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Cirurgia de fimose ajuda a prevenir DSTs e HIV
A maioria dos homens já fez ou conhece alguém que precisou fazer a cirurgia de fimose. Essa é uma condição
que afeta grande parte das pessoas do sexo masculino, podendo ser de origem congênita ou adquirida ao longo
da vida. O fato é que o estreitamento na abertura da pele do prepúcio, que dificulta ou impede a exposição da
glande (cabeça) do pênis, gera desconforto e pode ocasionar o aparecimento de diversas doenças, como o
câncer de pênis, por exemplo. É que a impossibilidade de limpeza adequada da região durante muito tempo
causa um processo inflamatório crônico que, junto a vírus, bactérias e fungos, pode levar ao desenvolvimento
de tumores malignos.
O tratamento do problema é realizado através da cirurgia de fimose, também conhecida como circuncisão ou
postectomia. O procedimento é feito rapidamente, o paciente recebe alta pouco tempo depois e a recuperação
acontece sem maiores complicações. A cirurgia traz uma série de benefícios, a começar pela possibilidade de
melhor higienização da área, que é uma das principais causas de doenças. “Quando a higiene é precária,
facilita a proliferação dos vírus”, explica Guilherme Maia, urologista do Hospital Santa Joana. Além disso,
descobriu-se também que ela ajuda na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e até o vírus
HIV.
Há vários estudos relacionando a prevenção de DSTs em países com a prática da circuncisão, com a
diminuição no número de casos. “A partir disso, a Organização Mundial da Saúde passou a recomendar a
cirurgia em países com alta prevalência de HIV, como medida preventiva para essa e outras doenças, como
HPV, herpes, sífilis e câncer de pênis”, revela o médico. “Com isso, suas parceiras, por consequência,
apresentam menor chance de ter câncer de colo de útero”, conta Maia. Diante disso, tem se tornado cada vez
maior a realização da postectomia em crianças e adultos.
Uma pesquisa realizada pela Sociedade Americana de Urologia em 2007 na África constatou que nas áreas em
que os homens realizaram o procedimento, houve uma redução de 50% a 70% dos casos de infecção por HIV.
“Esse é um dado importante e que serve como exemplo para todo o mundo, considerando que se trata de uma
cirurgia simples e de custo relativamente baixo. Ela pode ser feita de uma forma bastante segura e pode salvar
várias vidas a longo prazo”, ressalta Guilherme Maia.
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