FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CURSO DE LETRAS UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS MODALIDADES FORMAL E NATURAL NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA André Luis Domingos APARECIDA DE GOIÂNIA 2011 ANDRÉ LUIS DOMINGOS UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS MODALIDADES FORMAL E NATURAL NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA Artigo apresentado na conclusão do curso de Letras sob a orientação do professor Prof. Me. Newton Paulo Monteiro da Faculdade Alfredo Nasser. APARECIDA DE GOIÂNIA 2011 SUMÁRIO 1. Introdução.... ............................................................................................. 1 2. Fundamentação Teórica............................................................................. 2 2.1- Aquisição x Aprendizagem.............................................................. 2 2.2- Fluência e proficiência..................................................................... 5 2.3- Consciência metalingüística............................................................. 8 3. Metodologia................................................................................................ 9 4. Estudos de caso........................................................................................... 10 5. Considerações finais................................................................................... 14 6. Referências bibliográficas.......................................................................... 14 UMA COMPARAÇÃO ENTRE AS MODALIDADES FORMAL E NATURAL NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA André Luís Domingos1 Resumo: Este estudo parte de uma série de reflexões a partir da experiência do autor de ensinar e aprender a língua inglesa e algumas leituras teóricas para propor algumas questões acerca da aprendizagem de uma língua estrangeira. As leituras oferecem um referencial teórico para a analise de dois casos de aprendizagem da língua inglesa com dados obtidos por meio de entrevistas em que os sujeitos aprendizes refletem sobre seu histórico de aprendizagem. Os resultados demonstraram que tanto a imersão em contextos de língua inglesa seguida do estudo formal quanto o estudo formal seguido da imersão podem ser caminhos eficazes na aprendizagem com ligeira vantagem para o segundo caso. Palavras-chave: aquisição, aprendizagem, fluência, prática. 1. INTRODUÇÃO Este estudo parte de uma série de reflexões a partir da experiência do autor de ensinar e aprender a língua inglesa e algumas leituras teóricas para propor algumas questões acerca da aprendizagem de uma língua estrangeira. Desse modo, foram consideradas as seguintes questões: Qual e o melhor caminho e a ordem para a aquisição de língua Inglesa (LI): a formal ou natural? Qual é o papel da gramática na aprendizagem de sujeitos que buscam adquirir fluência na língua? Como a exposição à língua inglesa pelo contato direto com falantes nativos é avaliada por aprendizes que tiveram pouco ou nenhum contato com o estudo formal da língua (gramática) antes de se mudarem para um país de língua inglesa? Essas questões serão analisadas pela discussão dos relatos de história de aprendizagem de dois falantes fluentes da LI que aprenderam a língua de maneiras diferentes: ambos alcançaram a tão buscada e preciosa fluência, mesmo que por 1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser como requisito para a conclusão do Curso de Letras na modalidade Licenciatura Português/Inglês sob orientação do Prof. Me. Newton Paulo Monteiro em 2011/1. 2 caminhos totalmente contrários, mas eles deixam claro que a persistência além do estudo é fator predominante. A partir dessa análise e da consulta a teóricos, estudiosos e linguistas além de observações dos fatos vividos, procura-se responder quais são os melhores caminhos para se aprender língua Inglesa através da comparação entre as modalidades de aquisição formal gramatical e informal natural dentro de uma divisão ordenada de sequenciais aplicadas a diferentes perfis de alunos. As respostas a essas questões permitirão que se alcancem os seguintes objetivos: 1. Comparar os diferentes caminhos para aquisição de língua Inglesa 2. Revelar particularidades das diferentes modalidades de aquisição de língua Inglesa formal Instrumental e pela exposição natural. Essa pesquisa se justifica em razão da necessidade de contribuir também como mais um documento de registros sobre as formas educacionais escolares e não escolares de aquisição do conhecimento, comparando e deduzindo os resultados extraídos de caminhos formais e naturais dentro de cada metodologia e sequência de aquisição. Saber mesclar as formas de aquisição organizacionalmente leva a uma aprendizagem mais completa e usual da língua Inglesa, chegando bem próximo ao verdadeiro sentido semântico nativo com uma usualidade natural das habilidades de cada aprendiz. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. AQUISIÇÃO X APRENDIZAGEM A língua existe como sistema de construção para enunciados possíveis, baseados em descrições obtidas em conjunto de enunciados reais. A comunicação é uma necessidade, a expressão de acontecimentos e imagens é um fato. Conseguir ser claro e expressivo na própria língua materna já é consequência de anos de pratica e estudo, numa 3 segunda língua caso o aprendiz não seja nativo, existem diferentes caminhos a serem trilhados. Esses caminhos podem seguir variados tipos de estradas, as quais dependendo as escolhas de acordo com cada tipo de aprendiz a satisfação da aquisição pode ser alcançada com mais ou com menos qualidade e levar determinado tempo. Uma comparação entre as modalidades de aprendizagem natural informal adquirida através do contato direto e exposto à vida real e a forma normativa gramatiqueira através das escolas, centros de línguas, livros didáticos e professores engessados das franquias de idiomas é o foco dessa pesquisa. De acordo com Freeman (1986), as características dos dois tipos de aprendizagem são: ESTUDO FORMAL ASSIMILAÇÃO NATURAL Teoria Prática Ditado de fora Construção interna (pelo aprendiz) Tradução mental metódica Tradução proficiente natural Repetição mecânica (behaviorista) Situações reais Professor Facilitador Ensino Aprendizado Aluno espectador Aprendiz protagonista Quadro com base em Freeman (1986). Quando o aprendiz de língua inglesa recebe primeiro um ensino teórico, formal ele adquire uma concepção mapeada da língua inglesa e se colocado na pratica usual ele se depara com um mundo onde ele não consegue perceber alguns verdadeiros sentidos semânticos práticos, expressões vivas, gírias recém criadas dificultam a imersão da oralidade do aprendiz quando é exposta a vida real após a gramaticagem. Já em mão contraria o aprendiz de língua inglesa que foi lançado primeiramente ao contato com a segunda língua tendo apenas os sinais e signos da língua materna, ele através de observações de situações reais adquire uma fluência com o uso semântico mais convicto do que no caminho contrario, porém em situações como a escrita ele deixa a desejar pela falta de meta lingüística adequada e formal levando o a necessidade de busca pela adequação quanto às regras e ordens da língua. 4 Os resultados preliminares da aquisição pelo estudo formal de língua inglesa em primeira mão são: gramática + vocabulário = fluência mínima e vocabulário limitado. Pela aquisição natural (exposição): vocabulário + fluência pregramatizada = melhor pronuncia e vocabulário usual, extenso e atualizado. A relação que acontece entre o sujeito que já tem sua língua materna e adquire a língua inglesa primeiramente nas ruas na convivência diária e depois vai a busca do ensino escolar formal da gramática, e entre o sujeito gramaticado formal2 que vai a busca da pratica e complementos da língua no ambiente social é muito ambíguo. Nesta busca pelo acúmulo de conhecimento e aquisição de língua inglesa o aprendiz usa de autonomia quando colocado no ambiente natural porque o sujeito é inserido em situações que exijam comunicação real e na formação escolar acontecem exercícios mecânicos com praticas gerenciadas com um professor. O processo de aquisição de língua inglesa é considerado um processo de aprendizado de vida, por isso para crianças é mais fácil. Na conclusão geral, a proficiência linguística depende mais da pratica do que da teoria, é a habilidade funcional assimilada à intuição e não só o conhecimento formal acumulado com reflexos condicionados. Todo ser humano nasce com habilidades de compreensão e produção de fonemas já inatamente predispostos, mas são crianças com hábitos ainda não enraizados que têm mais habilidades de expandir sua matriz fonológica e adquirir um sistema rico de fonemas das línguas estrangeiros que tiverem contato, sem desvios de pronuncias. Segundo Freeman (1986), há vários métodos de desenvolvimento eficazes mais seja qual for o método seguido pelo professor, o importante é estabelecer a harmonia na transmissão porque todos os métodos funcionam se usados em momentos adequados. A transferência é um processo de aproveitamento de habilidades linguísticas que 2 Usa-se a expressão sujeito gramaticado formal para se referir ao aprendiz que já passou pela experiência de aprendizagem formal da gramática da língua estrangeira. 5 acontecem durante a assimilação da língua inglesa. A interferência é a causadora de dificuldades e desvios na pronuncia e estruturação durante o aprendizado. A interlíngua é o sistema criado pelo aprendiz a fim de facilitar em sua mente o processo de assimilação da nova língua. A fossilização se refere a internalização de erros e desvios que ficaram durante o aprendizado primário da língua inglesa pela falta de contato com falantes nativos. Aprender inglês fora do convívio no ambiente nativo da língua é como aprender pilotar só no simulador, ou aprender dirigir em sala de aula. O aprendizado de língua inglesa é saber armazenar informações e conhecimentos a respeito desde a sua estrutura gramatical, vocabulário, frases, gírias e expressões idiomáticas. Não esquecendo que a língua é viva e está sempre se transformando. O indivíduo exposto ao contato com a língua na forma e uso natural tem percepção maior dos signos linguísticos e seus significados reais mais do que o indivíduo com simples estudantes de sala de aula. Na frase: ”the early bird catches the best worn” sem dúvida o falante de língua inglesa adquirida naturalmente terá uma noção muito mais rápida do que é lançado semanticamente ao entendimento. Outro exemplo de expressões idiomáticas ou provérbios que demonstram a vivacidade e flexibilidade da língua inglesa pode ser a frase: ”Another one bits the dust” que para o aprendiz condicionado não teria sentido algum, já para o aprendiz que passou pela aquisição natural fica bem claro que se refere à morte de alguém, bem relativo a “mais um amanhece de pé para o sereno” ou” foi dessa para melhor” em bom português proficientizado e informal. 2.2. FLUÊNCIA E PROFICIÊNCIA Para Freeman (1986), o aprendiz de língua bem sucedido é aquele que tem consciência de que as línguas são fenômenos orais, e não tem receio de cometer erros em busca de forma mais usuais esforçando-se na arte da imitação para alcançar uma pronuncia correta. A junção para aquisição dos sentidos é o resultado da busca do contexto semântico e não da tradução, a pratica protagonista do aprendiz, por livre iniciativa, junto com paciência 6 e perseverança somada com dedicação por parte do seu tempo livre para atividades suplementares é o caminho para adquirir a sonhada e tão buscada fluência é o objetivo maior na aquisição de língua inglesa. A junção do estudo formal gramatizado e da aquisição natural de língua inglesa junto com experiências de vida em português podem não corresponder às possibilidades de criação de signos da segunda língua. É comum ver o mundo se comunicando em língua inglesa, no mercado de trabalho, nas escolas e nas relações mundiais, principalmente no que se trata de tecnologia. Nestes casos alguns signos e sinais podem ser correspondentes já que menos de 4% da população tem fluência em inglês. A aquisição da fluência pode ser definida como profissionalmente fundamental e culturalmente legal no sentido de interessante. O aprendiz que só tem a formação escolar de língua inglesa é levado a um caminho de desenvolvimento da fluência muito mais árduo por ter sido engessado e moldado por palavras formais. Enquanto a necessidade básica é de adequações e combinações naturais que simplesmente saem da cabeça. A fluência é algo que se adquire se expondo à língua alvo o máximo possível. Ela simplesmente acontece sem ao menos esperarmos que aconteça (aprendizagem natural). Um exemplo disso é o caso do uso das collocations que têm a ver com o modo natural como as palavras são usadas umas com as outras. Ao aprender as colocações o estudante será capaz de expressar suas idéias do jeito certo, sem demoras. Segundo Denílson Lima (2010), para se alcançar a fluência é necessário ser proficiente sabendo mesclar os sentidos do que a mensagem tem que passar para o receptor. Como, por exemplo, dizer ”morde e assopra” em inglês? "É preciso levar em consideração que essa colocação é uma expressão popular, não é uma gíria e nem um provérbio, e o sentindo é algo como:" tratar alguém mal depois tratar bem”, degradar e “depois agradar” , criticar e depois acariciar, colocar alguém para baixo depois tentar levantar a estima desta pessoa. Em inglês fluente e proficiente de um falante natural ele provavelmente diria: ”criticize and praise”, ”critica e elogia” ou criticize then praise”. Encontrar algo em inglês que expresse a 7 mesma idéia não é tarefa das mais fáceis. Algumas expressões só fazem parte da sua cultura, do seu próprio jeito, o que pode fazer o estudante é ter contato íntimo com a língua e tentar buscar algo o mais próximo possível do sentido original. Por isso, o aprendiz de língua inglesa que tem primeiro o contato natural pode se desempenhar melhor coloquialmente, e alguns fatores influenciam nesta aquisição natural de língua inglesa. Segundo Schumann (1978), os dois fatores mais importantes são o social e o afetivo, sendo os resultados frutos da aculturação que os aprendizes se localizam em um contínuo de proximidade social e psicológico dos falantes da língua alvo, por que daí são geradas as situações ideais para aquisição tendo o grupo no qual está inserido como referencia consciente e inconsciente adotando naturalmente esses valores e estilos de vida. Este aprendiz, se exposto a esse tipo de aprendizado, terá um provável bom desenvolvimento se buscar o conhecimento formal em seguida, pois os signos gramaticais fazem sentidos e o arremetem a lembranças de fatos reais vividos por ele, mantendo assim sua proficiente fluência gramatizada, porém com alguns pequenos vícios de linguagem de rua que, se devidamente policiados, não afetam o desenvolvimento de uma fala clara e polida. A fluência e suas proficiências estão diretamente ligadas pela aculturação, pois a assimilação, preservação e adaptação são retidas em todos os contextos estabelecidos entre os dois grupos de línguas que se relacionam, no caso português/inglês. Um fator que beneficia tal aquisição é o compartilhamento de atividades sociais, igrejas, escolas, clubes, espaços recreativos, atividades artísticas, profissões e comércios. No desenvolvimento da fluência pelo aprendiz natural exposto a língua inglesa esbarra-se no choque linguístico que o aprendiz adulto tem de temer parecer ridículo ao não usar a palavra correta e adequada a tal situação, diferente do aprendiz criança que vê a comunicação como um divertimento. O aprendiz formal estruturado e moldado por uma escola de idiomas tem melhor noção contextual inicial diante dos assuntos, mas no desenvolver vai se perder pelo limite vocabular afetando sua fluência pela ausência de proficiência. 8 2.3. CONSCIÊNCIA METALINGUÍSTICA DO APRENDIZ DE LÍNGUA INGLESA A consciência metalinguística do aprendiz tem uma importância significativa por estar relacionada à noção do que é e o porquê dentro do aprendizado. Como entender as definições dos dicionários, as regras gramaticais e todo o discurso acerca de uma língua. Essa noção investigativa dos “porquês” cria uma relação entre os sistemas de praticas de comunicação interligando a oralidade e a escrita durante a alfabetização ou aprendizagem de uma segunda língua como no caso o inglês. No aprendizado de língua inglesa a consciência metalingüística exige um nível alto de abstração e elaboração cognitiva para o tratamento da linguagem escrita, visto que ela necessita uma reflexão consciente e atual. A competência lingüística naturalmente adquirida é substituída por parâmetros a serem seguidos durante o processo de socialização formal que é da mesma forma também aproveitado durante o aprendizado da língua inglesa. Segundo Barbeiro (1994), as habilidades de análises quanto à consciência metalinguística tende a desenvolver de forma mais natural no período pré-escolar por motivos de ordem, fono-articulatória. A consciência metalinguística é fator identificado como importante para sucesso na alfabetização. Dentre as habilidades metalinguísticas três são básicas no sucesso da aquisição da leitura e escrita: a consciência sintática, a fonológica e a morfológica. Mas para desenvolver-se na língua o aprendiz precisa também conseguir uma consciência comunicativa, ou seja, metalinguística referente à competência comunicativa (BortoniRicardo, 2004). Quanto à consciência sintática, ela leva o aprendiz da língua inglesa a ter capacidade de refletir sobre os aspectos sintáticos das sentenças, ou seja, da informação contextual que ajuda compreender e diferenciar o significado das palavras dentro das frases. O aprendiz de língua inglesa que adquiriu uma competência formal tem esta habilidade superior ao aprendiz natural por saber reconhecer tais características gramaticais e nomeclaturas de sua formação. O papel da palavra dentro do contexto frasal e textual pode ser peculiar ou não, dependendo da forma que aparece. Como por exemplo: a tip. Poderia ter significado de “dica, gorgeta” ou “ponta” só dependendo do contexto o qual apareça a palavra. A consciência fonológica se relaciona a capacidade de refletir e manipular os sons 9 que compõem as palavras, ajudando na alfabetização e aquisição de vocabulário correto de acordo com a codificação das correspondências letra/som. Esta consciência fonológica no aprendiz de LI tem papel facilitador na aprendizagem de leitura e da escrita principalmente nos estágios iniciais do processo de aquisição. Exemplo que demonstra tal diferença fonológica pode ser o som gerado pela junção das letras TH na língua inglesa, que tem som correspondente a F da língua portuguesa. Como por exemplo: To think. Assim criando um contraste fonológico com a língua materna do aprendiz de LI. A consciência morfológica se refere ao processo de formação das palavras refletindo e investigando tal origem. O processo morfológico e a alfabetização no inglês dizem respeito à natureza da ortografia inglesa, algumas palavras têm uma relação opaca e suas explicações são alcançadas e explicadas pela estrutura morfológica. Essa formação se refere à parte gramatical de sua composição como, por exemplo: homeless = substantivo home = casa + sufixo less, será = sem teto. Assim gerando uma palavra nova com outro significado. 3. METODOLOGIA Este trabalho se pauta em leituras de documentos e em pesquisas empíricas feitas através de entrevistas. Realizou-se o estudo de dois casos em que os aprendizes com situações de históricos de aprendizagem diversos falaram sobre suas experiências de aprendizagem de LI. Foi proposto aos entrevistados que falassem sobre suas experiências de vida relacionadas ao tempo em que estavam formando suas mentes para a aquisição da língua Inglesa e os caminhos que buscaram ou foram lançados de acordo com as oportunidades de contato que tiveram. As questões levantadas se inspiram adicionalmente das observações informais que este autor realizou em ambiente nativo da língua inglesa em período de residência no exterior. Foram essas observações que motivaram o presente estudo, o que resultou na elaboração dessas entrevistas. As respostas foram registradas em áudio/vídeo, no caso do aprendiz que ainda reside no exterior, e por meio de um questionário no caso do aprendiz que já retornou ao Brasil. Nota-se, pelas respostas, que ambos os aprendizes possuem certo grau de consciência metalingüística de seu processo de aprendizagem da segunda língua. Na seção seguinte, 10 passa-se à apresentação das respostas e à sua análise. 4. RESULTADOS DOS ESTUDOS DE CASO ● Aprendiz Informal / Formal Em uma pesquisa de campo algumas perguntas foram feitas a Fábio, aprendiz de língua Inglesa que foi aos 30 anos de idade diretamente inserido ao ambiente natural e informal da língua, neste meio nativo ele ficou por oito anos e adquiriu sua fluência e habilidades da língua Inglesa. Agora busca por escolas formais para também adquirir uma maturação e definição de alguns porquês da parte gramatical, tentando complementar algum ponto perdido pela falta desta forma de aquisição regular. Foram apresentadas ao entrevistado perguntas como: “Você acha que deveria primeiro ter frequentado escolas de Idiomas antes de ir para um País de língua Inglesa? A falta de noção gramatical lhe causou atraso no seu aprendizado e desenvolvimento dentro da comunicação social? Como você avalia seu Inglês no aspecto geral hoje? O que você aconselha a quem quer aprender Inglês? Você buscava tirar duvidas em livros durante seu convívio no País de língua Inglesa? Dentre outras”. Acerca dessas perguntas Fábio responde: Sim, hoje acho que deveria ter primeiro frequentado por uma escola de idiomas ou pelo menos ter buscado por um professor particular o qual me apresentasse as regras básicas gramaticais e algumas expressões para que não tivesse me sentido tão perdido no começo de minha interação social oral e também na parte escrita e de leitura quanto a estruturas como por exemplo, falso cognatos. A resposta de Fábio quanto a sua percepção da necessidade de ter tido aulas de LI antes de ir para o País de língua estrangeira evidencia a posição de Bortoni (2004), que avalia o desenvolvimento do aprendiz de acordo com sua escolaridade. A variação linguística a qual ele está inserido será proporcional ao uso e associação que ele usará em função do seu grau de escolaridade, tornando assim mais fácil ou mais difícil sua aquisição da nova língua e suas estruturas. Avalio meu Inglês hoje como muito bom na parte de fluência e oralidade más apesar de aplicar a gramática corretamente não consigo nomear o que é e nem porque com coerência. Acho que teria sido menos árduo o caminho da aquisição com estudos preliminares, mas agora que estou 11 buscando por isso também vejo que muita coisa não faria falta alguma dentro da necessidade de apenas me comunicar verbalmente. Meu conselho é de sim primeiro buscar pelo estudo formal ou por um facilitador, más não por muito tempo, pois o fator primordial de aquisição de língua Inglesa é estar inserido no ambiente social onde a comunicação oral-visual acontece em todos os parâmetros. Ainda sob o mesmo ponto de vista da aquisição, Fábio demonstra ter bastante intimidade com a língua funcional segundo minha percepção já que chegamos a conversar bastante em Inglês. Mas ele ainda insiste que a maior necessidade sob todos os aspectos é de se comunicar de forma a ser entendido com clareza já que sua busca é de viver no meio nativo e não de ser um estudioso ou professor da LI. Porém ele acha que deveria sim ter buscado por aulas preliminares do básico da LI antes de ter se mudado bruscamente achando que seria tão fácil esta aquisição. Visto que eu não usava livros didáticos para esclarecer duvidas e conhecer regras gramaticais, nem mesmo fazer exercícios com metodologias mecânicas e mesmo assim me comunicava com sucesso, percebo apenas que me faltava saber com certeza o que é o certo ou errado quanto à formalidade do vocabulário exigido para uso em cada ambiente e as diferenças no que diz respeito à parte escrita diferenciada da parte falada. Sabemos que a fala se diferencia muito da escrita sob vários aspectos, na fala a informalidade e as colocações são de uso intenso, diferentemente da escrita que deve ser formal e seguir todas as regras gramaticais. Percebi em Fábio através das respostas escritas da pesquisa feita que ele não se comunica (não se avalia) tão bem na escrita quanto oralmente, fazendo uso de palavras que só cabem em uma conversação informal, e também parece buscar sempre por atalhos para se expressar quando na escrita nem sempre podemos ser tão resumidos deixando de desenvolver o que realmente queremos expressar, assim correndo o risco de perder o verdadeiro sentido semântico dos fatos a serem colocados. ● Aprendiz Formal / Informal Dentro do estudo de caso e experiências de vida, também questionado o aprendiz Renato fez um caminho contrário ao de Fábio, ele por cinco anos freqüentou escolas de Idiomas e tinha na parede de seu quarto diplomas adquiridos em franquias variadas as quais tinha muito orgulho, quando aos 34 anos de idade foi para um País de língua Inglesa pela 12 primeira vez, e a trabalho. Foram apresentadas ao entrevistado perguntas como: “Você acha que a metodologia das escolas de idiomas, com exercícios de marcar X, A ou B, verdadeiro ou falso ajudaram no seu desenvolvimento da fala e fluência? O que você acha das metodologias das franquias de Idiomas no Brasil? O que você considera fator determinante na aprendizagem de língua Inglesa no seu caso? Qual é a rota para quem quer e precisa aprender inglês? Quando você começou a se sentir seguro para ouvir e falar com os nativos de língua Inglesa como língua materna? Quanto de seu vocabulário e expressões você acha que adquiriu em sala de aula? Você ainda busca após cinco anos por livros para sanar duvidas? Faca um breve histórico de sua experiência em aprender Inglês como segunda língua.” Acerca dessas perguntas Renato responde: Acho que foi fundamental o tempo em que frequentei escolas de Idiomas e que sim muita coisa foi aproveitada, pois todo e qualquer contato com a língua alvo é pertinente, mas que também muita coisa parecia mais ser somente para ocupar o tempo, certa enrolação por parte das escolas. Segundo as respostas de Renato, somos levados a concordar mais uma vez com a concepção teórica de Bortoni (2004), ao mencionar a consciência metalinguística do aprendiz e sua importância durante a aquisição na parte escrita e desenvolvimento da oralidade, fazendo associações, gerando uma relação através das praticas de desenvolvimento e usos. Ele deixa a perceber que apesar de todos os problemas com as metodologias de ensino de LI e escolas, todo e qualquer contato com a língua alvo é sim muito importante e pode ser de alguma forma aproveitado em percentual, e que a soma de todos esses contatos durante os vários caminhos de aquisição leva com tempo a uma competência comunicativa de melhor qualidade desde que aja uma reflexão atual por parte do aprendiz. Quanto às metodologias elas deveriam ser revistas dando foco na comunicação oral para a aquisição da fluência ser obtida antes de toda a tralha gramatical, a qual chamo carinhosamente de gramaticagem, que é inserida ao aluno de língua inglesa que quer mesmo é falar. Hoje tenho o Inglês que tenho mais por estar no ambiente natural do que por ter estudado tanto no Brasil, e que um mês de convívio informal equivale a um ano de escola de Idiomas, pelo menos no meu caso que sou muito aplicado e sempre foi um entusiasta da língua Inglesa, visto que sempre soube da necessidade de falar Inglês para um futuro que hoje já é o presente em um mundo sem dúvida totalmente globalizado. 13 Essa interação comunicativa interagindo diariamente, falando, ouvindo, vendo, lendo, fazendo associações visuais me levou há certo dia começar até mesmo a sonhar em Inglês com naturalidade e me vejo até muitas vezes pensando em Inglês já diretamente. Um fator predominante para uma boa aquisição sem duvida é o aprendiz ter uma certa aptidão e entusiasmo com a LI. Renato deixa claro que sempre foi um simpatizante e também sempre soube da atual e futura necessidade de se comunicar e ter conhecimento usual e formal da LI. Isso o levou a buscar por caminhos extra-escolares de aquisição fazendo estudos por ele mesmo. Para Freeman (1986), o bom aprendiz é aquele que busca por seus próprios caminhos e faz uma junção dos seus conhecimentos formais gramaticais e uma aprendizagem natural a qual busca imitar a pronúncia nativa. O depoimento de Renato reconhecendo seu sucesso na aquisição exemplifica a alegação de Schumann (1978), quanto ao fator social de interação e afetivo pela proximidade que são predominantes para o sucesso. O interessante é que minha maior dificuldade não foi na aprendizagem gramatical ou a aquisição por estar inserido captando tudo, e sim para romper a barreira da vergonha de usar tudo o que eu já sabia ou achava que sabia junto aos falantes de língua Inglesa como língua materna, o medo do ridículo “a vergonha” do possível erro na expressão ou sotaque diferente foi o mais difícil. Mas quando passei por isso me senti como uma “ folha na enxurrada” e que hoje sei mesclar o vocabulário adquirido nas ruas com a forma coloquial ordenada adquirida com leituras e exercícios gramaticais, sabendo onde usar expressões e colocações da moda, quando chamar um amigo de “hey dude” “E aí cara / E aí vei, e quando disser "how are you Sir" “Como vai, senhor”. Percebe-se com tais respostas que Renato não tem um vocabulário confuso quanto a parte de quem o analisa na forma de discurso. Ele diz que ainda mantém o habito de se informar em livros por ter adquirido o costume e aconselha a quem busca adquirir a língua inglesa a ter contato com tudo relacionado porque “é valido”, e que é a soma e acúmulo do conhecimento, a leitura, ver filmes, escrever, convivência, grupos de estudo que dará o resultado positivo final buscado. É também importante saber filtrar tudo, além de querer aprender de uma forma verdadeira de dentro para fora, não de fora para dentro, como aprender somente porque é obrigado ou precisa por algum motivo. 14 5. Considerações Finais Fica documentado através de teóricos variados e de pesquisas de campo que a aprendizagem de língua Inglesa tem uma complexidade real e profunda dentro de diferentes campos de estudos sendo sociais, psicológicos e instrumentais. Esta aquisição desde o básico até a fluência com proficiência é feita baseada em tal consciência linguística que leve a uma formação sóbria durante o desenvolvimento até os supostos processos finais da mesma, assim como pode ser percebido através também da pesquisa empírica realizada neste. Title: Comparing formal and informal English learning Abstract: Those under considerations are part of many thoughts from the author about teaching and learning English language and some readings concerning foreign language learning. This reading offers the theory that works out to analyze two different kinds of learning in such situation the information details comes from students. Some interviews were done to get the results about the different ways during the learning time. Those results prove to get skill and affective, taking just a little advantage when formal learning comes advanced. Keywords: acquisition, learning, fluency, practice. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALKMIM, T. M. Introdução à Linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. ALMEIDA FILHO, J.C.P. - Dimensões comunicativas no ensino de línguas, Campinas, SP: Pontes Editora, 1997. ARROJO, R. Oficina de tradução, (São Paulo): Ática, 1997. BORTONI, S. M. Educação em língua materna. Campinas, SP: Parábola, 2004. CHOMSKY, N. e Halle, M. The sound pattern of English. 3rd Edition. Massachusetts: MIT University Press, 1995. DIAMOND, P. Teacher education as transformation. Berdshine: Open University Press, 15 1991. FIORIN, J. L. Introdução à lingüística. (São Paulo): Contexto, 2004. FREEMAN, D. Strategies for language. N. York: Oxford University Press, 1986. GANDINI, L. Aprendizagem infantil. São Paulo, Editora Artmed, 2007. LIMA, D. Porque assim não assado. (Rio de janeiro): Campus, 2007. SCHUMANN, D. Modelo da aculturação. (Rio de janeiro), 1978. SITES E REVISTAS ACADÊMICAS CONSULTADOS Modelo da aculturação >Disponível em: www.veramenezes.com acesso em: 06/03/2011. Consciência metalinguística >Disponível em: www.scholar.google.com Acesso em : 03/04/2011. Aprendizagem de línguas >Disponível em: www.veramenezes.com acesso em: 30/outubro/2010. Desbloqueando o aprendizado de idiomas >Disponível em: www.scrib.com acesso em: 05/novembro/2010. Tradução como prática da alteridade >Disponível em: www.periodicas.ufsc.br acesso em: 06/novembro/2010. O processo de aprendizado de línguas >Disponível em: www.calem.ct.utfpr.edu.br acesso em: 07/novembro/2010. 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