Universidade Nove de Julho - UNINOVE Gestão DE RISCO E MERCADO DE CAPITAIS Material de Apoio Nome: Curso: Administração Departamento: Gerenciais RA: Semestre/turma: Prof. Jorge Luiz C. Pereira/Sandro Pain GESTÃO DE RISCO E MERCADO DE CAPITAIS [2010] Prof. Jorge Luiz Custódio Pereira I. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1 INTRODUÇÃO Este capítulo apresenta o conteúdo programático, os objetivos pedagógicos, a bibliografia, sites de internet, materiais necessários, sistemática de avaliação a serem observados durante o 1º semestre de 2008 na disciplina de Administração de Carteiras. 1.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Classificação dos tipos de risco: Risco Operacional, Legal, e de Liquidez, Risco de Crédito; Risco-País; Agências de Rating, Risco de mercado – (absoluto e relativo); (sistemático e não sistemático).. 2. Definição de Risco. 3. Risco de um ativo individual. 4. Mensuração de Risco. 5. Modelo de Markowitz. 6. Risco em contexto de carteira. 7. Covariância. 8. Coeficiente de correlação. 9. Carteira de variância mínima. 10. Modelo de formação de preços de ativos – CAPM. 11. Coeficiente Beta. 12. Índice de Sharpe. 13. Desenvolvimento do Mercado de Capitais no Brasil - Evolução e estrutura atual do Sistema Financeiro no Brasil. 14. Mercado de Capitais - Principais características. 15. Mercado Primário e o estudo do processo de lançamento público de ações ou operações de Underwrinting. 16. Mercado Secundário de Bolsa de Valores e o Mercado de Balcão. 17. Determinação da Renda ou Rentabilidade no mercado de ações. 18. Técnicas de Análise de ações - Modelos: Escola Fundamentalista e Escola Grafista. 19. Governança Corporativa no Mercado de Capitais e o Novo Mercado. 1.3 OBJETIVOS PEDAGÓGICOS Proporcionar ao aluno conhecimentos fundamentais à gestão eficaz de uma carteira de ativos, bem como capacitá-lo à correta tomada de decisão sob a ótica dos investimentos. 1.4 BIBLIOGRAFIA . GITMAN, Laurence - Princípios de Administração Financeira. Mc Books, São Paulo, 1997. . NETO, Alexandre Assaf - Mercado Financeiro 6º edição. Atlas, São Paulo, 2005. . PINHEIRO, Carlos Alberto Orge - Como Investir em Ações - Aprenda a Otimizar sua Carteira de Ações com Estratégias, Usando o MS EXCEL – 1° edição. LCM editora, São Paulo, 2007. . CAVALCANTE FILHO, Francisco da Silva; MISUMI, Jorge Yoshi. Mercado de Capitais. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2002. . PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2009. . ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. São Paulo: Editora Atlas, 1999. A TOMADA DE DECISÃO Em nosso dia-a-dia somos obrigados a tomar decisões praticamente em todos os instantes, quaisquer que sejam. Entretanto as pessoas que tomam as decisões possuem diferentes níveis de responsabilidade. Nas áreas administrativas e financeiras, as tomadas de decisão podem representar o sucesso ou fracasso de um determinado projeto, ou até mesmo da empresa, qualquer que seja seu negócio. Do ponto de vista de um administrador, uma das suas funções mais importantes é exatamente a de decidir. Elementos que antecedem a tomada de decisão Alguns elementos podem influenciar o processo decisório: - experiência: provém de um conjunto de situações vividas por uma pessoa e será cada vez maior quanto maior for o número de exposições ao processo decisório em circunstâncias diferentes. - julgamento: em muitos casos o administrador precisa assumir uma postura objetiva e necessita tomar uma decisão boa em vez de procurar uma ótima ou até mesmo contrariar sua experiência dada alguma situação. - ambiente: o administrador deve levar em conta como as decisões poderão afetar as pessoas e o fluxo de informações. Deve ser analisado antes e depois da decisão. Etapas do processo decisório - definição do objetivo: deve estar claramente definido o objetivo da decisão a ser tomada. Na empresas em geral, são: a maximização dos lucros e minimização dos custos. - variável objeto: deve-se corresponder ao objetivo uma variável quantitativa que assuma valores conforme o evento avaliado, com o intuito de poder fazer comparações e dar tratamento estatístico. Ex: em uma avaliação financeira, pode-se assumir como variável objeto o rendimento dos últimos meses. - avaliar as alternativas: em condições de risco e incerteza, o ato de decidir basicamente, consiste na seleção e avaliação das alternativas disponíveis. - cenários: é importante no processo decisório a construção de cenários futuros seguindo algumas etapas: fixar o horizonte de tempo da variável objetivo; definir as variáveis que influenciarão os valores da variável objetivo; elaborar os cenários com a fixação de parâmetros qualitativos e quantitativos. - construir uma matriz de decisão: é a forma final de apresentar os elementos que fazem parte do processo de avaliação do risco e do processo decisório. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO PROBABILIDADE DE CADA CENÁRIO ALTERNATIVAS A1 A2 A3 Cenário 1 Crescimento 20% X1 X2 X3 Cenário 2 Aumento de taxa de juros 50% X4 X5 X6 Cenário 3 Recessão 30% X7 X8 X9 RISCO, INCERTEZA E PROBABILIDADES Como já visto, a incerteza está presente em um grande número de decisões do administrador. Na prática, as decisões financeiras são fundamentalmente voltadas para o futuro. Sendo assim é imprescindível que se introduza a variável incerteza como um dos mais significativos aspectos dos estudos das operações da empresa. Toda vez que a incerteza associada à verificação de determinado evento possa ser quantificada, por meio de uma distribuição de probabilidades dos diversos resultados previstos, podemos dizer que a decisão está sendo tomada sob uma situação de risco. Desta maneira, o risco pode ser entendido pela capacidade de se mensurar o estado de incerteza de uma decisão, mediante o conhecimento das probabilidades associadas à ocorrência de determinados resultados ou valores. É um conceito voltado para o futuro, revelando uma possibilidade de perda. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GESTÃO DE RISCO Podemos definir risco como sendo a incerteza quanto ao resultado futuro de um investimento que pode ser medido matematicamente. Numa definição mais simples, pode-se dizer que risco é a probabilidade de que ocorra algo não esperado quanto ao retorno do investimento, ou a probabilidade de ocorrer algo diferente do esperado. Podemos definir gestão de riscos como a capacidade de tomar providências hoje para garantir a sobrevivência do empreendimento no futuro, caso ocorra um cenário improvável porém possível. Surge como resposta às volatilidades das taxas de câmbio, juros, preço das commodities, etc. Para saber qual providência deve ser tomada, torna-se necessário mensurar o risco, transformar a incerteza em números. Toda e qualquer tomada de decisão de investimento no mercado financeiro pode e deve ser analisada sob três aspectos fundamentais: - Rentabilidade - Liquidez - Segurança Rentabilidade ou retorno esperado: é aquilo que se cobra pelo adiamento da decisão de consumo. Liquidez: é a capacidade de converter, o mais rápido possível, o investimento em dinheiro. Segurança: é a certeza de que ao deixar de consumir no presente, o consumo futuro será possível com base no montante de capital esperado. Obs: É impossível, de forma simultânea, garantir 100% de confiança a maximização dos três componentes. É o chamado “cobertor curto” da decisão de investimento. Pode-se dizer que o conceito de risco foi estabelecido por Harry Markowitz (autor do livro Portifolio selection) e este embasamento teórico passou a ser utilizado por todo o mercado para apurar a relação risco/retorno a fim de decidir qual investimento escolher e o momento certo de investir ou sair de um investimento. Devido ao avanço do processo de globalização da economia com aceleração da mobilidade de capitais entre os diversos países e ampliação do mercado de derivativos para fins de alavancagem financeira, surgiram sucessivas crises mundiais principalmente em países emergentes e estas crises evidenciaram que era necessário um controle mais rigoroso do risco que as instituições financeiras estavam correndo com seus investimentos espalhados pelo mundo. Crises Mundiais: México (1994-95), países asiáticos (1977), Rússia (1998), Brasil (1999) e Argentina (2000-01). Em 24.09.1998, resolução 2.554 o CMN determinou que as instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil deveriam implementar controles internos voltados para suas atividades. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE RISCO Segundo a literatura financeira, o Risco Financeiro (que é ligado às perdas financeiras) é classificado em: - Risco de Mercado - Risco Operacional - Risco de Crédito - Risco Legal - Risco de Liquidez DETALHAMENTO DOS RISCOS Risco de Mercado O risco de mercado representa a incerteza em relação ao comportamento dos preços dos ativos em função de mudanças nos cenários econômicos que influenciam todas as instituições. São riscos Macroeconômicos, ou seja, oscilam de acordo com mudanças nas variáveis como: taxas de juros, câmbio, etc. Em resumo, podemos afirmar que o risco de mercado é o risco de oscilações de preços dos ativos causados por oscilações dos mercados. Por exemplo, suponha que o investidor adquiriu 1.000 ações da Petrobras ao preço unitário de R$ 53,00 desembolsando, portanto, R$ 53.000,00. Quanto valerá essa carteira amanhã? E daqui a um mês? R$ 50.000,00? R$ 60.000,00? Essa incerteza em relação ao valor futuro de um ativo ou carteira é o que caracteriza o risco de mercado. O risco de mercado total pode ser subdividido em duas categorias: risco sistêmico ou sistemático, e risco não sistêmico ou não sistemático. Vejamos: Risco sistemático: Consiste no risco que os sistemas econômicos, político e social, vistos de forma ampla, impõe ao ativo. É o Risco relacionado às questões macroeconômicas de um país (crises, moratórias, etc.), ou dificuldades financeiras de alguma instituição (Bancos Particulares) que provoquem danos substanciais a outros, ou uma ruptura na condução operacional de normalidade do Sistema Financeiro em geral. Este tipo de risco, não pode ser eliminado pela diversificação na carteira, mas é fundamental que se escolham ativos conforme a perspectiva de conjuntura mais provável. Abaixo, uma breve história das crises financeiras da década de 90 que impactaram bastante o Brasil ao ponto da desvalorização de 99 e que muitos dos risk managers ( gestores de risco ) viveram no início da gestão de risco de mercado no Brasil por volta de 97/98: MÉXICO – DEZEMBRO/ 1994 Uma tumultuada campanha eleitoral, marcada pelo assassinato de um dos candidatos, Luis Donaldo Colosio (PRI), e por revoltas de camponeses de Chiapas, foi o estopim da crise. O peso, a moeda mexicana, era mantido num valor fixo que oscilava pouco com relação ao dólar, num limite chamado "banda". A moeda forte favorecia as importações e encarecia as exportações. O déficit nas contas externas era compensado com investimentos estrangeiros, que sumiram ao primeiro sinal de crise. Assustado com a crise no México, o capital especulativo fugiu de todos os países emergentes, iniciando a primeira crise da economia globalizada TAILÂNDIA – JULHO/ 1997 Parte do grupo conhecido por "tigres asiáticos", a Tailândia tinha elevados índices de exportação. Cresceu 8% ao ano por uma década. Tinha uma dívida externa de US$ 90 bilhões. Depois de enfrentar desaceleração das exportações sem adotar medidas de maior rigor fiscal, sua dívida cresceu. O país gastou suas reservas para manter a moeda fixa e não suportou a pressão do mercado. Em julho de 1997, teve de deixar sua moeda, o baht, flutuar. Ela desvalorizou 20% num único dia. Em seguida, a crise atingiu a Bolsa de Hong Kong, espalhou-se pela Ásia e pelo resto do mundo RÚSSIA – AGOSTO/ 1998 A economia russa entrou em colapso depois da crise asiática. O capital especulativo abandonou os mercados emergentes, o preço do petróleo caiu e derrubou o rublo, a moeda russa. As reservas do governo caíram. Com os encargos sociais e gastos militares herdados do regime socialista, faltou dinheiro para pagar salários de funcionários públicos e manter serviços básicos. Sem recursos, a Rússia desvalorizou a moeda e decretou moratória da dívida externa. Desmoralizado, o presidente Boris Ieltsin perdeu eleições parlamentares. A instabilidade se alastrou para as bolsas internacionais Risco não sistemático: É o Risco relacionado ao próprio desempenho do investimento (Sua carteira de investimentos). É gerado pelos fatos que atingem diretamente o ativo em estudo ou o subsistema que está ligado. Ex: - Uma crise no setor aéreo, faz com que haja uma desvalorização dos papéis das companhias do setor. - A descoberta de uma mina de ouro, faz com que aumente a oferta de ouro no mercado, fazendo com que os preços caiam. Este tipo de Risco pode ser eliminado pela diversificação dos ativos que compõem a carteira de investimentos. Uma carteira, com dois ou mais ativos, diferentes combinados, sempre será menos arriscada do que uma carteira com apenas um ativo. Podemos ainda avaliar o risco de forma absoluta ou relativa conforme definições a seguir: Risco absoluto: É o Risco Real (perda) do valor do ativo. (representa a perda em dinheiro) Ex. Um ativo adquirido pelo valor de R$ 200,00, e que um ano depois ao vendê-lo valia apenas R$ 100,00 levando-o a uma perda de 50% do valor investido. Risco relativo: Leva-se em consideração parâmetros de comparação para a rentabilidade de um ativo. Relaciona-se a perda um índice de referência. Pode ser: taxa de juros, índice da caderneta de poupança, índices de inflação, índice Bovespa entre outros. Ex. Suponhamos um administrador de um fundo de investimentos que tenha por base ou referência o desempenho do índice Ibovespa (que é calculado a partir da média ponderada de um conjunto de ações negociadas na Bovespa): - O objetivo do investidor é seguir a Variação do Índice e conseqüentemente o seu Risco. Neste caso, o Risco Relativo, é o descasamento, ou seja, não conseguir que o seu investimento, apresente variações ou desempenhos semelhantes ao índice de referência, neste caso o Ibovespa, não importando se o valor da cota do fundo subiu o caiu. Identifica-se como risco, uma perda maior do que o índice. Muito se discute sobre como deve se medir o risco de mercado e a alternativa que vem se formando é a medição por meio da volatilidade dos ativos. Etapas necessárias para viabilizar a boa gestão do risco: - Apurar o risco de cada investimento; - confrontar com o desejo de cada investidor quanto ao risco que está disposto enfrentar; a - e com isso, identificar o perfil do investidor: Perfil conservador: indica-se fundos de renda fixa atrelados ao (CDI – Certificado de depósito interbancário) ou mesmo aplicações direcionadas a caderneta de poupança. Perfil mais agressivo : indica-se fundos de renda variável, cambial e de renda fixa que utilizem derivativos por exemplo. OBS. Não se esqueçam que o risco de mercado de um ativo é conseqüência da variação diária de seu preço, ou seja, de sua volatilidade. Quanto mais volátil ele for, maior será o risco. Risco Operacional O risco operacional pode ser classificado como um risco de organização ou organizacional. Está associado aos erros que podem ocorrer no funcionamento interno da instituição. Em tese, é qualquer tipo de risco que a empresa pode ou poderia ter controle. Classificamos este tipo de risco sob 3 aspectos: Risco Organizacional – relaciona os riscos nos processos adotados na condução e controle da Organização. Ex: estratégias inadequadas, reestruturações equivocadas, obstáculos no informações, cálculos e estimativas erradas, operações inadequadas, etc. fluxo de Risco Tecnológico – Diz respeito a infra-estrutura de tecnologia utilizada. Hardware, Software, ausência de bakcup´s, telefonia e telecomunicações, sistemas, etc. Ex: Problemas com falhas nos equipamentos e ou sistemas, além de softwares inadequados, erros de programação. Esse risco é relevante principalmente para empresas que atuam no mercado financeiro, pois utilizam sistemas on-line entre outros de informações, gráficos, cotações e contatos telefônicos com operadores (agentes econômicos) de todo o mundo. Risco Humano – Risco incorrido pela má qualidade de Capital Humano empregada na empresa. Ex. Ausência de alçadas de decisão, falta de treinamento específico para a função exercida, falta de motivação por problemas pessoais ou por condições inadequadas de trabalho, falta de valores morais (desvio de verbas, roubos, etc.), fraudes, lavagem de dinheiro, excesso de gastos por funcionários. Como minimizar este tipo de risco? Pode-se minimizar este tipo de risco, com formas de controle, por exemplo, auditorias internas e externas de forma periódica com o objetivo de avaliar os processos e indentificar possíveis áreas de desvios. Auto-avaliação podem-se elaborar programas internos de avaliação de processos e identificação de riscos potenciais, assim como suas freqüências esperadas e seus custos. A partir daí constroem-se relatórios formais quantificando e analisando os riscos de cada departamento, criando indicadores de risco, com objetivo de gerenciá-los. Risco Legal O risco legal pode ser entendido como a possibilidade de perda, devido à impossibilidade de se executar os termos de um contrato - incluindo os riscos provenientes de documentação insuficiente, falta de capacidade ou autoridade de uma contraparte, incerteza legal - e à incapacidade de se implementar uma cobrança por quebra ou insolvência da contraparte. Como exemplo de manifestação do risco legal, temos o pagamento de indenizações devido ao não-cumprimento da legislação. Resumidamente, é o risco que se incorre pelo não cumprimento das obrigações legais. Pode ser através de: - Contratos mal formulados - Documentações inadequadas - Descumprimento da legislação vigente - Falta de conhecimento da legislação internacional - Sonegação Fiscal Quando trata-se de títulos, fundos bancários e mercado de ações, cabe às autoridades de fiscalização (Banco Central do Brasil e Comissão de Valores Mobiliários) acompanhar e verificar se os agentes financeiros estão cumprindo as regras determinadas em lei, normas ou procedimentos operacionais. Risco de Liquidez Liquidez, pode ser entendida como a capacidade e a velocidade de se transformar um investimento em dinheiro. Quanto mais rápido este investimento se converter e dinheiro, dizemos que possui alta liquidez O risco de liquidez pode ser separado em dois tipos: o risco de liquidez de financiamento, que se refere à habilidade de equacionar desequilíbrios no fluxo de caixa através de novas captações de recursos. Dada esta falta de caixa, a empresa pode sofrer perdas reais, pois para captar estes recursos, precisam recorrer à empréstimos, venda de títulos no mercado. Um bom planejamento de fluxo de caixa e estratégias prontas para o levantamento rápido de recursos, contribuem para minimizar este tipo de risco; e o risco de liquidez de mercado, que se refere ao risco de não se conseguir fechar posições abertas em tempo hábil, na quantidade suficiente e a um preço justo e está relacionado à dificuldade de comprar ou vender um ativo (real ou financeiro) em função da pequena quantidade de negócios realizados com ele. Como exemplo, ações de baixa liquidez no mercado, que dado baixo volume de negócios, para vender rapidamente, tem que se abaixar muito o preço. A própria instituição financeira pode correr risco de liquidez, ficando sem recursos para honrar seus compromissos. Um exemplo clássico de risco de liquidez consiste na quebra de uma instituição financeira devido a um movimento de corrida bancária. OBS: - É possível ocorrer uma oscilação mais significativa do preço quando são verificados poucos negócios. Risco de Crédito O risco de crédito pode ser definido como a probabilidade de os títulos adquiridos pelo investidor não serem honrados na data de seu vencimento ou nas condições contratadas, ou seja, as contra-partes não são capazes de cumprir suas obrigações. Este evento recebe o nome de “default”. Por exemplo, uma financeira ao emprestar dinheiro a um cliente, incorre no risco de não receber o valor nominal emprestado ou os juros devido à insolvência do cliente No mercado financeiro os gestores de risco, assim como os investidores estão preocupados em avaliar a capacidade de pagamento das empresas privadas ou públicas quando da emissão dos seus títulos na economia. Quando a emissão é de responsabilidade de um governo federal, ele recebe o nome de ‘título soberano do país’ e seu risco de crédito é mensurado por empresas especializadas na análise da capacidade de pagamento de dívidas. Essas empresas especializadas são conhecidas pelo nome de Agências de Rating. EMPRESAS (AGÊNCIAS) DE RATING São empresas especializadas em mensurar risco. Surgiram da necessidade de um maior controle de concessão de crédito, dada a maior volatilidade da economia. São de sua responsabilidade: - avaliar a situação econômica e financeira do emissor de um título, - avaliar o risco das emissões de títulos de renda fixa. Após a avaliação é concedida uma nota ou rating para a emissão e para o emissor e com base nesta nota que reflete o risco do titulo, o investidor define a remuneração que ele aceita para correr esse risco. Todos os agentes econômicos que operam no mercado financeiro prestam muita atenção na classificação de rating. Principais empresas que atuam nesta área: Fitch, Standard & Poor´s e Moody´s As Principais informações econômicas que são consideradas quanto a capacidade do país em honrar seus compromissos internos e externos são: - Relação divida/PIB - Relação saldo exportado/divida externa RISCO PAÍS A expressão "risco país" entrou para a linguagem cotidiana do noticiário econômico, principalmente em países que vivem em clima de instabilidade, como o Brasil e a Argentina. O "risco país" é um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade econômica de cada país. Desta forma, se tornou decisivo para o futuro imediato dos países emergentes. A seguir, estão enumerados alguns pontos básicos que facilitam o entendimento desse conceito, que vem tendo cada vez mais destaque. O risco país é um índice denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+) e mede o grau de "perigo" que um país representa para o investidor estrangeiro. Este indicador se concentra nos países emergentes, na América Latina, os índices mais estudados ou avaliados, são das 3 principais economias, Brasil, México e Argentina. Dados comparativos de outros países - como Rússia, Bulgária, Marrocos, Nigéria, Filipinas, Polônia, África do Sul, Malásia e outros - também são considerados nos cálculos dos índices. O risco país é calculado por agências de classificação de risco e bancos de investimentos. O banco de investimentos americano J. P. Morgan, que possui filiais em diversos países latinoamericanos, foi o primeiro a fazer essa classificação. Que variáveis econômicas e financeiras são consideradas no cálculo do índice? O J. P. Morgan analisa o rendimento dos instrumentos da dívida de um determinado país, principalmente o valor (taxa de juros) com o qual o país pretende remunerar os aplicadores em bônus, representativos da dívida pública. Tecnicamente falando, o risco país é a sobretaxa de se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do Tesouro dos Estados Unidos, país considerado o mais solvente do mundo, ou seja, o de menor risco para um aplicador não receber o dinheiro investido acrescido dos juros prometidos. Como se determina esta sobretaxa? Entre outros, são avaliados, principalmente, aspectos como o nível do déficit fiscal, as turbulências políticas, o crescimento da economia e a relação entre a arrecadação e a dívida de um país. Como se expressa o risco país? Em pontos básicos. Sua conversão é simples: 100 unidades equivalem a uma sobretaxa_de1%. No Brasil, em 27.09.02 o índice chegou a 2.436 pontos, e significa dizer que um título brasileiro estava pagando no mercado secundário, em média 24,36% a.a. de juros acima do título soberano emitido pelo governo americano no mesmo prazo. Atualmente estamos pagando algo em torno de 2% acima da taxa de um título do governo americano, ou seja, o risco Brasil está em torno de 200 pontos. Concretamente, o que significa este índice para os investidores? É um orientador. O risco país indica ao investidor que o preço de se arriscar a fazer negócios em um determinado país é mais ou menos elevado. Quanto maior for o risco, menor será a capacidade do país de atrair investimentos estrangeiros. Para tornar o investimento atraente, o país tem que elevar as taxas de juros que remuneram os títulos representativos da dívida. E quais os efeitos para a economia ter o país classificado como "risco perigoso" As principais conseqüências são: uma retração do fluxo de investimentos estrangeiros e um menor crescimento econômico, o que acaba acarretando um aumento do desemprego e salários menores para a população. Ex. Rating soberanos de diversos países em 06.11.03 Clas. Agência Fitch Clas. Agência Standand & Poor´s Clas. Agência Moody´s AAA Áustria AAA França Aaa França AA+ Canadá AA+ Bélgica Aa1 Bélgica AA Bélgica A+ Hong Kong Aa2 Itália A China A Chile Aa3 Ilhas Cayman BBB+ Polônia BBB China A3 China BBB México BBB- México Baa1 Chile BBB- Brasil BB+ Brasil Baa3 Brasil DDD Argentina SD Argentina - Países com classificação de risco acima de BB+ são considerados de Baixo Risco de crédito ou “investment grades” e representa a garantia de realizar captações de recursos financeiros via emissão de títulos no mercado internacional, pagando uma taxa de juros menor. Etapas do Gerenciamento do Risco Financeiro: RISCO DE MERCADO RISCO DE CRÉDITO RISCO OPERACIONAL ETAPAS Definir categorias de risco -Taxa de Juros -Inadimplência -Ações -Rebaixamento da -Controles operacionais classificação de crédito -Sistemas -Moedas -Commodities Medir fatores de risco -Volatilidades -Correlações Medir a exposição -Duration -Controle de transações -Falha Humana Distribuição de Freqüência de perdas inadimplência e recuperação de crédito Exposição potencial corrente e Distribuição de perdas -Delta - Beta - Mapeamento Calcular o risco VaR de Mercado Var de Crédito VaR operacional Perda esperada Controle do Risco - Redução de perdas (ou reduzir a severidade das mesmas) Prevenção (ou redução na freqüência) Eliminação da Exposição O RISCO FINANCEIRO Embora o termo risco na linguagem moderna signifique “perigo de perda”, a teoria das finanças define como a incerteza em relação aos resultados e de uma forma mais técnica como a “dispersão de resultados inesperados, devido a oscilações nas variáveis financeiras”, que podem ser atribuídas a taxas de juros, valor de ações e de commodities, além da taxa de câmbio. Na prática, para mensuração formal do risco, deve-se primeiramente definir a variável de interesse, que pode ser o valor de uma carteira de ativos, os ganhos, as perdas, o capital ou determinado fluxo de caixa. O risco é mensurado por meio do desvio-padrão dos resultados, também chamado de volatilidade, e é indicado pela letra grega sigma – σ. CONCEITO DE VOLATILIDADE A volatilidade é uma das mais importantes ferramentas para quem atua no mercado de renda variável, como no caso das ações, pois neste mercado estamos interessados na direção do mesmo e também na velocidade que ele vai se movimentar. Em certo sentido é uma medida da velocidade do mercado, mercados que se movem lentamente são mercados de baixa volatilidade e os que se movem rapidamente são mercados de alta volatilidade. Teoricamente, o número "volatilidade" associado ao preço de uma mercadoria é a variação de preço referente a um desvio padrão, expresso em porcentagem, ao fim de um período de tempo. O que queremos dizer com isto é que se uma ação tem um preço hoje de R$ 50,00 com volatilidade de 20% ao ano, esperamos que esta ação daqui a um ano, em média, esteja situada entre R$ 40 e R$ 60,00 PREFERÊNCIAS EM RELAÇÃO A RISCO As atitudes em relação a risco diferem entre os administradores (e as empresas). Por isso, é importante delimitar um nível geralmente aceitável de risco. Os três comportamentos básicos em relação a risco - aversão, indiferença e propensão - aparecem representados graficamente na próxima figura. - Para o administrador indiferente a risco, o retorno exigido não varia quando o nível de risco vai de X1 para X2. Essencialmente, não haveria nenhuma variação de retorno exigida em razão do aumento de risco. É claro que essa atitude não faz sentido em quase nenhuma situação empresarial. Assim, O risco aumenta, porém o retorno permanece constante e os administradores não exigem nenhuma elevação da taxa de retorno em compensação a elevação do risco associado ao investimento. - Para o administrador avesso a risco, o retorno exigido aumenta quando o risco se eleva. Como esse administrador tem medo de risco, exige um retorno esperado mais alto para compensar o risco mais elevado. - Para o administrador propenso a risco, o retorno exigido cai se o risco aumenta. Teoricamente, como gosta de correr riscos, esse tipo de administrador está disposto a abrir mão de algum retorno para assumir maiores riscos. Entretanto, esse comportamento não tenderia a beneficiar a empresa. Em sua maioria, os administradores são avessos a risco. Para certo aumento de risco, exigem aumento de retorno. Geralmente, tendem a serem conservadores, e não agressivos, ao assumir riscos em nome de suas empresas. Fonte: Gitman pág. 188 (Princípios de Adm. Financ. 10º ed.) Risco de um Ativo Individual A origem da palavra risco deriva do latim resecare (cortar separando). Vem da noção de perigo que os navegantes tinham ao passar por rochas perigosas e pontiagudas. Existe diferenciação entre risco e incerteza. Quando se pode mensurar um evento através da probabilidade de acontecer, tem-se o risco. Quando a probabilidade não pode ser mensurada, tem-se a incerteza. Risco é a possibilidade de prejuízo financeiro ou, mais formalmente, a variabilidade de retornos associada a um determinado ativo. Quanto mais certo for o retorno do ativo, menor será o risco. O conceito de risco pode ser desenvolvido considerando-se apenas o investimento e um único ativo. Avaliação de Risco: A análise de sensibilidade e as distribuições de probabilidade podem ser usadas para avaliar o nível geral de risco associado a um ativo. Retorno Capital Títulos do Governo Títulos de renda fixa Bens Imóveis Ações Ações De Interna- Nacio- Risco cionais nais Risco Definição de retorno Retorno é o ganho ou perda total que se obtém em um investimento. A maneira em geral usada para calcular o retorno é: Onde: Kt = taxa observada, exigida ou esperada de retorno no período t. Pa = preço atual do Ativo. Pc = preço do Ativo na Compra. Ct = qualquer fluxo de caixa produzido pelo investimento (Dividendo). Por exemplo, se você compra no dia 11/02/2008 e vende no dia 11/03/2008, 1.000 ações de Petrobras PN e nesse período a empresa distribuiu como dividendo, R$ 1,00, então o retorno desse investimento é: Cotação de Petrobras PN no dia 11/02/2008: R$ 36,19. Cotação de Petrobras PN no dia 11/03/2008: R$ 42,92. Infelizmente, existem incertezas associadas ao retorno que efetivamente será obtido ao final do período de investimento. Qualquer medida numérica desta incerteza é chamada de risco. Exercícios: 1) A JLC ASSET, um fundo de investimento, deseja determinar a taxa de retorno de duas ações. A ação A foi comprada há um ano por R$20,00 e tem atualmente valor de mercado de R$21,50; durante o ano, gerou um dividendo de R$8,00. A ação foi adquirida também um ano atrás e seu valor, no ano que acaba de terminar, caiu de $12,00 para $11,80; mas gerou um dividendo de R$17,00. Usando esses dados, calcule a taxa de retorno anual (Kt), para cada uma das ações. 2) João Gabriel, um analista financeiro da Orange Indústrias, deseja estimar a taxa de retorno de dois investimentos com riscos semelhantes, X e Y. A pesquisa de João indica que os retornos passados mais recentes representam estimativas razoáveis dos retornos futuros. Um ano atrás, o valor de mercado do ativo X era de $20.000,00 e o ativo Y, de $55.000,00. Durante o ano, o ativo X gerou fluxos de caixa de $1.500,00 e os do ativo Y foram de $6.800,00. Os valores correntes de mercado dos ativos X e Y são de $21.000,00 e $55.000,00, respectivamente. a) Calcule a taxa esperada de retorno dos ativos X e Y usando os dados do ano mais recente. b) Supondo que os dois ativos tenham o mesmo risco, qual deveria ser recomendado por João? Por quê? 3) Um investimento em ações apresentou uma taxa de retorno após um ano de 34,5%. Essa ação foi adquirida por $12,50 e pagou um dividendo nesse exercício no valor de $1,30, sendo assim, determine o valor de mercado dessa ação. 4) O administrador de carteira do banco Bom Investimento adquiriu um determinado ativo por $23,90; após um ano seu valor de mercado correspondia à $45,67 e tinha apresentado uma taxa de retorno de 8,5%. Para sua informação ele necessitava obter o valor do dividendo pago nesse ano, sendo assim, determine esse valor através da fórmula do retorno. 5) Determine o preço pago por uma ação, que têm valor de mercado de $34,00; pagou u dividendo de 1,25 por ação e apresentou uma taxa de retorno de 15% ao ano. Análise de sensibilidade A análise de sensibilidade recorre a diversas estimativas dos retornos possíveis para oferecer uma noção da variabilidade dos resultados. Um método comum consiste em fazer uma estimativa pessimista (pior), mais provável (esperada) e otimista (melhor) dos retornos associados a um ativo. Nesse caso, o risco do ativo pode ser medido pela amplitude dos retornos. A amplitude é encontrada subtraindo-se o resultado pessimista do resultado otimista. Quanto maior ela for, maior será a variabilidade, ou seja, o risco do ativo. Construção de cenários Normalmente, utiliza-se pelo menos 3 tipos de cenários: um otimista, um provável e um pessimista. As instituições financeiras, como os bancos utilizam subdivisões em cada um deles. Os cenários são construídos a partir de probabilidades subjetivas de tendências macroeconômicas como taxa de juros, inflação, variação cambial etc. Abaixo temos um exemplo de possíveis variáveis analisadas em cada cenário: Otimista: - inflação decrescente; - contas públicas em controle; - controle da recessão; - tendência à unidade política; - sindicatos sem força. Provável: - inflação mantida em níveis atuais; - contas públicas em controle; - recessão mantida; - estabilidade política; - sindicatos com pouca força. Pessimista: - inflação ascendente; - contas públicas em descontrole; - forte recessão; - divergências políticas; - sindicatos agressivos. Nesse caso, o risco do ativo pode ser medido pela AMPLITUDE dos retornos. A amplitude é encontrada subtraindo-se o resultado pessimista do resultado otimista. Quanto maior ela for, maior será a variabilidade, ou seja, o risco do ativo. Exemplo: Um investidor, possui 10.000 para investir e tem acompanhado o desempenho de duas ações ao longo dos anos e está indeciso em qual das duas investir, pois ambas tem apresentado um retorno de 15% diante de um cenário econômico normal. Ele fez uma avaliação pessimista e uma otimista dos retornos associados a cada investimento. As três estimativas de cada ativo e suas amplitudes são fornecidas na Tabela abaixo. Cenário para 180 dias Otimista Provável Pessimista Amplitude Retorno da Ação A 100% 15% -70% 170% Retorno da Ação B 20% 15% 10% 10% O ativo A parece ser mais arriscado que o ativo B; sua amplitude de 170%, ou seja, [100% – (70%)] é maior que a amplitude de 10% (20% –10%) do ativo B. Um investidor avesso ao risco preferiria o ativo B ao A, porque o A oferece o mesmo retorno mais provável que o B (15%), mas com risco (menor amplitude). Exercícios: 1) Preferências com relação ao risco Sharon Smith, administradora financeira da Barnett Corporation, deseja avaliar três perspectivas de investimentos X,Y,e Z. Atualmente, a empresa obtém 12% a.a. sobre esses investimentos, os quais tem um índice de risco de 6%. Os três investimentos que estão sendo considerados estão resumidos abaixo, em termos de retorno e do risco esperado. Investimento X Y Z Retorno esperado (%) 14% 12% 10% Risco esperado (%) 7% 8% 9% a) Se Sharon Smith fosse indiferente ao risco, quais investimentos ela selecionaria? Explique Por quê. b) Se Sharon Smith fosse aversa ao risco, quais investimentos ela selecionaria? Explique por quê. c) Sharon Smith fosse tendente ao risco, quais investimentos ela selecionaria? Explique Por quê. d) Dado o tradicional comportamento de preferência com relação ao risco exibido pelos administradores financeiros, qual investimento poderia ser preferido? Por quê? 2) Análise de Risco A Solar Designes está considerando um investimento na expansão de uma linha de produto. Dois possíveis tipos de expansão estão sendo considerados. Depois de investigar os possíveis resultados, a companhia fez a seguinte estimativa: Investimento Inicial Taxa de retorno anual Pessimista Mais Provável Otimista Expansão A R$ 12.000 Expansão B R$ 12.000 16% 20% 24% 10% 20% 30% a) Determine a faixa de taxas de retornos para cada um dos projetos. b) Qual projeto é menos arriscado? Por quê? c) Se você fosse tomar uma decisão de investimento, qual delas escolheria? Por quê? O que isso releva sobre sua percepção acerca do risco? 3) Questão Provão 2002 As Salinas Potiguar Ltda. deseja avaliar o risco pela medida estatística da amplitude, de cada um dos 5 projetos que está analisando. Os administradores da empresa fizeram estimativas “pessimistas”, “mais prováveis” e “otimistas” dos retornos anuais com apresentado a seguir: Estimativas Taxas anuais de retornos (%) Projeto A Pessimista Mais Provável Otimista 14 16 18 ProjetoB 6 16 22 ProjetoC ProjetoD ProjetoE 10 16 25 11 16 19 12 16 22 Com base nas informações anteriores o projeto de maior risco é o: (A)A (B)B (C)C (D)D (E)E Distribuições de probabilidades As distribuições de probabilidades oferecem uma visão mais quantitativa do risco de um ativo. A probabilidade de um evento é a chance de ele ocorrer. Um evento com 80% de probabilidade de ocorrência poderá acontecer oito vezes em cada dez vezes; um evento com probabilidade de 100% ocorrerá com certeza. Eventos com probabilidade igual a zero nunca ocorrem. Criados os cenários, estudamos a probabilidade de retornos do investimento em cada ação em situações parecidas do passado, e através de uma probabilidade subjetiva, julgamos a possibilidade de ocorrência de cada cenário: Para uma apuração mais detalhada, o investidor, analisou as notícias econômicas e avaliou as probabilidades de ocorrência de cada cenário, para os próximos 180 dias. Assim, as estimativas indicam que as probabilidades dos eventos pessimista, provável e otimista são de 30%, 40% e 30%, respectivamente. A soma das probabilidades deve ser igual a 100%, ou seja, devem ser consideradas de todas as alternativas possíveis. Construção de um cenário para 180 dias: Cenário para 180 dias Probabilidade Otimista 30% Provável 40% Pessimista 30% Retorno da Ação A 100% 15% -70% Retorno da Ação B 20% 15% 10% Quando trabalhamos com probabilidades DIFERENTES em cada cenário, para o cálculo do RETORNO ESPERADO, em vez da média aritmética simples, utilizamos a seguinte fórmula: Onde: Pr = Probabilidade Kj = Retorno Re = ( 0,3 x 100 ) + ( 0,4 x 15 ) + ( 0,3 x -70)= Re = 15% Re = ( 0,3 x 20 ) + ( 0,4 x 15 ) + ( 0,3 x 10 )= Re = 15% Como os retornos esperados são iguais, podemos medir o risco através da amplitude, que quanto maior for maior é o risco, pois o resultado tende a oscilar mais, ou utilizar de uma distribuição de probabilidades. O tipo mais simples é o gráfico de barras: Fonte: Gitman pág. 189 (Princípios de Adm. Financ. 10° ed.) Outra distribuição de probabilidade é a distribuição contínua de probabilidade mostrada no quadro abaixo: Fonte: Gitman pág. 190 (Princípios de Adm. Financ. 10° ed.) Não é raro os resultados dos investimentos apresentarem retornos parecidos ou até mesmo iguais. Desta forma como seria possível analisar o risco? Além de considerar sua amplitude, o risco de um ativo pode ser medido quantitativamente com o uso da estatística, que pode ser utilizada para medir a variabilidade dos retornos dos ativos. DESVIO PADRÃO Quando calculamos a média de uma distribuição de probabilidades, procuramos a possibilidade de que esta média represente a distribuição, ou seja, desejamos substituir as informações dadas pela tabela, distribuição de probabilidades, por um único número, a média, que a represente e que possa ser usada para análise de forma a facilitar nosso raciocínio. A questão é saber se esta média é uma boa representação ou não da distribuição de probabilidades. É neste ponto que utilizamos o desvio padrão, que nos mostra o grau de oscilação ou concentração das probabilidades em torno da média, mostrando assim o quanto as variáveis se distanciam da média. O desvio-padrão, k, mede a dispersão em torno do valor esperado. O valor esperado do retorno, k-barra, é o retorno mais provável de um ativo, ou seja a média. É calculado da seguinte maneira quando as probabilidades de ocorrência de retorno são iguais: A expressão de cálculo do desvio padrão dos retornos σk é: Em geral, quanto maior o desvio padrão, mais alto o risco. A fórmula comumente usada para encontrar o desvio-padrão dos retornos, σ, em uma situação em que todos os resultados possíveis são conhecidos e se supõe que todas as probabilidades são iguais, é: COEFICIENTE DE VARIAÇÃO Uma crítica que podemos fazer, quando consideramos o risco através do desvio-padrão, é com relação às dificuldades no processo de comparação da relação risco x retorno. O coeficiente de variação, CV, é uma medida de dispersão relativa útil na comparação de riscos de ativos com retornos esperados diferentes. Essa sintetiza, em um único número, as duas variáveis de interesse do investidor: retorno e risco, onde podemos dizer que o coeficiente, mostra o quanto de risco possui cada unidade de retorno. Assim, o CV torna-se bastante útil como critério de seleção de ativos individuais, devendo ser escolhido aquele ativo que possuir o menor coeficiente. De uma forma prática, mostra o quanto está “embutido” de risco em cada unidade de retorno, ou seja, coeficientes de variações maiores, quer dizer que qundo o retorno de um investimento aumentar, aumentará também seu risco. A Equação abaixo fornece a expressão do coeficiente de variação: Quanto menor o coeficiente de variação, menor o risco, pois possui menos risco em cada unidade de retorno. EXERCÍCIOS 1) Dadas as informações sobre os ativos A e B. calcular: A- retornos esperados B- desvio-padrão C- coeficiente de variação D- qual o ativo que proporciona o menor risco? ATIVO A ATIVO B Probabilidade Retorno Probabilidade Retorno 0.10 10 0,15 9 0,20 12 0,35 13 0,40 17 0,35 16 0.20 22 0,15 20 0,10 24 2) Dadas às informações sobre os ativos C e D, calcular: a- retornos esperados b- desvio-padrão c- coeficiente de variação d- qual o ativo que proporciona o menor risco? ATIVO C ATIVO D Probabilidade Retomo 0.10 0,20 20 15 Probabilidade Retorno 0,20 25 0,15 29 0.15 32 0,30 33 0,15 45 0,35 45 0,40 55 3) Dadas às informações sobre os ativos E e F, calcular: a- retornos esperados b- desvio-padrão c- coeficiente de variação d- qual o ativo que proporciona o maior risco? ATIVO E ATIVO F Probabilidade Retomo Probabilidade Retorno 0,20 15 0,20 20 0,20 15 0,15 0,20 15 0,20 35 0,15 25 0,45 25 0,25 30 20 4) O retomo esperado de uma ação tem a seguinte distribuição de probabilidades: Demanda pelos produtos da Probabilidade de ocorrência Taxa de retorno caso essa Empresa: demanda ocorra (% a.a) dessa demanda Fraca 0,1 (50) Abaixo da média 0,2 (5) Média 0,4 16 Acima da média 0,2 25 Forte 0,1 60 1,0 Calcule: a.) o retomo esperado da ação, em "% a.a".; b.) o desvio-padrão do retomo esperado da ação; c.) o coeficiente de variação do retomo esperado da ação. 5) Você foi solicitado a fazer uma recomendação quanto à escolha de uma carteira de ativos. Para tanto, recebeu os seguintes dados: Retorno esperado Ano Ativo A Ativo B 2008 12% 2009 14 14 14 2010 16 12 16 16% Ativo C 12% Determine: a) Qual é o retorno esperado de cada ativo no período de três anos? b) Qual é o desvio-padrão do retorno de cada ativo? c) Qual o coeficiente de variação de cada ativo? Seleção de Carteiras e Teoria de Markowitz A avaliação de carteiras de investimentos envolve três grandes fases de estudo: a análise dos títulos, a análise das carteiras e seleção de carteiras A análise dos títulos: trata da avaliação e o desempenho esperado dos títulos. O valor do título obtido pelo fluxo futuro esperado dos rendimentos de caixa descontado a uma taxa de atividade definida pelo investidor. Clube A análise carteiras: envolve as projeções de retorno esperado e risco do conjunto de ativos estudados. Nessa fase do estudo era utilizado instrumental financeiro técnico de avaliação, tais como, retorno esperado; desvio padrão; coeficiente de variação; coeficiente de correlação e etc. A seleção de carteiras: procura identificar a melhor combinação possível de ativos, obedecendo às preferências do investidor com relação ao risco e retorno esperados, selecionando aquela que maximiza seu grau de satisfação. FORMAÇÃO DE CARTEIRAS Supondo distribuição dos ativos como uma normal, podemos definir a distribuição de probabilidades de uma ação, título ou fundo a partir de apenas 2 parâmetros: média e variância. A partir disso podemos escolher quais possuem a melhor relação risco x retorno. Traçando-se um gráfico podemos verificar isso: A figura 1 mostra o princípio de que quanto maior o risco, maior o retorno exigido pelo investidor. Dentre estes ativos, o investidor com perfil avesso ao risco escolherá o ativo A. Na figura 2 podemos verificar o princípio da dominância. Dentro do princípio da racionalidade do investidor ele nunca escolheria o ativo D, pois este possui risco maior e retorno menor que C. Portanto, C tem dominância sobre D. O investidor racional escolheria C. Fig.1 Fig. 2 Retorno Retorno B C A Risco D Risco A idéia da teoria de carteiras é combinar uma série de carteiras de forma a reduzir o risco através da diversificação. Para disso pode-se reduzir o risco combinando ativos que possuem oscilações contrárias em seus preços. Partiu-se da idéia de que o retorno de uma carteira composta por dois ativos possui um retorno dado pela média ponderada dos pesos de cada um multiplicador pelos seus respectivos retornos. Já o risco é dado não só pelos riscos individuais, mas também pelo grau de relação entre estes ativos, dado pela covariância. Risco em um Contexto de Carteira Uma carteira é qualquer conjunto ou combinação de ativos financeiros. Se supusermos que todos os investidores são racionais e, portanto, têm aversão a risco, um investidor sempre optará por investir em carteiras, e não em ativos individuais. Os investidores aplicarão em carteiras porque, com isso, estarão diversificando parte do risco inerente à situação em que se coloca todo o dinheiro em um único ativo. Se um investidor aplicar em um único ativo, sofrerá todas as conseqüências de um mau desempenho. Assim, um aspecto relevante da teoria da carteira é que o risco de um ativo mantido fora de uma carteira é diferente de seu risco quando incluído na carteira. Elevando- se, de maneira diversificada, o número de títulos em uma carteira, é possível promover- se a redução do seu risco, porém a uma taxa decrescente. A partir de um determinado número de títulos, a redução do risco praticamente deixa de existir, conservando a carteira, de forma sistemática certo nível de risco. Retorno e desvio-padrão de uma carteira O retorno de uma carteira é uma média ponderada dos retornos dos ativos individuais que a compõem. Pode ser calculado como é mostrado na Equação abaixo: Onde: Wj = proporção do valor total da carteira aplicada no ativo j Kj = retorno do ativo j Exemplo: Suponhamos que se queira determinar o valor esperado e o desvio-padrão dos retornos da carteira XY, criada com a combinação dos ativos X e Y em proporções iguais (50% de cada). Os retornos previstos dos dois ativos em cada um dos próximos cinco anos (2004 a 2008) são dados nas colunas 1 e 2, respectivamente, da seção A da Tabela abaixo. Na coluna 3, os pesos de 50% de cada um dos ativos e seus retornos respectivos, provenientes das colunas 1 e 2, são inseridos na Equação acima. A coluna 4 mostra os resultados do cálculo – um retorno esperado da carteira de 12% para cada ano, de 2004 a 2008. Fonte: Gitman pág. 195 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.) Como é mostrado na seção B da Tabela acima, o valor esperado dos retornos dessa carteira no período de 5 anos também é igual a 12%. Na seção da tabela abaixo, verifica-se que o desviopadrão dos retornos da carteira XY é igual a 0%. Esse valor não deve ser surpreendente, pois o retorno esperado em todos os anos é o mesmo, igual a 12%. Não há variabilidade nos retornos esperados de um ano para outro. Fonte: Gitman pág. 195 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.) Exercícios: 1) Este problema lhe permitirá praticar o cálculo de medidas prospectivas de desempenho de carteiras. Existem dois ativos e três estados da economia. Estado da economia Probabilidade Tx retorno Ação A Ação B Recessão 0,10 -0,20 0,30 Normal 0,60 0,10 0,20 Crescimento 0,30 0,70 0,50 Pede-se: a) Quais são os retornos esperados e desvios padrões destas duas ações? b) No problema acima, suponha que você dispõe de $ 20.000, no total. Se você tivesse aplicado $ 6.000 na ação A e o restante na ação B, quais teriam sido o retorno esperado e o desvio-padrão de sua carteira? 2) Você recebeu os seguintes dados de retornos apresentados na tabela de três ativos – F, G e H - referente ao período de 2004 a 2007. Retomo esperado Ano Ativo F Ativo G Ativo H 2004 16% 17% 14% 2005 17 16 15 2006 18 15 16 2007 19 14 17 Usando esses ativos, você isolou as três alternativas indicadas na tabela a seguir: Alternativa Investimento 1 100% do ativo F 2 50% do ativo F e 50% do ativo G 3 50% do ativo F e 50% do ativo H a) Calcule o retorno esperado de cada alternativa para o período de quatro anos. b) Calcule o desvio-padrão dos retornos de cada alternativa para o período de quatro anos. c) Use os resultados dos itens a e b para calcular o coeficiente de variação de cada alternativa. d) Com base nos resultados obtidos, responda: qual das três alternativas de investimento você recomendaria? Por quê? 3) Jamie Wong esta considerando estruturar uma carteira contendo dois ativos L e M. O Ativo L representará 40% do valor em unidades monetárias da carteira; O Ativo M corresponderá aos outros 60%. Os Retornos esperados durante os próximos 6 anos 2006/2011 para cada um desses Ativos está resumido na seguinte tabela: Retorno Esperado (%) Ano Ativo L Ativo M 2006 14 20 2007 14 18 2008 16 16 2009 17 14 2010 17 12 2011 19 10 a) Calcule o retorno esperado da carteira (K), para cada um dos seis anos. _ b) Calcule o valor dos retornos esperados da carteira, no período de seis anos (K) c) Calcule o Desvio Padrão (σ) dos retornos esperados da carteira, no período de seis anos. d) Calcule o coeficiente de correlação dessa carteira? 4) A empresa Alfa S/A tenciona montar uma carteira contendo os Ativos A e B. O ativo A representará 35% do valor total e o ativo B corresponderá aos outros 65%. Os retornos esperados nos próximos 03 anos 2006/2008 para cada um desses ativos é o seguinte: Retorno Esperado (%) Ano Ativo A Ativo B 2006 22% 28% 2007 25% 24% 2008 30% 22% a) Calcule o retorno esperado da carteira, kc , para cada um dos três anos. _ b) Calcule o valor do retorno esperado da carteira, K, no período de três anos. c) Calcule o Desvio Padrão dos retornos esperados da carteira no período de três anos. 5) Dados os Retornos Esperados dos Ativos A, B e C dos anos 2006 e 2007 determinar: Retorno Esperado (%) Ano Ativo A Ativo B Ativo C 2006 25% 26% 27% 2007 28% 24% 23% Usando esses ativos, você isolou três alternativas de investimento: Alternativas: Investimento: 1ª Alternativa 100% do ativo B 2ª Alternativa 40% no A 60% no C 3ª Alternativa 50% no B e 50% no C _ a) Calcule o Retorno Esperado (K) no período de dois anos para cada uma das três alternativas. b) Calcule o Desvio Padrão dos retornos no período de dois anos para cada alternativa. c) Use seus resultados em a e b para calcular o coeficiente de variação (CV) de cada uma das três alternativas. d) Com base nos resultados acima, qual das três alternativas de investimento você recomendaria? Por quê? Covariância e o Coeficiente de Correlação O risco de uma carteira não depende somente do risco de cada elemento que a compõe e de sua participação no investimento, mas também da forma como seus componentes se relacionam (covariam) entre si. Assim, relacionando-se ativos com baixa correlação (ou covariância inversa) é possível reduzir-se o risco total da carteira. A covariância e o coeficiente de correlação são conceitos chaves na análise de carteiras. Na verdade, em teoria até pode ser possível combinar duas ações que individualmente apresentem bastante risco, de acordo com a medida proporcionada pelo seu desvio padrão, e formar uma carteira completamente sem risco, com σ = O. Deve ser ressaltada, no estudo da covariância, a dificuldade de interpretação de seu resultado numérico, ficando sua avaliação mais centrada nas tendências de seus resultados. A análise numérica da combinação entre valores é desenvolvida pelo coeficiente de correlação. O conceito de correlação visa explicar o grau de relacionamento verificado no comportamento de duas ou mais variáveis. Quando se trata unicamente de duas variáveis, tem-se correlação simples. Quando se relacionam mais de duas variáveis, tem-se a correlação múltipla. Como o desvio-padrão é sempre positivo, o sinal da correlação entre duas variáveis deve sempre ser o mesmo da covariância entre duas variáveis. Se a correlação for positiva, dizemos que as variáveis são positivamente correlacionadas; se for negativa, dizemos que são negativamente correlacionadas; e se for igual à zero, dizemos que não são correlacionadas. As duas ações apresentariam alto grau de risco se mantidas isoladamente, porém, quando combinadas para formar a Carteira NM (abaixo), elas não têm nenhum risco, quando apresentarem Correlação negativamente perfeita (r = -1,0). A razão por que as ações N e M podem ser combinadas para formar uma carteira sem risco é que seus retornos variam em ciclos opostos - quando os retornos de N caem, os de M sobem, e vice-versa. A tendência de duas variáveis a se moverem juntas. O oposto seriam duas ações subirem e caírem juntos, demonstrando haver uma correlação positivamente perfeita (r = +1,0), uma carteira consistindo de duas ações desse tipo teria um grau de risco exatamente igual ao das ações individuais. A diversificação é reforçada na medida em que os retornos dos ativos variam em conjunto. Esse movimento geralmente é medido por uma estatística conhecida pelo nome de correlação, mostrada na figura. Fonte: Gitman pág. 195 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.) Covariância: A covariância é uma medida que combina variância ou volatilidade dos retornos de uma ação com a tendência, desses retornos, de se movimentarem para cima para baixo ao mesmo tempo em que outras ações se movimentam para cima ou para baixo. A equação que define a covariância entre as ações X e Y dada a abaixo: Ou Exemplo: 1) Admita ilustrativamente o seguinte desempenho esperado de dos títulos (A e B) diante de três cenários econômicos. É atribuída a mesma probabilidade de ocorrência para cada situação esperada da economia: Situação da Economia Recessão Estabilidade Crescimento Retorno do título A -15% 35% 55% Retorno do título B 20% -15% 10% 2) Admita ilustrativamente o seguinte desempenho esperado de dos títulos (C e D) diante de quatro probabilidades de ocorrência: Probabilidade 0,1 0,2 0,4 0,2 0,1 Distribuição da taxa de retorno Ativo C 14% 12% 10% 8% 6% Ativo D 4% 6% 8% 15% 22% Coeficiente de correlação: O estudo da correlação visa basicamente avaliar a existência de alguma relação entre duas ou mais variáveis. A medição do grau de relacionamento entre as variáveis dispostas em torno de uma reta é processada pelo coeficiente de correlação (ρ). O coeficiente de correlação varia entre – 1 e + 1, ou seja: O coeficiente de correlação pode ser calculado pela seguinte fórmula: Quadro resumo dos Coeficientes de Correlação – Interpretação Valor do Coeficiente ( + ou - ) Interpretação da Correlação 0,0 a 0,19 Bem fraca 0,20 a 0,39 Fraca 0,40 a 0,69 Moderada 0,70 a 0,89 Forte 0,90 a 1,00 Muito forte A interpretação do índice pode apresentar variações. Alguns analistas podem considerar que um coeficiente de 0,40 é fraco, outros que 0,71 é uma correlação moderada. O que podemos assegurar é que quando o coeficiente está próximo a 1,00 a correlação existente é intensa já quando ela apresenta um coeficiente próximo de zero, quase não há correlação. A covariância e a correlação são conceitos parecidos. Porém a correlação, devido a seu intervalo de variação mais restrito, é mais utilizada pelo mercado. Exercícios: 1) O mercado e a ação J têm as seguintes distribuições de probabilidades: Probabilidade Km Kj 30% 15% 20% 40 9 5 30 18 12 a) b) c) d) e) Calcule as taxas de retorno esperadas para o mercado e a ação J. Calcule os desvios-padrão para o mercado e a ação J. Calcule os coeficientes de variação para o mercado e a ação J. Calcule a covariância entre o mercado a ação. Calcule o coeficiente de correlação entre o mercado e a ação J. 2) Dada as taxas de retorno e os cenários para as ações A, B e C, determine: Quadro de Cenários Taxa de retorno das ações Cenário Ação A Ação B Ação C Otimista 10% 9% 6% Normal 8 7 8 Pessimista 6 5 10 a) O retorno esperado de cada ação. b) A covariância entre as três ações. c) O coeficiente de correlação entre as três ações. 3) Um investidor aplicou seus recursos nas ações da TAM e Natura, esperando que os retornos dessas ações dependam dos três estados seguintes da economia, que têm probabilidades iguais de ocorrência: Estado da Economia Retorno da ação TAM Retorno da ação NATURA Baixa 6,3% -3,7% Normal 10,5 6,4 Alta 15,6 25,3 a) b) c) d) Calcule o retorno esperado de cada ação. Calcule o desvio-padrão dos retornos da cada ação. O coeficiente de variação da cada ação. Esse investidor decidiu alocar 30% dos recursos na ação da Natura e o restante na TAM, sendo assim, determine o retorno esperado dessa carteira e o seu desvio padrão. e) Calcule a covariância entre as ações. f) Calcule o coeficiente de correlação das ações. 4) O Sr. Henry pode investir nas ações da Tecnisa ou nas ações da Marcopolo. Sua projeção dos retornos dessas duas ações é a seguinte: Situação da economia Probabilidade de ocorrência Retorno da ação da Tecnisa (%) Retorno da ação da Marcopolo (%) Recessão 0,25 -2,0 5,0 Normal 0,60 9,2 6,2 Expansão 0,15 15,4 7,4 a) Calcule o retorno esperado de cada ação. b) Calcule o desvio padrão do retorno de cada ação. c) Calcule a covariância e a correlação entre os retornos das duas ações. 5) Calcule a covariância e o coeficiente de correlação entre os títulos abaixo. Anos Retorno F Retorno G 1 -10%a.a 2 0%a.a 2%a.a 3 10%a.a 15%a.a -12%a.a AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE CARTEIRA PRÁTICA DA TEORIA DE MARKOWITZ Um dos primeiros acadêmicos a incluir a análise de risco na gestão de investimentos foi Harry Markowitz. A partir de seus estudos surgiu a Moderna Teoria de Portfólios, que passou a apresentar o risco como fator inerente a decisões de investimento, ressaltando a importância e os benefícios decorrentes da diversificação dos ativos. Para o desenvolvimento desta teoria, Markowitz estabeleceu algumas premissas tais como: 1. Investidores avaliam portfólios apenas com base no valor esperado e na variância (ou desvio-padrão) das taxas de retorno sobre o horizonte de um período. 2. O investidor é racional e sempre escolherá a carteira de maior retorno dentre as carteiras de mesmo risco. 3. O investidor sempre escolherá a carteira de menos risco dentre as carteiras de mesmo retorno. 4. Os ativos individuais são infinitamente divisíveis, significando que o investidor pode comprar a fração de ação se assim desejar. 5. Existe uma taxa livre de risco, na qual um investidor pode, tanto emprestar quanto tomar emprestado. 6. Custos de transição e impostos são irrelevantes 7. Os investidores estão de acordo quanto à distribuição de probabilidades das taxas de retornos dos ativos, o que assegura a existência de um único conjunto de carteiras eficientes. A Teoria de Markowitz revelou que uma diversificação bem feita pode reduzir ou eliminar completamente os riscos únicos. De forma simples, se o preço do petróleo aumentar pode prejudicar os resultados de uma transportadora. Um investidor poderá reduzir ou anular esse risco (refletido no valor das ações) através da compra de ações (com ρ1,2 negativa) de uma empresa petrolífera que teria seus resultados melhorados em função do aumento no preço do petróleo. Além do mais, o processo de diversificação não ocorre simplesmente em “colocar os ovos em vários cestos, diferentes”. Ele ocorre efetivamente somente se os ativos combinados tiveram correlações negativas ou diferentes de 1, pois se não o possuírem estavam atuando como se estivesse num único cesto. Processo de Construção de Carteiras De acordo com Markowitz, o processo de construção de portfólios ou carteiras de ativos é caracterizado por três elementos fundamentais: 1. A informação referente aos ativos sobre os quais se baseia. 2. Os critérios para classificação dos melhores e piores portfólios, que definem os objetivos da análise. 3. Os procedimentos computacionais, através dos quais os portfólios que atendem aos critérios em (2) são obtidos a partir dos inputs em (1). Pode-se perceber o efeito e a importância da diversificação através da decomposição do risco total do Portfólio. A equação do risco da carteira pode ser rescrita da seguinte forma: A equação abaixo pode ser utilizada para determinar o risco de uma carteira de dois ativos. Os investidores, objetivando reduzir o risco total das suas aplicações deveriam manter carteiras diversificadas em vez de concentradas em poucos ativos. O grau de redução do risco vai depender de quão negativamente correlacionados são os ativos da carteira. Quanto menor o nível das correlações, maiores as reduções obtidas. Entretanto, existem os riscos que não podem ser reduzidos pela diversificação, e estes são chamados de ricos sistêmicos e afetam todos os ativos de mercado. Os valores dos títulos de empresas locais tenderiam a variar em conjunto porque seriam afetados pelos mesmos fatores econômicos nacionais, tais como oscilações da oferta de moeda, de taxa de juros, mudança de política fiscal e variações da taxa de crescimento da economia. Com isso surge a idéia de “Fronteira Eficiente", que seria a curva onde estariam focalizados todos os ativos ou carteiras que possuem a melhor relação risco – retorno, ou seja, dado um nível de retorno obtêm-se a carteira com maior retorno. Considerando as premissas de mercado eficiente, percebe-se que a curva da fronteira eficiente contém as carteiras com menor nível de risco e maior nível de retorno. Dentro desta curva pode-se encontrar diferentes perfis de risco – retorno e estes devem se adequar ao perfil d investidor. A curva representa as melhores carteiras para diferentes perfis de risco. Assim, uma vez estimados os parâmetros dos ativos, ou seja, os retornos, riscos (variâncias) e as covariâncias, podemos encontrar uma série de carteiras só alterando os valores das composições wi. É importante ressaltar dois aspectos: A obtenção da fronteira eficiente de ativos de risco independe do tipo de investidor. Ela resulta tão somente da aplicação do Princípio de Dominância à relação R(s), que por sua vez depende apenas dos ativos considerados. A solução final, isto é, a carteira ótima, é que depende do comportamento do investidor. Ela é obtida varrendo a região factível ( a fronteira eficiente de ativos de risco) com as curvas de utilidade particulares dos investidor. Exemplo ilustrativo: Efeitos da Correlação sobre o risco do Portfólio Admitamos uma carteira formada por duas ações (A e B) com os seguintes resultados esperados. Retorno ( ) Risco (σ) Ação A 12% 18% Ação B 24% 27% O quadro elaborado a seguir demonstra o retorno esperado da carteira formada com diferentes participações das ações A e B, e o risco da carteira adotando-se coeficientes de correlação extremos (ρA,B = +1 e ρA,B = - 1). Carteiras Retorno Ação A (%) Ação B (%) 100 0 80 Risco da Carteira (σp) Correlação Perfeita Positiva (%) Correlação Perfeita Negativa (%) 12,0 18,0 18,0 20 14,4 19,8 13,5 60 40 16,8 21,6 0,0 40 60 19,2 23,4 9,0 20 80 21,6 25,2 18,0 0 100 24,0 27,0 27,0 O risco da carteira (σC), foi calculado de acordo com o modelo de Markowitz, assim para WA = 80%, WB = 20% e ρA,B = +1, temos: Exercícios: 1) O Sr. Henry pode investir nas ações da Tecnisa ou nas ações da Marcopolo. Sua projeção dos retornos dessas duas ações é a seguinte: Situação da economia Probabilidade de ocorrência Retorno da ação da Tecnisa (%) Retorno da ação da Marcopolo (%) Recessão 0,60 -2,0 8,0 Normal 0,25 11,0 6,2 Expansão 0,15 8,5 6,4 a) O coeficiente de correlação entre as ações. b) Determine o desvio-padrão de cada ação. c) Determine o desvio-padrão da carteira formada por 35% das ações da Tecnisa e 65% das ações da Marcopolo, utilizando a fórmula acima. 2) Um investidor aplicou seus recursos nas ações da TAM e Natura, esperando que os retornos dessas ações dependam dos três estados seguintes da economia, que têm probabilidades iguais de ocorrência: Estado da Economia Retorno da ação TAM Retorno da ação NATURA Baixa 5,3% -3,7% Normal 12,8 8,2 Alta 16,4 20,9 a) O coeficiente de correlação entre as ações. b) Determine o desvio-padrão de cada ação. c) Determine o desvio-padrão da carteira formada por 43% das ações da Tecnisa e 57% das ações da Marcopolo, utilizando a fórmula acima. CARTEIRA DE VARIÂNCIA MÍNIMA Representa uma combinação de ativos que formam uma carteira com o menor risco possível. Assim, quanto mais uma carteira se distancia do ponto de menor desvio-padrão, maior é o risco que representa e, conseqüentemente, também mais elevado é seu retorno esperado. Investidores com nível mais alto de aversão ao risco escolherão, evidentemente, carteiras mais próximas do ponto de variância mínima, ocorrendo o inverso com aqueles que apresentam maior indiferença ao risco. Dessa forma, a carteira com uma variância mínima, é preferencial a todas as demais carteiras que oferecem um retorno esperado menor. Em outras palavras, diz-se que a carteira de variância mínima domina todas as demais carteiras que se encontram abaixo dela. Para dois ativos (A e B), a carteira de variância mínima pode ser determinada a partir da seguinte expressão: Exemplo: Dada as seguintes características das ações A e B: Ação A Ação B Retorno esperado 20% 12% Desvio-padrão 36% 22% O coeficiente de correlação desses dois ativos é de 0,20. Assim, determine: A partir dessas informações, são apurados, a seguir, os resultados da carteira admitindo-se diferentes proporções dos ativos. Retorno esperado e risco de carteiras com diferentes composições. Carteira Participação da ação A (WA) Participação da ação B (WB) Retorno esperado Desvio-padrão (σC) A 0% 100% 12,0% 22,0% B 20% 80% 13,6% 20,3% C 40% 60% 15,2% 21,4% D 60% 40% 16,8% 24,9% E 80% 20% 18,4% 29,9% F 100% 0% 20,0% 36,0% Substituindo esses valores na fórmula da variância mínima apresentada, tem-se: Exercícios: 1) Considere as taxas de retorno que poderia obter no próximo ano. Você poderia aplicar na ação da Embraer ou na ação da Usiminas, ou ainda, montar uma carteira. Estado da Economia Recessão Normal Expansão Probabilidade de ocorrência do estado 0,20 0,50 0,30 Taxa de retorno da Embraer (%) 7% 7 7 Taxa de retorno da Usiminas (%) -5% 10 25 Determine: a) O desvio-padrão de cada ação. b) O coeficiente de relação entre as ações. c) A variância mínima para uma carteira. d) O retorno esperado da carteira de variância mínima. e) O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira. 2) Temos os seguintes resultados: σa = 40,65% σb = 13,37% ρa,b = 0,1161 Determine: a) b) c) d) A variância mínima para a carteira. O retorno esperado da carteira de variância mínima. O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira. Demonstre graficamente a variância mínima. 3) Para tomar uma decisão os dirigentes da Construtora Naval da Guanabara fizeram uma avaliação das alternativas X e Y, a qual indicou que as probabilidades de ocorrência de resultados pessimistas, mais prováveis e otimistas são, respectivamente, de 20%, 50% e 30%, conforme apresentado no quadro abaixo. POSSÍVEIS RESULTADOS ALTERNATIVAS DE RETORNO ESPERADO X Y Pessimista 6% 8% Mais Provável 12% 12% Otimista 14% 16% Determine: a) A variância mínima para a carteira. b) O retorno esperado da carteira de variância mínima. c) O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira. 4) No próximo ano, há quatro cenários igualmente prováveis para o comportamento da economia. A seguir, vemos os retornos das ações ordinárias das empresas P e Q em cada estado possível. Cenário Ação de P Ação de Q 1 4% 5% 2 6% 7% 3 9% 10% 4 4% 14% Determine: a) b) c) d) e) f) O desvio-padrão de cada ação. O coeficiente de relação entre as ações. A variância mínima para uma carteira. O retorno esperado da carteira de variância mínima. O desvio-padrão da carteira, utilizando a fórmula de carteira. Demonstre graficamente a variância mínima. Modelo De Precificação De Ativos E Avaliação Do Risco (Capital Asset Pricing Model – Capm) Denomina-se, comumente de MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS (CAPM) a teoria básica relativa a risco e retorno. O desenvolvimento da teoria do CAPM é atribuído a Sharpe e Lintner que separadamente desenvolveram, quase que simultaneamente, a mesma teoria. Ela foi desenvolvida para explicar o comportamento dos preços de títulos e fornecer um mecanismo que possibilita aos investidores avaliar o impacto do investimento proposto num título sobre o risco e o retorno da carteira como um todo. Utilizaremos o CAPM para entender a conciliação básica de risco-retorno envolvida em todos os tipos de decisões financeiras a nível corporativo, embora o CAPM seja mais prontamente aplicado à análise de títulos. O modelo de precificação de ativos de capital ou modelo de formação de preços de ativos de capital (CAPM) associa o risco não-diversificável e o retorno de todos os ativos. O coeficiente beta, , é usado para medir o risco não-diversificável. É um índice do grau de movimento do retorno de um ativo em resposta à mudança no retorno de mercado. O coeficiente beta de um ativo pode ser encontrado examinando-se os retornos históricos do ativo, relativo aos retornos do mercado. O retorno de mercado é o retorno da carteira de mercado de todos os títulos negociados, por exemplo, o índice Ibovespa, o índice NYSE, o índice Nikkey 225, o índice Nasdaq etc. Observação: muitos trabalhos acadêmicos contestam o Ibovespa como índice representativo para determinar o retorno de mercado, devido à composição do índice. O modelo CAPM diz que o resultado previsto que os investidores exigem, é igual a: uma taxa livre de risco (Título do Tesouro Nacional), mais um prêmio sobre o risco. Se o resultado previsto não for igual ou maior ao resultado esperado, os investidores se recusaram a aceitar o investimento. Como todo modelo financeiro é definido algumas hipóteses para sua validação, citando, entre as mais importantes: Ausência de custos de transação, levando a que os impostos e taxas inexistam; Ausência de informação confidencial, levando a que não haja ativos subavaliados ou sobreavaliados no mercado; A decisão dos investidores baseia-se unicamente nos retornos esperados e no risco; Para qualquer nível de risco, os investidores preferem maiores a menores taxas de retorno; Os investidores estimam o risco em função da variabilidade das taxas de retorno estimadas; Existência de um ativo livre de risco, onde os investidores podem emprestar e tomar emprestado a uma única taxa, denotado por "RF", visando chegar a alocações ótimas; Os investidores ajustam a decisão de alocação às preferências de risco, decidindo, desta forma, quanto investirão em ativos livres de risco ou ativos arriscados, tal como uma carteira de mercado; O CAPM começa pôr dividir o risco em duas partes principais: risco diversificável e risco nãodiversificável. Risco diversificável - é risco que independe do mercado e pode ser eliminado através da diversificação, com o aumento da quantidade de diferentes ativos. Risco sistemático ou não diversificável – é a parcela do risco que não pode ser eliminada pela diversificação e está relacionada com o comportamento do mercado. O risco total de uma carteira pode ser formado por duas partes: Risco Total = Risco diversificável + risco não diversificável MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS – CAPM O modelo de risco e retorno ainda usado e que é o padrão na maior parte das análises de finanças é o modelo de precificação de ativos de capital, dado pela equação: Onde: Kj = Retorno esperado da ação j; RF = Ativo sem risco – é aquele no qual o retorno real é sempre o esperado - (Título do Tesouro Nacional); βj = Coeficiente beta ou indicador de risco não diversificável do ativo j; Rm = retorno esperado do mercado; retorno da carteira de mercado (Ibovespa). Exemplo: Calcule o retorno exigido da Natura, supondo que tenha beta igual a 1,25, a taxa das Letras do Tesouro Nacional seja de 5% e o retorno esperado do índice Bovespa seja igual a 15%. O gráfico: a linha de mercado de títulos (LMT) Quando o modelo de precificação de ativos é representado graficamente, recebe o nome de linha de mercado de títulos (LMT) Exemplo: Calcule o retorno exigido da Natura, supondo que tenha beta igual a 1,25, a taxa das Letras do Tesouro Nacional seja de 5% e o retorno esperado do índice Bovespa seja igual a 15%. ki = 5% + [1,25 (15% – 5%)] = ki = 17,5% km = 5% + [1,00 (15% - 5%)] = Km = 15% Coeficiente - β Para que você conclua uma análise de determinada empresa é preciso ter em mãos dados sobre seu desempenho no mercado. Saber com que freqüência é negociada, e o volume dessa negociação, são pontos básicos. No entanto, há uma medida muito importante que determina a sensibilidade das ações de uma empresa em relação ao índice a que estão atreladas. O índice, no caso do Brasil, é o Ibovespa. E essa medida é conhecida como beta simbolizado pela letra grega . Em geral, o beta reflete o comportamento do papel em relação ao Ibovespa nos últimos 18 meses de operação. No entanto, ele pode ser calculado em qualquer período. "Podemos calcular o beta dos últimos três meses. Entretanto, a análise se torna mais completa quando olhamos para um horizonte mais longo" O beta é uma medida de risco não diversificável. O Beta mede a sensibilidade de um ativo em relação aos movimentos do mercado. A tendência de uma ação de mover-se junto com o mercado é refletida em seu Beta, o qual é a medida da volatilidade da ação em relação ao mercado como um todo. Beta e o elemento chave do CAPM. Quando os títulos da carteira do investidor variam na mesma proporção do mercado o = 1. A função básica do beta é ser um indicador de riscos. "O beta pode ser classificado como agressivo (quando é maior que 1); neutro (igual a 1) e defensivo (menor que 1). Dessa forma, o investidor pode ter uma noção de qual será a tendência de comportamento do investimento". Para que você entenda melhor como o beta funciona, veja o exemplo: Se uma ação se comporta exatamente como o Ibovespa, dizemos que ela tem beta=1. Se a ação variar mais que o Ibovespa, mas no mesmo sentido, ela terá beta>1 (beta maior do que um). Se variar menos, mantendo o mesmo sentido, o beta será menor do que um (beta < 1). Uma ação com beta muito maior do que 1, por exemplo, tende a subir mais que o Ibovespa quando este está em alta. Em compensação, tende a cair mais quando há baixa na bolsa. No fim das contas, a escolha é sempre do investidor, mas é preciso estar alerta. "O investidor pode optar por qualquer um dos tipos, mas ele tem que estar consciente de que, no caso de um beta agressivo, ele pode ganhar muito, mas perder com a mesma intensidade. Em momentos de alta volatilidade, um papel agressivo pode levar o investidor à loucura". EMPRESA BETA (β) - 18 meses Empresa "A" 1,50 Empresa "B" 1,01 Empresa "C" 0,42 Supomos que as ações das empresas do quadro acima sejam negociadas na Bovespa e, portanto, estejam atreladas ao Ibovespa. A empresa "A" pode ser classificada como um investimento agressivo, pois o valor de sua ação pode oscilar, em média, 50% do Ibovespa. Nesse caso, o investidor pode obter ganho altíssimo, entretanto seu risco cresce na mesma proporção. Já a empresa "B", pode ser classificada como beta neutro, ou seja, ela não foge muito do resultado apresentado pelo índice e vai estar sempre seguindo mais ou menos o Ibovespa. E a "C" é considerada um investimento de perfil mais defensivo, pois a probabilidade de o papel ter grandes oscilações é pequena. Vale lembrar que o Beta é utilizado como parâmetro para qualquer índice, não só o Ibovespa. Basta que para isso, as ações da empresa estejam sendo negociadas por esse índice. Exemplo, se fosse nos Estados Unidos, o índice utilizado seria o Dow Jones ou o Nasdaq (para as ações de tecnologia); na Argentina, o Merval; e no Japão, o Nikkei. Exemplo 2: O beta de uma ação representativa do portfólio, composto por todas as ações do mercado, teria, por definição o seu Beta igual a 1. O que representaria na pratica que se o mercado subisse 10% esta ação subiria 10% se o mercado caísse 30% a ação cairia 30%. Caso o Beta de uma ação for 0.5, isto significa que esta ação possui metade da volatilidade do mercado, ou seja se o mercado subir 10% a ação subiria 5%. Caso o Beta de uma ação for 2.0, isto significa que esta ação possui o dobro da volatilidade do mercado, ou seja, se o mercado subir 10% a ação subiria 20%. GRAU DE VOLATILIDADE Em equilíbrio, todos os ativos com risco devem cair ao longo da linha reta conhecida como a reta de mercados de títulos. βRM = 1,0 porque a covariância do mercado é igual à variância do mercado, ou seja, uma carteira média tem betas 1,0 em relação a ela mesma. Um título com beta = 1 é considerado neutro. À medida que o mercado como um todo sobe 3% (Índice BOVESPA) aquele título tende a subir 3%. À medida que o mercado como um todo (Índice BOVESPA) cai 5%, aquele título tende a cair 5%. Um título com beta > 1,0, por exemplo: uma ação com β = 1,15 significa que se o mercado (Índice BOVESPA) como um todo apresentar uma queda de 10%, aquela ação deverá sofrer uma baixa de 11,50% no seu preço. Um título com beta < 1,0, por exemplo: uma ação com β = 0,5 significa que se o mercado cair 6%, a ação deverá sofrer uma baixa de somente 3%. Podemos ainda interpretar o índice Beta da seguinte maneira: Coeficiente Beta e suas Interpretações: Beta Comentário Interpretação 2,0 1,0 Duas vezes com maior reação ou risco que o mercado. 1 Mesma reação ou risco que o mercado. 0,5 Apenas a metade da reação ou risco que o mercado. 0,0 Não afetado pelos movimentos do mercado. - 0,5 - 1,0 - 2,0 Apenas a metade da reação ou risco que o mercado. 2 Mesma reação ou risco que o mercado. Duas vezes com maior reação ou risco que o mercado É importante lembrar que o retorno esperado e, portanto, o prêmio de risco de um ativo, depende apenas do risco sistemático. Como ativos com betas maiores têm riscos sistemáticos mais altos, têm também retornos esperados maiores. Dessa forma, conhecendo-se as características de risco (beta) de uma ação, é possível estimarse o preço justo (ou valor intrínseco), tendo-se a indicação se o título é, ou não, uma boa opção de compra. Fórmula: Exemplo: Km = Retorno de mercado Ka = Retorno do título Anos Km(%) 1 -20 -20 2 30 40 3 50 70 Km Ka(%) 20 30 50 20 3 Ka 20 40 70 30 3 Cálculo da variância de mercado M M (M – M) (M – M)2 2 -20 20 -40 1.600 30 20 10 100 50 20 30 900 2.600 2.600 866,7 3 Cálculo da covariância entre m e a A A A–A M–M (A –A)(M – M) -20 30 -50 -40 2.000 40 30 10 10 100 70 30 40 30 1.200 3.300 COVa, m 3.300 1.100 3 1.100 1,27 866,67 BETAS DE CARTEIRAS O beta de uma carteira pode ser facilmente estimado usando os betas dos ativos que a compõe. Sendo wj a proporção do valor total da carteira aplicada no ativo j , e sendo bj o beta do ativo j, podemos usar a equação abaixo: Exemplo: Fonte: Gitman pág. 203 (Princípios de Adm. Financeira 10° ed.) Exercícios: 1) Um indivíduo tem $35.000 investidos em uma "ação A" que tem um βA (bela de A) de 0,8 e $40.000 investidos em uma "ação B" com βB (beta de B) de 1,4. Caso esses sejam os dois únicos investimentos de sua carteira, qual é o βP (beta de P) dessa carteira? 2) Para cada um dos seguintes casos, use o modelo de formação de preços de ativo de capital para encontrar o retomo exigido. Taxa livre de Retorno de Caso risco, R,(%) mercado,k. (%) Beta, b A 5 8 1,30 B 8 13 0,90 C 9 12 -0,20 D 10 15 1,00 E 6 10 0,60 3) Use a equação básica para o modelo de formação de preço de ativo de capital (CAPM) para elaborar cada um dos seguintes: a) Encontre o retorno exigido para um ativo com um beta de 0,90, quando a taxa livre de risco e o retorno de mercado são 8% e 12%, respectivamente. b) Encontre a taxa livre de risco para uma empresa com um retomo exigido de 15% e um beta de 1,25 quando o retorno de mercado é de 14%. c) Encontre o retorno de mercado para um ativo com um retomo exigido de 16% e um beta de 1,10, quando a taxa livre de risco é de 9%. d) Encontre o beta para um ativo com um retomo exigido de 15% quando a taxa livre de risco e o retomo de mercado são 10% e 12,5%, respectivamente. 4) Calcule a taxa requerida de retomo de um título, usando a abordagem SML, sendo a taxa livre de risco igual a 8%, o retomo médio do mercado 12% e o beta da ação 1,5. Demonstre graficamente através da SML. 5) Se a taxa livre de risco é de 6% e o retomo médio do mercado é 10%, calcular as taxas requeridas de retomo para os seguintes investimentos: Título beta A 0,53 8 1,35 C 0,85 D 1,05 6) Dada as seguintes informações sobre as ações do quadro abaixo, determine os itens abaixo: Ação Beta (β) Retorno esperado - modelo CAPM Retorno esperado pelo investidor media dos valores históricos da ação A 1,80 15,0% 21,5% B 1,26 15,6% 16,0% C 2,00 21,8% 19,5% D 1,50 9,05% 16,0% A taxa de aplicação sem risco, RF, é de 7% e espera-se para o índice de mercado KM, apurado pela média histórica do período, uma rentabilidade de 15%. PEDE-SE: a) Calcule o alfa esperados de cada ação; b) Qual deverá ser a atitude do investidor no momento relativamente a cada uma das quatro ações, através dos Alfas calculados? 7) Vamos usar as taxas de retorno históricas da ação da empresa ALFA e do mercado (Índice BOVESPA) dos últimos seis meses. Supondo que a taxa de aplicação sem risco seja de 6,5% (Títulos do Tesouro Nacional), vamos calcular o beta dessa empresa e em seguida comparar a sua taxa de retorno com a taxa de retorno requerida pelo mercado. Ano Retorno de Mercado (Índice Bovespa) Retorno da ação da empresa Alfa 1 27% 30 2 -3% -10% 3 12% 15% 4 -3% -5% 5 12% 5% 6 27% 25% Pede-se: a) b) c) d) e) O Beta da ação. O retorno esperado através do CAPM. Represente graficamente através da SML O Alfa da ação. Qual deverá ser a atitude do investidor no momento relativamente a ação, através do Alfa calculado? 8) Um investidor dispõe das seguintes informações sobre as ações que compõem a sua carteira: Ação Beta β % da ação na carteira A 1,10 20% B 0,80 50% C 1,00 30% A melhor estimativa para o retorno e o risco da carteira do mercado M (IBOVESPA) para o período do investimento é RM = 13% e a taxa de juros livre de risco é de 5%. Determine: a) O retorno esperado de cada ação através da equação do CAPM. b) O retorno esperado da carteira. c) O Beta da carteira. 9) Está sendo analisado atualmente um projeto com Beta, igual a 1,50. No momento, a taxa livre de risco, é de 7% e o retorno da carteira de mercado de ativos, é de 10%. Espera-se que o projeto tenha um retorno anual de 11. a) Se o retorno da carteira de mercado subisse 10%, o que esperaria que acontecesse com o retorno exigido do projeto? E se caísse 10%. b) Use o modelo de precificação de ativos (CAPM) para encontrar o retorno exigido desse investimento. c) Com base no cálculo fito no item b, você recomendaria esse projeto de investimento? Por quê? d) Suponha que, se os investidores se tornassem menos avessos a risco, o retorno do mercado cairia 1%, indo para 9%. O que mudaria em suas respostas aos itens b e c? FERRAMENTAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS A partir da Moderna Teoria de Portfólios pode-se concluir que o desempenho de uma carteira de investimento não está apenas ligado ao retorno que a mesma oferece. Deve-se considerar para avaliação e escolha de composição de portfólio, o grau de incerteza em relação a determinado investimento através da medida de risco. Alguns autores buscaram, através de índices de desempenho, ajustar o risco ao retorno e mais que isso, avaliar a consistência da política de investimento dos fundos e seus gestores. Medidas de retorno ajustado ao risco foram desenvolvidas por Treynor (1965), Sharpe (1966) e Jensen (1968). São medidas amplamente difundidas no mercado para avaliação de fundos. ÍNDICE DO DESEMPENHO DE CARTEIRAS A partir do entendimento da linha do mercado de capitais é que se determina o Sharpe, Índice de medida de avaliação da relação Risco X Retorno de larga utilização pelos administradores de carteiras. Assim, fundamentado na teoria do CAPM, SHARPE desenvolveu um índice relacionando a rentabilidade e risco da carteira de título, que mede a rentabilidade por unidade de risco. Quanto maiores os índices obtidos, maior a rentabilidade por unidade de risco, e, portanto, melhor o desempenho da carteira no período analisado. Por exemplo, se o índice de Sharpe for de 060%, tem-se o desempenho apresentado pelo ativo (prêmio pelo risco) para cada 1% de aumento de seu risco. O Índice SHARPE tem a seguinte expressão: Onde: = Retorno esperado da carteira em análise. = Taxa livre de risco (Letra do tesouro nacional) = Desvio-padrão (risco) da carteira em analise. Exemplo: Suponha-se que desejamos comparar o ÍNDICE SHARPE de uma carteira de ações com o ÍNDICE SHARP do IBOVESPA, tomando-se por base as suas rentabilidades auferidas nos últimos três meses. No mesmo período, a taxa de juros do título do Tesouro Nacional se situou em 2% ao mês (ativo de renda fixa sem risco). A tabela a seguir mostra a rentabilidade: Mês Carteira de ações Ibovespa 1 12% 15% 2 20% 32% 3 -8% -17% A carteira ponderada refere-se à rentabilidade de cada ação e sua participação no total da carteira. A partir desses dados, calculamos a rentabilidade média e o desvio padrão das rentabilidades, tanto da carteira quanto do IBOVESPA. Exercícios: 1) Abaixo são apresentados os retornos esperados da ação da Cia. KMN e do mercado, considerando três cenários prováveis: Cenários Retorno do Ibovespa Retorno da carteira Otimista 24% 18% Mais provável 16% 12% Pessimista 6% -3% a) b) c) d) e) Retorno esperado da carteira e do Ibovespa; Desvio-padrão da carteira e do Ibovespa; Índice de Sharpe da carteira e do Ibovespa; Comparação entre a carteira e o Ibovespa pelo índice de Sharpe; Beta; 2) Analise as duas carteiras abaixo e determine pelo índice de Modigliani qual delas apresenta a maior eficiência para o investidor. Carteira A Carteira B σCM 23,5% 23,1% σRj 18,6% 21,2% Rj 15,8% 11,2% Rf 9,0% 9,0% RM 11,0% 11,0% MERCADOS DO DINHEIRO Subdivide-se em quatro mercados: MERCADO MONETÁRIO É através do mercado monetário que o governo federal controla os meios de pagamento (depósito à vista nos bancos comerciais, mais o volume de papel moeda em poder do público), lançando mão de medidas monetárias, tais como: recolhimento de depósitos compulsórios dos bancos comerciais, redesconto bancário e operações de "Open-Market", que consistem em retirar moeda de circulação quando há excesso de liquidez ( muito dinheiro em circulação) ou recolocar moeda em circulação, quando houver o estreitamento de liquidez ( pouco dinheiro em circulação) através da compra e venda de títulos do próprio governo federal. MERCADO DE CRÉDITO É o mercado que opera a curto prazo. Os recursos captados se destinam ao financiamento de consumo para pessoas físicas e capital de giro para empresas, através de intermediários financeiros bancários. Funciona à partir de normas contratuais que envolvem os tomadores finais de crédito, doadores e os intermediários. Tipo de Operação: 1 - Consumo e Capital de Giro 2 - Financia Crédito Direto ao Consumidor Instituições Financeiras: 1 - Bancos Comerciais e sociedades de Crédito 2 - Financiamento e Investimentos (Financeira) MERCADO DE CÂMBIO É onde são realizadas operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em moedas nacionais e vice-versa. Crédito à exportação e financiamento à importação. Prazo: 1 - Curto Tipo de operação: 1 - Compra e/ou venda de moeda. Crédito para a Exportação e Financiamento à importação Instituições Financeiras: 1 - Bancos Comerciais 2 - Sociedades Corretoras 3 - Bancos de Investimentos MERCADO DE CAPITAIS É o conjunto de operações de prazo médio, longo ou indeterminado. Os recursos destinam-se em geral, ao financiamento de Capital Fixo para empresas, tendo como intermediário financeiro as instituições financeiras Não Bancárias. A médio e a longo prazo, financia Capital de Giro às empresas de capital aberto. O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas - as ações - ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas - debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e "commercial papers" -,que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante. Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de: • empréstimos de terceiros; • re-investimentos de lucros; • participação de acionistas. As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas utilizam as para manter sua atividade operacional. Mas é pela participação de novos sócios - os acionistas - que uma empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida à participação no seu capital. Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros. Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma bolsa de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas. Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional é composto pelas instituições financeiras, intermediários e pelos órgãos reguladores. Nele são realizadas operações de captação de recursos, distribuição e circulação de valores, as quais são regulamentadas pelos seguintes órgãos: CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários, e BACEN, que é o Banco Central do Brasil. O CMN - Conselho Monetário Nacional, é o responsável pela definição das diretrizes de atuação desse sistema. Já o BACEN atua como um órgão executivo diretamente ligado ao CMN, que faz com que sejam cumpridas as normas expedidas pelo CMN. A CVM é o órgão responsável pela regulamentação e pelo desenvolvimento do mercado de valores mobiliários, fiscalizando e disciplinando esse mercado. As principais instituições ligadas ao mercado de capitais são: As autoridades monetárias: O Conselho Monetário Nacional: o CMN acaba sendo o conselho de política econômica do país, visto que o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial. Atualmente, seu presidente é o próprio Ministro da Fazenda. O Banco Central do Brasil: o BACEN é o órgão responsável pela execução das normas que regulam o SFN. São suas atribuições agir como: banco dos bancos, gestor do SFN, executor da política monetária, banco emissor e banqueiro do governo. É muito discutida a elevação do grau de independência do BACEN. Diversas discussões apresentam pontos positivos e negativos de tal alteração. Autoridades de apoio: A Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo voltado ao mercado de ações e debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus objetivos podem sintetizados em apenas um: o fortalecimento do mercado acionário. O Banco do Brasil: até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Confederação. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): contando com recursos de programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela política de investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções. A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico. É um instrumento governamental de financiamento social. Instituições financeiras: Os Bancos Comerciais: os BC são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Os BC's podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc. Os Bancos de Desenvolvimento: o já citado BNDES é o principal agente de financiamento do governo federal. Destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia, dentre outros. Os Bancos de Investimentos: os BI captam recursos através de emissão de CDB e RDB, de capitação e repasse de recursos e de venda de cotas de fundos de investimentos. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os BI não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal. Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as "financeiras" captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas. Sociedade Corretoras: essas sociedades operam com títulos e valores mobiliários por conta de terceiros. São instituições que dependem do BACEN para constituírem-se e da CVM para o exercício de suas atividades. As "corretoras" podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos de investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções. Sociedades Distribuidoras: tais instituições não têm acesso às bolsas como as Sociedades Corretoras. Suas principais funções são a subscrição de emissão de títulos e ações, intermediação e operações no mercado aberto. Elas estão sujeitas a aprovação pelo BACEN. Sociedade de Arrendamento Mercantil: operam com operações de "leasing" que tratam-se de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo. Sociedades de Crédito Imobiliário: ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário diretos ou indiretos. Investidores Institucionais: os principais investidores institucionais são: Fundos Mútuos de Investimentos: são condomínios abertos que aplicam seus recursos em títulos e valores mobiliários objetivando oferecer aos condomínios maiores retornos e menores riscos. Entidades Fechadas de Previdência Privada: são instituições mantidas por contribuições de um grupo de trabalhadores e da mantenedora. Por determinação legal, parte de seus recursos devem ser destinados ao mercado acionário. Seguradoras: são enquadradas coo instituições financeiras segundo determinação legal. O BACEN orienta o percentual limite a ser destinado aos mercados de renda fixar e variável. Agências de Fomento: sob supervisão do BACEN, as agências de fomento captam recursos através dos Orçamentos públicos e de linhas de créditos de LP de bancos de desenvolvimento, destinando-os a financiamentos privados de capital fixo e de giro. Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de aceite, de desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam. Corretoras de Valores São instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central e membros das Bolsas de Valores ou de Futuros, habilitadas a negociar valores mobiliários ou contratos futuros em pregão. Funcionam como intermediários dos investidores na execução de ordens de compra e venda, para operações por conta própria ou determinadas por seus clientes. Além disso, prestam serviços a investidores e empresas, realizando análises técnicas para selecionar os melhores investimentos, assessorar empresas na abertura de capital, subscrição de ações e debêntures, entre outros. Para garantir o dinheiro dos aplicadores, as corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido pelas Bolsas, com o propósito de assegurar a seus membros eventual reposição de títulos e valores negociados em pregão, no caso de problemas financeiros em alguma instituição. Bolsas de Valores As bolsas no Brasil são associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. As duas principais bolsas brasileiras são a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). A SOMA (Sociedade Operadora do Mercado de Ativos), subordinada à Bovespa, administra o mercado de balcão organizado no Brasil, através de um sistema eletrônico de negociação, dirigido por ofertas registradas por formadores de mercado e instituições financeiras associadas. Outras instituições: Centrais de Liquidação e Custódia São empresas que realizam os serviços de liquidação e de custódia das ações. Essas empresas devem estar obrigatoriamente associadas às Bolsas de Valores. Elas exercem papel essencial nas operações de compra e venda de ações. As funções realizadas por essas centrais são as seguintes: compensação, liquidação física e financeira, registro e controle de garantias, controle de posição nos mercados de derivativos e no serviço de empréstimo de ações. A principal é a CLBC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – que é uma empresa associada à Bovespa. Ela é obrigada por lei a enviar mensalmente, caso haja movimentação da conta, extratos das contas de custódia, ou uma vez por ano, caso não haja movimentação ou, ainda, sempre que o acionista solicitar. Distribuidoras de Valores Mobiliários São instituições que fazem a intermediação de ações e outros títulos no mercado primário, colocando-os à venda para o público. O MERCADO DE CAPITAIS Valores Mobiliários Entende-se por valores mobiliários as ações, as partes beneficiárias, as debêntures, os títulos, os bônus de subscrição e os certificados de depósitos de valores mobiliários. Também são considerados valores mobiliários outros títulos criados ou emitidos por sociedades anônimas, a critério do CMN, que significa Conselho Monetário Nacional, e que estejam devidamente registrados pela CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários. Sociedade Anônima São as chamadas empresas de Capital Aberto, que possuem ações negociadas na Bolsa de Valores e no Mercado de Balcão. Essas empresas estão registradas na Comissão de Valores Mobiliários, cuja sigla é CVM. Por que uma empresa abre seu capital? As empresas abrem seu capital por várias razões: • fonte de financiamento para investimentos que a empresa deseja realizar a um custo em geral mais baixo que o financiamento bancário; • reestruturação de passivos; • melhoria da imagem da empresa frente à imprensa especializada e frente aos parceiros comerciais e financeiros, sendo eles nacionais ou estrangeiros; • busca por aumento de liquidez do patrimônio dos acionistas controladores; • reestruturação societária, etc. Essas razões acabam influenciando na forma de como a empresa decide abrir seu capital: tipo de valor mobiliário, tipo de lançamento e tipo de investidor mais adequado aos objetivos da empresa. A abertura de capital não se restringe apenas às grandes empresas, as de menor porte também participam desse mercado. Ao comprar uma ação, você passa a ser sócio de uma empresa, comprando uma participação no capital da mesma. Se a empresa for bem, o preço da ação possivelmente subirá, se as coisas não forem tão bem assim, o preço possivelmente cairá. Desta forma, através do lançamento de ações, uma empresa aumenta substancialmente o número de acionistas (sócios), obtendo recursos que talvez não estivessem disponíveis de outra forma para investir na empresa. Do ponto de vista do investidor, comprar ações dá a possibilidade dele se tornar um "sócio" da empresa, investindo um valor de acordo com as suas disponibilidades. Principais Títulos do mercado de capitais Ativos Privados de Renda Fixa Debêntures e Debêntures Conversíveis em Ações Títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de empréstimo contraído pela emitente com o investidor, a médio e/ou longo prazos, garantidos pelo ativo da empresa. No caso de debêntures não conversíveis, o empréstimo é liquidado normalmente no prazo previsto. Quanto às debêntures conversíveis em ações, o investidor poderá, em prazos determinados e sob condições previamente definidas, optar pela conversão de seu valor em ações, incorporando-o ao capital da sociedade emitente. Todas as condições pertinentes à emissão, prazos, resgates, rendimentos, conversão em ações e vencimento de debêntures são obrigatoriamente fixados em assembléia geral de acionistas. Commercial Papers Títulos de emissão de sociedades anônimas abertas, representativos de dívida de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias). Ações Como já visto, as ações são títulos emitidos por companhias abertas que representam a propriedade de uma fração do capital social da companhia - S/A - Sociedade Anônima -, registrada na CVM - Comissão de Valores Mobiliários. Na prática, quem investe em ações é proprietário de uma parte da sociedade anônima, tornando-se acionista e participando de seus resultados, sejam eles lucros ou prejuízos. As ações são convertidas em dinheiro, a qualquer tempo, através de negociação nas Bolsas de Valores ou no Mercado de Balcão, desde que haja comprador ou vendedor. Mercado de Ações Pode ser entendido como sendo o segmento do mercado de capitais. No mercado de ações são realizadas as chamadas colocações primárias - novas emissões de ações realizadas pelas sociedades anônimas, e as negociações secundárias - realizadas com ações já existentes, colocadas em circulação, na Bolsa de Valores e no Mercado de Balcão. Mercado PRIMÁRIO X SECUNDÁRIO Como descrito, o mercado primário, refere-se ao mercado no qual ocorre a venda da ação pela primeira vez. É a primeira negociação realizada. A empresa pode colocar ações no mercado (abrindo seu capital), ou fazer a emissão de um novo lote de ações. É no mercado primário que ocorre a captação de recursos por parte da empresa.Estes recursos obtidos entram para o caixa da empresa. O mercado secundário é aquele em que os investidores compram ou vendem as ações de sua titularidade. É a negociação de ações já emitidas e em circulação, normalmente realizado nas bolsas de valores. As negociações realizadas neste mercado não trazem recursos diretos para as empresas, sendo estes encerrados no mercado primário. Renda de Ações A rentabilidade que uma ação proporciona ao investidor é variável e irá depender de vários fatores, tais como: condições de mercado, lucros que a empresa vem auferindo, como a empresa vem atuando no mercado, percepções dos investidores, política de dividendos da empresa, etc. O investimento em ações, está sujeito à flutuações, que podem ser negativas em um determinado período, a longo prazo investimentos em ações tendem a superar os investimentos tradicionais de renda fixa. Para ganhar dinheiro em ações você precisa "comprar a ação antes que outros investidores queiram comprá-la e vendê-la antes que outros investidores resolvam vendê-la". Pode não parecer, mas é mais fácil do que parece! Para isso, você precisa entender os fatores determinantes da rentabilidade de uma ação e se antecipar ao mercado. O principal determinante da rentabilidade das ações é o comportamento do preço do papel. O preço das ações é influenciado por uma série de variáveis, que podem ser agrupadas em quatro grupos básicos: - Macroeconômicas - Setoriais - Mercado - Desempenho da Empresa. Variáveis Macroeconômicas Abaixo, alguns exemplos de variáveis macroeconômicas o impacto que eles têm no mercado de ações (Risco Sistemático): Taxa de crescimento da economia - Maior crescimento, de forma geral, leva a maior lucro e alta no preço das ações. Taxa de juros - Em geral, juros maiores aumentam a rentabilidade da renda fixa, que "concorre" com as ações como alternativa de investimento, além do efeito negativo sobre o balanço das empresas. Mercado Externo - Além dos efeitos diretos sobre a economia brasileira, qualquer alteração no mercado externo afeta diretamente o mercado de ações brasileiro já que parte dos compradores de ações brasileiras é composta por estrangeiros. Quanto mais compradores estrangeiros, maior pressão de alta no preço dos ativos e vice-versa. Variáveis setoriais Definem eventos que afetam especificamente o setor de atividades em que a empresa atua. Para facilitar o entendimento, vamos usamos o setor de celulose como exemplo. Um aumento no preço internacional da celulose afeta positivamente as ações do setor (aumento de receitas e lucro potencial). Outras variáveis são possíveis inovações tecnológicas (por exemplo, um processo produtivo mais eficiente), mudanças nos preços de matérias primas, mudança no perfil dos concorrentes internacionais, mudanças na legislação, etc. Variáveis de Mercado Outros fatores que influenciam o preço das ações alterações específicas nas condições de compra e venda de ações. Dentre os principais fatores podemos citar: a) Impostos (ex. maiores impostos sobre aplicações em ações podem desencorajar esta forma de investimento, conseqüentemente afetando os preços) e b) Mudanças nas regras de investimento dos investidores institucionais (ex. fundos de investimento, fundos de pensão, companhias de seguro). Desempenho da Empresa Além dos elementos que influenciam a situação financeira da empresa (mudanças em preços dos produtos produzidos e de matérias primas, aumento ou redução no endividamento, etc.), é importante observar mudanças na perspectiva de novo negócios (tais como novos contratos, aquisições de outras empresas, busca de parceiros, etc.) e alterações na estrutura acionária. Além do preço da ação, a rentabilidade de um investimento no mercado acionário também depende de outras variáveis, sobretudo do nível de dividendos, bonificações, tributação e corretagem. Bolsas de Valores Como já dito, as Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos, que realizam atividades de interesse público. Têm como função principal oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas de capital aberto e sobre os negócios que são realizados em seus pregões diários. São elas que garantem a efetivação das negociações realizadas, propiciando liquidez às aplicações de curto e longo prazo. Quem negocia os títulos e valores mobiliários são as chamadas sociedades corretoras, que são instituições financeiras devidamente credenciadas, habilitadas a operar em Bolsas de Valores. As operações na Bolsa podem ser realizadas de duas formas: pelo tradicional pregão viva-voz ou pelo pregão eletrônico. Tipos de Ações existentes no Mercado • Ordinárias (ON) Concedem o direito de voto nas assembléias de acionistas da empresa. Quem possui estas ações, pode participar das decisões tomadas nestas assembléias, como a eleição de membros da diretoria do Conselho Fiscal da Companhia, ou ainda decidir sobre a destinação dos lucros e reformar o estatuto social, entre outras. Cada ação ordinária equivale a um voto. A ação ordinária é representada pelo número 3 depois das quatro letras do código do ativo. Ex: CSNA3 – Companhia Siderúrgica Nacional • Preferenciais (PN) Oferecem preferência no recebimento de resultados, como dividendos, ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia. Entretanto, as ações preferenciais não concedem o direito de voto, ou o restringem. A ação preferencial é representada pelo número 4 depois das quatro letras do código do ativo. Ex: PETR4 Ações preferências da Petrobrás As ações preferenciais podem ainda ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que apareça após o "PN". As características de cada classe são estabelecidas pela empresa emissora da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças variam de empresa para empresa. O estatuto da empresa vai descrever as características – diferentes rendimentos para cada classe de ação. Observação: As classes também podem indicar restrições feitas pelas empresas emitentes quanto à posse das ações, como, por exemplo, restrição ao investimento de estrangeiros. Preferenciais Classe A: são representadas pelo número 5 depois das 4 letras do ativo. VALE5 Preferenciais Classe B: são representadas pelo número 6 depois das quatro letras do ativo. ELET6 Observação: uma sociedade anônima pode emitir até 2/3 em ações preferenciais e 1/3 em ações ordinárias. Unit- conjunto de ação preferenciais e ações ordinárias, dentro de uma mesma unidade, identificada com o número 11. Ex. UBBR11 • Blue Chips São as chamadas ações de 1ª linha. Ações de empresas de grande porte, com grande liquidez e volume de negócios nas Bolsas de Valores. Ex.: Petrobrás e Eletrobrás. São compostas em sua maioria por ações que formam o índice Bovespa. • Small Caps São empresas de 2ª e 3ª linhas, com patrimônio líquido bem inferior ao das empresas Blue Chips. Forma de distribuição das Ações • Nominativas Ação, representada por cautela, que identifica o nome do seu proprietário no livro de Registro de Ações Nominativas da empresa. A transferência da ação é feita com a entrega da cautela e a averbação de termo, em livro próprio da empresa, identificando o novo acionista. • Escriturais Funcionam como uma espécie de conta corrente, onde os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas. Não há movimentação física dos documentos. Observação: ações ao portador não existem mais desde o Plano Collor. Lotes de Ações • Lote padrão ou “redondo” Quem deseja investir no mercado acionário precisa comprar uma quantidade mínima de ações com características idênticas devidamente predeterminadas pelas Bolsas de Valores, o lote-padrão. Essa quantidade é estipulada totalizando um número inteiro, na maioria das vezes múltiplos de 100, 1.000 e assim por diante. • Lote fracionário Existe a possibilidade de ser transacionada uma quantidade inferior ao lote-padrão. Essa operação é realizada no mercado fracionário. Exemplo: O lote-padrão de Itaú Banco PN, cujo código é ITAU4, negociado no mercado à vista é de 100 ações ou múltiplos desse valor. Para negociar ações em quantidades inferiores ao lote-padrão, é necessário recorrer ao mercado fracionário, onde serão negociados, no exemplo acima, 1 a 99 ações de Itaú Banco PN. Logo, para comprar 135 ações Itaú Banco PN, compram-se 100 ações no mercado integral e 35 ações no mercado fracionário. Para diferenciar as cotações do mercado fracionário essas vêm com um F depois do código, como PETR4F, TNLP4F, entre outras. Proventos Provento é o nome dado aos benefícios e remunerações que as empresas concedem aos seus acionistas. Os proventos variam entre as empresas, pois eles são concedidos de acordo com a política de cada empresa. Dividendos Parcela do lucro apurado pela empresa que é distribuído aos seus acionistas no encerramento do exercício social. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas as empresas devem distribuir em forma de dividendos pelo menos 25% do lucro líquido apurado em cada exercício social. O dividendo pago às ações preferenciais deve ser no mínimo 10% superior ao pago às ações ordinárias. Quando uma empresa paga dividendos, ela está distribuindo aos acionistas parte do seu lucro no período. Se a empresa anuncia um dividendo de R$ 2,00 por ação e você tiver 1.000 ações, então receberá R$ 2.000,00 em dinheiro, que será enviado à sua conta. Em geral o valor do dividendo é variável, dependendo do resultado da empresa no período e da política interna de dividendos de cada empresa. Algumas empresas (em geral as maiores e mais estabelecidas no mercado) preferem pagar dividendos mais altos; enquanto outras decidem reinvestir na empresa a maior parte dos lucros gerados. A periodicidade de pagamento dos dividendos também não é definida e pode ser trimestral, semestral ou anual. Bonificação Bonificação são novas ações que a empresa emite e distribui proporcionalmente entre seus acionistas. Essa emissão é feita quando as reservas legais são incorporadas ao capital social da empresa. Subscrição A subscrição é um direito do acionista que tem o objetivo de manter a participação constante após uma nova emissão de ações no mercado. Por exemplo, se um acionista é dono de 10% das ações de uma empresa, ele terá o direito de comprar 10% da emissão de novas ações. Split Split é o desdobramento das ações existentes de uma empresa. Por exemplo, se uma empresa que possui 10.000 ações cotadas a R$10,00 cada fizer um split 1:2 ela passará a ter 20.000 ações cotadas a R$ 5,00 cada. Ação vazia – ex Ação cujos direitos de dividendos, bonificação e subscrição já foram exercidos. Ação cheia – com Ação cujos direitos ainda não foram exercidos. Direitos de subscrição Os direitos de subscrição são proventos oferecidos pelas empresas aos seus acionistas, em cumprimento a instruções da Comissão de Valores Mobiliários e determinadas leis. Essas distribuições são anunciadas quando há, por exemplo, aumento de capital social ou ajustes nas demonstrações financeiras. São distribuídos em quantidade proporcional às ações já possuídas pelos acionistas da empresa em determinada data preestabelecida no edital de subscrição. O recebimento de direitos de subscrição depende da política de distribuição e pagamento de proventos adotada pela empresa que os oferece, e também da quantidade de ações que o acionista possuir em carteira em determinada data preestabelecida no edital de subscrição. Caso o acionista não tenha interesse em subscrever seus direitos na data do exercício, ele pode vendê-los em bolsa a preço de mercado, dentro do período preestabelecido. Há ainda a possibilidade de adquirir direitos adicionais em bolsa, comprando esses direitos a preço de mercado, obedecendo aos prazos de negociação, e podendo exercê-los na data estabelecida. O acionista que desejar exercer seus direitos de subscrição pode fazê-lo através da própria Corretora, dentro das datas estabelecidas. É importante ressaltar que ações são ativos distintos de direitos de subscrição. Há dois tipos de ações negociáveis em bolsa: ações ordinárias, que normalmente têm seus códigos acompanhados do número 3, e ações preferenciais, que normalmente têm seus códigos acompanhados do número 4. Os direitos de subscrição de ações ordinárias têm geralmente seus códigos acompanhados do dígito 1, enquanto os direitos de subscrição de ações preferenciais têm geralmente seus códigos acompanhados do dígito 2. É possível ainda diferenciar ações e direitos de subscrição através dos códigos “DIR PRE” e “DIR ORD” que acompanham os direitos de subscrição de ações preferenciais e ordinárias respectivamente. Exemplos de direitos de subscrição: ITSA1, ITSA2, TCSP1, TELB1, TCOC1, TEPR2. O acionista que após as datas estabelecidas para exercício de direitos de subscrição ainda possui-los em carteira, não poderá negociá-los em bolsa ou exercê-los, perdendo então a utilidade do provento. Ações adquiridas através do exercício de direitos de subscrição dependem de homologação por parte da empresa emissora para se tornarem negociáveis em bolsa. Na primeira etapa desse processo os direitos são convertidos em “Recibos” de exercício de direitos de subscrição que comprovam o exercício por parte do acionista junto à bolsa e garantem a ele o recebimento dessas ações. Assim como os direitos de subscrição, os recibos também são negociáveis em bolsa. Exemplo: um acionista recebe direitos de subscrição de uma empresa na qual mantém participação.. Realizado o exercício, seus direitos são convertidos em recibos negociáveis em bolsa. Dependendo do processo de homologação, os recibos serão trocados por ações da empresa em questão. O período de homologação de ações pode variar dependendo do emissor das ações. Exemplos de recibo: ITSA9, ITSA10, TELB9. Informações importantes que constam do edital de subscrição da empresa. • Valor total da subscrição de ações e aumento do capital social • Quantidade e tipo de ações a ser emitida • Preço de emissão e de subscrição • Justificativa do preço de emissão • Prazo de exercício do direito de preferência • Proporção do direito recebido • Sobras • Locais de atendimento Tipos de Mercado São vários os mercados que se podem negociar ações, como o mercado à vista, que é o nosso objeto de estudo, o mercado futuro, mercado à termo, o de opções, o mercado de câmbio e de swap. Mercado à Vista A entrega dos títulos vendidos se processa no segundo dia útil depois de realizada a negociação em Bolsa. Já o pagamento e o recebimento do valor da operação é feito no terceiro dia útil, mediante a efetiva liquidação física. Fluxo de liquidação D+0 Dia em que você realiza a operação, sendo registrada automaticamente na Bolsa de Valores de São Paulo. D+1 Último dia para especificação de operações à vista. Último dia para reespecificação de operações à vista. D+2 Autorização de movimentação de custódia. D+3 Liquidação física da operação (entrega dos títulos). Liquidação financeira da operação. Caso o cliente tenha comprado algum título e esse não tenha sido depositado na conta da corretora, não ocorrerá o pagamento do mesmo. No caso da venda, se não ocorrer o pagamento, os títulos não serão entregues à contraparte. Ativo-objeto ou papéis negociáveis Chamamos de ativo-objeto todas as ações negociáveis em Bolsa. Preço Os preços das ações são formados em função da oferta e procura dos investidores que atuam nesse mercado. Quando a oferta é grande, a tendência é de que os preços das ações caiam, e vice-versa. Anúncio de grandes investimentos ou parcerias, perspectivas do setor no mercado brasileiro e mundial, política de dividendos da empresa, assim como as alterações na política econômica também exercem grande influência na cotação dos preços das ações. Negociações Para que as negociações ocorram, é necessária a intermediação de uma corretora, que efetuará a operação de acordo com a ordem de compra ou venda feita pelo cliente no pregão da Bolsa, através de um de seus representantes, ou seja, o operador. As operações do mercado à vista poderão ser acompanhadas em tempo real nesse site. Formas de Negociação As negociações poderão ser realizadas pelo sistema eletrônico de negociação por terminais ou no próprio pregão viva-voz das Bolsas de Valores. • Pregão Eletrônico (sistema eletrônico de negociação por terminais): a oferta de compra e venda de ações é feita por terminais de computadores. Esse sistema faz com que automaticamente haja o encontro das ofertas de compra e venda, realizando assim, os negócios. Os operadores realizam as negociações diretamente da corretora. • Pregão Viva-Voz (onde são negociadas as ações de maior liquidez): lugar onde os operadores das corretores apregoam suas ofertas em viva-voz. No momento da negociação os operadores especificam o nome da empresa, o tipo da ação, a quantidade e o preço de compra ou de venda. After Market: O After Market é uma negociação que acontece fora do horário de pregão, podendo oferecer maior tempo e comodidade para os investimentos no mercado de ações. No After Market podem ser negociadas todas as ações que foram negociadas no pregão normal do mercado à vista. As ordens enviadas pelo sistema Home Broker - via Internet - no After Market têm um limite de R$100.000,00 por investidor. Não há valor máximo para as transações, caso as ordens não sejam enviadas pelo Home Broker. Para proteger os investidores de oscilações abruptas do mercado, a variação máxima permitida nos preços é de 2% em relação ao preço de fechamento do pregão diurno. Horários de Negociação Pregão Viva-Voz - 10h às 13h e das 14h às 17h45 Pregão Eletrônico - sessão contínua das 10h às 17h After Market - negociação das 17h45 às 19h Tipos de Ordem de Compra ou Venda • Ordem a Mercado: é aquela que especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários ou direitos a serem comprados ou vendidos, devendo ser executada a partir do momento em que for recebida pela sociedade corretora. • Ordem Administrada: é aquela que especifica somente a quantidade e as características dos valores mobiliários e os direitos a serem comprados ou vendidos, ficando a execução a critério da sociedade corretora. • Ordem Discricionária: aquela que é cometida por uma instituição, a ser executada dentro das possibilidades de mercado, representando um ou mais comitentes a um só tempo, cuja especificação será determinada por quem cometer a ordem, que indicará, também, o preço a ser atribuído • Ordem Limitada: é aquela que deve ser executada somente a preço igual ou melhor do que o especificado pelo comitente. • Ordem Casada: é aquela constituída por uma ordem de venda de determinado valor mobiliário ou direito e de uma ordem de compra de outro, que só pode ser efetivada se ambas as transações puderem ser executadas, podendo o comitente especificar qual das operações deseja ver executada em primeiro lugar. • Ordem de Financiamento: é aquela constituída por uma ordem de compra ou de venda de um valor mobiliário ou direito em uma modalidade operacional, e outra concomitantemente de venda ou compra do mesmo valor mobiliário ou direito, na mesma ou em outra modalidade, com prazos de vencimentos diferentes. • Ordem Stop: é uma ordem de VENDA programada para ser enviada para a bolsa somente quando a cotação do ativo a ser vendido atingir valor igual ou inferior ao preço de disparo, chamado de “preço stop”, estipulado pelo investidor. Quando atingido ou ultrapassado o “preço stop” programado, será enviada uma venda do tipo limitada para a bolsa com o preço limite que foi estipulado pelo investidor no ato do registro da oferta. Validade das ordens Para o dia: a ordem de compra ou venda da ação é valida somente até o fechamento do pregão. Se não for realizada, é automaticamente cancelada. Prazo Determinado: o investidor fixa o prazo de validade. Quando o prazo é expirado, a ordem á cancelada. Prazo indeterminado: a validade da ordem só termina com a execução ou cancelamento da ordem Estratégias de Negociação DAY - TRADE Ocorre quando uma operação de compra e venda é realizada no mesmo dia, pelo mesmo investidor, na mesma Bolsa de Valores e intermediada pela mesma sociedade corretor Custos de Transação • Taxa de Corretagem: será cobrada em função do volume de negócios realizados no pregão. Comoa negociação é realizada através de corretoras, estas cobram uma comissão por este trabalho. Temos dois tipos de Corretagem: A fixa e a variável. Fixa: a Corretora cobra uma taxa fixa por operação que você faz. Exemplo: R$16,00 em uma compra ou venda efetuada Variável: realizada pela maioria dos Bancos Exemplo: Se fizer uma compra/venda de até R$ 135,05, terá que pagar a Corretora R$ 2,70 Compra/venda de R$ 135,06 até R$ 498,61 terá que pagar uma taxa de 2%. Compra/venda de R$ 498,62 até R$ 1.514,68, terá que pagar uma taxa de 1,50% e mais um custo fixo de R$ 2,49 Compra/venda de R$ 1,514,69 até R$ 3.029,37; taxa de 1% mas custo fixo de R$ 10,06 Compra/venda a partir de R$ 3.029,38, taxa de 0,50% mais um custo fixo de R$ 25,21. Obs.: - estes valores podem variar de corretora pra corretora - os valores não são aplicador por operação e sim por volume financeiro total movimentado no dia - os valores são cobrados tanto na compra como na venda. Exemplo prático: Itaútrade: Corretagem variável Compra de 500 ações a R$ 20,00 = R$ 10.000,00 Venda de 500 ações a R$ 21,50 = R$ 10.750,00 Var. de 7,5% Descontando tudo; terá um lucro de R$ 588,57 Banif: Corretagem fixa de R$ 16,00 Compra de 500 ações a R$ 20,00 = R$ 10.000,00 Venda de 500 ações a R$ 21,50 = R$ 10.750,00 Var. de 7,5% Descontando tudo; terá um lucro de R$ 710,74 Se for operar valores muito baixos e utilizar uma corretagem fixa o custo fica maior. Agora se operar valores representativos, vale a pena avaliar a corretagem fixa. Na verdade tudo depende das estratégias que irá utilizar • Emolumentos: é a taxa cobrada pelas Bolsas na negociação. Para Operações Finais a taxa é de 0,035% do valor financeiro da operação. Para Operações de Day-Trade a taxa é de 0,025% do valor financeiro da operação. • A.N.A.: é o chamado Aviso de Negociação de Ações. A Bovespa dá isenção dessa taxa por um período indeterminado. TARIFAS COBRADAS NO MERCADO À VISTA BOVESPA CBLC TOTAL Emolumentos Liquidação Registro Finais 0,027% 0,008% - 0,035% Day-Trade 0,019% 0,006% - 0,025% Exercício de Posições de Opções de Compra 0,019% 0,006% - 0,025% Exercício de Opções de índices sobre Spread 0,027% 0,008% - 0,035% Custódia A custódia pode ser entendida como sendo a guarda de títulos e valores mobiliários e do exercício de direitos, que podem ser bonificações, dividendos ou direitos de subscrição que são distribuídos pela sociedade anônima aos acionistas. Esse tipo de serviço prestado aos investidores é efetuado pela denominada instituição custodiante, que poderão ser os bancos comerciais, múltiplos e de investimento, sociedades corretoras e distribuidoras de valores. Essas instituições devem estar devidamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários, a CVM. No que diz respeito ao exercício de direitos, exceto a subscrição, todos são efetuados automaticamente nas chamadas contas de custódia dos investidores, até mesmo os desdobramentos e grupamentos de ações. Já os direitos de subscrição somente poderão ser efetuados pelas instituições custodiantes com a devida solicitação expressa do cliente. Tipos de custódia Custódia Fungível É o tipo de custódia na qual as ações que são retiradas pelo investidor podem não ser aquelas que foram anteriormente depositadas para a custódia, no entanto, devem ser da mesma qualidade e espécie e ter a mesma quantidade. Custódia Infungível É o tipo de custódia na qual as ações que são retiradas pelo investidor têm de ser exatamente aquelas que foram anteriormente depositadas para a custódia. As ações adquiridas são custodiadas na CBLC, Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia. Tributação Imposto de Renda de Pessoa Física. Desde 1º de janeiro de 2005, a alíquota que incide sobre o lucro nas operações de renda variável é de 15% para operações normais. Para operações day-trade, a alíquota foi mantida em 20%. Cálculo do Imposto de Renda no mercado de renda variável O mercado de renda variável compreende todas as operações realizadas nas bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros e assemelhadas, bem como as operações com ouro, ativo financeiro, realizadas fora de bolsas, com a intervenção de instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional (bancos, corretoras e distribuidoras). OPERAÇÕES NORMAIS • Alíquota Há incidência de alíquota de 15% sobre o ganho líquido. • IR retido na fonte Para operações de venda normais, há incidência de IR retido na fonte, na alíquota de 0,005%. Ficam isentas desse recolhimento vendas cujo valor do IR na fonte em um mês seja igual ou inferior a R$ 1,00. Normalmente as corretoras ligadas a bancos, recolhem o IR na fonte e irão acumular os valores a serem pagos até que o limite de isenção seja ultrapassado. Assim que o mesmo ocorrer, haverá um débito em conta corrente referente ao IR retido na fonte. A alíquota de 15% deve ser aplicada sobre o lucro líquido apurado pelo investidor através de DARF. Caso seja apurado um prejuízo no mês, o saldo de imposto retido na fonte poderá ser compensado com os ganhos líquidos apurados nos meses subseqüentes. • Isenção de Imposto de Renda Estão isentos do Imposto de Renda os ganhos líquidos de pessoas físicas que tenham realizado no mês alienações (vendas) no mercado à vista de ações igual ou inferior a R$ 20.000,00. • Ganho líquido É a diferença positiva entre o valor da venda e o custo de aquisição da ação. • Valor de venda (Preço x Quantidade) – (Corretagem + Emolumentos) • Custo de aquisição (Preço x Quantidade) + (Corretagem + Emolumentos) Exemplo: Compra e Venda de ações Itaú Banco em 1 mês Exemplo de cálculo do Imposto de Renda Variável: Compra Venda Imposto de Renda Ação ABCD4 Ação ABCD4 Quantidade 70 Quantidade 70 Preço 300,00 Preço 310,00 Total Financeiro Corretagem Emolumentos Custo de Aquisição 21.000,00 130,21 7,35 21.137,56 Valor da Venda: 21.558,70 Custo de Aquisição: 21.137,56 () Ganho Líquido: 421,14 Imposto de Renda: 63,17 IR retido na fonte: 1,08 (-) IR a recolher via Darf: 62,09 Total Financeiro 21.700,00 Corretagem Emolumentos Valor da Venda IR retido na fonte 1,0 8 133,71 7,59 21.558,70 DAY-TRADE Uma operação é considerada um day-trade quando uma compra e uma venda do mesmo ativo é realizada no mesmo dia e pela mesma corretora. • Alíquota Há incidência de alíquota de 20% sobre o ganho líquido. • IR retido na fonte Para operações day-trade, há incidência de IR retido na fonte na alíquota de 1% sobre o ganho líquido. O recolhimento desse percentual é realizado diretamente pela corretora. O restante deve ser recolhido pelo investidor através de DARF. Caso seja apurado um prejuízo no mês, o saldo de imposto retido na fonte poderá ser compensado com os ganhos líquidos apurados nos meses subseqüentes. A apuração do Imposto de Renda para as operações day-trade é feita como nas operações “normais”, através da soma dos ganhos líquidos apurados no mês. Ao calcular o valor a ser pago deve ser deduzido o valor já recolhido pela corretora. • Compensação de Prejuízos Passados A partir do início do ano 2000 os prejuízos obtidos nas operações no mercado à vista de ações só podem ser compensados com os ganhos auferidos nesse mesmo mercado ou no mercado de opções, futuros e termo. Os prejuízos apurados nas operações day-trade só podem ser compensados com os ganhos líquidos apurados no mesmo tipo de operação. • Pagando o Imposto de Renda O IR deve ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao mês onde foram apurados ganhos líquidos no mercados de renda variável. O pagamento deve ser feito em qualquer agência bancária através do formulário DARF, utilizando o código 6015 (referente ao IR incidente sobre ganhos líquidos em operações em bolsa). Em caso de atraso de pagamento, há a incidência de multa e juros moratórios. Para maiores informações, consulte a página no site da Receita Federal que trata deste assunto. • Declaração de Ajuste Anual Como declarar os ganhos obtidos - Os ganhos líquidos são apurados e tributados, mês a mês, em separado e não integram a base de cálculo do Imposto de Renda na Declaração de Ajuste Anual. Apesar de não fazerem parte da base de cálculo, os ganhos líquidos devem ser declarados na Declaração de Ajuste Anual. O imposto pago não pode ser deduzido do devido na declaração. A declaração dos ganhos líquidos deve ser feita na seção “Renda Variável” na Declaração de Ajuste Anual. Como declarar a carteira de ações - A declaração deverá ser feita na seção Bens e Direitos (ações) pelo custo de aquisição. No site da Receita Federal está disponível toda a legislação sobre Imposto de Renda. • Guia Rápido Apuração: mensal Alíquota: 15% sobre o ganho líquido para operações normais e 20% sobre o ganho líquido para operações de day-trade. Custo de Aquisição: Valor da Compra + Corretagem + Emolumentos Cálculo do ganho líquido: (Valor de Venda – Custo de Aquisição) Isenção: Alienação igual ou inferior a R$ 20.000,00 no mês Pagamento: até o último dia do mês subseqüente GOVERNANÇA CORPORATIVA Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa é um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. Implantados em dezembro de 2000 pela Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA, os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa são segmentos especiais de listagem que foram desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Empresas listadas nesses segmentos oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas práticas de governança corporativa que ampliam os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a transparência das companhias, com divulgação de maior volume de informações e de melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua performance. A premissa básica é que a adoção de boas práticas de governança corporativa pelas companhias confere maior credibilidade ao mercado acionário e, como conseqüência, aumenta a confiança e a disposição dos investidores em adquirirem as suas ações, pagarem um preço melhor por elas, reduzindo seu custo de captação. A adesão das Companhias ao Nível 1 ou ao Nível 2 depende do grau de compromisso assumido e é formalizada por meio de um contrato, assinado pela BOVESPA, pela Companhia, seus administradores, conselheiros fiscais e controladores. Ao assinarem o contrato, as partes acordam em observar o Regulamento de Listagem do segmento específico, que consolida os requisitos que devem ser atendidos pelas Companhias listadas naquele segmento, além de, no caso das Companhias Nível 2, adotar a arbitragem para solução de eventuais conflitos societários. COMPANHIA NÍVEL 2 As Companhias Nível 2 se comprometem a cumprir as regras aplicáveis ao Nível 1 e, adicionalmente, um conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos societários dos acionistas minoritários. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 2 tem como obrigações adicionais à legislação: - Divulgação de demonstrações financeiras de acordo com padrões internacionais IFRS ou US GAAP. - Conselho de Administração com mínimo de 5 (cinco) membros e mandato unificado de até 2 (dois) anos, permitida a reeleição. No mínimo, 20% (vinte por cento) dos membros deverão ser conselheiros independentes. - Direito de voto às ações preferenciais em algumas matérias, tais como, transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia e aprovação de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em assembléia geral. - Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo, 80% (oitenta por cento) deste valor para os detentores de ações preferenciais (tag along). - Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação neste Nível; - Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado para resolução de conflitos societários. COMPANHIA NÍVEL 1 As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Por exemplo, a companhia aberta listada no Nível 1 tem como obrigações adicionais à legislação: - Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Trimestrais (ITRs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras trimestrais – entre outras: demonstrações financeiras consolidadas e a demonstração dos fluxos de caixa. - Melhoria nas informações relativas a cada exercício social, adicionando às Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém demonstrações financeiras anuais – entre outras, a demonstração dos fluxos de caixa. - Melhoria nas informações prestadas, adicionando às Informações Anuais (IANs) – documento que é enviado pelas companhias listadas à CVM e à BOVESPA, disponibilizado ao público e que contém informações corporativas – entre outras: a quantidade e características dos valores mobiliários de emissão da companhia detidos pelos grupos de acionistas controladores, membros do Conselho de Administração, diretores e membros do Conselho Fiscal, bem como a evolução dessas posições. - Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano. - Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc. - Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas. - Divulgação, em bases mensais, das negociações de valores mobiliários e derivativos de emissão da companhia por parte dos acionistas controladores. - Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% (vinte e cinco por cento) do capital social da companhia. - Quando da realização de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital. Novo Mercado O Novo Mercado é um segmento de listagem destinado à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela legislação. A valorização e a liquidez das ações são influenciadas positivamente pelo grau de segurança oferecido pelos direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade das informações prestadas pelas companhias. Essa é a premissa básica do Novo Mercado. A entrada de uma companhia no Novo Mercado ocorre por meio da assinatura de um contrato e implica a adesão a um conjunto de regras societárias, genericamente chamadas de "boas práticas de governança corporativa", mais exigentes do que as presentes na legislação brasileira. Essas regras, consolidadas no Regulamento de Listagem do Novo Mercado, ampliam os direitos dos acionistas, melhoram a qualidade das informações usualmente prestadas pelas companhias, bem como a dispersão acionária e, ao determinar a resolução dos conflitos societários por meio de uma Câmara de Arbitragem, oferecem aos investidores a segurança de uma alternativa mais ágil e especializada. A principal inovação do Novo Mercado, em relação à legislação, é a exigência de que o capital social da companhia seja composto somente por ações ordinárias. Porém, esta não é a única. Por exemplo, a companhia aberta participante do Novo Mercado tem como obrigações adicionais: - Obrigações dos níveis 1 e 2 de Governança - Extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia (tag along). - Realização de uma oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação, no mínimo, pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro de negociação no Novo Mercado. - Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc. - Além de presentes no Regulamento de Listagem, alguns desses compromissos deverão ser aprovados em Assembléias Gerais e incluídos no Estatuto Social da companhia. O Índice Bovespa O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papéis negociados na BOVESPA e também de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 02/01/1968 (valorbase: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética*. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes. Extremamente confiável e com uma metodologia de fácil acompanhamento pelo mercado, o Índice Bovespa representa fielmente o comportamento médio das principais ações transacionadas, e o perfil das negociações à vista observadas nos pregões da BOVESPA. Finalidade A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador médio do comportamento do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das negociações à vista (lote-padrão) na BOVESPA. Representatividade do Ibovespa Em termos de liquidez: As ações integrantes da carteira teórica do Índice Bovespa respondem por mais de 80% do número de negócios e do volume financeiro verificados no mercado à vista (lote-padrão) da BOVESPA. A BOVESPA calcula seu índice em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à vista (lote-padrão) com ações componentes de sua carteira. Outros índices: IBrX-50 O índice IBrX-50 é composto pelos 50 papéis mais líquidos da BOVESPA, escolhidos de acordo com os critérios de inclusão descritos abaixo. Critérios de Inclusão de Ações no Índice Integram a carteira do IBrX-50 as ações que atendem cumulativamente aos critérios a seguir: a) ser uma das 50 ações com maior índice de negociabilidade apurados nos doze meses anteriores à reavaliação; b) ter sido negociada em pelo menos 80% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira. IBrX O IBrX - Índice Brasil é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA, em termos de número de negócios e volume financeiro. Essas ações são ponderadas na carteira do índice pelo seu respectivo número de ações disponíveis à negociação no mercado. Critérios: a) estarem entre as 100 melhores classificadas quanto ao seu índice de negociabilidade, apurados nos doze meses anteriores à reavaliação; b) terem sido negociadas em pelo menos 70% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira. ISE O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro. Índice de Energia Elétrica (IEE) Primeiro índice setorial da BOVESPA, o Índice de Energia Elétrica (IEE) foi lançado em agosto de 1996 com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica. Dessa forma, constitui-se em um instrumento que permite a avaliação da performance de carteiras especializadas nesse setor. Índice Setorial de Telecomunicações (ITEL) Segue mesma metodologia do IEE. INDX Fruto de um convênio entre a FIESP e a BOVESPA, o Índice do Setor Industrial (INDX) foi desenvolvido com o objetivo de medir o desempenho das ações mais representativas do setor industrial, importante segmento da economia brasileira. Sua carteira teórica é composta pelas ações mais representativas da indústria, que são selecionadas entre as mais negociadas na BOVESPA em termos de liquidez e são ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. IVBX-2 O Índice Valor Bovespa - 2ª Linha (IVBX-2) foi desenvolvido em conjunto pela BOVESPA e pelo jornal Valor Econômico, visando mensurar o retorno de uma carteira hipotética constituída exclusivamente por papéis emitidos por empresas de excelente conceito junto aos investidores, classificadas a partir da 11ª posição, tanto em termos de valor de mercado como de liquidez de suas ações. Ações Elegíveis para o Índice O índice IVBX-2 será composto por 50 papéis escolhidos em uma relação de ações classificadas em ordem decrescente por liquidez, de acordo com seu índice de negociabilidade (medido nos últimos doze meses). Dado o objetivo do índice, não integrarão a carteira as ações que apresentem os 10 índices de negociabilidade mais altos, nem aquelas emitidas pelas empresas com os 10 maiores valores de mercado da amostra. Assim, a carteira será composta pelas 50 melhores ações cujos índices de negociabilidade estejam classificados a partir da 11ª posição, observados os demais critérios de inclusão descritos abaixo. Serão incluídas na carteira do índice as 50 empresas elegíveis que atendam aos seguintes critérios: a) estarem classificadas a partir da 11ª posição, em termos de índice de negociabilidade medido nos últimos doze meses; b) não apresentarem os 10 maiores valores de mercado da amostra; c) não possuírem outro tipo classificado entre os 10 primeiros índices de negociabilidade; d) terem presença em pregão acima de 70%. Uma empresa participará da carteira somente com seu tipo mais líquido (aquele que apresentar o maior índice de negociabilidade no período). IGC O IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. Tais empresas devem ser negociadas no Novo Mercado ou estar classificadas nos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA. Elegem-se à inclusão na carteira teórica do índice todas as ações emitidas por empresas negociadas no Novo Mercado ou classificadas nos Níveis 1 e 2 da BOVESPA. São incluídas na carteira do índice todas as empresas admitidas à negociação no Novo Mercado e nos Níveis 1 e 2 da BOVESPA. Os procedimentos para a inclusão de uma ação no índice obedecem à seguinte regra: Uma vez a empresa tendo aderido aos Níveis 1 ou 2 da BOVESPA, todos os tipos de ações de sua emissão participarão da carteira do índice, exceto se sua liquidez for considerada muito estreita. ITAG O ITAG – Índice de Ações com Tag Along Diferenciado tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários, no caso de alienação do controle. Como Analisar o Mercado de Ações Um dos fatores determinantes do sucesso dos melhores investidores no mercado de ações é a capacidade de analisar as ações de forma apropriada, o que lhes permite entrar e sair do mercado no momento certo. A partir do momento em que seu perfil de investidor está definido (após analisar sua situação financeira e patrimonial, quanto risco você está disposto a correr, qual prazo você pode investir e qual seu objetivo de rentabilidade) você já está pronto para analisar os vários fatores que afetam o comportamento das ações. De forma genérica, podemos dizer que a análise deve ser baseada em uma série de variáveis, não se restringindo somente à situação atual, mas também tirando lições do comportamento passado das ações e tentando chegar a um consenso quanto ao desempenho futuro da empresa. Desta forma, a análise se baseará em dados passados, presentes e futuros, com o objetivo de determinar quais as perspectivas da empresa. Existem duas correntes ou "escolas" básicas de análise do mercado de ações: - Análise financeira e fundamentalista: mais indicada para o médio e longo prazo - Análise técnica (ou gráfica): mais recomendada para detectar oportunidades de curto prazo ANÁLISE FINANCEIRA Demonstrativos Financeiros Os principais demonstrativos financeiros de uma empresa são: Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultados e Demonstrativo de Origens e Recursos. Balanço patrimonial É uma das principais demonstrações financeiras e mostra o que a empresa possui (ativos), o quanto deve (passivos), e quanto capital os acionistas investiram na empresa (patrimônio líquido). O balanço é composto por estes três itens (ativo, passivo e o patrimônio líquido) e a soma de passivo e patrimônio líquido deve ser sempre igual ao ativo. Pode-se dizer que o balanço patrimonial apresenta uma "fotografia" da empresa em uma determinada data (normalmente os balanços são emitidos trimestralmente), ou seja, o balanço do primeiro trimestre apresenta os valores correspondentes a cada conta (ativo, passivo e patrimônio líquido) no último dia deste período (31 de março). Ativo - O ativo representa todos os itens ou bens da empresa que são usados nas suas atividades, sejam elas quais for. Podem ser citados como componentes do ativo de uma empresa: caixa, estoques, créditos, imóveis, equipamentos, investimentos, etc. Passivo e Patrimônio Líquido - Para adquirir cada um dos bens que compõem o ativo, a empresa precisa se financiar. De maneira geral, pode-se dizer que patrimônio líquido eqüivale à parte do financiamento feita por acionistas, enquanto que o passivo é igual à parte feita por terceiros. Quando utilizamos a expressão financiamento para descrever o passivo e patrimônio líquido, isso não que dizer financiamento financeiro. Apesar de nem todos serem financeiros, todos os itens do passivo são, de uma forma ou de outra, um financiamento, pois correspondem a obrigações que a empresa tem com terceiros e que ainda não foram cumpridas (ex. impostos a pagar, etc.). Isso esclarece porque o ativo sempre se iguala à soma do patrimônio líquido e do passivo. Demonstrativo de resultados Esse demonstrativo detalha e quantifica o que a empresa recebe (receitas), o quanto gasta (despesas) e o resultado líquido dessas operações (lucro ou prejuízo) em um determinado intervalo de tempo. Com base na análise do lucro ou prejuízo da empresa, o empresário pode estimar o quanto pode retirar da companhia, ou, em caso de prejuízo, o quanto precisa investir para equilibrar o seu caixa. Pode-se dizer que o demonstrativo de resultados é organizado de acordo com o processo de produção da empresa. ANÁLISE FUNDAMENTALISTA A análise fundamentalista tem o objetivo de avaliar alternativas de investimento a partir do processamento de informações obtidas junto às empresas, aliadas ao entendimento da conjuntura macroeconômica e do panorama setorial nos quais a companhia se insere, passando pela análise retrospectiva de suas demonstrações financeiras e estabelecendo previsões para o seu desempenho. Cabe à análise fundamentalista estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa se dá pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro. A análise fundamentalista adiciona o componente preço aos indicadores financeiros da empresa. Isso porque os múltiplos de mercado em que se baseia são calculados como a relação entre o valor de mercado da empresa e elementos dos demonstrativos financeiros. Os indicadores fundamentalistas mais utilizados por analistas são: P/VPA, P/LPA, VE/EBITDA, e Dividend yield. Indicadores de Liquidez Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante Indica quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação a cada unidade monetária que deve no mesmo período. Liquidez Seca = (Ativo Circulante - Estoques)/Passivo Circulante Tem o mesmo significado que a liquidez corrente, com exceção do fato de que os estoques não são considerados como recebíveis, ou seja, não conta com a realização imediata dos estoques. Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo Oferece a mesma indicação da liquidez corrente, mas engloba também os ativos e passivos a longo prazo. Indicadores de Endividamento Endividamento Geral = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo / Patrimônio Líquido Indica quanto a empresa tem captado junto a terceiros em relação ao seu capital próprio. Endividamento Oneroso = Dívida Onerosa Total / Patrimônio Líquido Mede especificamente o comprometimento do capital próprio da empresa em relação à sua dívida com bancos e outras que têm custo financeiro embutido (debêntures, desconto de duplicatas, etc.). Endividamento Oneroso Líquido = Dívida Onerosa Total - Disponibilidades / Patrimônio Líquido Como o nome diz, trata-se do cálculo do endividamento deduzido das disponibilidades aplicadas no mercado financeiro. É bastante útil nos casos de empresas que têm baixo custo de captação de empréstimos e o fazem com intuito de realizar o que chamamos de arbitragem, ou seja, captam de um lado e aplicam do outro, gerando ganhos líquidos. Indicadores de Rentabilidade Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido/Patrimônio Líquido É a taxa de retorno dos acionistas e mede a performance do lucro em relação ao capital próprio empregado no empreendimento. Normalmente se utiliza o Patrimônio inicial, mas podem ser necessários ajustes, o que nos leva a sugerir, em princípio, o emprego do Patrimônio médio do período de apuração do lucro. Rentabilidade do Ativo Total = Lucro Líquido/Ativo Total médio Este indicador mede a eficiência global da administração, ou seja, o retorno obtido em relação ao total de recursos empregados, sejam eles próprios ou de terceiros. Os indicadores de rentabilidade são habitualmente expressos no formato percentual. Indicadores de Mercado Lucro por Ação (LPA): representa a divisão do lucro líquido pelo número total de ações da empresa. LPA = Lucro Líquido / Número Total de Ações Valor Patrimonial por Ação (VPA): representa a divisão do Patrimônio Líquido da empresa pelo seu número total de ações. VPA = Patrimônio Líquido / Número Total de Ações indica quanto o mercado paga para cada real que os acionistas investiram na empresa. Por exemplo, se o P/VPA da companhia é 1,5, isso significa que o mercado está disposto a pagar R$ 1,5 por cada R$ 1 que os acionistas investiram na empresa. O mesmo raciocínio vale para P/VPA inferiores a 1, nesse caso o mercado aplica um desconto no capital investido pelos acionistas. Preço/Lucro (P/L) = Cotação da Ação/ Lucro por Ação = Valor de Mercado/ Lucro Líquido Indica o tempo de retorno do investimento, partindo-se da premissa que o lucro apurado se repetirá nos próximos anos. Assume ainda um caráter de preço relativo, na medida em que seja disponível uma série de projeções para várias empresas para determinado ano. expressa o valor de mercado da empresa em termos de seu lucro líquido. Assim como o P/VPA, quanto maior o indicador, mais cara a ação está em relação a sua geração de lucro, e vice-versa no caso de um indicador menor. Novamente, é recomendável fazer uma análise comparativa do P/LPA da empresa com o de outras companhias do mesmo setor. Preço/Valor Patrimonial (P/VPA) = Cotação da Ação/ Patrimônio Líquido por Ação = Valor de Mercado/ Patrimônio Líquido Valor de Mercado: É calculado multiplicando-se a quantidade total de ações pelo último preço, ou seja, equivale a quanto a empresa vale na ótica do mercado. Vale lembrar que o valor de mercado não equivale ao preço de compra de 100% das ações. Isso porque o preço usado no cálculo reflete o último negócio concluído, que pode ser bem diferente das expectativas de preço dos demais acionistas da empresa. No caso de uma empresa com várias classes de ações (ON, PN, etc.), o valor de mercado da companhia é obtido pela soma do valor de mercado de cada classe de ações. Pay-Out é a taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio. A legislação exige que seja distribuído, no mínimo, 25% do lucro líquido após as deduções legais. Exemplificando, se uma empresa tem lucro de R$ 1,00/ação e distribui R$ 0,35/ação como dividendos, seu pay-out seria de 35%. Dividend Yield (ou retorno de dividendos): é calculado como a divisão entre o dividendo pago por ação em um determinado período, geralmente 12 meses, e a última cotação da ação. Empresas que possuem um dividend yield alto tendem a ser as escolhidas por investidores que preferem retorno garantido a ganhos de capital. Valor da Empresa: É calculado como a soma entre o valor de mercado e a dívida líquida da empresa, e reflete o valor total da empresa, ou seja, o capital próprio (acionistas) e o de terceiros (dívida líquida). Em geral, o valor da empresa é usado no cálculo de índices relativos a Vendas, EBIT e EBITDA (todos eles representam fluxos disponíveis a acionistas e credores). EBITDA: o EBITDA é uma medida aproximada do fluxo de caixa operacional da empresa, pois exclui depreciação e despesas financeiras. Esse múltiplo relaciona o valor da empresa com a sua capacidade de geração de caixa (fluxo de caixa). Esse múltiplo não se aplica a empresas financeiras, pois para essas companhias endividamento financeiro (e despesas financeiras) faz parte de suas atividades normais. Para saber se o indicador fundamentalista de uma empresa está alto (empresa está cara no mercado) ou baixo (empresa está barata no mercado) é necessário analisar o desempenho do indicador dessa empresa historicamente e, com relação ao de companhias do mesmo setor. ANÁLISE TÉCNICA OU GRÁFICA A análise técnica não está preocupada em analisar os fundamentos da empresa, tal como desempenho financeiro, endividamento ou expectativa de lucros, mas seu foco está centrado no comportamento dos preços de suas ações. Seu princípio básico é o de que a cotação de uma ação segue padrões e tendências que se repetem, ou seja, a cotação atual de uma ação é influenciada pela média histórica de cotações, sempre observando de perto o indicador de volume. A maioria dos indicadores técnicos utiliza uma combinação de médias para seu cálculo, normalmente uma média de curto prazo e uma média de longo prazo. A análise do volume negociado é fundamental, já a maioria das mudanças de tendências (de alta para baixa, ou vice versa) somente ocorre quando existe um grande volume de negócios. Suporte e Resistência São dois conceitos muito utilizados na análise técnica. Suporte: nível de cotações onde existem muitos investidores que estão dispostos a comprar a este preço, evitando que os preços caiam ainda mais. Resistência é o contrário, ou seja, um nível de cotações onde existem muitos vendedores dispostos a vender a este preço, evitando que os preços subam mais Um dos aspectos interessantes dos suportes e resistências é a sua mudança de um para o outro no caso de sua quebra. Um suporte, após ser quebrado pelo fechamento transforma-se em resistência e vice versa. Esta reversão, no entanto, tem uma força menor e deve ser encarado mais para o curto prazo. Deve ser enfatizado aliás o aspecto de psicologia de mercado que leva a sua feitura. Suportes e resistências existem pela lembrança que o mercado tem destes pontos significativos embora, é óbvio, exista também o aspecto de real aumento de demanda e oferta em certos níveis de preços. Gráfico de Barras O gráfico de barras é um dos tipos mais populares na análise técnica. Conforme pode ser visto na ilustração ele utiliza o valor de abertura, máximo, mínimo e de fechamento. A barra oferece uma série de informações sobre o que acontece no pregão. O segmento de reta para a esquerda é a abertura, ou seja, o valor do primeiro negócio que ocorreu no dia. O segmento para a direita é o valor de fechamento, representando o preço do último negócio no pregão. O ponto mais alto da barra coincide com o preço máximo praticado durante o pregão, enquanto que a extremidade inferior corresponde ao preço mínimo. Candlestick Os candlesticks surgiram no Japão no século 17 com o mercado de arroz. De lá para cá esse sistema de representação foi sofrendo alterações até chegar nos dias atuais, onde é bastante usado para a análise gráfica. Como qualquer análise técnica, deve ser usado junto com outras ferramentas. Para se criar o candlestick usa-se o preço de abertura, fechamento, máximo e mínimo de cada dia. O corpo do candlestick é representado por uma barra cuja altura é dada pela diferença entre o preço de fechamento e abertura, enquanto a linha acima e abaixo correspondem ao preço máximo e mínimo respectivamente. Quando o preço de fechamento é maior que o preço de abertura do dia, o candlestick é representado aqui pela cor azul para facilitar a visualização. E quando o preço de fechamento é menor que o preço de abertura do dia, utiliza-se a cor vermelha. O período adotado no Grafbolsa é diário, porém pode ser adotado outros períodos como semanal. No caso do período semanal, o máximo e mínimo são obtidos da última semana. Conceito básicos das linhas de tendência de alta e baixa As linhas de tendências são retas traçadas pelos topos ou fundos de um gráfico de cotações, que possibilitam a visualização da tendência do mercado. Para que a linha de tendência possa existir, é preciso que haja pelo menos dois pontos, indicando uma tendência e um terceiro ponto, que deve confirmar a tendência. Assim, para a identificação de uma tendência de alta, por exemplo, é preciso que cada fundo subseqüente seja superior ao fundo anterior, já que as linhas de alta são traçadas pelos fundos. No sentido oposto, para que uma tendência de queda seja identificada é preciso que cada topo subseqüente seja inferior ao topo anterior, pois as linhas de baixa são traçadas pelos topos. Além disso, muitos analistas afirmam que é mais seguro aguardar que o topo formado por dois fundos seja rompido para que se caracterize com mais segurança a tendência de alta. Identificando pontos de reversão Uma vez traçadas as linhas, o investidor deverá observar o comportamento do mercado. A reversão de uma tendência pode ser identificada através do rompimento da linha, sendo que, quanto maior for esse rompimento, maior será a chance da reversão acontecer. Outros indicadores muitos utilizados em análise técnica são: MACD, Estocástico, Índice de Força Relativa e as médias móveis. MACD: indica a diferença entre as expectativas de curto e de longo prazo e é calculado utilizando médias das cotações. A regra básica do MACD é vender se o MACD (linha vermelha no gráfico) cai abaixo da média de 9 dias (linha azul no gráfico) e comprar, quando o MACD passa acima da mesma linha. Estocástico (STK): também se utiliza de médias históricas. De acordo com o STK, poderá ser um bom ponto de compra de uma ação, quando o STK estiver aumentando em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for menor do que 20. Da mesma forma, poderá ser um bom ponto de venda, quando o STK estiver diminuindo em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for maior do que 80. Índice de Força Relativa (IFR): de acordo com o IFR, poderá ser um bom ponto de compra de uma ação, quando o IFR estiver aumentando em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for menor do que 30. Da mesma forma, poderá ser um bom ponto de venda de uma ação, quando o IFR estiver diminuindo em relação ao dia anterior, principalmente se seu valor for maior do que 70. Médias Móveis Médias móveis são uma das mais populares ferramentas para análise técnica. Podendo ser utilizadas sozinhas ou, de preferência, em conjunto com outros indicadores técnicos. A média móvel pode ser simples ou exponencial. Elas são calculadas utilizando o preço de fechamento e estão sempre "atrás" do preço, por isso são utilizadas mais como indicadores de tendência, sendo melhores aplicadas quando o mercado apresenta tendência definida de alta ou baixa e não em mercado voláteis A média móvel mais utilizada é a exponencial, que responde mais rápido às variações do mercado porque atribui mais peso aos preços mais recentes. O período utilizado normalmente utilizado é de 5 e 21 dias.Quanto menor o período (dias) usados na média móvel, mais rápido é a reação com as mudanças do preço. Inicialmente, poderia-se pensar que quanto mais rápido a resposta melhor os resultados, porém isso nem sempre é verdade, porque quanto mais sensível um indicador mais sinais de compra ou venda ele dará, podendo dar sinais falsos com mais frequência. Se um indicador é menos sensível ele dará sinais mais corretos, porém também pode ser muito tarde. Esse é sempre o dilema da análise técnica, entre a sensibilidade do indicador contra a qualidade dos sinais de compra ou venda. O investidor deve experimentar diferentes períodos para a média móvel a fim de encontrar o que melhor se adapta ao mercado e à ação. Há três principais caminhos para identificar a tendência de uma ação com o uso de médias móveis : - O primeiro caminho usa a direção da média móvel, se ela está subindo, a ação está com tendência de alta. Se a média móvel esta caindo, também está a ação. - O segundo caminho para identificar a tendência do mercado é a localização do preço em relação à média móvel. Se o preço está acima da média móvel, a ação é considerada com tendência de alta. Se o preço está abaixo da média móvel, a tendência é de baixa. - O terceiro caminho utiliza uma média móvel de curto prazo e outra de longo prazo. Quando a média móvel de curto prazo está acima da média móvel de longo prazo , a tendência é de alta. E quando a média móvel de curto prazo está abaixo da de longo prazo, a tendência é de baixa. Bandas Bollinger Tem como conceito a probabilidade de afastamento máxima da média de 21 ou 14. A partir desta média o sistema gera dois desvios padrão para cima e dois para baixo, englobando mais de 95% dos possíveis preços. Pode ser utilizada com suporte e resistência Fibonacci Fibonacci foi um matemático italiano do século XIII que criou uma sequência de números cujo próximo número é sempre a soma dos dois anteriores , ou seja : 1 , 2 , 3 , 5 , 8 , 13 , 21 , 34 ... Nessa sequência , com excessão dos valores iniciais, quando se divide um número pelo seu próximo, encontra-se sempre um valor muito próximo de 0.618 ( por exemplo : 21 / 34 = 0.618 ). Acontece que esse valor e suas variações como : 1 - 0.618 = 0.382 , ocorrem com certa frequência em formas geométricas na natureza, como em conchas , flores , no DNA humano, etc. Daí se induziu que esses números poderiam estar presentes no comportamento das ações. Nada prova que isso possa ocorrer, porém mesmo assim Fibonacci é muito usado para determinar pontos de suporte e resistência das ações. Para o uso de Fibonacci normalmente pega-se os pontos iniciais e finais de uma tendência de alta ou baixa. Com esses pontos pode-se traçar retas, arco e hélices. As retas de Fibonacci são encontradas entre os dois pontos, por exemplo : 61.8% ou 38.2% da diferença entre os dois preços. Com essas retas encontra-se os pontos de resistência e suporte. Os arcos gerados por um círculo tem seu raio determinado pelo mesmo método e também as hélices. Além de 0.618 e 0.382 também usa-se o valor de 0.5.