CARTILHA DE ARBORIZAÇÃO URBANA SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE Paulo Alfredo Polis Prefeito Municipal Ana Oliveira Vice-Prefeita Municipal Mario Rogerio Rossi Secretário de Meio Ambiente Carla Orso Secretária Adjunta Jean Carlo Deotti Diretor de Planejamento e Serviços Ambientais EQUIPE TÉCNICA Texto e Revisão: Halina Danusa Wicteky Kluch Ariane Tanise Pasuch Corrêa Arte e Diagramação: Alexandre Antônio da Silva Mikael Amilcar Ferreira Ilustrações: Cristiane Araújo dos Santos Fotos: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Erechim Prefeitura Municipal de Erechim “Conservar a natureza não significa somente manter reservas de áreas virgens. Antes de tudo, envolve a criação de uma paisagem humanizada, em harmonia com os elementos naturais, aproveitando racionalmente a terra, a água e os outros recursos, de modo que o homem possa viver e produzir, desfrutando de melhor qualidade de vida...” ÍNDICE ARBORIZAÇÃO URBANA Onde plantar Espécies indicadas para Plantio em passeios embaixo da rede de energia Plantio em passeios fora da rede de energia Locais amplos 1 3 6 6 7 8 Exemplos da má escolha das árvores nos passeios Outros danos Em que casos é recomendada a poda PODA DE ÁRVORES URBANAS Tipos de poda Legislação Municipal Exemplos de poda drástica PASSEIOS PÚBLICOS Passeio Ecológico Passeio Convencional Recuos MUDAS Coveamento e preparo do solo Tutoramento e Amarração Recuos e Mudas Reconhecendo as Redes de Energia Elétrica e Outras Adubação Árvore Saudável Doenças Controle Natural Receitas Caseiras 9 10 13 14 14 16 17 18 19 22 24 24 25 25 25 27 32 29 31 32 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34 ARBORIZAÇÃO URBANA O que uma única árvore na frente da sua casa pode fazer por você? Seguindo a máxima de "se cada um cuidar da sua calçada teremos um mundo limpo", se cada um cuidar da sua árvore, teremos um mundo com ar mais puro, teremos diminuído consideravelmente os aumentos de temperatura do efeito estufa, e teremos mais sombra, mais pássaros, mais qualidade de vida, e mais felicidade. Pensou nisso? Pense de novo. ARBORIZAÇÃO URBANA As árvores são patrimônio natural de uma localidade e trazem um pouco da história da região. Todos nós sabemos dos benefícios ambientais das árvores nas cidades, como: - Fornecem sombra; - Fazem a ciclagem dos gases tóxicos; - Diminuem os ruídos da cidade; - Fornecem ar fresco; - Fornecem abrigo e alimentação das aves, insetos e outros animais; - Proteção contra ventos; - Contém a erosão do solo; - Fornecem umidade ao ar; - Melhoram a saúde física e mental; - Preservam os recursos hídricos; - Valorização imobiliária das propriedades; - Embelezam; - Auxiliam a preservação das espécies; São portanto fundamentais para uma melhor qualidade de vida. 2 ARBORIZAÇÃO URBANA Onde plantar? Uma arborização bem planejada evita diversos problemas futuros. Calçadas quebradas, galhos em conflitos com a rede de energia e iluminação pública, raízes em conflito com rede de água e esgoto, são alguns problemas da falta de planejamento na hora de plantar uma árvore. Por isso, é extremamente necessário conhecer a espécie que estamos plantando. Em arborização urbana, dividimos as árvores em três tipos, onde cada uma delas requer cuidados especiais: - Árvores ideais para plantio em passeio público embaixo de redes de energia (pequeno porte); - Árvores ideais para plantio em passeio público fora de redes de energia (pequeno a médio porte); - Árvores para praças, parques e canteiros centrais (grande porte); 3 ÁRVORES QUANTO AO PORTE 4 O trabalho de arborização urbana desenvolvido no município de Erechim, através da SMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), procura a diversificação das espécies na área urbana, resgatando árvores de ocorrência nativa na região do Alto Uruguai gaúcho, de forma a impedir sua extinção, oferecendo o conhecimento da natureza local a todos os cidadãos, prevenindo problemas de pragas e doenças, além de evitar a monotonia da paisagem por meio das diferentes espécies e criar pontos de interesse diferentes dentro da malha urbana. Também são oferecidas algumas espécies exóticas ornamentaisoriginárias de outros países. Ao plantar uma árvore, temos um compromisso com a vida dela. Devemos zelar e evitar que seja danificada. 5 ARBORIZAÇÃO URBANA ESPÉCIES INDICADAS PARA PASSEIO PÚBLICO EMBAIXO DA REDE ELÉTRICA Recorte no passeio: mínimo 1,0 x 1,0m. Espaçamento entre plantas: 3 a 5m. CAMÉLIA ACÁCIA MIMOSA QUARESMEIRA (Camelia japonica) (Acacia podalyraefolia) (Tibouchina mutabilis, ANÃ T. granulosa) (Callistemon imperialis) PITANGUEIRA (Eugenia uniflora) ARAÇÁ COCÃO (Erythroxylum deciduum) SETE CAPOTES 6 GUABIJU (Psidium cattleyanum) (Myrcianthes pungens) OUTRAS ESPÉCIES: (Campomanesia guazumifolia) LIMPA-GARRAFA CEREJEIRA DO JAPÃO (Prunus campanulata) GOIABA SERRANA (Acca sellowianna) GREVÍLEA ANÃ (Grevilea banksii) = Exótica ARBORIZAÇÃO URBANA ESPÉCIES INDICADAS PARA PASSEIO PÚBLICO SEM REDE ELÉTRICA Recorte no passeio: mínimo 1,2 x 1,0m. Espaçamento entre plantas: 5 a 7m. IPÊ AMARELO PATA-DE-VACA (Tabebuia chrysotricha) (Bauhinia forficata, B. variegata) AMEIXA DE INVERNO AROEIRA -PERIQUITA (Eriobothrya japonica) (Schinus molle) OUTRAS ESPÉCIES: INGÁ-FEIJÃO (Inga maginata) ARITICUM (Rollinia salicifolia) GUAVIROVA (Campomanesia xanthocarpa) CEREJEIRA (Eugenia involucrata) UVAIA (Eugenia pyriformis) CAMBOATÁ (Cupania vernalis) IPÊ BRANCO (Tabebuia alba) ÁCER JAPONÊS - Exótica (Acer palmatum) BUTIÁ (Butia eryospatha) = Exótica 7 ARBORIZAÇÃO URBANA ESPÉCIES INDICADAS PARA LOCAIS AMPLOS PRAÇAS E CANTEIROS CENTRAIS Espaçamento entre plantas: 7 a 10m. IPÊ ROXO CEDRO FIGUEIRA (Tabebuia heptaphylla) (Cedrella fissilis) (Ficus organensis) CORTICEIRA CANELA DOCE - Exótica (Erythrina falcata) (Cinamomum zeylanicum) OUTRAS ESPÉCIES: MAGNÓLIA (Magnolia grandiflora) GINKO (Ginkgo biloba) UMBU (Phytollaccadioica) CINAMOMO (Melia azedarach) CIPRESTE (Cupressus sp, Thuya sp) CABREÚVA (Myrocarpus frondosus) GRÁPIA (Apuleia leiocarpa) PAINEIRA (Ceiba speciosa) = Exótica 8 EXEMPLOS DE MÁ ESCOLHA DAS ÁRVORES NO PASSEIO Conflito com a rede de energia. Excesso de árvores. 9 Passeio estreito. Calçada quebrada 10 OUTROS DANOS CAIAÇÃO DO TRONCO A caiação não traz nenhum benefício às árvores; ao contrário, ela dificulta as trocas gasosas entre a casca e o meio, deixando-a ainda com aspecto feio. As árvores não são sujas, elas são lindas naturalmente! CONCRETAMENTO Todas as árvores necessitam de um espaço permeável a sua volta, isto é, um espaço onde ela consiga crescer sem interferências, e por onde a água possa penetrar. O concretamento leva a planta à morte. 11 POUCO ESPAÇO Assim como o concretamento, a falta de espaço leva à calçadas destruídas e pode levar a planta à morte. ENVENENAMENTO É um crime ambiental, regido pela Lei Federal 9.605/1998, sujeito à multas pesadas. PLANTIO EM TUBOS 12 Com a crença de que as raízes das árvores não afetariam a calçada, muitas pessoas aderiram ao plantio dentro de tubos de concreto. Essa prática é bastante danosa às plantas, uma vez que as raízes não conseguem expandir-se, tornando a árvore frágil, com risco de queda. PREGOS, FAIXAS, GRAMPOS, ARAMES, ROLDANAS Objetos cortantes e pontiagudos ferem as árvores dando entrada à muitas doenças. Em que casos é recomendada a poda? - Em casos onde a árvore esteja encostando na rede elétrica; - Em casos onde a árvore possua galhos muito baixos, atrapalhando o trânsito de veículos e pedestres; - Em casos onde a árvore esteja muito danificada; - Em caso de risco iminente; - Em casos de conflito com marquises e equipamentos públicos. 13 PODA DE ÁRVORES URBANAS TIPOS DE PODAS DE CONDUÇÃO/FORMAÇÃO É a poda efetuada quando a planta é jovem, retirando-se galhos muito baixos, brotações próximas ao chão, e ramos mal posicionados, prevendo-se o crescimento da futura árvore. Essa poda inicia no viveiro. DE FLORAÇÃO/FRUTIFICAÇÃO É a poda efetuada de forma muito técnica, tendo profundo conhecimento da fisiologia dos vegetais, de forma a incentivar a brotação, floração e consequentemente formação dos frutos. Feita basicamente em frutíferas comerciais, como videira, macieira, pessegueiro, ameixeira. DE HIGIENE/LIMPEZA É a poda efetuada para retirar galhos secos ou doentes. DE SEGURANÇA É a poda efetuada para solucionar problemas de conflito entre as árvores e os equipamentos urbanos (placas de sinalização, edificações, marquises, redes elétricas) e galhos que atrapalham a passagem de veículos e pedestres. Ocorre por escolha inadequada da espécie. ORNAMENTAL É a poda efetuada para dar formato à planta. É considerada uma poda não necessária. Não deve ser feita em espécies nativas. 14 PODA DE ÁRVORES URBANAS TIPOS DE PODAS DRÁSTICA/DE EMERGÊNCIA Somente autorizada em casos de risco ao patrimônio ou integridade física, atestado pelo órgão ambiental competente. Infelizmente, por falta de conhecimento, a poda drástica tem sido usada como uma poda comum, especialmente na região sul do Brasil, Esta prática, além de ser crime ambiental desde o ano de 2007 em nosso município (Lei Municipal 4209/2007), traz muitos prejuízos às árvores porque promove o apodrecimento das raízes, deixa a planta sem os nutrientes da fotossíntese, promove a infiltração de água da chuva nos cortes, é porta de entrada para várias doenças, além de deixar a planta esteticamente feia. Para evitar excesso de sombra no inverno, opte sempre pelas espécies caducas, ou seja, que derrubam as folhas no inverno, permitindo assim a passagem de luz e calor solar, evitando podas. 15 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL Lei Municipal 4209/2007 Art. 2º Fica alterado o § 4º e acrescido os § 5º e § 6º, ao artigo dez, da Lei nº. 3.356, de 21 de dezembro de 2000, que passam a vigorar com as seguintes redações: “Art. 10. (…) § 4º Fica vedada a poda drástica ou excessiva da arborização pública que afete significativamente o desenvolvimento natural do vegetal. § 5º Nos casos onde forem constatadas podas drásticas ou destruição parcial ou total de árvores públicas ou particulares, o infrator deverá plantar um exemplar de espécie nativa de porte arborização urbana, preferencialmente ao lado da árvore danificada e doar quinze mudas de reposição ao Município. A não obediência ao presente artigo acarretará, ao infrator, a aplicação de multa conforme o Diâmetro do Caule (DAP), e a cobrança do dobro da reposição das árvores. § 6º Para efeitos desta Lei, considera-se: I - Como destruição: a poda drástica, a morte das árvores ou que seu estado não ofereça mais condições para a sua recuperação; II - Como danificação: os ferimentos provocados à árvore, podendo gerar a morte da mesma ou perda de sua vitalidade.” (NR). 16 EXEMPLOS DE PODAS DRÁSTICAS ''AS ÁRVORES PODADAS PARECEM MÃOS DE ENTERRADOS VIVOS...” (MÁRIO QUINTANA) 17 PASSEIOS PÚBLICOS O passeio público deve ser entendido como um somatório de elementos, os quais incluem o pavimento para circulação de pedestres, o recuo das áreas em relação ao meio-fio e divisas, bem como, a arborização urbana. A falta de um destes elementos prejudica o passeio estrutura, estética e funcionalmente. Para receber arborização, conforme o PDAU, os passeios em Erechim devem ter largura mínima de 2,10m. Um importante aspecto quanto à implantação das árvores é a manutenção das distâncias adequadas das divisas com as propriedades vizinhas, portanto, deve-se plantar árvores até 1m de distância da divisa do passeio. 18 PASSEIOS ECOLÓGICOS Ao fazer ou reformar o passeio público em frente à sua residência você tem a opção de colaborar com verde em nossa cidade através do “passeio ecológico”. A maioria das ruas, calçadas, quintais e espaços abertos da cidade estão asfaltados ou cimentados, as águas das chuvas rapidamente escorrem para ralos, bocas de lobos e em pouco tempo estão nos rios, sendo que, logo após as chuvas pararem, já encontraremos nossas ruas e calçadas nos lugares mais altos secas e as baixadas alagadas. Para evitar estes transtornos de enchentes e prejuízos econômicos devido a alagamentos com perda de bens, propomos através deste trabalho alertar a população sobre a importância de se implantar as calçadas verdes ou calçadas . ecológicas. 19 ARBORIZAÇÃO E PASSEIOS ECOLÓGICOS Para arborizar seu passeio, ele dever ter uma largura mínima de 2,10m. Para fazer o passeio ecológico, deve-se fazer a calçada em faixa de 1,20m e o restante pode-se plantar grama, sempre próxima ao meio-fío, onde serão plantadas as árvores. 20 PASSEIO ECOLÓGICO ATÉ 50% DE GRAMA 21 PASSEIOS CONVENCIONAIS Quando não se faz possível o passeio ecológico, os passeios convencionais podem ser usados. Para isso, devem ser deixados espaços para arborização que devem iniciar de 20cm a 60cm de distância do meio-fio, variando suas dimensões conforme o porte da árvore quando adulta. Ao redor das árvores deverá ser adotada uma área permeável (área livre), seja na forma de canteiro, faixa ou piso drenante, que permita a infiltração de água e a aeração do solo. As faixas permeáveis no passeio auxiliam não só no desenvolvimento das árvores, mas também no escoamento das chuvas, evitando o aumento do nível de água nos córregos e rios, minimizando assim, problemas com inundação de ruas e casas no município. Assim, as dimensões para as faixas não impermeabilizadas, sempre que as características dos passeios ou canteiros centrais o permitirem, deverão ser de no mínimo: - 1 m² para árvores de pequeno porte ; - 2 m² para árvores de médio porte; - 3 m² para árvores de grande porte, ou maiores quando isso for possível. 22 PASSEIOS CONVENCIONAIS COM ESPAÇO ADEQUADO PARA AS ÁRVORES 23 RECUOS Para adequar a arborização ao espaço público, deve-se obedecer a certos distanciamentos chamados de recuos: DISTÂNCIA DE ESQUINAS: 7m DISTÂNCIA DE POSTES DE FIAÇÃO: 3m DISTÂNCIA DE POSTES DE ILUMINAÇÃO: 3m DISTÂNCIA DE POSTES DE SINALIZAÇÃO: 4 a 5m DISTÂNCIA DE GARAGENS: 1,50m DISTÂNCIA DA MUDA À SARJETA: 20cm A 60cm DISTÂNCIA DE ORELHÕES: 4 a 5m DISTÂNCIA DE PASSEIOS VIZINHOS: 1m DISTÂNCIA DE BOCAS-DE-LOBO: 1,80m MUDAS As mudas a serem plantadas em locais públicos deverão ter as seguintes características: - A muda deve estar bem formada, ser isenta de infestações por patógenos e doenças e deve ter, no mínimo, 1,5 m de altura; - As raízes da muda devem ser bem formadas e consolidadas na embalagem e não podem estar enoveladas, sendo que o torrão deve estar em embalagem de plástico; - A espécie deve ser adequada a cada tamanho de calçada, pois a altura e circunferência da copa poderão ter dificuldades no seu desenvolvimento; - As mudas devem estar bem regadas durante os primeiros meses de plantio, pois isso evita que elas fiquem murchas ou mesmo morram. 24 COVEAMENTO E PREPARO DO SOLO As covas deverão ter no mínimo as dimensões de 0,50 m x 0,50 m x 0,50 m (comprimento, largura e profundidade, respectivamente), devendo ser preenchidas com solo livre de entulhos e lixo, com constituição, porosidade, estrutura e permeabilidade adequadas ao bom desenvolvimento da muda, utilizando composto orgânico e adubação química. TUTORAMENTO E AMARRAÇÃO As mudas deverão ser fixadas ao tutor por meio de amarras, em especial, cordas de sisal ou borracha fina, ou outro material que não danifique o tronco. A amarra deve ter a forma de um oito, deitado e amarrado de preferência em duas alturas, uma próxima à primeira bifurcação e outra próxima à base do tronco. A tensão da amarra deve ser de tal forma que permita um mínimo de movimento à muda, não devendo estar ajustado ao encontro direto do tutor com a muda. Esses tutores devem ter largura e espessura de 1,5 a 2 cm de diâmetro, podendo ser retangulares ou circulares, com a extremidade inferior pontiaguda para melhor fixação ao solo. Tutores provenientes de material alternativo, como estacas de eucalipto ou de bambu podem ser utilizados de forma temporária 25 26 RECONHECENDO AS REDES DE ENERGIA ELÉTRICA E OUTRAS Rede de Média Tensão (23,1kV ou 13,8kV) – Tipo convencional – condutores nus (PASSA ENERGIA ELÉTRICA Rede de baixa tensão (380/220V) – Tipo Convencional – condutores nus (PASSA ENERGIA ELÉTRICA) PARA PODAS, CHAMAR A EMPRESA RGE Rede de telefonia/ tv/ internet PARA PODAS, CHAMAR A SMMA RGE SMMA 0800 970 0900 (54)3522-9250 27 ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO A prática da adubação consiste em repor os nutrientes retirados do solo pelas plantas para seu crescimento, floração, frutificação e multiplicação. Deve ser feita no momento do plantio, dentro da cova, e depois de forma periódica em cobertura. Na prática, costuma-se dividir os adubos em dois grandes grupos: orgânicos e inorgânicos. Orgânicos são aqueles provenientes de matéria de origem vegetal ou animal. A matéria orgânica contida nos adubos orgânicos aumenta a capacidade de retenção de água do solo, melhora a condição de penetração das raízes, contém os nutrientes necessários, melhora a textura do solo e tende a aumentar a quantidade de microrganismos benéficos. Têm maior permanência no solo, embora sejam absorvidos mais lentamente. Os inorgânicos ou químicos são obtidos a partir da extração mineral ou de derivados do petróleo. São chamados de NPK porque contém em suas fórmulas maior quantidade de nitrogênio, fósforo e potássio. São absorvidos mais rapidamente e têm concentração mais forte, donde vem o perigo da superadubação. O solo da região de Erechim possui características de elevada acidez, o que impossibilita as plantas de absorverem certos nutrientes. Por isso é usado o calcário, para fornecer condições à planta de absorção de todos os nutrientes necessários à sua sobrevivência. Para ter uma árvore sempre saudável, recomenda-se colocar 500g de húmus ou adubo orgânico em todo o entorno do tronco, sem incorporar, a cada seis meses, no início da primavera e no início do outono. O calcário pode ser aplicado a cada 3 anos, na medida de um punhado. Não esqueça de molhar bem sua planta após uma adubação ou calagem! Adubo Orgânico Adubo Químico Calcário 28 COMO SABER SE MINHA ÁRVORE ESTÁ SAUDÁVEL? O clima da cidade, a poluição do ar, o solo impermeabilizado pelas calçadas e o asfalto, a água da chuva que escorre carregando elementos tóxicos são fatores que podem desencadear desequilíbrios nos vegetais. Esses desequilíbrios se traduzem em doenças e em alguns insetos. Na maioria das vezes, as doenças os insetos são de ocorrência passageira, não necessitando tomar nenhuma providência. Porém, quando demasiadamente atacada, a planta pode ser tratada com produtos naturais, de forma a não prejudicar o meio ambiente. Lembramos que em perímetro urbano é proibido o uso de qualquer tipo de agrotóxico. INSETOS A primavera é a estação da reprodução das plantas e animais. Por isso, nesta época do ano, é muito comum encontrar mais insetos. Cochonilhas As cochonilhas são insetos minúsculos,geralmente marrons ou amarelos, que alojam-se principalmente na parte inferior das folhas e nas fendas. Além de sugar a seiva da planta, as cochonilhas liberam uma substância pegajosa que facilita o ataque de fungos. 29 Pulgão: Os pulgões podem ser pretos, marrons, cinzas e até verdes. Alojam-se nas folhas mais tenras, brotos e caules, sugando a seiva e deixando as folhas amareladas e enrugadas. Em grande quantidade podem debilitar demasiadamente a planta e até transmitir doenças perigosas. Dica: as joaninhas são predadoras naturais dos pulgões. Um chumaço de algodão embebido em uma mistura de água e álcool em partes iguais ajuda a retirar os pulgões das folhas e isso pode ser feito semanalmente. Lagarta do coqueiro: O aumento do número delagartas do coqueiro em centros urbanos se deve àscondições desfavoráveis aos inimigos naturais deste animal,como a poluição. Apesar de muitas pessoas ficarem com medo, o contato direto com essa lagarta não queima a pele. Outras lagartas: Costumam atacar as plantas de jardim mas, em alguns casos, também podem danificar as plantas de interior. Fáceis de serem reconhecidas, as lagartas costumam enrolar-se nas folhas jovens e literalmente comem brotos, hastes e folhas novas, formando uma espécie de teia para proteger-se. Dica: aves e pequenas vespas são suas inimigas naturais. É preciso lembrar que sem as lagartas, não há borboletas. Ao eliminá-las completamente, se está privando da beleza e da graça desses belos seres alados. Mais uma vez, o equilíbrio é a chave. Formigas: As formigas cortadeiras (Atta spp e Acromyrmex spp) são as que mais causam estragos. Elas cortam as folhas para levá-las ao formigueiro, onde servem de nutrição para os fungos, os verdadeiros alimentos das formigas. Dica: um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros. 30 DOENÇAS FUMAGINA: Caracteriza-se pela presença de uma crosta espessa e negra cobrindo total ou parcialmente a parte dorsal das folhas e ramos, prejudicando a respiração, transpiração e fotossíntese das plantas, podendo levá-las à morte. Geralmente, formigas, cochonilhas e pulgões estão associados a esses sintomas. Dica: As condições favoráveis são ambientes de extrema umidade e/ou sombreados, e plantas estressadas. O controle se dá nos insetos causadores e não no fungo. Uma poda mínima, de forma a aerar a copa também é eficiente. Adubação balanceada (orgânica) diminui o estresse. FERRUGEM: fungo cor alaranjada, com aspecto de pó, daí vem o nome “pústula” de ferrugem. Ocorre geralmente quando há épocas de calor com umidade levada. Dica: A aeração da copa das árvores, retirando-se algumas folhas evitando o abafamento, é eficiente. OÍDIO: mofo branco nas folhas. Ocorre em épocas em que há calor e pouca umidade. 31 CONTROLE NATURAL INIMIGOS NATURAIS Na natureza, todo ser vivo é controlado por um predador, parasita, ou outro agente de controle populacional. Com a utilização descontrolada de produtos químicos não seletivos, vários inimigos naturais das pragas foram também eliminados. Veja alguns insetos benéficos: Cicloneda (Cicloneda sanguinea) tanto a larva quanto o adulto são predadores de vários insetos, notadamente pulgões. Tesourinha (Doru luteipes) são predadores de ovos e lagartas pequenas e também de pulgões. Bicho lixeiro (Chrysoperla sp.) podem alimentar-se de ovos, lagartas, pulgões, cochonilhas, ácaros. RECEITAS CASEIRAS A intenção não deve ser exterminar, e sim fazer com que a população seja mantida em níveis levemente mais baixos, convivendo em harmonia. PARA O COMBATE DE PULGÕES, COCHONILHAS E LAGARTAS -ÁGUA DE SABÃO Ingredientes: 1 colher (sopa) de sabão caseiro + 5 litros de água. Preparo: utilize uma colher (sopa) de sabão caseiro raspado e misture em 5 litros de água agitando bem até dissolver o mesmo. Aplicação: essa calda deve ser aplicada sobre as plantas com o auxílio de pulverizador ou regador. -ÁGUA DE FUMO Ingredientes: Fumo em corda (10cm) + 10ml álcool + 1L de água. Preparo: picar o fumo, colocar em recipiente, acrescentar o álcool e a água. Deixar curtir por dois dias. Diluir em 10L de água. Aplicar nas plantas. 32 PARA O COMBATE DE FUNGO OÍDIO Recomenda-se a pulverização do leite a 5 e 10%, uma vez por semana. A concentração de 10% deve ser utilizada quando a infestação de Oídio for alta. Para se obter a concentração de 5 ou 10%, coloca-se 5 ou 10 litros de leite em 95 ou 90 litros de água, respectivamente. O leite deve ser utilizado preventivamente e toda a planta deve ser pulverizada. PARA O COMBATE DE FORMIGAS Para proteger mudas de árvores basta colocar um cone invertido, ou lata ou cano de PVC cortados, ou lã de ovelha amarrado no pé da planta. Outra maneira de repelir formigas e outros insetos é cultivar plantas aromáticas próximas ao local que se quer proteger, como a salsa, o cravo-de-defunto, o manjericão e a hortelã. Há também produtos que repelem as formigas, que são casca de ovo moída, carvão vegetal moído e farinha de osso. Espalhar em volta do local a ser protegido. O Manejo correto do solo ainda é a melhor maneira de evitar o aparecimento das formigas que procuram áreas limpas para se instalar, o solo sem cobertura e pouca matéria orgânica é o ideal para elas. Devemos sempre trabalhar com um solo cheio de vida e rico em matéria orgânica. AJUDE A CUIDAR DAS ÁRVORES DE NOSSA CIDADE! EVITE DANIFICAR A ARBORIZAÇÃO URBANA! NÃO FAÇA PODA DRÁSTICA OU PODAS DESNECESSÁRIAS! RESPEITE O FORMATO NATURAL DAS ÁRVORES! PROCURE SEMPRE A PREFEITURA MUNICIPAL PARA ANALISAR A NECESSIDADE DE PODA EM ÁREAS PÚBLICAS, COMO CALÇADAS, CANTEIROS CENTRAIS, PRAÇAS E ÁREAS VERDES. Disponível no site: www.pmerechim.rs.gov.br 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALMEIDA, R. B, FERREIRA, O. M. Calçadas Ecológicas: Construção e Benefícios Sócio-Ambientais. Disponível em: http://www.pucgoias.edu.br/ucg/prope/cpgss/ArquivosUpload/36/file/CAL%C3%87ADAS%20ECOL%C3%93GIC AS.pdf. Acesso em: abril de 2013. ARTHUSO, J. Cidades com Árvores. Disponível em http://cidadescomarvores.blogspot.com.br/2012/06/beneficios-de-uma-arvore.html Acesso em: abril de 2013. BRUN, F. G. K, LIMK, D., BRUN, E. J. O emprego da arborização na manutenção da biodiversidade de fauna em áreas urbanas revista da sociedade brasileira de arborização urbana. v. 2. n. 1, 2007. Disponível em http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_revisao/revisao01.pdf. Acesso em: abril de 2013. PREFEITURA MUNICIPAL DE ERECHIM- SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE. 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