ESCOLA ESTADUAL WINSTON CHURCHILL PIBID – PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA “KIT AMIGO” TEMA 1: O QUE É FILOSOFIA? SEQUÊNCIA DIDÁTICA TEMA: O QUE É FILOSOFIA? -Título: “A questão: o que é filosofia?”. - Tema Geral: Introdução ao filosofar (ou à filosofia). - Objetivo geral: Diferenciar vários modos de pensar, sobretudo, o pensamento racional, lógico, e o pensamento mítico, mágico-religioso; elucidar os conceitos de filosofia, ciência, arte e religião, apontando o parentesco entre eles. Aula I - Conteúdo: Apresentar, através do texto filosofar (José Damião Limeira), a idéia de que a filosofia possui um caráter questionador, investigativo. O filosofar, como o próprio autor diz, é a arte de pensar, aprender, esforçar, duvidar... Conhecer o vazio interior, preencher o entendimento; explicar a etimologia da palavra filosofia (palavra formada da junção de philo e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.) a partir do texto “o que é filosofia” (Cláudio Loureiro). - Objetivos específicos: Fazer com que o aluno adquira um conhecimento introdutório sobre a filosofia, sabendo o significado etimológico da palavra e compreendendo o seu valor para a sociedade. - Metodologia: Aula expositiva seguidas de debates sobre questões/ conceitos/ temas (estes quando desconhecidos devem estar ser relacionados a algo familiar e atual) - Bibliografia utilizada na aula: “Jornal do Adoidecente”, segunda edição. Texto “o que é filosofia?” (Cláudio Loureiro). PIBID Filosofia - UFRN Aula II Conteúdo: Áreas de conhecimento da filosofia: Política, Ética, Estética, Lógica, Metafísica e Teoria do Conhecimento. Estes seis ramos da Filosofia são suficientes para expor quais são os objetos de interesse dos filósofos, quais suas finalidades em estudalos e quais resultados obtiveram desde os primeiros pensadores até a contemporaneidade. A palavra política vem do grego (politikós), sendo um adjetivo o qual se refere a tudo que é concernente à cidade (pólís, em grego), portanto, Filosofia Política tem por seu interesse assuntos do cotidiano da cidade, objetivando melhorar a organização de nossa vida coletiva, abrangendo as práticas sociais, bem como o sistema econômico. Platão ((428-7 – 348-7 a.C.) foi primeiro filósofo a sistematizar a noção de política, sendo de possível encontrar seus principais escritos sobre o tema política nos livros A República e As Leis. Entretanto, outros pensadores também discorreram acerca deste tema, por exemplo, Aristóteles (384 – 322 a.C.), em seu livro Política, e Thomas Hobbess ((1588 – 1679), John Locke (1632 – 1704)) e Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778). Ainda teríamos muitos outros filósofos que se dedicaram, também, ao tema Política para citar, mas por hora, fiquemos com os citamos acima, os quais foram os primeiros, e seus trabalhos ainda hoje nos serve como subsídios para pensar nossa sociedade. A palavra ética é de origem grega, tendo sua derivação de ethos. Esta palavra refere-se aos costumes e tradições dos seres humanos. Portanto, a Ética é o estudo dos comportamentos dos homens em sociedade. Investiga por que algumas ações são consideradas boas enquanto outras são tidas por más. Saber o que faz com que decidamos sobre uma ação e outra, tendo-as como benéficas ou maléficas, é de suma importância, pois ajuda a orientar e conduzir uma sociedade. Por exemplo, os valores que os orientais têm não se aproximam dos valores dos ocidentais- esses valores guiam o modo de conduta desses povos. A função da Ética é exatamente analisar o porquê de tais ações e porque as mesmas são aceitas enquanto outras são repudiadas. O termo Estética é oriundo aísteses (origem grega), o qual significa percepção. A Estética interessa-se pela compreensão advinda do sensível. Procura estudar o belo de forma racional (compreender o que desperta a emoção estética por via da contemplação) e os sentimentos que este belo cria nos homens. Ainda que encontremos já em Platão a discussão acerca da arte e do artista (ver no livro A República), é com Aristóteles que encontramos um livro dedica à arte, no livro A Poética (livro este que embora tenha sua segunda parte, a Comédia, perdida, é de muita valia para compreender, até hoje, as discussões no campo da arte). Porém, esta disciplina tem seu fundamento mesmo com Alexander Baumgarten (1714-1762), o qual inaugura, por assim dizer, a disciplina filosófica estética, quando este publica o livro Estética ou teoria das artes liberais. A partir de então, encontraremos muitos outros pensadores que se dedicarão a questão da arte, do belo, da beleza. Alguns dos quais deixaram um grande legado neste campo, o qual ainda hoje incitam discussões citaremos apenas alguns aqui: Kant; Shiller; Hegel; Benjamin; Heidegger e Nietzsche. A Lógica estuda o pensamento sistemático, o qual torna possível a criação de argumentos correto, fundamento, a estrutura, bem como as expressões humanas do conhecimento. Explica de que maneira é formado o raciocínio humano. Ela foi criada pelo grande pensador grego Aristóteles (384 – 322 a.C.). A Lógica criada pelo grego é conhecida como Lógica Aristotélica (como tinha de ser!), porém a Lógica não se estagnou, por assim dizer, com as contribuições do grego. Outras Lógicas foram criadas a fim de aprimorar os conhecimentos do fundamento, da estrutura e das expressões humanas. Um dos grandes colaboradores para seu desenvolvimento foi o alemão Frege (1848 - 1925), sendo um dos criadores da Lógica Clássica. Metafísica (do grego metà, que significa “depois de, além de”; e physis, cujo significado é “natureza ou física”) é uma das áreas mais importantes da Filosofia. A Metafísica estuda a essência das coisas, a realidade mesma de tudo. Ela quer saber a origem de tudo, ainda que tenha de ir além do físico. Também foi o grego Aristóteles quem criou esta área, chamando este ramo do conhecimento de Filosofia Primeira ou Teologia- o nome Metafísica não foi originalmente cunhado pelo grego; este juntou uma obra composta por quatorze livros, dos quais uns se dedicavam a investigação das origens das coisas, para além do físico e outros da física- o nome Metafísica atribuída à obra de Aristóteles foi, segundo alguns estudiosos, difundido pelo peripatético Andrônico de Rodes (século I a.C.), o qual fez o trabalho de juntar esses livros que falavam de coisas além da física, questões abstratas, separando-os dos livros que falavam da física, a filosofia segunda. A partir de Aristóteles, muito foram os pensadores que percorreram o caminho do mestre, na esteira de um pensamento investigativo que ultrapassasse a empiria. Alguns dos grandes nomes da Filosofia que dentre outros ramos do conhecimento dedicaram-se também à Metafísica que podemos cita aqui são: Descartes (15961650), Leibniz (1646-1716); Espinosa (1632-1677); Kant (1724-1804); Heidegger (1889-1976) e Sartre (1905-1980)- evidente que poderíamos citar muito mais, porém, esses nomes nos são suficientes para ver o quão importante é esta área, haja vista que os filósofos aqui citados são de grande envergadura intelectuais, sendo homens que modificaram nossa maneira de compreender o mundo. Teoria do Conhecimento investiga o que é o conhecimento, se ele realmente existe, qual a possibilidade de sua apreensão, bem como a fonte e a validade do conhecimento. É também através de Platão que temos a primeira sistematização acerca da noção de Conhecimento, no livro Teeteto. Neste livro ele se pergunta se somente os sentidos são suficientes para se obter conhecimento ou se há algo além dos sentidos que possa fazer com que tenhamos conhecimento. As duas principais correntes filosóficas que discutiram e discutem acerca da apreensão do Conhecimento é o Racionalismo, tendo como um de sues maiores expoentes o filósofo René Descartes (esta posição filosófica afirma que o conhecimento se dar através da razão, precisar dos sentidos para a apreensão do conhecimento), e o Empirismo (esta corrente filosófica não aceita outro caminho para a apreensão do conhecimento que não seja por via dos sentidos), sendo Sir John Locke (1632-1704) e David Hume (1711-1776) os maiores expoentes- entretanto, existem outras vertentes que discutem a possibilidade ou não da apreensão do Conhecimento, a exemplo, o Criticismo (posição metodológica advinda do próprio Kant, critica as correntes Racionalismo e do Realismo) e o Intelectualismo (é uma mediação entre o Racionalismo e o Empirismo, havendo certa tendência para o Empirismo). Objetivos específicos: Apresentar as principais questões, teorias e filósofos da história da filosofia. Metodologias: Aula expositiva dialogal, subsidiada por um texto retirado do livro Convite à Filosofia, de Marilena Chauí (segue o texto abaixo), o qual deve ser lido e discutido em sala de aula. Referência utilizada na aula: Artigo “Introdução à Filosofia”, de Norman L. Geisler e Paul D. Feinberg (páginas 3-6). Artigo disponível na internet. http://tinyurl.com/85jxfku Aula III Conteúdo: Filosofia e sua utilidade: Como é difícil pensarmos atualmente na finalidade, não só teórica, mas prática da Filosofia. Por que se torna difícil? Não seria mais fácil, uma vez que, as informações se encontram acessíveis a qualquer um? Os meios criados pelo homem não ajudam na dissimulação da informação geral? Ou será que estamos desinformados? Essas e talvez milhares de perguntas possam nos fazer indagar qual é a utilidade da Filosofia para nós. Para que filosofar se tudo se apresenta de um modo mais fácil e mais rápido possível? Devemos fugir de certas aparências e realidades a nós apresentados. Infelizmente, estamos vivendo em uma sociedade, melhor dizendo, em um determinado período em que as coisas que nos são apresentadas, nem sempre, reflete com uma intenção boa ou verdadeira, tomando sua causa original. O disfarce tem sido muito sutil. Sim, e tem mais. Não podemos esquecer que, mesmo com todo aparato criado pelo homem, o que mais se tem cobrado é: a busca de resultados imediatos, agilidade nas finalidades de atividade, rapidez e providência urgente nas ações tomadas. Será que deveríamos nos prostrar diante das facilidades ou buscar o que realmente é agradável a nós? A Filosofia possui uma brilhante utilidade a cada um. Ela é uma excelente ferramenta para a busca da verdade, não para sua consumação, ou seja, a preponderância da Filosofia não é dogmatizar uma suposta verdade única, mas garantir a busca de uma verdade. Essa busca preponderantemente interminável não serve aos que procuram respostas imediatas as suas necessidades ou perguntas (o que faço para ser feliz? Como posso ser cada vez mais belo? Como faço para ser um exímio intelectual? Quem sou EU? E assim por diante). Trata-se de um continuum pensar! E quem assim age nunca encontra uma resposta “salvadora” a suas carências. Tentar pôr a Filosofia em sua utilidade mais exuberante requererá uma atitude transformadora. Esta atitude incomoda tanto para o que filosofa, assim como, aos que estão a nossa volta. Essa ação transformadora pleiteia, ou seja, gira no pensar crítico. Pensar criticamente é rejeitar as pessoas ou excluí-las? A crítica não deve ensoberbecer e muito menos maltratar a ninguém. Ela deve ser utilizada como obtenção de melhores resultados para nossas atividades e estas devem ser pensadas particularmente e coletivamente. O criticar nos permite julgar e desconsiderar muitas imposições ou argumentos tradicionais (crenças ou opiniões) apresentadas. Esse agir criticamente “machuca” muito a quem pensa desse modo, porém, dignificará a alma dos que tomam dessa consciência crítica. Pois bem, quando alguém tentar chegar mostrando uma “teoria verdadeira”, a Filosofia deve entrar em ação, ou melhor dizendo, o pensar crítico deve aparecer em cena questionando essa expressiva teoria. Portanto, fica esclarecido que a utilidade da Filosofia é fazer com que nós possamos encontrar, a tantas circunstâncias inúteis, liberdade e felicidade; ambas firmadas na razão. Objetivo específico: Incentivar nos alunos uma consciência crítica diante das informações que permeiam sua realidade; Debater a utilidade da Filosofia. Metodologia: Explanar a utilidade da Filosofia em sala de aula durante o limite máximo de 30 minutos. Em seguida, aplicar um exercício compreendido no seguinte questionário: “Diante do que foi exposto, reflita e analise: Como posso agir criticamente em minha sociedade? Seria a Filosofia útil ou não para a tomada de minhas decisões?”. Bibliografia consultada: CHAUÍ, Marilena. Novo ensino médio (volume único). São Paulo: ed Ática, 2002 p. 15 http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_776/artigo_sobre_qual_e_a_utilidade_da_filos ofia Aula IV Conteúdo: Apresentar os diferentes discursos: da filosofia, da ciência e da arte: Tentando responder à pergunta O que é Filosofia? Podemos dizer que a Filosofia se diferencia da Ciência e da Arte. A ciência é semelhante à Filosofia porque utiliza o pensamento lógico, racional, a Filosofia, contudo não é passível de ser testada empiricamente, quer dizer, não tem como comprovar cientificamente nenhuma teoria filosófica, neste sentido, ela é completamente diferente da ciência. Filosofia se diferencia da arte porque a arte é uma criação humana que expressa, de algum modo (através do cinema, do teatro, da literatura, da dança etc.) emoções, sentimentos e pensamentos de um indivíduo particular, contudo essa expressão é sempre subjetiva e não segue nenhuma lógica racional. Ciência, arte, história e religião iluminam aspectos da realidade, a Filosofia esforça-se por ver a realidade total, analisa a natureza e as descobertas, examina os pressupostos e procura estabelecer uma visão coerente. A ciência é apenas uma parte da tentativa da humanidade de compreender o mundo em todos os seus aspectos, busca essa compreensão na experiência da natureza adquirida pelo homem, o termo ciência vem do latim scientia, que significa “conhecimento”. Assim, podemos definir a ciência como campo da atividade humana que se dedica à construção de um conhecimento sistemático e seguro a respeito dos fenômenos do mundo. O objetivo do conhecimento científico é tornar o mundo compreensível, proporcionar ao ser humano meios para prever situações e exercer controle sobre a natureza. Objetivos específicos: Desenvolver a capacidade de compreensão e análise de texto- filosófico ou não; Esclarecer e definir conceitos, tais como: arte e ciência; Incentivar a criatividade Metodologia: A aula expositiva dialogal, onde o professor deve definir os principais conceitos do conteúdo, em seguida dividir grupos de 3 ou 4 alunos e pedir (para a aula seguinte) a confecção de um cartaz (criatividade livre) apresentando a diferença entre filosofia, arte e ciência. Bibliografia consultada: Para filosofar. Vários autores- São Paulo, ed. Scipione, 2009. Cotrim, Gilberto. Fundamentos da Filosofia, ed. Saraiva, 2010. Aula V Conteúdo: Introduzir as rotinas do cotidiano e a visão comum de mundo: O rompimento da filosofia com o modo cotidiano de ver o mundo, com o senso comum gera atitude filosófica, e tal atitude começa por problematizar o mundo que nos rodeia e as relações que mantemos com ele. O ponto principal desta aula é chamar atenção para as características das atividades rotineiras, como por exemplo, o hábito de fazer algo sempre do mesmo modo, mecanicamente; demonstrar a dificuldade e o desconforto de romper com o senso comum, exemplificando com o que é dito no terceiro verso da letra da música Cotidiano de Chico Buarque, onde o sujeito pensa em romper com sua vida rotineira, mas por comodismo, temendo o novo e o desconhecido, resolve permanecer na zona de conforto, e resolve se calar com a “bica de feijão”, alimento rotineiro no contexto brasileiro. Objetivo específico: Estimular a reflexão e o questionamento sobre as rotinas do cotidiano. Metodologia: Os alunos devem ler individualmente a letra da música Cotidiano de Chico Buarque, em seguida redigir um pequeno texto sobre o tema. Bibliografia utilizada na aula: Letra da música “Cotidiano” de Chico Buarque: letra e música, São Paulo, Cia das Letras, 1989. “Cotidiano” Todo dia ela faz tudo sempre igual Me sacode às seis horas da manhã Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher Diz que está me esperando pro jantar E me beija com boca de café Todo dia eu só penso em poder parar Meio-dia eu só penso em dizer não Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão Seis da tarde, como era de se esperar Ela pega e me espera no portão Diz que está muito louca pra beijar E me beija com a boca de paixão Toda noite ela diz pra eu não me afastar Meia-noite ela jura eterno amor E me aperta pra eu quase sufocar E me morde com a boca de pavor Aula VI Conteúdo: Nascimento da filosofia na Grécia Antiga. Passagem do mito à Filosofia. O nascimento da Filosofia se deu na Grécia Antiga, por volta do século IV a.C. A origem do nome Filosofia (philo=amor e sophia= sabedoria) é atribuído ao pensador Pitágoras (as datas de seu nascimento e morte são imprecisas, mas especula-se que seu nascimento se deu por volta de a.C e sua morte por volta de 497 a.C. ou 496 a.C.). Houve-se a necessidade de investigar os acontecimentos da Natureza de forma racional, afastando-se das explicações amparadas nos mitos, pois estas explicações míticas já não davam conta dos anseios dos homens, os quais eram bastante curiosos. O discurso dos filósofos gregos tinha por base a racionalidade, isto é, explicava-se um acontecimento natural, como o raio, através de experiências, fazendo uso da razão, sendo diferente ao discurso mítico. Tanto o discurso filosófico quanto o mitológico tinha por finalidade explicar a realidade, entretanto, os filósofos não se contentavam com o que fora dito pela tradição (a qual fora transmitida pelos antigos poetas tais como Hesíodo e Homero), antes, eram homens que se dedicavam em tentar explicar a realidade de maneira racional. Objetivos específicos: Evidenciar a necessidade de romper com o senso comum para a instauração de uma postura filosófica; Estimular nos alunos o pensamento crítico e questionador (filosófico) da realidade cotidiana; Compreender como se deu a passagem do pensamento mítico ao pensamento racional. Metodologia: Distribuir o texto (OS pré-socráticos, José Cavalcante de Souza) a fim de apresentar explicação que os pré-socráticos davam o mundo. Após a leitura, propõe-se uma discussão para fixar o conteúdo, no sentido de demarcar claramente os diferentes modos de ver o mundo, sendo que a maneira filosófica se firmou em detrimento da maneira mitológica: Bibliografia eletrônica utilizada na aula: Introdução que fala sobre o Mito e a Filosofia (SOUZA, De José Cavalcante, ALMEIDA PRADO, De Arma Lia Amaral, BORGES, Ísis Lana, MARTINS CAVALCANTE, Maria Conceição, KUHNEN, Remberto Francisco, TORRES FILHO, Rubens Rodrigues, MOURA, De Carlos Ribeiro, STEIN, Ernildo, DEVEGILI, Arnildo, FLOR, Paulo Frederico, REGIS, Wilson. Os Pré-Socráticos. Fragmentos, Doxografia e Comentários. http://tinyurl.com/6lq35wh) (Textos Complementares) Texto – aula I Filosofar Filosofar é a arte de pensar aprender esforço duvidar entender espaço. Filosofar é experimentar Conhecer o vazio interior Preenche-lo de entendimento Sua essência é questionar Seu caráter é o amor A sabedoria ultrapassa o conhecimento. Filosofar é atividade Analisa o fator existencial Se estabelece pela razão Busca a verdade Usa o particular e o universal Para chegar à conclusão. Filosofar é refletir a grandeza É tomar consciência Transformar a miséria humana A vida tem sua natureza Apresenta referência Confere e irmana. de José Damião Limeira Porto Alegre - RS - por correio eletrônico Texto - aula II Fragmento do livro CONVITE À FILOSOFIA, de Marilena Chauí. Ontologia ou metafísica: conhecimento dos princípios e fundamentos últimos de toda a realidade, de todos os seres. Lógica: conhecimento das formas gerais e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro, independentemente dos conteúdos pensados; regras para a demonstração científica verdadeira; regras para pensamentos não-científicos; regras sobre o modo de expor os conhecimentos; regras para a verificação da verdade ou falsidade de um pensamento, etc. Epistemologia: análise crítica das ciências, tanto as ciências exatas ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas; avaliação dos métodos e dos resultados das ciências; compatibilidades e incompatibilidades entre as ciências; formas de relações entre as ciências, etc. Teoria do conhecimento ou estudo das diferentes modalidades de conhecimento humano: o conhecimento sensorial ou sensação e percepção; a memória e a imaginação; o conhecimento intelectual; a ideia de verdade e falsidade; a ideia de ilusão e realidade; formas de conhecer o espaço e o tempo; formas de conhecer relações; conhecimento ingênuo e conhecimento científico; diferença entre conhecimento científico e filosófico, etc. Ética: estudo dos valores morais (as virtudes), da relação entre vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de liberdade, responsabilidade, dever, obrigação, etc.; Filosofia política: estudo sobre a natureza do poder e da autoridade; ideia de direito, lei, justiça, dominação, violência; formas dos regimes políticos e suas fundamentações; nascimento e formas do Estado; ideias autoritárias, conservadoras, revolucionárias e libertárias; teorias da revolução e da reforma; análise e crítica das ideologias. Filosofia da arte ou estética: estudo das formas de arte, do trabalho artístico; ideia de obra de arte e de criação; relação entre matéria e forma nas artes; relação entre arte e sociedade, arte e política, arte e ética. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. http://tinyurl.com/77t9mw4 (nossa adaptação) Texto – aula III Texto do livro Filosofia, série novo ensino médio, 2002. P.15 Inútil? Útil? O primeiro ensinamento filosófico é perguntar: O que é útil? Para que e para quem algo é útil? O que é o inútil? Por que e para quem algo é inútil? O senso comum de nossa sociedade considera útil o que dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando utilidade e a famosa expressão “levar vantagem em tudo”. Desse ponto de vista, a filosofia é inteiramente inútil e defende o direito de ser inútil. Não poderíamos, porém, definir o útil de uma outra maneira? Platão definia a filosofia como um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos. Descartes dizia que a filosofia é o estudo da sabedoria, conhecimento perfeito de todas as coisas que os humanos podem alcançar para o uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes. Kant afirmou que a filosofia é o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer e o que pode fazer, tendo como finalidade a felicidade humana. Espinosa afirmou que a filosofia é um caminho árduo e difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade. Qual seria, então, a utilidade da filosofia? Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não deixar guiar pela submissão às ideias dominantes a aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a filosofia é o mais útil dos saberes de que os seres humanos são capazes. Texto – aula IV Livro: Para filosofar. São Paulo, ed. Scipione ( texto adaptado) O que é arte e qual sua função A arte pode ter várias definições, entre elas encontra-se a de Susanne K. Langer (filósofa estadunidense). Para ela a arte é a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano. A arte ou objeto artístico tem diferentes funções, pode servir à política, à ética e à religião, pode se transformar em mercadoria ou proporcionar prazer, pode revelar ou representar tanto a vida interior do homem como a cultura. De todas as funções da arte, a mais importante é a mais simples: a função lúdica, neste sentido a arte é essencialmente prazer. Embora haja aceitação de que todos possam entender de arte, outras perguntas permanecem: para que serve a arte? o homem pode dispensá-la? a arte pode mudar nosso comportamento? A arte, diferentemente dos conhecimentos que só revelam o que já está no objeto, nos ensina a ver e a criar. Tentando responder à pergunta O que é Filosofia? Podemos dizer que a Filosofia se diferencia da Ciência e da Arte. A ciência é semelhante à Filosofia porque utiliza o pensamento lógico, racional, a Filosofia, contudo não é passível de ser testada empiricamente, quer dizer, não tem como comprovar cientificamente nenhuma teoria filosófica, neste sentido, ela é completamente diferente da ciência. Filosofia se diferencia da arte porque a arte é uma criação humana que expressa, de algum modo( através do cinema, do teatro, da literatura, da dança etc.) emoções, sentimentos e pensamentos de um indivíduo particular, contudo essa expressão é sempre subjetiva e não segue nenhuma lógica racional. Texto – aula V Texto de Jaime Rubio Ângelo, “ Filosofia y cotidianilidad”, revista Analisis, vol. X, n. 23, Colômbia, 1976. A filosofia e o cotidiano (adaptado) Nossa situação atual exige um pensar profundo e a função do filósofo é pensar. Mas, do ponto de vista filosófico, que significa pensar? Pensar é refletir. Refletir é como um ruminar, um voltar atrás sobre as coisas. Por isso, são poucos os que refletem e muitos os que memorizam ou acumulam mecanicamente determinadas informações. Dizíamos que refletir consiste em voltar atrás sobre as coisas; este ato constitui a origem do filosofar. Começar a pensar supõe sempre um desprendimento que podemos denominar crise. Crise – que em grego vem do verbo Krinein - indica mais distanciar-se do que julgar. É necessário “distanciar-se”, “partir” da vida cotidiana para pensá-la de “fora”. A cotidianidade reside, antes de tudo, na organização diária da vida, na repetição e reiteração das atividades. É a divisão do tempo e do ritmo em que se escoa a história pessoal de cada um. No cotidiano as coisas, as ações, os homens, os movimentos e todo o meio ambiente são dados aceitos como algo conhecido. Para refletir torna-se necessário sair do mundo cotidiano. Este sair do mundo familiar, o “estar fora” do óbvio, do herdado, do cotidiano recebido pela tradição constitui o que os filósofos gregos denominavam o admirar-se (thaumazein). Pois para entender a filosofia é preciso romper com o mundo cotidiano. Texto original encontrado em : RODRIGO, Lidia Maria. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio. Ed. Autores Associados, 2009. Texto – aula VI TALES DE MILETO (CERCA DE 625/4-558 A.C.) DADOS BIOGRÁFICOS TALES, DE ASCENDÊNCIA fenícia, era natural da Jônia, na Ásia Menor, cidade famosa pelo florescente comércio marítimo, pátria também de Anaximandro e Anaxímenes. Floresceu pelo ano de 585 a.C. Segundo a tradição, é o primeiro físico grego ou investigador das coisas da natureza como um todo. De suas idéias, no entanto, pouco se conhece; nem há certeza de que tenha escrito um livro. Também não se conhecem fragmentos seus. Sua doutrina só nos foi transmitida pelos doxógrafos. A - DOXOGRAFIA Trad. de Wilson Regis 1. ARISTÓTELES, Metafísica, I, 3. 983 b 6 (DK 11 A 12). A. MAIOR PARTE DOS primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos, e de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem, enquanto a substância subsiste mudando-se apenas as afecções, tal é, para eles, o elemento (stokheion), tal é o princípio dos seres; e por isso julgam que nada se gera nem se destrói, como se tal natureza subsistisse sempre... Pois deve haver uma natureza qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas se engendram, mas continuando ela a mesma. Quanto ao número e à natureza destes princípios, nem todos dizem o mesmo. Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser água [o princípio] (é por este motivo também que ele declarou que a terra está sobre água), levado sem dúvida a esta concepção por ver que o alimento de todas as coisas é úmido, e que o próprio quente dele procede e dele vive (ora, aquilo de que as coisas vêm é, para todos, o seu princípio). Por tal observar adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes de todas as coisas terem a natureza úmida; e a água é o princípio da natureza para as coisas úmidas. Alguns há que pensam que também os mais antigos, bem anteriores à nossa geração, e os primeiros a tratar dos deuses, teriam a respeito da natureza formado a mesma concepção. Pois consideram Oceano e Tétis os pais da geração e o juramento dos deuses a água, chamada pelos poetas de Estige; pois o mais venerável é o mais antigo; ora, o juramento é o mais venerável. 2. SIMPLÍCIO, Física, 23, 22 (DK 11 A 13). Alguns dos que afirmam um só princípio de movimento— Aristóteles, propriamente, chama-os de físicos — consideram que ele é limitado; assim Tales de Mileto, filho de Examias, e Hipão, que parece ter sido ateu, afirmavam que água é o princípio, tendo sido levados a isto pelas (coisas) que lhes apareciam segundo a sensação; pois o quente vive com o úmido, as coisas mortas ressecam-se, as sementes de todas as coisas são úmidas e todo alimento é suculento. Donde é cada coisa, disto se alimenta naturalmente: água é o princípio da natureza úmida e é continente de todas as coisas; por isso supuseram que a água é princípio de tudo e afirmaram que a terra está deitada sobre ela. Os que supõem um só elemento afirmam-no ilimitado em extensão, como Tales diz da água. 3. ARISTÓTELES, Da Alma, 5, 422 a 7 (DK 11 A 22). E afirmam alguns que ela (a alma) está misturada com o todo. É por isso que, talvez, também Tales pensou que todas as coisas estão cheias de deuses. Cf. Platão Leis, X, 899 B. Parece também que Tales, pelo que se conta, supôs que alma é algo que se move, se é que disse que a pedra (ímã) tem alma, porque move o ferro. Referências bibliográficas: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Martins Fontes, 1999. COTRIM, Gilberto, FERNANDES, Mirna. Fundamentos da filosofia. Ed Saraiva, 2010. RODRIGO, Lidia Maria. Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio. Ed. Autores Associados, 2009. UBALDO, Nicola. Antologia Ilustrada de filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005. Vários autores. Para filosofar. Ed. Scipione, São Paulo, 2000. Bibliografia eletrônica: http://www.philosophy.pro.br/mitologia.htm http://www.algosobre.com.br/filosofia/a-reflexao-filosofica.html http://www.infoescola.com/