes! definidos! (o/a)!
quando!o!indivíduo!carrinho!ou!massinha!já!estavam!apresentados!no!contexto!do!experimento.!
As! diferenças! entre! os! resultados! das! crianças! e! dos! adultos! nos! sugerem! saliência! semântica!
(HIRSHYPASEK!et.!al.,!2006)!para!a!distinção!massivo/contável!nessa!faixa!etária,!mesmo!sendo!
considerada! a! hipótese! maturacional! (RADFORD,! 1990)! ou! continuísta! (PINKER,! 1984)! de!
aquisição!de!categorias!funcionais,!tais!como!determinantes,!em!produções!infantis.!Os!adultos,!
por!outro!lado,!demonstram!saliência!discursiva!(STEEDMAN,!1996),!ao!preencherem!definitude!
em!NPs!já!apresentados!no!contexto!dos!experimentos.!
"
"
There"is"no"need"for"Late"Merger"
Carlos"Muñoz"Pérez"(Universidad"de"Buenos"Aires)"
"
Copy, Theory, (Chomsky! 1993)! presupposes! a! Non3Distinctiveness, relation! between! a! “moved”!
constituent!and!its!unpronounced!occurrences:!they!must!be!“the!same”!somehow.!Typically,!this!
requirement! is! fulfilled! by! assuming! a! derivational! mechanism! marking! as! nonYdistinct!
constituents! related! by! Internal! Merge! (cf.! Chomsky! 1995,! Nunes! 1995,! 2004).! However,! there!
6!
!
are! several! cases! of! interpretative! asymmetries! between! copies! showing! that! overt! and! silent!
versions! of! a! constituent! may! be! not! “the! same”.! A! classic! example! involves! adjuncts! inside! A’Y
moved!phrases!bleeding!Condition!C.!!
(1)![Which!argument![that!John1!made]]!did!he1!believe?!!
Lebeaux!(1988)!proposed!explaining!this!particular!pattern!by!assuming!that!some!constituents!
(adjuncts,!according!to!him)!can!be!merged!counterYcyclically!inside!the!displaced!phrase!after!
movement!takes!place:!Late,Merger.!Under!Copy!Theory,!this!analysis!involves!assuming!an!A’Y
dependency! between! two! copies! marked! as! nonYdistinct! with! an! index! ι, (2a),! and! the!
introduction!of!the!adjunct!in!the!higher!copy!(2b).!!
(2)!a.!A’3movement [Which!argument]ι!did!he!believe![which!argument]ι!?!!
b.!Late,Merger [Which!argument![that!John1!made]]ι!did!he1!believe![which!argument]ι!?!!
This! kind! of! account! has! been! extended! to! quantifier! scope! (Fox! 1999),! adjunct! extraposition!
(Fox! &! Nissenbaum! 1999),! antecedent! contained! deletion! (Fox! 2002),! comparatives! (Bhatt! &!
Pancheva! 2004),! reconstruction! asymmetries! on! AYmovement! (Takahashi! &! Hulsey! 2009),!
preposition!stranding!(Stanton!2014),!among!other!phenomena.!The!obvious!common!drawback!
posed!by!these!approaches!is!their!plain!violation!of!strict!cyclicity,!a!theoretical!desideratum!in!
generative!linguistics!since,!at!least,!Chomsky!(1965).!!
This! paper! argues! that! representations! as! (2b),! where! a! higher! copy! is! “richer”! than! its! lower!
counterparts,! can! be! cyclically! derived! by! assuming! a! principled! definition! of! “sameness”.!
Basically,!it!is!proposed!that!NonYDistinctiveness!of!copies!does!not!involve!any!kind!of!marking!
during! the! syntactic! derivation,! but! it! is! computed! postYsyntactically! by! inspecting! the! featural!
content! of! constituents.! The! essential! assumption! is! understanding! uninterpretable! features!
(uFF)! as! inaccessible, to! the! PF! and! LF;! so,! for! example,! a! set! of! features! {<Att1,α>,! <Att2,β>,!
<Att3,!_>},!where!<Att3,!_>!is!valueless!(uninterpretable),!will!be!“seen”!just!as!the!set!{α,!β}!at!
the!interfaces.!Under!this!conjecture!it!is!possible!to!define!NonYDistinctiveness!at!the!interfaces!
as!a!complex!result!of!Last,Resort,and!Locality:!since!higher!copies!in!the!structure!are!generated!
to!check!uFF,!the!interfaces!will!see!“additional”!features!on!them;!and!since!movement!is!local,!
no!elements!of!the!same!structural!type!are!expected!to!intervene!between!copies.!Therefore,!the!
definition!in!(3)!follows.!!
(3)! TwoconstituentsαandβarenonYdistinctif:(i)αcYcommandsβ,(ii)thefeaturesofβare! a! subset! of!
the!features!of!α,!and!(iii)!there!is!no!δ!between!α!and!β!being!a!subset!of!α!or!a!superset!of!β.!!
According! to! (3),! two! constituents! do! not! require! being! actual! copies! to! be! interpreted! as! a!
movement! dependency.! Thus,! the! structure! in! (4),! where! the! whYphrase! in! [Spec,C]! is! baseY!
generated,! would! be! interpreted! at! the! interfaces! as! involving! movement! since,! due! to! feature!
checking,!the!higher!whYphrase!properly!contains!the!features!of!the!lower!whYphrase.!!
(4)![CP![Which!argument![that!John1!made]]!did![TP!he1![VP!believe![which!argument]]]].!{Q,!...}!
{...}!!
"
Noncfinite"complements"of"perception"verbs"and"Aspect"
Patrícia"Rodrigues"(UFPR)"
"
In!Brazilian!Portuguese!(BP),!and!also!in!English,!the!verb!ver!/!see,!when!conveying!a!“direct”!
reading,!can!take!either!an!infinitive!(1a)!or!a!gerundive!(1b)!complement.!!
!
(1) a!Eu!vi!Maria!chorar.!/!I!saw!Maria!cry.!
b!Eu!vi!Maria!chorando.!/!I!saw!Maria!crying.!!
!
7!
!
Felser! (1999)! argues! that! the! English! complements! exhibit! an! aspectual! difference:! while! the!
gerundive! complement! describes! the! perceived! event! as! an! incomplete! action,! the! infinitive!
complement!implies!that!the!depicted!event!was!seen!in!its!entirety!(cf.!(2)).!According!to!Felser,!
these! complements! are! headed! by! the! functional! category! Aspect! specified! for! the! feature!
[±prog]:! Asp! head! of! the! gerundive! complement! is! [+prog]! and! Asp! head! of! the! infinitive!
complement!is![Yprog].!!
!
(2) a!I!saw!her!drowning,!but!I!rescued!her.!!
b!#I!saw!her!drown,!but!I!rescued!her.!!
!
For! Gelderen! (2004),! however,! the! infinitive! complement! in! sentences! like! (2b)! and! (3)! bears!
perfective! aspect,! not! because! it! is! inherently! perfective,! but! because! it! cannot! have! an!
independent! aspect.! She! argues! that! in! (3)! the! stative! ‘see’! is! an! evidential! auxiliary! in! Asp!
(always! perfective)! and! that! the! sentence! forms! a! monoYclausal! structure.! For! her,! stative! ‘see’!
can!also!be!a!lexical!verb,!as!in!(4).!In!this!case,!the!sentence!forms!a!biYclausal!structure.!!
!
! !!!(3)!!I!saw!/!*see!him!cross!the!street.! !
!!!!!!!(4)!!I!saw/see!him!crossing!the!street.! !
!
In! this! paper,! we! also! analyze! the! nonYfinite! complements! of! perceptions! verbs! in! BP! as! a!
projection!of!Aspect.!Nonetheless,!we!argue!that!ver!‘see’!is!always!a!full!verb!and!that!the!aspect!
of!the!infinitive!complement!is!not!inherently!perfective.!On!the!basis!of!the!example!in!(5),!we!
defend! that! the! infinitive! complements! are! aspectually! dependent! of! the! matrix,! which! means!
that!they!can!denote!an!imperfective!event!if!the!matrix!event!is!imperfective.!!
!
(1) Eu!estava!vendo!Maria!se!afogar,!mas!alguém!salvou!ela.!!
I!was!seeing!Maria!drown,!but!someone!saved!her!!
!
Based!on!Dermidache!and!UribeYEtxebarria!(2007),!we!propose!that!Aspect!relates!the!reference!
time!to!the!event!time,!and!that!the!reference!time!of!the!complement!is!bound!by!the!reference!
time! of! the! matrix,! since! Tense! is! not! projected.! In! the! case! of! the! gerundive,! as! Asp! is!
morphologically!marked!for!the!progressive,!it!will!pick!out!an!interval!in!the!temporal!contour!
of!the!event!described!by!the!embedded!predicate.!Hence!the!aspect!of!the!embedded!clause!can!
be!independently!progressive.!In!the!case!of!the!infinitive,!which!is!not!morphologically!marked!
for!aspect,!the!reference!time!binds!the!event!time.!Considering!that!the!reference!time!is!bound!
by! the! matrix! reference! time,! the! complement! “inherits”! the! aspectual! value! of! the! perception!
verb.!!
!
!
Sessão"de"Comunicação"2""
"
Formal"accounts"of"subjetcverb"switches"and"the"representation"of"language"
in"the"mind"of"the"bilingual"
!
Juana"M."Liceras,"University"of"Ottawa,"Canada"
Raquel"FernándezcFuertes,"Universidad"de"Valladolid,"Spain"
Rachel"Klassen,"University"of"Ottawa,"Canada"
"
8!
!
More!than!three!decades!ago!it!was!stated!that!pronouns!are!unable!to!be!codeYswitched!while!
DPs! do! codeYswitch! (Gumperz! 1975,! Lipski! 1978,! among! others).! Jake! (1994)! differentiated!
‘grammatical’!(EnglishYlike)!subject!pronouns!from!‘lexical’!(French!or!Arabic)!strong!pronouns!
showing! that! it! is! only! the! former! that! cannot! codeYswitch.! More! recently,! Van! Gelderen! &!
MacSwan! (2008)! and! MacSwan! and! Colina! (2014)! have! provided! a! Minimalist! account! of! how!
the!categorial!nature!of!the!subject!determines!the!viability!of!subject/verb!switches!by!bilingual!
speakers!so!that!switching!between!the!DP!subject!and!the!verb!in!(1)!is!a!grammatical!option!
while!switching!between!the!subject!pronoun!and!the!verb!as!in!(2)!is!ungrammatical.!
!
(1)!That"teacher!odia!los!exámenes!
!
!
!
(2)!*She!odia!los!exámenes!
!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!hates!!!!!!exams!! !
!
!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!hates!!!!!exams!
!
!
!
!
!
!
!
!
! TP
!
!
!
TP !
!
!
!
T’
T’
Spec
!
!
vP
T
vP
!
D
T
!
DP
VP
VP
!
!
D’
!
!
That!teacher
[that!teacher]i!!odia!los!exámenes!!
Shei!
odia!los!exámenes!
i!
[shei]!
!
!
!
!
Van! Gerderen! &! MacSwan! (2008)! consider! the! switch! in! (2)! to! be! ungrammatical! because! it!
violates! the! P(honological)! F(orm)! Disjunction! Theorem! or! Condition! which! rules! out! codeY
switching!below!Xº.!As!shown!in!(1),!lexical!DPs!check!features!in![Spec!TP]!while!pronouns!in!
(2)! undergo! DYtoYT! movement.! In! the! latter! case,! the! mixedYlanguage! complex! head! crashes! at!
PF.!However,!in!the!case!of!strong!pronouns!(Cardinaletti!&!Starke!1999)!such!as!the!French!or!
Moroccan!Arabic!strong!pronouns!in!(3)!and!(4),!Van!Gerderen!&!MacSwan!(2008)!argue!that!the!
PF!Disjunction!Theorem!would!not!be!violated!because!they!behave!as!DPs.!
!
(3)!Moi"dxlt!
[IFrench![wentYin]Arabic!]!!
!
!
!
!
!
! (French/Moroccan!Arabic)!
(4)a.Nta!tu!vas!travailler!
!!!!!!!!!!!!!!![youArabic![you!go!work]French!]!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!(French/Moroccan!Arabic)!
(4)b.Humaya!vergelijken!de!mentaliteit!met!de!islam!
! [theyArabic![compare!the!mentality!with!the!islam]Dutch!]!
(Dutch/Moroccan!Arabic)!
!
As!for!Spanish!subject!pronouns,!and!even!though!they!have!been!considered!to!be!strong!(e.g.!
Alexiadou!&!Anagnostopoulou!1988;!Kato!1999),!EnglishYSpanish!bilinguals!do!not!seem!to!codeY
switch!freely!between!a!Spanish!subject!pronoun!and!an!English!verb!as!in!(5).!
!
!(5)! ???Ella"hates!exams!
!
Koronkiewicz!(2012),!based!on!the!different!codeYswitching!behavior!attributed!to!standard,!as!
in! (5),! versus! nonYstandard! subject! position! pronouns! (prosodically! stressed,! coordinated! or!
9!
!
modified)!as!in!(6),!calls!for!a!further!refinement!and!expansion!of!Cardinaletti!&!Starke’s!(1999)!
strong,!weak!and!clitic!pronominal!systems.!!!
!
!
(6)!a.!! ELLA!hates!exams!
!
(6)!b.! Ella!y!Marsias!hate!exams!
!
(6)!c.!! La!de!sintaxis!hates!exams!
!
According! to! this! distinction,! we! would! expect! the! same! codeYswitching! differences! between!
standard!and!nonYstandard!position!Spanish!and!English!pronouns.!Furthermore,!since!none!of!
the! proposals! make! any! prediction! with! respect! to! potential! differences! between! first,! second!
and! third! person! pronouns,! we! would! also! expect! the! same! codeYswitching! behavior! for! the!
three.!In!this!paper,!we!discuss!codeYswitching!acceptability!judgment!data!elicited!from!a!group!
of! twelve! child! 2L1! (simultaneous! EnglishYSpanish)! bilinguals,! a! group! of! eighteen! child! L2!
(subsequent!Spanish!L1YEnglish!L2)!bilinguals.!We!show!that:!(i)!there!are!significant!differences!
between!subject!DPs!and!subject!pronouns!both!in!English!and!Spanish,!(ii)!there!are!significant!
differences!between!both!English!and!Spanish!third!person!standard!position!pronouns!and!first!
and! second! standard! position! pronouns;! (iii)! Spanish! third! person! standard! position! pronouns!
significantly! differ! from! their! English! counterparts! with! respect! to! codeYswitching;! and! (iv)!
Spanish!third!person!standard!position!pronouns!are!closer!to!DPs!than!to!their!first!and!second!
person!counterparts.!!
In!order!to!account!for!those!differences,!we!propose!an!agreement!version!of!the!soYcalled!
“analogical!criterion”!that!has!been!shown!to!underlie!codeYswitching!preferences!(Liceras!et!al.!
2008)!in!the!case!of!concord!structures!such!as!those!in!(7)!and!(8).!!
!
(7)!la!house!!
!!!!!!!
fem.![casa,!fem.]!
(8)!la!book!
!
fem.![libro,!masc.]!
!
Liceras! et! al.! (2008)! have! shown! that! simultaneous! EnglishYSpanish! bilinguals! and! Spanish!
dominant! bilinguals! systematically! reject! clearYcut! violations! of! the! “analogical! criterion”! as! in!
(8)! where! the! Spanish! feminine! determiner! occurs! with! an! English! noun! whose! corresponding!
Spanish!translation!is!a!masculine!noun.!
Thus,! following! Liceras! et! al.’s! (2008),! we! argue! that,! as! it! is! the! case! with! concord!
structures,! with! third! person! standard! position! pronouns,! Pesetsky! &! Torrego’s! (2001)! double!
feature! valuation! hypothesis! leads! native! Spanish! speakers! and! Spanish! dominant! bilinguals’!
intuitions! when! judging! codeYswitching! structures.! Namely,! both! English! and! Spanish! third!
person!standard!position!pronouns!require!the!valuation!of!their!agreement!feature!on!the!verb!
and! the! verb! requires! to! value! the! nominative! feature! on! the! pronoun.! However,! while! the!
Spanish! pronoun! can! value! its! agreement! feature! on! the! English! verb! (it! is! morphologically!
marked! with! an! –s),! the! English! pronoun! cannot! value! its! nominative! feature! because! the!
Spanish! third! person! verb! lacks! any! morphological! marking,! as! shown! in! (9)! and! (10)!
respectively.!!
!
!(9)"Ella!talkYS!about!syntax,
!
(10)!She!hablaYØ!de!sintaxis!
!
!
This!implies!that!the!need!to!value!the!agreement!feature!born!by!the!Spanish!pronoun!(to!abide!
by!this!version!of!the!“analogical!criterion”)!supersedes!the!PF!Interface!Condition.!
"
"
10!
!
"
"
Reflexive"and"pseudocreflexive"constructions"in"Spanish"
!
Sonia"Kaminszczik"(Universidad"de"Buenos"Aires,"CONICET)"
Romina"Trebisacce"(Universidad"de"Buenos"Aires,"CONICET)"
"
Keywords:"reflexives,"pseudocreflexives,"eventive"structure."
"
The! goal! of! this! work! is! to! account! for! two! different! groups! of! seYconstructions! in! Spanish:! the!
wellYknown!“reflexive!constructions”!(1)!and!the!group!we!call!“pseudoYreflexive”!(2)!formed!by!
changeYofYposition!predicates.!
!
(1) Juan!se!criticó!(a!sí!mismo)!
Juan!SE!criticized!(himself)!
‘Juan!criticized!himself’!
!
(2) Juan!!se!!!!!!!paró!!!(*a!sí!mismo)!
Juan!SE!!!!!stood!up!(himself)!
‘Juan!stood!up’!
!
These! predicates! differ! in! structural! and! semantic! issues:! first! reflexives! but! no! pseudoY
reflexives! license! the! anaphor! a, sí, mismo.! Second,! pseudoYreflexive! predicates! do! not! have! a!
strict!reflexive!reading:!sentences!like!(1)!means!‘Juan!criticizes!Juan’!(Rxx),!while!sentences!like!
(2)!means!that!Juan!initiates!and!undergoes!a!change!of!state!rather!than!“Juan!stands!up!Juan”.!
Therefore,! we! claim! that! predicates! like! (2)! –e.g.,! arrodillarse, (‘to! kneel’),! apoyarse, (‘to! lean’),!
sentarse!(‘to!sit!down’),!acostarse!(‘to!lie!down’),!levantarse!(‘to!get!up’)Y!form!a!particular!class!of!
seYconstructions!in!Spanish.!!
!
!
These!constructions!also!differ!in!the!scope!of!quantification:!
!
(3) María!!se!!acostó!!!!!!!!y!!!!se!!!levantó!otra!vez.!
María!SE!!lay!down!and!SE!got!up!!!!!!again!
‘María!lay!down!and!got!up!again’!
a. María!had!got!up!before!and!then!!she!got!up!again!(iterative)!
b. María!was!up,!she!lay!down!and!then!she!was!up!again!(stative)!
!
(4) María!!se!!!ensució!!!!y!!!!!se!!!!!!!!bañó!!!!!!!!!!!otra!vez.!
María!SE!!got!dirty!and!!SE!took!a!shower!!!!again!
a. María!had!took!a!shower!before!and!then!!she!took!a!shower!again!(iterative)!
b. *María!was!already!clean,!she!got!dirty!and!she!took!a!shower!again!(stative)!
The! ambiguous! scope! in! changeYofYposition! predicates,! we! state,! suggests! a! complex! eventive!
structure.!So,!we!support!the!idea!that!this!predicates!involve!a!stative!subYevent.!In!fact,!as!we!
can!see!in!(5)!and!(6),!in!these!verbs,!contrary!to!reflexive!ones,!the!durative!adverbial!“durante”!
modifies!the!resulting!state!of!the!event:!!!
!
(5) Juan!se!acostó!durante!media!hora!
Juan!SE!lay!down!for!half!an!hour!
Relevant!reading:!Juan!remained!in!the!state!“lying!down”!for!half!an!hour!!!
(6) Juan!!se!!!!!!!!!bañó!!!!!!!!!!!!!durante!media!hora!
11!
!
Juan!SE!!!took!a!shower!!!!!for!half!an!hour!
Relevant!reading:!*Juan!remained!in!the!state!“showered”!for!half!an!hour!!!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!OK:!the!event!of!taking!a!shower!lasted!half!an!hour.!
!
Thus,! assuming! that! functional! heads! are! associated! with! optional! categorial! features! (Müller,!
2010),! different! flavors! of! v, (Folli! &! Harley! 2005)! and! se! as! a! PF! expletive! that! checks! an!
unsatisfied! [D]! feature! of, v! (Pujalte! &! Saab! 2012,! 2014! and! Kaminszczik! &! Saab! in! press),! we!
propose! two! different! derivations! for! the! initial! examples! (1)! y! (2):! a! single! event! (vdo)! for!
reflexive!constructions!and!two!events!(vdo!and!vbe)!for!pseudoYreflexive!ones:!!
!
!
This!proposal!directly!accounts!for!the!syncretic!pattern!of!seYconstructions!in!Spanish!being!
consistent!with!the!semantic!and!syntactic!differences!between!the!reflexive!and!pseudoY
reflexive!predicates.!
!
!
!
A"unified"analysis"for"marked"topic"constructions"and"their"restrictions"
Aroldo"L."de"Andrade"(Unicamp)"
!
Marked! topic! constructions! stay! in! an! area! of! interface! between! syntax! and! pragmatics.! They!
have! been! tackled! in! a! number! of! analyses,! and! have! received! a! unified! analysis! in! Grohmann!
(2003).! This! work! aims! at! revising! this! work,! by! considering! the! problem! of! the! availability! of!
different! types! of! constructions.! The! analysed! constructions! are:! Topicalisation,! Clitic! Left!
Dislocation!and!Contrastive!Left!Dislocation.!Theoretical!implications.!I!adopt!Chomsky’s!(2004/!
2008)! proposal! for! syntactic! phases,! adapted! according! to! the! theory! of! phase! extension!
proposed! in! Den! Dikken! (2007).! Proposal.! Unlike! Grohmann! (2003),! we! suggest! that! the!
emergence! of! resumptives! (in! dislocation! constructions)! is! connected! to! the! operation! copy!
spellYout!taking!place!in!a!number!of!unlocal!dependencies,!instead!of!antiYlocal!(too!local)!ones.!
We! concentrate! on! the! fact! that! Portuguese! has! both! Topicalization! and! Clitic! Left! Dislocation,!
whereas! all! the! other! Romance! languages! only! have! Clitic! Left! Dislocation.! This! difference! is!
explained!in!terms!of!the!postulation!of!an!intermediary!landing!position!for!topics!in!Spec,TP!in!
Portuguese,! due! to! the! existence! of! two! Tense! projections! in! this! language! (due! to! evidence!
discussed!in!Rouveret!1999;!Galves!&!Sandalo!2012).!Canonical!null!subject!languages!would!not!
have!Spec,TP!available!because!T’s!EPP!feature!is!checked!by!the!verb!agreement.!This!proposal!
applies!as!well!to!Contrastive!Left!Dislocation,!a!construction!that!can!be!found!in!V2!languages.!
12!
!
Implications.!The!analysis!predicts!that!Romance!languages!in!general!will!always!show!cases!of!
Left! Dislocation,! except! when! there! is! no! correspondent! clitic! form! available! (CasiellesYSuárez!
2004).! Other! problems! related! to! the! hypothesis! are! discussed,! such! as! the! one! regarding! the!
difference! between! ungrammatical! derivations! and! those! rescued! by! the! last! resort! operation!
“copy!spellYout”.!!
!
(1)!!
Esse!homem!eu!conheço!_.!
(2)!!
Esse!homem!eu!o#conheço.!
(3)!!
Diesen!Mann,!den#kenne!ich.!
!
‘This!man!I!know!(him).’!
"
"
"
!
Sentential"negation"in"Brazilian"Sign"Language"
!
Guilherme"Lourenço"(UFMG)"
!
Sign! languages! are! natural! languages! but! in! a! different! modality.! This! difference! in! modality!
allows! them! to! convey! meaning! by! using! other! visual! information,! not! only! the! hands,! such! as!
body!movement!and!facial!expressions!(nonYmanual!markers).!Negation!in!many!sign!languages!
is!expressed!by!a!combination!of!a!negative!sign!(e.g.!NO)!and!a!specific!facial!expression!(head!
shake,! chin! up! or! a! negative! facial! expression,! see! Zeshan! 2006)." In! Libras! (Brazilian! Sign!
Language),! there! is! the! negative! sign! NO! and! also! a! negative! facial! expression! that! marks!
negation!in!a!sentence!(example!1;!see!also!Quadros!1999;!Arrotéia!2005).!Some!negative!signs!
are! also! used! in! the! language! such! as! NOTHING,! ZERO,! NOBODY,! etc.! (2).! Additionally,! the!
negative! nonYmanual! marker! is! obligatory,! whereas! the! manual! sign! is! optional! (3).! In! Libras,!
there! is! also! an! asymmetry! between! plain! and! agreement! verbs! that! has! a! consequence! on! the!
position! of! the! manual! negative! sign! (4Y5).! Following! Arrotéia! (2005),! I! will! demonstrate! that!
Libras!is!a!nonYmanual!dominant!language,!adopting!Zeshan’s!typology!(2006),!because!the!nonY
manual!marker!is!always!obligatory!and!its!presence!in!the!sentence!allows!the!negative!sign!to!
be!dropped.!Adopting!a!featural!approach!to!sign!language!negation,!as!proposed!by!Pfau!(2015),!
I! assume! that! there! is! a! [neg]! feature! in! the! syntactic! derivation! and! that! this! feature! is!
responsible!for!the!change!of!the!polarity!of!the!sentence.!Additionally,!as!we!can!see!in!example!
(2),!the!presence!of!the!nonYmanual!marker!plus!an!nYword!does!not!change!the!polarity!of!the!
clause!to!affirmative.!So,!Libras!can!be!considered!a!Negative!Concord!language!(Arrotéia!2005).!
Therefore,!we!can!assume!Zeijlstra’s!(2008)!formulation!which!claims!that!Negative!Concord!is!
an! Agree! relation! between! a! single! feature! [iNEG]! and! one! or! more! features! [uNEG].! The!
proposal!here!is!that!the!nonYmanual!marker!is!a!suprasegmental!affix!{negaff}!and!that!it!carries!
a![uNEG]!feature!(as!assumed!by!Pfau!2002,!2015).!Being!an!affix,!{negaff}!occupies!the!head!of!
NegP!and!needs!a!lexical!carrier.!However,!the!verb!in!Libras!does!not!move!to!higher!positions;!
it!stays!in!situ!(Quadros!1999;!Lourenço!2014).!So!we!have!a!typical!affix!hopping!situation!and!
then! [negaff]! percolates! down! to! the! verb! (we! can! assume! an! Agree! operation! as! proposed! by!
Newton!2008,!2009)!and!then!it!spreads!over!the!verb’s!cYcommand!domain.!As!for!the!negative!
sign,!it!is!baseYgenerated!in!Spec,NegP!and!bears!a![iNEG]!feature.!If!the!manual!sign!is!dropped,!
the! Spec,NegP! position! is! occupied! by! a! negative! operator! with! an! [iNEG]! feature! which! cY
commands! the! {negaff},! as! proposed! by! Zeijlstra! (2008).! Finally,! the! asymmetry! between! plain!
and!agreement!verbs!can!be!explained!by!the!fact!that!plain!verb!constructions!have!a!defective!
structure!in!terms!of!ϕYprobes.!So,!once!there!is!no!ϕYfeature!agreement,!the!edge!feature!of!T!is!
checked!by!moving!the!whole!vP!to!Spec,TP.!Therefore,!there!is!no!preYverbal!negative!manual!
sign!in!plain!verb!clauses.!
13!
!
!
Examples:""""""
"""""""""__________neg"
1)!MARY!LOVE!IX1!NO.!!!!!!!!!
,,,,‘Mary,doesn’t,love,me.’,
""""""""""""""________neg"
2)!MARY!BUY!ZERO.!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
!!!!‘Mary,does,not,buy,anything.’,,
,,,‘Mary,buys,nothing.’,
"
"""""""""""*(__________neg)"
3)!MARY!LOVE!IX1!(NO).!!!!!!!!!!!,
"""""""""""""""""""__________neg"
4)!a.!MARY!LOVE!IX1!NO.!!!!!!!!!!!!!
"""""""""""""""""""""__________neg"
!!!!b.!*MARY!NO!LOVE!IX1.!!!!!!!!!!!!!
""""""""""""""""""""__________neg"
5)!a.!MARYa!aHELP1!IX1!NO.!!!!!!!!!!!!!
""""""""""""""""""""__________neg"
!!!!b.!MARYa!NO!aHELP1!IX1.!!!!!!!!!!!!!
,,,,,,,‘Mary,does,not,help,me.’,
,
,
,
Sessão"de"Comunicação"3",
"
!
Postcnominal"possessives"and"sentential"agreement""
!
Bruna"Pereira"(UFVJM)"
!
KEYWORDS:"Possessives;"Agreement;"DP."
!
Portuguese! and! other! Romance! languages! have! possessive! number! agreement! with! the!
noun.!However,!dialectal!Brazilian!Portuguese!has!shown!that!2ndYpersonPL!possessives!in!both!
postYnominal!(1)!and!postYcopular!(2)!position!may!not!agree!in!number!with!the!noun.!!
(1)!
“[A"caixa"de"ecmail!suas]!enche!rápido?”!(Belo!Horizonte:November12th,2014)!!
mailbox3FEM3SG#your*FEM*PL#,
Does!your"mailbox!fill!up!fast?!
(2)!
“Se!não!me!engano,![essa"anotação!é!até!suas]”!(Belo!Horizonte:August19th,2014).!
this,note3FEM3SG,is,even,your*FEM*PL!
!
!If!I!am!not!wrong,!this!note!is!even!yours.!
The productivity of these structures in Mineiro dialect is verified, because the noun may
be left out (4) and preceded by: definite article (1), indefinite article (5), no article (3), and
because the noun may be replaced by indefinite pronoun (6).
(3)! “Isso!é![estratégia"suas]!para!vender!mais”!(Belo!Horizonte:March,2014).!
14!
!
, strategy3FEM3SG#your*FEM*PL,,
! This!is!your!strategy"to!sell!more!products.!!
(4)!!!!“O!nosso!crachá!é!verde!e![o"seus]"é"azul”!(Belo!Horizonte:December11th,2014).!
!
The,our,badge3MASC3SG,is,green,and,the,(ø),your*MASC*PL,is,blue,
!
Our!badge!is!green!and!yours!is!blue.!
(5)!
“[um!aluno!seus]"está!indo!pra!França”!(Belo!Horizonte:April!7th,2015,!Jornal!da!Alterosa:!
<https://www.youtube.com/watch?v=6dQJLJ2v8T4>)!
!
a!studentYSG!yourYPL!
!
Your!student!is!going!to!stay!in!France.!!
(6)!
“Eu!não!contratei![nada!seus],!não!”!(Belo!Horizonte:February13th,2014).!
!
anything,your3PL,
!
I!did!not!hire!anything!from!you.!
This type of construction is not expected under the following assumption: while
“prenominal possessives show number agreement in BP1, postnominal ones do not” (7)
(COSTA; FIGUEIREDO SILVA, 2003, p. 27).
(7)!
a.!“o!meus!livro”!–!“the3SG,my3PL,book3SG”,!
b. “uns livro meu” – “some-PL book-SG my-SG”
In (7), even though the noun ‘book’ does not show morphological plural mark, it is
plural (it refers to books). In contrast, (1-6) have a singular noun that refers to a singular object
(a badge, a note, a student, etc.) while possessive is plural, which reveals a new patter of
agreement that is made with the possessor rather than with the noun.
A! possible! reason! for! the! emergence! of! these! structures! is! related! to! ongoing! parametric!
changes!(ROBERTS;!KATO,!1993)!in!BP!inflectional!system.!In!the!lack!of!a!possessive!pronoun!
which! makes! clear! the! reference! to! 2ndYpersonPL,, as! EP! ‘vosso’! (your)! does,, sua/seu! has! been!
used! with! a! plural! morpheme! ‘Ys’! even! with! singular! nouns.! Similarly,! in! some! dialects,! English!
2ndYpersonPL! may! be! addressed! with! plural! forms,! other! than! ‘you’:! ‘yous’,! ‘youYuns’,! ‘youYall’,!
‘youYguys’,!‘y’all’!(MAYNOR,!2000).!
According! to! Bernstein! (2005),! Spanish! postYnominal! possessives! agreement! is! more!
sentential!than!nominal!and!takes!place!in!a!predicative!position.!In!this!hypothesis,!D!takes!CP!
as! a! complement! [D[CP]]! (KAYNE,! 1993).! Applied! to! the! data! presented! above! (ex.! (5)),! this!
hypothesis! results! in! (8)! where! the! possessive! is! merged! in! Spec,AgrP! while! the! NP! moves! to!
Spec,CP,! deriving! possessive! postYnominal! position.! This! derivation! has! the! advantage! of!
preventing! the! NP! from! remaining! in,situ,! which! rules! out! structures! like! “*um! seus! aluno”,(an,
your3PL!student).!
(8)![DPum[CP!alunoi[AgrP/IP!seus[NPti]]]].!
"
"
"
"
"
"
"
15!
!
Clivadas"e"Pseudoclivadas"Extrapostas"no"Português"Brasileiro"
!
Lívia"de"Mello"Reis"(UFSC)"
Sandra"Quarezemin"(UFSC)"
!
Este!trabalho!trata!das!sentenças!clivadas!canônicas!e!pseudoclivadas!extrapostas!do!Português!
Brasileiro! (PB),! como! as! sentenças! em! (1)! e! (2),! respectivamente.! O! objetivo! principal! deste!
estudo! é! investigar! os! contextos! de! ocorrência! desses! dois! tipos! de! sentenças,! levando! em!
consideração! uma! série! de! fenômenos! sintáticos,! semânticos! e! pragmáticoYdirscursivos! que!
mostram!que!clivadas!e!pseudoclivadas!não!devem!ter!a!mesma!estrutura!(cf.!MODESTO,!2001;!
MIOTO,!2003;!RESENES,!2009).!!
!
(1)!Foi!um!carro!que!o!Pedro!comprou.!!
(2)!Foi!um!carro!o!que!o!Pedro!comprou.!!
!
Além! disso,! esse! estudo! visa! à! investigação! dos! padrões! de! concordância! nas! clivadas! e!
pseudoclivadas!invertidas,!como!em!(3)!e!(4)!(cf.!BRAGA,!KATO!e!MIOTO!(2009,!p.!282Y283)).!!
!
(3)!a.!Dois!cafezinhos!é!que!eu!quero. b.!*Dois!cafezinhos!são!que!eu!quero.!!
(4)!a.!Dois!cafezinhos!é!o!que!eu!quero. b.!*Dois!cafezinhos!são!o!que!eu!quero.!!
!
Segundo!Guesser!e!Quarezemin!(2013),!colocar!o!constituinte!focalizado!em!diferentes!posições!
de! foco! permite! oferecer! uma! explicação! para! as! diferenças! pragmáticoY! discursivas! entre!
clivadas! canônicas! e! invertidas! do! PB.! Além! disso,! as! autoras! afirmam! que! o! aparecimento! das!
pseudoclivadas! extrapostas! em! contextos! interrogativos! está! relacionado! aos! traços! [+foco,!
+tópico].! Para! fazer! uma! investigação! mais! cuidadosa,! foi! aplicado! um! experimento! para!
investigar! se! a! pseudoclivada! extraposta! é! empregada! nos! mesmos! contextos! da! clivada!
canônica.! Os! resultados! indicam! que! os! falantes! parecem! não! detectar! diferenças! entre! uma!
clivada! canônica! e! uma! pseudoclivada! extraposta.! Desse! modo,! foi! elaborado! um! segundo!
experimento,!que!foi!aplicado!somente!com!uma!amostra!dos!participantes,!a!fim!de!verificar!se!
os! falantes! distinguem! as! estruturas! das! clivadas! canônicas! e! das! pseudoclivadas! extrapostas.!
Essa!diferenciação!foi!colocada!em!discussão,!uma!vez!que!a!maioria!dos!informantes!optou!pela!
sentença!clivada!canônica!para!responder!os!contextos!perguntaYresposta!e!os!de!correção,!tanto!
os! que! focalizavam! sujeito! quanto! os! que! focalizavam! objeto.! Também! será! investigado! a!
assimetria!sujeitoY!objeto!que!se!verifica!na!focalização!nãoYcontrastiva/de!informação!nova!nas!
clivadas! canônicas! (cf.! QUAREZEMIN,! 2014).! Tal! assimetria! parece! ser! típica! de! contextos! com!
perguntas! de! pura! nova! informação.! Essa! mesma! assimetria! não! ocorre! nas! pseudoclivadas.! A!
hipótese!principal!é!que!as!estruturas!clivadas!no!PB!fazem!uso!de!duas!projeções!foco!diferentes!
de!acordo!com!o!tipo!de!interpretação!focal!(foco!contrastivo!versus!foco!de!informação!nova).!O!
presente!estudo!está!assentado!na!abordagem!cartográfica!(cf.!RIZZI,!1997;!BELLETTI,!2004).!!
!
!
A"especificidade"do"DP"e"o"movimento"dos"adjetivos"qualificativos"
"
Cristina"de"Souza"Prim"(UNICAMP)"
"
!
Objetivamos! entender! quais! são! as! regras! sintáticas! envolvidas! no! posicionamento! dos!
adjetivos! qualificativos! do! Português! Brasileiro.! Defenderemos! que! o! adjetivo! é! gerado! em!
16!
!
adjunção! à! direita! do! nome,! e! que! sua! ocorrência! na! posição! préYnominal! é! resultado! de!
movimento!do!adjetivo,!motivado!pelo!determinante.!
São! dois! os! traços! do! determinante! que! se! mostram! relevantes! para! a! discussão,! a!
definitude! e! a! especificidade.! Ihsane! &! Puskás! (2001,! p.! 40)! esclarecem! que! definitude! é!
responsável! por! selecionar! um! objeto! na! classe! de! possíveis! objetos;! já! especificidade! é!
relacionada!a!elementos!préYestabelecidos!no!discurso.!!
No!português,!os!determinantes!que!selecionamos!para!esta!pesquisa!(o/a,,um/uma!e!DP!
nu)!são!sempre![+/Ydefinidos],!e!podem!ser!específicos!ou!não.!Os!exemplos!(1a),!(2a)!e!(3a)!são!
específicos,!porque!o!falante!tem!claro!o!indivíduo!a!que!se!refere,!e!os!exemplos!(1b),!(2b)!e!(3b)!
não! são! específicos.! O! que! vemos! nos! exemplos! (4),! (5)! e! (6)! é! que! o! adjetivo! só! pode! ser!
prenominalizado!se!o!falante!souber!quem!é!o!referente!em!específico.!Caso!contrário,!o!adjetivo!
só!poderá!ser!pósYnominal.!
Postulamos! a! separação! de! definitude! e! especificidade! dos! DPs! em! duas! categorias.! A!
definitude!estaria!associada!a!Def,!diretamente.!Já!a!especificidade!surge!em!uma!categoria!mais!
baixa,!em!posição!de!Tópico:!assim!como!Ihsane!&!Puskás!(2001),!argumentamos!que!o!núcleo!
Top!é!caracterizado!somente!pelo!traço![+específico].!Os!autores!argumentam!que!não!é!o!caso!
que!um!sintagma!possa!ser!relacionado!ao!discurso!ou!banido!do!discurso,!mas!sim!que!um!não!
tópico!simplesmente!não!contém!conexão!relevante!com!o!discurso.!Por!isto,!vamos!propor!que!
quando! há! especificidade! no! determinante,! a! projeção! Tópico! é! selecionada! por! DP;! se! não! há!
especificidade,!não!há!projeção!de!Tópico.!!
Os! qualificativos,! como! dissemos,! só! podem! ocorrer! na! posição! préYnominal! se! o!
determinante!que!encabeça!o!DP!for!específico,!ou!seja,!o!que!motiva!o!movimento!do!APqualificativo!
é! o! traço! [+específico]! do! determinante.! A! projeção! Top! viabiliza! a! subida! do! adjetivo,! que!
encontra!ali!um!lugar!de!pouso.!Quando!não!há!especificidade!no!DP,!TopP!não!é!projetado,!o!que!
garante!que!o!adjetivo!não!se!moverá!se!não!for!específico.!!
(1)
O!estudante!ganhará!uma!viagem!a!Miami.!
a.
Um!estudante!em!particular,!familiar!ao!falante.!
b.
Um!estudante!que!poderemos!identificar!após!o!término!do!concurso.!
(2)
Um!estudante!colou!na!prova.!
a.!!
Um!(certo)!estudante!
b.!!
Um!estudante,!que!eu!ainda!tenho!que!descobrir!qual!
(3)
João!viu!menina!bonita!chorando!na!calçada.!
a.
Uma!certa!menina!
b.
Uma!menina!que!não!sei!quem!é.!
(4)
a.!
O!professor!mais!votado!ganhará!um!prêmio.!(leitura!nãoYespecífica)!
b.!
*O!maravilhoso!professor!mais!votado!ganhará!um!prêmio.!
c.!
O!professor!maravilhoso!mais!votado!ganhará!um!prêmio!!
(5)
a.!
Um!professor!foi!premiado.!(leitura!específica!ou!nãoYespecífica)!
b.!
Um!professor!maravilhoso!foi!premiado.!!
c.!
Um!maravilhoso!professor!foi!premiado.!!
(6)
a.!
A!Maria!comprou!livro!no!shopping.(leitura!específica!ou!nãoYespecífica)!
b.!
A!Maria!comprou!famoso!livro!no!shopping.!
c.!
A!Maria!comprou!livro!famoso!no!shopping.!
!
!
Failed"agreement"as"feature"relativization"
"
Danniel"da"Silva"Carvalho"(UFBA)"
"
Person,,number!and!gender!are!commonly!associated!with!the!activation!of!agreement!relations!
between! grammatical! subjects! and! its! predicate.! However,! little! attention! is! given! to! the!
17!
!
behaviour! of! the! relation! of! gender! and! number! in! predicative! sentences! with! generic! subjects!
through! literature.! In! its! urban! variety,! Brazilian! Portuguese! shows! a! nonYcanonical! behaviour!
for! gender! agreement.! Sentences! like! (1)! Maria" bêbada" é" chato! ‘Maria! drunkFEM.SG! copulaSG!
annoyingMASC.SG’! and! (2)! Crianças" é" divertido! ‘ChildrenFEM.PL! copulaSG! funnyMASC.SG’! are! derived!
from! different! structures:! in! the! former,! the! agreement! pattern! is! the! result! of! a! neuter!
agreement!with!a!small!clause!in!the!subject!position,!while!in!the!latter,!the!lack!of!agreement!is!
due!to!the!presence!of!a!DP!subject!whose!agreement!features!are!absent!(Livia!and!Rodrigues,!
2013).! It! is! key,! however,! to! determine! which! features! are! in! fact! involved! in! this! agreement!
mechanism,! delimit! them! and! (re)define! how! syntax! cope! with! them.! To! shed! light! on! the!
problem,!I!assume!here!that!(1)!and!(2)!are!licensed!via!Agree.!The!difference!lies!on!the!fact!that!
a! DP! may! have! a! different! feature! configuration! and! that! leads! to! different! outputs.! Such!
mechanism! deals! with! a! DP! as! the! result! of! feature! composition! and! the! consequence! of! such!
composition! entails! a! relativized! syntax.! Preminger! (2014)! observes! that! person! and! number!
probes! in! Kichean! are! relativized! to! look! for! the! marked! members! on! their! respective! feature!
geometries!([participant]!e![plural],!respectively).!I!claim!that!the!same!occurs!with!gender!in!the!
data!above,!which!search!for!peer!features!on!the!probe.!The!subset/superset!notion!captured!in!
Béjar's!work!(Béjar,!2003,!2008)!can!be!applied!on!the!feature!valuation!and!the!impossibility!of!
valuing!such!features!is!what!entails!the!superficial!failed!agreement.!This!is!so!by!the!fact!that!
there! is! a! node! which! is! responsible! for! the! representation! of! any! referring! element!
independently,! namely! [π]! and! it! dominates! the! additional! φYfeatures.! Adopting! a! feature!
geometry,! the! subset/superset! relation! would! be! responsible! for! the! feature! activation! in! the!
probe.!The!copula!subjects!in!(1)!and!(2)!do!not!have!the!D!layer!in!their!feature!hierarchy,!which!
results!in!a!nonYvalued!predicative.!The!licensing!of!such!element!is!done!by!valuing!the!available!
dominant!node,![π].!Since!the!DP!subject!is!determinerless,!it!does!not!trigger!any!specification!
on! the! predicate! and! its! reading! is! generic! (Borer,! 2005).! This! generalization! is! captured! from!
the!very!motivation!for!Agree.!The!possibility!of!plural!marking!with!no!specific!reading!in!(2)!is!
due!to!the!absence!of!the!node!D!on!D0.!D0!having!only!the!root!node!responsible!to!license!the!DP!
subject,! would! activate! the! number! feature! on! this! #0! by! the! subset/superset! relation! with! the!
probe.! Then,! the! contingent! relation! between! number! and! gender! then! can! be! explained! by!
means!of!movement!inside!this!structure,!assuming!Borer’s!(2005)!DP!structure.!
"
"
"
O"duplo"estatuto"da"consoante"/z/"nas"formações"diminutivas"e"
aumentativas"do"português"brasileiro"
!
Paula"Roberta"Gabbai"Armelin"(Universidade"de"São"Paulo)"
"
Este! trabalho! investiga,! a! partir! de! uma! perspectiva! sintática! (cf.! HALLE! e! MARANTZ,! 1993;!
MARANTZ,! 1997),! o! estatuto! da! consoante! /z/! nas! formações! de! diminutivo! e! aumentativo! do!
português!brasileiro!(PB),!construídas!com!os!pares!Yinho/3zinho,e!3ão/3zão.!Dada!a!semelhança!
fonológica!entre!eles,!a!pergunta!que!emerge!é!se!estamos!diante!de!formas!independentes!ou!de!
realizações! diferentes! de! um! único! morfema! (cf.! BACHRACH! e! WAGNER! 2007,! BISOL,! 2010;!
MENUZZI,!1993;!VILALVA,!2000).!A!pergunta!fica!mais!saliente!diante!do!fato!de!a!consoante!/z/!
ser!um!dos!recursos!epentéticos!empregados!no!PB!para!satisfazer!requerimentos!fonotáticos!da!
língua.!!
A!hipótese!deste!trabalho!é!que,!nas!formações!diminutivas!e!aumentativas!do!PB,!a!consoante!
/z/!apresenta!um!estatuto!duplo,!sendo!ora!parte!de!um!morfema!independente,!ora!um!recurso!
epentético.!O!diagnóstico!para!identificar!um!e!outro!caso!se!dá!no!seguinte!sentido:!quando!/z/!
é! parte! do! morfema! de! grau,! os! formadores! Yzinho/Yzão,apresentam! propriedades! fonológicas,!
18!
!
morfológicas! e! semânticas! que! as! distinguem! de! suas! respectivas! contrapartes! iniciadas! por!
vogal.! Por! outro! lado,! quando! /z/! é! um! recurso! epentético,! Yzinho/! Yzão, apresentam!
propriedades!formais!semelhantes!a!Yinho/3ão.!!
Do! ponto! de! vista! semântico,! os! formadores! Yinho/Yão, podem! desencadear! leitura! nãoY!
composicional,!enquanto!as!suas!contraparte!encabeçadas!por!consoante!não!podem!fazêYlo!(cf.!
‘beijijnho’!vs.,‘beijozinho’!e!‘sapatão’!vs.,‘sapatozão’).!Essa!situação!se!modifica,!no!entanto,!diante!
dos! nominais! atemáticos.! Nesses! casos,! a! leitura! nãoYcomposicional! é! licenciada,! apesar! da!
presença!da!consoante!/z/!(cf.!‘cajuzinho’!e!‘mãezona’).!!
Do! ponto! de! vista! morfológico,! há! uma! assimetria! entre! os! formadores! Yão, e! Yzão,! sendo! o!
primeiro! capaz! de! formar! aumentativos! masculinos! a! partir! de! bases! femininas! (cf.! ‘tigela’Y
‘tigelão’;! ‘unha’Y‘unhão’),! enquanto! o! segundo! não! pode! fazêYlo! (cf.! ‘tigela’Y! *‘tigelazão’;! ‘unha’Y
*‘unhazão’).! Esse! cenário! se! altera,! diante! dos! nominais! atemáticos.! Nesses! casos,! apesar! da!
presença! da! consoante! /z/,! é! possível! que! haja! discrepância! de! gênero! entre! as! formas!
aumentativas! e! nãoYaumentativas! (cf.! ‘pá’Y‘pazão’;! ‘colher’Y‘colherzão’).! Ainda! do! ponto! de! vista!
morfológico,!entre!as!propriedades!apresentadas!pelos!formadores!Yzinho/3zão,!destacaYse!o!fato!
de! eles! preservarem! eventuais! alterações! morfofonológicas! desencadeadas! pelo! plural! (cf.!
‘mulheres’Y‘mulherezinhas’/! ‘mulherezonas’).! Por! outro! lado,! o! mesmo! não! se! verifica! nas!
formações! construídas! com! Yinho/Yão, (cf.! *‘mulhereinhas’/! *‘mulhereonas’).! É! possível,! no!
entanto,!que!as!alternâncias!desencadeadas!pelo!plural!estejam!ausentes!da!formação!diminutiva!
ou!aumentativa,!apesar!da!consoante!/z/!(cf.!‘mulherzinhas’!e!‘mulherzonas’).!!
Do!ponto!de!vista!fonológico,!as!formações!com!Yinho,seguem!o!algoritmo!de!acentuação!previsto!
para!palavras.!Por!outo!lado,!nas!formações!com!Yzinh,!o!algoritmo!de!acentuação!é!dúbio:!Yzinh,
segue! o! algoritmo! acentual! atuante! no! domínio! da! palavra! quando! se! anexa! a! nomes! nãoY
temático,! mas! segue! o! algoritmo! atuante! em! sintagmas! quando! se! concatena! a! nominais!
temáticos!(cf.!MENUZZI,!1993).!!
Por!um!lado,!as!assimetrias!detectadas!entre!as!formas!Yinho/3zinho,e!entre!os!formadores!Yão/3
zão! apontam! para! a! hipótese! de! que! se! tratam! elementos! diferentes,! que! demandam! análises!
independentes.! Por! outro! lado,! os! contextos! nos! quais! tais! diferenças! de! comportamento! são!
sublimadas!evidenciam!os!casos!em!que!a!consoante!/z/!emerge!como!recurso!epentético.!!
"
!
Sessão"de"Comunicação"4""
"
"
"
Parametric"hierarchies"and"surface"Morphosyntax:"connecting"serial"verbs,"
datives"and"applicatives"
!
Julio"William"Curvelo"Barbosa"(USP)"
!
This!paper!presents!arguments!towards!a!common!set!of!properties!that!can!be!derived!from!the!
structures! in! (1)Y(4),! in! which! there! is! a! connection! between! the! morphosyntactic! complexity!
(i.e.,!the!possible!lack!of!functional!elements!connecting!distinct!lexical!items!in!syntax)!and!the!
semantics!of!dative!and!applicative!(benefactive)!interpretation.!!
19!
!
"
"
The! hypothesis! presented! in! this! paper! is! that! the! various! types! of! prepositionYrelated!
expressions! associated! to! dative,! applicative! and! benefactive! readings! crosslinguistically! are!
distributed!based!on!the!possibility!of!phonologically!omitting!the!preposition,!along!the!lines!of!
the!contrast!found!in!the!dative/doubleYobject!alternation!between!Brazilian!Portuguese!(1)!and!
English! ((2),! cf.! Barbosa! 2012).! In! the! same! sense,! there! is! a! contrast! between! serial! verb!
constructions! with! dative! verbs! in! languages! such! as! Cantonese! (3)! and! the! phenomena!
presented! here! as! “pseudoYserial! verbs”,! seen! in! Brazilian! Portuguese! (4).! In! both! cases,! the!
constructions!present!benefactive/applicative!readings,!yet!present!distinct!syntactic!properties!
of!clausal!domains!and!preposition!realization!(optional!in!Brazilian!Portuguese).!!
To! account! for! the! discrepancies! of! the! data! in! (1)Y(4),! the! Brazilian! Portuguese! data! is!
contrasted! to! other! serializing! languages,! in! order! to! show! that! the! surface! similarities! in! data!
such! as! (3)! and! (4)! relate! to! the! phonological! realization! of! the! preposition,! yet! semantic!
interpretations! seem! to! be! the! same! in! both! serializing! and! nonYserializing! languages.! The!
distinctions! between! pseudoYserial! constructions! and! serial! constructions! are! based! on! four!
main! properties,! namely! (i)! Tense/Aspect! dependencies,! (ii)! object! sharing,! (iii)!
grammaticalization!effects,!and!(iv)!the!number!of!events!encoded!in!the!clause.!Comparing!the!
defining!properties!of!serial!verb!constructions!across!the!literature,!it!is!claimed!that!serial!verb!
constructions! are! an! epiphenomenon,! due! to! the! morphosyntactic! properties! of! serializing!
languages,!and!its!disparities!based!on!typological!framing!(Talmy,!2000).!!
In!order!to!give!a!unified!structure!for!the!surface!phenomena!discussed,!the!analysis!presented!
in! this! paper! expands! the! conclusions! given! in! Scher! &! Barbosa! (2014),! which! show,! based! on!
Haspelmath! (2013)! and! Polinsky! (2013),! that! the! presence! of! applicatives! constructions! is!
significantly! associated! to! the! presence! of! datives! where! there! is! some! degree! of!
morphosyntactic!complexity,!i.e.,!realize!the!dative!argument!through!an!affix!or!a!case!marker.!
These!properties!allow!for!the!suggestion!of!a!Parameter!Hierarchy!(Sheehan!2014),!in!which!the!
absence! of! relational! heads! have! more! or! less! effects,! according! to! the! coY! dependencies! of! the!
parameters!presented.!!
"
"
"
"
"
"
"
"
"
20!
!
Null"Objects"in"Brazilian"Portuguese,"Revisited"
!
Ezekiel"J."Panitz"(UCL)"
"
Keywords:"Null"objects,"Brazilian"Portuguese,"Ellipsis"
!
When! discussing! the! topic! of! null! objects! in! Brazilian! Portuguese,! it! is! expedient! to! distinguish!
two!classes!of!sentences:!those!in!which!the!verb!preceding!the!null!object!is!identical!to!the!verb!
preceding!the!null!object's!antecedent,!and!those!in!which!these!two!verbs!are!distinct.!!
(1)!!Class,#1:,Verb3Identical,Null,Object,Sentences,!
!
a.! O!João!assinou!os!documentos!e!o!Pedro!assinou!__!também.! !
!
b.! O!João!assinou!os!documentos!antes!do!Pedro!assinar!__.! !
(2)!!Class,#2:,Verb3Distinct,Null,Object,Sentences,!
!
a.! !!O!João!assinou!os!documentos!e!a!Maria!carimbou!__.! !
!
b.! !!O!João!assinou!os!documentos!antes!da!Maria!carimbar!__.! !
It!is!generally!agreed!that!Class!#1!involves!VerbYstranding!Verb!Phrase!Ellipsis!(VVPE),!a!subY
species!of!Verb!Phrase!Ellipsis!in!which!the!verb!raises!to!Io,!stranding!the!elided!VP.!!
(2) O!João!assinou+!Io![VP!tV!os!documentos]!e !
o!Pedro!assinou+!Io![VP!tV!os!documentos]!também.!!
There! is,! however,! little! agreement! regarding! the! proper! treatment! of! Class! #2.! One! source! of!
disagreement! concerns! the! nature! of! the! empty! category.! Generally,! three! positions! can! be!
discerned:!(i)!the!empty!category!is!pro,(Farrell!1990!a.o.);!(ii)!the!empty!category!is!derived!via!
ellipsis! (Cyrino! 1994);! (iii)! the! empty! category! corresponds! to! two! different! derivations:! one,!
involving!pro,!the!other,!ellipsis!(Ferreira!2000,!Modesto!2000).!!
(4)!!!a.!...!e!a!Maria!carimbou!pro.!
b.!...!e!a!Maria!carimbou!os!documentos!
c. ...!e!a!Maria!carimbou!pro,/!os!documentos!!
Furthermore,!there!is!disagreement!internal!to!the!third!position!regarding!the!extent!to!which!
ellipsis!is!available.!Ferreira!proposes!that!the!ellipsis!option!is!available!when!the!null!object!is!
embedded!within!a!coordinate!structure!(as!in!(2a)),!but!not!when!it!is!embedded!within!a!nonY
coordinate! structure! (as! in! (2b)).! By! contrast,! Modesto! argues! that! ellipsis! is! available! in! both!
structures.!A!final!source!of!disagreement!concerns!the!size!of!the!ellipsis!site:!for!Cyrino,!the!site!
is!DP,!for!Modesto,!it!is!VP!(i.e.,!for!Modesto,!VVPE!takes!place).!!
(5)!!!a.!...!e!a!Maria!carimbou+!Io![VP!tV!os!documentos]!!
!!!!!!!!b.!...!e!a!Maria!carimbou+!Io![VP!tV!os!documentos] !
In!this!talk,!I!present!novel!empirical!evidence!in!support!of!the!following!three!!
claims:!!
(6)!!a.!!!!The!empty!category!in!Class!#2!corresponds!to!two!different!derivations:!one!involving!!!!!!!!
pro,!the!other,!ellipsis. !!
!!!!!!!!b.!!
Both!derivations!are!available!in!both!structures!(i.e.,!coordinate!structures!and!nonY!!
coordinate!structures).!
!!!!!!!!c.!!
The! ellipsis! option! does! not! target! DP! (contra! Cyrino);! nor! does! it! involve! VVPE!
(contra!Modesto).!!
Evidence!in!support!of!(6a)!and!(6b)!comes!from!(9),!whose!ambiguity!indicates!that!the!empty!
category!can!be!either!pronominal!or!elliptical,!and!moreover,!that!both!strategies!are!available!
in!both!structures.!!
(7)!!Strict,Reading,,only,!
!!!!!!!a.!
A!Maria!pintou!o!cabelo!e/mas!a!Júlia!cortou!ele.! !
!!!!!!!b.!
A!Maria!pintou!o!cabelo!antes!da!Júlia!cortar!ele.! !
21!
!
!
(8)!!Sloppy,Reading,,only,!
!!!!!!!a.!
A!Maria!pintou!o!cabelo!e/mas!a!Júlia!cortou!o!cabelo.! !
!!!!!!!b.!
A!Maria!pintou!o!cabelo!antes!da!Júlia!cortar!o!cabelo.! !
(9)!!Strict,and,Sloppy,Readings, !
!!!!!!!a.! !!!!A!Maria!pintou!o!cabelo!e/mas!a!Júlia!cortou!__.!!
!!!!!!!b.! !!!!A!Maria!pintou!o!cabelo!antes!da!Júlia!cortar!__.!!
(10)!Derivations,of,(9),!
a. ...!Júlia!cortou/cortar!pro.!!
→!Strict!Reading! !
b. ...!Júlia!cortou/cortar!o!cabelo.!!→!Sloppy!Reading! !
!
Additional! evidence! in! support! of! (6a)! and! (6b)! comes! from! the! following! paradigm.! (11)!
illustrates! that! object! pronouns! give! rise! to! an! EYtype! reading! (i.e.,! the! professor/millionaire!
decided! to! buy! the! apartments! that! the! students! had! decided! to! rent).! The! sentences! in! (12)!
demonstrate!that!repeating!the!direct!object!from!the!previous!clause!gives!rise!to!a!reading!in!
which! the! professor/millionaire! decided! to! buy! one! apartment! –! not! all! of! the! apartments.!
Tellingly,! the! empty! category! in! (13)! allows! both! the! pronominal! reading! and! the! "one!
apartment"! reading.! (Understandably,! the! relative! salience! of! the! two! readings! depends! upon!
whether!the!individual!buying!the!apartment(s)!is!a!professor!or!a!millionaire.)!!
(11)!E3type,Reading,,only,!
! !!!!a.! !Cada! (um! dos)! aluno(s)! decidiu! alugar! um! apartamento! e/mas! o!
professor/milionário!decidiu!comprar!eles.! !
b.! Cada! (um! dos)! aluno(s)! decidiu! alugar! um! apartamento! antes! do!!!!!!!!!!!
professor/milionário!decidir!comprar!eles.! !
(12)!"One,apartment",Reading,,only,!
a.
Cada!(um!dos)!aluno(s)!decidiu!alugar!um!apartamento!e/mas!o!professor/milionário!
decidiu!comprar!um!apartamento.! !
b.
Cada!(um!dos)!aluno(s)!decidiu!alugar!um!apartamento!antes!do!professor/milionário!
decidir!comprar!um!apartamento.! !
(13)!E3type,and,"One,apartment",Readings.,!
a.
Cada! (um! dos)! aluno(s)! decidiu/ia! alugar! um! apartamento! e/mas! o!
professor/milionário!decidiu!comprar!__!(antes).! !
b.
Cada!(um!dos)!aluno(s)!decidiu!alugar!um!apartamento!antes!do!professor/milionário!
decidir!comprar!__.! !
Turning!to!the!claim!in!(6c),!the!following!data!discredit!a!DPYellipsis!account,!which!!
would!have!to!stipulate!that!DPYellipsis!can!take!animate!antecedents!only!when!the!antecedent!
is! itself! a! direct! object! –! clearly,! an! awkward! stipulation.! (This! account! would! also! have! to!
stipulate! that! pro, cannot! take! animate! antecedents;! however,! since! this! stipulation! is!
independently!required,!it!does!not!damage!the!DPYellipsis!account.)!!
(14)!a.!! O!João!beijou!a!Mariai!mas!o!Pedro!só!abraçou!__i.!!
!!!!!!!!b.!!!!!!*A!Mariai!estava!na!festa!mas!não!agrediram!__!i.!!
!!!!!!!!!!!!!!!!!(cf.!O!meu!carroi!estava!no!estacionamento!mas!não!roubaram!__i.) !
As!for!Modesto's!VVPE!account,!most!of!my!consultants!accept!VVPE!only!in!sentences!in!which!
the!verb!preceding!the!ellipsis!site!is!identical!to!the!verb!in!the!previous!clause.!Since!all!of!the!
testYsentences! I! have! utilized! involve! pairs! of! distinct! verbs! (e.g.,! pintar/cortar),! it! follows! that!
the! ellipsis! option! employed! by! (most! of)! my! consultants! cannot! by! VVPE,! contra! Modesto.!
(Promissory! note:! At! III! CIEL,! I! will! offer! a! novel! proposal! regarding! what! the! ellipsis! option!
actually!involves.)!!
Summarizing,! this! talk! presents! an! array! of! novel! evidence! in! support! of! a! novel! conclusion:!
22!
!
independent! of! the! structure! within! which! it! is! embedded,! the! empty! category! in! Class! #2!
sentences!corresponds!to!two!derivations,!one!involving!pro,and!the!other,!an!elliptical!process!
distinct!from!VVPE!and!DPYellipsis.!
!
"
What"items"can"Merge"manipulate?"
The"essential"lexicalcgrammatical"alternation"in"syntax"
Vitor"Augusto"Nóbrega"(USP)"
"
Keywords:"roots,"Merge,"Phasectheory.!
!
Recent! studies! on! compounding! suggest! that! nonYcompositional! root! compounds! (RC)!
(1)!are!made!up!of!two!bare!roots!directly!merged!in!syntax!(Zhang!2007,!Bauke!2014,!de!Belder!
2015).! Such! assumption,! inherently! associated! to! a! Marantzian! approach! to! multiple! SpellYOut,!
has! some! undesirable! consequences! to! a! nonYlexicalist! approach! to! grammar! and! introduces! a!
handful! of! computational! costs! in! the! combinatorial! space.! We! claim! instead! that! first! Merge!
applications! only! concatenate! a! root! with! a! categoryYassigning! head! or! with! a! bundle! of!
grammatical! features,! leading! to! an! obligatory! lexicalYgrammatical! alternation! in! syntax,! in!
accordance!with!the!Categorization!Assumption!(Embick!&!Marantz!2008).!
In! view! of! the! fact! that! roots! are! ontologically! defined! as! featureYless! objects,! merging!
two! bare! roots! raises! the! following! problems:! (i)! projection:! featureYless! items! projecting;! (ii)!
headedness:! since! no! root! projects,! it! is! impossible! to! determine! the! compound’s! head;! (iii)!
stressYassignment:! once! RCs! bear! a! single! categoryYassigning! head! they! should! only! display! a!
single!primary!stress!(Marvin!2002)!–!conflicting!with!empirical!facts!from!Romance!RCs!(2),!(iv)!
combinability:! if! Merge! is! triggered! by! feature! valuation,! roots! would! never! be! merged! to! each!
other,!and!(v)!grammatical!relations:!in!order!to!allow!the!merger!of!two!bare!roots!it!would!be!
necessary!to!resort!to!an!underspecified!Merge!that!applies!freely,!but!this!particular!operation!
would!not!generate!the!varied!grammatical!relations!attested!within!compounds!(3).!
A!primary!consequence!of!this!claim!is!that!Merge!applies!in!more!than!one!way!in!syntax!
(Chomsky! 2000)! and! the! way! it! applies! has! reflexes! at! both! interfaces.! On! the! LF! side,! it!
determines! the! grammatical! relations! holding! between! the! compound’s! members! (Nóbrega!
2014)!(3).!On!the!PF!side,!it!governs!vocabulary!insertion.!For!instance,!the!suffixes!3able!and!3
ant,form! the! words! defi3able,and! defi3ant,! which! have! in! principle! the! same! syntactic! structure!
(i.e.,![a![v!√DEFI]]).!In!order!to!determine!which!phonological!exponent!wins!the!competition!to!
occupy! the! relevant! adjectival! terminal! node,! we! assume! that! 3able! is! the! vocabulary! item! of! a!
categorizer! merged! through! feature! valuation,! since! it! strictly! selects! verbal! complements,!
differently! from! 3ant,! which! is! the! vocabulary! item! of! a! categorizer! merged! freely! in! grammar,!
due!to!its!free!combinatorial!character!(e.g.,!v,!,n:,defend3ant;!v,!,a:,defi3ant).!
Finally,! a! second! consequence! is! that! the! first! categoryYassigning! head! is! not! a! phase!
head,! hence! does! not! determine! domains! for! interpretation! (Borer! 2013,! Harley! 2014).! Since!
Voice! cannot! be! considered! either! a! phase! head,! due! to! the! fact! that! it! is! included! in! nonY
compositional! deverbal! compounds! (Nóbrega! 2015),! we! argue! that! the! first! functional! head!
concatenated!above!a!categoryYassigning!head!determines!domains!for!interpretation!–!i.e.,!Num!
or!D!in!nominal!domains!and!T!in!verbal!domains.!Num,!in!particular,!accounts!straightforwardly!
for! Bauke’s! (2014)! typology! of! nonYcompositional! RCs! from! German,! without! resorting! to! the!
Marantzian!approach.!!
!
(3) a.!(English)!! !
doghouse!
23!
!
b.!(German)! !
liebesbrief,!
‘love!letter’!!
(4) a.!(Portuguese)!pèixe,espáda, ‘sword!fish’!
(5) a.![Subordination]!
love,story!
b.![Attribution]!sword,fish,
c.![Coordination]!
actor3director,
,
,
,
Considerações"de"interface"sintaxecsemântica"sobre"a"omissão"da"cópula"em"
sentenças"copulares"do"PB"
!
Simone"Guesser"(UFRR)"
Marcelo"Giovannetti"Ferreira"Luz"(UFRR)"
!
O!clássico!estudo!de!Higgins!(1979)!apresenta!uma!tipologia!de!sentenças!copulares!em!que!se!
distinguem! copulares! predicativas,! especificacionais,! identificacionais! e! equativas.!
Sucessivamente,!foram!apresentadas!na!literatura!diversas!propostas!de!redução!da!tipologia!em!
Higgins! (1979),! diminuindo! número! de! classes! para! três,! duas! ou! apenas! uma! (Cf.! HEYCOCK! e!
KROCH! (1999),! DEN! DIKKEN! (2006),! MIKKELSEN! (2005),! BIRNER,! KAPLAN! e! WARD! (2007),!
HELLER! (2005)).! O! debate! em! torno! classificação! das! sentenças! copulares! está! diretamente!
ligado!à!investigação!sobre!a!contribuição!semântica!da!cópula.!Mais!especificamente,!a!questão!
crucial!é!se!existem!diferentes!tipos!de!cópula!e,!no!caso!em!que!existam!cópulas!com!semânticas!
distintas,!se!elas!refletem!as!diferentes!classes!de!sentenças!copulares.!A!esse!respeito,!autores!
como! Schlenker! (2003),! Romero! (2005),! e! Comorovski! (2007)! argumentam! em! favor! da!
existência!de!três!cópulas!semanticamente!distintas,!enquanto!Mikkelsen!(2005)!e!Heller!(2005)!
assumem!duas,!e!Partee!(1986),!Geist!(2007)!e!Heycock!e!Kroch!(1999)!propõem!a!existência!de!
apenas!uma!(cf.!HEUSINGER,!MAIENBORN!e!PORTNER,!2011).!!
Este! trabalho! tem! como! objetivo! contribuir! para! a! discussão! acerca! da! semântica! das!
sentenças!copulares!por!meio!de!um!estudo!da!sintaxe!do!apagamento!da!cópula.!Para!chegar!a!
tal!objetivo,!é!analisado!o!comportamento!de!diferentes!tipos!de!sentenças!com!cópula!quanto!a!
fenômenos!sintáticos!como!topicalização!argumental!e!não!argumental,!focalização!contrastiva!e!
de! informação! nova! e! inserção! de! advérbio! altos! e! baixos.! Os! dados! analisados! sugerem! a!
existência!de!dois!grupos!de!sentenças!copulares!quanto!à!omissão!da!cópula.!Um!deles!é!o!das!
predicacionais!e!especificacionais,!que!se!caracterizam!por!restringir!a!omissão!à!posição!inicial!
da!sentença.!O!outro!é!o!das!copulares!equativas!e!identificacionais,!que!se!acomunam!por!não!
permitirem!apagamento.!Para!dar!conta!dessa!divisão,!hipotetizaremos,!nas!linhas!de!Mikkelsen!
(2005),! que! ela! resulta! da! existência! três! tipos! de! sentenças! copulares! (predicativa,!
especificacional! e! equativa)! e! dois! tipos! de! cópula.! No! que! diz! respeito! à! semântica! da! cópula,!
esse! autor! propõe! uma! distinção! entre! uma! cópula! de! identidade! e! uma! de! predicação.! A!
primeira! é! encontrada! em! sentenças! equativas! (e! identificacionais),! enquanto! a! segunda! em!
sentenças! copulares! predicativas! e! especificacionais.! Além! disso,! assumindo! a! Abordagem!
Cartográfica!da!Teoria!Gerativa,!propomos!que!cada!uma!dessas!duas!cópulas!ocupa!diferentes!
núcleos! funcionais,! com! suas! respectivas! projeções,! os! quais! são! responsáveis! pelas! leituras!
predicacional! e! equativa.! Nessa! perspectiva,! a! possibilidade! ou! não! de! apagamento! da! cópula!
será!uma!consequência!das!diferentes!posições!que!cada!tipo!de!cópula!ocupa!na!estrutura.!Por!
fim,! a! leitura! especificacional! será! analisada! como! resultante! da! combinação! da! semântica! da!
cópula!predicacional!com!a!presença!de!sintagmas!focalizados!nas!duas!diferentes!projeções!de!
foco!ativas!no!PB,!a!da!periferia!esquerda!e!de!vP,!propostas,!respectivamente,!por!Rizzi!(1997,!
2001)!e!Belletti!(2004).!
!
24!
!
!
On"patientcbeneficiary"accusative"constructions"
!
Fernando"Martín"Carranza"(Universidad"de"Buenos"Aires,"FONCyT)"
Sonia"Tamara"Kaminszczik"(Universidad"de"Buenos"Aires,"CONICET)"
"
Keywords:"Thetacrole"assignment,"argument"structure,"patientcbeneficiary"accusative"
construction."
!
The$aim$of$this$work$is$to$account$for$a$novel$pattern$in$Spanish$(1),$compatible$with$predicates$
like:&convidar)(to)invite),!adjudicar((to(award),"obsequiar)(to)give)a)present),"among"others."These"
constructions) seem) similar) to) the) soYcalled& fulfilling! construction) (Levin' 1993)' –! already'
identified'in' English'by' Jespersen' (1927)'and'analyzed' by' Pesetsky' (1995)' among' others'–!but$
differ&in&one&crucial&point:'in'Spanish'(1b)'does'not'accept'an'overt'beneficiary.!
!!!!!!!!!(1)""!
!(a)$Pedro$$$$$$le$$$$$$$$$$convidó$cerveza$$$a$Juan.!
!!!!!!Pedro&CLYDAT$!
invited!!!!!beer$$$$$to$Juan.!
!(b)$Pedro$$$$$(lo)$!
convidó((con(cerveza(((((a((((Juan((*para(María).(!
!!!!!!Pedro&(CLYACC)$!
!!invite&&&&with&&&beer&&&&DOM&Juan.&(*for&María)!
!(c)$Juan$fue$convidado$con$cerveza$$$(por$Pedro).!
!!!!!!Juan%%%was%invited%%%%with%beer%%%%%%%(by%Pedro).%!
The$impossibility$of$adding$an$oblique$beneficiary$to$(1b)$hints$that,$like$in#(1a),#Juan!receives'a'
beneficiary*role.*However,*as*in*common*transitive*clauses,*it*preserves*the*meaning*of*affected*
object,( suggesting( simultaneous( presence( of( a( patient( role.( Therefore,( we( propose( a( patientY
beneficiary*accusative*construction*for*sentences&like&(1.b)&and&provide&a&proper&derivation&that&
also% accounts% for% the% possibility% of% passivization% (1.c).% This% talk% argues% for% the% necessity% of%
relaxing)the)strict)merge)condition)on) Yassignment)to)account)for)(1).)Especially,)we)assume)a)
longYdistance& Yrole%assignment%proposal%(Saab%2015;%Pujalte%&%Saab%2012,%2014;%Kaminszczik%&%
Saab$ in$ press):$ a$ DP$ can$ receive$ a$ Yrole% iff% it% is% active% and% local% with% respect% to% the% relevant%
thematic(head((a(thematic(head(being(a(head(that(subcategorizes(a(DP).!
Under% this% approach,% we% propose% that% constructions% as% (1.b)% include% a% PP!in# which# the# P# head#
subcategorizes- two- DPs,- in- complement- and- specifier- positions,- and- Ymarks& them& as& the&
instrument)and)patient)respectively,)as)postulated)for)verbs)like)put!(Hale&&!Keyser&2002).&Thus,&
for$(1.b),$we$propose$the$following:$!
(2)!
,
Then,& an& Applicative& Phrase& (Pylkkännen& 2002,& Cuervo& 2003)& merges& with& the& PP& and& assigns&
Juan!the$beneficiary$role.$Spanish$beneficiary$roles,$we$claim,$can$only$be$assigned$by$App.P$or$
para! preposition) (Pujalte) 2009).) When) little) v! merges,' Juan! checks& accusative& case& via& Agree&
(Chomsky)2001).)The)present)analysis,)that)allows)thematic)hybrids)under)certain)configuration,)
predicts) the) possibility) of) passivization) and) extends) longYdistance) Yassignment( proposal(
coverage(to(new(cases.!
!
!
!
25!
!
!
"
Sessão"de"Comunicação"5""
"
Missing"antecedents"found"
Philip"Miller,"Universidade"de"São"Paulo"e"Université"Paris"Diderot"
Pascal"Amsili,"Université"Paris"Diderot"
Gabriel"Flambard,"Université"Paris"Diderot"
Barbara"Hemforth,"Univrersité"Paris"Diderot"
!
Since! their! seminal! paper! of! 1971,! Grinder! and! Postal's! ‘missing! antecedent! phenomena’! have!
been!one!of!the!central!arguments!in!favor!of!hidden!syntactic!structure!underlying!ellipsis!and!
anaphora.!The!argument!is!most!often!cited!in!the!form!given!to!it!by!Hankamer!and!Sag!1976,!
using!examples!like!(1).!In!(1a),!the!indefinite!NP!‘under!the!scope!of!negation’!cannot!serve!as!an!
antecedent!for!it;!(1b)!escapes!the!problem!because!of!the!explicit!occurrence!of!the!antecedent!
in!the!nonYnegative!second!clause;!the!acceptability!of!(1c)!is!taken!to!argue!for!the!underlying!
syntactic!presence!of!the!struckYout!VP,!which!provides!the!necessary!antecedent,!showing!that!
Verb!Phrase!Ellipsis!(VPE)!is!a!case!of!surface"anaphora;!the!putative!ungrammaticality!of!(1d),!
on!the!other!hand,!is!argued!to!show!that!do,it,is!a!deep" anaphor,!i.e.!that!it!is!not!obtained!by!
substitution! of! the! antecedent,! but! is! present! as! such! in! deep! structure,! offering! no! more! of! an!
antecedent! for! it,than! (1a).! In! the! discussion,! we! call! I've,never,ridden,a,camel,the! ‘antecedent!
clause’,! but, Ivan, has, (done, it), the! ‘VP! anaphor! clause’! and! but, he, says, it, stank, horribly, the! ‘it,
clause’!!
(1)!a.!*I've!never!ridden!a!camel,!and!it!stank!horribly. !
!!!!!b.!I've!never!ridden!a!camel,!but!Ivan!has!ridden!a!cameli,!and!he!says!iti,stank!horribly.!!
!!!!!c.!I've!never!ridden!a!camel,!but!Ivan!has![ridden!a!cameli],!and!he!says!iti,stank!horribly.!!
!!!!!d.!*I've!never!ridden!a!camel,!but!Ivan!has!done!it,!and!he!says!iti,stank!horribly.!!
!
The! purpose! of! this! paper! is! to! argue! that! these! data! have! been! completely! misconstrued! and!
that! it! is! impossible! to! use! the! contrast! between! (1c)! and! (1d)! as! an! argument! for! hidden!
structure.!Our!arguments!will!be!based!on!both!theoretical!and!empirical!evidence!(acceptability!
experiments).!Specifically,!we!argue!first!that!the!argument!is!selfYcontradictory,!since!the!it,of!do,
it,is!analyzed!as!a!deep!anaphor!by!H&S!and!should!make!the!inference!of!a!specific!camelY!type!
referent! available.! Building! on! this,! we! argue! that! the! difference! in! acceptability! between! (1c)!
and!(1d)!is!in!fact!explained!by!the!different!discourse!conditions!on!the!use!of!VPE!and!do,it,(cf.!
author! 2011,! 2014a,b),! rather! than! on! a! syntactic! difference! between! the! two.! We! corroborate!
this! by! an! acceptability! experiment! run! on! Amazon! Mechanical! Turk! which! shows! that! when!
discourse!conditions!are!taken!into!account,!there!is!no!difference!in!acceptability!between!VPE!
and!do,it,with!respect!to!missing!antecedents.!!
"
!
Numerais"distributivos"
Ana"Muller"(USP)"&"Marta"Donazzan"(Universität"Köln)"
"
Foco.! Este! trabalho! enfoca! os! numerais! distributivos! adverbiais! (NDists)! em! chinês! mandarin!
26!
!
(SinoYTibetana)!e!em!karitiana!(Tupi),!duas!línguas!não!relacionadas!tipologicamente!e!que!não!
marcam!seus!nominais!(DPs/NPs)!para!a!distinção!singularYplural.!!
Objetivos:!Com!base!nessas!línguas,!nosso!objetivo!é!investigar!a!semântica!dos!NDists!e!assim!
contribuir!para!a!compreensão!da!relação!entre!a!distributividade!e!a!individuação!no!domínio!
dos!eventos!(Gil!1988,!Balusu!2006).!!
NDists.! Numerais! reduplicados! são! a! forma! mais! comum! de! NDists.! Gil! 1982! propõe! a!
generalização! tipológica! de! que! todas! as! línguas! possuiríam! NDists.! Esses! adverbiais! têm! sido!
analisados!como!operadores!distributivos!sobre!predicados!(Beck!&!Stechow!2007,!Cable!2014).!
Em! mandarin,! uma! língua! de! classificadores,! NDists! são! formados! pela! reduplicação! do!
Numeral+Classificador!(1)!e,!em!karitiana,!pela!reduplicação!do!numeral!(2).!
!
NDists!podem!ser!usados!para!descrever!pelo!menos!três!tipos!de!situações,!que!correspondem!
às!leituras!(1aYc)!e!(2aYc).!Essas!leituras!podem!ser!descritas!como!casos!de!distribuição!sobre!
participantes,! tempo! ou! espaço.! No! entanto,! apenas! o! Mandarin! permite! distribuição! sobre! o!
argumento!externo.!!
Questões.! O! trabalho! se! coloca! as! seguintes! questões:! (i)! qual! é! a! semântica! dos! NDists! em!
mandarin!e!em!karitiana?;!(ii)!de!que!modo!os!NDists!individuam!eventos?;!(iii)!NDists!ocorrem!
em!todas!as!línguas!humanas?.!!
Teses.! Defendemos! que,! tanto! em! mandarin! como! em! karitiana,! e! possivelmente! em! todas! as!
línguas! humanas,! NDists! adverbiais! pluralizam! relações! entre! entidades! e! eventos! (Beck! &!
Stechow! 2007,! Cable! 2014).! Sua! distributividade! é! analisada! como! uma! consequência! dessa!
operação.! Assim,! suas! interpretações! distributivas! dependem! da! maneira! pela! qual! os!
participantes! que! individuam! os! eventos! são! postos! em! correspondência! com! distintos! tempos!
(‘vezes’)! ou! espaços! (localizações)! ou! outros! participantes! em! cada! contexto! (Cable! 2014).!
Pluralizar!pressupõe!individuar.!Nossa!análise!propõe!que!NDists!individuam!eventos!através!de!
seus! participantes,! que! são! organizados! em! grupos! de! uma! cardinalidade! determinada! pelo!
numeral.!Defendemos!também!que!NDists!são!bons!candidatos!a!universais!semânticos.!!
Mais! especificamente,! propomos! que! a! operação! realizada! por! NDists! é! composicional.!
Primeiramente,! o! Classificador! (implícito! ou! explícito)! divide! o! evento! em! subeventos! de! um!
certo! tipo.! A! seguir! o! numeral! agrupa! esses! subeventos! em! grupos! de! eventos! de! quantidade!
determinada! pelo! numeral.! Finalmente,! a! reduplicação,! marca! a! distribuição,! ou! seja,! o!
pareamento! de! cada! grupo! de! eventos! a! tempos,! locais! ou! participantes.! A! definição! formal! de!
NDist! é! apresentada! em! (3).O! resultado! da! aplicação! do! operador! NDist! a! um! predicado! é!
ilustrado!pela!forma!lógica!(3)!da!sentença!karitiana!(2)!(‘Homens!comeram!macacos!de!dois!em!
dois’).!!
27!
!
!
onde:! d,! e,! t:! tipos! semânticos! de! entidades,! eventos! e! sentenças! respectivamente;! P:! variável!
sobre!predicados;!n:!variável!sobre!números!reais;!x:!variável!sobre!entidades;!e:!variável!sobre!
eventos;!|e|=!a!cardinalidade!de!e;!a<b:!a!é!parte!de!b;!s:!supremo!(a!maior!soma!de!entidades!de!
um!conjunto!ou!reticulado.!!
Pluracionalidade" e" distributividade.!Nossa!análise!implica!que!as!dimensões!sobre!as!quais!a!
distribuição! ocorre! –! temporal,! espacial! ou! baseada! nos! participantes! do! evento! –! são!
subprodutos!da!distribuição!sobre!um!dos!participantes.!Nesse!sentido,!ela!é!indeterminada.!!
"
"
"
Inflected"infinitives"and"the"theory"of"control:"a"unified"account"of"BP"null"subjects!
"
Marcello"Modesto"(USP)"
"
In! the! field! of! generative! grammar,! inflected! infinitives! (IIs)! have! not! been! thoroughly!
scrutinized.!Raposo!1987!is!a!wellYcited!work!that!deals!with!only!with!certain!aspects!about!IIs!
in! European! Portuguese! (EP).! This! presentation! will! discuss! new! data! on! Brazilian! Portuguese!
(BP)! IIs! that! suggest! a! theory! of! control! unlike! any! of! the! current! available! accounts.! The!
problem!revealed!by!IIs!in!BP!has!two!sides!to!it:!on!the!one!hand,!IIs!can!be!controlled;!on!the!
other,! IIs! seem! to! participate! in! the! licensing! of! lexical! subjects! in! nonfinite! clauses.! Those! two!
seemingly! contradictory! properties! (according! to! the! standard! analyses! of! control)! may! be!
explained! if! we! assume,! with! Chomsky! 2005,! that! C! is! taken! from! the! lexicon! with! a! set! of! ϕY
features! that! are! then! transferred! to! T.! Differently! from! Chomsky,! we! need! to! assume! that! C! is!
not!always!specified!with!a!complete!set!of!ϕYfeatures!so!not!every!T!subcategorized!by!C!will!be!
a! ϕYcomplete! T.! As! consensually! assumed,! a! ϕYcomplete! T! licenses! a! lexical! subject,! but! an!
incomplete!T!does!not.!Therefore,!licensing!of!nonfinite!lexical!subjects!will!depend!on!the!matrix!
predicate! subcategorizing! a! complete! or! an! incomplete! C! complement.! We! will! argue! that! a! ϕY
complete! C! in! BP! is! lexicalized! by! the! preposition! de,‘of’.! The! property! of! subcategorizing! a! ϕY
complete!nonfinite!C!is!not!a!peculiarity!of!BP.!In!Italian,!according!to!an!updated!reading!of!Rizzi!
1982,!there!would!also!be!such!ϕYcomplete!nonfinite!Cs,!which!would!trigger!TYtoYC!movement!
(for!morphological!reasons,!I!will!assume).!The!same!seems!to!happen!in!EP.!!
!
The! fact! that! inflected! nonfinite! clauses! are! controlled! in! BP! can! be! seen! in! (1)! (cf.!
Modesto! 2010,! 2011).! Inflected! infinitives! have! all! the! properties! of! Obligatory! Control! (de! se!
readings!and!sloppy!readings!in!ellipsis)!(see!(2)).!However,!most!contexts!that!license!inflected!
infinitives!in!BP!also!license!overt!subjects!(3).!This!creates!a!theoretical!problem!that!can!only!
be!solved!assuming!(with!Miyagawa!2010)!that!phiYfeatures!can!be!selectively!inherited!by!T!in!
different!ways!in!different!languages.!BP!will!be!argued!to!have!only!the!feature![number]!in!T.!
The! person! feature! stays! in! the! C! domain! with! the! feature! [topic].! This! theory,! necessary! to!
explain!inflected!infinitives,!in!fact!reaffirms!the!analysis!proposed!in!Modesto!2000,!2008!(but!
also! in! Galves! 1993,! 2001)! that! subjects! normally! climb! to! the! a! higher! position! in! BP! than! in!
genetically!close!related!languages.!When!a!subject!is!lacking,!or!in!accord!with!discourse!rules,!
an!object,!a!locative!or!other!constituents!may!occupy!such!position,!as!seen!by!the!reference!of!
embedded!subjects.!!
!
We!will!also!argue!that!C!itself!may!be!defective,!not!containing!all!phiYfeatures.!This!is!
necessary! both! for! Control! and! to! explain! the! syntax! and! interpretation! of! generic! subjects!
(following!Holmberg!2005,!2010).!Lexical!subjects!will!be!licensed!only!by!ϕYcomplete!Cs.!A!ϕY
28!
!
incomplete!C!will!also!transfer!its!features!to!T,!but!a!lexical!subject!will!not!be!licensed.!If!the!
nonfinite! subject! (what! is! usually! called! PRO)! does! not! possess! valued! ϕYfeatures,! the! only!
possible! derivation! will! be! one! in! which! nonfinite! T! Agrees! with! a! matrix! functional! head! in!
order! to! value! its! own! features! (as! in! Borer! 1989,! Landau! 2015).! In! this! case,! nonfinite! T! is!
possibly! pronounced! inflected.! The! simplest! theory! of! control! able! to! account! for! the! BP! data!
assumes! that! there! is! no! PRO! (an! anaphoric! pronoun)! but! minimal! pronouns! (in! the! sense! of!
Kratzer! 2009)! that! end! up! controlled.! In! one! possible! derivation,! the! number! feature! values!
nonfinite! T! as! plural! whereas! the! person! feature! is! only! valued! by! Agree! (control)! by! a! matrix!
functional!head.!In!this!case,!nonfinte!T!is!pronounced!inflected,!deriving!the!possibility!of!partial!
control,!as!in!(4).!!
"
"
"
Multiple"determiners"in"Brazilian"Portuguese"indefinite"noun"phrases:"
intensification"reading"and"agreement"marker"distribution"
!
Maria"José"Foltran"(UFPR/CNPq)"
Vítor"Augusto"Nóbrega"(USP)"
Livia"Oushiro"(USP)"
"
Keywords:"determiner"doubling,"intensification,"agreement."
!
Brazilian!Portuguese!(BP)!exhibits!multiple!marking!of!indefinite!determiners!in!the!context!of!
adjectival! and! nominal! intensifiers! (1).! This! phenomenon! parallels! multiple! indefinite!
determiners! attested! in! Germanic! languages! (2),! differing! in! that! the! former! displays! a!
preposition! (viz.,! “de”)! between! the! modified! noun! and! the! intensifier.! In! this! talk,! our! goal! is!
twofold:!(i)!describe!the!intensification!reading!displayed!by!the!indefinite!article!doubling!in!BP,!
and!(ii)!present!the!statistical!distribution!of!agreement!markers!(number!and!gender)!in!these!
complex!DPs,!subject!to!great!variation.!
Foltran! and! Nóbrega! (2015)! provide! a! typology! of! the! intensifiers! that! allow! indefinite! article!
doubling!in!BP,!namely:!(i)!innovative!adjectives!(e.g.,!tremendo,‘tremendous’,!bruto,‘rude’),!(ii)!
nominal!intensifiers!(e.g.,!puta,‘whore’,!senhor,‘sir’,!baita),!(iii)!borrowed!intensifiers!(e.g.,!mega,!
hiper,! super,! big)! and! (iv)! adnominal! degree! modifiers! (Morzicky! 2012)! (e.g.,! verdadeiro, ‘true’,!
total,‘total’,!grande,‘big’,!completo,‘complete’,!perfeito,‘perfect’).!All!behave!quite!in!the!same!way:!
(a)! they! precede! the! modified! element,! (b)! they! can! be! used! in! attributive! position! but! not! in!
predicative!position,!and!(c)!they!can!concord!with!the!modified!noun.!
In!the!context!of!complex!DPs,!agreement!markers!can!be!inserted!in!four!potential!loci:!(i)!in!the!
first! and! in! the! second! indefinite! articles,! (ii)! in! the! intensifier,! and! (iii)! in! the! modified! noun.!
Speakers! tend! to! mark! some! of! these! loci,! but! not! all! of! them.! To! determine! which! loci! are!
privileged!to!receive!agreement!markers,!and!in!which!of!them!the!lack!of!these!markers!leads!to!
ungrammaticality! we! developed! two! experiments! in! which! 240! speakers! judged! a! set! of!
sentences!with!varied!distribution!of!agreement!markers!on!the!aforementioned!intensifiers.!The!
data!were!analyzed!in!mixed!effects!models!in!the!software!R!(Baayen!2008).!!!
The! preliminary! results! show! that! speakers! tend! to! preserve! the! agreement! markers! of! the!
determiners! (3),! while! the! noun! can! remain! unmarked! due! to! the! fact! that! BP! allows! lack! of!
agreement!markers!internal!to!the!DP.!The!only!context!that!leads!to!ungrammaticality!is!when!
the! first! article! lacks! agreement! markers.! On! other! hand,! we! noted! that! the! intensification!
reading! present! in! these! modifiers! is! the! responsible! for! triggering! determiner! doubling.!
However,!it!is!not!clear!whether!or!not!these!additional!determiners!are!actually!determiners!or!
spurious!articles.!We!present!evidence!for!the!second!assumption!and!question!the!analysis!put!
29!
!
forth!by!Alexiadou!(2014)!based!on!den!Dikken’s!(2006)!predicate!structures,!since!this!analysis!
cannot!explain!the!emergence!of!a!preposition!in!BP!data!as!opposed!to!Germanic!cases.!
!
(1) a.!Ele,comprou,uma,puta,,,,,,,de,,,uma,,casa,!
!
!!!!he!bought!!!!!a!!!!!!!whore!!!!of!!!a!!!!!!!house!
!!!!‘He!bought!an!incredible/amazing!house’!!
b.!Foi,,,,,um,tremendo,,,,,de,um,vendaval!
!!!!was!!!!a!!!tremendous!!of!!a!!!!windstorm!
!!!!‘It!was!a!tremendous!windstorm’!
!
!
(2) en,stor,en,kar,! !
(Northern!Swedish;!Delsing!1993),
a!!!big!!!a!!man!
!
(3) a.!Ele,comprou,umas,puta,,,,,,,,de,,umas,,casa.,
!!!!he!bought!!!!!!!aPL!!!whore!!!!of!!!aPL!!!!house,
!!!!‘He!bought!incredible/amazing!houses’!!
,
,
,
Challenges"for"encoding"focus"in"the"syntax:"experimental"evidence"from"
Spanish"
Timothy"Gupton,"University"of"Georgia"(USA)"
"
DiscourseYconfigurational! languages! present! unique! challenges! to! generative! theory! vis! à! vie!
their! apparently! flexible! word! order.! Although! numerous! studies! (e.g.! Rizzi! 1997,! Zubizarreta!
1998)!have!proposed!syntactic!features!corresponding!to!information!structure!notions!such!as!
topic,! focus,! and/or! contrast! to! generate! word! order! variation,# a# common# objection# to# positing#
information) structure) features) in) the) lexicon) (e.g.) Szendrői) 2004)) is) that) it) violates) Chomsky’s)
(1995)! Inclusiveness! Condition.! Additionally,! Kim! &! Avelino! (2003)! present! evidence! against! a!
CartographicYstyle! intonationYinformation! structure! correspondence! (e.g.! Frascarelli! &!
Hinterhölzl!2007)!in!Mexican!Spanish.!Proposals!such!as!López!(2009)!have!taken!an!alternative!
route,! proposing! the! existence! of! a! Pragmatics! module! that! inspects! syntactic! structures! and!
assigns! pragmatic! features! at! phaseYedge.! However,! López! (2009)! and! many! other! generative!
studies!of!Spanish!syntax!(e.g.!CasiellesYSuárez!2004)!implicitly!or!explicitly!assume!Zubizarreta!
(1998),! by! which! subject! narrow! focus! necessarily! appears! at! the! rightmost! clausal! edge! (1a),!
coinciding!with!nuclear!stress!(indicated!in!bold).!For!Zubizarreta,!a!stress!shift!to!the!subject!(cf.!
1b)! imposes! a! contrastive! focus! reading! on! the! subject.! I! present! challenges! to! this! view! of!
Spanish! syntax,! and! will! show! evidence! suggesting! that! Spanish! is! not! categorical! with! focus!
assignment! at! the! leftYedge! (contrastive! focus)! and! the! rightYedge! (narrowYfocus).! Rather,! it!
allows!for!optionality!in!focus!assignment.!!
I! present! Spanish! nativeYspeaker! results! (N=20)! from! an! experimental! study! on! the! L2!
acquisition! of! word! order! variation! based! on! Hertel! (2003),! Lozano! (2006),! and! Domínguez! &!
Arche! (2008),! supported! by! accompanying! audio! for! all! response! options! to! control! for!
intonation! accommodation! following! Kitagawa! &! Fodor! (2006).! Informants! are! primarily! from!
Spain!and!Peru.!Appropriateness!Judgment!Task!(AJT)!results!for!subject!narrowYfocus!contexts!
(4Ypoint! Likert! plus! “I! don’t! know”! option)! indicated! statistical! differences! among! word! order!
replies!(Table!1).!However,!Word!Order!Preference!Task!(WPT)!data!was!more!illustrative!with!
respect! to! syntactic! optionality! in! these! speakers.! Approximately! half! of! participant! responses!
30!
!
for!subject!contrastive!contexts!(48%)!and!subject!narrowYfocus!contexts!(50%)!indicated!that!
SV!and!VS!word!order!replies!were!equally!acceptable!(SV=VS,!Table!2).!!
This! data! is! consonant! with! studies! on! information! focus! in! Argentine! Spanish! (Gabriel! 2007,!
2010),!Andean!Spanish!(Muntendam!2009),!and!Mexican!Spanish!(Gupton!&!LealYMéndez!2013;!
Hoot! 2012;! LealYMéndez! &! Slabakova! 2011)! that! indicate! that! narrowYfocus! constituents! need!
not!appear!in!clauseYfinal!position,!contrary!to!the!predictions!of!Zubizarreta!(1998).!My!data!is!
also!consonant!with!Domínguez’s!(2004)!contrastive!focus!(CF)!data!from!Alicante,!Spain,!which!
suggested! that! CF! may! occur! in, situ, or! in! the! leftYperiphery,! a! finding! also! not! predicted! by!
Zubizarreta!(1998).!The!optionality!of!forms!indicated!by!this!study!and!others!(e.g.!Titov!2012!
for!optionality!with!contrastive!focus!in!Russian)!are!indicative!of!the!need!in!generative!syntax!
to! gather! experimental! data! from! native! speaker! populations! to! falsify! claims! of! categorical!
judgments! with! respect! to! information! structure.! Until! we! take! optionality! seriously,! it! will!
continue!to!impede!our!progress!in!mapping!information!structure!to!syntax.!!
"
"
"
"
"
!
"
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
31!
!
!
!
!
"
"
SESSÃO"DE"PÔSTER"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
"
32!
!
O"papel"do"input"no"aprendizado"do"uso"do"sujeito"nulo"na"escrita"por"
alunos"da"educação"básica"
!
Edite"Consuêlo"da"Silva"Santos"(UFPE)"
Helena"da"Silva"Guerra"Vicente"(UnB)"
!
No! presente! estudo,! a! estrutura! linguística! investigada! é! o! sujeito! nulo,! e! a! teoria! de! base! é! a!
gramática!Gerativa.!Como!é!consenso!entre!os!estudiosos!do!sujeito!nulo!no!português!do!Brasil!
(NEGRÃO,! 1990;! DUARTE,! 1995;! CYRINO,! DUARTE! &! KATO,! 2000),! o! uso! dessa! estrutura! está!
diminuindo! drasticamente,! e! o! sujeito! pleno! já! é! predominante! em! diversos! contextos! de! fala.!
Desde!o!início!do!período!escolar,!portanto,!a!criança!possui,!em!sua!gramática!interna,!diversos!
contextos!de!fala!que!favorecem!o!preenchimento!da!estrutura!sujeito,!porém,!ao!chegar!à!escola,!
se! depara! com! outra! forma! de! expressão! da! linguagem! –! a! escrita! –! que! não! favorece! o!
preenchimento,!e!sim!o!nulo.!Segundo!Magalhães!(2000),!os!alunos!do!Ensino!Fundamental!no!
Brasil! utilizam! o! sujeito! nulo! nas! redações! escolares! com! eficiência! –! de! acordo! com! o! que! a!
escola!exige!–!apenas!nos!últimos!anos!(8º!e!9º),!e!as!correções!feitas!pelos!professores!não!são!
eficientes! para! adequar! o! uso! do! sujeito! nulo! na! escrita! a! curto! prazo.! O! que! propomos! neste!
estudo! é! verificar! o! papel! do! livro! didático! no! aprendizado! do! uso! do! sujeito! nulo! na! escrita,!
observando! se! ele! oferece! o! input! com! a! qualidade! e! a! quantidade! necessárias! para! tal!
aprendizado!por!parte!do!aluno,!bem!como!se!os!autores!discorrem,!no!manual!do!professor!ou!
nas! sugestões! dadas! ao! professor! no! decorrer! do! livro,! sobre! técnicas! como! a! “eliciação”!
(eliciting),! que! aproveita! o! conhecimento! prévio! (a! gramática! internalizada)! do! aluno,! fazendo!
com! que! ele! procure! respostas! a! partir! desse! conhecimento.! A! fase! inicial! da! metodologia!
consiste! na! busca! (i)! de! ocorrências! do! sujeito! nulo! nos! textos! e! nas! atividades! propostas! dos!
livros! didáticos! do! 4º! a! 9º! anos! do! Ensino! Fundamental,! período! no! qual! os! alunos! estão!
produzindo! textos! escritos,! desde! narrações,! no! 4º! ano,! até! dissertações,! no! 9º! e! (ii)! de!
orientações!para!eliciação!no!manual!do!professor!ou!nas!sugestões!dadas!no!decorrer!do!livro.!
Nossos! resultados! apontam! que! o! input! fornecido! pelo! livro! didático! apresenta! tanto! o! uso! do!
sujeito!nulo,!característico!da!escrita!mais!formal,!quanto!do!sujeito!pleno!com!as!inovações!da!
fala!do!português!brasileiro.!Na!realidade,!não!há,!por!parte!dos!autores!dos!livros!didáticos,!uma!
preocupação!com!input!para!o!aluno!ou!com!instruções!direcionadas!ao!professor!para!que!ele!
possa!aplicar!técnicas!de!eliciação;!a!importância!do!input!sequer!é!levada!em!consideração.!
!
!
"
A"ambiguidade"dos"predicados"psicológicos"da"classe"de"assustar:"o"caso"das"
passivas"verbais"e"adjetivais"
!
Bruno"Pilastre"de"Souza"Silva"Dias"Universidade"de"Brasília"
!
Palavrascchaves:"predicados"psicológicos;"voz"passiva;"ambiguidade."
!
Neste! trabalho! discutimos! a! ambiguidade! dos! predicados! psicológicos! da! classe! de! assustar,
quanto! à! interpretação! estativa/eventiva.! Tal! ambiguidade! torna! essa! classe! especial! em!
contexto!de!construção!passiva!verbal!e!adjetival.!Ao!se!analisar!os!predicados!do!tipo!assustar,!
verificaYse! que! há! a! possibilidade! de! se! construir! tanto! a! passiva! verbal! quanto! a! passiva!
adjetival! (1aYb).! No! entanto,! não! obstante! serem! também! predicados! ExperienciadorYObjeto!
(ExpObj),! predicados! do! tipo! preocupar,rejeitam! a! passiva! verbal! e! aceitam! a! passiva! adjetival!
33!
!
(2aYb)! e! predicados! do! tipo! acalmar,aceitam! apenas! a! passiva! verbal! (3aYb).! O! comportamento!
de!verbos!como!assustar,apresentaYse!como!um!problema!teórico,!principalmente!em!relação!às!
razões!que!levam!esses!verbos!a!apresentarem!a!dupla!leitura,!estativa!ou!eventiva.!!
Defendemos! que! a! ambiguidade! de! predicados! do! tipo! assustar, (e.g.,! animar,! atemorizar, e!
amedrontar)! pode! ser! explicada! pela! relação! entre! raiz! e! morfologia! causativa.! Para! esses!
predicados,! a! interpretação! estativa! adviria! da! raiz! nominal! (susto,! ânimo,! temor,! medo)! e! a!
interpretação! eventiva,! da! morfologia! causativa! (aYraizestYarev).! Os! predicados! da! classe! de!
acalmar, (e.g.,! alegrar,! amansar)! também! são! formados! por! raízes! estativas! e! morfologia!
causativa!–!esses!predicados!se!distinguem!dos!predicados!da!classe!de!assustar,por!formarem!
construções!com!a!forma!do!adjetivo!(João!ficou!calmo,com!os!cuidados!da!enfermeira),!em!que!
não! se! observa! a! morfologia! causativa! (nem! a! morfologia! participial).! Os! predicados! do! tipo!
preocupar, (e.g.! retrair,! saturar,! inibir),! por! fim,! não! são! ambíguos! em! relação! à! interpretação!
estativa/eventiva! –! são! estativos.! Esses! verbos! estão! relacionados! a! nomes! estativos!
(preocupação),!inexistindo!morfologia!eventiva!relevante!em!sua!estrutura.!!
Consideramos,!ainda,!que!o!traço!de!eventividade!é!determinante!para!licenciar!a!passiva!verbal.!
É!sabido,!por!exemplo,!que!certas!construções!pseudotransitivas!(4a)!não!aceitam!passiva!verbal!
(4b),!uma!vez!que!não!há,!nessas!estruturas,!complemento!direto!(4c).!No!entanto,!quando!uma!
construção! pseudotransitiva! dispõe! de! uma! variante! causativa,! em! que! há! a! presença! de! um!
sujeito!agente,!admiteYse!passiva!verbal!(5aYc).!!
Estamos! de! acordo! com! Landau! (2005)! quanto! à! proposta! de! que! as! propriedades! dos!
psicológicos!são!anuladas!quando!há!um!argumento!Agente!na!numeração.!Seguimos,!também,!o!
modelo! de! smuggling, (COLLINS,! 2005)! para! a! passiva! verbal! (quando! o! predicado! ExpObj! é!
eventivo! e,! consequentemente,! transitivo)! e! a! proposta! de! MeltzerYAsscher! (2011)! para! as!
passivas!adjetivas!(quando!o!predicado!é!estativo).!!
Sobre! a! restrição! relacionada! à! classe! de! assustar,! ambígua! em! termos! de!
estatividade/eventividade,! defendemos! que! duas! opções! são! apresentadas:! (i)! na! presença! de!
um! argumento! Agente/Causador! na! numeração,! o! predicado! tornaYse! eventivo! e,!
consequentemente,! transitivo! –! o! que! o! habilita! a! participar! da! construção! passiva! verbal;! (ii)!
inexistindo! argumento! Agente/Causador,! o! predicado! é! estativo! (e! inacusativo),! sendo! o!
argumento! Experienciador! regido! por! Øψ! –! nesse! caso,! apenas! a! passiva! adjetiva! estará!
disponível.!!
. !(1)!!João!foi!assustado,por!Maria.!João!ficou!assustado,com!Maria.! !
. (2)!!*João!foi!preocupado,por!Maria.! João!ficou!preocupado,com!Maria.! !
. (3)!!João!foi!acalmado,pela!enfermeira.! *João!ficou!acalmado!pela!enfermeira.! !
. (4)!!a.!Eu!pesava!50!kg!no!ano!passado. b.!*!50!kg!foram!pesados!por!mim!no!ano!passado.!c.!*!
Eu!pesavaYos!no!ano!passado.! !
. (5)! !a.! O! vendedor! pesou! 20! kg! de! uva. b.! 20! kg! de! uva! foram! pesados! pelo! vendedor.! c.! O!
vendedor!os!pesou.! !
!
"
Aquisição"da"escritacpadrão"do"português"brasileiro"em"esfera"escolar"
!
Lilian"Coelho"PIRES"(UFRR)"
!
Palavrascchave:"aquisição"da"escrita;"objeto"direto;"bilinguismo."
!
InvestigaYse!o!desenvolvimento!da!língua!escritaYpadrão!do!PB!por!indivíduos!brasileiros!
em! contexto! educacional.! AdotandoYse! a! teoria! de! Princípios! e! Parâmetros! e! o! Programa!
34!
!
Minimalista! (cf.! CHOMSKY,! 1995),! assumeYse! a! hipótese! de! que! tal! processo! se! constitui! como!
aquisição! de! segunda! língua! (L2).! O! objetivo! do! estudo! é! caracterizar! o! desenvolvimento! da!
gramática! do! indivíduo! letrado! buscandoYse! examinar! a! aquisição! de! clíticos! de! 3ª! pessoa,! na!
língua!escrita,!dado!que!tais!categorias!não!ocorrem!na!língua!falada.!Conforme!a!descrição!dos!
compêndios! gramaticais! adotados! na! escola,! o! objeto! direto! é! realizado! pelo! clítico,! sendo! a!
ênclise!a!posição!‘lógica,!normal’!(CUNHA!e!CINTRA,!1985/2008).!Assim,!adotouYse!a!perspectiva!
transversal,! pela! análise! da! produção! escrita! de! estudantes! do! Ensino! Fundamental,! Médio! e!
Superior.!Na!análise,!parteYse!do!‘Bilinguismo!Teórico’!de!Roeper!(1999),!em!que!a!ocorrência!de!
regras! contraditórias! na! gramática! do! falante! não! implica! opcionalidade,! mas! a! coexistência! de!
miniYgramáticas,! o! que! leva! à! conclusão! de! que! todo! falante! é! bilíngue.! Assumimos! ainda! a!
abordagem! de! Kato! (2005),! de! que! o! conhecimento! linguístico! do! adulto! letrado! se! desenvolve!
como! regras! estilísticas,! que! se! situam! na! periferia,! em! oposição! à! gramática! nuclear,!
manifestando! o! estatuto! de! segunda! gramática! (G2).! Focamos! nossa! análise! na! aquisição! das!
propriedades! morfossintáticas! de! objeto! direto.! Nossa! hipótese! de! trabalho! parte! de! estudos!
prévios!que!apontam!para!as!seguintes!propriedades!do!PB:!perda!do!clítico!acusativo!de!3ª!p.;!
aumento!na!ocorrência!de!objeto!nulo!e!de!pronome!lexical;!próclise!generalizada!de!clíticos!de!
1ª!e!2ª!pessoa;!perda/!ausência!do!movimento!longo!do!clítico!(CYRINO,!1990;!KATO,!CYRINO!e!
CORREA,! 1994;! GALVES,! 2001;! PAGOTO,! 1993).! Segundo! a! Hipótese! do! Acesso! Parcial! à! GU!
(STROZER,!1992),!nos!termos!de!Roeper!(1999)!e!Kato!(2005),!assumimos!que!a!escola,!sendo!o!
ambiente!formal!das!práticas!de!letramento,!é!o!contexto!privilegiado!para!oferecer!o!input,para!
a!aquisição!dos!clíticos,!e,!no!estágio!inicial!da!aquisição!da!escritaYpadrão,!haverá!transferência!
de!valores!paramétricos!do!português!oral!(L1/G1).!A!produção!escrita!dos!estudantes!é!eliciada!
em!narrativas!com!lacunas,!cujo!preenchimento!implica!a!escolha!entre!o!clítico!de!3ª!pessoa!e!
suas! variantes! (objeto! nulo,! pronome! lexical! e! sintagma! nominal).! Os! resultados! apontam!
similaridades!entre!a!aquisição!da!língua!escritaYpadrão!e!a!aquisição!de!L2,!já!que!as!seguintes!
propriedades!são!encontradas:!opcionalidade,!que!é!associada!com!a!indeterminação!lexical!no!
mapeamento!de!traços!formais!(WHITE,!2003),!assim!com!o!desenvolvimento!linguístico,!já!que!
o!uso!de!clíticos!de!3ª!pessoa!aumenta,!à!medida!que!as!demais!variantes!diminuem.!ConstataYse!
que! o! input, linguístico! oferecido! pela! escola! resulta! no! uso! de! clíticos,! porém,! havendo!
competição!de!gramáticas!que!exibem!formas!da!G1!e!formas!inovadoras,!que!indicam!aquisição!
da! G2.! Entre! os! objetivos! da! pesquisa,! consta! o! interesse! em! fornecer! evidência! quanto! à!
natureza! do! conhecimento! linguístico,! confirmandoYse! a! hipótese! de! que! a! aquisição! de! L2! e! o!
processo! de! letramento! são! fenômenos! semelhantes! que! se! desenvolvem! pelo! acesso! à!
Gramática!Universal.!
!
!
35!
!
A"estrutura"argumental"no"processo"de"aquisição"do"português"escrito"por"
surdos"
"
Joyce"Maria"SandescdacSilva"(UESB)"
Adriana"S."C."LessacdecOliveira"(UESB)"
"
Palavrascchave:"Estrutura"Argumental;"Português"Escrito;"Surdo."
!
Este! estudo! objetiva! investigar! a! estrutura! argumental! na! modalidade! escrita! do! português!
adquirido! por! pessoas! surdas.! Nossa! análise! tem! como! alicerce! o! quadro! teórico! gerativista!
(Chomsky,! 1981,! 1995),! especificamente,! as! concepções! de! Kato! (2005)! acerca! do! processo! de!
aquisição!da!escrita.!No!processo!de!aquisição!do!português,!o!surdo!se!depara!com!um!desafio!
que!vai!além!dos!desafios!típicos!de!um!processo!de!aquisição!de!segunda!língua!(L2),!uma!vez!
que,!por!não!ter!acesso!ao!input!acústico!do!português,!essa!pessoa,!na!grande!maioria!dos!casos,!
está! limitada! à! aquisição! do! português! em! sua! modalidade! escrita.! Segundo! Kato! (2005),! a!
aquisição! da! escrita,! assim! como! a! aquisição! de! uma! L2,! se! dá! mediante! acesso! indireto! à!
Gramática! Universal! (GU),! o! qual! é! mediado! pela! modalidade! falada! dessa! língua;! algo! que!
perdura! até! que! o! falante! se! aproprie! dos! valores! paramétricos! da! L2.! Quando! vivenciada! por!
surdos,!a!apropriação!da!escrita!do!português!tem!se!revelado!extremamente!difícil,!pois!se!trata!
de! uma! aquisição! da! modalidade! escrita! de! uma! língua! oroauditiva! da! qual! os! surdos! não!
possuem! a! modalidade! falada! que! lhes! serviria! como! mediadora! para! essa! aquisição.! Como!
resultado!desse!processo,!nos!deparamos!com!produções!textuais!escritas!por!surdos!nas!quais!
evidenciamos! sérios! problemas! de! ordem! gramatical! capazes! de! comprometer! a! interpretação!
do!texto.!Desse!modo,!nosso!objetivo!é!verificar!se!há!relação!entre!as!construções!agramaticais!
encontradas! nas! produções! textuais! dos! surdos! e! o! processo! de! seleção! categorial! da! Libras!
(Língua! Brasileira! de! Sinais),! considerando! que! esse! processo! submeteYse! a! aspectos!
paramétricos.! Para! a! composição! do! corpus! dessa! pesquisa,! coletamos! amostras! de! produção!
natural! de! português! escrito! de! sujeitosYinformantes! surdos.! Os! alunos! que! voluntariamente!
contribuíram!para!este!estudo!têm!entre!14!e!30!anos,!são!falantes!de!libras!e!cursam!o!Ensino!
fundamental! 2! e! o! Ensino! Médio! na! rede! regular! de! ensino.! As! produções! são! atividades!
escolares! propostas! pelos! professores! em! situação! cotidiana! de! produção! textual! em! ambiente!
escolar! e! atividades! desenvolvidas! no! acompanhamento! especializado! da! sala! de! recursos!
multifuncionais! para! pessoas! com! deficiência.! Como! este! estudo! é! um! trabalho! em! andamento,!
obtivemos!resultados!parciais,!de!acordo!com!os!quais!a!natureza!gramatical!de!tais!problemas!é!
de! grau! profundo,! atingindo! a! composição! da! estrutura! argumental! no! que! se! refere! à! seleção!
categorial,!à!seleção!semântica!e!ao!número!de!argumentos.!
!
!
!
Differential"Object"Marking"no"português:"uma"análise"diacrônica
!
Aline"Jéssica"Pires"(UNICAMP)"
"
Palavrascchave:"DOM,"linguística"histórica,"gramática"gerativa."
!
Tomando!o!arcabouço!de!estudos!de!base!gerativa!(Chomsky,!1995),!o!presente!trabalho!analisa,!
no!português!medieval,!o!fenômeno!conhecido!como!Differential,Object,Marking!(DOM),!também!
chamado!de!acusativo,preposicionado,!que!consiste!na!marcação!do!objeto!direto!por!preposição.!
Para!tanto,!são!tomados!dados!no!período!que!compreende!os!séculos!XVI!a!XIX,!com!o!objetivo!
36!
!
de!descrever!e!analisar!quais!são!as!particularidades!que!abrangem!DOM!no!português,!e!tentar!
estabelecer!hipóteses!para!a!estruturação!de!DOM.!!
!
A! marcação! diferencial! do! objeto! seria! um! resquício! dos! sistemas! de! declinações! latinas,! e!
pesquisadores!como!Gibrail!(2003)!afirmam!que!o!fenômeno!surgiu!nas!línguas!românicas!para!
marcar! o! objeto! direto! na! estrutura! oracional! de! ordem! livre,! assim! como! diferenciar! o! objeto!
direto!do!sujeito!quando!ambos!tiverem!os!mesmos!traços!semânticos.!O!estudo!de!DOM!se!faz!
importante!não!apenas!para!que!se!possa!entender!um!capítulo,da,formação,histórica!das!línguas!
românicas!e!do!português,!mas!para!que!se!possa!entender!também!um!fenômeno!em!constante!
evolução!em!outras!línguas.!Metodologicamente,!são!abordados!apenas!os!casos!de!DOM!em!que!
o! complemento! direto! é! acompanhado! pela! preposição! a! –! ver! (1)! e! (2),! também! sendo!
analisados! os! parâmetros! da! animacidade! e! categorias! referenciais,! assim! como! características!
lexicais! do! objeto! e! a! estrutura! da! oração! em! que! o! objeto! está! presente,! seguindo! propostas!
como!as!de!Bossong!(1991),!que!postulam!que!tais!propriedades!são!marcantes!em!DOM.!Para!o!
desenvolvimento! da! pesquisa,! são! utilizados! dados! obtidos! no! Corpus, Histórico, do, Português,
Tycho,Brahe,!ligado!ao!IEL/UNICAMP.!!
!
(1)!!
a.!Ele!aconselhou!o!João!!
b.!Ele!aconselhou!ao,João,,
(2)!!
a.!Ao,professor,!Pedro!agradeceu,!não!ao,aluno.!!
b.!*O!professor,!Pedro!agradeceu,!não!o!aluno.!!
!
As!análises!realizadas!até!então!apontam!que!a!animacidade!e!definitude!são!relevantes!para!a!
marcação! diferencial,! além! disso,! mostram! uma! queda! expressiva! da! frequência! de! DOM,! tal!
como! já! indicam! outros! estudos.! Os! quais! indicam,! também,! uma! direção! da! mudança! de! DOM,!
com!os!dados!revelando!uma!tendência!maior!da!ocorrência!do!fenômeno!diante!de!pronomes,!
quantificadores!e!o!NP!Deus.!!
!
!
!
Uma"discussão"acerca"da"concordância"de"gênero"em"construções"
predicativas"adjetivais"no"português"do"brasil"
"
Alane"Luma"Santana"Siqueira"(UFPE)"
"
Palavrascchave:"Concordância,"Construções"predicativas"adjetivais,"Teoria"gerativa."
!
O!português!é!uma!língua!que!apresenta!morfologia!de!concordância!de!gênero!e!número!entre!
todos! os! elementos! flexionáveis! no! sintagma! nominal! (SN)! (ex.:! AYs! meninYaYs! bonitYaYs),! bem!
como!entre!o!SN!sujeito!e!um!predicativo!a!ele!relacionado!(ex.:!AYs!meninYaYs!estão!cansadYaYs).!
No!que!tange!especificamente!ao!Português!Brasileiro!(PB),!a!concordância!nominal!de!número!
não! é! uniforme,! pois! há! mais! de! uma! possibilidade! para! indicar! pluralidade! (ex.:! AYs! meninaYs!
bonitaYs;!AYs,meninaYs!bonita;!AYs!menina!bonita.).!Já!em!relação!à!concordância!de!gênero!entre!
os! elementos! flexionáveis! internos! ao! SN! é! obrigatória! (Ex.:! *As! meninos! bonitos).! Apesar! de! a!
concordância! de! gênero! ser! fortemente! marcada! entre! os! elementos! flexionáveis! do! SN,! bem!
como! entre! o! SN! sujeito! e! o! predicativo! a! ele! relacionado,! algumas! construções! predicativas!
adjetivais! apresentam! um! padrão! distinto! de! concordância! de! gênero,! não! havendo,! entre! o!
sujeito! e! o! predicativo,! uma! concordância! visível! de! gênero! (ex.:! Maçã! é! gostoso).! Portanto,! o!
objetivo!central!deste!trabalho!será!discutir!a!concordância!nominal!de!gênero!em!construções!
predicativas!adjetivais!com!o!verbo!‘ser’,!especificamente,!partindo!da!proposta!apresentada!em!
37!
!
Duek!(2012),!por!exemplo,!que!aponta!uma!correspondência,!para!o!PB,!entre!o!tipo!de!gênero!
do! nome! (se! natural! ou! arbitrário)! e! o! padrão! de! concordância! nominal! que! o! nome! nu! pode!
estabelecer! com! o! predicativo.! A! autora! afirma! que,! nos! nomes! com! gênero! natural,! a!
concordância!seria!obrigatória!(ex.:!Atriz!é!vaidosYa!/*Atriz!é!vaidosYo),!já!em!nomes!com!gênero!
arbitrário,!a!realização!da!marca!de!concordância!de!gênero!no!predicativo!não!é!verificada!(ex.:!
Maçã!é!gostoso/!*Maçã!é!gostosa)!–!a!não!ser!que!haja!a!categoria!funcional!NumP!na!estrutura!
(WECHSLER;! ZLATIC,! 2000).! Em! relação! a! dados! com! o! verbo! ‘ser’! no! plural,! a! autora! não!
discute,! o! que! é! algo! problemático,! uma! vez! que! quando! temos! um! dado! como! “maçãs! são!
gostosas”,! o! adjetivo! obrigatoriamente! precisa! estar! concordando,! em! gênero,! com! o! sujeito! ao!
qual!se!refere!(mesmo!se!tratando!de!um!nome!com!gênero!arbitrário),!caso!contrário,!teremos!
uma!sentença!agramatical!(ex.:!*maçãs!são!gostosos).!
!
!
!
Uma"proposta"semântica"para"a"análise"da"causativização"dos"verbos"de"
movimento"em"PB"
!
Thayse"Letícia"Ferreira"(UFSCar)"
"
O!fenômeno!da!causativização!consiste!em!um!processo!de!alternância!verbal!(LEVIN;!
RAPPAPORTYHOVAV,!2011)!que,!de!acordo!com!Pylkkänen!(2008),!insere!o!predicado!semântico!
CAUSE! em! estruturas! que! originalmente! não! o! contém.! Esse! processo! é! também! denominado!
“transitivização”! (KITILLÄ,! 2006)! e! forma! sentenças! causativas! a! partir! de! bases! não! causais! e!
normalmente! intransitivas,! como! no! exemplo! abaixo,! em! que! A! representa! a! sentença! base!
intransitiva,!e!não!causal,!e!B!sua!contraparte!causativa.!
(1)!A.!O!cavalo!pulou!pela!cerca!
$($e)[Pular(e)!&!Agente(e,!cavalo)]!
B.!O!jogador!de!polo!pulou!o!cavalo!pela!cerca!
$(e)[Agente(e,! jogador! de! polo)! &! Tema(e,cavalo)! &! $($e')[pular(e')! &! Agente(e',!
cavalo)!&!CAUSE(e,!e')]]!
Curiosamente,! nem! todos! os! verbos! de! movimento! que! são! a, priori! não! causativos!
aceitam!a!inserção!de!CAUSE!à!sua!estrutura!(2)!ou!aceitam!somente!em!determinados!contextos!
(3):!
(2)!A.!Os!atletas!foram!pras!Olimpíadas!
B.*O!treinador!foi!os!atletas!pras!Olimpíadas!
(3)!A.!O!João!caiu!de!cima!do!muro!
B.*Eu!caí!o!João!de!cima!do!muro!
C.!A!prova!caiu!a!nota!do!João!
Pensando! então! no! licenciamento! da! causativização! de! verbos! de! movimento!
inergativos! e! inacusativos! em! PB,! o! presente! trabalho! tem! como! objetivo! principal! explicar! a!
assimetria! observada! nos! exemplos! de! (1)! a! (3).! Para! tanto,! partimos! da! hipótese! de! que! a!
causativização! altera! a! estrutura! do! evento! denotado! por! esses! verbos! e! não! sua! estrutura!
argumental,! como! o! fazem! Cambrussi! (2009,2012)! e! Amaral! (2009).! Pensando! nisso,!
desenvolveremos!nosso!trabalho!dentro!do!quadro!teórico!da!semântica!de!eventos!(PARSONS,!
1990),! utilizando! especificamente! o! modelo! neodavidsoniano! de! Sintaxe! de! Primeira! Fase!
(RAMCHAND,! 2008),! por! considerarmos! sua! ontologia! suficientemente! refinada! para! a! análise!
das!sentenças!em!questão.!Esse!modelo!consiste!em!uma!árvore!semânticoYsintática,!cuja!relação!
entre!os!subeventos!(Initiation![subevento!de!causa],!Process![núcleo!dos!predicados!dinâmicos,!
denota! o! processo]! e! Result! [subevento! do! estado! resultante],! que! podem! ser! combinados! às!
noções!de!PATH!e!RHEME)!é!dada!por!uma!única!e!mínima!regra!de!derivação!causal!(“leads!to!
38!
!
rule”)!baseada!em!Hale!e!Keyser!(1993).!Para!averiguar!nossa!hipótese,!investigaremos,!a!partir!
de! dados! de! fala! espontânea! do! PB,! justamente! o! papel! das! noções! de! PATH! e! RHEME! no!
licenciamento!da!causativização!dos!verbos!de!movimento!inergativos!(atividades![init,!proc])!e!
inacusativos! (achievements! [init,! proc,! res]).! Pois,! em! uma! primeira! análise,! a! causativização!
parece! ser! licenciada! somente! para! os! inergativos! que! permitem! a! inserção! de! PATH! em! sua!
estrutura,!cuja!interpretação!será!a!de!que!houve!algum!tipo!de!deslocamento!espacial!forçado!
(cf.! (1)).! Por! outro! lado,! caso! PATH! se! combine! a! um! verbo! inacusativo,! a! leitura! de! causa! é!
bloqueada!(3B),!sendo!a!causativização!desses!verbos!licenciada!pela!associação!de!RHEME,!cuja!
interpretação!na!sentença!é!de!uma!mudança!em!uma!dada!escala!(cf.!(3C)).!Assim,!esperamos!
propor! uma! formalização! semântica! para! a! interpretação! da! causativização! que! dê! conta! da!
assimetria!encontrada!no!PB.!
"
!
A"categoria"dos"determinantes"na"Língua"Brasileira"de"Sinais"
"
Lizandra"Caires"do"Prado"(UnB)"
Adriana"S."C."Lessa"de"Oliveira"(UESB)"
!
Palavrascchave:"Dêixis,"Geometria"de"traços,"Localizadores."
!
Este! estudo! objetivou! investigar! a! natureza! categorial! de! elementos! recorrentes! na! língua!
brasileira! de! sinais,! os! quais! tratamos! como! Localizadores! (Loc/Locs).! Estes! elementos,!
caracterizados! como! estruturas! eminentemente! dêiticas,! são! usados! para! a! “apontação”! de!
referentes!no!mundo!físico.!Ancorando!nosso!estudo!nos!postulados!gerativistas,!defendemos!a!
hipótese! de! que! estes! elementos! são! núcleos! determinantes! (núcleos! D),! por! terem! a!
característica! principal! de! marcação! de! referentes,! subcategorizando! itens! nominais! (NPs)!
realizados,!ou!ocorrendo!como!proformas!(com!NPs!vazios).!O!corpus!da!pesquisa!foi!constituído!
por:!sujeitoYinformante!surdo!de!família!ouvinte!com!aquisição!da!libras!na!infância,!depois!dos!6!
anos! de! idade;! sujeitoYinformante! surdo! de! família! surda,! com! aquisição! da! libras! na! primeira!
infância;!e!sujeitoYinformante!surdo!de!família!ouvinte,!com!aquisição!da!libras!a!partir!do!início!
da! adolescência.! Para! a! transcrição! de! dados! utilizamos! o! sistema! de! escrita! de! libras! SEL!
elaborado! por! LessaYdeYOliveira! (2012),! além! de! glosas! e! interpretação! das! sentenças.! Para! a!
análise! das! propriedades! gramaticais! dos! Locs! adotamos! a! hipótese! da! unidade! mínima! de!
articulação! dos! sinais! MLMov! (Mão! –! Locação! –! Movimento),! proposta! por! LessaYdeYOliveira!
(2012).! Assim,! com! base! nos! estudos! acerca! da! categoria! dos! determinantes! realizados! por!
Abney!(1987)!e!Longobardi!(1994),!propomos!que!os!Locs!em!libras!são!elementos!pertencentes!
à!categoria!DP.!E,!com!base!nos!estudos!de!Béjar!(2003)!e!Carvalho!(2008)!acerca!da!geometria!
de!traços!que!compõem!os!pronomes,!em!línguas!orais,!propomos!que!as!diversas!ordens!entre!
Locs,! nomes,! possessivos! e! quantificadores,! encontradas! nos! dados,! são! decorrentes! da!
necessidade!de!checagem!dos!traços![D]!e![φ],!presentes!na!sonda,!pelos!alvos!Loc,!Pos,!Q!ou!por!
N,!os!quais!devem!ter!a!condição!de!checar!o!traço!de![Dêixis].!Ainda,!com!base!nos!estudos!de!
Torrego!(1988)!acerca!da!elipse!nominal,!legitimada!por!certos!traços,!e!de!Lobeck!(1995)!que!
concebe!a!elipse!nominal!como!um!N!vazio!(pro),!propomos!que!os!Locs!proformas!(pronomes)!
em!libras!são!resultado!de!Loc+elipse!nominal.!Essa!análise!nos!leva!a!conclusão!de!que!há!em!
libras!três!tipos!de!Locs:!tipo!1!–!posposto!ao!nome,!com!baixa!especificação;!tipo!2!–!anteposto!
ao!nome,!com!especificação!mediana;!e!tipo!3!–!proformas,!altamente!especificado.!!
!
!
!
39!
!
Mecanismos"de"intensificação"adverbial"no"Guarani"Paraguaio"
!
Lara"Frutos"(USP)"
"
Palavras"chave:"modificação,"semântica"escalar,"eventos."
"
Neste! trabalho,! procuro! descrever! e! analisar! os! dados! em! que! expressões! de! grau! ocorrem!
com!predicados!verbais!no!Guarani!Paraguaio!dentro!da!perspectiva!da!semântica!formal.!Mais!
especificamente,! trabalharemos! a! partir! da! semântica! de! escalas,! em! KENNEDY! 1999! e!
KENNEDY! &! McNALLY! 2005.! Em! Guarani,! expressões! de! grau,! além! de! ocorrer! como!
modificadores! de! predicados! verbais! e! adjetivos,! modificam! também! advérbios! de! tempo,!
frequência!e!intensidade,!como!mostra!(1).!!
!
(1) a.!!
Juan! omba’apo!!
!
tapiaite!
!
!!!!!!!!!! Juan! oYmba’apoYø! !
tapiaYite!
!
!
Juan! trabalhouYNFut!
sempreYite!
!
!
‘Juan!trabalhou!sempre/continuamente’!
b.!!
Juan!! oñani! !
!
hetaite!
!
!
Juan! oYñaniYø!
!
hetaYite!
!
!
Juan! 3YcorrerYNFut! !
hetaYite!
!
!
!
‘Juan!correu!muito’!
!
A!relevância!para!uma!discussão!teórica!dos!dados!em!(1)!é!que!o!modificador!de!grau!em!
questão!‘ite’!ocorre!apenas!com!adjetivos!graduáveis!e!não!coYocorre!com!predicados!verbais,!a!
menos! que! estejam! modificados! por! advérbios! de! tempo! e! intensidade! como! ‘tapia’!
frequentemente,,‘akói’,sempre,e,‘heta’,muito.!As!questões!investigadas!neste!trabalho!são:!i)!qual!
a!contribuição!semântica!desses!intensificadores!na!predicação!e!ii)!qual!análise!formal!poderia!
ser! capaz! de! explicar! a! ocorrência! de! expressões! com! advérbios.! As! hipóteses! levantadas! aqui!
são! que! advérbios! de! tempo! de! intensidade! do! Guarani! Paraguaio,! como! em! (1),! inserem! um!
significado! graduável! na! predicação,! ou! seja,! possuem! uma! variável! de! grau! em! sua! entrada!
lexical,! tendo! mecanismos! semânticos! de! gradação! semelhantes! aos! dos! adjetivos.!
Tradicionalmente!os!advérbios!de!tempo!e!intensidade,!embora!frequentemente!utilizados!como!
expressões! de! grau! não! são! analisados! como! expressões! graduáveis.! Por! isso,! num! segundo!
momento! o! trabalho! analisa! os! tipos! de! escalas! presentes! em! predicados! verbais! do! Guarani,!
buscando! apresentar! quais! as! dimensões! escalares! estão! disponíveis! nessas! predicações.!
Partimos!da!hipótese!de!que!verbos!que!denotam!eventos!atômicos,!como!em!(2)!não!podem!ter!
uma!dimensão!escalar!de!intensidade,!mas!apenas!de!quantidade,!pois!quando!modificados!por!
advérbios! de! grau! levam! à! pluralização! dos! eventos.! Já! verbos! que! denotam! eventos! nãoY
atômicos!como!em!(3),!podem!ter!uma!dimensão!de!intensidade.!
!
(2)!!
Juan! ogueru!!!
yva!
hetaite!!
!
!
Juan! oYgueruYø!!
yva!
hetaYite!
!
!
Juan! 3YtrazerYNFut! fruta! hetaYite!
!
Contextos:!!
Juan!trouxe!fruta!muitas!vezes!
!
!
!
!
(3)!
Juan! oYñaniYø!
!
hetaYite!
! !
Juan! 3YcorrerYNFut! !
hetaYite!
!
! !
‘Juan!correu!muitíssimo’!
! Contextos:!
1.!Juan!correu!por!muito!tempo.!
! !
!
2.!Juan!correu!muito!intensamente.!
40!
!
! !
!
3.!Juan!praticou!corrida!várias!vezes!durante!a!semana!passada.!
!
Sendo! assim,! verbos! que! denotam! eventos! não! atômicos! (3)! podem! denotar! uma! escala! de!
tempo! (duração),! uma! escala! de! intensidade! e! uma! escala! de! quantidade! de! eventos,! se! forem!
interpretados! como! télicos.! Já! verbos! que! denotam! eventos! atômicos! possuem! denotar! apenas!
uma!escala!de!quantidade!de!eventos.!!
Dessa! maneira,! os! dados! do! Guarani! lançam! luz! sobre! uma! perspectiva! possível! para! a!
análise! de! advérbios! de! intensidade! em! outras! línguas! naturais.! Os! dados! apresentados! neste!
trabalho! foram! coletados! em! trabalho! de! campo! originais! através! da! metodologia! de! elicitação!
controlada.!!!
!
!
!
Aspectos"da"interlíngua"de"surdos"usuários"da"Língua"Brasileira"de"Sinais"na"
aquisição"do"Português"como"Segunda"Língua:"o"contexto"universitário."
"
Layane"Rodrigues"de"Lima"Santos"(UFG/UnB)"
"
Palavrascchave:"Interlíngua,"Português,"Surdos."
!
Esta! comunicação! analisa! a! interlíngua! de! estudantes! surdos! universitários,! recém! egressos! do!
Ensino!Médio,!aprendizes!do!Português!como!Segunda!Língua!(L2),!tendo!como!hipótese!a!teoria!
da!Gramática!Universal!(GU),!conforme!proposta!por!Noam!Chomsky!(1986;!1995),!que!também!
tem! sido! aplicada! aos! estudos! de! aquisição! de! L2! (cf.! FLYNN,! 1987;! FLYNN! &! O’NEIL,! 1988;!
PHINNEY,! 1987;! TOMAS,! 1991;! WHITE,! 1987,! 1989,! dentre! outros).! A! partir! de! produções!
escritas!do!gênero!acadêmico!resumo,!identificaramYse!três!interlínguas,!com!base!em!Brochado!
(2003),! a! saber:! (i)! predomínio! de! estrutura! gramatical! semelhante! à! Libras! (Língua! Brasileira!
de! Sinais),! com! poucas! características! do! Português,! como! em! “Então,tem,uma,é,muito,alguma,
metodológica,por,algo,motivação,sempre,diferença,conhecimento,(...)”.;!(ii)!estrutura!da!frase!ora!
com! características! gramaticais! da! Libras,! ora! com! características! gramaticais! da! frase! do!
Português,! como! em! “O, processo, de, ensino/aprendizagem, oportunidade, , desenvolvem, na, escola,,
do, , método, , como, qualquer, prefeito, do, professor.”! e! (iii)! predomínio! da! gramática! da! Língua!
Portuguesa,!como!em!“Vygotsky,discute,aspectos,escrita,como,processo,que,constrói,longo,da,vida!
(...)”.!Sendo!assim,!dadas!as!diferenças!paramétricas!entre!a!Língua!Portuguesa!e!a!Libras!no!que!
se!refere!à!morfossintaxe,!discuteYse!que,!apesar!da!interferência!da!Língua!de!Sinais,!o!processo!
de! interlíngua! não! viola! os! princípios! da! GU,! pois! a! má! formação! das! sentenças! na! produção!
escrita! em! Português! do! surdo! ocorre! pelo! fato! de! o! aprendiz! ainda! não! ter! fixado! os! valores!
paramétricos!da!L2,!pois!o! input!necessário!e!apropriado!não!foi!oferecido!na!educação!básica.!
Os! resultados! indicam! a! necessidade! de! se! desenvolver! metodologia! de! ensino! voltada! para! a!
elaboração!de!textos!de!gêneros!acadêmicos!como!L2!no!contexto!universitário,!com!enfoque!em!
questões!morfossintáticas,!como!o!uso!da!concordância!e!de!conectivos!do!Português.!
!
!
!
Tópico"contrastivo"em"sentenças"com"deslocamento"no"português"brasileiro"
"
Fernanda"Rosa"da"Silva"(USP)"
"
!
Esta! pesquisa! tem! como! objetivo! investigar! as! particularidades! semânticas! e!
pragmáticas! de! sentenças! do! português! brasileiro! (PB)! cujo! sintagma! na! posição! de! objeto! é!
41!
!
deslocado! para! a! periferia! esquerda! da! sentença.! Mais! precisamente,! este! trabalho! procura!
identificar!quais!as!consequências!lógicas!e!pragmáticas!de!sentenças!cujo!sintagma!com!função!
informacional!de!tópico!contrastivo!seja!deslocado!para!a!periferia!esquerda!da!sentença.!
Consideramos! que! tópico! contrastivo! é! uma! marcação! prosódica,! com! uma! entonação!
peculiar!de!curvatura!descendente,!que!desencadeia!um!conjunto!de!perguntas!(cf!Büring!(1999,!
2003)).! Além! disso,! assumimos! que! foco! é! uma! marcação! prosódica! que! desencadeia! um!
conjunto!de!alternativas!contextualmente!relevantes!(cf.!Rooth!(1985)).!!
Consideramos,! ainda,! que! deslocamento! como! um! fenômeno! sintático! em! que! um!
sintagma! é! deslocado! para! a! periferia! esquerda! da! sentença,! deixando! um! vestígio! no! local! de!
origem,!ou!este!local!é!preenchido!por!um!pronome!
Deslocamento! de! elementos! como! tópico! e! foco! no! português! brasileiro! já! foram!
amplamente! investigados! sob! diversas! perspectivas! teóricas,! desde! funcionalistas! (Pontes!
(1987),! Ilari! (1992)),! até! mais! formalistas,! como! as! teorias! gerativistas! ((Kato! (1989,! 1998).!
Nossa!pesquisa,!entretanto,!se!torna!original!por!buscar!uma!proposta!lógica!na!perspectiva!da!
semântica! formal! em! interface! com! a! pragmática.! Observe! o! contexto! abaixo,! que! representa! o!
objeto!de!nosso!estudo.!
!
(1) A:!Com!quem!o!João!tá!namorando?!
B:!O!João!tá!namorando!com!A!MARIAF.!
!
(2) A:!O!João!tá!namorando!com!a!Maria?!
B:!Com,a,Maria,,o!João!tá!namorando.!
!
Em! comparação! aos! dois! contextos! acima,! enquanto! em! (1),! o! falante! em! B! responde!
exatamente!ao!questionado,!em!(2),!ao!deslocar!o!sintagma!“Com!a!Maria”,!o!falante!indica!que!
faz!uso!de!uma!estratégia!e!deixa!no!ar!que,!além!de!namorar!a!Maria,!o!Joao!tenha!outros!tipos!
de!relacionamento.!!
A! proposta! deste! trabalho! é! contribuir! com! uma! explicação! lógica! e! uma! formalização!
do! fenômeno! de! deslocamento! de! tópico! contrastivo,! a! partir! de! teorias! na! interface! da!
semântica! e! pragmática! formal! (cf.! Roberts! (1996),! Büring! (1999,! 2003),! Prince(1979)),!
considerando!as!restrições!em!implicaturas!que!tais!contextos!apresentam.!
!
!
!
Da"estrutura"de"sintagmas"preposicionados"adverbiais"no"português"
brasileiro"–"questões"para"uma"teoria"da"gramática."
Harley"Toniette"(UNICAMP)"
"
Palavrascchave:"Sintagmas"preposicionados"adverbiais,"Português"brasileiro,"Teoria"da"
gramática."
"
Este! trabalho! analisa! a! estrutura! de! sintagmas! preposicionados! adverbiais! (SPAdvs)! no!
português!brasileiro!(PB),!com!o!intuito!de!apresentar!uma!proposta!que!traga!luz!aos!contrastes!
inerentes! nos! tipos! estruturais! apresentados! abaixo,! e! de! investigar! se! é! possível! estabelecer!
uma! derivação! padrão! que! abrigue! tais! tipos.! AssumeYse,! como! quadro! teórico! principal,! o!
arcabouço! dos! estudos! minimalistas! de! base! gerativa! (Chomsky,! 1995),! e! para! as! discussões! e!
análises! da! estrutura! dos! SPAdvs! no! PB,! assumeYse! os! trabalhos! de! Den! Dikken! (2010),! que!
analisa!a!estrutura!de!sintagmas!preposicionados!(SPrep)!no!holandês,!e!Svenonius!(2010),!que!
analisa!as!estruturas!de!SPrep!do!inglês.!
42!
!
Os! tipos! de! SPAdvs! do! PB! analisados! são:! (i)! estruturas! na! qual! aparecem! preposições!
órfãs/encalhadas!–!ver!(1);!(ii)!estruturas!em!que!a!preposição!pode!ser!omitida!nos!SPAdvs!sem!
que!haja!alteração!aparente!do!sentido!–!ver!(2);!e!(iii)!estruturas!formadas!por!PP!+!PP!e!PP!+!
DP!–!ver!(3).!!
(1)!
(2)!
(3)!
a.!O!João!sempre!gosta!de!falar!contra. !
b.!O!João!foi!na!festa!e!bebeu!até. !
c.!Pega!logo!a!comida!senão!você!vai!ficar!sem.!!
a.!João!foi!viajar!na!semana!passada/!a!semana!passada !
b.!O!João!vai!viajar!para!casa!da!Maria!em!que!semana/!que!semana?!!
(omissão!da!preposição!em!um!SPAdv!temporal)!!
a.!O!carro!está!parado!na!estrada!acima!da!colina !
b.!O!João!ficou!em!que!lugar!do!palco!do!show!de!reggae?!!
!
Os!pontos!centrais!para!este!trabalho!são:!(i)!contrastes!que!as!estruturas!em!(1)!apresentam!em!
termos!de!licenciamento!do!isolamento!de!uma!preposição!no!final!da!sentença!–!ver!(1)!e!(4);!
(ii)!as!(im)possibilidades!de!se!omitir!uma!preposição!em!SPAdvs!a!depender!do!tipo!de!SPAdv!–!
ver! (2)! e! (5);! e! (iii)! características! da! constituição! estrutural! dos! SPAdvs! em! relação! à!
(im)possibilidade!de!extração/movimento!de!constituintes!–!ver!(3)!e!(6).!!
(4)!
a.!O!João!sempre!gosta!de!falar!*sobre/!*para/!*ante/!contra/!até!!
!!!!!!!!(apenas!algumas!preposições!podem!ficar!no!fim!da!sentença)!!
b.!Pega!logo!o!boloi!senão!você!vai!ficar!sem!eci !
!!!!!!!(a!preposição!encalhada!pode!depender!da!presença!de!um!antecedente)!!
(5)!
a.!O!João!comprou!roupas!na!loja!da!esquina/*a!loja!da!esquina !
b.!O!João!comprou!roupas!em!que!loja!da!esquina/!*que!loja!da!esquina?!!
!!
!!!!!!!(impossibilidade!de!omissão!da!preposição!em!SPAdvs!locativos)!!
c.!O!João!fala!meu!nome!sempre!desse!jeito/*esse!jeito !
d.!O!João!fala!meu!nome!sempre!de!que!jeito/que!jeito?!!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!(omissão!em!SPAdvs!modais)!!
(6)!
a.!Na!estrada,!o!carro!está!parado!acima!da!colina !
b.!*Acima!da!colina,!o!carro!está!parado!na!estrada !
c.!Em!que!lugar!o!João!ficou!do!palco!do!show!de!reggae?!!
d.!??O!show!de!reggae,!o!João!ficou!em!que!lugar!do!palco?!!
!
Os! resultados! das! análises! apontam! para! uma! estrutura! categorial! específica! de! SPAdvs! no! PB!
comparável!às!estruturas!cartográficas!apresentadas!por!Den!Dikken!(2010)!e!Svenonius!(2010),!
atendendo! aparentemente! as! necessidades! do! PB,! e! o! ideal! de! uma! estrutura! universal,! ponto!
importante!em!termos!do!trabalho!em!sintaxe!gerativa.!!
"
Classificadores"em"LIBRAS:"morfemas"ou"núcleos?"
Anderson"Almeida"da"Silva!"(UNICAMP)"
"
PalavrascChave:"Classificadores,"Línguas"de"Sinais,"LIBRAS."
!
Os!Classificadores!parecem!ser!unidades!bastante!complexas!comuns!entre!as!línguas!de!sinais!
existentes!no!mundo!(GLUECK!&!PFAU,!1998;!PFAU,!STEINBACH!&!WOLL,!2012;!ZWITSERLOOD,!
2003;!SANDLER!7!LILLOYMARTIN,!2006!E!OUTROS).!O!fato!de!que!os!classificadores!podem!se!
comportar! na! LIBRAS! como:! nomes! (MENDONÇA,! 2012),! verbos! (FELIPE,! 2000;! 2002;!
BERNARDINO,!2012,!MAZUCHETTI,!2014;!VELOSO,!2005;!FERREIRA!&!NAVES,!2014)!!ou!ainda!
predicados! complexos! em! línguas! de! sinais! não! reflete! o! status! da! classificação! para! as! línguas!
43!
!
orais,! uma! vez! que! eles! são! observados! como! morfemas! recorrentes! e! de! uso! sistemático! na!
língua! que! aparecem! ligados! à! uma! raiz! verbal,! mudando! ou! classificando! o! significado!
contextual.!Para!este!estudo!revisitamos!as!posições!teóricas!que!consideram!que!nas!línguas!de!
sinais!e!na!!LIBRAS:!não!se!tem!claramente!a!distinção!entre!nomes!e!verbos!e!a!implicação!disto!
para! a! noção! de! classificação! (PIZZIO,! 2011),! a! posição! de! que! o! classificador! seria! na! verdade!
um!caso!de!Agreement,(GLUECK!&!PFAU,!1998),,e!ainda!a!possibilidade!de!que!eles!sejam!fruto!
de! incorporação! sintático! ou! semântica! (BAKER,! MITHUN,! 2002! E! OUTROS).! Tivemos! como!
objetivo! no! estudo! problematizar! as! relações! de! se! pensar! os! classificadores! como! unidades!
estanques!(morfemas!ou!núcleos)!na!língua!cotejando!as!diferentes!posições!assumidas.!Ao!final,!
consideramos! sobre! como! as! diferentes! posições! teóricas! não! dão! conta! da! recategorização! do!
fenômeno!da!classificação!em!LIBRAS,!uma!vez!que!esta!análise!é!somente!pontual!e!o!assunto!
ainda!encontraYse!aberto!para!outras!intervenções.!!!
!
!
!
Ordem"de"constituintes"e"prosódia"em"karitiana:"o"caso"das"orações"
relativas"de"objeto"
Karin"Camolese"Vivanco"(Universidade"de"São"Paulo)"
!
Palavrascchave:#ordem"de"palavras,"prosódia,"relativas"de"núcleo"interno"
!
Essa!apresentação!busca!discutir!a!interação!entre!ordens!de!constituintes!e!prosódia!nas!
orações! relativas! do! karitiana.! Falada! por! cerca! de! 400! pessoas! no! estado! de! Rondônia,! o!
karitiana!é!a!única!língua!representante!da!família!Arikém!(tronco!Tupi).!Segundo!Storto!(1999),!
as!relativas!dessa!língua!seriam!de!núcleo!interno!(i.e.,!o!núcleo!se!encontraria!dentro!da!própria!
oração!encaixada).!Relativas!de!objeto!teriam!o!verbo!marcado!com!o!morfema!!{tiY},!igualmente!
presente!em!construções!de!foco!do!objeto!e!perguntas!quY!de!objeto.!!
Em!um!experimento!de!produção,!os!falantes!produziram!relativas!de!objeto!com!ordens!
OSV!e!SOV!(Vivanco,!2014):!
!
(1)!
(2)!
Oração"relativa"de"objeto"com"a"ordem"OSV!
Yn,,
Ø3na3aka3t, ,,,i3pyting3Ø, ,
[boet, Luciana,
ti3m‘a]3ty.,,
1s!!
3YDECLYCOPYNFUT! !!!NOMYquererYCON.ABS.!
![colar!
Luciana! !
CFOYfazerY!OBL!!
1s!
3YDECLYCOPYNFUT!!!!NOMYquererYCON.ABS!
[Ana!
roupa!
‘Eu!quero!o!colar!que!a!Luciana!fez.’!
Oração"relativa"de"objeto"com"a"ordem"SOV!
Yn,
Ø3na3aka3t,, ,,,i3pyting3Ø, ,
[Ana,, pykyp,,ti3pipãram<a>]3ty.,,
CFOYcosturou<v.e.>]YOBL!!
‘Eu!quero!a!roupa!que!a!Ana!costurou.’!
!
Em! línguas! com! relativa! variabilidade! de! ordens! de! constituintes! (tradicionalmente!
chamadas! de! “não! configuracionais”! Y! veja! Hale! 1983,! 2013),! a! serialização! dos! NPs! seria!
regulada!por!outros!fatores!além!de!sua!função!sintática!(Fanselow!1990).!A!prosódia!seria!um!
deles,! pois! ela! interagiria! com! a! posição! do! objeto! em! línguas! como! o! alemão! e! o! ucraniano!
(Fanselow! 2010;! AntonyukYYudina! &! Mykhaylyk! 2013).! O! exame! dos! dados! de! Vivanco! (2014)!
mostrou!que!a!prosódia!também!parece!interagir!com!a!ordem!de!constituintes!em!karitiana:!em!
relativas! de! objeto! SOV! como! (2),! o! sujeito! é! prosodicamente! saliente,! enquanto! o! objeto! é!
sempre!não!acentuado!e!forma!um!sintagma!entoacional!com!o!verbo.!!
Visto! que! a! ordem! de! constituintes! default! (visível! em! ambientes! subordinados)! seria!
SOV!em!karitiana,!assumimos!que!o!objeto!não!se!move!para!a!periferia!da!oração!em!relativas!
de! objeto! SOV.! Nos! contextos! de! produção! dessas! sentenças,! o! referente! do! núcleo! da! relativa!
44!
!
tinha! sido! sempre! previamente! estabelecido! no! discurso.! Segundo! Enç! (1991),! DPs! definidos! e!
específicos! têm! seus! referentes! ligados! a! referentes! discursivos! previamente! estabelecidos;!
assim,! podemos! considerar! o! núcleo! dessas! relativas! como! definido! e/ou! específico! seguindo!
essa!visão.!Por!questões!semânticas,!elementos!dessa!natureza!precisam!se!mover!para!fora!do!
sintagma! verbal! (Diesing! &! Jelinek! 1995).! ! Nossa! análise! é! de! que,! quando! o! deslocamento! do!
objeto! não! ocorre! (i.e.,! em! relativas! de! objeto! SOV),! o! componente! fonológico! executaria! uma!
restruturação! prosódica! que! geraria! o! padrão! observado.! Mostraremos! ainda! que! esse! cenário!
seria!similar!a!alguns!outros!fenômenos!de!movimento!opcional,!que!apresentam!uma!prosódia!
marcada!na!ausência!de!movimento.!
!
O"licenciamento"de"locativos"na"posição"de"sujeito"no"PB"
Zenaide"Dias"Teixeira"(UEG)"e"Heloísa"M."M."L."de"A."Salles"(UnB)"
"
Palavrascchave:"advérbio;"locativo;"posição"de"sujeito."
"
Pesquisas!como!as!de!Pontes!(1986;!1987),!Munhoz!e!Naves!(2010),!Pilati,!Naves!e!Salles!(2013)!
demonstram! que! uma! das! estratégias! utilizadas! para! o! preenchimento! do! sujeito! no! PB! é! o!
alçamento! de! advérbios! locativos! e/ou! sintagmas! locativos! para! a! posição! de! sujeito.! Entre! os!
argumentos! para! a! hipótese! de! os! locativos! ocorrerem! na! posição! de! sujeito,! constam:! 1! –! o!
desencadeamento!de!concordância!verbal!“A!Belina!cabe!60l!de!gasolina”/!“*A!Belina!cabem!60l!
de! gasolina”! (Pontes,! 1986:19);! 2! –! a! ocorrência! anteposta! ao! verbo! (posição! canônica! de!
sujeito);! 3! –! a! possibilidade! de! serem! coindexados! a! uma! categoria! (nula! ou! pronominal)! que!
desempenha! o! papel! de! sujeito! em! oração! coordenada! ou! encaixada:! “Essas! casasi! batem!
bastante! sol! e! não! ei! possuem! sistema! de! captação! de! energia! solar”,! “Essas! casasi! batem!
bastante!sol!porque!ei!ficam!distantes!das!árvores”!(Munhoz!e!Naves,!2010,!p.2).!Munhoz!e!Naves!
sustentam! ainda! que! as! estruturas! de! tópicoYsujeito! locativo! são! licenciadas! com! verbos!
inacusativos! biargumentais.! Assim,! tópicosYsujeito! locativos! não! ocorrem! em! contextos! que!
envolvem!o!alçamento!de!sintagma!modificador,!como!a!seguir:!“O!carro!furou!o!pneu”/!“*Aqui!
furou! o! pneu”.! Adotando! Cinque! (1999),! notamos! que! a! possibilidade! de! ocupar! a! posição! de!
sujeito!interage!com!a!tipologia!sintática!dos!advérbios,!pois!está!restrita!aos!advérbios!ditos!de!
VP.! Ao! contrastarmos! dados! em! que! advérbios! e! NPs! locativos! ocupam! a! posição! de! sujeito! no!
PB,! notamos! também! que! NPs! locativos! comportamYse! de! maneira! distinta! de! advérbios!
locativos.!NPs!locativos!são!capazes!de!desencadear!concordância,!enquanto!advérbios!locativos!
não:! “Essas! casas! batem! sol”! (Pontes,! 1986);! “*Aqui! e! ali! batem! sol”.! Concluímos! que,!
diferentemente! dos! NPs! plenos,! que! possuem! traços! de! número! e! pessoa,! licenciando! o!
desencadeamento!de!concordância!no!plural,!os!advérbios!locativos!não!manifestam!a!categoria!
„número‟,! inerentemente,! embora! manifestem! a! categoria! „pessoa‟.! Nesse! sentido,! a! Sonda! T!
identifica!o!traço!(interpretável)!de!pessoa!no!sintagma!locativo,!e!ocorre!a!operação!Agree,!que!
permite! a! checagem! do! traço! (nãoYinterpretável)! de! 3a! pessoa! em! T.! Na! ausência! do! traço! de!
número! no! advérbio! locativo,! o! traço! (nãoYinterpretável)! de! número! em! T! é! validado! como!
singular,!que!é!a!opção!default!no!sistema!de!flexão!do!verbo.!!
!
!
!
!
45!
!
A"expressão"sintática"da"estrutura"argumental"na"interlíngua"dos"surdos"
aprendizes"português"de"L2"
Hely"Cesar"Ferreira"(UnB)"
"
Palavrascchave:"L2"/L1,"argumento,"pronomes"nulos,"preposição."
"
O! presente! trabalho! busca! analisar! as! atividades! de! produções! escritas! pelos! alunos! surdos!
matriculados!em!contexto!educacional!onde!será!a!pesquisa!de!realização!na!Escola!para!Surdos!
de! UberabaYMG.! Este! trabalho! tem! como! objetivo! principal! fazer! a! verificação! se! há! a!
variabilidade! de! argumentos! interno! e! externo! nas! sentenças! produzidas! por! surdos! em!
português!como!segunda!língua,!considerando!a!interferência!da!L1!na!interlíngua.!Essa!análise!
poderá! ser! apresentada! como! fundamento! teórico! para! a! metodologia! de! ensino! de! português!
como! segunda! língua! (L2).! Partindo! da! hipótese! de! que! a! aquisição! de! L2! é! mediada! pela!
primeira! língua! (L1),! com! acesso! parcial! à! Gramática! Universal! (GU)! (cf.! Chomsky! 1986;! 1995;!
White!2003),!temYse!a!observação!de!que,!apesar!da!interferência!de!LIBRAS,!a!interlíngua!não!
viola!os!princípios!da!GU.!Como!metodologia!foram!acolhidos!os!textos!produzidos!pelos!alunos!
surdos,!através!de!diferentes!técnicas!e!recursos,!a!criatividade!e!a!capacidade!dos!alunos!surdos!
de! externar! seus! pensamentos! de! forma! clara! e! objetiva;! utilizar! vocabulário! que! esteja! sendo!
trabalhado! em! aula! (verbos,! substantivos,! adjetivos,! pronomes,! preposições,! conjunções)! em!
português;! criar! a! produção! textual! como! histórias,! frases! contextualizadas! por! meio! da!
pedagogia! visual.! Após! análise! preliminar! foram! encontrados! problemas! na! realização! de!
argumentos!internos!e!externos,!que!podem!ocorrer!nulos!ou!sem!as!marcas!formais!da!línguaY
alvo! (português).! Os! dados! da! interlíngua! mostram! interferência! da! L1,! uma! vez! que! não! há!
associação! entre! as! marcas! formais! de! LIBRAS! na! codificação! da! referência,! e! o! sistema!
pronominal!do!português!([Eles]![se]Conhece![desde]!criança).!!
!
!
!
Verbos"de"Trajetória:"Teoria"gramatical"e"ensino"de"gramática"na"Educação"
Básica"
"
Letícia"da"Cunha"Silva"(UnB)"
Rozana"Reigota"Naves"(UnB)"
"
Palavrascchave:"Verbos"de"trajetória."Locativo."Competência"linguística.""
!
Esta! pesquisa! investigou! o! estatuto! do! sintagma! preposicional! com! referência! locativa!
relacionado! a! verbos! de! trajetória,! em! estruturas! como! “João! foi! para,casa”! e! tem! por! objetivo!
confrontar! a! competência! linguística! do! falante! com! o! conhecimento! gramatical! explícito,!
transmitido! por! instrução! formal! via! livro! didático,! acerca! do! referido! objeto! de! análise.! O!
problema! de! pesquisa! refereYse! à! incoerência! entre! o! conhecimento! intuitivo! do! falante,! que!
presume! facilmente! o! locativo! para! a! boa! formação! de! sentenças! com! verbos! de! trajetória,! e! a!
instrução!formal,!que!insiste!em!ensináYlo!como!adjunto!adverbial,!a!despeito!de!toda!a!discussão!
na!teoria!linguística!a!favor!do!caráter!argumental!do!locativo!nesse!tipo!de!estrutura.!À!luz!dos!
trabalhos! de! Souto! (2004);! Corrêa! (2005);! Silva! e! Farias! (2011)! e! Naves! e! Lunguinho! (2013),!
desenvolveuYse! a! hipótese! de! que! o! locativo! com! verbos! de! trajetória! desempenha! uma! leitura!
aspectual!do!evento,!podendo!ser!apagado!diante!de!certos!operadores!gramaticais!ou!mediante!
um!contexto!discursivo!prévio!ou!dêitico,!comportandoYse!como!uma!espécie!de!objeto!nulo.!!
46!
!
Para! tanto,! utilizouYse! a! distinção! entre! aquisição! e! aprendizagem,! conforme! Kato! (2005)! e! as!
concepções!de!conhecimento!implícito!da!língua!(CIL)!e!conhecimento!explícito!da!língua!(CEL),!
segundo! Duarte! (2008)! e! Costa! et, al! (2011).! A! metodologia! apoiouYse! na! análise! de! materiais!
didáticos!e!na!aplicação!de!testes!de!julgamento!de!aceitabilidade!junto!a!estudantes!do!8º!ano!
do!Ensino!Fundamental,!além!de!um!teste!de!produção!escrita!eliciada!a!fim!de!verificar!como!a!
competência! sobre! o! fenômeno! se! revela.! Os! resultados! obtidos! confirmaram! parcialmente! a!
hipótese!inicial,!apresentando!variação!entre!os!tipos!de!verbo!e!a!exigência!de!um!locativo!nas!
estruturas!investigadas.!
!
!
“Presente"histórico”"e"classes"accionais"
Denise"Miotto"Mazocco"(UFPR)"
"
Palavrascchave:"evento;"aspecto;"tempo"verbal."
!
Este! trabalho! investiga! eventos! que,! mesmo! com! tempo! verbal! no! presente,! são! interpretados!
como! passado,! partindo! de! uma! análise! que! leva! em! conta! as! classes! accionais! e! os! elementos,!
para! além! do! verbo,! que! garantem! a! localização! temporal.! Vendler! (1967)! observou! que! nos!
verbos! achievements! o! tempo! verbal! no! presente! quase! sempre! indica! passado,! por! exemplo! a!
sentença! Now, he, finds, the, treasure! (VENDLER,! 1967,! p.103)! não! é! utilizada! para! indicar! um!
encontro,do,tesouro!simultâneo!a!um!momento!de!fala;!ela!leva!à!interpretação!de!que!o!evento!
de!encontrar!já!ocorreu.!Esses!verbos!são!produtivos!em!textos!de!História!(fontes!de!sentenças!
que!compõem!nosso!corpus);!são!comuns!exemplos!como!Inglaterra,invade,a,França,!Rei,Ricardo,
morre, na, batalha.! Isso,! porém,! já! não! ocorre! com! estativos, como! O, presidente, do, Brasil, sabe,
governar,! com! atividades, João, corre! e! com! accomplishments! João, constrói, a, casa,! cuja!
interpretação!temporal!é!de,!respectivamente,!presente!de!predisposição,!presente!de!hábito,!ou!
iterativo,! presente! estreito,! ou! perfectivo! (CASTILHO,! 2010).! Defendemos! aqui! que! a!
interpretação! do! tempo! presente! veiculando! uma! leitura! de! passado! se! dá! pela! existência! de!
outros! elementos! que! “jogam”! o! evento! para! o! passado,! isto! é,! a! leitura! temporal! não! depende!
somente! o! verbo.! Nos! exemplos,! Getúlio, Vargas, sabe, governar,! A, família, real, corre, quando,
Napoleão, chega! em, Portugal! e! JK, constrói, Brasília,! há! nomes! de! indivíduos! –! Getúlio! Vargas,!
família! real! e! JK! –! que! expressam! tempo.! ChamamoYnos! de! indivíduos! temporalizados!
(MAZOCCO,!2014),!que!são!constituídos!por!expressões!denotadoras!de!intervalos!(MÓIA,!2003).!
ObservaYse! que! uma! sentença! com! um! verbo! achievement! pode! ter! uma! leitura! ambígua! como!
João, chega, tarde, em, casa! –! presente! histórico! ou! hábito! –,! mas! quando! há! um! indivíduo! que!
marca!tempo!como!em!Napoleão,chega,tarde,na,Rússia,!mantémYse!apenas!a!leitura!do!evento!no!
passado.! Logo,! uma! proposta! de! representação! que! daria! conta! dessas! sentenças! não! deveria!
levar!em!conta!apenas!momentos,!ou!intervalos,!de!tempo!–!os!momentos!de!fala,!de!evento!e!de!
referência!de!Reichenbach!(1947),!por!exemplo!–,!mas!sim!considerar!o!evento!e!os!elementos!
que!os!constituem!–!como!Link!(1998)!que!propõe!uma!representação!de!conjuntos!com!a!tupla!
M!=!<A,E,T,H,!Ɛ!,R,!π,!τ,!σ>,!em!que!o!conjunto!de!eventos!E,!de!indivíduos!I!e!de!papéis!R!estão!
interrelacionados.! ! Diante! disso,! este! trabalho! se! propõe! a! analisar! a! manutenção! ou! não! de!
algumas! propriedades! accionais! dos! verbos! (conforme! a! classificação! proposta! por! Rothstein!
(2004))!com!o!tempo!verbal!no!presente,!mas!que!indicam!eventos!localizados!no!passado.!Por!
exemplo,!João,luta!é!um!evento!atélico,!lutar!é!uma!atividade,!já!em!João,luta,na,Segunda,Guerra!
há!a!telicidade.!A!hipótese!é,!portanto,!que!algumas!dessas!propriedades!de!determinados!verbos!
se!alteram!em!decorrência!de!sua!combinação!com!o!tempo!histórico.!!
!
!
47!
!
Orações"Relativas"de"Grau"em"PB:"Implicações"sintáticocsemânticas"
Wagner"Luiz"Ribeiro"dos"Santos"
"
Palavrascchave:"Relativas;"Maximalização;"Interface"sintáticocsemântica""
!
O!presente!trabalho!tem!como!objetivo!discutir,!à!luz!da!Gramática!Gerativa,!as!orações!relativas,!
propondo! uma! nova! classificação! semântica! para! tais! orações:! a! classificação! maximalizadora.!
Tendo!como!base!Grosu!&!Landman!(1998),!Grosu!(2002),!Bianchi!(1999),!Szczegielniak!(2012)!
e!De!Vries!(2002),!propomoYnos!analisar!as!chamadas!Relativas!de!Grau!do!Português!Brasileiro,!
fazendoYo!a!partir!de!uma!proposta!de!maximalização!do!DPY!Alvo.!Tais!relativas,!em!português,!
podem! ser! divididas! em! dois! subgrupos:! as! relativas! existenciais! e! as! relativas! de! quantidade,!
vistas! nessa! pesquisa! como! orações! que! apresentam,! com! o! nome! relativizado,! uma! relação! de!
quantificação!de!grau.!!
Para! Grosu! &! Landman! (1998),! as! relativas! maximalizadoras! são! aquelas! que! apresentam!
semântica! relacionada! à! quantidade! especificada! pela! relativa,! tomando! o! Núcleo! da!
relativização! (o! N! do! DPYAlvo)! por! completo.! Além! disso,! na! visão! dos! autores,! a! interpretação!
desse! tipo! de! relativa! se! daria! no! interior! do! CPYrelativo,! e! não! no! domínio! da! oração! matriz,!
conforme! acontece! com! as! relativas! restritivas! e! explicativas,! como! aponta! a! literatura! sobre! o!
tema.!Para!Szczegielniak!(2013),!a!relação!de!grau,!no!caso!estudado,!a!maximalização,!ocorreria!
pelo! movimento! de! um! DegP! do! interior! da! relativa! para! a! posição! de! SpecYCP,! sendo!
foneticamente!nulo.!!
De!forma!geral,!as!relativas!são!analisadas,!tradicionalmente,!como!um!conjunto!semântico!que!
se! relaciona! com! o! conjunto! denotado! pelo! NPYAlvo! e,! a! partir! dessa! relação,! temYse! a!
classificação!semântica!da!relativa.!A!proposta!de!análise!maximalizadora!diferenciaYse!da!forma!
tradicional!de!análise!proposta!pela!Linguística!(incluindo!a!Gramática!Normativa),!porque!tais!
orações!não!buscariam!destacar!parte!de!um!conjunto!maior!por!meio!de!uma!intersecção,!como!
acontece! com! as! relativas! restritivas;! ou! demonstrar! serem! dois! conjuntos! iguais,! como! o! faz!
uma!relativa!explicativa.!!
A! aplicação! dessa! nova! classificação! semântica! às! relativas! de! grau! se! dá,! pois,! ainda! segundo!
Grosu! &! Landman! (1998),! tais! orações! não! denotam! indivíduos,! mas! “porções”! desses!
indivíduos,! agindo! diretamente! sobre! a! ideia! de! quantidade,! não! do! conteúdo! do! nome!
modificado.! A! ideia! denotada! é! a! de! que! TODOS! os! indivíduos! são! influenciados! pela! noção!
trazida!pela!relativa.!
!
!
As"diferenças"entre"o"que"se"fala"e"o"que"se"escreve"no"português"do"Brasil:"a"
aquisição"de"clíticos"de"terceira"pessoa"como"L1"e"L2"
Lara"Ribeiro"da"Silva"(UNICAMP)"
Palavrascchave:"aquisição"de"linguagem,"gramática"gerativa,"clíticos."
,
Em! estudos! recentes! de! base! gerativista! sobre! a! sintaxe! do! português! brasileiro,! tais!
quais! o! de! Galves! (2001),! se! observa! que,! por! diversos! motivos,! o! PB! está! se! afastando! do!
português!europeu.!Embora!a!escrita!ainda!se!mantenha!conservadora!e!vertentes!da!Gramática!
Tradicional! proponham! um! padrão! único! para! as! duas! variedades! da! língua! portuguesa,! Kato!
(2009)!afirma!que!a!distância!entre!o!português!falado!é!tal!em!relação!à!norma!escrita!que!esta!
só!pode!ser!reconhecida!como!língua!estrangeira!pelo!falante!do!PB.!!
48!
!
Enquanto! certos! aspectos! dessas! mudanças! sintáticas! recentes! são! verdadeiramente!
estigmatizados,! isso! não! ocorre! com! as! mudanças! em! relação! ao! clítico! de! terceira! pessoa! “se”.!
De!acordo!com!estudos!realizados!por!Galves!(2001),!“se”!tem!nítida!tendência!em!desaparecer!
do!PB.!!
Diante!dessas!constatações,!este!trabalho!se!propõe!a!testar!a!hipótese!de!que!a!aquisição!
de!clíticos!de!terceira!pessoa!para!o!PB!se!comporta!como!em!L2!através!de!um!panorama!sobre!
os! estudos! realizados! até! o! momento! sobre! a! aquisição! de! clíticos,! com! foco! nos! clíticos! de!
terceira! pessoa,! tanto! com! L1! e! L2.! Para! tanto,! pretendeYse! analisar! alguns! trabalhos! já!
realizados! sobre! o! assunto! tais! como:! o! de! Wexter! et! al! (2003)! sobre! a! omissão! de! clíticos! em!
catalão!e!em!espanhol;!o!de!Wexler&Tsakali!(2003)!sobre!a!possibilidade!da!omissão!de!clíticos!
ser!universal!durante!o!período!da!aquisição!de!linguagem;!e!o!de!Costa!&!Lobo!(2006)!sobre!a!
aquisição!de!clíticos!em!PE.!!
A! análise! a! ser! desenvolvida! neste! trabalho! se! baseia! no! trabalho! de! Nunes! (1990),! no!
qual! o! autor! estabelece! o! estatuto! teórico! das! construções! que! envolvem! o! “se”,! apassivador! e!
indeterminador,!dentro!do!quadro!da!Teoria!da!Regência!e!Ligação!(CHOMSKY,!1981)!e!traça!o!
percurso!diacrônico!dessas!construções!no!PB.!
O!autor!registrou!alterações!relativas!principalmente!à!presença/ausência!desse!clítico!e!
também! quanto! à! concordância! entre! o! verbo! e! o! argumento! interno.! Quanto! às! formas!
inovadoras!encontradas!no!PB,!ele!dá!destaque!para!três!delas:!
!
1)!
Preferência!pela!discordância!entre!o!verbo!e!o!argumento!interno;!!
(a)!Também!desenterrouYse!outras!coisas!semelhantes.!(NUNES,!1990)!
2)!
Elisão!do!clítico!“se”!em!sentenças!finitas!e;!!
(a)!No!Brasil,!não!se!usa!mais!saia.!(GALVES,!1987)!
(b)!No!Brasil,!não!Ø!!usa!mais!saia.!(idem)!
3)!
Inserção!do!clítico!“se”!em!sentenças!infinitas.!!
(a)!João!é!difícil!de!Ø!pagar.!(GALVES,!1997)!
(b)!João!é!difícil!de!se!pagar.!(idem)!
!
Por!fim,!este!trabalho!também!se!vale!de!outros!trabalhos!de!Galves!(1987,!1997,!2011)!
sobre!essas!construções,!em!que!ela!aborda!questões!concernentes!à!variação!do!clítico!“se”!a!fim!
de!comprovar!que!“as!variações!dialetais!observáveis!no!Brasil!constituem!mais!um!argumento!
em! favor! da! hipótese! da! existência! de! uma! sintaxe! brasileira! muito! claramente! distinta! da!
sintaxe!portuguesa”!(GALVES,!2001,!p.!43).!Nesse!sentido,!o!que!se!espera!é!encontrar!processos!
bastante!diversos!entre!o!que!ocorre!na!fala,!tal!qual!descrito!por!Nunes!(1990),!e!na!escrita.!
!
!
!
O"estatuto"sintático"dos"pronomes"reduzidos"no"português"dialectal"de"
Minas"Gerais"e"Goiás"
!
Manoel"Bomfim"Pereira"(UnB)"
"
PalavrascChave:"Clítico,"Pronome"forte,"Pronome"reduzido."
!
A! redução! morfofonológica! em! formas! pronominais! do! PB! tem! sido! amplamente! investigada,!
principalmente!no!que!se!refere!ao!pronome!cê,!cujo!estatuto!na!sintaxe!do!português!brasileiro!
(PB)! contemporâneo! recebe! diferentes! análises.! Vitral! (1996),! a! partir! da! noção! de!
gramaticalização!(proposta!por!Meillet,!1958),!examina!o!estatuto!do!item!cê,!no!português!atual,!
e! propõe! que! essa! forma! constitui! uma! etapa! do! processo! de! gramaticalização! da! forma! vossa,
49!
!
mercê.,Segunda!essa!proposta,!o!item!lexical!vossa,mercê!>!passa!a!ser!o!item!gramatical!você,>!
que! se! torna! o! clítico! cê,! cujo! estágio! posterior! seria,! por! hipótese,! o! de! afixo! flexional.! Ramos!
(1997)! concorda! com! essa! proposta! e! defende! que! o! item! cê, é! uma! proforma! em! fase! de!
gramaticalização.!Petersen!(2008)!vai!de!encontro!à!proposta!de!Vitral!(1996)!e!Ramos!(1997)!e!
defende,! em! função! da! teoria! da! tripartição! pronominal! de! Cardinaletti! e! Starke! (1999),! que! a!
forma!cê,é!um!pronome!fraco,!ou!seja,!não!é!um!clítico.!Vitral!&!Ramos!(2010)!rebatem!os!contraY
argumentos! apresentados! por! Petersen! e,! embora! reconheçam! os! pontos! fracos! de! sua! análise,!
reafirmam!a!hipótese!de!que!a!visão!da!cliticização!como!um!processo!é!a!mais!promissora.!Em!
tese,! cê! é,! portanto,! um! tipo! de! pronome! que! não! pode! ser! identificado! nem! como! pronome!
tônico! (como! é! o! caso! de! você),! nem! como! pronome! clítico,! porque! tem! distribuição! sintática!
diferente! desses! pronomes.! Nosso! objetivo! neste! trabalho! é! investigar! as! estruturas! nas! quais!
ocorrem! os! itens! cê,,ê/ea,,ês,(redução! dos! pronomes! você,! ele/ela,e! eles,! respectivamente)! com!
vistas! a! verificar! a! relação! entre! a! estrutura! formal! desses! pronomes! e! sua! distribuição! na!
estrutura! oracional,! tendo! em! vista! a! hipótese! de! que! pronomes! fortes,! fracos! e! clíticos!
manifestam! estrutura! distinta! (Cardinaletti! &! Starke! 1999).! Para! tanto,! consideraremos! sua!
distribuição! como! sujeito! ou! objeto! (argumento! interno),! como! complemento! de! preposição,!
além! de! posição! adjacente! ao! verbo! temático.! O! corpus! analisado! é! composto! por! dados! do!
português!falado!em!Minas!Gerais!(corpus!do!Projeto!Mineirês,!disponibilizado!por!Jânia!Ramos!
(POSLIN/UFMG))! e! em! Goiás! (disponível! em! Rezende! 2008).! Em! uma! análise! preliminar,!
identificamos! vários! fenômenos,! em! particular! a! realização! da! proforma! cê! na! posição! de!
complemento! de! preposição! na! estrutura! do! VP! (Doraci, falou, assim, “eu, dô, a, vaga, pro, cê”)! /!
(...agora, eu, prá, fala, isso, com, cê# num, vermeiei, não),! contrariando! a! proposta! dos! autores!
supracitados,!que!não!prevê!cê,nestes!contextos.!Quanto!às!proformas!reduzidas!do!pronome!de!
3ª! pessoa,! constatamos! que! elas! ocorrem! nos! diferentes! contextos! sintáticos! citados,! exceto!
como!o!segundo!objeto!em!estruturas!de!objeto!duplo!(Salles!2013)!(oCÊ!que!vai!busca!ele!pra!
mim;!eu!dô"ê!__de!novo;!e!nós!ficô!cá!fazeno!ca!velório!ele/*ê).!Buscamos!discutir!as!implicações!
da! distribuição! da! forma! reduzida! desses! pronomes,! tomando! por! base! o! modelo! teórico! da!
gramática!gerativa,!particularmente,!no!âmbito!do!Programa!Minimalista!(Chomsky!1995,!2001!
e!2004).!
"
"
“Você"abre"o"livro”"c"aspectos"sintáticos"de"sentenças"imperativas"no"PB:"
licenciamento"de"sujeitos"(scv)"versus"sentenças"declarativas"
"
Moacir"N."F."Junior"
!
Palavrascchave:"imperativo;"forma"supletiva;"traço"optativo;"ordem"SV/VS.!
O!objetivo!deste!trabalho!é!investigar!aspectos!relacionados!à!estrutura!sintática!das!sentenças!!
imperativas!!no!!português!!brasileiro!!(PB),!!na!!comparação!!com!!o!!português!europeu!!(PE).!!A!
tradição! gramatical! ! classifica! ! o! ! PE! ! como! ! língua! ! de! ! imperativo! verdadeiro,! por! possuir!
morfologia!verbal!própria!ao!modo!imperativo!!(RIVERO!1994;!RIVERO!&!TERZI!1995;!SCHERRE!
ET!AL.!2007).!Além!da!morfologia!própria,!entre!as!!particularidades!!do!!imperativo!!verdadeiro,!!
consta!!a!!possibilidade!!de!!realização!!de!sujeito!!préYverbal.!!Conforme!!proposto!!em!!Ferreira!!
Junior!!(2011)!!e!!Ferreira!!Junior!!&!Salles!!(2014),!!uma!!característica!!do!!modo!!imperativo!!é!!
o!!licenciamento!!de!!um!!traço!optativo!em!C,!responsável!por!não!exigir!o!movimento!do!verbo!
para!essa!categoria,!o!que!interage!com!a!possibilidade!de!o!verbo!ocorrer!na!série!supletiva!do!
indicativo!e!do!subjuntivo,!em!virtude!da!neutralização!da!oposição!indicativo!vs!subjuntivo!no!
sistema! verbal! no! PB,! em! configurações! de! complementação! com! verbos! volitivos! (Quero! que!
50!
!
você/ele! ! entre/! ! entra! ! aqui).! ! Essa! ! configuração! ! além! ! de! ! não! ! restringir! ! a! ! ocorrência! ! de!
marcadores! negativos,! também! licencia! ! a! ocorrência! ! de! sujeito! préYverbal! e! pósYverbal! em!
sentenças! imperativas! do! PB.! ! Esse! licenciamento! ! é! apresentado! em! nossa! proposta!
considerandoYse! ! que! ! na! ! oração! ! com! ! sujeito! ! préY! ! verbal,! ! o! ! verbo! ! permanece! ! em! ! T,!
enquanto!na!oração!com!sujeito!pósYverbal!o!verbo!se!move!para!C!–!a!opcionalidade!na!ordem!
SV/VS!indica!a!opcionalidade!do!movimento,!não!havendo!contraste!semântico.!ConsiderandoYse!!
que!!o!!PB!!é!!uma!!língua!!de!!ordem!!VS!!restrita!!(cf.!!PILATI!!2006),!!a!ausência!de!restrição!à!
ocorrência! da! sentença! imperativa! com! ordem! VS! é! atribuída! à! codificação! ! da! ! força!!
ilocucionária!!imperativa!!com!!a!!lexicalização!!do!!traço!!formal!optativo!em!C!pelo!movimento!
do! verbo.! Quanto! às! sentenças! imperativas! com! ordem! SV,! nossa! hipótese! é! a! de! que! existe!
diferença!em!relação!à!sentença!declarativa!com!ordem!SV,!a!qual!é!resolvida!como!a!seguir:!(i)!
sendo! a! forma! verbal! supletiva! oriunda! do! ! subjuntivo,! ! não! ! há! ! ambiguidade,! ! e! ! o! ! traço!!
optativo! ! em! ! C! ! é! ! verificado! ! na! ! sintaxe! fechada! pelo! verbo! em! T! ([CP! COPT! [TP! Você! entre!
aqui]]);! (ii)! sendo! a! forma! verbal! supletiva! ! oriunda! ! do! ! indicativo,! ! a! ! força! ! ilocucionária!!
imperativa! ! será! ! deduzida! ! do! contraste! com! a! interpretação! não! habitual/! genérica! de! T.! ! No!
intuito!de!investigar!esse!contraste!!semântico,!!consideramos!!a!!proposta!!de!!de!!Reichenbach!!
(1947),!!que!!assume!três!!pontos!!de!!localização!!temporal:!!!ponto!!de!!fala!!S!!(point!!of!!speech),!!
ponto!!de!referência!!!R!!(point!!of!!reference)!!e!!ponto!!do!!evento!!E!!(point!!of!!event).!!!Em!!
nossa!análise,!investigamos!a!hipótese!de!que!as!sentenças!imperativas!supletivas!com!a!forma!
verbal!!oriunda!!do!!indicativo!!!!possuem!!uma!!configuração!!semântica!!diferente!!de!sentenças!
no!presente!do!indicativo.!Para!o!presente,!o!autor!propõe!que!os!três!pontos!de!!referência!!são!!
coincidentes,!!o!!que!!gera!!uma!!configuração!!SYRYE.!!Já!!as!!sentenças!imperativas!com!formas!
verbais! oriundas! do! indicativo! possuem! uma! configuração! ! com! um! ponto! de! discurso! (S)!!
anterior!!ao!ponto!de!referência!(R)!!!e!!ao!ponto!do!evento!!(E),!que!ocorrem!simultaneamente,!
gerando!um!sistema!SYYYR,!E.!
!
!
Prepositions"as"complementizers"in"Brazilian"Portuguese:"modal"markers"
and"obviators"
Daniel"Machado"(UnB)"
!
Keywords:"Prepositions,"Complementizers,"C"projection."
"
This! paper! discusses! the! grammaticalization! of! prepositions! introducing! infinitival! clauses! in!
Brazilian!Portuguese!(BP).!Assuming!that!C!projection!bears!features!of!modality!and!finiteness,!
as! previously! proposed! (cf.! RIZZI! 1997),! we! argue! that! prepositions! introducing! infinitival!
clauses!in!Brazilian!Portuguese!carry!lexical!and!irrealis!properties,!further!encoding!obviation!
effects!(cf.!SALLES!2009).!!
!
The! irrealis! feature! of! prepositional! complementizers! in! BP! can! be! attested! by! its! finite!
counterpart,!which!appears!in!a!subjunctive!form!(see!1aYb;2).!Morover!the!preposition!‘para’!in!
BP!carries!the!property!of!licensing!the!obviation!effect!(see!3a).!
This!phenomenon!is!also!found!with!subject!clauses!(see!5),!and!the!soYcalled!ergative!adjectives!
with!the!copula!verb!to,be!(see!6)!(cf.!Cinque!1990).!Given!this!pattern!it!is!possible!to!say!that!
the!preposition!marks!the!reanalysis!of!the!subject!infinitival!clause!as!a!complement!clause!(see!
7),! as! in! the! presence! of! the! preposition,! the! embedded! clause! cannot! be! found! in! the! first!
position.!We!take!this!restriction!to!interact!with!the!SVO!word!order!pattern!of!BP!(MACHADO,!
2013).!
,,,,
51!
!
(1a)!Eu!pedi!a!Maria!para!sair!daqui!(=Eu!pedi!a!Maria!que!saísse!daqui)!
(1b)!Eu!sugeri!dela!fazer!o!bolo!(=Eu!sugeri!que!ela!fizesse!o!bolo)!
(2)!Estou!surpreso!de/em/?com!(Daniel)!estar!aqui!!
(3)!a.!Eu!disse!a!Mariai!para!somente!mais!tarde!ei!lavar!o!carro.!
(5)!Urge!(d)ele!aparecer!aqui!hoje.!
(6)!É!audácia!demais!(d)ela!vir!aqui!hoje.!
(7)!(*D)ela!vir!aqui!hoje!é!audácia!demais.!!
!
!
Reflexões"sobre"estrutura"argumental"com"base"em"exemplos"do"Kadiwéu"
Ticiana"Andrade"de"Sena"(UNICAMP)"
"
Palavrascchave:"Estrutura"Argumental,"Morfologia"Distribuída,"Kadiwéu."
!
A! apresentação! de! trabalho! aqui! proposta! versará! sobre! as! ocorrências! do! morfema!
verbal! d:3, na! língua! Kadiwéu,! língua! indígena! brasileira! que! faz! parte! da! família! linguística!
Guaikurú.! Morfemas! tipologicamente! similares! a! estes! têm! sido! chamados! de! relacionais! por!
outros! estudos! brasileiros! em! línguas! indígenas.! O! morfema! verbal! d:3, do! Kadiwéu! foi!
pesquisado! por! Sandalo! (2009),! que! propõe! que,! em! certos! casos,! se! trata! de! um! morfema!
inverso.!Mais!especificamente,!quando!o!objeto!é!superior!ao!sujeito,!de!acordo!com!o!padrão!de!
hierarquia!de!pessoa!dessa!língua!(2!>!1!>!3),!um!sistema!de!voz!inversa!é!desencadeado!e!esse!
morfema!se!faz!presente!no!verbo.!Contudo,!foi!constatada,!em!narrativas!Kadiwéu,!a!presença!
do!mesmo!morfema!em!situações!na!quais!ele!não!estava!marcando!a!voz!inversa.!
Embora! pretendaYse! iniciar! retomando! o! estudo! desse! morfema! quando! ele! é! um!
marcador!de!voz!inversa!realizado!por!Sandalo!(2009),!o!trabalho!aqui!proposto!se!centrará!num!
estudo! referente! aos! casos! em! que! o! morfema! d:3, aparece! no! verbo,! mas! com! uma! função!
diferente! da! de! marcador! de! voz! inversa.! Os! dados! utilizados! nessa! investigação! são!
provenientes! de! três! fontes:! (1)! dez! narrativas! Kadiwéu! que! fazem! parte! do! banco! de! dados!
Kadiwéu,! pertencente! aos! atuais! Projetos! de! Pesquisa! coordenados! por! Sandalo! —! (a)!!
Hierarquia! de! pessoa! em! línguas! brasileiras:! assimetrias! e! fronteiras! (sob! financiamento! do!
CNPq),!(b)!Fronteiras!e!Assimetrias!em!Fonologia!e!Morfologia!(sob!financiamento!da!FAPESP);!
(2)! os! verbos! registrados! no! dicionário! Português! Y! InglêsY! Kadiwéu,! em! anexo! na! tese! de!
Sandalo! (1996);! (3)! a! lista! de! verbos! conjugados! presente! no! dicionário! KadiwéuYPortuguês! /!
PortuguêsYKadiwéu!de!Griffths!(2002).!
!!
O!primeiro!objetivo!desse!estudo!é!identificar!os!tipos!de!verbo!e/ou!as!classes!verbais!
em!que!a!presença!desse!morfema!se!faz!necessária!nas!situações!em!que!ele!não!é!um!marcador!
de! voz! inversa.! A! partir! dessas! informações,! buscaYse! refletir! sobre! a! estrutura! argumental!
desses! casos.! As! reflexões! acerca! da! estrutura! argumental! são! elaboradas! dentro! do! quadro! da!
Morfologia! Distribuída! (Harley,! 1995;! Marantz,! 1997).! A! reflexão! feita! dialoga! bastante! com! a!
proposta! de! estrutura! argumental! apresentada! por! Harley! &! Noyer! (2000).! Considerando! os!
dados!do!Kadiwéu,!parece!adequado!entender!que!condições!de!licenciamento!listadas!nos!itens!
de!vocabulário!são!determinantes!na!estrutura!argumental,!como!proposto!por!esses!autores.!!
"
!
!
!
!
52!
!
Português"Brasileiro:"uma"língua"de"sujeito"nulo"ou"de"sujeito"obrigatório?"
"
Fábio"Bonfim"Duarte"(UFMG)"
Christiane"Miranda"Buthers"(UFMG)"
"
Palavras"chave:"EPP,"sujeito"nulo,"sujeito"obrigatório"
"
O!português!brasileiro!atual,!diferentemente!do!português!europeu!e!do!PB!nãoY!contemporâneo,!
tem!apresentado!um!gradativo!aumento!do!preenchimento!da!posição!à!esquerda!do!verbo!em!
orações!finitas,!conforme!é!possível!verificar!pelos!dados!apresentados!em!1!e!2:!!
(1)! Porque! você! vê! todo! mundo! desempregado.! FALA! ESPONTÂNEA)! (2)! Se! constrói! um! país.!
(FALA!ESPONTÂNEA)!!
Em!contextos!como!os!apresentados!em!1!e!2,!se!houver!apagamento!do!sintagma!XP!que!figura!
em! posição! inicial,! o! resultado! é! uma! sentença! pouco! aceitável,! conforme! deixam! entrever! os!
exemplos!a!seguir:!!
(3)!??!Porque!___!vê!todo!mundo!desempregado.!(FALA!ESPONTÂNEA)!(4)!??__!constrói!um!país.!
(FALA!ESPONTÂNEA)!!
Com! base! em! exemplos! como! esses,! a! hipótese! testada! no! decorrer! da! análise! foi! a! de! que! a!
pouca! aceitabilidade! dos! dados! 3! e! 4! está! diretamente! conectada! com! o! fato! de! o! PB!
contemporâneo! apresentar! um! significativo! aumento! no! percentual! de! ocorrência! da! ordem!
sintática! [XP! V! DP].! Um! dos! objetivos! do! trabalho! foi! averiguar! o! estatuto! gramatical! dos!
sintagmas! XPs! que! figuram! em! primeira! posição! destas! construções! sintáticas.! A! pesquisa!
demonstra! que! alguns! desses! XPs! têm! funcionado! como! puros! expletivos,! atendendo! apenas! a!
um! requerimento! da! sintaxe! estrita,! como,! por! exemplo,! a! valoração! de! EPP,! em! conformidade!
com!Chomsky!(1995).!Para!tal!verificação,!usamos!como!pressuposto!teórico!Holmberg!(2000),!
que! analisa! o! fronteamento! estilístico! (Stylistic! Fronting)! presente! nas! línguas! escandinavas.!
Outro!objetivo!investigado!foi!se!a!emergência!desta!ordem!estaria!correlacionada,!ou!não,!com!o!
enfraquecimento!do!sistema!de!concordância!e!com!a!maneira!como!o!PB!satisfaz!ao!traço!EPP!
em!sentenças!finitas.!!
Para! explicar! tal! fenômeno,! a! proposta! delineada! no! trabalho! foi! a! fatoração! de! EPP! em! dois!
traços!distintos:![uD]!e![uP],!conforme!a!seguir:!!
Fatoração!de!EPP!!
Por! meio! dessa! formulação,! é! possível! dar! conta! da! universalidade! do! EPP.! Mais! precisamente,!
essa! proposta! lança! a! ideia! de! que! EPP! é! uma! propriedade! sintática! que! pervaga! em! todas! as!
línguas.! O! que! é! novo! nesta! proposta! é! que! os! traços! acima,! que! constituem! o! EPP,! são!
parametrizáveis!de!língua!para!língua,!de!sorte!que!podem!entrar!na!derivação!como!fracos!ou!
fortes.!Esta!análise!nos!permite!analisar!o!fenômeno!do!sujeito!nulo!de!forma!mais!consistente,!já!
que!dá!conta!de!explicar!as!variações!interlinguísticas!referentes!ao!seu!acionamento.!De!acordo!
com!essa!proposta,!AGR!tem!apenas!uma!função!secundária!no!licenciamento!de!sujeitos!nulos,!
já!que!nem!sempre!a!sua!presença!no!sistema!leva!à!ocorrência!obrigatória!do!sujeito!nulo.!Em!
suma,! a! presente! análise! defende! que! o! PB! atual! é! uma! língua! de! sujeito! nulo! parcial.! É! essa!
propriedade! gramatical! que! permite! que! a! posição! de! sujeito! figure! opcionalmente! nula! em!
certos!contextos!e!sempre!preenchida!em!outros.!Dessa!maneira,!a!emergência!da!ordem![XP!V!
(DP)]!pode!ser!descrita!como!o!efeito!colateral!da!maneira!como!o!traço!EPP!é!valorado!no!PB!
contemporâneo.!!
!
!
!
!
!
53!
!
!
O"gerativismo"e"a"sala"de"aula:"contribuições"para"ensino"de"línguas"
!
Talita"G."Mensades"Silva"(Universidade"de"Brasília)"
Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"(Universidade"de"Brasília)"
!
Frente!às!grandes!dificuldades!encontradas!na!educação!nos!dias!de!hoje!e!a!urgente!necessidade!
de! inovação! das! práticas! pedagógicas,! o! presente! trabalho! tem! como! objetivo! relacionar! os!
pressupostos! gerativistas! e! as! possíveis! colaborações! que! eles! têm! dado! ao! “ensino”! de! Língua!
Portuguesa.! Com! uma! metodologia! de! pesquisa! e! reflexão,! investigaYse! a! contribuição! dos!
conceitos!da!teoria!gerativa!e!dos!estudos!ligados!a!ela!em!três!vertentes!relacionadas!à!sala!de!
aula:!quanto!(a)!ao!conteúdo!ministrado,!ao!que!se!entende!por!gramática;!(b)!à!efetividade!do!
material!didático,!dados!os!conceitos!que!exprimem;!e!(c)!às!práticas!docentes,!suas!dificuldades!
e! questões! no! ensino! de! língua! materna! e! a! metodologia! de! ensino! adotada! como! causa! ou!
consequência! dos! itens! (a)! e! (b).! A! partir! do! entendimento! da! relação! entre! o! gerativismo! e! o!
ensino,!expõeYse!algumas!metodologias!sugeridas!sob!o!olhar!gerativista!para!orientar!a!prática!
docente.! AdotaYse,! como! referenciais! teóricos,! as! pesquisas! de! Chomsky! (1957! e! trabalhos!
subjacentes)! com! os! conceitos! fundamentais! da! Teoria! de! Princípios! e! Parâmetros,! a! teoria! de!
Kato! (2005)! sobre! a! gramática! do! letrado,! a! proposta! de! VanPatten! (2003)! sobre! o! input! e! o!
output,!o!trabalho!precursor!de!Silva!(2013)!que!relaciona!o!gerativismo!e!o!ensino,!os!trabalhos!
de! Neves! (1994),! Costa! (2003)! e! Pilati! (2014)! sobre! a! realidade! atual! da! sala! de! aula,! e! os!
trabalhos! de! Lobato! (2003),! Pilati! et! al.! (2011),! Vicente! e! Pilati! (2012)! e! Silva! (2015)! sobre! as!
metodologias!sugeridas.!
ConcluiYse! que! o! gerativismo! tem! contribuído! de! fato! com! conceitos! que! podem! mitigar! os!
problemas! enfrentados! no! ensino! de! língua! materna! e! trazer! uma! mudança! significativa! ao!
ensino.!A!necessidade!de!inovação!nas!práticas!pedagógicas!é!iminente!e!os!estudos!linguísticos!
têm! comprovado! o! atraso! e! a! ineficiência! das! metodologias! utilizadas! na! escola.! Apesar! de! já!
existirem!sugestões!de!propostas!metodológicas!sob!o!olhar!gerativista,!ainda!há!a!necessidade!
de!uma!sistematização!das!propostas!para!que!realmente!haja!mudança!nas!práticas!docentes.!A!
teoria!e!a!reflexão!estão!postas,!mas!a!orientação!prática!ainda!é!deficitária.!
!
!
"
Variação"na"concordância"verbal"com"DPs"complexos"
"
Alzira"Neves"Sandoval"(Universidade"de"Brasília)"
Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"(Universidade"de"Brasília)"
!
O! intuito! deste! estudo! é! explicar,! com! base! nos! pressupostos! da! Teoria! Gerativa,! mais!
especificamente!na!versão!do!Programa!Minimalista!(Chomsky!1995!e!trabalhos!posteriores),!a!
variação!na!concordância!verbal!com!sujeitos!constituídos!de!DPs!complexos,!tal!como!em!(1)!!
!
(1)!
a.![O!valor!das!coisas]!mudam]!constantemente.!!
!
b.![O!cabo!das!plantas]!são!verdes.!
!
As! perguntas! a! que! desejamos! responder! são! as! seguintes:! a)! Quais! são! as! caraterísticas!
sintáticas! e! semânticas! de! orações! com! DPs! complexos! e! concordância! variável! no! PB?! e! b)! Há!
semelhanças! sintáticas! ou! semânticas! entre! estruturas! com! DPs! complexos! e! estruturas!
54!
!
partitivas! e! pseudopartitivas?! e! c)! Quais! as! principais! análises! feitas! sobre! DPs! complexos! na!
literatura!gerativista.!
A!concordância!do!verbo!com!sujeitos!complexos!é!variável!no!PB!(tanto!falado!quanto!escrito),!
conforme! Naro! e! Scherre! (1998,! 2015),! ou! seja,! o! verbo! pode! ser! flexionado! no! singular,!
concordando!com!o!núcleo!nominal!mais!alto!–!o!que!é!chamado!de!concordância!canônica!–,!ou!
no! plural,! concordando! com! o! núcleo! nominal! mais! baixo! (ou! encaixado)! –! o! que! Béjar! (2003)!
denomina!de!concordância!parcial.!!
!
(3)!
[! DPsing" " [! NPsing" [! PP! [! P! de! [! DPpl! [! NPpl! ]]]]]]! [! vP! [! VP! [! V" sing! ]]! –! concordância!
canônica!!
!
(4)!
[!DPsing!![!NPsing![!PP![!P!de![!DPpl![!NPpl"]]]]]]![!vP![!VP![!V"pl!]]!–!concordância!parcial!!
!
Em! relação! às! semelhanças! sintáticas! ou! semânticas! entre! estruturas! com! DPs! complexos! e!
estruturas! partitivas! e! pseudopartitivas! parece! que! tais! construções! não! são! sintaticamente!
idênticas.! ! Uma! construção! partitiva! é! uma! estrutura! bipartida,! articulada! em! cabeça! e! coda,!
ligada! pela! preposição! “de”.! A! cabeça! é! formada! por! elemento! quantificador! e! a! coda! por! um!
sintagma!determinante!encabeçado!por!um!determinante!definido.!A!coda!expressa!um!conjunto!
de! indivíduos! (extensionalmente! determinado! ou! pressuposto)! do! qual! a! cabeça! extrai! um!
subconjunto!próprio!de!elementos!(Brucart,!1997,!apud!Demonte!e!Jiménez,!manuscrito).!!
(5)""
a."A!maioria!das!crianças!dormiu/dormiram!tarde!ontem.!!
!
As! estruturas! pseudopartitivas,! por! sua! vez,! apresentam! núcleo! nominal! quantitativo! e!
diferenciamYse! das! partitivas! por! apresentarem! como! modificador! um! sintagma! nominal!
indefinido.!!
(6)!!
a.! Um! grupo! de! estudantes! de! escolas! públicas! foi" aprovado/foram" aprovados! em!
universidades!internacionais.!!
As! orações! com! DPs! complexos! diferenciamYse! das! construções! partitivas! e! pseudopartitivas!
porque! não! apresentam! como! núcleo! nominal! nome! com! valor! partitivo! ou! quantitativo!
(maioria,,parte,,metade,,porção,,grupo,,monte! etc.).! Nos! DPs! complexos,! os! sintagmas! nominais!
não!são!constituídos!de!nomes!quantificadores!nem!partitivos,!ou!seja,!não!denotam!quantidade!
nem!partibilidade.!São!nomes!compostos!por!um!conjunto!de!traços,!tais!como![+/Yhumano],![+/Y
animado],![+/Ycomum]!e![+/Y!contável],!conforme!Scherre!e!Naro!(2015).!!
!
!
!
Estratégias"de"preenchimento"do"sujeito"e"manifestação"da"concordância"
verbal"em"produções"escritas"de"alunos"de"EJA:"uma"análise"preliminar"
comparativa"
""
Stefania"Caetano"Martins"de"Rezende"Zandomênico"(PG,"UnB)"
Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"
!
Este! trabalho! apresenta! uma! análise! preliminar! acerca! das! estratégias! de! preenchimento! do!
sujeito! e! da! manifestação! da! concordância! verbal! presentes! na! produção! escrita! de! discentes!
oriundos! da! Educação! de! Jovens! e! Adultos! –! EJA.! O! presente! estudo!busca! estabelecer! relações!
entre!princípios!da!Teoria!Gerativa!(CHOMSKY!1957,!1981,!1986,!1988,!1998,!1999)!e!questões!
que! envolvem! o! processo! de! ensinoYaprendizagem! de! línguas! naturais! (LOBATO! 2003;! KATO!
1996,! 2005,! 2013;! MAGALHÃES! 2000;! PIRES! 2015;! LICERAS! 2015).! Partimos! da! hipótese,!
55!
!
defendida!por!Liceras!(2015),!de!que!a!forma!adequada!para!a!análise!das!gramáticas!dos!alunos!
deve! ser! um!modelo! teórico! que! contenha! uma! base! de! comparação! universal! e! que! possa!
determinar!como!os!princípios!(e!as!regras)!desse!componente!são!realizados!na!L1,!na!L2!e!na!
interlíngua.! Este! trabalho! apresenta! uma! análise! comparativa! preliminar! entre! os! dados!
encontrados! em! textos! escritos! do! ENEM! 2013! feitos! por! alunos! de! EJA! e! os! dados! de! fala! de!
falantes! cultos! analisados! por! Berlink! et, al., (2009),! nos! mesmos! contextos! destacados! pelas!
autoras:! com! sujeitos! nominais,! com! sujeitos! pronominais! plenos,! com! sujeitos! pronominais!
nulos,!com!sujeito!coletivo,!em!orações!adjetivas,!em!orações!com!verbo!inacusativo,!em!orações!
de! ordem! VYS! e! em! construções! passivas.! Uma! vez! que! os! estudos! atuais! que! trabalham! as!
relações! entre! os! pressupostos! do! Gerativismo! e! o! ensino! o! fazem! sob! a! perspectiva! do! ensino!
regular,! a! pesquisa! a! ser! realizada! a! partir! da! análise! feita! pretende! contribuir! trazendo! dados!
desse! processo! em! uma! modalidade! de! ensino! não! contemplada! anteriormente! em! estudos!
similares:! a! EJA.! A! produção! escrita! de! alunos! provenientes! da! EJA! é! relevante! como! objeto! de!
pesquisa,!entre!outros,!para!que!se!analisem!as!influências!do!ensino!formal!durante!o!período!
crítico!e!o!processo!de!aprendizagem!de!uma!nova!variedade!linguística,!na!modalidade!escrita.!
!
!
!
Estudo"de"caso"sore"o"desenvolvimento"da"consciência"sintática"em"sala"de"
aula"
"
Juliana"Carolina"Argenta"Carlos"Lopes"da"Silva"–"UnB"
Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"–"UnB"
"
!
Este! trabalho! tem! objetivo! de! demonstrar! de! que! forma! os! princípios! relacionados! à!
teoria! gerativista,! aliados! a! metodologias! que! privilegiam! a! aprendizagem! com! metacognição,!
podem! contribuir! para! o! ensino! de! gramática! na! educação! básica.! TrataYse! da! análise! de! um!
arcabouço!teórico!a!respeito!de!metodologias!de!ensino!de!aspectos!linguísticos!e!gramaticais!da!
língua! portuguesa,! de! metodologias! de! ensino! de! língua! desenvolvidas! no! Brasil! e! em! Portugal!
para! verificar! o! que! há! de! material! disponível! para! os! professores! e! de! que! forma! tais!
metodologias! podem! ser! aplicadas! em! sala! de! aula! com! vistas! a! tornar! o! ensino! de! língua!
portuguesa! mais! eficaz! e,! com! base! nas! ideias! de! Lobato! (2013),! Costa! et! al! (2011),Vicente! &!
Pilati! (2012)! e! Pilati! (2014).! Além! disso,! desenvolve,! testa! e! analisa! uma! atividade! gramatical!
sobre! identificação! e! classificação! do! sujeito! e! do! predicado,! com! base! em! Duarte! (2007)! e!
Raposo!(2014),.!A!atividade!tem!como!abordagem!de!ensino!a!concepção!de!gramática!interna,!
como!exposto!em!Kato!(2005),!e!o!conhecimento!explícito!da!língua!adotado!pelo!Guião!(2011).!
A! metodologia! utilizada! foi! a! da! aprendizagem! ativa! e! dos! procedimentos! de! descoberta! e!
metacognitivos! vistos! em! Lobato! (2003),! Costa! et! al! (2011),Vicente! &! Pilati! (2012)! e! Pilati!
(2014).! Com! relação! à! técnica! implementada,! essa! consiste! na! exposição! e! análise! dos! dados,!
para!que!sejam!tiradas!conclusões!com!relação!às!regras!aplicadas!à!formação!das!estruturas!das!
orações.! Os! conhecimentos! desenvolvidos! são! então! aplicados! ao! texto,! a! partir! da! revisão!
textual,!e!os!conteúdos!são!sistematizados!na!forma!de!esquema.!Os!alunos!que!tiveram!contato!
com! o! material! didático! desenvolvido! demonstraram! uma! nítida! associação! do! conteúdo!
estudado! ao! conhecimento! de! mundo! que! possuem.! PodeYse! perceber! que! a! abordagem! do!
aprendizado!pela!descoberta,!com!metacognição,!revelaYse!um!caminho!promissor!no!ensino!de!
língua! materna,! porque! foi! possível! notar! a! evolução! das! respostas! dos! alunos,! com! relação! à!
complexidade! e! ao! uso! das! terminologias! e! o! desenvolvimento! do! raciocínio! destes! diante! das!
análises.!
!
56!
!
!
Decomposição"lexical"em"primitivos"semânticos"e"a"problematização"da"
analiticidade"
"
Alex"de"Britto"Rodrigues"(UFPR)"
"
Palavrascchave:"primitivos"semânticos,"analiticidade,"decomposição"lexical."
"
Este!trabalho!tem!como!objetivo!analisar!alguns!argumentos!centrais!no!debate!entre!atomistas!
e! decomposicionistas! a! respeito! do! significado! lexical.! A! perspectiva! decomposicionista! sugere!
um!nível!de!representação!em!que!um!item!lexical!pode!ser!decomposto!em!“unidades!menores”!
abstratas,!os!“primitivos”!(também!chamados!de!“primitivos!conceituais”,!“primes”,!“predicados!
primitivos”,! entre! outros! termos).! Já! a! perspectiva! atomista,! na! qual! o! artigo! de! Fodor! (1970)!
“Three!reasons!for!not!deriving!‘kill’!from!‘cause!to!die’”!pode!ser!considerado!um!dos!primeiros!
trabalhos! influentes,! defende! a! impossibilidade! de! se! decompor! itens! lexicais! em! primitivos!
semânticos! uma! vez! que! um! “conceito”! seria! indivisível,! e! para! cada! item! lexical! haveria! um!
conceito.!Alguns!argumentos!gerais!atomistas!contrários!à!decomposição!lexical!são!levantados!a!
fim!de!observarmos!como!as!propostas!decomposicionistas!respondem!a!eles.!Nossa!tese!é!que!a!
analiticidade,! relacionada! às! inferências! das! quais! os! primitivos! semânticos! derivam,! é! central!
nesse!debate!e!os!argumentos!das!duas!posições!dependem!de!como!essa!questão!é!tratada.!As!
inferências! das! decomposições! em! primitivos! seriam! analíticas,! ou! seja,! teriam! como! base!
condições! de! verdade! que! não! exigem! verificação! epistemológica;! por! exemplo,! a! equivalência!
entre! “kill”! e! “cause! to! die”! não! precisaria! ser! verificada,! pois! se! trata! de! um! conhecimento! a,
priori.! Prosseguindo! com! nossos! objetivos,! discutimos! o! conceito! de! “analiticidade”! e! o! debate!
não! consensual! a! respeito! de! sua! validade.! Posteriormente,! analisamos! algumas! abordagens!
decomposicionistas,! principalmente! no! que! diz! respeito! ao! modo! como! elas! respondem! às!
críticas! atomistas! (principalmente! Fodor,! 1970;! 1980;! 2003),! entre! elas! a! de! Jackendoff! (1983;!
1990;! 2002)! e! a! de! Pietroski! (2003).! O! que! podemos! notar! é! que! essas! abordagens!
decomposicionistas! desconsideram! a! problematização,! apresentada! pela! posição! atomista,! a!
respeito! da! validade! da! analiticidade.! Com! essa! problematização,! a! analiticidade,! base! para! as!
derivações!decomposicionistas,!é!posta!sob!suspeita.!Por!outro!lado,!a!posição!decomposicionista!
conta!com!a!análise!de!vários!dados!que!sustenta!a!existência!de!primitivos!semânticos.!Porém,!
esses! primitivos! são! estipulados! como! elementos! abstratos,! cuja! natureza! é! difícil! de! ser!
atestada,!o!que!pode!tornar!não!falseáveis!as!propostas!decomposicionistas.!
!
!
!
Interface"sintaxe"–"fonologia:"um"estudo"acerca"da"percepção"oral"de"
aprendizes"de"inglês"como"língua"estrangeira"
Wallace"Soares"Barboza"(UnB)"
!
A! partir! da! aplicação! de! testes! de! percepção,! com! gravações! de! áudio! proferidas! por! quatro!
falantes! de! língua! inglesa! (1! americano,! 1! britânico! e! 2! brasileiros),! para! aprendizes! de! inglês!
como!língua!estrangeira!de!nível!avançado,!regularmente!matriculados!em!institutos!de!idioma!
do! Distrito! Federal,! este! trabalho! visa! delinear! um! estudo! acerca! de! aspectos! sintáticos! e/ou!
fonológicos!que!podem!vir!a!influenciar!na!compreensão!oral,!como!por!exemplo!a!palatalização!
e! a! epêntese! de! fonemas! e! sílabas.! Tais! aspectos! de! compreensão! serão! analisados! através! da!
ótica!dos!estudos!de!aquisição!de!Christophe!et!al.!(1997),!Ellis!(2008)!e!Jenkins!(2000,!2002),!e,!
57!
!
também,! através! dos! estudos! acerca! da! interface! sintaxe! –! fonologia! de! Downing! (2013),!
Elordieta!(2011),!Frascarelli!(2013),!Selkirk!(2002,!2009),!Truckenbrodt!(2007)!e!Yahya!(2013).!
Entretanto,!não!há!resultados!parciais,!pois!trataYse!de!um!estudo!em!andamento.!!
!
!
!
Uma"investigação"sobre"a"natureza"locativa"do"Experienciador"em"
predicados"psicológicos"no"português"brasileiro"
"
Paula"Guedes"Baron"(UnB)"
Rozana"Reigota"Naves"(UnB)"
!
!
O! presente! trabalho! tem! origem! em! uma! pesquisa! em! andamento! cujo! tema! é! a!
investigação! da! natureza! locativa! dos! predicados! psicológicos! no! português! brasileiro!
(doravante,! PB).! Esses! predicados! são! caracterizados! semanticamente! por! expressarem! algum!
tipo! de! emoção! ou! sentimento,! além! de! possuírem,! impreterivelmente,! um! argumento!
Experienciador,! que! representa! o! indivíduo! que! está! em! um! estado! emocional! descrito! pelo!
verbo.! Com! relação! ao! mapeamento! desse! argumento,! em! estruturas! transitivas,! no! português!
brasileiro,!os!verbos!psicológicos!subdividemYse!em!dois!grupos!(NAVES,!2005):!(i)!verbos!que!
atribuem! o! papelYθ! Experienciador! apenas! ao! argumento! na! posição! de! sujeito! –! ExpSuj;! e! (ii)!
verbos!que!possuem!o!argumento!Experienciador!na!posição!de!objeto!–!ExpObj.!
Landau! (2010,! p.! 6)! considera! que! “Experienciadores! são! locações! mentais,! isto! é,! locativos”.!
Além! disso,! o! autor! postula! que! essa! natureza! especial! implica,! também,! um! comportamento!
gramatical! especial! para! os! Experienciadores! objetos,! os! quais! são! considerados! oblíquos!
(dativos).!
!
Seguindo!a!ideia!de!que!Experienciadores!são!cognitivamente!locativos!(LANDAU,!2010),!
buscamos!desenvolver,!no!âmbito!da!teoria!gerativa,!uma!análise!que!confirme!ou!refute,!para!o!
PB,!o!postulado!do!autor!de!que!todos!os!Experienciadores!objetos!são!oblíquos/dativos.!Nossa!
análise!tem!como!foco!a!formação!de!construções!perifrásticas!psicológicas!(verbo!leve!+!nome!
de! estados! mental),! como! em! (1b),! as! quais! consideramos! como! sendo! semanticamente!
equivalentes!às!sentenças!com!verbos!plenos,!(1a):!
(1) a.!O!aumento!dos!impostos!estarreceu!a!população.!
b.!O!aumento!dos!impostos!causou!estarrecimento!na!população.!
!
A!escolha!desse!tipo!de!construção!justificaYse!pelo!fato!de,!em!um!primeiro!momento,!o!
Experienciador!(população,!em!(1b))!configurarYse!gramaticalmente!como!um!locativo,!visto!que!
o!argumento!que!possui!esse!papel!temático!é!o!complemento!da!preposição!em,!que!geralmente!
é! utilizada! para! introduzir! um! sintagma! locativo,! como! em! ‘Maria! está! em! casa’.! Entretanto,!
precisamos,! também,! averiguar! se! os! Experienciadores! das! estruturas! com! verbos! plenos! (1a)!
são! argumentos! dativos,! como! estabelece! Landau! (2010).! Ainda! com! relação! às! perífrases,!
pretendemos!constatar!se!a!seleção!dos!verbos!leves!bem!como!as!preposições!empregadas!nas!
perífrases!formam!um!padrão!coeso,!responsável!por!caracterizar!diferentes!grupos!dos!verbos!
psicológicos! e! por! manifestar! os! diferentes! comportamentos! que! esses! predicados! manifestam.!
Por!exemplo,!procuramos!examinar!se!os!verbos!e!preposições!distinguemYse!ao!representarem!
o! uso! agentivo! de! um! predicado! psicológico,! como! o! verbo! assustar,! que! exibe! verbos! distintos!
para!a!sua!leitura!agentiva,!(2a),!e!para!a!não!agentiva!(2b):!
!
(2) !a.!Os!adolescentes!deram!um!susto!nas!crianças.!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!b.!O!incêndio!do!prédio!causou!um!grande!susto!nos!moradores!da!redondeza.!
!
!
58!
!
A"semântica"intensificacional"dos"“diminutivos”"e"suas"implicações"
morfológicas"
!
Rafael"Martins"Rocha"(UnB)"
Helena"da"Silva"Guerra"Vicente"(UnB)"
!
Conforme! atestam! os! estudos! tipológicos! (BAUER,! 1997;! GRANDI,! 2011;! JURAFSKY,!
1996;!KORTVÉLYESSY;!STEKAUER;!VALERA,!2012),!a!noção!semântica!“diminutivo”!é!universal.!
A!natureza!dos!processos!morfológicos!pelos!quais!os!morfemas!avaliativos!são!incorporados!na!
gramática! das! línguas! constitui! um! objeto! de! grande! interesse! às! pesquisas! linguísticas.! Este!
trabalho!aborda!comparativamente!a!expressão!do!diminutivo!sintético!no!português!e!no!inglês,!
Yinho/Yzinho!e!–ie/y,!respectivamente.!!!
Um! dos! grandes! debates! acerca! do! tema! é! a! tentativa! de! classificação! da! morfologia!
avaliativa! em! relação! às! categorias! flexionais! e! derivacionais.! Com! o! objetivo! de! contribuir! à!
discussão,!o!presente!estudo!tem!como!enfoque!as!implicações!do!critério!da!relevância!sintática!
para!a!sufixação!de!“diminutivos”.!Abordado!em!Camara!(1970),!mas!consagrado!por!Anderson!
(1982),!tal!princípio!é!assumido!na!literatura!como!definidor!da!natureza!mais!derivacional!que!
flexional!da!morfologia!avaliativa.!
Primeiramente,! propõeYse! a! reanálise! de! sufixos! de! diminutivo! como! morfemas!
intensificadores.! Em! sua! maioria,! pesquisas! linguísticas! (para! citar! algumas:! DRESSLER! &!
BARBARESI,! 1994;! GONÇALVES,! 2008;! LOURES,! 2000)! têm! adotado! um! viés! expressivoY
estilístico! na! abordagem! dos! diminutivos.! Consideram! a! subjetividade! do! falante! como! fator!
principal,! se! não! único,! para! o! acionamento! desses! morfemas,! que! podem! significar,!
positivamente,!afetividade,!aprovação,!apreciação!ou,!negativamente,!menosprezo,!desaprovação!
e!depreciação.!No!entanto,!tais!análises!desprezam!a!semântica!intensificacional!veiculada!pelos!
sufixos! em! questão! a! nomes! deadjetivais! (“Don’t! be! such! a! meanie!”),! adjetivos! (“O! balde! está!
cheinho!d’água”),!advérbios!(“Eu!te!devolvo!agorinha!mesmo!”,!verbos!(“Eu!vou!lá!correndinho”).!
Apesar!do!diminutivo!poder!apresentar!certo!teor!polissêmico!no!que!diz!respeito!à!classe!dos!
nomes,!para!as!demais!classes,!em!português,!ou!para!os!nomes!deadjetivais!do!inglês,!o!sufixo!
faz!a!palavra!resultante!significar!‘mais!X!que!a!base’!invariavelmente.!
DiscutemYse,! assim,! os! desdobramentos! do! critério! da! obrigatoriedade! sintática.!
CostumaYse! ressaltar! como! característica! derivacional! dos! afixos! gradativos! a! arbitrariedade!
envolvida!no!acréscimo!desses!morfemas!uma!vez!que!são!imotivados!pela!construção!sintática.!
Entretanto,!semanticamente,!considerando!as!formações!em!que!o!sufixo!é!um!intensificador,!é!
possível! identificar! a! atuação! de! princípios! de! natureza! gramatical,! isto! é,! fatores!
morfossemânticos!presentes!no!acionamento!do!grau.!Ora,!os!sufixos!Yinho!e!–ie/y!veiculam!um!
significado! regular,! que! é! o! de! comparação! gradual! em! relação! à! base.! Os! pares! cheio! vs.!
cheinho/mean!vs.!a,meanie,!por!exemplo,!demonstram!que!a!forma!sufixada!representa!alto!grau!
de! intensidade! da! propriedade! descrita! pela! base.! Isso! significa! que! não! é! possível! uma! mera!
intercambialidade! entre! as! formas! sem! que! haja! alteração! semântica! significativa.! ! Dessa!
maneira,!uma!investigação!mais!aprofundada!sobre!a!natureza!intensificacional!dos!sufixos!ditos!
“diminutivos”! pode! vir! a! revelar! mais! informações! sobre! o! alcance! da! opcionalidade! do! falante!
no!acionamento!dos!afixos!gradativos.!
!
!
!
!
!
59!
!
ECM"vs"default"accusative"Case"in"Latin"
!
Jane"Adriana"Ramos"Ottoni"de"Castro"(Universidade"de"Brasília)"
!
The! focus! of! this! paper! is! the! syntactic! distribution! of! (3rd! person)! subject! pronouns! in! the!
‘accusative!+!infinitive’!(AI)!construction!in!Latin.!To!give!concrete!examples,!we!should!initially!
consider!an!epistemic!verb!such!as!putare!(‘to!judge’,!‘to!evaluate’,!‘to!estimate’,!‘to!think!over’)!as!
a!predicate!that!selects!an!infinitive!clause!(cf.!Ernoux!&!Thomas!1989):!
(1) eam,,,,necesse,,putas,,,,,,,,,,,esse,,,,,,,,,,,,in,consulis,corpore,,,defigere,!(Cíc.,!I,Cat.!VI,!16)!
!!!!!Accus.!!Attrib.!!evaluate.2s!!to!be.Inf.Pres.!!Adv!+!Gen.!!!!!!!!!to!stab.Inf.Pres.!
!!!!!‘You! think! necessary! to! stab! it! [=a! knife]! in! the! consul’s! body.’/! ‘You! think! necessary! to! stab!
the!consul’s!body!with!it![=a!knife]’!
Assuming! that! the! fulfillment! of! the! subject! as! Nominative! is! associated! to! the! phi3features,
marking! and! timeYfeature! marking,! within! the! framework! of! Generative! Theory,! it! is! natural! to!
infer! that! the! Accusative! subject! is! related! to! the! absence! of! phi, features! on! the! infinitive.! A!
question! that! arises! is:! what! is! the! source! of! the! accusative! on! the! (logical)! subject! of! the!
completive!clause?!A!natural!answer!is!that!it!is!linked!to!the!(transitive)!verb!in!the!main!clause,!
as! suggested! by! the! structures! in! (2),! in! which! the! (logical)! subject! of! the! embedded! clause!
occurs!as!the!(nominative)!subject!of!the!main!clause,!under!passivization:!!
(2) Galli,dicuntur,in,Italiam,transisse!(‘It!was!said!that!the!Gauls!crossed!Italy.’)!
However,!as!originally!shown!by!Bolkestein!(1979)!(see!also!Roberts!2007),!the!same!cannot!be!
said!of!(3),!in!which!the!verb!in!the!matrix!clause!is!passivized!and!the!source!of!the!accusative!
on!Gallos!cannot!be!the!main!verb:!
(3) Dicitur,Gallos,in,Italiam,transisse,(‘It!was!said!that!the!Gauls!have!crossed!Italy.’)!
Following!previous!work!(Castro!2014),!we!propose!that!the!accusative!Case!has!two!sources!in!
Latin:! (i)! the! ECM! one,! in! which! (embedded)! T! is! selected! by! matrix! vYV,! the! embedded! (logic)!
subject!being!licensed!under!Agree,!within!a!single!strong!phase!–!under!passivization!of!matrix!
V,!as!in!(2),!vYV!is!unable!to!enter!an!Agree!relation,!the!(embedded!logic)!subject!being!licensed!
as!nominative!in!the!matrix!specTP;!and!(ii)!the!source!in!which!C!is!selected!in!the!numeration,!
in!spite!of!the!defective!status!of!T,!a!possibility!that!is!restricted!to!tenseYmarked!T!(as!in!Latin);!
the!embedded!(logic)!subject!in!turn!is!obligatorily!licensed!within!the!(embedded)!strong!phase;!
in!the!absence!of!Agree!(due!to!the!defective!status!of!embedded!T),!it!is!realized!as!a!(default)!
accusative,! while! the! upper! subject! is! realized! by! a! 3rd! person! (null)! expletive! (as! in! (3))! (cf.!
Cecchetto! &! Oniga! 2001).! A! natural! consequence! is! that! either! strategy! is! available! for!
constructions!in!which!the!(matrix/!transitive)!V!displays!active!voice,!as!in!(1).!!
!
!
!
Dispositional"adjectives:"different"sizes"
"
Bruna"Moreira"(Universidade"de"Brasília)"
"
Dispositional! adjectives! (e.g.,! readable,, deplorable),! have! been! claimed! to! be! lexically! derived!
(Wasow! 1977).! From! this! lexicalist! perspective,! Wasow! proposes! a! lexical! rule! (similar! to! a!
passive! rule)! to! derive! this! class! of! adjectives! in! English.! Crucially,! lexical! rules! allow!
idiosyncrasies! and! exceptions,! thereby! accounting! for! the! lack! of! uniformity! between! some!
adjectives!and!their!passive!counterpart!(cf.!1).!From!a!nonYlexicalist!perspective,!OltraYMassuet!
(2010,! 2013)! derives! the! aforementioned! contrast! from! different! heights! of! attachment! of! the!
modal! suffix,! arguing! for! two! classes! of! adjectives,! high! and! low! 3ble.! In! this! analysis,! high,3ble!
involves! verb! derivation! and! bears! a! passive! component,! whereas! low, 3ble! involves! root!
60!
!
derivation!(cf.!2).!In!this!paper,!I!argue!in!favor!of!a!syntactic!view!of!wordYformation,!therefore!
rejecting! an! explanation! in! terms! of! lexical! rules,! though! I! will! not! explore! different! heights! of!
attachment! of! the! modal! suffix.! I! claim! dispositional! adjectives! are! derived! by! a! passive!
operation,!as!defined!by!Bruening!(2013).!From!this!perspective,!3vel,(Mod)!is!analogous!to!Pass.!
There! is! no! high! and! low! attachment,! and! the! modal! suffix! will! always! target! an! unsaturated!
Voice! (Initiator)! projection.! I! implement! this! idea! in! Ramchand’s! (2008)! first! phase! syntax.! I!
analyze! the! modal! suffix! as! a! dynamic! modal! operator! following! Brennan! (1993),! with! generic,!
quasi3universal! force! (Hackl! 1998,! Giannakidou! e! Staraki! 2013).! In! the! present! analysis,! the!
derivation! of! this! class! of! adjectives! involves! the! modalization! of! different! verbal! structures.! I!
conclude! dispositional! adjectives! correspond! to! structures! of! different! sizes! (e.g.,! washable,
encodes! three! verbal! projections,! initiation,! process! and! result,! whereas! lovable,justo! ne! [init]).!
Roughly,!then,!the!contrasts!observed!in!(1)!and!(2)!are!captured!as!follows:!washable![Mod![init’!
[proc![res]!]!]!];!readable:![Mod![init’![proc]!]!];!and!deplorable![Mod![init’]!].!The!advantages!of!
this! analysis! is! to! unify! the! syntactic! derivation! of! this! class! of! adjectives! and! to! derive! the!
semantic!diferences!from!independent!facts!about!modality,!genericity!and!stativity,!rather!than!
attributing!it!to!lexical!rules!or!root!attachment.!
!
(1)
a.!!
His!handwriting!can!be!read!→!his!handwriting!is!readable!!
b.!!
?The! condition! of! the! library! can! be! deplored! →! The! condition! of! the! library! is!
deplorable!
!!!!!!!!!!(Wasow!1977)!!
(2)!
a.!!
High!Yble,[aP!a![ModP![Mod!w!Rc]![AspP!AspR![vP!Vpass![√ROOT!√ROOT!DP!]!]!]!]!]!
!
b.!
Low!Yble,[aP!a![ModP![Mod!w!Rc]![AspP!Asps![√ROOT!√ROOT!DP!]!]!]!]!!
!!!!!!!!!!!!(OltraYMassuet!2014)!
!
!
!
Algumas"considerações"acerca"da"aquisição"da"voz"passiva"no"português"
brasileiro"
Carla"Pereira"Minello"(Unicamp)"
"
Palavrascchave:"Aquisição"da"linguagem;"Voz"passiva;"Verbos"de"ação"e"nãocação"
"
Partindo! dos! pressupostos! de! base! gerativa! (CHOMSKY,! 1995),! o! presente! trabalho!
discute! e! analisa! o! fenômeno! da! voz! passiva! na! aquisição! da! linguagem,! e! procura! estabelecer!
paralelos! entre! as! discussões! da! aquisição! da! voz! passiva! em! outras! línguas! (inglês,! grego! e!
português!europeu!(PE))!e!no!português!brasileiro!(PB).!!
A!literatura!sobre!voz!passiva!discute,!entre!outros!pontos,!a!aparente!dificuldade!que!a!
criança! tem! em! compreender! sentenças! passivas! e! a! baixa! ocorrência! dessas! sentenças! na!
produção!espontânea!da!criança.!Uma!das!principais!hipóteses!que!busca!explicar!a!dificuldade!
de!compreensão!e!sua!baixa!ocorrência!é!a!hipótese!do!déficit!de!cadeiaYA!(BORER!&!WEXLER,!
1987),!que!diz!que!crianças!com!menos!de!cinco!anos!não!compreenderiam!sentenças!em!que!a!
formação! de! cadeiaYA! é! necessária.! Especificamente,! a! hipótese! diz! que! as! passivas! se!
comportam! tal! como! os! inacusativos! em! relação! ao! movimento! de! cadeiaYA! –! inacusativos! ([A,
planta]i#caiu,ti)!e!voz!passiva!([A,planta]i,foi,molhada,ti,pelo,João).!Essa!hipótese!não!se!sustenta!
ao!se!observar!a!compreensão!de!sentenças!inacusativas!na!ordem!DP!V!por!crianças!com!menos!
de!cinco!anos!(FRIEDMANN,!2007!e!COSTA!&!FRIEDMANN,!2012).!Já!Wexler!(2004),!partindo!de!
Chomsky!(2001),!propõe!que!crianças!até!os!cinco!anos!tratariam!o!v!defectivo!dos!inacusativos!
e!da!voz!passiva!como!sendo!não!defectivos,!não!sendo!possível!mover!o!argumento!interno!para!
a! SpecTP,! pois! a! derivação! seria! enviada! para! Spell! Out! antes! do! movimento! desse! argumento.!
61!
!
Tal!proposta!também!apresenta!problemas,!pois!o!movimento!do!argumento!interno!de!verbos!
inacusativos!para!a!posição!de!sujeito!ocorre!antes!dos!dois!anos!de!idade!(ESTRELA,!2013).!
Achados! recentes! para! o! grego! (DRIVA! &! TERZI,! 2007),! para! o! PE! (ESTRELA,! 2013)! e!
obtidos! nos! estudos! iniciais! de! Minello! (2014;! 2015)! para! o! PB,! colocam! em! questão! a!
formulação! de! que! crianças! não! compreenderiam! sentenças! passivas! antes! dos! cinco! anos! de!
idade.!Foi!observada!a!compreensão!de!sentenças!passivas!curtas!e!longas!com!verbo!de!ação!(O!
coelho!foi!molhado!(pelo!cachorro))!para!o!PB!e!em!sentenças!análogas!para!o!PE!e!para!o!grego.!
Os!resultados!encontrados!nos!estudos!de!Driva!&!Terzi!(2007),!Estrela!(2013),!e!Minello!(2015)!
foram! semelhantes:! As! crianças! do! PB,! do! PE! e! do! grego! têm! dificuldade! em! compreender!
passivas! curtas! e! longas! com! verbo! de! nãoYação! (O, coelho, foi, visto, (pelo, cachorro)).! Esses!
achados!colocam!a!questão!de!que!a!dificuldade!da!criança!na!compreensão!da!voz!passiva!não!
estaria!relacionada!ao!movimento!do!objeto,!mas!sim!à!estrutura!passiva!com!verbo!de!nãoYação.!
Mediante! isso,! parteYse! da! hipótese! de! que! a! dificuldade! da! criança! não! esteja! relacionada! à!
habilidade! ou! não! de! lidar! com! movimentoYA,! mas! sim! em! lidar! com! papéis! temáticos! nãoY
agentivos! em! construções! passivas.! Esta! hipótese! está! sendo! testada,! e! seus! resultados! serão!
catalogados!nas!fases!posteriores!deste!trabalho,!levando!em!conta!os!resultados!iniciais!obtidos!
nos!estudos!anteriores!mencionados.!!
"
"
"
Fatores"condicionantes"da"alternância"causativocincoativa"no"Português"
brasileiro"(PB):"uma"abordagem"à"luz"da"Morfologia"Distribuída"(MD)"
"
Maria"José"de"Oliveira"(UFMG)"
"
Palavrascchave:"verbo;"alternância;"núcleo"aspectual."
"
O! objetivo! deste! trabalho! é! investigar! e! analisar! os! verbos! causativoYincoativos! (ex.:! apodrecer,,
quebrar,e,molhar).!Esses!verbos!participam!de!duas!construções!diferentes:!uma!transitiva![DP1!
V!DP2]!e!outra!intransitiva![DP2!V],!(ex.:!“O,calor,apodreceu,a,maçã/A,maçã,apodreceu”;,“O,vento,
quebrou, a, janela/A, janela, quebrou”;, “Maria, molhou, a, roupa/, A, roupa, molhou”).! Diante! dessa!
constatação,! buscamos! uma! explicação! satisfatória! e! unificada! para! esse! tipo! de! alternância,!
focando! principalmente! nas! propriedades! da! raiz! desses! verbos! e! dos! afixos! que! com! ela! se!
concatenam.! Para! a! análise,! adotamos! os! arcabouços! da! Morfologia! Distribuída! (HALLE;!
MARANTZ,!1993;!MARANTZ,!1997;!ACQUAVIVA,!2008;!EMBICK,!2010,!SCHER!et!al.!2012,!entre!
outros),! no! intuito! de! responder! as! seguintes! indagações:! (i)! as! raízes! codificam! traços!
semânticos! e/ou! sintáticos! e! (ii)! as! raízes! e/ou! os! afixos! projetam! argumentos.! Antecipando!
nossa! análise,! assumimos! que! as! raízes! não! selecionam! argumentos! e! são! categorialmente!
neutras.!No!entanto,!conjecturamos!que!elas!codificam!traços!que!devem!ser!compatíveis!com!os!
traços! dos! núcleos! que! as! selecionam.! E! a! pergunta! que! precisa! ser! respondida! aqui! é! quais!
traços! são! estes.! Adicionando! nossas! intuições! ao! que! a! literatura! prediz,! assumimos! como!
hipóteses!iniciais!que!a!alternância!causativoYincoativa!ocorre!mediante!as!seguintes!condições:!
(i)! raiz! verbal! especificada! para! [+DIN];! (ii)! projeção! de! um! núcleo! aspectual! (Aspº)!
imediatamente! acima! da! raiz,! motivada! pelos! prefixos! incoativos! [a3/enY/esY];! (iii)! núcleo! vº!
(verbalizador)!provido!de!traço!aspectual!incoativo!e!morfologicamente!realizado!por![YecY];!(iv)!
argumento!interno!quantificado!contendo!o!traço![MUDANÇA!DE!ESTADO];!e!(v)!argumento!externo!
subespecificado!para!agentividade.!Diante!dessa!constatação,!levantamos!outra!hipótese!inicial,!
qual!seja:!(i),!(ii)!e!(iii)!determinam!como!(iv)!e!(v)!ocorrem.!Os!dados!analisados!são!coletados!
de!trabalhos!existentes!na!literatura,!como!o!de!Cançado!et!al.!(2013)!e!o!de!Bassani!(2013).!A!
previsão! é! a! de! que! morfemas! aspectuais! interferem! diretamente! na! estrutura! argumental! dos!
verbos!causativoYincoativos,!emergindo!a!alternância!causativoYincoativa.,
"
62!
!
"
Orações"gerundivas"com"sujeito"oracional"no"Português"do"Brasil"
!
Camila"Parca"Guaritá"(UnB)"
Eloisa"Nascimento"Silva"Pilati"(UnB)"
!
O! presente! estudo! investiga! as! propriedades! sintáticas! de! orações! gerundivas! nas! quais! a!
referência! do! sujeito! da! oração! encaixada! depende! do! conceito! expresso! por! toda! a! oração!
principal,!como!ocorre!em!(1):!!
!
(1)!
a.[O!índice!foi!reduzido!para!zero]i,![i]!tornando"a!lei!mais!eficaz!!
b.![O!país!tomou!medidas!sérias!em!relação!à!corrupção]i,![i]!fazendo"a!nação!crescer.!
c.![A!participação!de!todos!é!indispensável!nessa!luta!contra!as!infrações]i,![i]!reduzindo!
as!vítimas!de!álcool.!
d.! [A! conscientização! da! população! veio! com! a! diminuição! do! número! de! mortes! em!
acidentes!de!trânsito]i,![i]!mostrando"os!efeitos!positivos!dessa!lei.!!
e.! [Mostraremos! a! importância! do! café! solúvel]i,! [i]! apresentando! o! porquê! da! compra!
desse!tipo!de!café.!
!
Há! poucos! trabalhos! que! abordam! diretamente! esse! tipo! de! oração.! No! PB,! tais! estudos! são:!
Moutella! (1995):! apresenta! estruturas! em! que! o! sujeito! do! gerúndio! não! está! coindexado! ao!
sujeito!da!matriz,!mas!se!refere!à!situação!descrita!nessa!oração!como!um!todo;!Lopes!(2008):!a!
autora!usa!a!terminologia!de!“orações!gerundivas!apositivas!de!foco”!para!se!referir!as!orações!
gerundivas! com! sujeito! oracional,! estruturas! que! possuem! a! característica! de! ter! o! sujeito! da!
oração! reduzida! referente! à! situação! descrita! na! matriz! e! não! um! elemento! nominal! dela,! o!
sujeito!do!gerúndio!seria!um!PRO!de!controle!coindexado!com!a!oração!inteira.!
Seguindo!Guaritá!(2015),!neste!trabalho,!defendeYse!a!hipótese!de!que!tais!orações!são!orações!
relativas!livres!reduzidas!de!gerúndio!(diferentemente!das!propostas!de!Moutella!(1995)!e!Lopes!
(2008)).! Para! desenvolver! tal! hipótese,! são! realizados! testes! para! identificar! as! semelhanças!
entre!orações!gerundivas!com!sujeito!oracional!e!orações!relativas!livres!e!são!apresentadas!as!
estruturas!propostas!para!explicar!as!propriedades!das!orações!em!(1).!
!
!
!
Contribuições"da"Linguística"Gerativa"ao"“ensino”"de"concordância"na"
Educação"Básica:"intuição"linguística,"eliciação"e"“aprendizagem”"de"língua"
materna"
"
Elisabete"Ferreira"(UnB)"
Helena"da"Silva"Guerra"Vicente"(UnB)"
!
Nosso!trabalho!investiga!alguns!aspectos!relativos!à!concordância!no!português!brasileiro!(PB)!e!
propõe!estratégias!para!o!“ensino”!desse!fenômeno!no!âmbito!da!Educação!Básica!no!Brasil.!Em!
nossa!proposta,!discutimos!as!possíveis!contribuições!de!pressupostos!da!Linguística!Gerativa!à!
referida! prática! pedagógica.! O! conceito! de! competência! linguística! (ver! Chomsky,! 1965)!
desenvolvido! no! âmbito! da! teoria! é! particularmente! crucial! para! a! nossa! proposta,! sendo!
entendido,! aqui,! como! o! conhecimento! linguístico! que! o! aluno! possui! previamente! a! sua!
experiência! com! o! ensino! formal.! No! contexto! geral! de! nossa! discussão,! adotamos! o!
63!
!
entendimento! de! Lobato! (2003),! segundo! a! qual! haveria! duas! acepções! de! “gramática”! no!
contexto! educacional.! Conforme! a! autora,! a! primeira! noção! relaciona! “gramática”! a! um!
compêndio!descritivo!de!regras!de!uma!língua,!sendo!estática!e!externa!ao!indivíduo.!A!segunda!
acepção!de!“gramática”!dialoga!com!o!referido!conceito!de!competência!linguística,!configurando!
uma! perspectiva! na! qual! a! língua! é! analisada! em! sua! estrutura! interna,! como! fruto! de! uma!
faculdade!da!linguagem.!Essa!segunda!acepção,!portanto,!equipara!“gramática”!ao!conhecimento!
internalizado! que! um! falante! possui! de! sua! língua,! além! de! associar! tal! concepção! à! de!
recursividade! e! de! criatividade! linguística! (ver! Chomsky,! 1998).! Conforme! esse! raciocínio,!
Vicente! &! Pilati! (2012)! relativizam! a! ideia! de! “ensino”! de! língua! materna,! assinalando! o! termo!
com!aspas:!para!as!autoras,!não!se!ensina!gramática!ao!aluno,!pois!ele!já!possui!uma!gramática!
internalizada! antes! mesmo! da! exposição! ao! ensino! formal.! Contudo,! as! autoras! alertam! para! a!
compreensão!de!que!o!estudante!conhece!os!mecanismos!e!regras!de!sua!língua!apenas!intuitiva!
e! implicitamente.! Desse! modo,! o! papel! do! professor! seria! o! de! promover,! enquanto! agente,
eliciador,! a! conscientização! dos! procedimentos! linguísticos! com! os! quais! o! estudante! opera!
intuitivamente!(cf.!Costa!et!al.,!2011),!sendo!“eliciação”!o!termo!correspondente!ao!procedimento!
de! extrair! do! aluno! tais! informações! linguísticas! conhecidas! previamente! (ver! Lobato,! 2003;!
Vicente! &! Pilati,! 2012).! Esse! entendimento! é! compatível! com! o! modelo! de! educação! linguística!
apresentado!por!Pilati!et!al.!(2011),!que!defendem!a!inserção!da!língua!e!sua!realidade!dinâmica!
como! objeto! de! estudo! nas! aulas! de! Português,! dentro! de! uma! perspectiva! científica! que!
promova! a! reflexão! crítica! sobre! os! mecanismos! linguísticos.! Articulando! os! conceitos! de!
intuição!e!eliciação!no!âmbito!de!uma!educação!linguística,!a!contribuição!do!presente!trabalho!
reside! na! formulação! e! discussão! de! situaçõesYproblema! concernentes! ao! fenômeno! da!
concordância,!que!podem!desafiar!a!capacidade!de!reflexão!crítica!do!estudante.!Como!formular!
a! definição! de! “concordância”! com! os! alunos?! O! que! significa! a! possibilidade! de! construção! de!
uma! frase! como! “Os! garoto(s)! saiu”,! em! que! o! verbo! se! mantém! no! singular! e! o! sujeito! se!
encontra! no! plural,! mas! não! “*O! garoto! saíram”,! situação! inversa?! Qual! o! motivo! de! a! frase!
“VendemYse! apartamentos”,! frente! a! “VendeYse! apartamentos”,! soar! estranha! ao! falante! de!
português!brasileiro?!Por!que!motivo!uma!sentença!como!“Subiu!os!preços”,!em!que!o!verbo!se!
encontra!no!singular!e!o!sintagma!nominal!aparece!posposto!a!ele,!soa!natural!ao!falante!de!PB,!a!
despeito!das!recomendações!da!Gramática!Tradicional!em!flexionar!o!verbo!para!o!plural!nessa!
circunstância?!Por!que!essa!inversão!não!é!bem!aceita!em!frases!como!“*Respirou!as!crianças”,!
por! sua! vez?! Questionamentos! dessa! natureza! são! cotejados! em! nossa! pesquisa,! que! busca!
discutir! a! relação! entre! a! concordância! no! PB! e! outros! fenômenos! subjacentes! a! “problemas!
linguísticos”!a!serem!discutidos!em!sala!de!aula.!Defendemos!que!o!estudante!está!apto!a!analisar!
situações! complexas! envolvendo! aspectos! de! concordância! e! a! formular! hipóteses! sobre! os!
diferentes!conteúdos!em!questão,!o!que!pode!incrementar!sua!capacidade!de!raciocínio!sobre!a!
língua!e,!por!conjectura,!refinar!sua!proficiência!na!modalidade!escrita!formal.!
!
!
!
!
!
!
!
64!
!
Download