SEDUC – SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL “DOMINGOS BRIANTE” ANA MARIA BALDINOTTI O LÚDICO E A LÍNGUA INGLESA Projeto apresentado e desenvolvido na Escola Estadual “Domingos Briante” como uma das ações resultantes dos estudos realizados no projeto Sala de Educador das necessidades do coletivo escolar. SÃO JOSÉ DO RIO CLARO – MT 2015 TEMA: O LÚDICO E A LÍNGUA INGLESA RESUMO O aspecto lúdico é uma forma fundamental do ser humano, onde podemos dizer que o desenvolvimento da criança está relacionado com o ato de jogar. O trabalho com jogos na escola apresenta-se como uma possibilidade de investigação sobre o modo como se dá o seu próprio processo de construção de conceitos utilizados. Palavras-chave: Lúdico, Desenvolvimento, Aprendizagem, Inglês. INTRODUÇÃO Os alunos da EJA são pessoas muito diferentes em termos individuais, culturais, entre outros aspectos, mas que se identificam quanto ao fato de não terem frequentado a escola nas fases da infância e da adolescência, por razões diversas. Ma também, devemos levar em consideração que há alunos com idade defasada em relação ao ano escolar, e por outros motivos variados, cursam a EJA. O ensino da Língua Inglesa está vinculado à simples memorização de regras e palavras. Dessa maneira, muitas vezes considerado desmotivador, foi adquirindo uma forma pouco apreciada por estudantes. Por isso, é preciso buscar novas formas para que o estudante tenha a oportunidade de compreender o Inglês como elemento indispensável e trazer-lo para sua vida de forma prazerosa e significativa. O objetivo constitui um desafio ao pensamento do aluno, fazendo com que ele busque ou construa meios para atingir um resultado favorável, que ao ser alcançado, proporciona o desenvolvimento cognitivo. OBJETIVO GERAL Oportunizar situações desafiadoras para que os (as) estudantes desenvolvam sua capacidade de pensar, organizar as informações que recebem compreendendo o seu sentido e atribuir significados de modo que ampliem processo de ensino aprendizagem da Língua Inglesa. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Reconhecer palavras de origem inglesa; Reconhecer o alfabeto inglês e suas diferenças em relação ao da língua inglesa; Aplicar o vocabulário e as estruturas gramaticais em diferentes situações do ensino aprendizagem; Refletir sobre a presença e o uso da língua inglesa; Reconhecer o vocabulário e as características textuais; DESENVOLVIMENTO Segundo a teoria de Bourdieu (1982), a escola assume como iguais indivíduos que não são culturalmente iguais. Ao fazê-lo, reproduz e legitima uma distinção social perversa. Separa aqueles que possuem incorporado um capital cultural de competência lingüística e de relações com a cultura, similar ao transmitido pela escola e aqueles cujo capital cultural herdado obedece a outros princípios. Por outro lado, ao insistir em conteúdos "cientificamente" estabelecidos, a escola acaba por se afastar da realidade concreta, tornando o estudo sem sentido para a maioria dos alunos, desprezando o lúdico, presente na vida diária destes sujeitos, com os quais, segundo Huizinga (1986), vão construindo os seus saberes a partir dos problemas que vão enfrentando nos jogos e brincadeiras. Anastasiou (2006), ao analisar a questão metodológica do/no ensino brasileiro, busca identificar elementos de sua historicidade, considerando-o como um dos determinantes do seu modo de ser atual, e a estratégia pedagógica da didática se configura com uma preocupação excessiva, ainda que disfarçada, em preparar fundamentalmente os reprodutores de um modelo econômico e social vigente conduz necessariamente à exclusão da maioria. Desta forma a escola tornou-se uma ilha de saber acadêmico, dissociada da realidade da maior parte de sua clientela. A cristalização a que esta mentalidade conduziu foi de tal ordem que acabou por dissociá-la de toda a realidade social, negando práticas humanas cotidianas como possibilidade de sistematização do conhecimento. Dentre estes estão os jogos e brincadeiras, desenvolvidas por todos os povos do mundo, tanto como instrumento de socialização, ou como forma de transmissão de conhecimentos diversificados. De início é importante explicar que foi utilizada a palavra jogo para referir-se ao "brincar". Vocábulo predominante da Língua Portuguesa quando se trata de atividade lúdica infantil. A palavra "jogo" se origina do vocábulo latino ludus, que significa diversão, brincadeira. A análise da ludicidade como pressuposto que motiva o aprendizado, requer o respaldo federado de vários segmentos de pesquisadores e idéias de inúmeros autores ou, mais precisamente, um método em que se entrecruzam múltiplos pontos de vista, e que utiliza as aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e lingüística). Pensa-se em utilizar materiais lúdicos nas salas de aula, a fim de não tornar o ensino-aprendizagem um processo apenas retórico. Para Vigotsky (1989), as origens da vida consciente e do pensamento abstrato deveriam ser procuradas na interação do organismo com as condições de vida social, e nas formas histórico-sociais de vida da espécie humana e não no mundo espiritual e sensorial do homem. Trata-se de um processo didático de variadas construções, que caminham do plano social. Para Pain (1992), o afetivo e o cognitivo não podem ser separados na construção do conhecimento e do sujeito; ficam também explícitos os conceitos sobre a Psicopedagogia, onde o corpo e o "homem" são um só, e assim devem ser concebidos, analisados e entendidos. Huizinga (1980, p. 17), afirma que o objetivo do lúdico no processo ensinoaprendizagem: "[...] é modificar as estratégias relacionais do indivíduo e levá-lo a desenvolver o mais plenamente possível sua capacidade de ação inteligente e criadora, seja seu potencial integro ou esteja ele afetado por deficiências de qualquer origem". Outro pesquisador que, se interessou pelo jogo infantil, foi Henri Wallon. Analisando o estudo dos estágios propostos por Piaget, fez inúmeros comentários onde evidenciava o caráter emocional em que os jogos se desenvolvem, e seus aspectos relativos à socialização, pela possibilidade de resolução de problemas advindos "dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas". (WALLON (1989, p. 210). Analisando a concepção acima, pode-se dizer que no ato de brincar, tanto o adulto quanto a criança estão plenamente libertos para a criação. E é através da criatividade, que o indivíduo torna-se pleno e sincronizado com a vida, dando valor a esta, percebendo suas potencialidades, além da importância das trocas interindividuais. A palavra jogo pode, pois, ter uma gama de sentidos como divertimento, distração, passatempo dentre outros. A ludicidade e a aprendizagem não podem ser consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e a brincadeira são por si só uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem ao educando comportamentos além dos habituais. "Nos jogos ou brincadeiras o educando age como se fosse maior do que a realidade, e isto, inegavelmente, contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento" (MULTIEDUCAÇÃO, 1994). METODOLOGIA As atividades foram realizadas nas turmas da EJA (1º Ano do 2 º Segmento e 2º Ano do 2º Segmento- noturno), se processou de forma individual, onde o professor após entregar as atividades impressa, os alunos mediante a explanação da aula anterior e do livro didático como suporte, desenvolveram as atividades conforme seu aprendizado de forma significativa. CONSIDERAÇÕES FINAIS O jogo é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Nesta perspectiva, existe necessidade de atualização dos professores a fim de proporcionar uma ação didática, interdisciplinar facilitadora de vivências lúdico-pedagógicas, imprescindíveis ao desenvolvimento dos alunos, contemplando, assim, o caráter lúdico do movimento humano como fonte de prazer e alegria, no ambiente escolar e no processo de desenvolvimento da construção dos saberes e do conhecimento. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das inteligências múltiplas. 11. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1998. BOURDIER, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva. 1982. DOHME, V. D’ Ângelo: 32 idéias divertidas que auxiliam o aprendizado. São Paulo: Informal, 1998. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Infantis: o jogo, a criança e a educação. 6. ed. Rio de Janeiro: vozes, 1993. PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trd. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976. RIZZO, Gilda. Jogos Inteligentes: A Construção do Raciocínio na Escola Natural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. WALLON, Henri. Psicologia e Educação da criança. Lisboa: Vega/Universidade, 1989.