1. Título A ALMA DAS COISAS INDIGESTAS um olhar culturalmente imaginativo para a anima mundi 2. Autor Silvia Eugenia Faibischew Graubart 3. Resumo Embora os números não sejam exatos, 35% dos brasileiros passa fome. Este dado me leva a experimentar o poema O Bicho, de Manuel Bandeira, como fio condutor para denunciar que problemas sociais vivem e respiram em nós. Proponho um olhar imaginativo e o simples exercício de amplificação do vocábulo fome nos coloca frente a importantes constatações: do nutrir para satisfazer as necessidades imediatas ao empanturrar-se ou devorar, o alimento não se mostra apenas como fonte de prazer e sobrevivência, mas, metaforicamente, como recurso para aplacar uma fome interior que nem toda comida do mundo seria capaz de saciar: a cobiça e a fartura desmedidas, parceiras inseparáveis, imagética e sensorialmente, da penúria, da privação e da exclusão social. 4. Objetivos Por mais que nos esforcemos para minimizar as dores individuais com o cultivo da alma, somos todos afetados pelas aflições da anima-mundi. Seus sintomas denunciam um sofrimento que também é nosso. Por isso, é para ela que precisamos nos curvar a fim de refletir suas tragédias, possibilidades, perspectivas, desequilíbrios, sonhos e angústias, na tentativa de alterar o mundo e a nós mesmos. Se, entretanto, a proposta parecer ilusória, ao menos teremos elementos suficientes para iniciar uma saborosa (ou seria indigesta?) discussão. 5. Justificativa O que a leitura psicológica das distorções alimentares teria a nos dizer sobre a alma do mundo no século XXI? Não me propus a fazer um estudo psicossomático, abordando a psicodinâmica ou a leitura simbólica que determinam a inanição decorrente da fome ou a obesidade ocasionada pela ingestão incorreta de alimentos. Se a isso me dispusesse, estaria apenas envolvida com a psique individual e suas armadilhas, situações e memórias, como se estas não fossem determinadas pela inevitável conjunção indivíduo e mundo. No lugar disso, aventurei-me à tentativa de enxergar um segundo sentido de alma em todos os fenômenos do mundo, não apenas no indivíduo. Quis caminhar na direção de algo que pudesse nascer do aprofundamento – a consciência de que as qualidades internas do mundo externo são plenas de significado. Lancei-me ao desafio de propor que o exercício da psicologia amplie suas possibilidades de atuação por territórios menos desbravados e um campo de ação mais abrangente – a anima mundi – enxergando a patologia que nos assombra a cada esquina, para tratarmos suas imagens com o mesmo cuidado com que fazemos do setting terapêutico um lugar sagrado. A ALMA DAS COISAS INDIGESTAS um olhar culturalmente imaginativo para a anima mundi O Bicho Manuel Bandeira Vi ontem um bicho na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava, Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato, O bicho, meu Deus, era um homem... Distintas experiências, idêntica atitude para entrar em relação. Um caso clínico de compulsão alimentar, sobrepeso, anorexia ou bulimia é um retrato imediato do sofrimento – a psique do paciente fantasiando em torno do comer; sua alma apresentando peças de um quebra-cabeça a ser organizado com novas dimensões, na captura da profundidade que dá sentido à estreiteza literal da queixa. Assim também acontece com as aflições da anima mundi. Basta um olhar atento às esquinas, não apenas das periferias, mas especialmente nos quarteirões mais abastados das metrópoles, aliás, onde os contrastes se mostram com mais intensidade. Reportagens, registros fotográficos, letras de música, teatro, cinema, poesia... são ainda boas fontes de observação que falam desse sofrimento. É por meio da consideração desse material que talvez possam surgir os elos perdidos da sucessão de acontecimentos que desencadearam a cisão e o conflito. Um verdadeiro labirinto de imagens visuais, auditivas e sensoriais alimenta a imaginação, cria realidade, desperta analogias, reflexão... alma. E esse vitral de imagens permite buscar um segundo sentido tanto em quem o observa quanto no mundo. Um convite para trazer a psique do mundo aos nossos consultórios. Como escreve Hillman, a psique como anima mundi, a alma neoplatônica do mundo, já está dada junto com o mundo, de tal forma que uma das tarefas da psicologia é escutar a psique falando através de todas as coisas do mundo, recuperando assim o mundo como lugar da alma. (HILLMAN, 1991: 40). Jung identifica a fome como um dos cinco principais grupos de fatores instintivos, ao lado da criatividade, reflexão, atividade e sexualidade (CW 8, § 246). Para ele, a fome é um instinto primário de autopreservação, talvez o mais fundamental de todos os impulsos que, assim como os outros, pode se transformar, pelo controle da consciência, tornando-se “civilizado”. Jung escreve: Inequívoco como possa ser o estado físico de excitação chamado fome, as conseqüências psíquicas dele resultantes podem ser múltiplas e variadas. Não somente as reações à fome ordinária podem ser as mais variadas possíveis, como a própria fome pode ser “desnaturada” e mesmo parecer como algo metafórico. Podemos não somente usar a palavra “fome” nos seus mais diversos sentidos, mas a própria fome pode assumir os mais variados aspectos, em combinação com outros fatores. A determinante, originariamente simples e unívoca, pode se manifestar como cobiça pura e simples ou sob as mais variadas formas, tais como a de um desejo e uma insaciabilidade incontroláveis, como por exemplo, a cupidez pelo lucro ou a ambição sem freios. (CW 8, § 236) Quando Jung se refere à fome que pode ser saciada com comida, fica mais viável pensar na transformação desse instinto pelo controle da consciência, enveredando pelas camadas mais profundas da psique. Entretanto, quando esta fome denuncia a miséria – uma das patologias que existiu desde sempre, mas se acentuou consideravelmente com a modernidade – a combinação com os “outros fatores”, aos quais ele se refere, ultrapassa os limites de um processo individual e nos conecta inevitavelmente com as aflições do mundo. Ambas situações me remetem ao substrato fundamental da psique inconsciente e sua íntima relação com o mundo dos objetos. Jung se refere a essa camada estrutural da psique – o inconsciente coletivo – em diversos momentos do seu trabalho: (...) quanto mais nos tornamos conscientes de nós mesmos, através do autoconhecimento, atuando conseqüentemente, tanto mais se reduzirá a camada do inconsciente pessoal que recobre o inconsciente coletivo. Desta forma vai emergindo uma consciência livre do mundo mesquinho, suscetível e pessoal do eu, aberta para a livre participação de um mundo mais amplo de interesses objetivos. Essa consciência ampliada não é mais aquele novelo egoísta de desejos, temores e esperanças e ambições de caráter pessoal, que sempre deve ser compensado ou corrigido por contratendências inconscientes; tornar-se-á uma função de relação com o mundo dos objetos, colocando o indivíduo numa comunhão incondicional, obrigatória e indissociável com o mundo em geral. (CW 7/2, § 275) Na conferência “Psicoterapia e Atualidade”, elaborada para a reunião dos psicoterapeutas suíços em Zurique, no ano de 1941, Jung é mais explícito ao descrever essa “comunhão incondicional” com o mundo: Seria uma incumbência realmente importante examinar mais de perto quais as relações da psicoterapia com a situação atual do espírito europeu (...) Ao conceito de psicoterapia inere uma enorme exigência, qualquer que seja o âmbito a que a circunscrevemos, posto que a alma é a matriz de toda ação, e, conseqüentemente, de todos os acontecimentos determinados pela vontade dos homens. Não seria apenas difícil, mas literalmente impossível, destacar aleatoriamente um pedacinho do campo infinitamente vasto da vida da alma, e estabelecer, daqui para frente, o campo de jogos reservado a uma coisa chamada psicoterapia (...) Realmente, é impossível fazer o tratamento da alma, e da personalidade humana, isolando umas partes do resto. Nos distúrbios psíquicos talvez apareça com maior clareza do que nas doenças físicas, que a alma é um todo, onde tudo depende de tudo. Com a sua neurose, o doente não nos põe em presença de uma especialidade, mas de toda uma alma, e com ela, de todo um mundo; essa alma depende dele, e sem ele nunca será possível entendê-la satisfatoriamente. É por isso, talvez, que a psicoterapia tem menos condições que qualquer outro campo especializado, de refugiar-se no domínio sacrossanto de uma especialidade, que, por assim dizer, já nada tem a ver com a vastidão do mundo que está aí. Por mais que tentemos concentrar-nos no mais pessoal da pessoa, a nossa terapia não teria sentido sem a pergunta: de que mundo vem o nosso doente e a que mundo ele deve ajustar-se? O mundo é uma realidade que transcende a pessoa, e uma psicologia essencialmente personalística nunca poderá fazer-lhe justiça. Este tipo de psicologia só vale até onde vai o aspecto pessoal do ser humano. Mas, na medida que o homem também é um pedaço do mundo, ele traz o mundo, isto é, algo de suprapessoal ou de impessoal dentro de si. (CW 16, § 212). A partir dessa noção primordialmente junguiana – o aspecto suprapessoal no homem – aliada à percepção de um mundo “almado”, que capta nas verdades arquetípicas uma compreensão da realidade literal – é possível ampliar, como propõe Hillman, a noção usual de realidade psíquica, resgatando a consciência “dos” e “nos” objetos. E isso nos leva a sentir como sua projeção em nós acaba nos afetando. Essa tradição vem desde Heráclito, passa por Plotino, Vico, Ficino e Platão. Quando resgatamos a alma das coisas, a visão racional que confina a idéia de subjetividade às pessoas humanas e divide o mundo em objetos e egos, animação e inanimação, vida e morte, dá lugar a “um modo de experimentar o mundo como um campo psicológico, no qual as pessoas são dadas com os eventos, assim como estes são experiências que nos tocam, movem e chamam”, aponta Hillman em Re-visionig Psychology. Pois bem, vamos aos fatos: só no nosso país, mesmo com programas de combate à fome, aproximadamente 60 milhões de brasileiros não tem o que comer ou se alimentam com extrema precariedade. O que nos leva a constatar que da alma à comida há mesmo um insondável universo de imagens a ser desbravado: nutrir, saborear, deliciar-se, empanturrarse, ou então, devorar... engolir com sofreguidão o que houver pela frente... As imagens que vocês vêem denunciam sintomas de um sofrimento que também é nosso. Problemas sociais vivem e respiram em nós, não como projeções de nossas fantasias, pois seu “corpo” nos afeta, chacoalha, choca. Confrontamos essa realidade a contragosto. Enquanto milhões de pessoas morrem por falta de alimento, crescem os índices de desperdício e distorções nutricionais determinam subnutrição, sobrepeso e obesidade. Essas constatações “externas” forçam a psique a reconhecer tais informações e, aos poucos, identificá-las “dentro”, psicologicamente, com formas preexistentes – os modelos arquetípicos aos quais correspondem e que lhes dão significado. Mais: excitam a compreender a relação entre alma e comida como uma experiência que ultrapassa a psique individual, na tentativa de identificar, por trás de suas cruéis distorções, um sofrimento que nos contamina. Nunca o planeta viveu tanto desenvolvimento científico e tecnológico, nem a informação chegou tão fácil e rápida com um simples dedilhar no teclado. No entanto, as promessas de justiça e paz social parecem cada vez mais distantes. O modelo de desenvolvimento adotado a partir do século XVIII desencadeou sintomas que mostram esse indigesto contágio: desigualdades sociais, violência, destruição e fome – uma das mais desastrosas epidemias da modernidade. A dor da anima mundi se revela nas imagens que estamos vendo e enxergá-las com um olhar imaginativo nos permite explorar suas distorções e complexidades para criar com elas a intimidade necessária à sua compreensão. Afinal, não adotamos atitude semelhante quando mergulhamos nas imagens dos pacientes na captura de sua profundidade? Se como psicólogos temos esse sério compromisso com a profundidade e, se desde Heráclito, a alma foi definida como incomensuravelmente profunda e não localizada (fragmento 45), a psicologia não pode se apartar dos dilemas do planeta, pois uma vez que os limites da alma não são definidos, a alma também permeia o mundo das coisas como anima mundi. Assim, podemos considerar arbitrária a ruptura cartesiana que se fez entre ego e mundo natural, apesar desta separação ser necessária e indispensável à própria construção do eu. Ao propor esse olhar imaginativo para as deformidades em relação à comida, um simples exercício de amplificação do vocábulo fome nos coloca frente a importantes constatações: do nutrir para satisfazer as necessidades imediatas ao empanturrar-se ou devorar, a comida não se mostra apenas como fonte de prazer e sobrevivência, mas, metaforicamente, como um recurso para aplacar uma fome interior que nem todo alimento do mundo seria capaz de saciar: a cobiça e a fartura desmedidas, parceiras inseparáveis, imagética e sensorialmente, da penúria, da privação e da exclusão social. Teria o homem-bicho ou o bicho-homem de Bandeira optado por essa condição? Ou sua miséria estaria diretamente ligada à hybris de uma sociedade dominada pelo poder e pelo desenvolvimento tecnológico? Fazendo uso da linguagem metafórica, também o poeta nos confronta com a tensão entre significados ostensivamente compatíveis que fazem eco em nosso psiquismo: a metáfora, como uma forma não literal de observar a realidade, enxerga por semelhanças e analogias. É “mais que um modo de falar, um modo de perceber, sentir, existir”. A partir da metáfora também podemos chegar ao mito, não como parte de um passado morto, mas algo intensamente vivo tanto nos sintomas da anima mundi, quanto nos nossos. O mito contém a verdade da metáfora e nos permite ver o factual sob o ponto de vista arquetípico. Pela vulnerabilidade à hybris, o homem perdeu os limites e a justa medida, abrindo espaço para o retorno dos titãs, banidos para o Tártaro no mito. E como excluídos, os titãs voltam como energia inconsciente, desenfreada e desproporcional, mostrando exagero em tudo e agindo sobre os mais diversos campos da atividade humana: da política à tecnologia, passando pelos negócios, pela devastação da natureza e pela distribuição injusta da comida. Essas imagens tão contundentes revelam um tecido social esgarçado: Nêmesis, a deusa grega do equilíbrio, a Maat dos egípcios, agoniza. Não há meio-termo entre o mais e o menos; o excesso titânico irrompe irrefreável e nos torna reféns da iniqüidade, da crueldade, do que não é justo. Empresto de Hillman os traços bem definidos da patologia que nos ronda e insiste em continuar nos ameaçando: a anima mundi sofre por falta de Justiça – aquilo que cabe, o lugar de cada ser, de cada coisa no cosmo. Quase tão instintiva quanto a fome, a Justiça também nos mobiliza intensamente, preservando valores indispensáveis à organização das sociedades, enquanto que a fome, como um dos cinco instintos propostos por Jung, preserva a própria vida. Triste imagem de bicho-homem, a quem o destino reserva privação e morte. Triste imagem de miseráveis, aos quais as estações do ano (como a Justiça governando a natureza) reservam colheitas fartas e abundância inacessível. Triste imagem de humanidade, que não aprendeu a usar com moderação a fartura de alimentos disponível com as modernas tecnologias de produção. Triste imagem de alimento desperdiçado, enquanto tantos necessitam. Triste imagem de mundo, cujo sofrimento vem da falta de justiça. E se, entretanto, apenas nos é dado contemplar o horror dessas distorções, deixo o convite para que vocês avancem comigo nessa reflexão. 6. Referências Bibliográficas AVENS, Robert (1993). Imaginação é Realidade. Petrópolis: Editora Vozes. 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