Risco de Liquidez

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Universidade Nove de Julho - UNINOVE
Gestão DE RISCO E MERCADO DE
CAPITAIS
Material de Apoio
Nome:
Curso: Administração
Departamento: Gerenciais
RA:
Semestre/turma:
Prof. Jorge Luiz C.
Pereira/Sandro Pain
GESTÃO DE RISCO E MERCADO DE CAPITAIS
[2010]
Prof. Jorge Luiz Custódio Pereira
I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o conteúdo programático, os objetivos pedagógicos, a
bibliografia, sites de internet, materiais necessários, sistemática de avaliação a serem
observados durante o 1º semestre de 2008 na disciplina de Administração de Carteiras.
1.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Classificação dos tipos de risco: Risco Operacional, Legal, e de Liquidez, Risco
de Crédito; Risco-País; Agências de Rating, Risco de mercado – (absoluto e
relativo); (sistemático e não sistemático)..
2. Definição de Risco.
3. Risco de um ativo individual.
4. Mensuração de Risco.
5. Modelo de Markowitz.
6. Risco em contexto de carteira.
7. Covariância.
8. Coeficiente de correlação.
9. Carteira de variância mínima.
10. Modelo de formação de preços de ativos – CAPM.
11. Coeficiente Beta.
12. Índice de Sharpe.
13. Desenvolvimento do Mercado de Capitais no Brasil - Evolução e estrutura atual
do Sistema Financeiro no Brasil.
14. Mercado de Capitais - Principais características.
15. Mercado Primário e o estudo do processo de lançamento público de ações ou
operações de Underwrinting.
16. Mercado Secundário de Bolsa de Valores e o Mercado de Balcão.
17. Determinação da Renda ou Rentabilidade no mercado de ações.
18. Técnicas de Análise de ações - Modelos: Escola Fundamentalista e Escola
Grafista.
19. Governança Corporativa no Mercado de Capitais e o Novo Mercado.
1.3 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
Proporcionar ao aluno conhecimentos fundamentais à gestão eficaz de uma
carteira de ativos, bem como capacitá-lo à correta tomada de decisão sob a ótica dos
investimentos.
1.4 BIBLIOGRAFIA
. GITMAN, Laurence - Princípios de Administração Financeira. Mc Books, São Paulo, 1997.
. NETO, Alexandre Assaf - Mercado Financeiro 6º edição. Atlas, São Paulo, 2005.
. PINHEIRO, Carlos Alberto Orge - Como Investir em Ações - Aprenda a Otimizar sua Carteira de
Ações com Estratégias, Usando o MS EXCEL – 1° edição. LCM editora, São Paulo, 2007.
. CAVALCANTE FILHO, Francisco da Silva; MISUMI, Jorge Yoshi. Mercado de Capitais. Rio de
Janeiro: Editora Campus, 2002.
. PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. 5. Ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. São Paulo: Editora Atlas, 1999.
A TOMADA DE DECISÃO
Em nosso dia-a-dia somos obrigados a tomar decisões praticamente em todos os instantes,
quaisquer que sejam. Entretanto as pessoas que tomam as decisões possuem diferentes níveis
de responsabilidade. Nas áreas administrativas e financeiras, as tomadas de decisão podem
representar o sucesso ou fracasso de um determinado projeto, ou até mesmo da empresa,
qualquer que seja seu negócio.
Do ponto de vista de um administrador, uma das suas funções mais importantes é exatamente
a de decidir.
Elementos que antecedem a tomada de decisão
Alguns elementos podem influenciar o processo decisório:
- experiência: provém de um conjunto de situações vividas por uma pessoa e será cada vez
maior quanto maior for o número de exposições ao processo decisório em circunstâncias
diferentes.
- julgamento: em muitos casos o administrador precisa assumir uma postura objetiva e
necessita tomar uma decisão boa em vez de procurar uma ótima ou até mesmo contrariar sua
experiência dada alguma situação.
- ambiente: o administrador deve levar em conta como as decisões poderão afetar as pessoas
e o fluxo de informações. Deve ser analisado antes e depois da decisão.
Etapas do processo decisório
- definição do objetivo: deve estar claramente definido o objetivo da decisão a ser tomada. Na
empresas em geral, são: a maximização dos lucros e minimização dos custos.
- variável objeto: deve-se corresponder ao objetivo uma variável quantitativa que assuma
valores conforme o evento avaliado, com o intuito de poder fazer comparações e dar
tratamento estatístico. Ex: em uma avaliação financeira, pode-se assumir como variável objeto
o rendimento dos últimos meses.
- avaliar as alternativas: em condições de risco e incerteza, o ato de decidir basicamente,
consiste na seleção e avaliação das alternativas disponíveis.
- cenários: é importante no processo decisório a construção de cenários futuros seguindo
algumas etapas: fixar o horizonte de tempo da variável objetivo; definir as variáveis que
influenciarão os valores da variável objetivo; elaborar os cenários com a fixação de parâmetros
qualitativos e quantitativos.
- construir uma matriz de decisão: é a forma final de apresentar os elementos que fazem parte
do processo de avaliação do risco e do processo decisório.
DESCRIÇÃO DO CENÁRIO
PROBABILIDADE DE CADA
CENÁRIO
ALTERNATIVAS
A1
A2
A3
Cenário 1
Crescimento
20%
X1
X2
X3
Cenário 2
Aumento de taxa de juros
50%
X4
X5
X6
Cenário 3
Recessão
30%
X7
X8
X9
RISCO, INCERTEZA E PROBABILIDADES
Como já visto, a incerteza está presente em um grande número de decisões do administrador.
Na prática, as decisões financeiras são fundamentalmente voltadas para o futuro. Sendo assim
é imprescindível que se introduza a variável incerteza como um dos mais significativos
aspectos dos estudos das operações da empresa.
Toda vez que a incerteza associada à verificação de determinado evento possa ser
quantificada, por meio de uma distribuição de probabilidades dos diversos resultados
previstos, podemos dizer que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco.
Desta maneira, o risco pode ser entendido pela capacidade de se mensurar o estado de
incerteza de uma decisão, mediante o conhecimento das probabilidades associadas à
ocorrência de determinados resultados ou valores. É um conceito voltado para o futuro,
revelando uma possibilidade de perda.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GESTÃO DE RISCO
Podemos definir risco como sendo a incerteza quanto ao resultado futuro de um investimento
que pode ser medido matematicamente.
Numa definição mais simples, pode-se dizer que risco é a probabilidade de que ocorra algo não
esperado quanto ao retorno do investimento, ou a probabilidade de ocorrer algo diferente do
esperado.
Podemos definir gestão de riscos como a capacidade de tomar providências hoje para garantir
a sobrevivência do empreendimento no futuro, caso ocorra um cenário improvável porém
possível. Surge como resposta às volatilidades das taxas de câmbio, juros, preço das
commodities, etc. Para saber qual providência deve ser tomada, torna-se necessário mensurar
o risco, transformar a incerteza em números.
Toda e qualquer tomada de decisão de investimento no mercado financeiro pode e deve ser
analisada sob três aspectos fundamentais:
- Rentabilidade
- Liquidez
- Segurança
Rentabilidade ou retorno esperado: é aquilo que se cobra pelo adiamento da decisão de
consumo.
Liquidez: é a capacidade de converter, o mais rápido possível, o investimento em dinheiro.
Segurança: é a certeza de que ao deixar de consumir no presente, o consumo futuro será
possível com base no montante de capital esperado.
Obs: É impossível, de forma simultânea, garantir 100% de confiança a maximização dos três
componentes. É o chamado “cobertor curto” da decisão de investimento.
Pode-se dizer que o conceito de risco foi estabelecido por Harry Markowitz (autor do livro
Portifolio selection) e este embasamento teórico passou a ser utilizado por todo o mercado
para apurar a relação risco/retorno a fim de decidir qual investimento escolher e o momento
certo de investir ou sair de um investimento.
Devido ao avanço do processo de globalização da economia com aceleração da mobilidade de
capitais entre os diversos países e ampliação do mercado de derivativos para fins de
alavancagem financeira, surgiram sucessivas crises mundiais principalmente em países
emergentes e estas crises evidenciaram que era necessário um controle mais rigoroso do risco
que as instituições financeiras estavam correndo com seus investimentos espalhados pelo
mundo.
Crises Mundiais: México (1994-95), países asiáticos (1977), Rússia (1998), Brasil (1999) e
Argentina (2000-01).
Em 24.09.1998, resolução 2.554 o CMN determinou que as instituições financeiras autorizadas
a funcionar pelo Banco Central do Brasil deveriam implementar controles internos voltados
para suas atividades.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RISCO
Segundo a literatura financeira, o Risco Financeiro (que é ligado às perdas financeiras) é
classificado em:
- Risco de Mercado
- Risco Operacional
- Risco de Crédito
- Risco Legal
- Risco de Liquidez
DETALHAMENTO DOS RISCOS
Risco de Mercado
O risco de mercado representa a incerteza em relação ao comportamento dos preços dos
ativos em função de mudanças nos cenários econômicos que influenciam todas as instituições.
São riscos Macroeconômicos, ou seja, oscilam de acordo com mudanças nas variáveis como:
taxas de juros, câmbio, etc.
Em resumo, podemos afirmar que o risco de mercado é o risco de oscilações de preços dos
ativos causados por oscilações dos mercados.
Por exemplo, suponha que o investidor adquiriu 1.000 ações da Petrobras ao preço unitário de
R$ 53,00 desembolsando, portanto, R$ 53.000,00. Quanto valerá essa carteira amanhã? E
daqui a um mês? R$ 50.000,00? R$ 60.000,00? Essa incerteza em relação ao valor futuro de
um ativo ou carteira é o que caracteriza o risco de mercado.
O risco de mercado total pode ser subdividido em duas categorias: risco sistêmico ou
sistemático, e risco não sistêmico ou não sistemático. Vejamos:
Risco sistemático: Consiste no risco que os sistemas econômicos, político e social, vistos de
forma ampla, impõe ao ativo. É o Risco relacionado às questões macroeconômicas de um país
(crises, moratórias, etc.), ou dificuldades financeiras de alguma instituição (Bancos
Particulares) que provoquem danos substanciais a outros, ou uma ruptura na condução
operacional de normalidade do Sistema Financeiro em geral. Este tipo de risco, não pode ser
eliminado pela diversificação na carteira, mas é fundamental que se escolham ativos conforme
a perspectiva de conjuntura mais provável.
Abaixo, uma breve história das crises financeiras da década de 90 que impactaram bastante o
Brasil ao ponto da desvalorização de 99 e que muitos dos risk managers ( gestores de risco )
viveram no início da gestão de risco de mercado no Brasil por volta de 97/98:
MÉXICO – DEZEMBRO/ 1994
Uma tumultuada campanha eleitoral, marcada pelo assassinato de um dos candidatos, Luis
Donaldo Colosio (PRI), e por revoltas de camponeses de Chiapas, foi o estopim da crise. O peso,
a moeda mexicana, era mantido num valor fixo que oscilava pouco com relação ao dólar, num
limite chamado "banda". A moeda forte favorecia as importações e encarecia as exportações.
O déficit nas contas externas era compensado com investimentos estrangeiros, que sumiram
ao primeiro sinal de crise. Assustado com a crise no México, o capital especulativo fugiu de
todos os países emergentes, iniciando a primeira crise da economia globalizada
TAILÂNDIA – JULHO/ 1997
Parte do grupo conhecido por "tigres asiáticos", a Tailândia tinha elevados índices de
exportação. Cresceu 8% ao ano por uma década. Tinha uma dívida externa de US$ 90 bilhões.
Depois de enfrentar desaceleração das exportações sem adotar medidas de maior rigor fiscal,
sua dívida cresceu. O país gastou suas reservas para manter a moeda fixa e não suportou a
pressão do mercado. Em julho de 1997, teve de deixar sua moeda, o baht, flutuar. Ela
desvalorizou 20% num único dia. Em seguida, a crise atingiu a Bolsa de Hong Kong, espalhou-se
pela Ásia e pelo resto do mundo
RÚSSIA – AGOSTO/ 1998
A economia russa entrou em colapso depois da crise asiática. O capital especulativo
abandonou os mercados emergentes, o preço do petróleo caiu e derrubou o rublo, a moeda
russa. As reservas do governo caíram. Com os encargos sociais e gastos militares herdados do
regime socialista, faltou dinheiro para pagar salários de funcionários públicos e manter
serviços básicos. Sem recursos, a Rússia desvalorizou a moeda e decretou moratória da dívida
externa. Desmoralizado, o presidente Boris Ieltsin perdeu eleições parlamentares. A
instabilidade se alastrou para as bolsas internacionais
Risco não sistemático: É o Risco relacionado ao próprio desempenho do investimento (Sua
carteira de investimentos). É gerado pelos fatos que atingem diretamente o ativo em estudo
ou o subsistema que está ligado.
Ex: - Uma crise no setor aéreo, faz com que haja uma desvalorização dos papéis das
companhias do setor.
- A descoberta de uma mina de ouro, faz com que aumente a oferta de ouro no mercado,
fazendo com que os preços caiam.
Este tipo de Risco pode ser eliminado pela diversificação dos ativos que compõem a carteira de
investimentos.
Uma carteira, com dois ou mais ativos, diferentes combinados, sempre será menos arriscada
do que uma carteira com apenas um ativo.
Podemos ainda avaliar o risco de forma absoluta ou relativa conforme definições a seguir:
Risco absoluto: É o Risco Real (perda) do valor do ativo. (representa a perda em dinheiro)
Ex. Um ativo adquirido pelo valor de R$ 200,00, e que um ano depois ao vendê-lo valia apenas
R$ 100,00 levando-o a uma perda de 50% do valor
investido.
Risco relativo: Leva-se em consideração parâmetros de comparação para a rentabilidade de
um ativo. Relaciona-se a perda um índice de referência. Pode ser: taxa de juros, índice da
caderneta de poupança, índices de inflação, índice Bovespa entre outros.
Ex. Suponhamos um administrador de um fundo de investimentos que tenha por base ou
referência o desempenho do índice Ibovespa (que é calculado a partir da média ponderada
de um conjunto de ações negociadas na Bovespa):
- O objetivo do investidor é seguir a Variação do Índice e conseqüentemente o seu Risco.
Neste caso, o Risco Relativo, é o descasamento, ou seja, não conseguir que
o
seu
investimento, apresente variações ou desempenhos semelhantes ao índice de referência,
neste caso o Ibovespa, não importando se o valor da cota do fundo subiu o caiu. Identifica-se
como risco, uma perda maior do que o índice.
Muito se discute sobre como deve se medir o risco de mercado e a alternativa que vem se
formando é a medição por meio da volatilidade dos ativos.
Etapas necessárias para viabilizar a boa gestão do risco:
- Apurar o risco de cada investimento;
- confrontar com o desejo de cada investidor quanto ao risco que está disposto
enfrentar;
a
- e com isso, identificar o perfil do investidor:
Perfil conservador: indica-se fundos de renda fixa atrelados ao (CDI – Certificado de depósito
interbancário) ou mesmo aplicações direcionadas a caderneta de poupança.
Perfil mais agressivo : indica-se fundos de renda variável, cambial e de renda fixa que utilizem
derivativos por exemplo.
OBS. Não se esqueçam que o risco de mercado de um ativo é conseqüência da variação diária
de seu preço, ou seja, de sua volatilidade. Quanto mais volátil ele for, maior será o risco.
Risco Operacional
O risco operacional pode ser classificado como um risco de organização ou organizacional.
Está associado aos erros que podem ocorrer no funcionamento interno da instituição. Em tese,
é qualquer tipo de risco que a empresa pode ou poderia ter controle.
Classificamos este tipo de risco sob 3 aspectos:
Risco Organizacional – relaciona os riscos nos processos adotados na condução e controle da
Organização.
Ex: estratégias inadequadas, reestruturações equivocadas, obstáculos no
informações, cálculos e estimativas erradas, operações inadequadas, etc.
fluxo
de
Risco Tecnológico – Diz respeito a infra-estrutura de tecnologia utilizada. Hardware, Software,
ausência de bakcup´s, telefonia e telecomunicações, sistemas, etc.
Ex: Problemas com falhas nos equipamentos e ou sistemas, além de softwares inadequados,
erros de programação.
Esse risco é relevante principalmente para empresas que atuam no mercado financeiro, pois
utilizam sistemas on-line entre outros de informações, gráficos, cotações e contatos
telefônicos com operadores
(agentes econômicos) de todo o mundo.
Risco Humano – Risco incorrido pela má qualidade de Capital Humano empregada na
empresa.
Ex. Ausência de alçadas de decisão, falta de treinamento específico para a função exercida,
falta de motivação por problemas pessoais ou por condições inadequadas de trabalho, falta de
valores morais (desvio de verbas, roubos, etc.), fraudes, lavagem de dinheiro, excesso de
gastos por funcionários.
Como minimizar este tipo de risco?
Pode-se minimizar este tipo de risco, com formas de controle, por exemplo, auditorias internas
e externas de forma periódica com o objetivo de avaliar os processos e indentificar possíveis
áreas de desvios.
Auto-avaliação podem-se elaborar programas internos de avaliação de processos e
identificação de riscos potenciais, assim como suas freqüências esperadas e seus custos. A
partir daí constroem-se relatórios formais quantificando e analisando os riscos de cada
departamento, criando indicadores de risco, com objetivo de gerenciá-los.
Risco Legal
O risco legal pode ser entendido como a possibilidade de perda, devido à impossibilidade de se
executar os termos de um contrato - incluindo os riscos provenientes de documentação
insuficiente, falta de capacidade ou autoridade de uma contraparte, incerteza legal - e à
incapacidade de se implementar uma cobrança por quebra ou insolvência da contraparte.
Como exemplo de manifestação do risco legal, temos o pagamento de indenizações devido ao
não-cumprimento da legislação.
Resumidamente, é o risco que se incorre pelo não cumprimento das obrigações legais. Pode
ser através de:
- Contratos mal formulados
- Documentações inadequadas
- Descumprimento da legislação vigente
- Falta de conhecimento da legislação internacional
- Sonegação Fiscal
Quando trata-se de títulos, fundos bancários e mercado de ações, cabe às autoridades de
fiscalização (Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários) acompanhar e verificar
se os agentes financeiros estão cumprindo as regras determinadas em lei, normas ou
procedimentos operacionais.
Risco de Liquidez
Liquidez, pode ser entendida como a capacidade e a velocidade de se transformar um
investimento em dinheiro. Quanto mais rápido este investimento se converter e dinheiro,
dizemos que possui alta liquidez
O risco de liquidez pode ser separado em dois tipos: o risco de liquidez de financiamento, que
se refere à habilidade de equacionar desequilíbrios no fluxo de caixa através de novas
captações de recursos. Dada esta falta de caixa, a empresa pode sofrer perdas reais, pois para
captar estes recursos, precisam recorrer à empréstimos, venda de títulos no mercado. Um
bom planejamento de fluxo de caixa e estratégias prontas para o levantamento rápido de
recursos, contribuem para minimizar este tipo de risco;
e o risco de liquidez de mercado, que se refere ao risco de não se conseguir fechar posições
abertas em tempo hábil, na quantidade suficiente e a um preço justo e está relacionado à
dificuldade de comprar ou vender um ativo (real ou financeiro) em função da pequena
quantidade de negócios realizados com ele.
Como exemplo, ações de baixa liquidez no mercado, que dado baixo volume de negócios, para
vender rapidamente, tem que se abaixar muito o preço.
A própria instituição financeira pode correr risco de liquidez, ficando sem recursos para honrar
seus compromissos.
Um exemplo clássico de risco de liquidez consiste na quebra de uma instituição financeira
devido a um movimento de corrida bancária.
OBS: - É possível ocorrer uma oscilação mais significativa do preço quando são verificados
poucos negócios.
Risco de Crédito
O risco de crédito pode ser definido como a probabilidade de os títulos adquiridos pelo
investidor não serem honrados na data de seu vencimento ou nas condições contratadas, ou
seja, as contra-partes não são capazes de cumprir suas obrigações. Este evento recebe o nome
de “default”.
Por exemplo, uma financeira ao emprestar dinheiro a um cliente, incorre no risco de não
receber o valor nominal emprestado ou os juros devido à insolvência do cliente
No mercado financeiro os gestores de risco, assim como os investidores estão preocupados em
avaliar a capacidade de pagamento das empresas privadas ou públicas quando da emissão dos
seus títulos na economia.
Quando a emissão é de responsabilidade de um governo federal, ele recebe o nome de ‘título
soberano do país’ e seu risco de crédito é mensurado por empresas especializadas na análise
da capacidade de pagamento de dívidas.
Essas empresas especializadas são conhecidas pelo nome de Agências de Rating.
EMPRESAS (AGÊNCIAS) DE RATING
São empresas especializadas em mensurar risco. Surgiram da necessidade de um maior
controle de concessão de crédito, dada a maior volatilidade da economia.
São de sua responsabilidade:
- avaliar a situação econômica e financeira do emissor de um título,
- avaliar o risco das emissões de títulos de renda fixa.
Após a avaliação é concedida uma nota ou rating para a emissão e para o emissor e com base
nesta nota que reflete o risco do titulo, o investidor define a remuneração que ele aceita para
correr esse risco.
Todos os agentes econômicos que operam no mercado financeiro prestam muita atenção na
classificação de rating.
Principais empresas que atuam nesta área:
Fitch, Standard & Poor´s e Moody´s
As Principais informações econômicas que são consideradas quanto a capacidade do país em
honrar seus compromissos internos e externos são:
- Relação divida/PIB
- Relação saldo exportado/divida externa
RISCO PAÍS
A expressão "risco país" entrou para a linguagem cotidiana do noticiário econômico,
principalmente em países que vivem em clima de instabilidade, como o Brasil e a Argentina.
O "risco país" é um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade econômica de cada
país. Desta forma, se tornou decisivo para o futuro imediato dos países emergentes. A seguir,
estão enumerados alguns pontos básicos que facilitam o entendimento desse conceito, que
vem tendo cada vez mais destaque. O risco país é um índice denominado Emerging Markets
Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor
estrangeiro.
Este indicador se concentra nos países emergentes, na América Latina, os índices mais
estudados ou avaliados, são das 3 principais economias, Brasil, México e Argentina.
Dados comparativos de outros países - como Rússia, Bulgária, Marrocos, Nigéria, Filipinas,
Polônia, África do Sul, Malásia e outros - também são considerados nos cálculos dos índices. O
risco país é calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos.
O banco de investimentos americano J. P. Morgan, que possui filiais em diversos países latinoamericanos,
foi
o
primeiro
a
fazer
essa
classificação.
Que variáveis econômicas e financeiras são consideradas no cálculo do índice?
O J. P. Morgan analisa o rendimento dos instrumentos da dívida de um determinado país,
principalmente o valor (taxa de juros) com o qual o país pretende remunerar os aplicadores
em bônus, representativos da dívida pública.
Tecnicamente falando, o risco país é a sobretaxa de se paga em relação à rentabilidade
garantida pelos bônus do Tesouro dos Estados Unidos, país considerado o mais solvente do
mundo, ou seja, o de menor risco para um aplicador não receber o dinheiro investido
acrescido
dos
juros
prometidos.
Como se determina esta sobretaxa?
Entre outros, são avaliados, principalmente, aspectos como o nível do déficit fiscal, as
turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre a arrecadação e a dívida
de
um
país.
Como se expressa o risco país?
Em pontos básicos. Sua conversão é simples: 100 unidades equivalem a uma sobretaxa_de1%.
No Brasil, em 27.09.02 o índice chegou a 2.436 pontos, e significa dizer que um título brasileiro
estava pagando no mercado secundário, em média 24,36% a.a. de juros acima do título
soberano emitido pelo governo americano no mesmo prazo.
Atualmente estamos pagando algo em torno de 2% acima da taxa de um título do governo
americano, ou seja, o risco Brasil está em torno de 200 pontos.
Concretamente,
o
que
significa
este
índice
para
os
investidores?
É um orientador. O risco país indica ao investidor que o preço de se arriscar a fazer negócios
em um determinado país é mais ou menos elevado.
Quanto maior for o risco, menor será a capacidade do país de atrair investimentos
estrangeiros. Para tornar o investimento atraente, o país tem que elevar as taxas de juros que
remuneram
os
títulos
representativos
da
dívida.
E quais os efeitos para a economia ter o país classificado como "risco perigoso"
As principais conseqüências são: uma retração do fluxo de investimentos estrangeiros e um
menor crescimento econômico, o que acaba acarretando um aumento do desemprego e
salários menores para a população.
Ex. Rating soberanos de diversos países em 06.11.03
Clas.
Agência Fitch
Clas. Agência Standand & Poor´s
Clas. Agência Moody´s
AAA
Áustria
AAA
França
Aaa
França
AA+
Canadá
AA+
Bélgica
Aa1
Bélgica
AA
Bélgica
A+
Hong Kong
Aa2
Itália
A
China
A
Chile
Aa3
Ilhas Cayman
BBB+
Polônia
BBB
China
A3
China
BBB
México
BBB-
México
Baa1
Chile
BBB-
Brasil
BB+
Brasil
Baa3
Brasil
DDD
Argentina
SD
Argentina
-
Países com classificação de risco acima de BB+ são considerados de Baixo Risco de crédito ou
“investment grades” e representa a garantia de realizar captações de recursos financeiros via
emissão de títulos no mercado internacional, pagando uma taxa de juros menor.
Etapas do Gerenciamento do Risco Financeiro:
RISCO DE MERCADO
RISCO DE CRÉDITO
RISCO OPERACIONAL
ETAPAS
Definir categorias de risco
-Taxa de Juros
-Inadimplência
-Ações
-Rebaixamento
da -Controles operacionais
classificação de crédito
-Sistemas
-Moedas
-Commodities
Medir fatores de risco
-Volatilidades
-Correlações
Medir a exposição
-Duration
-Controle de transações
-Falha Humana
Distribuição
de Freqüência de perdas
inadimplência
e
recuperação de crédito
Exposição
potencial
corrente
e Distribuição de perdas
-Delta
- Beta
- Mapeamento
Calcular o risco
VaR de Mercado
Var de Crédito
VaR operacional
Perda esperada
Controle do Risco
-
Redução de perdas (ou reduzir a severidade das mesmas)
Prevenção (ou redução na freqüência)
Eliminação da Exposição
O RISCO FINANCEIRO
Embora o termo risco na linguagem moderna signifique “perigo de perda”, a teoria das
finanças define como a incerteza em relação aos resultados e de uma forma mais técnica como
a “dispersão de resultados inesperados, devido a oscilações nas variáveis financeiras”, que
podem ser atribuídas a taxas de juros, valor de ações e de commodities, além da taxa de
câmbio.
Na prática, para mensuração formal do risco, deve-se primeiramente definir a variável de
interesse, que pode ser o valor de uma carteira de ativos, os ganhos, as perdas, o capital ou
determinado fluxo de caixa.
O risco é mensurado por meio do desvio-padrão dos resultados, também chamado de
volatilidade, e é indicado pela letra grega sigma – σ.
CONCEITO DE VOLATILIDADE
A volatilidade é uma das mais importantes ferramentas para quem atua no mercado de renda
variável, como no caso das ações, pois neste mercado estamos interessados na direção do
mesmo e também na velocidade que ele vai se movimentar. Em certo sentido é uma medida
da velocidade do mercado, mercados que se movem lentamente são mercados de baixa
volatilidade e os que se movem rapidamente são mercados de alta volatilidade.
Teoricamente, o número "volatilidade" associado ao preço de uma mercadoria é a variação de
preço referente a um desvio padrão, expresso em porcentagem, ao fim de um período de
tempo. O que queremos dizer com isto é que se uma ação tem um preço hoje de R$ 50,00 com
volatilidade de 20% ao ano, esperamos que esta ação daqui a um ano, em média, esteja
situada entre R$ 40 e R$ 60,00
PREFERÊNCIAS EM RELAÇÃO A RISCO
As atitudes em relação a risco diferem entre os administradores (e as empresas). Por isso, é
importante delimitar um nível geralmente aceitável de risco. Os três comportamentos básicos
em relação a risco - aversão, indiferença e propensão - aparecem representados graficamente
na próxima figura.
- Para o administrador indiferente a risco, o retorno exigido não varia quando o nível de risco
vai de X1 para X2. Essencialmente, não haveria nenhuma variação de retorno exigida em razão
do aumento de risco. É claro que essa atitude não faz sentido em quase nenhuma situação
empresarial. Assim, O risco aumenta, porém o retorno permanece constante e os
administradores não exigem nenhuma elevação da taxa de retorno em compensação a
elevação do risco associado ao investimento.
- Para o administrador avesso a risco, o retorno exigido aumenta quando o risco se eleva.
Como esse administrador tem medo de risco, exige um retorno esperado mais alto para
compensar o risco mais elevado.
- Para o administrador propenso a risco, o retorno exigido cai se o risco aumenta.
Teoricamente, como gosta de correr riscos, esse tipo de administrador está disposto a abrir
mão de algum retorno para assumir maiores riscos. Entretanto, esse comportamento não
tenderia a beneficiar a empresa.
Em sua maioria, os administradores são avessos a risco. Para certo aumento de risco, exigem
aumento de retorno. Geralmente, tendem a serem conservadores, e não agressivos, ao
assumir riscos em nome de suas empresas.
Fonte: Gitman pág. 188 (Princípios de Adm. Financ. 10º ed.)
Risco de um Ativo Individual
A origem da palavra risco deriva do latim resecare (cortar separando). Vem da noção de perigo
que os navegantes tinham ao passar por rochas perigosas e pontiagudas.
Existe diferenciação entre risco e incerteza. Quando se pode mensurar um evento através da
probabilidade de acontecer, tem-se o risco. Quando a probabilidade não pode ser mensurada,
tem-se a incerteza.
Risco é a possibilidade de prejuízo financeiro ou, mais formalmente, a variabilidade de
retornos associada a um determinado ativo. Quanto mais certo for o retorno do ativo, menor
será o risco.
O conceito de risco pode ser desenvolvido considerando-se apenas o investimento e um único
ativo.
Avaliação de Risco: A análise de sensibilidade e as distribuições de probabilidade podem ser
usadas para avaliar o nível geral de risco associado a um ativo.
Retorno
Capital
Títulos do
Governo
Títulos
de renda
fixa
Bens
Imóveis
Ações
Ações
De
Interna-
Nacio-
Risco
cionais
nais
Risco
Definição de retorno
Retorno é o ganho ou perda total que se obtém em um investimento. A maneira em geral
usada para calcular o retorno é:
Onde:
Kt = taxa observada, exigida ou esperada de retorno no período t.
Pa = preço atual do Ativo.
Pc = preço do Ativo na Compra.
Ct = qualquer fluxo de caixa produzido pelo investimento (Dividendo).
Por exemplo, se você compra no dia 11/02/2008 e vende no dia 11/03/2008, 1.000
ações de Petrobras PN e nesse período a empresa distribuiu como dividendo, R$ 1,00, então o
retorno desse investimento é:
Cotação de Petrobras PN no dia 11/02/2008: R$ 36,19.
Cotação de Petrobras PN no dia 11/03/2008: R$ 42,92.
Infelizmente, existem incertezas associadas ao retorno que efetivamente será obtido ao final
do período de investimento. Qualquer medida numérica desta incerteza é chamada de risco.
Exercícios:
1) A JLC ASSET, um fundo de investimento, deseja determinar a taxa de retorno de duas
ações. A ação A foi comprada há um ano por R$20,00 e tem atualmente valor de mercado
de R$21,50; durante o ano, gerou um dividendo de R$8,00. A ação foi adquirida também
um ano atrás e seu valor, no ano que acaba de terminar, caiu de $12,00 para $11,80; mas
gerou um dividendo de R$17,00. Usando esses dados, calcule a taxa de retorno anual (Kt),
para cada uma das ações.
2) João Gabriel, um analista financeiro da Orange Indústrias, deseja estimar a taxa de retorno
de dois investimentos com riscos semelhantes, X e Y. A pesquisa de João indica que os
retornos passados mais recentes representam estimativas razoáveis dos retornos futuros.
Um ano atrás, o valor de mercado do ativo X era de $20.000,00 e o ativo Y, de $55.000,00.
Durante o ano, o ativo X gerou fluxos de caixa de $1.500,00 e os do ativo Y foram de
$6.800,00. Os valores correntes de mercado dos ativos X e Y são de $21.000,00 e
$55.000,00, respectivamente.
a) Calcule a taxa esperada de retorno dos ativos X e Y usando os dados do ano mais
recente.
b) Supondo que os dois ativos tenham o mesmo risco, qual deveria ser recomendado por
João? Por quê?
3) Um investimento em ações apresentou uma taxa de retorno após um ano de 34,5%. Essa
ação foi adquirida por $12,50 e pagou um dividendo nesse exercício no valor de $1,30,
sendo assim, determine o valor de mercado dessa ação.
4) O administrador de carteira do banco Bom Investimento adquiriu um determinado ativo
por $23,90; após um ano seu valor de mercado correspondia à $45,67 e tinha apresentado
uma taxa de retorno de 8,5%. Para sua informação ele necessitava obter o valor do
dividendo pago nesse ano, sendo assim, determine esse valor através da fórmula do
retorno.
5) Determine o preço pago por uma ação, que têm valor de mercado de $34,00; pagou u
dividendo de 1,25 por ação e apresentou uma taxa de retorno de 15% ao ano.
Análise de sensibilidade
A análise de sensibilidade recorre a diversas estimativas dos retornos possíveis para oferecer
uma noção da variabilidade dos resultados. Um método comum consiste em fazer uma
estimativa pessimista (pior), mais provável (esperada) e otimista (melhor) dos retornos
associados a um ativo. Nesse caso, o risco do ativo pode ser medido pela amplitude dos
retornos. A amplitude é encontrada subtraindo-se o resultado pessimista do resultado
otimista. Quanto maior ela for, maior será a variabilidade, ou seja, o risco do ativo.
Construção de cenários
Normalmente, utiliza-se pelo menos 3 tipos de cenários: um otimista, um provável e
um pessimista. As instituições financeiras, como os bancos utilizam subdivisões em cada um
deles. Os cenários são construídos a partir de probabilidades subjetivas de tendências
macroeconômicas como taxa de juros, inflação, variação cambial etc.
Abaixo temos um exemplo de possíveis variáveis analisadas em cada cenário:
Otimista:
- inflação decrescente;
- contas públicas em controle;
- controle da recessão;
- tendência à unidade política;
- sindicatos sem força.
Provável:
- inflação mantida em níveis atuais;
- contas públicas em controle;
- recessão mantida;
- estabilidade política;
- sindicatos com pouca força.
Pessimista:
- inflação ascendente;
- contas públicas em descontrole;
- forte recessão;
- divergências políticas;
- sindicatos agressivos.
Nesse caso, o risco do ativo pode ser medido pela AMPLITUDE dos retornos. A amplitude é
encontrada subtraindo-se o resultado pessimista do resultado otimista. Quanto maior ela for,
maior será a variabilidade, ou seja, o risco do ativo.
Exemplo: Um investidor, possui 10.000 para investir e tem acompanhado o desempenho de
duas ações ao longo dos anos e está indeciso em qual das duas investir, pois ambas tem
apresentado um retorno de 15% diante de um cenário econômico normal. Ele fez uma
avaliação pessimista e uma otimista dos retornos associados a cada investimento. As três
estimativas de cada ativo e suas amplitudes são fornecidas na Tabela abaixo.
Cenário para 180 dias
Otimista
Provável
Pessimista
Amplitude
Retorno da Ação A
100%
15%
-70%
170%
Retorno da Ação B
20%
15%
10%
10%
O ativo A parece ser mais arriscado que o ativo B; sua amplitude de 170%, ou seja, [100% – (70%)] é maior que a amplitude de 10% (20% –10%) do ativo B. Um investidor avesso ao risco
preferiria o ativo B ao A, porque o A oferece o mesmo retorno mais provável que o B (15%),
mas com risco (menor amplitude).
Exercícios:
1) Preferências com relação ao risco
Sharon Smith, administradora financeira da Barnett Corporation, deseja avaliar três
perspectivas de investimentos X,Y,e Z. Atualmente, a empresa obtém 12% a.a. sobre esses
investimentos, os quais tem um índice de risco de 6%. Os três investimentos que estão sendo
considerados estão resumidos abaixo, em termos de retorno e do risco esperado.
Investimento
X
Y
Z
Retorno
esperado
(%)
14%
12%
10%
Risco
esperado
(%)
7%
8%
9%
a) Se Sharon Smith fosse indiferente ao risco, quais investimentos ela selecionaria? Explique
Por quê.
b) Se Sharon Smith fosse aversa ao risco, quais investimentos ela selecionaria? Explique por
quê.
c) Sharon Smith fosse tendente ao risco, quais investimentos ela selecionaria? Explique Por
quê.
d) Dado o tradicional comportamento de preferência com relação ao risco exibido pelos
administradores financeiros, qual investimento poderia ser preferido? Por quê?
2) Análise de Risco
A Solar Designes está considerando um investimento na expansão de uma linha de produto.
Dois possíveis tipos de expansão estão sendo considerados. Depois de investigar os possíveis
resultados, a companhia fez a seguinte estimativa:
Investimento Inicial
Taxa de retorno anual
Pessimista
Mais Provável
Otimista
Expansão A
R$ 12.000
Expansão B
R$ 12.000
16%
20%
24%
10%
20%
30%
a) Determine a faixa de taxas de retornos para cada um dos projetos.
b) Qual projeto é menos arriscado? Por quê?
c) Se você fosse tomar uma decisão de investimento, qual delas escolheria? Por quê?
O que isso releva sobre sua percepção acerca do risco?
3) Questão Provão 2002
As Salinas Potiguar Ltda. deseja avaliar o risco pela medida estatística da amplitude, de cada
um dos 5 projetos que está analisando. Os administradores da empresa fizeram estimativas
“pessimistas”, “mais prováveis” e “otimistas” dos retornos anuais com apresentado a seguir:
Estimativas
Taxas anuais de retornos (%)
Projeto A
Pessimista
Mais Provável
Otimista
14
16
18
ProjetoB
6
16
22
ProjetoC
ProjetoD
ProjetoE
10
16
25
11
16
19
12
16
22
Com base nas informações anteriores o projeto de maior risco é o:
(A)A
(B)B
(C)C
(D)D
(E)E
Distribuições de probabilidades
As distribuições de probabilidades oferecem uma visão mais quantitativa do risco de um ativo.
A probabilidade de um evento é a chance de ele ocorrer. Um evento com 80% de
probabilidade de ocorrência poderá acontecer oito vezes em cada dez vezes; um evento com
probabilidade de 100% ocorrerá com certeza. Eventos com probabilidade igual a zero nunca
ocorrem.
Criados os cenários, estudamos a probabilidade de retornos do investimento em cada ação em
situações parecidas do passado, e através de uma probabilidade subjetiva, julgamos a
possibilidade de ocorrência de cada cenário:
Para uma apuração mais detalhada, o investidor, analisou as notícias econômicas e avaliou as
probabilidades de ocorrência de cada cenário, para os próximos 180 dias.
Assim, as estimativas indicam que as probabilidades dos eventos pessimista, provável e
otimista são de 30%, 40% e 30%, respectivamente. A soma das probabilidades deve ser igual a
100%, ou seja, devem ser consideradas de todas as alternativas possíveis.
Construção de um cenário para 180 dias:
Cenário para 180 dias Probabilidade
Otimista
30%
Provável
40%
Pessimista
30%
Retorno da Ação A
100%
15%
-70%
Retorno da Ação B
20%
15%
10%
Quando trabalhamos com probabilidades DIFERENTES em cada cenário, para o cálculo do
RETORNO ESPERADO, em vez da média aritmética simples, utilizamos a seguinte fórmula:
Onde:
Pr = Probabilidade
Kj = Retorno
Re = ( 0,3 x 100 ) + ( 0,4 x 15 ) + ( 0,3 x -70)=
Re = 15%
Re = ( 0,3 x 20 ) + ( 0,4 x 15 ) + ( 0,3 x 10 )=
Re = 15%
Como os retornos esperados são iguais, podemos medir o risco através da amplitude, que
quanto maior for maior é o risco, pois o resultado tende a oscilar mais, ou utilizar de uma
distribuição de probabilidades. O tipo mais simples é o gráfico de barras:
Fonte: Gitman pág. 189 (Princípios de Adm. Financ. 10° ed.)
Outra distribuição de probabilidade é a distribuição contínua de probabilidade mostrada no
quadro abaixo:
Fonte: Gitman pág. 190 (Princípios de Adm. Financ. 10° ed.)
Não é raro os resultados dos investimentos apresentarem retornos parecidos ou até mesmo
iguais. Desta forma como seria possível analisar o risco? Além de considerar sua amplitude, o
risco de um ativo pode ser medido quantitativamente com o uso da estatística, que pode ser
utilizada para medir a variabilidade dos retornos dos ativos.
DESVIO PADRÃO
Quando calculamos a média de uma distribuição de probabilidades, procuramos a
possibilidade de que esta média represente a distribuição, ou seja, desejamos substituir as
informações dadas pela tabela, distribuição de probabilidades, por um único número, a média,
que a represente e que possa ser usada para análise de forma a facilitar nosso raciocínio.
A questão é saber se esta média é uma boa representação ou não da distribuição de
probabilidades. É neste ponto que utilizamos o desvio padrão, que nos mostra o grau de
oscilação ou concentração das probabilidades em torno da média, mostrando assim o quanto
as variáveis se distanciam da média.
O desvio-padrão, k, mede a dispersão em torno do valor esperado. O valor esperado
do retorno, k-barra, é o retorno mais provável de um ativo, ou seja a média. É calculado da
seguinte maneira quando as probabilidades de ocorrência de retorno são iguais:
A expressão de cálculo do desvio padrão dos retornos σk é:
Em geral, quanto maior o desvio padrão, mais alto o risco.
A fórmula comumente usada para encontrar o desvio-padrão dos retornos, σ, em uma
situação em que todos os resultados possíveis são conhecidos e se supõe que todas as
probabilidades são iguais, é:
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
Uma crítica que podemos fazer, quando consideramos o risco através do desvio-padrão, é com
relação às dificuldades no processo de comparação da relação risco x retorno.
O coeficiente de variação, CV, é uma medida de dispersão relativa útil na comparação de
riscos de ativos com retornos esperados diferentes. Essa sintetiza, em um único número, as
duas variáveis de interesse do investidor: retorno e risco, onde podemos dizer que o
coeficiente, mostra o quanto de risco possui cada unidade de retorno.
Assim, o CV torna-se bastante útil como critério de seleção de ativos individuais, devendo ser
escolhido aquele ativo que possuir o menor coeficiente.
De uma forma prática, mostra o quanto está “embutido” de risco em cada unidade de retorno,
ou seja, coeficientes de variações maiores, quer dizer que qundo o retorno de um
investimento aumentar, aumentará também seu risco.
A Equação abaixo fornece a expressão do coeficiente de variação:
Quanto menor o coeficiente de variação, menor o risco, pois possui menos risco em cada
unidade de retorno.
EXERCÍCIOS
1) Dadas as informações sobre os ativos A e B. calcular:
A- retornos esperados
B- desvio-padrão
C- coeficiente de variação
D- qual o ativo que proporciona o menor risco?
ATIVO A
ATIVO B
Probabilidade Retorno
Probabilidade Retorno
0.10
10
0,15
9
0,20
12
0,35
13
0,40
17
0,35
16
0.20
22
0,15
20
0,10
24
2) Dadas às informações sobre os ativos C e D, calcular:
a- retornos esperados
b- desvio-padrão
c- coeficiente de variação
d- qual o ativo que proporciona o menor risco?
ATIVO C
ATIVO D
Probabilidade Retomo
0.10
0,20
20
15
Probabilidade Retorno
0,20
25
0,15
29
0.15
32
0,30
33
0,15
45
0,35
45
0,40
55
3) Dadas às informações sobre os ativos E e F, calcular:
a- retornos esperados
b- desvio-padrão
c- coeficiente de variação
d- qual o ativo que proporciona o maior risco?
ATIVO E
ATIVO F
Probabilidade Retomo
Probabilidade Retorno
0,20
15
0,20
20
0,20
15
0,15
0,20
15
0,20
35
0,15
25
0,45
25
0,25
30
20
4) O retomo esperado de uma ação tem a seguinte distribuição de probabilidades:
Demanda pelos produtos da Probabilidade de ocorrência
Taxa de retorno caso essa
Empresa:
demanda ocorra (% a.a)
dessa demanda
Fraca
0,1
(50)
Abaixo da média
0,2
(5)
Média
0,4
16
Acima da média
0,2
25
Forte
0,1
60
1,0
Calcule:
a.) o retomo esperado da ação, em "% a.a".;
b.) o desvio-padrão do retomo esperado da ação;
c.) o coeficiente de variação do retomo esperado da ação.
5) Você foi solicitado a fazer uma recomendação quanto à escolha de uma carteira de ativos.
Para tanto, recebeu os seguintes dados:
Retorno esperado
Ano
Ativo A
Ativo B
2008
12%
2009
14
14
14
2010
16
12
16
16%
Ativo C
12%
Determine:
a) Qual é o retorno esperado de cada ativo no período de três anos?
b) Qual é o desvio-padrão do retorno de cada ativo?
c) Qual o coeficiente de variação de cada ativo?
Seleção de Carteiras e Teoria de Markowitz
A avaliação de carteiras de investimentos envolve três grandes fases de estudo: a análise dos
títulos, a análise das carteiras e seleção de carteiras
A análise dos títulos: trata da avaliação e o desempenho esperado dos títulos. O valor do título
obtido pelo fluxo futuro esperado dos rendimentos de caixa descontado a uma taxa de
atividade definida pelo investidor. Clube
A análise carteiras: envolve as projeções de retorno esperado e risco do conjunto de ativos
estudados. Nessa fase do estudo era utilizado instrumental financeiro técnico de avaliação, tais
como, retorno esperado; desvio padrão; coeficiente de variação; coeficiente de correlação e
etc.
A seleção de carteiras: procura identificar a melhor combinação possível de ativos,
obedecendo às preferências do investidor com relação ao risco e retorno esperados,
selecionando aquela que maximiza seu grau de satisfação.
FORMAÇÃO DE CARTEIRAS
Supondo distribuição dos ativos como uma normal, podemos definir a distribuição de
probabilidades de uma ação, título ou fundo a partir de apenas 2 parâmetros: média e
variância. A partir disso podemos escolher quais possuem a melhor relação risco x retorno.
Traçando-se um gráfico podemos verificar isso: A figura 1 mostra o princípio de que quanto
maior o risco, maior o retorno exigido pelo investidor. Dentre estes ativos, o investidor com
perfil avesso ao risco escolherá o ativo A.
Na figura 2 podemos verificar o princípio da dominância. Dentro do princípio da racionalidade
do investidor ele nunca escolheria o ativo D, pois este possui risco maior e retorno menor que
C. Portanto, C tem dominância sobre D. O investidor racional escolheria C.
Fig.1
Fig. 2
Retorno
Retorno

B

C
A

Risco
D
Risco
A idéia da teoria de carteiras é combinar uma série de carteiras de forma a reduzir o risco
através da diversificação.
Para disso pode-se reduzir o risco combinando ativos que possuem oscilações contrárias em
seus preços.
Partiu-se da idéia de que o retorno de uma carteira composta por dois ativos possui um
retorno dado pela média ponderada dos pesos de cada um multiplicador pelos seus
respectivos retornos. Já o risco é dado não só pelos riscos individuais, mas também pelo grau
de relação entre estes ativos, dado pela covariância.
Risco em um Contexto de Carteira
Uma carteira é qualquer conjunto ou combinação de ativos financeiros. Se supusermos que
todos os investidores são racionais e, portanto, têm aversão a risco, um investidor sempre
optará por investir em carteiras, e não em ativos individuais. Os investidores aplicarão em
carteiras porque, com isso, estarão diversificando parte do risco inerente à situação em que se
coloca todo o dinheiro em um único ativo. Se um investidor aplicar em um único ativo, sofrerá
todas as conseqüências de um mau desempenho.
Assim, um aspecto relevante da teoria da carteira é que o risco de um ativo mantido fora de
uma carteira é diferente de seu risco quando incluído na carteira. Elevando- se, de maneira
diversificada, o número de títulos em uma carteira, é possível promover- se a redução do seu
risco, porém a uma taxa decrescente. A partir de um determinado número de títulos, a
redução do risco praticamente deixa de existir, conservando a carteira, de forma sistemática
certo nível de risco.
Retorno e desvio-padrão de uma carteira
O retorno de uma carteira é uma média ponderada dos retornos dos ativos individuais que a
compõem. Pode ser calculado como é mostrado na Equação abaixo:
Onde:
Wj = proporção do valor total da carteira aplicada no ativo j
Kj = retorno do ativo j
Exemplo: Suponhamos que se queira determinar o valor esperado e o desvio-padrão dos
retornos da carteira XY, criada com a combinação dos ativos X e Y em proporções iguais (50%
de cada). Os retornos previstos dos dois ativos em cada um dos próximos cinco anos (2004 a
2008) são dados nas colunas 1 e 2, respectivamente, da seção A da Tabela abaixo. Na coluna 3,
os pesos de 50% de cada um dos ativos e seus retornos respectivos, provenientes das colunas
1 e 2, são inseridos na Equação acima. A coluna 4 mostra os resultados do cálculo – um
retorno esperado da carteira de 12% para cada ano, de 2004 a 2008.
Fonte: Gitman pág. 195 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.)
Como é mostrado na seção B da Tabela acima, o valor esperado dos retornos dessa carteira no
período de 5 anos também é igual a 12%. Na seção da tabela abaixo, verifica-se que o desviopadrão dos retornos da carteira XY é igual a 0%. Esse valor não deve ser surpreendente, pois o
retorno esperado em todos os anos é o mesmo, igual a 12%. Não há variabilidade nos retornos
esperados de um ano para outro.
Fonte: Gitman pág. 195 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.)
Exercícios:
1) Este problema lhe permitirá praticar o cálculo de medidas prospectivas de desempenho de
carteiras. Existem dois ativos e três estados da economia.
Estado da economia Probabilidade
Tx retorno Ação A
Ação B
Recessão
0,10
-0,20
0,30
Normal
0,60
0,10
0,20
Crescimento
0,30
0,70
0,50
Pede-se:
a) Quais são os retornos esperados e desvios padrões destas duas ações?
b) No problema acima, suponha que você dispõe de $ 20.000, no total. Se você tivesse
aplicado $ 6.000 na ação A e o restante na ação B, quais teriam sido o retorno
esperado e o desvio-padrão de sua carteira?
2) Você recebeu os seguintes dados de retornos apresentados na tabela de três ativos – F, G
e H - referente ao período de 2004 a 2007.
Retomo esperado
Ano
Ativo F Ativo G
Ativo H
2004
16%
17%
14%
2005
17
16
15
2006
18
15
16
2007
19
14
17
Usando esses ativos, você isolou as três alternativas indicadas na tabela a seguir:
Alternativa
Investimento
1
100% do ativo F
2
50% do ativo F e 50% do ativo G
3
50% do ativo F e 50% do ativo H
a) Calcule o retorno esperado de cada alternativa para o período de quatro anos.
b) Calcule o desvio-padrão dos retornos de cada alternativa para o período de quatro
anos.
c) Use os resultados dos itens a e b para calcular o coeficiente de variação de cada
alternativa.
d) Com base nos resultados obtidos, responda: qual das três alternativas de investimento
você recomendaria? Por quê?
3) Jamie Wong esta considerando estruturar uma carteira contendo dois ativos L e M. O Ativo
L representará 40% do valor em unidades monetárias da carteira; O Ativo M
corresponderá aos outros 60%.
Os Retornos esperados durante os próximos 6 anos 2006/2011 para cada um desses Ativos
está resumido na seguinte tabela:
Retorno Esperado (%)
Ano
Ativo L
Ativo M
2006
14
20
2007
14
18
2008
16
16
2009
17
14
2010
17
12
2011
19
10
a) Calcule o retorno esperado da carteira (K), para cada um dos seis anos. _
b) Calcule o valor dos retornos esperados da carteira, no período de seis anos (K)
c) Calcule o Desvio Padrão (σ) dos retornos esperados da carteira, no período de seis
anos.
d) Calcule o coeficiente de correlação dessa carteira?
4) A empresa Alfa S/A tenciona montar uma carteira contendo os Ativos A e B.
O ativo A representará 35% do valor total e o ativo B corresponderá aos outros 65%.
Os retornos esperados nos próximos 03 anos 2006/2008 para cada um desses ativos é o
seguinte:
Retorno Esperado (%)
Ano
Ativo A
Ativo B
2006
22%
28%
2007
25%
24%
2008
30%
22%
a) Calcule o retorno esperado da carteira, kc , para cada um dos três anos.
_
b) Calcule o valor do retorno esperado da carteira, K, no período de três anos.
c) Calcule o Desvio Padrão dos retornos esperados da carteira no período de três anos.
5) Dados os Retornos Esperados dos Ativos A, B e C dos anos 2006 e 2007 determinar:
Retorno Esperado (%)
Ano
Ativo A
Ativo B
Ativo C
2006
25%
26%
27%
2007
28%
24%
23%
Usando esses ativos, você isolou três alternativas de investimento:
Alternativas:
Investimento:
1ª Alternativa
100% do ativo B
2ª Alternativa
40% no A 60% no C
3ª Alternativa
50% no B e 50% no C
_
a) Calcule o Retorno Esperado (K) no período de dois anos para cada uma das três
alternativas.
b) Calcule o Desvio Padrão dos retornos no período de dois anos para cada alternativa.
c) Use seus resultados em a e b para calcular o coeficiente de variação (CV) de cada uma das
três alternativas.
d) Com base nos resultados acima, qual das três alternativas de investimento você
recomendaria? Por quê?
Covariância e o Coeficiente de Correlação
O risco de uma carteira não depende somente do risco de cada elemento que a compõe e de
sua participação no investimento, mas também da forma como seus componentes se
relacionam (covariam) entre si. Assim, relacionando-se ativos com baixa correlação (ou
covariância inversa) é possível reduzir-se o risco total da carteira.
A covariância e o coeficiente de correlação são conceitos chaves na análise de carteiras.
Na verdade, em teoria até pode ser possível combinar duas ações que individualmente
apresentem bastante risco, de acordo com a medida proporcionada pelo seu desvio padrão, e
formar uma carteira completamente sem risco, com σ = O.
Deve ser ressaltada, no estudo da covariância, a dificuldade de interpretação de seu resultado
numérico, ficando sua avaliação mais centrada nas tendências de seus resultados. A análise
numérica da combinação entre valores é desenvolvida pelo coeficiente de correlação.
O conceito de correlação visa explicar o grau de relacionamento verificado no
comportamento de duas ou mais variáveis. Quando se trata unicamente de duas variáveis,
tem-se correlação simples. Quando se relacionam mais de duas variáveis, tem-se a correlação
múltipla.
Como o desvio-padrão é sempre positivo, o sinal da correlação entre duas variáveis deve
sempre ser o mesmo da covariância entre duas variáveis. Se a correlação for positiva, dizemos
que as variáveis são positivamente correlacionadas; se for negativa, dizemos que são
negativamente correlacionadas; e se for igual à zero, dizemos que não são correlacionadas.
As duas ações apresentariam alto grau de risco se mantidas isoladamente, porém, quando
combinadas para formar a Carteira NM (abaixo), elas não têm nenhum risco, quando
apresentarem Correlação negativamente perfeita (r = -1,0). A razão por que as ações N e M
podem ser combinadas para formar uma carteira sem risco é que seus retornos variam em
ciclos opostos - quando os retornos de N caem, os de M sobem, e vice-versa. A tendência de
duas variáveis a se moverem juntas. O oposto seriam duas ações subirem e caírem juntos,
demonstrando haver uma correlação positivamente perfeita (r = +1,0), uma carteira
consistindo de duas ações desse tipo teria um grau de risco exatamente igual ao das ações
individuais.
A diversificação é reforçada na medida em que os retornos dos ativos variam em
conjunto. Esse movimento geralmente é medido por uma estatística conhecida pelo
nome de correlação, mostrada na figura.
Fonte: Gitman pág. 195 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.)
Covariância:
A covariância é uma medida que combina variância ou volatilidade dos
retornos de uma ação com a tendência, desses retornos, de se movimentarem para cima para
baixo ao mesmo tempo em que outras ações se movimentam para cima ou para baixo. A
equação que define a covariância entre as ações X e Y dada a abaixo:
Ou
Exemplo:
1) Admita ilustrativamente o seguinte desempenho esperado de dos títulos (A e B) diante
de três cenários econômicos. É atribuída a mesma probabilidade de ocorrência para cada
situação esperada da economia:
Situação da Economia
Recessão
Estabilidade
Crescimento
Retorno do título A
-15%
35%
55%
Retorno do título B
20%
-15%
10%
2) Admita ilustrativamente o seguinte desempenho esperado de dos títulos (C e D) diante
de quatro probabilidades de ocorrência:
Probabilidade
0,1
0,2
0,4
0,2
0,1
Distribuição da taxa de retorno
Ativo C
14%
12%
10%
8%
6%
Ativo D
4%
6%
8%
15%
22%
Coeficiente de correlação: O estudo da correlação visa basicamente avaliar a existência de
alguma relação entre duas ou mais variáveis. A medição do grau de relacionamento entre as
variáveis dispostas em torno de uma reta é processada pelo coeficiente de correlação (ρ).
O coeficiente de correlação varia entre – 1 e + 1, ou seja:
O coeficiente de correlação pode ser calculado pela seguinte fórmula:
Quadro resumo dos Coeficientes de Correlação – Interpretação
Valor do Coeficiente ( + ou - )
Interpretação da Correlação
0,0 a 0,19
Bem fraca
0,20 a 0,39
Fraca
0,40 a 0,69
Moderada
0,70 a 0,89
Forte
0,90 a 1,00
Muito forte
A interpretação do índice pode apresentar variações. Alguns analistas podem considerar
que um coeficiente de 0,40 é fraco, outros que 0,71 é uma correlação moderada. O que
podemos assegurar é que quando o coeficiente está próximo a 1,00 a correlação existente é
intensa já quando ela apresenta um coeficiente próximo de zero, quase não há correlação.
A covariância e a correlação são conceitos parecidos. Porém a correlação, devido a seu
intervalo de variação mais restrito, é mais utilizada pelo mercado.
Exercícios:
1) O mercado e a ação J têm as seguintes distribuições de probabilidades:
Probabilidade Km
Kj
30%
15% 20%
40
9
5
30
18
12
a)
b)
c)
d)
e)
Calcule as taxas de retorno esperadas para o mercado e a ação J.
Calcule os desvios-padrão para o mercado e a ação J.
Calcule os coeficientes de variação para o mercado e a ação J.
Calcule a covariância entre o mercado a ação.
Calcule o coeficiente de correlação entre o mercado e a ação J.
2) Dada as taxas de retorno e os cenários para as ações A, B e C, determine:
Quadro de Cenários Taxa de retorno das ações
Cenário
Ação A Ação B Ação C
Otimista
10%
9%
6%
Normal
8
7
8
Pessimista
6
5
10
a) O retorno esperado de cada ação.
b) A covariância entre as três ações.
c) O coeficiente de correlação entre as três ações.
3) Um investidor aplicou seus recursos nas ações da TAM e Natura, esperando que os
retornos dessas ações dependam dos três estados seguintes da economia, que têm
probabilidades iguais de ocorrência:
Estado da Economia Retorno da ação TAM Retorno da ação NATURA
Baixa
6,3%
-3,7%
Normal
10,5
6,4
Alta
15,6
25,3
a)
b)
c)
d)
Calcule o retorno esperado de cada ação.
Calcule o desvio-padrão dos retornos da cada ação.
O coeficiente de variação da cada ação.
Esse investidor decidiu alocar 30% dos recursos na ação da Natura e o restante na TAM,
sendo assim, determine o retorno esperado dessa carteira e o seu desvio padrão.
e) Calcule a covariância entre as ações.
f) Calcule o coeficiente de correlação das ações.
4) O Sr. Henry pode investir nas ações da Tecnisa ou nas ações da Marcopolo. Sua projeção
dos retornos dessas duas ações é a seguinte:
Situação da
economia
Probabilidade de
ocorrência
Retorno da ação da
Tecnisa (%)
Retorno da ação da
Marcopolo (%)
Recessão
0,25
-2,0
5,0
Normal
0,60
9,2
6,2
Expansão
0,15
15,4
7,4
a) Calcule o retorno esperado de cada ação.
b) Calcule o desvio padrão do retorno de cada ação.
c) Calcule a covariância e a correlação entre os retornos das duas ações.
5)
Calcule a covariância e o coeficiente de correlação entre os títulos abaixo.
Anos
Retorno F
Retorno G
1
-10%a.a
2
0%a.a
2%a.a
3
10%a.a
15%a.a
-12%a.a
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE CARTEIRA PRÁTICA DA TEORIA DE MARKOWITZ
Um dos primeiros acadêmicos a incluir a análise de risco na gestão de investimentos foi Harry
Markowitz.
A partir de seus estudos surgiu a Moderna Teoria de Portfólios, que passou a apresentar o
risco como fator inerente a decisões de investimento, ressaltando a importância e os
benefícios decorrentes da diversificação dos ativos.
Para o desenvolvimento desta teoria, Markowitz estabeleceu algumas premissas tais como:
1. Investidores avaliam portfólios apenas com base no valor esperado e na variância (ou
desvio-padrão) das taxas de retorno sobre o horizonte de um período.
2. O investidor é racional e sempre escolherá a carteira de maior retorno dentre as carteiras de
mesmo risco.
3. O investidor sempre escolherá a carteira de menos risco dentre as carteiras de mesmo
retorno.
4. Os ativos individuais são infinitamente divisíveis, significando que o investidor pode comprar
a fração de ação se assim desejar.
5. Existe uma taxa livre de risco, na qual um investidor pode, tanto emprestar quanto tomar
emprestado.
6. Custos de transição e impostos são irrelevantes
7. Os investidores estão de acordo quanto à distribuição de probabilidades das taxas de
retornos dos ativos, o que assegura a existência de um único conjunto de carteiras eficientes.
A Teoria de Markowitz revelou que uma diversificação bem feita pode reduzir ou eliminar
completamente os riscos únicos. De forma simples, se o preço do petróleo aumentar pode
prejudicar os resultados de uma transportadora. Um investidor poderá reduzir ou anular esse
risco (refletido no valor das ações) através da compra de ações (com ρ1,2 negativa) de uma
empresa petrolífera que teria seus resultados melhorados em função do aumento no preço do
petróleo.
Além do mais, o processo de diversificação não ocorre simplesmente em “colocar os ovos em
vários cestos, diferentes”. Ele ocorre efetivamente somente se os ativos combinados tiveram
correlações negativas ou diferentes de 1, pois se não o possuírem estavam atuando como se
estivesse num único cesto.
Processo de Construção de Carteiras
De acordo com Markowitz, o processo de construção de portfólios ou carteiras de ativos é
caracterizado por três elementos fundamentais:
1. A informação referente aos ativos sobre os quais se baseia.
2. Os critérios para classificação dos melhores e piores portfólios, que definem os
objetivos da análise.
3. Os procedimentos computacionais, através dos quais os portfólios que atendem aos
critérios em (2) são obtidos a partir dos inputs em (1).
Pode-se perceber o efeito e a importância da diversificação através da decomposição do
risco total do Portfólio. A equação do risco da carteira pode ser rescrita da seguinte forma:
A equação abaixo pode ser utilizada para determinar o risco de uma carteira de dois ativos.
Os investidores, objetivando reduzir o risco total das suas aplicações deveriam manter
carteiras diversificadas em vez de concentradas em poucos ativos. O grau de redução do risco
vai depender de quão negativamente correlacionados são os ativos da carteira. Quanto menor
o nível das correlações, maiores as reduções obtidas.
Entretanto, existem os riscos que não podem ser reduzidos pela diversificação, e estes são
chamados de ricos sistêmicos e afetam todos os ativos de mercado. Os valores dos títulos de
empresas locais tenderiam a variar em conjunto porque seriam afetados pelos mesmos fatores
econômicos nacionais, tais como oscilações da oferta de moeda, de taxa de juros, mudança de
política fiscal e variações da taxa de crescimento da economia.
Com isso surge a idéia de “Fronteira Eficiente", que seria a curva onde estariam focalizados
todos os ativos ou carteiras que possuem a melhor relação risco – retorno, ou seja, dado um
nível de retorno obtêm-se a carteira com maior retorno.
Considerando as premissas de mercado eficiente, percebe-se que a curva da fronteira eficiente
contém as carteiras com menor nível de risco e maior nível de retorno.
Dentro desta curva pode-se encontrar diferentes perfis de risco – retorno e estes devem se
adequar ao perfil d investidor. A curva representa as melhores carteiras para diferentes perfis
de risco.
Assim, uma vez estimados os parâmetros dos ativos, ou seja, os retornos, riscos (variâncias) e
as covariâncias, podemos encontrar uma série de carteiras só alterando os valores das
composições wi.
É importante ressaltar dois aspectos:
 A obtenção da fronteira eficiente de ativos de risco independe do tipo de investidor. Ela
resulta tão somente da aplicação do Princípio de Dominância à relação R(s), que por sua
vez depende apenas dos ativos considerados.
 A solução final, isto é, a carteira ótima, é que depende do comportamento do investidor.
Ela é obtida varrendo a região factível ( a fronteira eficiente de ativos de risco) com as
curvas de utilidade particulares dos investidor.
Exemplo ilustrativo: Efeitos da Correlação sobre o risco do Portfólio
Admitamos uma carteira formada por duas ações (A e B) com os seguintes resultados
esperados.
Retorno ( )
Risco (σ)
Ação A
12%
18%
Ação B
24%
27%
O quadro elaborado a seguir demonstra o retorno esperado da carteira formada com
diferentes participações das ações A e B, e o risco da carteira adotando-se coeficientes de
correlação extremos (ρA,B = +1 e ρA,B = - 1).
Carteiras
Retorno
Ação A
(%)
Ação B
(%)
100
0
80
Risco da Carteira (σp)
Correlação Perfeita Positiva
(%)
Correlação Perfeita Negativa
(%)
12,0
18,0
18,0
20
14,4
19,8
13,5
60
40
16,8
21,6
0,0
40
60
19,2
23,4
9,0
20
80
21,6
25,2
18,0
0
100
24,0
27,0
27,0
O risco da carteira (σC), foi calculado de acordo com o modelo de Markowitz, assim para WA =
80%, WB = 20% e ρA,B = +1, temos:
Exercícios:
1) O Sr. Henry pode investir nas ações da Tecnisa ou nas ações da Marcopolo. Sua projeção
dos retornos dessas duas ações é a seguinte:
Situação da
economia
Probabilidade de
ocorrência
Retorno da ação da
Tecnisa (%)
Retorno da ação da
Marcopolo (%)
Recessão
0,60
-2,0
8,0
Normal
0,25
11,0
6,2
Expansão
0,15
8,5
6,4
a) O coeficiente de correlação entre as ações.
b) Determine o desvio-padrão de cada ação.
c) Determine o desvio-padrão da carteira formada por 35% das ações da Tecnisa e 65% das
ações da Marcopolo, utilizando a fórmula acima.
2) Um investidor aplicou seus recursos nas ações da TAM e Natura, esperando que os
retornos dessas ações dependam dos três estados seguintes da economia, que têm
probabilidades iguais de ocorrência:
Estado da Economia Retorno da ação TAM Retorno da ação NATURA
Baixa
5,3%
-3,7%
Normal
12,8
8,2
Alta
16,4
20,9
a) O coeficiente de correlação entre as ações.
b) Determine o desvio-padrão de cada ação.
c) Determine o desvio-padrão da carteira formada por 43% das ações da Tecnisa e 57%
das ações da Marcopolo, utilizando a fórmula acima.
CARTEIRA DE VARIÂNCIA MÍNIMA
Representa uma combinação de ativos que formam uma carteira com o menor risco possível.
Assim, quanto mais uma carteira se distancia do ponto de menor desvio-padrão, maior é o
risco que representa e, conseqüentemente, também mais elevado é seu retorno esperado.
Investidores com nível mais alto de aversão ao risco escolherão, evidentemente, carteiras mais
próximas do ponto de variância mínima, ocorrendo o inverso com aqueles que apresentam
maior indiferença ao risco.
Dessa forma, a carteira com uma variância mínima, é preferencial a todas as demais carteiras
que oferecem um retorno esperado menor. Em outras palavras, diz-se que a carteira de
variância mínima domina todas as demais carteiras que se encontram abaixo dela. Para dois
ativos (A e B), a carteira de variância mínima pode ser determinada a partir da seguinte
expressão:
Exemplo: Dada as seguintes características das ações A e B:
Ação A Ação B
Retorno esperado
20%
12%
Desvio-padrão
36%
22%
O coeficiente de correlação desses dois ativos é de 0,20. Assim, determine:
A partir dessas informações, são apurados, a seguir, os resultados da carteira admitindo-se
diferentes proporções dos ativos.
 Retorno esperado e risco de carteiras com diferentes composições.
Carteira
Participação da ação A
(WA)
Participação da ação B
(WB)
Retorno esperado
Desvio-padrão
(σC)
A
0%
100%
12,0%
22,0%
B
20%
80%
13,6%
20,3%
C
40%
60%
15,2%
21,4%
D
60%
40%
16,8%
24,9%
E
80%
20%
18,4%
29,9%
F
100%
0%
20,0%
36,0%
Substituindo esses valores na fórmula da variância mínima apresentada, tem-se:
Exercícios:
1) Considere as taxas de retorno que poderia obter no próximo ano. Você poderia aplicar na
ação da Embraer ou na ação da Usiminas, ou ainda, montar uma carteira.
Estado da
Economia
Recessão
Normal
Expansão
Probabilidade de
ocorrência do estado
0,20
0,50
0,30
Taxa de retorno da
Embraer (%)
7%
7
7
Taxa de retorno da
Usiminas (%)
-5%
10
25
Determine:
a) O desvio-padrão de cada ação.
b) O coeficiente de relação entre as ações.
c) A variância mínima para uma carteira.
d) O retorno esperado da carteira de variância mínima.
e) O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira.
2) Temos os seguintes resultados:
σa = 40,65%
σb = 13,37%
ρa,b = 0,1161
Determine:
a)
b)
c)
d)
A variância mínima para a carteira.
O retorno esperado da carteira de variância mínima.
O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira.
Demonstre graficamente a variância mínima.
3) Para tomar uma decisão os dirigentes da Construtora Naval da Guanabara fizeram uma
avaliação das alternativas X e Y, a qual indicou que as probabilidades de ocorrência de
resultados pessimistas, mais prováveis e otimistas são, respectivamente, de 20%, 50% e
30%, conforme apresentado no quadro abaixo.
POSSÍVEIS
RESULTADOS
ALTERNATIVAS DE RETORNO ESPERADO
X
Y
Pessimista
6%
8%
Mais Provável
12%
12%
Otimista
14%
16%
Determine:
a) A variância mínima para a carteira.
b) O retorno esperado da carteira de variância mínima.
c) O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira.
4) No próximo ano, há quatro cenários igualmente prováveis para o comportamento da
economia. A seguir, vemos os retornos das ações ordinárias das empresas P e Q em cada
estado possível.
Cenário Ação de P Ação de Q
1
4%
5%
2
6%
7%
3
9%
10%
4
4%
14%
Determine:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
O desvio-padrão de cada ação.
O coeficiente de relação entre as ações.
A variância mínima para uma carteira.
O retorno esperado da carteira de variância mínima.
O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira.
Demonstre graficamente a variância mínima.
Modelo De Precificação De Ativos E Avaliação Do Risco (Capital Asset Pricing Model – Capm)
Denomina-se, comumente de MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM) a
teoria básica relativa a risco e retorno. O desenvolvimento da teoria do CAPM é atribuído a
Sharpe e Lintner que separadamente desenvolveram, quase que simultaneamente, a mesma
teoria. Ela foi desenvolvida para explicar o comportamento dos preços de títulos e fornecer um
mecanismo que possibilita aos investidores avaliar o impacto do investimento proposto num
título sobre o risco e o retorno da carteira como um todo. Utilizaremos o CAPM para entender
a conciliação básica de risco-retorno envolvida em todos os tipos de decisões financeiras a
nível corporativo, embora o CAPM seja mais prontamente aplicado à análise de títulos.
O modelo de precificação de ativos de capital ou modelo de formação de preços de ativos de
capital (CAPM) associa o risco não-diversificável e o retorno de todos os ativos.
O coeficiente beta, , é usado para medir o risco não-diversificável. É um índice do grau de
movimento do retorno de um ativo em resposta à mudança no retorno de mercado. O
coeficiente beta de um ativo pode ser encontrado examinando-se os retornos históricos do
ativo, relativo aos retornos do mercado. O retorno de mercado é o retorno da carteira de
mercado de todos os títulos negociados, por exemplo, o índice Ibovespa, o índice NYSE, o
índice Nikkey 225, o índice Nasdaq etc. Observação: muitos trabalhos acadêmicos contestam
o Ibovespa como índice representativo para determinar o retorno de mercado, devido à
composição do índice.
O modelo CAPM diz que o resultado previsto que os investidores exigem, é igual a: uma taxa
livre de risco (Título do Tesouro Nacional), mais um prêmio sobre o risco. Se o resultado
previsto não for igual ou maior ao resultado esperado, os investidores se recusaram a aceitar o
investimento.
Como todo modelo financeiro é definido algumas hipóteses para sua validação, citando, entre
as mais importantes:
 Ausência de custos de transação, levando a que os impostos e taxas inexistam;
 Ausência de informação confidencial, levando a que não haja ativos subavaliados ou
sobreavaliados no mercado;
 A decisão dos investidores baseia-se unicamente nos retornos esperados e no risco;
 Para qualquer nível de risco, os investidores preferem maiores a menores taxas de
retorno;
 Os investidores estimam o risco em função da variabilidade das taxas de retorno
estimadas;
 Existência de um ativo livre de risco, onde os investidores podem emprestar e tomar
emprestado a uma única taxa, denotado por "RF", visando chegar a alocações ótimas;
 Os investidores ajustam a decisão de alocação às preferências de risco, decidindo,
desta forma, quanto investirão em ativos livres de risco ou ativos arriscados, tal como
uma carteira de mercado;
O CAPM começa pôr dividir o risco em duas partes principais: risco diversificável e risco nãodiversificável.
 Risco diversificável - é risco que independe do mercado e pode ser eliminado através da
diversificação, com o aumento da quantidade de diferentes ativos.
 Risco sistemático ou não diversificável – é a parcela do risco que não pode ser eliminada
pela diversificação e está relacionada com o comportamento do mercado.
O risco total de uma carteira pode ser formado por duas partes:
Risco Total = Risco diversificável + risco não diversificável
MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS – CAPM
O modelo de risco e retorno ainda usado e que é o padrão na maior parte das análises de
finanças é o modelo de precificação de ativos de capital, dado pela equação:
Onde:
Kj = Retorno esperado da ação j;
RF = Ativo sem risco – é aquele no qual o retorno real é sempre o esperado - (Título do Tesouro
Nacional);
βj = Coeficiente beta ou indicador de risco não diversificável do ativo j;
Rm = retorno esperado do mercado; retorno da carteira de mercado (Ibovespa).
Exemplo:
Calcule o retorno exigido da Natura, supondo que tenha beta igual a 1,25, a taxa das Letras do
Tesouro Nacional seja de 5% e o retorno esperado do índice Bovespa seja igual a 15%.
O gráfico: a linha de mercado de títulos (LMT)
Quando o modelo de precificação de ativos é representado graficamente, recebe o nome de
linha de mercado de títulos (LMT)
Exemplo: Calcule o retorno exigido da Natura, supondo que tenha beta igual a 1,25, a taxa das
Letras do Tesouro Nacional seja de 5% e o retorno esperado do índice Bovespa seja igual a
15%.
ki = 5% + [1,25 (15% – 5%)] = ki = 17,5%
km = 5% + [1,00 (15% - 5%)] = Km = 15%
Coeficiente - β
Para que você conclua uma análise de determinada empresa é preciso ter em mãos dados
sobre seu desempenho no mercado. Saber com que freqüência é negociada, e o volume dessa
negociação, são pontos básicos. No entanto, há uma medida muito importante que determina
a sensibilidade das ações de uma empresa em relação ao índice a que estão atreladas. O
índice, no caso do Brasil, é o Ibovespa. E essa medida é conhecida como beta simbolizado pela
letra grega .
Em geral, o beta reflete o comportamento do papel em relação ao Ibovespa nos últimos 18
meses de operação. No entanto, ele pode ser calculado em qualquer período. "Podemos
calcular o beta dos últimos três meses. Entretanto, a análise se torna mais completa quando
olhamos para um horizonte mais longo"
O beta é uma medida de risco não diversificável. O Beta mede a sensibilidade de um ativo em
relação aos movimentos do mercado. A tendência de uma ação de mover-se junto com o
mercado é refletida em seu Beta, o qual é a medida da volatilidade da ação em relação ao
mercado como um todo. Beta e o elemento chave do CAPM. Quando os títulos da carteira do
investidor variam na mesma proporção do mercado o  = 1.
A função básica do beta é ser um indicador de riscos. "O beta pode ser classificado como
agressivo (quando é maior que 1); neutro (igual a 1) e defensivo (menor que 1). Dessa forma, o
investidor pode ter uma noção de qual será a tendência de comportamento do investimento".
Para que você entenda melhor como o beta funciona, veja o exemplo:
Se uma ação se comporta exatamente como o Ibovespa, dizemos que ela tem beta=1. Se a
ação variar mais que o Ibovespa, mas no mesmo sentido, ela terá beta>1 (beta maior do que
um). Se variar menos, mantendo o mesmo sentido, o beta será menor do que um (beta < 1).
Uma ação com beta muito maior do que 1, por exemplo, tende a subir mais que o Ibovespa
quando este está em alta. Em compensação, tende a cair mais quando há baixa na bolsa.
No fim das contas, a escolha é sempre do investidor, mas é preciso estar alerta. "O investidor
pode optar por qualquer um dos tipos, mas ele tem que estar consciente de que, no caso de
um beta agressivo, ele pode ganhar muito, mas perder com a mesma intensidade. Em
momentos de alta volatilidade, um papel agressivo pode levar o investidor à loucura".
EMPRESA
BETA (β) - 18 meses
Empresa "A"
1,50
Empresa "B"
1,01
Empresa "C"
0,42
Supomos que as ações das empresas do quadro acima sejam negociadas na Bovespa e,
portanto, estejam atreladas ao Ibovespa. A empresa "A" pode ser classificada como um
investimento agressivo, pois o valor de sua ação pode oscilar, em média, 50% do Ibovespa.
Nesse caso, o investidor pode obter ganho altíssimo, entretanto seu risco cresce na mesma
proporção.
Já a empresa "B", pode ser classificada como beta neutro, ou seja, ela não foge muito do
resultado apresentado pelo índice e vai estar sempre seguindo mais ou menos o Ibovespa. E a
"C" é considerada um investimento de perfil mais defensivo, pois a probabilidade de o papel
ter grandes oscilações é pequena.
Vale lembrar que o Beta é utilizado como parâmetro para qualquer índice, não só o Ibovespa.
Basta que para isso, as ações da empresa estejam sendo negociadas por esse índice. Exemplo,
se fosse nos Estados Unidos, o índice utilizado seria o Dow Jones ou o Nasdaq (para as ações
de tecnologia); na Argentina, o Merval; e no Japão, o Nikkei.
Exemplo 2:
O beta de uma ação representativa do portfólio, composto por todas as ações do mercado,
teria, por definição o seu Beta igual a 1. O que representaria na pratica que se o mercado
subisse 10% esta ação subiria 10% se o mercado caísse 30% a ação cairia 30%. Caso o Beta de
uma ação for 0.5, isto significa que esta ação possui metade da volatilidade do mercado, ou
seja se o mercado subir 10% a ação subiria 5%. Caso o Beta de uma ação for 2.0, isto significa
que esta ação possui o dobro da volatilidade do mercado, ou seja, se o mercado subir 10% a
ação subiria 20%.
GRAU DE VOLATILIDADE
Em equilíbrio, todos os ativos com risco devem cair ao longo da linha reta conhecida como a
reta de mercados de títulos.
 βRM = 1,0 porque a covariância do mercado é igual à variância do mercado, ou seja, uma
carteira média tem betas 1,0 em relação a ela mesma.
 Um título com beta = 1 é considerado neutro. À medida que o mercado como um todo
sobe 3% (Índice BOVESPA) aquele título tende a subir 3%. À medida que o mercado como
um todo (Índice BOVESPA) cai 5%, aquele título tende a cair 5%.
 Um título com beta > 1,0, por exemplo: uma ação com β = 1,15 significa que se o mercado
(Índice BOVESPA) como um todo apresentar uma queda de 10%, aquela ação deverá sofrer
uma baixa de 11,50% no seu preço.
 Um título com beta < 1,0, por exemplo: uma ação com β = 0,5 significa que se o mercado
cair 6%, a ação deverá sofrer uma baixa de somente 3%.
Podemos ainda interpretar o índice Beta da seguinte maneira:
Coeficiente Beta e suas Interpretações:
Beta
Comentário Interpretação
2,0
1,0
Duas vezes com maior reação ou risco que o mercado.
1
Mesma reação ou risco que o mercado.
0,5
Apenas a metade da reação ou risco que o mercado.
0,0
Não afetado pelos movimentos do mercado.
- 0,5
- 1,0
- 2,0
Apenas a metade da reação ou risco que o mercado.
2
Mesma reação ou risco que o mercado.
Duas vezes com maior reação ou risco que o mercado
É importante lembrar que o retorno esperado e, portanto, o prêmio de risco de um ativo,
depende apenas do risco sistemático. Como ativos com betas maiores têm riscos sistemáticos
mais altos, têm também retornos esperados maiores.
Dessa forma, conhecendo-se as características de risco (beta) de uma ação, é possível estimarse o preço justo (ou valor intrínseco), tendo-se a indicação se o título é, ou não, uma boa
opção de compra.
Fórmula:
Exemplo:
Km = Retorno de mercado
Ka = Retorno do título
Anos
Km(%)
1
-20
-20
2
30
40
3
50
70
Km 
Ka(%)
 20  30  50
 20
3
Ka 
 20  40  70
 30
3
Cálculo da variância de mercado
M
M
(M – M)
(M – M)2
2 
-20
20
-40
1.600
30
20
10
100
50
20
30
900
2.600
2.600
 866,7
3
Cálculo da covariância entre m e a
A
A
A–A
M–M
(A –A)(M – M)
-20
30
-50
-40
2.000
40
30
10
10
100
70
30
40
30
1.200
3.300
COVa, m 

3.300
 1.100
3
1.100
 1,27
866,67
BETAS DE CARTEIRAS
O beta de uma carteira pode ser facilmente estimado usando os betas dos ativos que a
compõe. Sendo wj a proporção do valor total da carteira aplicada no ativo j , e sendo bj o beta
do ativo j, podemos usar a equação abaixo:
Exemplo:
Fonte: Gitman pág. 203 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.)
Exercícios:
1) Um indivíduo tem $35.000 investidos em uma "ação A" que tem um βA (bela de A) de 0,8
e $40.000 investidos em uma "ação B" com βB (beta de B) de 1,4. Caso esses sejam os dois
únicos investimentos de sua carteira, qual é o βP (beta de P) dessa carteira?
2) Para cada um dos seguintes casos, use o modelo de formação de preços de ativo de capital
para encontrar o retomo exigido.
Taxa livre de
Retorno de
Caso
risco, R,(%)
mercado,k. (%)
Beta, b
A
5
8
1,30
B
8
13
0,90
C
9
12
-0,20
D
10
15
1,00
E
6
10
0,60
3) Use a equação básica para o modelo de formação de preço de ativo de capital (CAPM)
para elaborar cada um dos seguintes:
a) Encontre o retorno exigido para um ativo com um beta de 0,90, quando a taxa livre de
risco e o retorno de mercado são 8% e 12%, respectivamente.
b) Encontre a taxa livre de risco para uma empresa com um retomo exigido de 15% e um beta
de 1,25 quando o retorno de mercado é de 14%.
c) Encontre o retorno de mercado para um ativo com um retomo exigido de 16% e um beta
de 1,10, quando a taxa livre de risco é de 9%.
d) Encontre o beta para um ativo com um retomo exigido de 15% quando a taxa livre de risco
e o retomo de mercado são 10% e 12,5%, respectivamente.
4) Calcule a taxa requerida de retomo de um título, usando a abordagem SML, sendo a taxa
livre de risco igual a 8%, o retomo médio do mercado 12% e o beta da ação 1,5. Demonstre
graficamente através da SML.
5) Se a taxa livre de risco é de 6% e o retomo médio do mercado é 10%, calcular as taxas
requeridas de retomo para os seguintes investimentos:
Título
beta
A
0,53
8
1,35
C
0,85
D
1,05
6) Dada as seguintes informações sobre as ações do quadro abaixo, determine os itens
abaixo:
Ação
Beta
(β)
Retorno esperado - modelo
CAPM
Retorno esperado pelo investidor media dos valores
históricos da ação
A
1,80
15,0%
21,5%
B
1,26
15,6%
16,0%
C
2,00
21,8%
19,5%
D
1,50
9,05%
16,0%
A taxa de aplicação sem risco, RF, é de 7% e espera-se para o índice de mercado KM, apurado
pela média histórica do período, uma rentabilidade de 15%.
PEDE-SE:
a) Calcule o alfa esperados de cada ação;
b) Qual deverá ser a atitude do investidor no momento relativamente a cada uma das
quatro ações, através dos Alfas calculados?
7) Vamos usar as taxas de retorno históricas da ação da empresa ALFA e do mercado (Índice
BOVESPA) dos últimos seis meses.
Supondo que a taxa de aplicação sem risco seja de 6,5% (Títulos do Tesouro Nacional),
vamos calcular o beta dessa empresa e em seguida comparar a sua taxa de retorno com a
taxa de retorno requerida pelo mercado.
Ano Retorno de Mercado (Índice Bovespa) Retorno da ação da empresa Alfa
1
27%
30
2
-3%
-10%
3
12%
15%
4
-3%
-5%
5
12%
5%
6
27%
25%
Pede-se:
a)
b)
c)
d)
e)
O Beta da ação.
O retorno esperado através do CAPM.
Represente graficamente através da SML
O Alfa da ação.
Qual deverá ser a atitude do investidor no momento relativamente a ação, através do Alfa
calculado?
8) Um investidor dispõe das seguintes informações sobre as ações que compõem a sua
carteira:
Ação Beta β % da ação na carteira
A
1,10
20%
B
0,80
50%
C
1,00
30%
A melhor estimativa para o retorno e o risco da carteira do mercado M (IBOVESPA) para o
período do investimento é RM = 13% e a taxa de juros livre de risco é de 5%. Determine:
a) O retorno esperado de cada ação através da equação do CAPM.
b) O retorno esperado da carteira.
c) O Beta da carteira.
9) Está sendo analisado atualmente um projeto com Beta, igual a 1,50. No momento, a taxa
livre de risco, é de 7% e o retorno da carteira de mercado de ativos, é de 10%. Espera-se
que o projeto tenha um retorno anual de 11.
a) Se o retorno da carteira de mercado subisse 10%, o que esperaria que acontecesse com o
retorno exigido do projeto? E se caísse 10%.
b) Use o modelo de precificação de ativos (CAPM) para encontrar o retorno exigido desse
investimento.
c) Com base no cálculo fito no item b, você recomendaria esse projeto de investimento? Por
quê?
d) Suponha que, se os investidores se tornassem menos avessos a risco, o retorno do
mercado cairia 1%, indo para 9%. O que mudaria em suas respostas aos itens b e c?
FERRAMENTAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
A partir da Moderna Teoria de Portfólios pode-se concluir que o desempenho de uma carteira
de investimento não está apenas ligado ao retorno que a mesma oferece. Deve-se considerar
para avaliação e escolha de composição de portfólio, o grau de incerteza em relação a
determinado investimento através da medida de risco.
Alguns autores buscaram, através de índices de desempenho, ajustar o risco ao retorno e mais
que isso, avaliar a consistência da política de investimento dos fundos e seus gestores.
Medidas de retorno ajustado ao risco foram desenvolvidas por Treynor (1965), Sharpe (1966) e
Jensen (1968). São medidas amplamente difundidas no mercado para avaliação de fundos.
ÍNDICE DO DESEMPENHO DE CARTEIRAS
A partir do entendimento da linha do mercado de capitais é que se determina o
Sharpe,
Índice de
medida de avaliação da relação Risco X Retorno de larga utilização pelos
administradores de carteiras. Assim, fundamentado na teoria do CAPM, SHARPE desenvolveu
um índice relacionando a rentabilidade e risco da carteira de título, que mede a rentabilidade
por unidade de risco. Quanto maiores os índices obtidos, maior a rentabilidade por unidade de
risco, e, portanto, melhor o desempenho da carteira no período analisado. Por exemplo, se o
índice de Sharpe for de 060%, tem-se o desempenho apresentado pelo ativo (prêmio pelo
risco) para cada 1% de aumento de seu risco.
O Índice SHARPE tem a seguinte expressão:
Onde:
= Retorno esperado da carteira em análise.
= Taxa livre de risco (Letra do tesouro nacional)
= Desvio-padrão (risco) da carteira em analise.
Exemplo:
Suponha-se que desejamos comparar o ÍNDICE SHARPE de uma carteira de ações com o ÍNDICE
SHARP do IBOVESPA, tomando-se por base as suas rentabilidades auferidas nos últimos três
meses. No mesmo período, a taxa de juros do título do Tesouro Nacional se situou em 2% ao
mês (ativo de renda fixa sem risco).
A tabela a seguir mostra a rentabilidade:
Mês Carteira de ações Ibovespa
1
12%
15%
2
20%
32%
3
-8%
-17%
A carteira ponderada refere-se à rentabilidade de cada ação e sua participação no total da
carteira. A partir desses dados, calculamos a rentabilidade média e o desvio padrão das
rentabilidades, tanto da carteira quanto do IBOVESPA.
Exercícios:
1) Abaixo são apresentados os retornos esperados da ação da Cia. KMN e do
mercado, considerando três cenários prováveis:
Cenários
Retorno do Ibovespa Retorno da carteira
Otimista
24%
18%
Mais provável
16%
12%
Pessimista
6%
-3%
a)
b)
c)
d)
e)
Retorno esperado da carteira e do Ibovespa;
Desvio-padrão da carteira e do Ibovespa;
Índice de Sharpe da carteira e do Ibovespa;
Comparação entre a carteira e o Ibovespa pelo índice de Sharpe;
Beta;
2) Analise as duas carteiras abaixo e determine pelo índice de Modigliani qual delas
apresenta a maior eficiência para o investidor.
Carteira A Carteira B
σCM
23,5%
23,1%
σRj
18,6%
21,2%
Rj
15,8%
11,2%
Rf
9,0%
9,0%
RM
11,0%
11,0%
MERCADOS DO DINHEIRO
Subdivide-se em quatro mercados:
MERCADO MONETÁRIO
É através do mercado monetário que o governo federal controla os meios de pagamento (depósito à vista
nos bancos comerciais, mais o volume de papel moeda em poder do público), lançando mão de medidas
monetárias, tais como: recolhimento de depósitos compulsórios dos bancos comerciais, redesconto
bancário e operações de "Open-Market", que consistem em retirar moeda de circulação quando há
excesso de liquidez ( muito dinheiro em circulação) ou recolocar moeda em circulação, quando houver o
estreitamento de liquidez ( pouco dinheiro em circulação) através da compra e venda de títulos do próprio
governo federal.
MERCADO DE CRÉDITO
É o mercado que opera a curto prazo. Os recursos captados se destinam ao financiamento de consumo
para pessoas físicas e capital de giro para empresas, através de intermediários financeiros bancários.
Funciona à partir de normas contratuais que envolvem os tomadores finais de crédito, doadores e os
intermediários.
Tipo de Operação:
1 - Consumo e Capital de Giro
2 - Financia Crédito Direto ao Consumidor
Instituições Financeiras:
1 - Bancos Comerciais e sociedades de Crédito
2 - Financiamento e Investimentos (Financeira)
MERCADO DE CÂMBIO
É onde são realizadas operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em
moedas nacionais e vice-versa. Crédito à exportação e financiamento à importação.
Prazo:
1 - Curto
Tipo de operação:
1 - Compra e/ou venda de moeda. Crédito para a Exportação e Financiamento à importação
Instituições Financeiras:
1 - Bancos Comerciais
2 - Sociedades Corretoras
3 - Bancos de Investimentos
MERCADO DE CAPITAIS
É o conjunto de operações de prazo médio, longo ou indeterminado. Os recursos destinam-se em geral,
ao financiamento de Capital Fixo para empresas, tendo como intermediário financeiro as instituições
financeiras Não Bancárias. A médio e a longo prazo, financia Capital de Giro às empresas de capital
aberto.
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de
proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É
constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.No
mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas - as
ações - ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas - debêntures conversíveis em ações,
bônus de subscrição e "commercial papers" -,que permitem a circulação de capital para custear o
desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos
de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à
negociação.
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. A poupança individual e
a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um
país. Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de
renda, com conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante.
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de desenvolvimento econômico. As
empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por
meio de:
•
empréstimos de terceiros;
•
re-investimentos de lucros;
•
participação de acionistas.
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam as para manter sua
atividade operacional. Mas é pela participação de novos sócios - os acionistas - que uma empresa ganha
condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital. Com os
recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no
desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e
beneficiando toda a comunidade.
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor.
Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a
empresa obtiver lucros. Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da
participação em seus lucros.
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a uma sociedade
corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais
diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos
pelo aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor
deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do
lançamento das ações pretendidas.
Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional é composto pelas instituições financeiras, intermediários e pelos órgãos
reguladores. Nele são realizadas operações de captação de recursos, distribuição e circulação de valores,
as quais são regulamentadas pelos seguintes órgãos: CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários, e
BACEN, que é o Banco Central do Brasil.
O CMN - Conselho Monetário Nacional, é o responsável pela definição das diretrizes de atuação desse
sistema. Já o BACEN atua como um órgão executivo diretamente ligado ao CMN, que faz com que sejam
cumpridas as normas expedidas pelo CMN. A CVM é o órgão responsável pela regulamentação e pelo
desenvolvimento do mercado de valores mobiliários, fiscalizando e disciplinando esse mercado.
As principais instituições ligadas ao mercado de capitais são:
As autoridades monetárias:
O Conselho Monetário Nacional: o CMN acaba sendo o conselho de política econômica do país, visto
que o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial.
Atualmente, seu presidente é o próprio Ministro da Fazenda.
O Banco Central do Brasil: o BACEN é o órgão responsável pela execução das normas que regulam o
SFN. São suas atribuições agir como: banco dos bancos, gestor do SFN, executor da política monetária,
banco emissor e banqueiro do governo. É muito discutida a elevação do grau de independência do BACEN.
Diversas discussões apresentam pontos positivos e negativos de tal alteração.
Autoridades de apoio:
A Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e
debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus objetivos podem sintetizados em apenas um: o
fortalecimento do mercado acionário.
O Banco do Brasil: até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante
ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum,
embora responsável pela Câmara de Confederação.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): contando com recursos de
programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela política de investimentos de LP do Governo
e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição
financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios
regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções.
A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao
saneamento básico. É um instrumento governamental de financiamento social.
Instituições financeiras:
Os Bancos Comerciais: os BC são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes
superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito
multiplicador. Os BC's podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em
conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar
depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc.
Os Bancos de Desenvolvimento: o já citado BNDES é o principal agente de financiamento do governo
federal. Destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do
Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia, dentre outros.
Os Bancos de Investimentos: os BI captam recursos através de emissão de CDB e RDB, de capitação e
repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de investimentos. Esses recursos são direcionados a
empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de
ações e debêntures. Os BI não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para
investimentos no setor estatal.
Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as "financeiras" captam recursos através de
letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário).
Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.
Sociedade Corretoras: essas sociedades operam com títulos e valores mobiliários por conta de terceiros.
São instituições que dependem do BACEN para constituírem-se e da CVM para o exercício de suas
atividades. As "corretoras" podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos de
investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções.
Sociedades Distribuidoras: tais instituições não têm acesso às bolsas como as Sociedades Corretoras.
Suas principais funções são a subscrição de emissão de títulos e ações, intermediação e operações no
mercado aberto. Elas estão sujeitas a aprovação pelo BACEN.
Sociedade de Arrendamento Mercantil: operam com operações de "leasing" que tratam-se de locação
de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um
valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de
leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma
antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da
emissão de debêntures, com características de longo prazo.
Sociedades de Crédito Imobiliário: ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são
voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de
poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário
diretos ou indiretos.
Investidores Institucionais: os principais investidores institucionais são: Fundos Mútuos de
Investimentos: são condomínios abertos que aplicam seus recursos em títulos e valores mobiliários
objetivando oferecer aos condomínios maiores retornos e menores riscos. Entidades Fechadas de
Previdência Privada: são instituições mantidas por contribuições de um grupo de trabalhadores e da
mantenedora. Por determinação legal, parte de seus recursos devem ser destinados ao mercado acionário.
Seguradoras: são enquadradas coo instituições financeiras segundo determinação legal. O BACEN orienta
o percentual limite a ser destinado aos mercados de renda fixar e variável.
Agências de Fomento: sob supervisão do BACEN, as agências de fomento captam recursos através dos
Orçamentos públicos e de linhas de créditos de LP de bancos de desenvolvimento, destinando-os a
financiamentos privados de capital fixo e de giro.
Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes
carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de aceite, de desenvolvimento e de leasing. A
vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam.
Corretoras de Valores
São instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central e membros das Bolsas de Valores ou de
Futuros, habilitadas a negociar valores mobiliários ou contratos futuros em pregão. Funcionam como
intermediários dos investidores na execução de ordens de compra e venda, para operações por conta
própria ou determinadas por seus clientes. Além disso, prestam serviços a investidores e empresas,
realizando análises técnicas para selecionar os melhores investimentos, assessorar empresas na abertura
de capital, subscrição de ações e debêntures, entre outros. Para garantir o dinheiro dos aplicadores, as
corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido pelas Bolsas, com o propósito de assegurar a
seus membros eventual reposição de títulos e valores negociados em pregão, no caso de problemas
financeiros em alguma instituição.
Bolsas de Valores
As bolsas no Brasil são associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e
patrimonial. As duas principais bolsas brasileiras são a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros).
A SOMA (Sociedade Operadora do Mercado de Ativos), subordinada à Bovespa, administra o mercado de
balcão organizado no Brasil, através de um sistema eletrônico de negociação, dirigido por ofertas
registradas por formadores de mercado e instituições financeiras associadas.
Outras instituições:
Centrais de Liquidação e Custódia
São empresas que realizam os serviços de liquidação e de custódia das ações. Essas empresas devem
estar obrigatoriamente associadas às Bolsas de Valores. Elas exercem papel essencial nas operações de
compra e venda de ações. As funções realizadas por essas centrais são as seguintes: compensação,
liquidação física e financeira, registro e controle de garantias, controle de posição nos mercados de
derivativos e no serviço de empréstimo de ações.
A principal é a CLBC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – que é uma empresa associada à
Bovespa. Ela é obrigada por lei a enviar mensalmente, caso haja movimentação da conta, extratos das
contas de custódia, ou uma vez por ano, caso não haja movimentação ou, ainda, sempre que o acionista
solicitar.
Distribuidoras de Valores Mobiliários
São instituições que fazem a intermediação de ações e outros títulos no mercado primário, colocando-os à
venda para o público.
O MERCADO DE CAPITAIS
Valores Mobiliários
Entende-se por valores mobiliários as ações, as partes beneficiárias, as debêntures, os títulos, os bônus de
subscrição e os certificados de depósitos de valores mobiliários. Também são considerados valores
mobiliários outros títulos criados ou emitidos por sociedades anônimas, a critério do CMN, que significa
Conselho Monetário Nacional, e que estejam devidamente registrados pela CVM, que é a Comissão de
Valores Mobiliários.
Sociedade Anônima
São as chamadas empresas de Capital Aberto, que possuem ações negociadas na Bolsa de Valores e no
Mercado de Balcão. Essas empresas estão registradas na Comissão de Valores Mobiliários, cuja sigla é
CVM.
Por que uma empresa abre seu capital?
As empresas abrem seu capital por várias razões:
• fonte de financiamento para investimentos que a empresa deseja realizar a um custo em geral mais
baixo que o financiamento bancário;
• reestruturação de passivos;
• melhoria da imagem da empresa frente à imprensa especializada e frente aos parceiros comerciais e
financeiros, sendo eles nacionais ou estrangeiros;
• busca por aumento de liquidez do patrimônio dos acionistas controladores;
• reestruturação societária, etc.
Essas razões acabam influenciando na forma de como a empresa decide abrir seu capital: tipo de valor
mobiliário, tipo de lançamento e tipo de investidor mais adequado aos objetivos da empresa. A abertura
de capital não se restringe apenas às grandes empresas, as de menor porte também participam desse
mercado.
Ao comprar uma ação, você passa a ser sócio de uma empresa, comprando uma participação no capital
da mesma. Se a empresa for bem, o preço da ação possivelmente subirá, se as coisas não forem tão bem
assim, o preço possivelmente cairá.
Desta forma, através do lançamento de ações, uma empresa aumenta substancialmente o número de
acionistas (sócios), obtendo recursos que talvez não estivessem disponíveis de outra forma para investir
na empresa. Do ponto de vista do investidor, comprar ações dá a possibilidade dele se tornar um "sócio"
da empresa, investindo um valor de acordo com as suas disponibilidades.
Principais Títulos do mercado de capitais
Ativos Privados de Renda Fixa
Debêntures e Debêntures Conversíveis em Ações
Títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de empréstimo contraído pela
emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa.
No caso de debêntures não conversíveis, o empréstimo é liquidado normalmente no prazo previsto.
Quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos determinados e sob
condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valor em ações, incorporando-o ao capital
da sociedade emitente. Todas as condições pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos,
conversão em ações e vencimento de debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral de
acionistas.
Commercial Papers
Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de
30 e máximo de 360 dias).
Ações
Como já visto, as ações são títulos emitidos por companhias abertas que representam a propriedade de
uma fração do capital social da companhia - S/A - Sociedade Anônima -, registrada na CVM - Comissão de
Valores Mobiliários.
Na prática, quem investe em ações é proprietário de uma parte da sociedade anônima, tornando-se
acionista e participando de seus resultados, sejam eles lucros ou prejuízos. As ações são convertidas em
dinheiro, a qualquer tempo, através de negociação nas Bolsas de Valores ou no Mercado de Balcão, desde
que haja comprador ou vendedor.
Mercado de Ações
Pode ser entendido como sendo o segmento do mercado de capitais. No mercado de ações são realizadas
as chamadas colocações primárias - novas emissões de ações realizadas pelas sociedades anônimas, e as
negociações secundárias - realizadas com ações já existentes, colocadas em circulação, na Bolsa de
Valores e no Mercado de Balcão.
Mercado PRIMÁRIO X SECUNDÁRIO
Como descrito, o mercado primário, refere-se ao mercado no qual ocorre a venda da ação pela primeira
vez. É a primeira negociação realizada. A empresa pode colocar ações no mercado (abrindo seu capital),
ou fazer a emissão de um novo lote de ações.
É no mercado primário que ocorre a captação de recursos por parte da empresa.Estes recursos obtidos
entram para o caixa da empresa.
O mercado secundário é aquele em que os investidores compram ou vendem as ações de sua titularidade.
É a negociação de ações já emitidas e em circulação, normalmente realizado nas bolsas de valores.
As negociações realizadas neste mercado não trazem recursos diretos para as empresas, sendo estes
encerrados no mercado primário.
Renda de Ações
A rentabilidade que uma ação proporciona ao investidor é variável e irá depender de vários fatores, tais
como: condições de mercado, lucros que a empresa vem auferindo, como a empresa vem atuando no
mercado, percepções dos investidores, política de dividendos da empresa, etc.
O investimento em ações, está sujeito à flutuações, que podem ser negativas em um determinado
período, a longo prazo investimentos em ações tendem a superar os investimentos tradicionais de renda
fixa.
Para ganhar dinheiro em ações você precisa "comprar a ação antes que outros investidores queiram
comprá-la e vendê-la antes que outros investidores resolvam vendê-la". Pode não parecer, mas é mais
fácil do que parece! Para isso, você precisa entender os fatores determinantes da rentabilidade de uma
ação e se antecipar ao mercado.
O principal determinante da rentabilidade das ações é o comportamento do preço do papel. O preço das
ações é influenciado por uma série de variáveis, que podem ser agrupadas em quatro grupos básicos:
- Macroeconômicas
- Setoriais
- Mercado
- Desempenho da Empresa.
Variáveis Macroeconômicas
Abaixo, alguns exemplos de variáveis macroeconômicas o impacto que eles têm no mercado de ações
(Risco Sistemático):
Taxa de crescimento da economia - Maior crescimento, de forma geral, leva a maior lucro e alta no preço
das ações.
Taxa de juros - Em geral, juros maiores aumentam a rentabilidade da renda fixa, que "concorre" com as
ações como alternativa de investimento, além do efeito negativo sobre o balanço das empresas.
Mercado Externo - Além dos efeitos diretos sobre a economia brasileira, qualquer alteração no mercado
externo afeta diretamente o mercado de ações brasileiro já que parte dos compradores de ações
brasileiras é composta por estrangeiros. Quanto mais compradores estrangeiros, maior pressão de alta no
preço dos ativos e vice-versa.
Variáveis setoriais
Definem eventos que afetam especificamente o setor de atividades em que a empresa atua. Para facilitar
o entendimento, vamos usamos o setor de celulose como exemplo. Um aumento no preço internacional da
celulose afeta positivamente as ações do setor (aumento de receitas e lucro potencial). Outras variáveis
são possíveis inovações tecnológicas (por exemplo, um processo produtivo mais eficiente), mudanças nos
preços de matérias primas, mudança no perfil dos concorrentes internacionais, mudanças na legislação,
etc.
Variáveis de Mercado
Outros fatores que influenciam o preço das ações alterações específicas nas condições de compra e venda
de ações.
Dentre os principais fatores podemos citar:
a) Impostos (ex. maiores impostos sobre aplicações em ações podem desencorajar esta forma de
investimento, conseqüentemente afetando os preços) e
b) Mudanças nas regras de investimento dos investidores institucionais (ex. fundos de investimento,
fundos de pensão, companhias de seguro).
Desempenho da Empresa
Além dos elementos que influenciam a situação financeira da empresa (mudanças em preços dos produtos
produzidos e de matérias primas, aumento ou redução no endividamento, etc.), é importante observar
mudanças na perspectiva de novo negócios (tais como novos contratos, aquisições de outras empresas,
busca de parceiros, etc.) e alterações na estrutura acionária. Além do preço da ação, a rentabilidade de
um investimento no mercado acionário também depende de outras variáveis, sobretudo do nível de
dividendos, bonificações, tributação e corretagem.
Bolsas de Valores
Como já dito, as Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos, que realizam atividades de
interesse público. Têm como função principal oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas
registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar a divulgação constante
de informações sobre as empresas de capital aberto e sobre os negócios que são realizados em seus
pregões diários. São elas que garantem a efetivação das negociações realizadas, propiciando liquidez às
aplicações de curto e longo prazo.
Quem negocia os títulos e valores mobiliários são as chamadas sociedades corretoras, que são instituições
financeiras devidamente credenciadas, habilitadas a operar em Bolsas de Valores. As operações na Bolsa
podem ser realizadas de duas formas: pelo tradicional pregão viva-voz ou pelo pregão eletrônico.
Tipos de Ações existentes no Mercado
• Ordinárias (ON)
Concedem o direito de voto nas assembléias de acionistas da empresa. Quem possui estas ações, pode
participar das decisões tomadas nestas assembléias, como a eleição de membros da diretoria do Conselho
Fiscal da Companhia, ou ainda decidir sobre a destinação dos lucros e reformar o estatuto social, entre
outras.
Cada ação ordinária equivale a um voto.
A ação ordinária é representada pelo número 3 depois das quatro letras do código do ativo. Ex: CSNA3 –
Companhia Siderúrgica Nacional
• Preferenciais (PN)
Oferecem preferência no recebimento de resultados, como dividendos, ou no reembolso do capital em
caso de liquidação da companhia. Entretanto, as ações preferenciais não concedem o direito de voto, ou o
restringem.
A ação preferencial é representada pelo número 4 depois das quatro letras do código do ativo. Ex: PETR4
Ações preferências da Petrobrás
As ações preferenciais podem ainda ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que
apareça após o "PN". As características de cada classe são estabelecidas pela empresa emissora da ação,
em seu estatuto social. Essas diferenças variam de empresa para empresa. O estatuto da empresa vai
descrever as características – diferentes rendimentos para cada classe de ação.
Observação: As classes também podem indicar restrições feitas pelas empresas emitentes quanto à posse
das ações, como, por exemplo, restrição ao investimento de estrangeiros.
Preferenciais Classe A: são representadas pelo número 5 depois das 4 letras do ativo. VALE5
Preferenciais Classe B: são representadas pelo número 6 depois das quatro letras do ativo. ELET6
Observação: uma sociedade anônima pode emitir até 2/3 em ações preferenciais e 1/3 em ações
ordinárias.
Unit- conjunto de ação preferenciais e ações ordinárias, dentro de uma mesma unidade, identificada com
o número 11.
Ex. UBBR11
• Blue Chips
São as chamadas ações de 1ª linha. Ações de empresas de grande porte, com grande liquidez e volume
de negócios nas Bolsas de Valores. Ex.: Petrobrás e Eletrobrás.
São compostas em sua maioria por ações que formam o índice Bovespa.
• Small Caps
São empresas de 2ª e 3ª linhas, com patrimônio líquido bem inferior ao das empresas Blue Chips.
Forma de distribuição das Ações
• Nominativas
Ação, representada por cautela, que identifica o nome do seu proprietário no livro de Registro de Ações
Nominativas da empresa. A transferência da ação é feita com a entrega da cautela e a averbação de
termo, em livro próprio da empresa, identificando o novo acionista.
• Escriturais
Funcionam como uma espécie de conta corrente, onde os valores são lançados a débito ou a crédito dos
acionistas. Não há movimentação física dos documentos. Observação: ações ao portador não existem mais
desde o Plano Collor.
Lotes de Ações
• Lote padrão ou “redondo”
Quem deseja investir no mercado acionário precisa comprar uma quantidade mínima de ações com
características idênticas devidamente predeterminadas pelas Bolsas de Valores, o lote-padrão. Essa
quantidade é estipulada totalizando um número inteiro, na maioria das vezes múltiplos de 100, 1.000 e
assim por diante.
• Lote fracionário
Existe a possibilidade de ser transacionada uma quantidade inferior ao lote-padrão. Essa operação é
realizada no mercado fracionário. Exemplo: O lote-padrão de Itaú Banco PN, cujo código é ITAU4,
negociado no mercado à vista é de 100 ações ou múltiplos desse valor.
Para negociar ações em quantidades inferiores ao lote-padrão, é necessário recorrer ao mercado
fracionário, onde serão negociados, no exemplo acima, 1 a 99 ações de Itaú Banco PN. Logo, para
comprar 135 ações Itaú Banco PN, compram-se 100 ações no mercado integral e 35 ações no mercado
fracionário.
Para diferenciar as cotações do mercado fracionário essas vêm com um F depois do código, como PETR4F,
TNLP4F, entre outras.
Proventos
Provento é o nome dado aos benefícios e remunerações que as empresas concedem aos seus acionistas.
Os proventos variam entre as empresas, pois eles são concedidos de acordo com a política de cada
empresa.
Dividendos
Parcela do lucro apurado pela empresa que é distribuído aos seus acionistas no encerramento do exercício
social. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas as empresas devem distribuir em forma de
dividendos pelo menos 25% do lucro líquido apurado em cada exercício social. O dividendo pago às ações
preferenciais deve ser no mínimo 10% superior ao pago às ações ordinárias.
Quando uma empresa paga dividendos, ela está distribuindo aos acionistas parte do seu lucro no período.
Se a empresa anuncia um dividendo de R$ 2,00 por ação e você tiver 1.000 ações, então receberá R$
2.000,00 em dinheiro, que será enviado à sua conta.
Em geral o valor do dividendo é variável, dependendo do resultado da empresa no período e da política
interna de dividendos de cada empresa. Algumas empresas (em geral as maiores e mais estabelecidas no
mercado) preferem pagar dividendos mais altos; enquanto outras decidem reinvestir na empresa a maior
parte dos lucros gerados. A periodicidade de pagamento dos dividendos também não é definida e pode ser
trimestral, semestral ou anual.
Bonificação
Bonificação são novas ações que a empresa emite e distribui proporcionalmente entre seus acionistas.
Essa emissão é feita quando as reservas legais são incorporadas ao capital social da empresa.
Subscrição
A subscrição é um direito do acionista que tem o objetivo de manter a participação constante após uma
nova emissão de ações no mercado. Por exemplo, se um acionista é dono de 10% das ações de uma
empresa, ele terá o direito de comprar 10% da emissão de novas ações.
Split
Split é o desdobramento das ações existentes de uma empresa. Por exemplo, se uma empresa que possui
10.000 ações cotadas a R$10,00 cada fizer um split 1:2 ela passará a ter 20.000 ações cotadas a R$ 5,00
cada.
Ação vazia – ex
Ação cujos direitos de dividendos, bonificação e subscrição já foram exercidos.
Ação cheia – com
Ação cujos direitos ainda não foram exercidos.
Direitos de subscrição
Os direitos de subscrição são proventos oferecidos pelas empresas aos seus acionistas, em cumprimento a
instruções da Comissão de Valores Mobiliários e determinadas leis. Essas distribuições são anunciadas
quando há, por exemplo, aumento de capital social ou ajustes nas demonstrações financeiras. São
distribuídos em quantidade proporcional às ações já possuídas pelos acionistas da empresa em
determinada data preestabelecida no edital de subscrição.
O recebimento de direitos de subscrição depende da política de distribuição e pagamento de proventos
adotada pela empresa que os oferece, e também da quantidade de ações que o acionista possuir em
carteira em determinada data preestabelecida no edital de subscrição.
Caso o acionista não tenha interesse em subscrever seus direitos na data do exercício, ele pode vendê-los
em bolsa a preço de mercado, dentro do período preestabelecido. Há ainda a possibilidade de adquirir
direitos adicionais em bolsa, comprando esses direitos a preço de mercado, obedecendo aos prazos de
negociação, e podendo exercê-los na data estabelecida.
O acionista que desejar exercer seus direitos de subscrição pode fazê-lo através da própria Corretora,
dentro das datas estabelecidas.
É importante ressaltar que ações são ativos distintos de direitos de subscrição. Há dois tipos de ações
negociáveis em bolsa: ações ordinárias, que normalmente têm seus códigos acompanhados do número 3,
e ações preferenciais, que normalmente têm seus códigos acompanhados do número 4. Os direitos de
subscrição de ações ordinárias têm geralmente seus códigos acompanhados do dígito 1, enquanto os
direitos de subscrição de ações preferenciais têm geralmente seus códigos acompanhados do dígito 2. É
possível ainda diferenciar ações e direitos de subscrição através dos códigos “DIR PRE” e “DIR ORD” que
acompanham os direitos de subscrição de ações preferenciais e ordinárias respectivamente.
Exemplos de direitos de subscrição: ITSA1, ITSA2, TCSP1, TELB1, TCOC1, TEPR2.
O acionista que após as datas estabelecidas para exercício de direitos de subscrição ainda possui-los em
carteira, não poderá negociá-los em bolsa ou exercê-los, perdendo então a utilidade do provento.
Ações adquiridas através do exercício de direitos de subscrição dependem de homologação por parte da
empresa emissora para se tornarem negociáveis em bolsa. Na primeira etapa desse processo os direitos
são convertidos em “Recibos” de exercício de direitos de subscrição que comprovam o exercício por parte
do acionista junto à bolsa e garantem a ele o recebimento dessas ações. Assim como os direitos de
subscrição, os recibos também são negociáveis em bolsa.
Exemplo: um acionista recebe direitos de subscrição de uma empresa na qual mantém participação..
Realizado o exercício, seus direitos são convertidos em recibos negociáveis em bolsa. Dependendo do
processo de homologação, os recibos serão trocados por ações da empresa em questão. O período de
homologação de ações pode variar dependendo do emissor das ações.
Exemplos de recibo: ITSA9, ITSA10, TELB9.
Informações importantes que constam do edital de subscrição da empresa.
• Valor total da subscrição de ações e aumento do capital social
• Quantidade e tipo de ações a ser emitida
• Preço de emissão e de subscrição
• Justificativa do preço de emissão
• Prazo de exercício do direito de preferência
• Proporção do direito recebido
• Sobras
• Locais de atendimento
Tipos de Mercado
São vários os mercados que se podem negociar ações, como o mercado à vista, que é o nosso objeto de
estudo, o mercado futuro, mercado à termo, o de opções, o mercado de câmbio e de swap.
Mercado à Vista
A entrega dos títulos vendidos se processa no segundo dia útil depois de realizada a negociação em Bolsa.
Já o pagamento e o recebimento do valor da operação é feito no terceiro dia útil, mediante a efetiva
liquidação física.
Fluxo de liquidação
D+0
Dia em que você realiza a operação, sendo registrada automaticamente na Bolsa de Valores de São Paulo.
D+1
Último dia para especificação de operações à vista.
Último dia para reespecificação de operações à vista.
D+2
Autorização de movimentação de custódia.
D+3
Liquidação física da operação (entrega dos títulos).
Liquidação financeira da operação. Caso o cliente tenha comprado algum título e esse não tenha sido
depositado na conta da corretora, não ocorrerá o pagamento do mesmo. No caso da venda, se não
ocorrer o pagamento, os títulos não serão entregues à contraparte.
Ativo-objeto ou papéis negociáveis
Chamamos de ativo-objeto todas as ações negociáveis em Bolsa.
Preço
Os preços das ações são formados em função da oferta e procura dos investidores que atuam nesse
mercado. Quando a oferta é grande, a tendência é de que os preços das ações caiam, e vice-versa.
Anúncio de grandes investimentos ou parcerias, perspectivas do setor no mercado brasileiro e mundial,
política de dividendos da empresa, assim como as alterações na política econômica também exercem
grande influência na cotação dos preços das ações.
Negociações
Para que as negociações ocorram, é necessária a intermediação de uma corretora, que efetuará a
operação de acordo com a ordem de compra ou venda feita pelo cliente no pregão da Bolsa, através de
um de seus representantes, ou seja, o operador. As operações do mercado à vista poderão ser
acompanhadas em tempo real nesse site.
Formas de Negociação
As negociações poderão ser realizadas pelo sistema eletrônico de negociação por terminais ou no próprio
pregão viva-voz das Bolsas de Valores.
• Pregão Eletrônico (sistema eletrônico de negociação por terminais): a oferta de compra e venda de
ações é feita por terminais de computadores. Esse sistema faz com que automaticamente haja o encontro
das ofertas de compra e venda, realizando assim, os negócios. Os operadores realizam as negociações
diretamente da corretora.
• Pregão Viva-Voz (onde são negociadas as ações de maior liquidez): lugar onde os operadores das
corretores apregoam suas ofertas em viva-voz. No momento da negociação os operadores especificam o
nome da empresa, o tipo da ação, a quantidade e o preço de compra ou de venda.
After Market:
O After Market é uma negociação que acontece fora do horário de pregão, podendo oferecer maior tempo
e comodidade para os investimentos no mercado de ações. No After Market podem ser negociadas todas
as ações que foram negociadas no pregão normal do mercado à vista.
As ordens enviadas pelo sistema Home Broker - via Internet - no After Market têm um limite de
R$100.000,00 por investidor. Não há valor máximo para as transações, caso as ordens não sejam
enviadas pelo Home Broker.
Para proteger os investidores de oscilações abruptas do mercado, a variação máxima permitida nos preços
é de 2% em relação ao preço de fechamento do pregão diurno.
Horários de Negociação
Pregão Viva-Voz - 10h às 13h e das 14h às 17h45
Pregão Eletrônico - sessão contínua das 10h às 17h
After Market - negociação das 17h45 às 19h
Tipos de Ordem de Compra ou Venda
• Ordem a Mercado: é aquela que especifica somente a quantidade e as características dos valores
mobiliários ou direitos a serem comprados ou vendidos, devendo ser executada a partir do momento em
que for recebida pela sociedade corretora.
• Ordem Administrada: é aquela que especifica somente a quantidade e as características dos valores
mobiliários e os direitos a serem comprados ou vendidos, ficando a execução a critério da sociedade
corretora.
•
Ordem Discricionária: aquela que é cometida por uma instituição, a ser executada dentro das
possibilidades de mercado, representando um ou mais comitentes a um só tempo, cuja especificação será
determinada por quem cometer a ordem, que indicará, também, o preço a ser atribuído
• Ordem Limitada: é aquela que deve ser executada somente a preço igual ou melhor do que o
especificado pelo comitente.
• Ordem Casada: é aquela constituída por uma ordem de venda de determinado valor mobiliário ou
direito e de uma ordem de compra de outro, que só pode ser efetivada se ambas as transações puderem
ser executadas, podendo o comitente especificar qual das operações deseja ver executada em primeiro
lugar.
•
Ordem de Financiamento: é aquela constituída por uma ordem de compra ou de venda de um valor
mobiliário ou direito em uma modalidade operacional, e outra concomitantemente de venda ou compra do
mesmo valor mobiliário ou direito, na mesma ou em outra modalidade, com prazos de vencimentos
diferentes.
•
Ordem Stop: é uma ordem de VENDA programada para ser enviada para a bolsa somente quando a
cotação do ativo a ser vendido atingir valor igual ou inferior ao preço de disparo, chamado de “preço
stop”, estipulado pelo investidor. Quando atingido ou ultrapassado o “preço stop” programado, será
enviada uma venda do tipo limitada para a bolsa com o preço limite que foi estipulado pelo investidor no
ato do registro da oferta.
Validade das ordens
Para o dia: a ordem de compra ou venda da ação é valida somente até o fechamento do pregão. Se não
for realizada, é automaticamente cancelada.
Prazo Determinado: o investidor fixa o prazo de validade. Quando o prazo é expirado, a ordem á
cancelada.
Prazo indeterminado: a validade da ordem só termina com a execução ou cancelamento da ordem
Estratégias de Negociação
DAY - TRADE
Ocorre quando uma operação de compra e venda é realizada no mesmo dia, pelo mesmo investidor, na
mesma Bolsa de Valores e intermediada pela mesma sociedade corretor
Custos de Transação
• Taxa de Corretagem: será cobrada em função do volume de negócios realizados no pregão. Comoa
negociação é realizada através de corretoras, estas cobram uma comissão por este trabalho.
Temos dois tipos de Corretagem:
A fixa e a variável.
Fixa: a Corretora cobra uma taxa fixa por operação que você faz.
Exemplo: R$16,00 em uma compra ou venda efetuada
Variável: realizada pela maioria dos Bancos
Exemplo:
Se fizer uma compra/venda de até R$ 135,05, terá que pagar a Corretora R$ 2,70
Compra/venda de R$ 135,06 até R$ 498,61 terá que pagar uma taxa de 2%.
Compra/venda de R$ 498,62 até R$ 1.514,68, terá que pagar uma taxa de 1,50% e mais um custo fixo de
R$ 2,49
Compra/venda de R$ 1,514,69 até R$ 3.029,37; taxa de 1% mas custo fixo de R$ 10,06
Compra/venda a partir de R$ 3.029,38, taxa de 0,50% mais um custo fixo de R$ 25,21.
Obs.: - estes valores podem variar de corretora pra corretora
- os valores não são aplicador por operação e sim por volume financeiro total movimentado no dia
- os valores são cobrados tanto na compra como na venda.
Exemplo prático:
Itaútrade: Corretagem variável
Compra de 500 ações a R$ 20,00 = R$ 10.000,00
Venda de 500 ações a R$ 21,50 = R$ 10.750,00
Var. de 7,5%
Descontando tudo; terá um lucro de R$ 588,57
Banif: Corretagem fixa de R$ 16,00
Compra de 500 ações a R$ 20,00 = R$ 10.000,00
Venda de 500 ações a R$ 21,50 = R$ 10.750,00
Var. de 7,5%
Descontando tudo; terá um lucro de R$ 710,74
Se for operar valores muito baixos e utilizar uma corretagem fixa o custo fica maior. Agora se operar
valores representativos, vale a pena avaliar a corretagem fixa. Na verdade tudo depende das estratégias
que irá utilizar
• Emolumentos: é a taxa cobrada pelas Bolsas na negociação. Para Operações Finais a taxa é de
0,035% do valor financeiro da operação. Para Operações de Day-Trade a taxa é de 0,025% do valor
financeiro da operação.
• A.N.A.: é o chamado Aviso de Negociação de Ações. A Bovespa dá isenção dessa taxa por um
período indeterminado.
TARIFAS COBRADAS NO MERCADO À VISTA
BOVESPA
CBLC
TOTAL
Emolumentos
Liquidação
Registro
Finais
0,027%
0,008%
-
0,035%
Day-Trade
0,019%
0,006%
-
0,025%
Exercício de Posições
de Opções de
Compra
0,019%
0,006%
-
0,025%
Exercício de Opções
de índices sobre
Spread
0,027%
0,008%
-
0,035%
Custódia
A custódia pode ser entendida como sendo a guarda de títulos e valores mobiliários e do exercício de
direitos, que podem ser bonificações, dividendos ou direitos de subscrição que são distribuídos pela
sociedade anônima aos acionistas.
Esse tipo de serviço prestado aos investidores é efetuado pela denominada instituição custodiante, que
poderão ser os bancos comerciais, múltiplos e de investimento, sociedades corretoras e distribuidoras de
valores. Essas instituições devem estar devidamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários, a
CVM.
No que diz respeito ao exercício de direitos, exceto a subscrição, todos são efetuados automaticamente
nas chamadas contas de custódia dos investidores, até mesmo os desdobramentos e grupamentos de
ações. Já os direitos de subscrição somente poderão ser efetuados pelas instituições custodiantes com a
devida solicitação expressa do cliente.
Tipos de custódia
Custódia Fungível
É o tipo de custódia na qual as ações que são retiradas pelo investidor podem não ser aquelas que foram
anteriormente depositadas para a custódia, no entanto, devem ser da mesma qualidade e espécie e ter a
mesma quantidade.
Custódia Infungível
É o tipo de custódia na qual as ações que são retiradas pelo investidor têm de ser exatamente aquelas
que foram anteriormente depositadas para a custódia.
As ações adquiridas são custodiadas na CBLC, Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.
Tributação
Imposto de Renda de Pessoa Física.
Desde 1º de janeiro de 2005, a alíquota que incide sobre o lucro nas operações de renda variável é de
15% para operações normais. Para operações day-trade, a alíquota foi mantida em 20%.
Cálculo do Imposto de Renda no mercado de renda variável
O mercado de renda variável compreende todas as operações realizadas nas bolsas de valores, bolsas de
mercadorias e futuros e assemelhadas, bem como as operações com ouro, ativo financeiro, realizadas fora
de bolsas, com a intervenção de instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional (bancos,
corretoras e distribuidoras).
OPERAÇÕES NORMAIS
• Alíquota
Há incidência de alíquota de 15% sobre o ganho líquido.
• IR retido na fonte
Para operações de venda normais, há incidência de IR retido na fonte, na alíquota de 0,005%. Ficam
isentas desse recolhimento vendas cujo valor do IR na fonte em um mês seja igual ou inferior a R$ 1,00.
Normalmente as corretoras ligadas a bancos, recolhem o IR na fonte e irão acumular os valores a serem
pagos até que o limite de isenção seja ultrapassado. Assim que o mesmo ocorrer, haverá um débito em
conta corrente referente ao IR retido na fonte.
A alíquota de 15% deve ser aplicada sobre o lucro líquido apurado pelo investidor através de DARF.
Caso seja apurado um prejuízo no mês, o saldo de imposto retido na fonte poderá ser compensado com
os ganhos líquidos apurados nos meses subseqüentes.
• Isenção de Imposto de Renda
Estão isentos do Imposto de Renda os ganhos líquidos de pessoas físicas que tenham realizado no mês
alienações (vendas) no mercado à vista de ações igual ou inferior a R$ 20.000,00.
• Ganho líquido
É a diferença positiva entre o valor da venda e o custo de aquisição da ação.
• Valor de venda
(Preço x Quantidade) – (Corretagem + Emolumentos)
• Custo de aquisição
(Preço x Quantidade) + (Corretagem + Emolumentos)
Exemplo: Compra e Venda de ações Itaú Banco em 1 mês
Exemplo de cálculo do Imposto de Renda Variável:
Compra
Venda
Imposto de Renda
Ação
ABCD4
Ação
ABCD4
Quantidade
70
Quantidade
70
Preço
300,00
Preço
310,00
Total Financeiro
Corretagem
Emolumentos
Custo de
Aquisição
21.000,00
130,21
7,35
21.137,56
Valor da Venda:
21.558,70
Custo de Aquisição:
21.137,56 ()
Ganho Líquido:
421,14
Imposto de Renda:
63,17
IR retido na fonte:
1,08 (-)
IR a recolher via
Darf:
62,09
Total Financeiro 21.700,00
Corretagem
Emolumentos
Valor da Venda
IR retido na fonte 1,0 8
133,71
7,59
21.558,70
DAY-TRADE
Uma operação é considerada um day-trade quando uma compra e uma venda do mesmo ativo é realizada
no mesmo dia e pela mesma corretora.
• Alíquota
Há incidência de alíquota de 20% sobre o ganho líquido.
• IR retido na fonte
Para operações day-trade, há incidência de IR retido na fonte na alíquota de 1% sobre o ganho líquido. O
recolhimento desse percentual é realizado diretamente pela corretora.
O restante deve ser recolhido pelo investidor através de DARF.
Caso seja apurado um prejuízo no mês, o saldo de imposto retido na fonte poderá ser compensado com
os ganhos líquidos apurados nos meses subseqüentes.
A apuração do Imposto de Renda para as operações day-trade é feita como nas operações “normais”,
através da soma dos ganhos líquidos apurados no mês. Ao calcular o valor a ser pago deve ser deduzido o
valor já recolhido pela corretora.
• Compensação de Prejuízos Passados
A partir do início do ano 2000 os prejuízos obtidos nas operações no mercado à vista de ações só podem
ser compensados com os ganhos auferidos nesse mesmo mercado ou no mercado de opções, futuros e
termo. Os prejuízos apurados nas operações day-trade só podem ser compensados com os ganhos
líquidos apurados no mesmo tipo de operação.
• Pagando o Imposto de Renda
O IR deve ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao mês onde foram apurados ganhos
líquidos no mercados de renda variável.
O pagamento deve ser feito em qualquer agência bancária através do formulário DARF, utilizando o código
6015 (referente ao IR incidente sobre ganhos líquidos em operações em bolsa).
Em caso de atraso de pagamento, há a incidência de multa e juros moratórios. Para maiores informações,
consulte a página no site da Receita Federal que trata deste assunto.
• Declaração de Ajuste Anual
Como declarar os ganhos obtidos
- Os ganhos líquidos são apurados e tributados, mês a mês, em separado e não integram a base de
cálculo do Imposto de Renda na Declaração de Ajuste Anual. Apesar de não fazerem parte da base de
cálculo, os ganhos líquidos devem ser declarados na Declaração de Ajuste Anual. O imposto pago não
pode ser deduzido do devido na declaração. A declaração dos ganhos líquidos deve ser feita na seção
“Renda Variável” na Declaração de Ajuste Anual.
Como declarar a carteira de ações
- A declaração deverá ser feita na seção Bens e Direitos (ações) pelo custo de aquisição.
No site da Receita Federal está disponível toda a legislação sobre Imposto de Renda.
• Guia Rápido
Apuração: mensal
Alíquota: 15% sobre o ganho líquido para operações normais e 20% sobre o ganho líquido para operações
de day-trade.
Custo de Aquisição: Valor da Compra + Corretagem + Emolumentos
Cálculo do ganho líquido: (Valor de Venda – Custo de Aquisição)
Isenção: Alienação igual ou inferior a R$ 20.000,00 no mês
Pagamento: até o último dia do mês subseqüente
GOVERNANÇA CORPORATIVA
Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um sistema
pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, Conselho de
Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança
corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir
para a sua perenidade.
Implantados em dezembro de 2000 pela Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA, os Níveis
Diferenciados de Governança Corporativa são segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos
com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o
interesse dos investidores e a valorização das companhias.
Empresas listadas nesses segmentos oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas práticas de
governança corporativa que ampliam os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a
transparência das companhias, com divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade,
facilitando o acompanhamento de sua performance.
A premissa básica é que a adoção de boas práticas de governança corporativa pelas companhias confere
maior credibilidade ao mercado acionário e, como conseqüência, aumenta a confiança e a disposição dos
investidores em adquirirem as suas ações, pagarem um preço melhor por elas, reduzindo seu custo de
captação.
A adesão das Companhias ao Nível 1 ou ao Nível 2 depende do grau de compromisso assumido e é
formalizada por meio de um contrato, assinado pela BOVESPA, pela Companhia, seus administradores,
conselheiros fiscais e controladores. Ao assinarem o contrato, as partes acordam em observar o
Regulamento de Listagem do segmento específico, que consolida os requisitos que devem ser atendidos
pelas Companhias listadas naquele segmento, além de, no caso das Companhias Nível 2, adotar a
arbitragem para solução de eventuais conflitos societários.
COMPANHIA NÍVEL 2
As Companhias Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, adicionalmente, um
conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos societários dos acionistas
minoritários. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 2 tem como obrigações adicionais à
legislação:
- Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou US GAAP.
- Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos,
permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros
independentes.
- Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, incorporação,
fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo
sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembléia geral.
- Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos
controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste
valor para os detentores de ações preferenciais (tag along).
- Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor
econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste
Nível;
- Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários.
COMPANHIA NÍVEL 1
As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao
mercado e com a dispersão acionária. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 1 tem como
obrigações adicionais à legislação:
- Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – documento que é
enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém
demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a
demonstração dos fluxos de caixa.
- Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações Financeiras
Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA,
disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração
dos fluxos de caixa.
- Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – documento que é
enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém
informações corporativas – entre outras: a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão
da companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de Administração,
diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições.
- Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano.
- Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais
como assembléias, divulgação de resultados etc.
- Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas.
- Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da
companhia por parte dos acionistas controladores.
- Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por
cento) do capital social da companhia.
- Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a
dispersão do capital.
Novo Mercado
O Novo Mercado é um segmento de listagem destinado à negociação de ações emitidas por companhias
que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicionais
em relação ao que é exigido pela legislação.
A valorização e a liquidez das ações são influenciadas positivamente pelo grau de segurança oferecido
pelos direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade das informações prestadas pelas companhias.
Essa é a premissa básica do Novo Mercado.
A entrada de uma companhia no Novo Mercado ocorre por meio da assinatura de um contrato e implica a
adesão a um conjunto de regras societárias, genericamente chamadas de "boas práticas de governança
corporativa", mais exigentes do que as presentes na legislação brasileira. Essas regras, consolidadas no
Regulamento de Listagem do Novo Mercado, ampliam os direitos dos acionistas, melhoram a qualidade
das informações usualmente prestadas pelas companhias, bem como a dispersão acionária e, ao
determinar a resolução dos conflitos societários por meio de uma Câmara de Arbitragem, oferecem aos
investidores a segurança de uma alternativa mais ágil e especializada.
A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação, é a exigência de que o capital social da
companhia seja composto somente por ações ordinárias. Porém, esta não é a única. Por exemplo, a
companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações adicionais:
- Obrigações dos níveis 1 e 2 de Governança
- Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda
do controle da companhia (tag along).
- Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor
econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo
Mercado.
- Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais
como assembléias, divulgação de resultados etc.
- Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser aprovados
em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia.
O Índice Bovespa
O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de
ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais
papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de sua
série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968.
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 02/01/1968 (valorbase: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética*. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum
investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da
distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do
valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em
bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o
impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas
ações componentes.
Extremamente confiável e com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado, o Índice
Bovespa representa fielmente o comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das
negociações à vista observadas nos pregões da BOVESPA.
Finalidade
A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para
tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das negociações à vista
(lote-padrão) na BOVESPA.
Representatividade do Ibovespa
Em termos de liquidez:
As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de
negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista (lote-padrão) da BOVESPA.
A BOVESPA calcula seu índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no
mercado à vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira.
Outros índices:
IBrX-50
O índice IBrX-50 é composto pelos 50 papéis mais líquidos da BOVESPA, escolhidos de acordo com os
critérios de inclusão descritos abaixo.
Critérios de Inclusão de Ações no Índice
Integram a carteira do IBrX-50 as ações que atendem cumulativamente aos critérios a seguir:
a) ser uma das 50 ações com maior índice de negociabilidade apurados nos doze meses anteriores à
reavaliação;
b) ter sido negociada em pelo menos 80% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação
da carteira.
IBrX
O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100
ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume
financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do índice pelo seu respectivo número de ações
disponíveis à negociação no mercado.
Critérios:
a) estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade, apurados nos
doze meses anteriores à reavaliação;
b) terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à
formação da carteira.
ISE
O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com
reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também
atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro.
Índice de Energia Elétrica (IEE)
Primeiro índice setorial da BOVESPA, o Índice de Energia Elétrica (IEE) foi lançado em agosto de 1996
com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica. Dessa forma, constitui-se em um
instrumento que permite a avaliação da performance de carteiras especializadas nesse setor.
Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL)
Segue mesma metodologia do IEE.
INDX
Fruto de um convênio entre a FIESP e a BOVESPA, o Índice do Setor Industrial (INDX) foi desenvolvido
com o objetivo de medir o desempenho das ações mais representativas do setor industrial, importante
segmento da economia brasileira. Sua carteira teórica é composta pelas ações mais representativas da
indústria, que são selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez e são
ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação.
IVBX-2
O Índice Valor Bovespa - 2ª Linha (IVBX-2) foi desenvolvido em conjunto pela BOVESPA e pelo jornal
Valor Econômico, visando mensurar o retorno de uma carteira hipotética constituída exclusivamente por
papéis emitidos por empresas de excelente conceito junto aos investidores, classificadas a partir da 11ª
posição, tanto em termos de valor de mercado como de liquidez de suas ações.
Ações Elegíveis para o Índice
O índice IVBX-2 será composto por 50 papéis escolhidos em uma relação de ações classificadas em ordem
decrescente por liquidez, de acordo com seu índice de negociabilidade (medido nos últimos doze meses).
Dado o objetivo do índice, não integrarão a carteira as ações que apresentem os 10 índices de
negociabilidade mais altos, nem aquelas emitidas pelas empresas com os 10 maiores valores de mercado
da amostra. Assim, a carteira será composta pelas 50 melhores ações cujos índices de negociabilidade
estejam classificados a partir da 11ª posição, observados os demais critérios de inclusão descritos abaixo.
Serão incluídas na carteira do índice as 50 empresas elegíveis que atendam aos seguintes critérios:
a) estarem classificadas a partir da 11ª posição, em termos de índice de negociabilidade medido nos
últimos doze meses;
b) não apresentarem os 10 maiores valores de mercado da amostra;
c) não possuírem outro tipo classificado entre os 10 primeiros índices de negociabilidade;
d) terem presença em pregão acima de 70%.
Uma empresa participará da carteira somente com seu tipo mais líquido (aquele que apresentar o maior
índice de negociabilidade no período).
IGC
O IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por objetivo medir o desempenho
de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança
corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou
2 da BOVESPA.
Elegem-se à inclusão na carteira teórica do índice todas as ações emitidas por empresas negociadas no
Novo Mercado ou classificadas nos Níveis 1 e 2 da BOVESPA.
São incluídas na carteira do índice todas as empresas admitidas à negociação no Novo Mercado e nos
Níveis 1 e 2 da BOVESPA. Os procedimentos para a inclusão de uma ação no índice obedecem à seguinte
regra:
Uma vez a empresa tendo aderido aos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA, todos os tipos de ações de sua emissão
participarão da carteira do índice, exceto se sua liquidez for considerada muito estreita.
ITAG
O ITAG – Índice de Ações com Tag Along Diferenciado tem por objetivo medir o desempenho de uma
carteira teórica composta por ações de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas
minoritários, no caso de alienação do controle.
Como Analisar o Mercado de Ações
Um dos fatores determinantes do sucesso dos melhores investidores no mercado de ações é a capacidade
de analisar as ações de forma apropriada, o que lhes permite entrar e sair do mercado no momento certo.
A partir do momento em que seu perfil de investidor está definido (após analisar sua situação financeira e
patrimonial, quanto risco você está disposto a correr, qual prazo você pode investir e qual seu objetivo de
rentabilidade) você já está pronto para analisar os vários fatores que afetam o comportamento das ações.
De forma genérica, podemos dizer que a análise deve ser baseada em uma série de variáveis, não se
restringindo somente à situação atual, mas também tirando lições do comportamento passado das ações e
tentando chegar a um consenso quanto ao desempenho futuro da empresa. Desta forma, a análise se
baseará em dados passados, presentes e futuros, com o objetivo de determinar quais as perspectivas da
empresa.
Existem duas correntes ou "escolas" básicas de análise do mercado de ações:
- Análise financeira e fundamentalista: mais indicada para o médio e longo prazo
- Análise técnica (ou gráfica): mais recomendada para detectar oportunidades de curto prazo
ANÁLISE FINANCEIRA
Demonstrativos Financeiros
Os principais demonstrativos financeiros de uma empresa são: Balanço Patrimonial, Demonstrativo de
Resultados e Demonstrativo de Origens e Recursos.
Balanço patrimonial
É uma das principais demonstrações financeiras e mostra o que a empresa possui (ativos), o quanto deve
(passivos), e quanto capital os acionistas investiram na empresa (patrimônio líquido). O balanço é
composto por estes três itens (ativo, passivo e o patrimônio líquido) e a soma de passivo e patrimônio
líquido deve ser sempre igual ao ativo.
Pode-se dizer que o balanço patrimonial apresenta uma "fotografia" da empresa em uma determinada
data (normalmente os balanços são emitidos trimestralmente), ou seja, o balanço do primeiro trimestre
apresenta os valores correspondentes a cada conta (ativo, passivo e patrimônio líquido) no último dia
deste período (31 de março).
Ativo - O ativo representa todos os itens ou bens da empresa que são usados nas suas atividades, sejam
elas quais for. Podem ser citados como componentes do ativo de uma empresa: caixa, estoques, créditos,
imóveis, equipamentos, investimentos, etc.
Passivo e Patrimônio Líquido - Para adquirir cada um dos bens que compõem o ativo, a empresa precisa
se financiar. De maneira geral, pode-se dizer que patrimônio líquido eqüivale à parte do financiamento
feita por acionistas, enquanto que o passivo é igual à parte feita por terceiros. Quando utilizamos a
expressão financiamento para descrever o passivo e patrimônio líquido, isso não que dizer financiamento
financeiro.
Apesar de nem todos serem financeiros, todos os itens do passivo são, de uma forma ou de outra, um
financiamento, pois correspondem a obrigações que a empresa tem com terceiros e que ainda não foram
cumpridas (ex. impostos a pagar, etc.). Isso esclarece porque o ativo sempre se iguala à soma do
patrimônio líquido e do passivo.
Demonstrativo de resultados
Esse demonstrativo detalha e quantifica o que a empresa recebe (receitas), o quanto gasta (despesas) e o
resultado líquido dessas operações (lucro ou prejuízo) em um determinado intervalo de tempo.
Com base na análise do lucro ou prejuízo da empresa, o empresário pode estimar o quanto pode retirar da
companhia, ou, em caso de prejuízo, o quanto precisa investir para equilibrar o seu caixa. Pode-se dizer
que o demonstrativo de resultados é organizado de acordo com o processo de produção da empresa.
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
A análise fundamentalista tem o objetivo de avaliar alternativas de investimento a partir do processamento
de informações obtidas junto às empresas, aliadas ao entendimento da conjuntura macroeconômica e do
panorama setorial nos quais a companhia se insere, passando pela análise retrospectiva de suas
demonstrações financeiras e estabelecendo previsões para o seu desempenho.
Cabe à análise fundamentalista estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra
ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa se dá
pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro.
A análise fundamentalista adiciona o componente preço aos indicadores financeiros da empresa. Isso
porque os múltiplos de mercado em que se baseia são calculados como a relação entre o valor de
mercado da empresa e elementos dos demonstrativos financeiros. Os indicadores fundamentalistas mais
utilizados por analistas são: P/VPA, P/LPA, VE/EBITDA, e Dividend yield.
Indicadores de Liquidez
Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante
Indica quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação a cada unidade monetária que deve no
mesmo período.
Liquidez Seca = (Ativo Circulante - Estoques)/Passivo Circulante
Tem o mesmo significado que a liquidez corrente, com exceção do fato de que os estoques não são
considerados como recebíveis, ou seja, não conta com a realização imediata dos estoques.
Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
Oferece a mesma indicação da liquidez corrente, mas engloba também os ativos e passivos a longo prazo.
Indicadores de Endividamento
Endividamento Geral = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo / Patrimônio Líquido
Indica quanto a empresa tem captado junto a terceiros em relação ao seu capital próprio.
Endividamento Oneroso = Dívida Onerosa Total / Patrimônio Líquido
Mede especificamente o comprometimento do capital próprio da empresa em relação à sua dívida com
bancos e outras que têm custo financeiro embutido (debêntures, desconto de duplicatas, etc.).
Endividamento Oneroso Líquido = Dívida Onerosa Total - Disponibilidades / Patrimônio Líquido
Como o nome diz, trata-se do cálculo do endividamento deduzido das disponibilidades aplicadas no
mercado financeiro. É bastante útil nos casos de empresas que têm baixo custo de captação de
empréstimos e o fazem com intuito de realizar o que chamamos de arbitragem, ou seja, captam de um
lado e aplicam do outro, gerando ganhos líquidos.
Indicadores de Rentabilidade
Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido
É a taxa de retorno dos acionistas e mede a performance do lucro em relação ao capital próprio
empregado no empreendimento. Normalmente se utiliza o Patrimônio inicial, mas podem ser necessários
ajustes, o que nos leva a sugerir, em princípio, o emprego do Patrimônio médio do período de apuração
do lucro.
Rentabilidade do Ativo Total = Lucro Líquido/Ativo Total médio
Este indicador mede a eficiência global da administração, ou seja, o retorno obtido em relação ao total de
recursos empregados, sejam eles próprios ou de terceiros.
Os indicadores de rentabilidade são habitualmente expressos no formato percentual.
Indicadores de Mercado
Lucro por Ação (LPA): representa a divisão do lucro líquido pelo número total de ações da empresa.
LPA = Lucro Líquido / Número Total de Ações
Valor Patrimonial por Ação (VPA): representa a divisão do Patrimônio Líquido da empresa pelo seu número
total de ações.
VPA = Patrimônio Líquido / Número Total de Ações
indica quanto o mercado paga para cada real que os acionistas investiram na empresa. Por exemplo, se o
P/VPA da companhia é 1,5, isso significa que o mercado está disposto a pagar R$ 1,5 por cada R$ 1 que
os acionistas investiram na empresa. O mesmo raciocínio vale para P/VPA inferiores a 1, nesse caso o
mercado aplica um desconto no capital investido pelos acionistas.
Preço/Lucro (P/L)
= Cotação da Ação/ Lucro por Ação
= Valor de Mercado/ Lucro Líquido
Indica o tempo de retorno do investimento, partindo-se da premissa que o lucro apurado se repetirá nos
próximos anos. Assume ainda um caráter de preço relativo, na medida em que seja disponível uma série
de projeções para várias empresas para determinado ano. expressa o valor de mercado da empresa em
termos de seu lucro líquido. Assim como o P/VPA, quanto maior o indicador, mais cara a ação está em
relação a sua geração de lucro, e vice-versa no caso de um indicador menor. Novamente, é recomendável
fazer uma análise comparativa do P/LPA da empresa com o de outras companhias do mesmo setor.
Preço/Valor Patrimonial (P/VPA)
= Cotação da Ação/ Patrimônio Líquido por Ação
= Valor de Mercado/ Patrimônio Líquido
Valor de Mercado:
É calculado multiplicando-se a quantidade total de ações pelo último preço, ou seja, equivale a quanto a
empresa vale na ótica do mercado. Vale lembrar que o valor de mercado não equivale ao preço de compra
de 100% das ações. Isso porque o preço usado no cálculo reflete o último negócio concluído, que pode
ser bem diferente das expectativas de preço dos demais acionistas da empresa.
No caso de uma empresa com várias classes de ações (ON, PN, etc.), o valor de mercado da companhia é
obtido pela soma do valor de mercado de cada classe de ações.
Pay-Out é a taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos ou juros
sobre o capital próprio. A legislação exige que seja distribuído, no mínimo, 25% do lucro líquido após as
deduções legais. Exemplificando, se uma empresa tem lucro de R$ 1,00/ação e distribui R$ 0,35/ação
como dividendos, seu pay-out seria de 35%.
Dividend Yield (ou retorno de dividendos): é calculado como a divisão entre o dividendo pago por ação em
um determinado período, geralmente 12 meses, e a última cotação da ação. Empresas que possuem um
dividend yield alto tendem a ser as escolhidas por investidores que preferem retorno garantido a ganhos
de capital.
Valor da Empresa:
É calculado como a soma entre o valor de mercado e a dívida líquida da empresa, e reflete o valor total da
empresa, ou seja, o capital próprio (acionistas) e o de terceiros (dívida líquida). Em geral, o valor da
empresa é usado no cálculo de índices relativos a Vendas, EBIT e EBITDA (todos eles representam fluxos
disponíveis a acionistas e credores).
EBITDA: o EBITDA é uma medida aproximada do fluxo de caixa operacional da empresa, pois exclui
depreciação e despesas financeiras. Esse múltiplo relaciona o valor da empresa com a sua capacidade de
geração de caixa (fluxo de caixa). Esse múltiplo não se aplica a empresas financeiras, pois para essas
companhias endividamento financeiro (e despesas financeiras) faz parte de suas atividades normais.
Para saber se o indicador fundamentalista de uma empresa está alto (empresa está cara no mercado) ou
baixo (empresa está barata no mercado) é necessário analisar o desempenho do indicador dessa empresa
historicamente e, com relação ao de companhias do mesmo setor.
ANÁLISE TÉCNICA OU GRÁFICA
A análise técnica não está preocupada em analisar os fundamentos da empresa, tal como desempenho
financeiro, endividamento ou expectativa de lucros, mas seu foco está centrado no comportamento dos
preços de suas ações. Seu princípio básico é o de que a cotação de uma ação segue padrões e tendências
que se repetem, ou seja, a cotação atual de uma ação é influenciada pela média histórica de cotações,
sempre observando de perto o indicador de volume.
A maioria dos indicadores técnicos utiliza uma combinação de médias para seu cálculo, normalmente uma
média de curto prazo e uma média de longo prazo. A análise do volume negociado é fundamental, já a
maioria das mudanças de tendências (de alta para baixa, ou vice versa) somente ocorre quando existe um
grande volume de negócios.
Suporte e Resistência
São dois conceitos muito utilizados na análise técnica.
Suporte: nível de cotações onde existem muitos investidores que estão dispostos a comprar a este preço,
evitando que os preços caiam ainda mais.
Resistência é o contrário, ou seja, um nível de cotações onde existem muitos vendedores dispostos a
vender a este preço, evitando que os preços subam mais
Um dos aspectos interessantes dos suportes e resistências é a sua mudança de um para o outro no caso
de sua quebra. Um suporte, após ser quebrado pelo fechamento transforma-se em resistência e vice
versa. Esta reversão, no entanto, tem uma força menor e deve ser encarado mais para o curto prazo.
Deve ser enfatizado aliás o aspecto de psicologia de mercado que leva a sua feitura. Suportes e
resistências existem pela lembrança que o mercado tem destes pontos significativos embora, é óbvio,
exista também o aspecto de real aumento de demanda e oferta em certos níveis de preços.
Gráfico de Barras
O gráfico de barras é um dos tipos mais populares na análise técnica. Conforme pode ser visto na
ilustração ele utiliza o valor de abertura, máximo, mínimo e de fechamento.
A barra oferece uma série de informações sobre o que acontece no pregão. O segmento de reta para a
esquerda é a abertura, ou seja, o valor do primeiro negócio que ocorreu no dia. O segmento para a direita
é o valor de fechamento, representando o preço do último negócio no pregão. O ponto mais alto da barra
coincide com o preço máximo praticado durante o pregão, enquanto que a extremidade inferior
corresponde ao preço mínimo.
Candlestick
Os candlesticks surgiram no Japão no século 17 com o mercado de arroz. De lá para cá esse sistema de
representação foi sofrendo alterações até chegar nos dias atuais, onde é bastante usado para a análise
gráfica. Como qualquer análise técnica, deve ser usado junto com outras ferramentas.
Para se criar o candlestick usa-se o preço de abertura, fechamento, máximo e mínimo de cada dia. O
corpo do candlestick é representado por uma barra cuja altura é dada pela diferença entre o preço de
fechamento e abertura, enquanto a linha acima e abaixo correspondem ao preço máximo e mínimo
respectivamente.
Quando o preço de fechamento é maior que o preço de abertura do dia, o candlestick é representado aqui
pela cor azul para facilitar a visualização. E quando o preço de fechamento é menor que o preço de
abertura do dia, utiliza-se a cor vermelha. O período adotado no Grafbolsa é diário, porém pode ser
adotado outros períodos como semanal. No caso do período semanal, o máximo e mínimo são obtidos da
última semana.
Conceito básicos das linhas de tendência de alta e baixa
As linhas de tendências são retas traçadas pelos topos ou fundos de um gráfico de cotações, que
possibilitam a visualização da tendência do mercado. Para que a linha de tendência possa existir, é preciso
que haja pelo menos dois pontos, indicando uma tendência e um terceiro ponto, que deve confirmar a
tendência.
Assim, para a identificação de uma tendência de alta, por exemplo, é preciso que cada fundo subseqüente
seja superior ao fundo anterior, já que as linhas de alta são traçadas pelos fundos. No sentido oposto,
para que uma tendência de queda seja identificada é preciso que cada topo subseqüente seja inferior ao
topo anterior, pois as linhas de baixa são traçadas pelos topos.
Além disso, muitos analistas afirmam que é mais seguro aguardar que o topo formado por dois fundos
seja rompido para que se caracterize com mais segurança a tendência de alta.
Identificando pontos de reversão
Uma vez traçadas as linhas, o investidor deverá observar o comportamento do mercado. A reversão de
uma tendência pode ser identificada através do rompimento da linha, sendo que, quanto maior for esse
rompimento, maior será a chance da reversão acontecer.
Outros indicadores muitos utilizados em análise técnica são: MACD, Estocástico, Índice de Força Relativa e
as médias móveis.
MACD: indica a diferença entre as expectativas de curto e de longo prazo e é calculado utilizando médias
das cotações. A regra básica do MACD é vender se o MACD (linha vermelha no gráfico) cai abaixo da
média de 9 dias (linha azul no gráfico) e comprar, quando o MACD passa acima da mesma linha.
Estocástico (STK): também se utiliza de médias históricas. De acordo com o STK, poderá ser um bom
ponto de compra de uma ação, quando o STK estiver aumentando em relação ao dia anterior,
principalmente se seu valor for menor do que 20. Da mesma forma, poderá ser um bom ponto de venda,
quando o STK estiver diminuindo em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for maior do que
80.
Índice de Força Relativa (IFR): de acordo com o IFR, poderá ser um bom ponto de compra de uma ação,
quando o IFR estiver aumentando em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for menor do
que 30. Da mesma forma, poderá ser um bom ponto de venda de uma ação, quando o IFR estiver
diminuindo em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for maior do que 70.
Médias Móveis
Médias móveis são uma das mais populares ferramentas para análise técnica. Podendo ser utilizadas
sozinhas ou, de preferência, em conjunto com outros indicadores técnicos.
A média móvel pode ser simples ou exponencial. Elas são calculadas utilizando o preço de fechamento e
estão sempre "atrás" do preço, por isso são utilizadas mais como indicadores de tendência, sendo
melhores aplicadas quando o mercado apresenta tendência definida de alta ou baixa e não em mercado
voláteis
A média móvel mais utilizada é a exponencial, que responde mais rápido às variações do mercado porque
atribui mais peso aos preços mais recentes. O período utilizado normalmente utilizado é de 5 e 21
dias.Quanto menor o período (dias) usados na média móvel, mais rápido é a reação com as mudanças do
preço. Inicialmente, poderia-se pensar que quanto mais rápido a resposta melhor os resultados, porém
isso nem sempre é verdade, porque quanto mais sensível um indicador mais sinais de compra ou venda
ele dará, podendo dar sinais falsos com mais frequência.
Se um indicador é menos sensível ele dará sinais mais corretos, porém também pode ser muito tarde.
Esse é sempre o dilema da análise técnica, entre a sensibilidade do indicador contra a qualidade dos sinais
de compra ou venda. O investidor deve experimentar diferentes períodos para a média móvel a fim de
encontrar o que melhor se adapta ao mercado e à ação.
Há três principais caminhos para identificar a tendência de uma ação com o uso de médias móveis :
- O primeiro caminho usa a direção da média móvel, se ela está subindo, a ação está com tendência de
alta. Se a média móvel esta caindo, também está a ação.
- O segundo caminho para identificar a tendência do mercado é a localização do preço em relação à média
móvel. Se o preço está acima da média móvel, a ação é considerada com tendência de alta. Se o preço
está abaixo da média móvel, a tendência é de baixa.
- O terceiro caminho utiliza uma média móvel de curto prazo e outra de longo prazo. Quando a média
móvel de curto prazo está acima da média móvel de longo prazo , a tendência é de alta. E quando a
média móvel de curto prazo está abaixo da de longo prazo, a tendência é de baixa.
Bandas Bollinger
Tem como conceito a probabilidade de afastamento máxima da média de 21 ou 14. A partir desta média o
sistema gera dois desvios padrão para cima e dois para baixo, englobando mais de 95% dos possíveis
preços. Pode ser utilizada com suporte e resistência
Fibonacci
Fibonacci foi um matemático italiano do século XIII que criou uma sequência de números cujo próximo
número é sempre a soma dos dois anteriores , ou seja : 1 , 2 , 3 , 5 , 8 , 13 , 21 , 34 ...
Nessa sequência , com excessão dos valores iniciais, quando se divide um número pelo seu próximo,
encontra-se sempre um valor muito próximo de 0.618 ( por exemplo : 21 / 34 = 0.618 ).
Acontece que esse valor e suas variações como : 1 - 0.618 = 0.382 , ocorrem com certa frequência em
formas geométricas na natureza, como em conchas , flores , no DNA humano, etc. Daí se induziu que
esses números poderiam estar presentes no comportamento das ações. Nada prova que isso possa
ocorrer, porém mesmo assim Fibonacci é muito usado para determinar pontos de suporte e resistência
das ações.
Para o uso de Fibonacci normalmente pega-se os pontos iniciais e finais de uma tendência de alta ou
baixa. Com esses pontos pode-se traçar retas, arco e hélices. As retas de Fibonacci são encontradas entre
os dois pontos, por exemplo : 61.8% ou 38.2% da diferença entre os dois preços.
Com essas retas encontra-se os pontos de resistência e suporte. Os arcos gerados por um círculo tem seu
raio determinado pelo mesmo método e também as hélices. Além de 0.618 e 0.382 também usa-se o
valor de 0.5.
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