CONTABILIDADE BÁSICA (Revisado e elaborado conforme a Lei 11.638/2007 e 11.941/2009) PROFESSOR Ms. OTACILIO DE MORAIS SOUZA SÃO PAULO 2010 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ ÍNDICE 1. Ementário da disciplina 2. Contabilidade 3. Patrimônio 4. Balanço Geral 5. Métodos de Escrituração da Contabilidade 6. Plano de Contas 7. Razonetes, Apuração do Resultado, Diário e Razão. 8. Elaboração de Balancete, Balanço e DRE 9. Fatos e Atos Administrativos 10. Princípios Contábeis 11. Imobilizado e Depreciação pelo Método Linear 12. Despesas do Exercício Seguinte e PCLD 13. Estoques – Empresas Comerciais: operações com mercadorias (sem impostos), CMV, RCM, inventário periódico e permanente, métodos de valorização (MPM, PEPS e UEPS). 14. Folha de Pagamento e Provisão para Férias e 13º Salário 15. Juros, Descontos, Abatimentos e Devolução de Venda 16. Estrutura das Demonstrações Contábeis: Balancete de Verificação, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício. 17. Sociedades: Aspectos Gerais 1 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 1 – EMENTÁRIO DA DISCIPLINA Disciplina: CONTABILIDADE Semestre letivo: 1º (primeiro) EMENTA: Esta disciplina introduz os conceitos primários da Contabilidade Geral de Empresas, tais como, demonstrativos contábeis, sua elaboração e interpretação das diversas situações patrimoniais de uma empresa. OBJETIVO: Capacitar os alunos, de uma forma clara e objetiva, a entenderem a parte teórica e prática da contabilidade básica aplicáveis em empresas. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DISCIPLINA: • • • • • • • • • • • • • • • • INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE: definição, campo de aplicação, usuários, área de atuação. PATRIMÔNIO: Conceito de Bens, Direitos e Obrigações. O Patrimônio. A equação patrimonial básica. Representações gráficas. PATRIMÔNIO: Ativo, Passivo e Patrimônio Líqüido. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Visão global das demonstrações contábeis. Balanço Patrimonial e DRE PLANO DE CONTAS: ativo, passivo, receitas, despesas e custos. FATOS E ATOS ADMINISTRATIVOS: permutativos, modificativos e mistos. PRINCÍPIOS: ENTIDADE, CONTINUIDADE E COMPETÊNCIA REGIME DE CAIXA E REGIME DE COMPETÊNCIA RECEITAS E DESPESAS: Conceitos. Apuração do Resultado do Exercício MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO: Mecanismo do Débito e Crédito. Escrituração: os registros contábeis na constituição de entidades. A subscrição e a integralização do capital. A realização de capital com bens e direitos. Movimentação de estoques, sem impostos. Despesas gerais: custo com pessoal, serviços de terceiros, prêmios de seguros, aluguel, energia elétrica, cópias entre outras. Lançamentos de destinação do resultado. DIÁRIO, RAZÃO e RAZONETES BALANCETE DE VERIFICAÇÃO BALANÇO PATRIMONIAL, ARE – Apuração do Resultado do Exercício e DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (simplificada) ESTOQUES: Operações com Mercadorias (sem impostos). Média Ponderada Móvel, PEPS e UEPS DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA IMOBILIZADO e DEPRECIAÇÃO: método das quotas constantes (linear). METODOLOGIA Aulas expositivas envolvendo a explicação da teoria básica contábil. Aulas práticas envolvendo exercícios individuais abrangendo lançamentos no Diário, Razão/Razonetes, Balancete, Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício. Trabalho envolvendo pesquisa com referência bibliográfica. AVALIAÇÃO O Sistema de Avaliação e Aprendizagem do Aluno, nos cursos de Ciências Contábeis, ocorrerá de forma contínua e agregará, em caráter cumulativo. A avaliação do aproveitamento do aluno realizar-se-á por meio de dois instrumentos diversificados de avaliação, identificados como A1 e A2. Cada instrumento de avaliação será representado numericamente em escala de 0 (zero) a 10 (dez). A média final será composta pela média aritmética das duas avaliações. Para aprovação na disciplina, o aluno deverá alcançar o mínimo de freqüência de 75% (setenta e cinco por cento) das aulas previstas e obter média final igual ou superior a 6,0 (seis). A composição das avaliações deverá seguir as seguintes orientações para esta disciplina: A1: Prova com questões objetivas, discursivas e envolvendo registro e cálculos de apuração contábil. A2: Prova com questões objetivas, discursivas e envolvendo registro e cálculos de apuração contábil. BIBLIOGRAFIA: Básica: RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica – Volume 2. 2ª edição. São Paulo: Saraiva. Complementar: IUDÍCIBUS, Sérgio (coord.). Contabilidade Introdutória (livro texto e de exercícios), Atlas. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica (livro texto e de exercícios). Atlas. 2 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 2 – CONTABILIDADE CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência aplicada que através de sua metodologia permite registrar, resumir, demonstrar e interpretar os fatos administrativos, expressos monetariamente, que afetam o patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações) de uma entidade (pessoa física ou jurídica). A Contabilidade é o instrumento que fornece informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. É um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias, ela é, na acepção ampla do conceito de ciência, uma das ciências econômicas e administrativas. Em outras palavras, podemos dizer que a função da Contabilidade é registrar e demonstrar todos os fenômenos financeiros e econômicos que ocorrem no patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações) das entidades, objetivando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores. Resumidamente a contabilidade societária operacionalmente executa os seguintes passos: Fato Administrativo Contábil Documento Escrituração Contábil Diário Razão Balancete Demonstrações Financeiras: Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Demonstração do Valor Adicionado Notas Explicativas Relatório da Administração Parecer dos Auditores Independentes O fato administrativo contábil gera um documento que representa a operação que pode ser expressa monetariamente. Esses documentos são escriturados contabilmente por meio de lançamentos a débito e crédito, seguindo o método das partidas dobradas. Os lançamentos geram o Diário, livro contábil onde todas as operações que envolvem o patrimônio da empresa são registradas e demonstradas em ordem cronológica de acontecimento. Os lançamentos também geram o Razão, livro contábil onde as operações são demonstradas por ordem de conta contábil. O livro Razão é a base para a elaboração das demonstrações contábeis, também denominadas de demonstrações financeiras. Acompanham as demonstrações contábeis as Notas Explicativas que visam dar esclarecimentos mais detalhados sobre alguns itens do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Quando as demonstrações contábeis estão prontas são submetidas à aprovação pela Administração da empresa, a qual emite o Relatório da Administração. Também acompanha as demonstrações contábeis o Parecer dos Auditores Independentes que é a opinião de profissionais externos à empresa que analisam as demonstrações contábeis com base em testes de acordo com as normas de auditorias, a fim de posicionar se foram elaboradas de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 3 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE O campo de aplicação da contabilidade é o das entidades econômico-administrativas, sejam de fins lucrativos ou não. A contabilidade pode ser estudada de modo geral ou em particular. - Modo Geral - para todas as empresas, - Particular - aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia. Alcança todas entidade econômico-administrativa, até mesmo a União, o Estado e os Municípios. CONTABILIDADE INSTITUIÇÕES EMPRESAS Pública: Visa lucro, f ormadas pelo capital do governo Social: Bem - estar social da coletividade, não visa lucro Sócio - econômica : Visa lucro, que é revertido ao bem – estar da coletividade Privada: Visa lucro, f ormada pelo capital privado (particular) Mista: Visa lucro, f ormada por capital do governo em maior proporção do que o de particulares USUÁRIOS E FINALIDADES É necessário apontar resumidamente, o tipo e qualidade das informações que a contabilidade fornece aos vários grupos interessados, que por sua vez os interesse são distintos: Sócios/Acionistas : Segurança e retorno de seus investimentos Administradores : Bancos INFORMAÇÕES Estudo aprofundado, para tomada de decisões : Verificar a capacidade de solvência, para liberação de empréstimos Fornecedores : Garantir o retorno de suas vendas CONTÁBEIS Clientes : Manter o relacionamento de compras Governo : Arrecadação de impostos e análise global e setorial da economia Sindicatos : Determinação da produtividade do setor, para determinação da política salarial 4 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ São usuários as pessoas que se interessam pela situação da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas. São exemplos de usuários: - Os administradores - os presidentes, diretores, gerentes, encarregados e analistas, Os investidores - aqueles que aplicam dinheiro na empresa, estão interessados basicamente em obter lucro, por isso utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável, Os fornecedores - querem saber se a empresa tem condições de pagar suas dividas, Os bancos - emprestam dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamento, O governo - quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres públicos, e Outros tantos como : empregados, sindicatos, concorrentes, comunidade, consumidores, etc. Basicamente pode-se afirmar que existem duas finalidades básicas para as quais se usa a informação contábil: Finalidade de controle (registro e verificação das mutações patrimoniais e sua conformidade com os planos e políticas traçados pela entidade) Finalidade de planejamento (processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para o futuro). CAMPOS ECONÔMICOS DE ATUAÇÃO A contabilidade é essencial e utilizada por todos os campos econômicos de atuação: CONTABILIDADE Comercial: Compra e venda de bens que não impliquem em transformação Industrial: Produção de bens Bancária: Instituições financeiras Agrícola e Pecuária: Solo e criações Pública: Administração do dinheiro público Doméstica: Controla o patrimônio das pessoas físicas, voltada à declaração de imposto de renda ou inventários A contabilidade é feita para Pessoa Física ou Pessoa Jurídica. Considera-se pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigações. Pessoa Física é a pessoa natural, é todo ser humano, é todo indivíduo (sem qualquer exceção). É um ser natural, indivíduo considerado como tal a partir do seu nascimento. A existência da pessoa física termina com a morte. Pessoa Jurídica é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. Ser abstrato, constituído legalmente através de um contrato, formado por duas ou mais pessoas. Normalmente as pessoas jurídicas denominam-se empresas. 5 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 3 – PATRIMÔNIO Todas as pessoas físicas ou jurídicas possuem o seu patrimônio. O termo patrimônio significa, a principio, o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa. Porém, apenas os bens e direitos não identificam a verdadeira situação de uma pessoa física ou jurídica, se faz necessário considerar também as obrigações (dividas) referentes aos bens ou direitos. Podemos definir patrimônio como um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou uma entidade. PATRIMÔNIO Bens e Direitos (a Receber) Obrigações (a serem pagas) Sendo assim o patrimônio é composto por bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido de uma empresa, QUE SÃO AVALIADOS EM MOEDA CORRENTE NO PAÍS. BENS Para satisfazer suas necessidades, o homem utiliza-se das coisas, transformando-as em bens. Sendo assim entende-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Os bens podem ser classificados da seguinte maneira: • Tangíveis (materiais) – tem forma física são palpáveis, por exemplo móveis, veículos e máquinas • Intangíveis (imateriais) – não palpáveis, não constituídos de matérias, por exemplo marcas e patentes; • Imóveis – são aqueles vinculados ao solo, que não podem se retirados sem destruição ou danos, por exemplo terrenos e edifícios; • Móveis – são aqueles que podem ser removidos por si próprio ou por outras pessoas, por exemplo móveis, máquinas e equipamentos. Em resumo, bens são coisas capazes de satisfazer as necessidades de alguma entidade, avaliadas economicamente. Eles podem ser: materiais (possuem corpo, podem ser removidos) ou imóveis (não podem ser removidos) e imateriais (não têm corpo). Os bens são para uso, troca ou consumo, como exemplo: • Bens de uso: balcão, prateleira, máquina e equipamentos utilizados na produção; • Bens de troca: dinheiro, mercadoria para revenda; produto para venda; • Bens de consumo: material de limpeza e higiene; pó de café. DIREITOS Em contabilidade entende-se por direito ou direito a receber o de exigir alguma coisa. Por exemplo, valores a receber, títulos a receber, contas a receber, adiantamentos a receber, empréstimos a receber. Todos os valores que se tem “A RECEBER“ de terceiros (Clientes). É identificado pela expressão acima citada. OBRIGAÇÕES São dividas com outras pessoas. Em contabilidade tais dividas são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromisso que serão reclamados, exigidos: Todos os valores que se tem “A PAGAR“ para terceiros (Fornecedores). É identificada pela expressão acima citada. PATRIMÔNIO LÍQUIDO É a medida eficiente da verdadeira riqueza. Patrimônio Liquido é igual a soma dos bens e direitos menos as obrigações. PATRIMÔNIO LIQUIDO = BENS + DIREITOS ( - ) OBRIGAÇÕES 6 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Na Contabilidade o Patrimônio Líquido é formado por: • CAPITAL SOCIAL (é a soma dos valores que os proprietários investiram); • RESERVAS DE CAPITAL (constituídas com valores recebidos e que não transitam pelo Resulto como Receitas). • AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL (aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo em decorrência da sua avaliação a preço de mercado). • RESERVAS DE LUCROS (partes retiradas do lucro, para finalidade legais e societárias de provisão); • AÇÕES EM TESOURARIA (as ações da companhia que forem adquiridas pela própria sociedade). • PREJUIZOS ACUMULADOS (resultados obtidos sobre a aplicação do capital total da empresa no mercado). O PATRIMÔNIO LÍQUIDO ou Situação Líquida Patrimonial pode ser considerado como a diferença entre o ativo e o passivo: PL = A - P Onde: A = Ativo; P = Passivo; PL = Patrimônio Líquido ou Situação Líquida. Os elementos patrimoniais devidamente equacionados poderão apresentar três situações líquidas patrimoniais diferentes: a) Ativa PL = A > P b) Passiva PL = A < P c) Nula PL zero = A = P O PATRIMÔNIO E A SUA FORMAÇÃO Na representação gráfica, temos dois lados: o esquerdo que engloba a situação positiva identificada pelos bens e direitos, que será denominado “ATIVO”, e o direito que compõe a situação negativa identificada pelas obrigações e indiretamente pelo patrimônio líquido, que será denominado “PASSIVO”. Ativo: é o conjunto de bens e direitos de propriedades da entidade. São os itens positivos do patrimônio; trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa. Passivo: significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dividas que serão cobradas, reclamadas a partir da data do seu vencimento. Portanto, o patrimônio será basicamente assim formado: ATIVO Bens Direitos PASSIVO Obrigações com Terceiros Patrimônio Líquido A equação fundamental do Balanço Patrimonial pode ser expressa através da seguinte fórmula: A = P + PL ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Bens e Direitos = Obrigações com Terceiros + Obrigações com os proprietários 7 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Ativo, Passivo e Patrimônio Líqüido Na Contabilidade o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos compõem o ATIVO de uma entidade. As obrigações compõem o PASSIVO. O Passivo é subdividido em dois grupos: PASSIVO (obrigações com terceiros) e PATRIMÔNIO LÍQUIDO (obrigações com os proprietários). Em todas as empresas existem bens, direitos e obrigações. Podemos numa representação gráfica simplificada, apresentar contas de Ativo a esquerda e do Passivo a direita, apresentando por exemplo o patrimônio de uma entidade da seguinte forma: ATIVO (Bens + Direitos) PASSIVO (Obrigações com Terceiros) BENS Dinheiro Mercadorias em Estoque Imóveis Máquinas Ferramentas Móveis e Utensílios Veículos Marcas e Patentes OBRIGAÇÕES Fornecedores (Duplicatas a Pagar) Empréstimos a Pagar Salários a Pagar Financiamentos Impostos a pagar Encargos Sociais a Pagar Aluguéis a pagar Títulos a pagar Promissórias a pagar Contas a pagar DIREITOS Depósitos em Bancos Duplicatas a Receber Títulos a Receber Aluguéis a Receber Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Obrigações com os Proprietários) Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados O PATRIMÔNIO LÍQUIDO é a diferença entre o total do ativo e o total do passivo. O Patrimônio Líquido é a parte do balanço que iguala os dois lados do balanço patrimonial. Ativo > Passivo = Patrimônio Líquido positivo. Quando o ativo é maior que o passivo temos um patrimônio líqüido positivo, favorável ou superavitário. Ou seja, o total de bens e direitos é maior que o total das obrigações com terceiros. Exemplo: ATIVO Bens Direitos 70 30 Total do Ativo 100 PASSIVO Obrigações com Terceiros 70 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 10 Reservas de Lucros 20 Total do Passivo 100 Ativo < Passivo = Patrimônio Líquido negativo. Quando o ativo é menor que o passivo temos um patrimônio líqüido negativo, desfavorável ou deficitário. Ou seja, o total de bens e direitos é menor que o total das obrigações com terceiros. Na contabilidade esta situação também é denominada de Passivo a Descoberto, devido ao valor dos bens e direitos não serem capazes de liquidarem as obrigações com terceiros (passivo). Exemplo: ATIVO Bens Direitos 70 30 Total do Ativo 100 PASSIVO Obrigações com Terceiros 130 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 10 Prejuízos Acumulados (40) Total do Passivo 100 Ativo = Passivo Patrimônio Líquido nulo. Quando o ativo é igual ao passivo temos um patrimônio líqüido nulo, equilibrado. Ou seja, o total de bens e direitos é igual ao tal das obrigações com terceiros. Exemplo: ATIVO Bens Direitos Total do Ativo 70 30 100 PASSIVO Obrigações com Terceiros 100 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social 10 Prejuízos Acumulados (10) Total do Passivo 100 8 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ ORIGEM E APLICAÇÃO DE RECURSOS Sabendo-se que recurso tem o mesmo significado que capital há necessidade de saber o que vem a ser capital. Vem a ser o elemento do patrimônio líquido que, quando de sua formação em uma empresa, representa os bens dos sócios, investidos para iniciar as atividades da mesma. Porém, na contabilidade quando cita-se capital, pode-se considerar o patrimônio (total do capital) que a empresa dispõe em um determinado momento. Dentro desse patrimônio, há uma divisão identificada por duas situações distintas: Origem e aplicação deste patrimônio. Origem Situa-se do lado direito (financeiro = dívidas) do patrimônio, composta pelas obrigações e o patrimônio líquido. Existem dois tipos de recursos: • Capital Próprio Representa os recursos investidos pelos sócios na empresa, bem como os resultados desses recursos juntamente com o de terceiros, identificando o patrimônio líquido da empresa. • Capital de Terceiros Representa os recursos originários de empréstimos ou promessas de pagamento a terceiros (fornecedores), identificando obrigações da empresa. Aplicação Situa-se do lado esquerdo (econômico = liquidez = dinheiro) do patrimônio, e é composto por bens e direitos, contém apenas um recurso que aplica total de seus elementos: • Capital Nominal É representado pelo total dos recursos próprios e de terceiros, que por sua vez são aplicados do lado esquerdo (econômico), para haver resultados econômico, visando uma harmonia entre o ativo e passivo da empresa. PATRIMÔNIO ( + ) ATIVO (- ) PASSIVO ECONÔMICO FINANCEIRO APLICAÇÕES Bens e Direitos = Capital Nominal ORIGENS Obrigações com Terceiros = Capital de terceiros Patrimônio Líquido = Capital Próprio BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (Bens e Direitos) PASSIVO (Obrigações) Caixa e Bancos Estoques Máquinas Imóveis 4.000 5.000 3.000 5.000 Fornecedores 10.000 Empréstimos a Pagar 4.000 Total do Ativo 17.000 Total do Passivo PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.000 17.000 9 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 4 - BALANÇO GERAL O BALANÇO GERAL pode ser definido como: um conjunto de relatórios, demonstrações e pareceres, visando avaliar, na data do encerramento do exercício ou de um período intercalar, a situação da empresa. E deve ser constituído de: a) Relatório da Administração; b) Balanço Patrimonial; c) Demonstração do Resultado do Exercício; d) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados que pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; e) Demonstração dos Fluxos de Caixa; f) Demonstração do Valor Adicionado; g) Notas Explicativas; h) Parecer dos Auditores Independentes e i) Outras demonstrações ou quadros analíticos necessários. MODELOS DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: BALANÇO PATRIMONIAL, DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E FLUXO DE CAIXA EMPRESA S/A BALANÇO PATRIMONIAL (Valores em milhões de Reais) ATIVO 2007 2008 PASSIVO ATIVO CIRCULANTE Disponível / Aplicações Clientes Estoques Valores a Receber / Desp. Antecipadas / Imp. a Recuperar 835,4 76,7 323,6 326 902,9 PASSIVO CIRCULANTE 64,9 Instituições Financeiras 398,6 Fornecedores 355,2 Obrigações com Pessoal 109,1 84,2 Impostos a Pagar Provisões e Contas a Pagar Juros s/ Capital Próprio / Dividendos 13,9 86,9 16,5 17 117,6 10,7 ATIVO NÃO CIRCULANTE 234,2 82,2 308,9 PASSIVO NÃO CIRCULANTE Instituições Financeiras 181,6 Provisão para Contigencias e Impostos 251,9 138,1 113,8 285,2 157,2 128 82,2 181,6 - 0,2 423 196,4 227,1 0,3 453,1 250 -4,1 169,8 37,4 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Tributos a Compensar/Dep. Vinculados/Outros Créditos PARTICIPAÇÃO DE MINORITÁRIOS ATIVO PERMANENTE Outros Investimentos Imobilizado Imobilizado em Locação Ativo Intangível TOTAL ATIVO 152 19,3 113,3 19,4 - 127,3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 0,3 Capital Social 118,2 Ajustes de Avaliação Patrimonial - Reservas de Lucros 8,8 Reservas de Capital 1.069,60 1.211,80 TOTAL PASSIVO 2007 2008 394,7 65,6 168,1 43,7 473,3 108,4 175,3 44,3 1.069,60 1.211,80 10 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ DEMONSTRATIVO DO RESULTADO REC. BRUTA VENDAS E SERVIÇOS Impostos e Contribuições REC. LÍQ. DE VENDAS E SERVIÇOS Custo dos Produtos e Serv.Vendidos 2007 2008 1.702,30 1.987,00 -178,3 -200,4 1.524,00 1.786,60 -1.215,10 -1.473,80 LUCRO BRUTO Despesas com Vendas Despesas Gerais e Administrativas Despesas com Pesquisa e Desenvolv. Outros Resultados Operacionais LUCRO OPER. ANTES DO RES. FINANC. Receitas Financeiras 308,9 312,8 -108,8 -49,4 -53,2 37,6 135,1 9,9 -129,8 -61,6 -54,6 -0,2 66,6 30,4 -8,9 -42,3 -6,8 129,3 129,3 -21,2 -7,5 100,6 54,6 54,6 -5,2 -8,8 0 40,5 Despesas Financeiras CPMF/IOF/PIS Cofins s/ Rec. Financeira RESULTADO OPERACIONAL Resultados não Operacionais RESULTADO ANTES DO I. DE RENDA I. Renda e Contrib. Social Participações Participação Minoritária LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (Valores em milhões de Reais) DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO Capital PATRIMÔNIO LÍQUIDO Subscrito Ajustes de e Ações em Reservas Avaliação Reservas Lucros Lucro do Integralizado Tesouraria de Capital patrimonial de Lucros Acumulados Exercício Saldo em 01/01/2007 Integralização do Capital Lucro Líquido do Exercício Distribuição do Lucro: Reserva Legal Juros s/ Capital Próprio - Lei 9249/95 Dividendos Propostos Reserva estatutária Saldo em 31/12/2007 Integralização do Capital Lucro Líquido do Exercício Ajustes Lei 11.638 Transferências Opções Outorgadas Reconhecidas Distribuição do Lucro: Reserva Legal Dividendos Propostos Juros s/ Capital Próprio - Lei 9249/95 Reserva Estatutária Saldo em 31/12/2008 196.410 -3 3 316 - 154.579 - 100.553 4.982 196.410 53.590 0 316 0 67.622 227.183 -53.590 -4.173 37.155 0 37.471 4.441 40.531 44.666 -4.135 -40.531 -2.248 -3.807 -7.807 -31.110 0 0 -37.155 2.248 250.000 0 -4.982 -22.370 -5.579 -67.622 0 -4.173 31.110 169.796 Total 351.302 3 100.553 0 0 -22.370 -5.579 0 423.909 0 44.666 -3.867 0 0 0 0 -3.807 -7.807 0 453.094 11 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ (Valores em milhões de Reais) FLUXO DE CAIXA 2007 2008 LUCRO LÍQUIDO Depreciação e Amortização Juros, Var.Cambial p/ Competência Provisões e Baixas de Ativos / Outros Ajustes de acordo com a Lei 11.638/07 SUB TOTAL 100,6 35,5 -4,2 -5,2 126,7 40,5 16,9 23,8 5,7 6,9 93,9 -125,8 -66,3 -95,1 -18,2 59,8 1,9 -3,6 -29,6 25,3 -86,2 -70,8 -27,9 -9,3 7,2 1,1 2,1 11,6 -0,2 GERAÇÃO OPERACIONAL DE CAIXA 0,9 7,7 Investimentos em Ativo Imobilizado Locação de Equipamentos Intangível Aquisição das Ações da Itec / AFAC -53 -11 - -24,3 -8,6 - -63,1 -25,2 184,4 -119,6 -19,6 - 109,6 -78,5 -17,7 - -17,9 -11,8 94,6 76,7 76,7 64,9 Redução/(Aumento)Capital de Giro Clientes Estoques Demais Ativos Fornecedores Obrigações com Pessoal Impostos à Pagar Provisões e Contas a Pagar Demais Passivos SUB TOTAL Financiamentos: Ingressos Amortizações Juros s/Capital / Dividendos Operação da Cisão AUMENTO (REDUÇÃO) DE CAIXA NO PERIODO SALDO INICIAL SALDO FINAL 12 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 5 – MÉTODO DE ESCRITURAÇÃO DA CONTABILIDADE O patrimônio de uma pessoa é dinâmico e se modifica praticamente todos os dias. Sendo que a contabilidade através do seu método de registro escritura todas as movimentações ocorridas no patrimônio. MÉTODO DE PARTIDAS DOBRADAS A Contabilidade é antiga, pois existe desde as primeiras civilizações e, durante um longo período, foi tida como a arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas específicas, que foram se aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas aplicadas até hoje. O método das Partidas Dobradas, desenvolvido pelo FREI LUCA PACIOLI, na Itália, através do seu Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494 – século XV, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. O método consiste no fato de que em qualquer operação há um débito e um crédito de igual valor. Ou seja, “não há devedor sem que haja credor, e não há credor sem que haja devedor, sendo que a cada débito corresponde um crédito de igual valor”. Resume-se em “PARA TODO DÉBITO DEVE HAVER UM CRÉDITO CORREPONDENTE DE IGUAL VALOR, OU VICE - VERSA“. NOÇÕES SOBRE DÉBITO E CRÉDITO DÉBITO Na linguagem comum débito, pode ser; dívida, situação negativa, estar em débito com alguém, dever para alguém, mas não devemos ligar débito a estes significados, quando estamos falando contabilmente. Na terminologia contábil, o lado positivo. Ativo é o lado do débito no patrimônio. Em Contabilidade, o débito representa as aplicações de capitais em bens, direitos ou despesas, destinados aos fins de uma empresa. Então, são de NATUREZA DEVEDORA os saldos das contas do ATIVO, DESPESAS ou CUSTOS. Exemplos: Caixa = conta do Ativo = natureza devedora Despesas de Salários = conta de Despesas (Resultado) = natureza devedora Custo das Mercadorias Vendidas = conta de Custos (Resultado) = natureza devedora CRÉDITO Na linguagem comum, ter crédito com alguém significa situação positiva, poder comprar a prazo, a mesma situação se sucede com crédito quanto ao seu significado cotidiano. Na terminologia contábil, o lado negativo, passivo é lado do crédito no patrimônio. Em Contabilidade, o crédito representa as origens de capitais em obrigações ou receitas, destinados aos fins de uma empresa. Então, são de NATUREZA CREDORA os saldos das contas do PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITA. Exemplos: Salários a Pagar = conta de Obrigações com Terceiros (Passivo) = natureza credora Capital Social = conta de Patrimônio Líqüido = natureza credora Receita de Vendas = conta de Receitas (Resultado) = natureza credora RESUMO DO MECANISMO DE DÉBITO E CRÉDITO Podemos apresentar o mecanismo de débito e crédito no seguinte quadro: Contas Aumentos Reduções Natureza do Saldo ATIVO Débito Crédito Devedor PASSIVO Crédito Débito Credor PATRIMÔNIO LÍQUIDO Crédito Débito Credor RECEITAS Crédito Débito Credor DESPESAS ou CUSTOS Débito Crédito Devedor O quadro acima nos apresenta o seguinte: As contas contábeis de ATIVO, DESPESAS e CUSTOS aumentam pelo débito e reduzem pelo crédito. As contas contábeis de PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS aumentam pelo crédito e reduzem pelo débito. Ou resumidamente: CONTAS efetua-se um lançamento a DÉBITO CRÉDITO ATIVO, DESPESAS e CUSTOS Aumentando Redução PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E Redução Aumentando RECEITAS 13 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ ESCRITURAÇÃO NA CONTABILIDADE Os registros contábeis são escriturados através dos lançamentos contábeis efetuados por meio das contas contábeis, aplicando-se nelas o método das partidas dobradas, mediante o emprego da técnica do débito e do crédito. A Escrituração consiste em registrar nos livros próprios utilizados na Contabilidade tais como Diário e Razão, todos os fatos que provocam modificações no Patrimônio da empresa. O Lançamento Contábil é o meio pelo qual se processa a escrituração. Todos os fatos que ocorrem na empresa são registrados nos livros próprios. O Lançamento é composto dos seguintes elementos essenciais: • Local e data da ocorrência do fato; • Conta a ser debitada; • Conta a ser creditada; • Histórico; e • Valor. O Lançamento se encarrega de debitar e creditar as Conta Contábeis, através da qual a Contabilidade consegue desempenhar seu papel. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, responsáveis pela sua gestão, tais como compras, vendas, pagamentos e recebimentos, são registrados nos livros próprios através das Contas Contábeis. A nomenclatura das contas contábeis são definidas no Plano de Contas elaborado pelo contador responsável pela empresa. PASSOS PARA ESCRITURAÇÃO Os registros dos fatos contábeis aumentam ou diminuem as contas contábeis que representam o patrimônio e os resultados (receitas e despesas) que o modificam. Para registrar estes aumentos e reduções são efetuados lançamentos a débito ou a crédito nas respectivas contas, conforme o mecanismo de débito e crédito. Desta forma, se um fato contábil resultar no aumento de uma conta de ativo ou de despesa ou na redução de uma conta do passivo, de patrimônio líquido ou de receita deve-se efetuar um lançamento a débito. Por outro lado, se um fato contábil resultar na redução de uma conta de ativo ou de despesa ou no aumento de uma conta de passivo, de patrimônio líquido ou de receita, deve-se efetuar um lançamento a crédito. O desenvolvimento do raciocínio contábil fica muito mais fácil se seguirmos os passos a seguir: 1º - identificar as contas envolvidas (pelo menos duas). 2º - identificar a que grupo a conta pertence. Uma conta só pode pertencer a um destes grupos: ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas ou despesas. Observando-se que : • Contas de ativo representam os bens e os direitos, • Contas de passivo representam obrigações exigíveis com terceiros, • Contas de patrimônio liquido representam obrigações não exigíveis com os sócios, • Contas de receitas são as contrapartidas dos ingressos patrimoniais e • Contas de despesas são as contrapartidas das reduções do ativo ou aumento do passivo. 3º - identificar qual é o efeito do fato sobre cada conta, ou seja, devido ao fato, qual conta aumenta ou qual conta diminui, 4º - efetuar o lançamento segundo o mecanismo de débito e crédito. Contas Aumentos Reduções Natureza do Saldo ATIVO Débito Crédito Devedor PASSIVO Crédito Débito Credor PATRIMÔNIO LÍQUIDO Crédito Débito Credor RECEITAS Crédito Débito Credor DESPESAS ou CUSTOS Débito Crédito Devedor As contas contábeis de ATIVO, DESPESAS e CUSTOS aumentam pelo débito e reduzem pelo crédito. As contas contábeis de PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS aumentam pelo crédito e reduzem pelo débito. 14 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ EXEMPLO DETALHADO, observando-se os passos: Dado o fato contábil: integralização do capital social em dinheiro, no valor de $ 100.000, em 10/01/2010, no Estado de São Paulo. Por este fato, os sócios retiraram recursos de seus patrimônios individuais e colocaram na entidade, perfazendo o total de $ 100.000. Para registrarmos este fato, seguiremos os passos expostos anteriormente: 1º passo – Quais as contas envolvidas? Este fato movimentará o elemento contábil dinheiro, pelo recebimento de $ 100.000 dos sócios, portanto, vamos utilizar a conta Caixa. Ainda, por este fato, a empresa assume uma obrigação para com os seus sócios, obrigação para com os seus sócios, obrigação esta que pode ser identificada pela conta Capital Social. Por isso, as contas envolvidas por este fato são: Caixa e Capital. 2º passo – Qual o grupo a que cada conta pertence? A conta Caixa é conta de Ativo porque representa o bem dinheiro. A conta Capital é conta do Patrimônio Líquido porque representa obrigação não exigível da empresa para com os seus sócios. Portanto: Caixa conta de ativo. Capital Social conta do patrimônio líquido. 3º passo – Qual o efeito deste fato sobre cada uma das contas envolvidas? Devido a este fato, o Caixa aumenta porque a empresa recebe dinheiro e o Capital Social também aumenta porque a empresa assume obrigações para os seus sócios. 4º passo – Efetuar o lançamento, utilizando o mecanismo de débito e crédito. Caixa – conta de ativo que aumenta devido a este fato, portanto será debitada. Capital Social – conta do patrimônio líquido que aumenta devido a este fato, portanto será creditada. Lançamento contábil: São Paulo, 10/01/2010 Débito – Caixa $ 100.000 Crédito – Capital Social $ 100.000 Histórico: integralização do capital social em dinheiro pelos sócios OUTROS EXEMPLOS: • Ocorrendo um débito e um crédito: Compra de uma casa, a vista, em dinheiro, situada a Avenida 9 de julho, 1001, nesta cidade, conforme escritura o passada no 5 Tabelião, no valor de $ 200.000. Lançamento: Débito – Imóveis $ 200.000 Crédito – Caixa $ 200.000 • Ocorrendo um débito e dois ou mais créditos: Compra de um equipamento, do fornecedor Z, conforme nota fiscal nº. 5.390, no valor de $ 800, sendo: R$ 300, à vista, em dinheiro e o restante a prazo, conforme aceite de duplicata 0001. Lançamento: Débito – Equipamentos $ 800 Crédito – Caixa $ 300 Crédito – Fornecedores $ 500 • Ocorrendo dois ou mais débitos e um crédito: Venda de Serviços, conforme nota fiscal 0118, por $ 500, sendo: $ 100 a vista recebidos em cheque e o restante em quatro pagamentos mensais, conforme duplicatas nºs. 118/1 a 118/4, no valor de $ 100, cada uma. Lançamento: Débito – Bancos Conta Movimento $ 100 Débito – Duplicatas a receber $ 400 Crédito – Receita de Vendas $ 500 • Ocorrendo dois ou mais débitos e dois ou mais créditos: Compras efetuadas no Supermercado Taubaté, de um refrigerador, para uso da empresa, conf. N.F. 1.521, $ 1.000 e uma moto marca Guará, conf. N.F. 372, $ 10.000. Foram pagos, à vista, em cheque, $ 2.000 e o restante a prazo, através de três duplicatas, de nºs. 1 a 3 , sendo de $ 3.000, cada, vencíveis de 30 em 30 dias. Lançamento: Débito – Móveis e Utensílios $ 1.000 Débito – Veículos $ 10.000 Crédito – Bancos Conta Movimento $ 2.000 Crédito – Fornecedores $ 9.000 15 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 6 - PLANO DE CONTAS O Plano de Contas é um elenco de todas as contas previstas pelo setor contábil da empresa como necessárias aos seus registros contábeis. O plano de contas é indispensável para os registros de todos os eventos que podem ser expressos monetariamente e que modificam a situação de qualquer item do patrimônio da empresa. A contabilidade através de suas técnicas registra as variações patrimoniais para cada item do patrimônio da empresa. E para cada item é dado uma denominação que chamamos de conta contábil, por exemplo: a) a movimentação de entradas e saídas em dinheiro da empresa é registrada na conta contábil denominada Caixa; b) a movimentação de entradas e saídas que acontecem num banco é registrada na conta contábil Bancos Conta Movimento, c) a movimentação de emissão de duplicatas emitidas é registrada na conta contábil Duplicatas a Receber, d) a movimentação de obrigação adquirida por compra a prazo de um fornecedor é registrada na conta contábil Fornecedores ou Duplicatas a Pagar, e) o registro da participação de um sócio na empresa mediante integralização do capital social é registrado na conta Capital Social. CONTAS CONTÁBEIS Conta Contábil é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações com terceiros e patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e receitas). Por exemplos: a) conta Caixa representa o dinheiro em espécie que está na empresa; b) conta Fornecedores representa a obrigação que a empresa tem decorrente do recebimento de compra de mercadorias a prazo, c) conta Receita de Vendas representa o valor da venda efetuada. CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO As contas contábeis podem ser divididas em dois grupos: Contas Patrimoniais, utilizadas para registrar Bens e Direitos (ATIVO) e Obrigações com Terceiros e Patrimônio Líquido (PASSIVO). Contas de Resultado, utilizadas para registrar as Despesas e Receitas (que compõem o RESULTADO). É através delas que a contabilidade apura o Resultado do Exercício (lucro ou prejuízo). Essas contas são abertas na Contabilidade, no início do exercício social e encerradas no final dele. Elas não fazem parte do Balanço Patrimonial e se dividem em Contas de Despesas e Contas de Receitas. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS As contas de Ativo e Passivo compõem o Balanço Patrimonial. As contas de Receitas e de Despesas compõem a Demonstração do Resultado do Exercício. Após a confrontação das contas de receitas e despesas é apurado o Resultado do Exercício, o qual é transferido para as contas patrimoniais denominadas de LUCRO DO EXERCÍCIO OU PREJUÍZOS ACUMULADOS, que constam no grupo Patrimônio Liquido do Balanço Patrimonial. Para diferenciar as contas de Receita ou Despesa pode-se usar os adjetivos da receita e despesa antes do elemento. Por exemplos: Receita com Vendas Despesa com Água 16 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ ESTRUTURA DO PLANO DECONTAS O Plano de Contas é elaborado de forma a facilitar a identificação das contas, adota-se um código numérico para cada uma. Esse código é composto de números e através dele se pode saber de imediato a que grupo a conta pertence, por exemplo: • • Primeiro Número - indica o grupo: 1- ativo; 2- passivo; 3- despesas; 4- receitas. Segundo Número - Indica a divisão de cada grupo principal: 1- ATIVO 2 – PASSIVO 1.1 – ATIVO CIRCULANTE 1.2 – ATIVO NÃO CIRCULANTE 2.1 – PASSIVO CIRCULANTE 2.2 – PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2.3 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4 – DESPESAS 3 – RECEITAS 4.1 - DESPESAS DE VENDAS 4.2 - DESPESAS ADMINISTRATIVAS E GERAIS 4.3 - DESPESAS FINANCEIRAS 4.4 - OUTRAS DESPESAS 4.6 - PROVISÃO PARA IRPJ E A CSLL 4.7 - PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES 3.1 - RECEITA BRUTA DE VENDAS 3.2 - (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 3.3 - RECEITAS FINANCEIRAS 3.4 - OUTRAS RECEITAS 5 – CUSTOS 5.1 - CUSTO DO COMÉRCIO 5.2 - CUSTO INDUSTRIAL 5.3 - CUSTO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 5.4 - CUSTO IMOBILIÁRIO 5.5 - CUSTO AGROPASTORIL • Terceiro Número - Indica a subdivisão dos grupos patrimoniais citados acima: 1 – ATIVO 1.1 - Circulante 1.1.1 - Disponível 1.1.2 - Créditos 1.1.3 - Estoques 1.2 – Não Circulante 1.2.1 – Realizável a Longo Prazo 1.2.2 - Investimentos 1.2.3 – Imobilizado 1.2.4 - Intangível • 2 - PASSIVO 2.1 - Circulante 2.1.1 - Obrigações 2.1.2 - Provisões 2.1.3 - Participações 2.2 – Não Circulante 2.3 - Patrimônio Líquido 2.3.1 - Capital 2.3.2 - Reservas 2.3.3 – Prejuízos Acumulados Quarto Número em Diante - Indica mais uma subdivisão e/ ou o número da conta propriamente dita, as quais constam no plano de contas anexo a esta matéria. 17 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ PLANO DE CONTAS (modelo – somente com o nome da conta, sem a numeração) Conta Contábil - Descrição 1 ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.01 CAIXA 1.1.01.01 Caixa 1.1.02 BANCOS CONTA MOVIMENTO 1.1.02.01 Bradesco 1.1.02.02 Itaú 1.1.02.03 Santander Banes pa 1.1.02.04 Nossa Caixa 1.1.02.05 Caixa Econômica Federal 1.1.02.06 Hsbc 1.1.03 APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA 1.1.03.01 Aplicações no Bradesco 1.1.03.02 Aplicações no Itaú 1.1.03.03 Aplicações no Santander Banespa 1.1.03.04 Aplicações no Nossa Caixa 1.1.03.05 Aplicações no Caixa Econômica Federal 1.1.03.06 Aplicações no Hs bc 1.1.04 CLIENTES 1.1.04.01 Duplicatas a Receber 1.1.04.02 (-) Duplicatas Des contadas 1.1.04.03 (-)Provisão p/ Créditos de Liq. Duvidosa 1.1.04.04 (-) Faturamento p/ Entrega Futura 1.1.05 ESTOQUES 1.1.05.01 Produtos Acabados 1.1.05.02 Produtos em Elaboração 1.1.05.03 Matéria-Prima 1.1.05.04 Material Auxiliar 1.1.05.05 Material de Embalagem 1.1.05.06 Mercadorias p/ Revenda 1.1.05.07 Material Administrativo 1.1.05.08 Material de Manutenção 1.1.06 INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS 1.1.06.01 Fundos Renda Fixa 1.1.06.02 Fundos DI 1.1.07 IMPOSTOS A RECUPERAR 1.1.07.01 COFINS a Recuperar 1.1.07.02 CSLL a Recuperar 1.1.07.03 IPI a Recuperar 1.1.07.04 IRRF a Recuperar 1.1.07.05 PIS a Recuperar 1.1.07.06 ICMS a Recuperar 1.1.07.07 ISS Retido na Fonte 1.1.08 OUTROS CRÉDITOS 1.1.08.01 Adiantamentos a Fornecedores 1.1.08.02 Adiantamentos a Funcionários 1.1.08.03 Dividendos de Controladas e Coligadas 1.1.08.04 Empréstimos a Funcionários 1.1.09 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE 1.1.09.01 Aluguéis Pagos Antecipadamente 1.1.09.02 Assinat.- Jornais , Revistas e Periódicos 1.1.09.03 Seguros a Apropriar 1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE 1.2.01 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.2.01.01 Duplicatas a Receber - LP Fundos 1.2.01.02 Renda Fixa - LP 1.2.01.03 Fundos DI - LP 1.2.01.04 Empréstimos Controladas e Coligadas - LP 1.2.01.05 Depósitos Judicias 1.2.01.06 Seguros a Apropriar - LP 1.2.02 INVESTIMENTOS 1.2.02.01 Avaliadas pelo Mét. de Equiv Patrimonial 1.2.02.02 Avaliadas pelo Método de Custo 1.2.02.03 Participações em Fundos de Investimentos 1.2.02.04 Obras de Arte 1.2.02.05 Imóveis Não de Uso (para aluguel) 1.2.02.10 (-) Provisão para Perdas Permanentes 1.2.03 IMOBILIZADO 1.2.03.01 Computadores e periféricos 1.2.03.02 Ferramentas 1.2.03.03 Instalações 1.2.03.04 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos 1.2.03.05 Móveis e Utensílios 1.2.03.06 Prédios 1.2.03.07 Veículos 1.2.03.08 Benfeitorias em Propriedade de Terceiros 1.2.03.09 Terrenos 1.2.03.10 Imobilizado em Andamento 1.2.03.20 (-)Depreciação Acumul Comp e perifericos 1.2.03.21 (-) Depreciação Acumulada de Ferramentas 1.2.03.22 (-) Depreciação Acumulada de Ins talações 1.2.03.23 (-)Depreciação Acumul. Máq, Ap. e equip. 1.2.03.24 (-)Depreciação Acumul. Móv. e Utens ílios 1.2.03.25 (-) Depreciação Acumulada de Prédios 1.2.03.26 (-) Depreciação Acumulada de Veículos 1.2.03.27 (-)Amortização Benf em Prop de terceiros 1.2.04 INTANGÍVEL 1.2.04.01 Marcas, Direitos e Patentes 1.2.04.02 Softwares 1.2.04.10 (-) Amortização de Marc. Dir. e Patentes 1.2.04.11 (-) Amortização de Softawers Reduzida Conta Contábil - Descrição 2 PASSIVO 2.1 PASSIVO CIRCULANTE 2.1.01 FORNECEDORES 1 2.1.01.01 Fornecedores de Mercadorias 2.1.01.02 Fornecedores de Imobilizado 2 2.1.01.03 Fornecedores de Serviço 3 2.1.01.04 Fornecedores Diversos 4 2.1.02 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS A PAGAR 5 2.1.02.01 Em préstimos Bancários a Pagar 6 2.1.02.02 (-) Encargos Financeiros a Transcorer 7 2.1.03 OBRIGAÇÕES TRABALHIST. E PREVIDENCIÁRIAS 2.1.03.01 Salários a Pagar 8 2.1.03.02 Pró-Labore a Pagar 9 2.1.03.03 Férias a Pagar 10 2.1.03.04 13° Salário a Pagar 11 2.1.03.05 FGTS a Recolher 12 2.1.03.06 INSS a Recolher 13 2.1.03.07 Contribuições Sindicais a Recolher 2.1.04 OBRIGAÇÕES FISCAIS 14 2.1.04.01 COFINS a Recolher 15 2.1.04.02 CSLL a Recolher 16 2.1.04.03 IRPJ a Recolher 17 2.1.04.04 IRRF a Recolher 2.1.04.05 IPI a Recolher 18 2.1.04.06 PIS a Recoher 19 2.1.04.07 Simples Nacional 20 2.1.04.08 ICMS a Recolher 21 2.1.04.09 ISS a Recolher 22 2.1.04.10 IPTU a Recolher 23 2.1.04.11 Outros Impostos e Taxas 24 2.1.06 OUTRAS OBRIGAÇÕES 25 2.1.06.01 Adiantamentos de Clientes 2.1.06.02 Água a pagar 26 2.1.06.03 Aluguel a Pagar 27 2.1.06.04 Comissões a Pagar 2.1.06.05 Dividendos a Pagar 28 2.1.06.06 Energia Életrica a Pagar 29 2.1.06.07 Honorários a Pagar 30 2.1.06.08 Outras Contas a Pagar 31 2.1.06.09 Seguros a Pagar 32 2.1.07 PROVISÕES 33 2.1.07.01 Provis ão para 13° Salário 34 2.1.07.02 Provis ão para Férias 2.1.07.03 Provis ões para Contingências Civis 35 2.1.07.04 Provis ões p/ Contingências Trabalhistas 36 2.1.07.05 Provis ões para Contingências Tributárias 37 2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 38 2.2.01 FORNECEDORES 2.2.01.01 Fornecedores de Mercadoias - LP 39 2.2.02 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS A PAGAR 40 2.2.02.01 Em préstimos Bancários a Pagar - LP 41 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.3.01 CAPITAL SOCIAL 2.3.01.01 Capital Social 42 2.3.01.02 (-) Capital a Integralizar 43 2.3.02 RESERVAS DE CAPITAL 44 2.3.02.01 Doações 45 2.3.03 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 2.3.03.01 Ajuste de Avaliação de Ativos 46 2.3.03.02 Ajuste de Avaliação de Pass ivos 2.3.04 RESERVAS DE LUCROS 47 2.3.04.01 Reserva Legal 48 2.3.04.02 Reserva Estatutária 49 2.3.04.03 Reservas para Contingências 51 2.3.04.04 Reservas de Lucros a Realizar 52 2.3.04.05 Reservas para Expans ão 53 2.3.05 AÇES EM TESOURARIA 2.3.05.01 Ações em Tesouraria de Capital Realizado 54 2.3.06 PREJUÍZOS ACUMULADOS 55 2.3.06.01 Prejuízos Acumulados 56 2.3.06.02 Lucro do Exercício 57 58 59 61 63 64 65 66 67 68 69 70 71 73 75 Reduzida 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 124 125 126 127 128 129 130 303 132 131 62 60 74 72 18 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Conta Contábil - Des crição 3 RECEITAS 3.1 RECEITA BRUTA DE VENDAS 3.1.01 VENDAS DE MERCADORIA,PRODUTOS E SERVIÇOS 3.1.01.01 Exportação Não Incentivada de Produtos 3.1.01.02 Vendas de Produtos Indus trializados 3.1.01.03 Revenda de Mercadorias 3.1.01.04 Vendas de Serviços 3.1.01.05 Vendas Imobiliárias 3.1.01.06 Locação de Bens Móveis e Imóveis 3.1.01.07 Vendas da Atividade Rural 3.2 (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 3.2.01 VENDAS CANCELADAS E DEVOLUÇÕES 3.2.01.01 Vendas Canceladas 3.2.01.02 Devoluções de Vendas 3.2.02 ABATIMENTOS E DESCONTOS INCONDICIONAIS 3.2.02.01 Abatimentos sobre Vendas 3.2.02.02 Des contos Incondicionais sobre Vendas 3.2.03 IMPOSTOS SOBRE VENDAS 3.2.03.01 COFINS 3.2.03.02 ICMS 3.2.03.03 ISS 3.2.03.04 IPI 3.2.03.05 PIS 3.2.03.06 Simples Nacional 3.3 RECEITAS FINANCEIRAS 3.3.01 RECEITAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 3.3.01.01 Rendimentos de Aplicações Financeiras 3.3.02 OUTRAS RECEITAS FINANCEIRAS 3.3.02.01 Des contos Obtidos 3.3.02.02 Juros Ativos 3.3.02.03 Variação Cambial Ativa 3.4 OUTRAS RECEITAS 3.4.01 RECEITAS DE ATIVOS 3.4.01.01 Dividendos e Rend. de Outr Inves timentos 3.4.01.02 Lucro de Colig. e Contr. Av. pela Eq. Pt 3.4.01.03 Vendas de Sucatas 3.4.01.04 Ganhos na Alienação de Inves timentos 3.4.01.05 Receitas em Inv. pela Equiv. Patrimonial 3.4.01.06 Ganhos na Alienação de Imobilizado 3.4.01.07 Valor Líquido de bens Baixados 4 DESPESAS 4.1 DESPESAS DE VENDAS 4.1.01 DESPESAS COM O PESSOAL 4.1.01.01 Salários 4.1.01.02 FGTS 4.1.01.03 INSS Parte-Empres a 4.1.01.04 Férias 4.1.01.05 13° Salários 4.1.01.06 Indenizações 4.1.01.07 As sitência Médica 4.1.01.08 Auxílio Refeição e Ces ta Básica 4.1.01.09 Vale Trans porte 4.1.01.10 PAT Programa de Alimentação ao Trabalhor 4.1.02 DESPESAS COMERCIAIS 4.1.02.01 Amortização 4.1.02.02 Amostras Grátis 4.1.02.03 Comiss ões s obre Vendas 4.1.02.04 Créditos de Líquidação Duvidos a 4.1.02.05 Depreciação 4.1.02.06 Fretes s obre Vendas 4.1.02.07 Pes quis a de Mercado e de Opinião 4.1.02.08 Propaganda e Publicidade 4.1.02.09 Telefone 4.1.02.10 Treinamentos e Curs os 4.1.02.11 Viagens e Repres entações Reduzida Conta Contábil - Des crição 4.2 DESPESAS ADMINISTRATIVAS E GERAIS 4.2.01 DESPESAS COM PESSOAL 4.2.01.01 Salários 134 4.2.01.02 FGTS 135 4.2.01.03 INSS Parte-Empres a 136 4.2.01.04 Férias 297 4.2.01.05 13° Salário 298 4.2.01.06 Indenizações 299 4.2.01.07 As sistência Médica 300 4.2.01.08 Auxílio Refeição e Ces ta Básica 4.2.01.09 Vale Trans porte 4.2.01.10 PAT Programa Alimentação ao Trabalhador 137 4.2.01.11 Pró-Labore 138 4.2.01.12 Plano de Previdência Privada 4.2.01.13 FAPI Fundo de Aposentadoria Programada 139 4.2.02 DESPESAS GERAIS 140 4.2.02.01 Água e Es goto 4.2.02.02 Aluguéis de Imóveis 141 4.2.02.03 Aluguéis de Móveis 142 4.2.02.04 Amortização 143 4.2.02.05 As sinaturas Jornais Revis tas Periódicos 144 4.2.02.06 As sociação de Class e e Sindicatos 145 4.2.02.07 Combustíveis , Lubrificantes e Lavagens 146 4.2.02.08 Comunicação de Dados (Internet) 4.2.02.09 Condomínios 4.2.02.10 Conduções 147 4.2.02.11 Copa e Cozinha 4.2.02.12 Cópias 148 4.2.02.13 Correio 149 4.2.02.14 Depreciação 150 4.2.02.15 Energia Elétrica 4.2.02.16 Estacionamentos 4.2.02.17 Estagiários 151 4.2.02.18 Indedutíveis 152 4.2.02.19 Lanches e Refeições 153 4.2.02.20 Manutenção de Máquinas e Equipamentos 154 4.2.02.21 Manutenção Predial 155 4.2.02.22 Material de Es critório 156 4.2.02.23 Material de Limpeza 157 4.2.02.24 Outras Despesas Adminis trativas 4.2.02.25 Pedágio 4.2.02.26 Provis ão p/ Des p c/ Ris c e Contingências 4.2.02.27 (-)Revers ão Prov. p/ desp c/ ris c. e ct 4.2.02.28 Seguros 4.2.02.29 Serviços Pres tados Pess oa Fís ica 158 4.2.02.30 Serviços Pres tados Pess oa Juridica 159 4.2.02.31 Software 160 4.2.02.32 Taxas e Emolumentos 161 4.2.02.33 Telefone 162 4.2.02.34 Treinamentos e Curs os 163 4.2.02.35 Viagens e Estadias 164 4.2.03 IMPOSTOS E TAXAS 165 4.2.03.01 COFINS s / Outras Receitas 166 4.2.03.02 IPVA 167 4.2.03.03 IOF e IOC 4.2.03.04 IPTU 168 4.2.03.05 Multas Dedutíveis 169 4.2.03.06 Multas Indedutíveis 170 4.2.03.07 PIS s / Outras Receitas 171 4.2.03.08 TFE 172 4.2.03.09 Outros Impos tos e Taxas 173 4.3 DESPESAS FINANCEIRAS 174 4.3.01 DESPESAS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 175 4.3.01.01 Perdas em Aplicações Financeiras 176 4.3.02 DESPESAS DE FINANCIAMENTO 177 4.3.02.01 Des pes as Bancárias 178 4.3.02.02 Des contos Concedidos 4.3.02.03 Juros Pas sivos 4.3.02.05 Variação Cambial Pas s iva 4.4 OUTRAS DESPESAS 4.4.01 DESPESAS DE ATIVOS 4.4.01.01 Perdas na Alienação de Investmentos 4.4.01.02 Des p em inves t. pela equiv. Patrimonial 4.4.01.03 Perdas na Alienação de Imobilizado 4.4.01.04 Valor Líquido de Bens Baixados 4.4.01.05 Baixa de Ativos Diferidos 4.6 PROVISÃO PARA IRPJ E A CSLL 4.6.01 CONTRIBUIÇÃO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO 4.6.01.01 CSLL 4.6.02 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA 4.6.02.01 IRPJ 4.7 PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES 4.7.01 PARTICIP DOS ADMINISTRADORES E EMREGADOS 4.7.01.01 Participação dos Adminis tradores 4.7.01.02 Participação dos Empregados 4.9 ARE 4.9.01 ARE 4.9.01.01 Apuração do Resultado do Exercício Reduzida 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 304 305 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 237 234 235 236 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 133 19 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Conta Contábil - Descrição 5 CUSTO 5.1 CUSTO DO COMÉRCIO 5.1.01 CUSTO DAS MERCADORIAS REVENDIDAS 5.1.01.01 Estoques - Inicio do Periodo da Apuração 5.1.01.02 Compras de Mercadorias à Vista 5.1.01.03 Compras de Mercadorias à Prazo 5.1.01.04 (-)Estoques - Fim do Período da Apuração 5.1.01.05 (-) Custo da Mercadoria Vendida 5.2 CUSTO INDUSTRIAL 5.2.01 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 5.2.01.01 Estoques - inicio do Periodo de Apuração 5.2.01.02 Compras de Insumos a Vista 5.2.01.03 Compras de Insumos a Prazo 5.2.01.04 Remuneração a Dirigentes de Indústria 5.2.01.05 Custo do Pessoal Aplicado na Produção 5.2.01.06 Encargos Sociais 5.2.01.07 Alimentação do Trabalhador 5.2.01.08 Manut e Repar de Bens Aplic. na Produção 5.2.01.09 Arrendamento Mercantil 5.2.01.10 Depreciação, Amortização e Exaustão 5.2.01.11 Constituição de Provisões 5.2.01.12 Serviços Prestados por Pessoa Física 5.2.01.13 Serviços Prestados por Pessoa Jurídica 5.2.01.14 Royalties e Assistência Técnica - País 5.2.01.15 Royalties e Assistência Téc. - Exterior 5.2.01.16 Outros Custos 5.2.01.17 (-)Estoques - Fim do Periodo de Apuração 5.3 CUSTO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 5.3.01 CUSTO DOS SERVIÇOS VENDIDOS 5.3.01.01 Saldo Inicial dos Serviços em Andamento 5.3.01.02 Material Aplic. Na Produção dos Serviços 5.3.01.03 Remuneração de Dir. de Prod dos Serviços 5.3.01.04 Custo do Pes. Aplic na Prod. de Serviços 5.3.01.05 Serviços Prestados por Pessoa Física 5.3.01.06 Serviços Prestados por Pessoa Jurídica 5.3.01.07 Encargos Sociais 5.3.01.08 Alimentação do Trabalhador 5.3.01.09 Depreciação e Amortização 5.3.01.10 Arrendamento Mercantil 5.3.01.11 Constituição de Provisões 5.3.01.12 Royalties e Assistência Técnica - País 5.3.01.13 Royalties e Assist. Técnica - Exterior 5.3.01.14 Outros Custos 5.3.01.15 (-) Saldo Final de Seviços em Andamento 5.4 CUSTO IMOBILIÁRIO 5.4.01 CUSTO DOS IMÓVEIS VENDIDOS 5.4.01.01 Custo das Unidades Imobiliárias Vendidas 5.4.01.02 Ajustes de Estoques Dec. de Arbitramento 5.5 CUSTO AGROPASTORIL 5.5.01 CUSTO DOS PRODUTOS DA AT. RURAL VENDIDOS 5.5.01.01 Estoque Inicial de Insumos Agropecuários 5.5.01.02 Estoque Inicial de Prod Agro em Formação 5.5.01.03 Estoque Inicial de Prod Agropec acabados 5.5.01.04 Compras de Insumos Agropecuários a Vista 5.5.01.05 Compras de Insumos Agropecuários à Prazo 5.5.01.06 Custos Ap na F. dos Produt Agropecuários 5.5.01.07 Ajuste de Estoques Decor de Arbitramento 5.5.01.08 (-) Estoque Final Insumos Agorpecuários 5.5.01.09 (-) Estoque Fina Prod Agrop em Formação 5.5.01.10 (-) Estoque Final Prod. Agrop. Acabados Reduzida 248 249 250 251 306 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 20 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 7 – RAZONETES, APURAÇÃO DO RESULTADO, DIÁRIO E RAZÃO 7.1 - RAZONETES O Razonete é uma representação gráfica simplificada dos lançamentos contábeis efetuados nas contas contábeis. O Razonete é representado através do “T”, onde em sua parte superior é colocada a denominação da conta contábil em que são efetuados os lançamentos. Dentro do “T” do lado esquerdo são efetuados todos os lançamentos a débito e do lado direito todos os lançamentos a crédito. Representação gráfica do Razonete Nome da conta contábil lançamento DÉBITO a lançamento CRÉDITO a Os lançamentos nos razonetes são efetuados com base na regra apresentada nas regras do mecanismo do Débito e Crédito, que apresentam o quadro que reproduziremos novamente a seguir: Contas Aumentos Reduções Natureza do Saldo ATIVO Débito Crédito Devedor PASSIVO Crédito Débito Credor PATRIMÔNIO LÍQUIDO Crédito Débito Credor RECEITAS Crédito Débito Credor DESPESAS ou CUSTOS Débito Crédito Devedor As contas contábeis de ATIVO, DESPESAS e CUSTOS aumentam pelo débito e reduzem pelo crédito. As contas contábeis de PASSIVO, PATRIMÔNIO LÍQUIDO E RECEITAS aumentam pelo crédito e reduzem pelo débito. Exemplo 1 – Lançamento de compra com parte paga a vista e o restante a prazo. Evento: compras efetuadas no Supermercado Taubaté de um refrigerador, para uso na empresa, $ 1.000 e uma moto marca Guará $ 10.000, sendo que foram pagos, à vista, em dinheiro $ 2.000 e o restante a prazo, através de três duplicatas, sendo de $ 3.000 cada, vencíveis de 30 em 30 dias. Móveis e Utensílios 1.000, Veículos 10.000, Caixa 2.000, Fornecedores 9.000, Nos lançamentos acima, verificamos que a regra do mecanismo do débito e crédito foi seguida: - a conta Móveis e Utensílios representa os bens (neste caso o refrigerador adquirido) tangíveis que são Ativos. Os Ativos aumentam debitando. No razonete o lado esquerdo é onde se faz o débito, cujo valor é $ 1.000. - a conta Veículos representa os bens (neste caso a moto) tangíveis que são Ativos. Os Ativos aumentam debitando. No razonete o lado esquerdo é onde se faz o débito, cujo valor é $ 10.000. - a conta Caixa representa os bens (neste caso é o dinheiro) tangíveis que são Ativos. Os Ativos diminuem creditando. No razonete o lado direito é onde se faz o crédito, cujo valor é $ 2.000. - a conta Fornecedores representa as obrigações (neste caso a duplicata a pagar) que são Passivos. Os Passivos aumentam debitando. No razonete o lado direito é onde se faz o crédito, cujo valor é $ 9.000. No exemplo acima o total dos débitos $ 11.000 é igual o total dos créditos $ 11.000, obedecendo desta forma o Método das Partidas Dobradas. 21 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Exemplo 2 – Abertura de uma empresa e outros eventos Vamos considerar alguns fatos administrativos e registrá-los nos razonetes, como abertura da empresa, compra e venda mercadorias, compra de imobilizado e pagamento de despesas. Eventos: 1) 2/01/XX – Paulo e Pepe abrem a empresa “SANTORO ELETRODOMÉSTICO LTDA. com o capital social de $ 12.000, sendo integralizado da seguinte forma: 50% Sr. Paulo em dinheiro $ 6.000 e 50% Sr. Pepe em mercadoria com 10 forno microonda $ 6.000 ao preço unitário de $ 600 cada. 2) 4/01/XX - Deposito em dinheiro no Banco Itaú S/A, $ 5.000. 3) 5/01/XX – Venda a prazo de 2 forno microonda, conforme NF 001 no valor $ 2.000. O custo apurado na ficha de estoque $ 1.200. 4) 6/01/XX - Compra a prazo de 5 aparelhos de televisão, marca Sanio, $ 2.500, conforme NF 024 Eletrônica Santana Ltda. 5) 6/01/XX - Despesa de Aluguel – mês de janeiro $ 300, pagamento em cheque. 6) 14/01/XX - Despesa de Cópias, pagamento a vista em dinheiro $ 200, 7) 20/01/XX - Venda a vista, recebimento em cheque, 3 aparelhos de televisão, conforme NF 002, $3.000. O custo apurado e baixado do estoque $ 1.500. 8) 30/01/XX - Despesa de honorários, pagamento em cheque $ 500, 9) 30/01/XX – Despesa material de escritório, a vista em dinheiro $ 100, 10) 30/01/XX – Reconhecimento do salário a pagar no passivo do Sr. Odorico $ 400, para ser pago no dia 5/02/XX. 11) 30/1/XX compra de máquinas e equipamentos a prazo, $ 2.000. 12) 30/1/XX – compra de veículos a vista, $ 1.000, pagos em cheque. Lançamentos nos razonetes: Os registros nos razonetes são efetuados mediante o lançamento dos valores a débito e a crédito. Para cada valor lançado é aposto um número ao lado que serve como referência do lançamento. A seguir numeraremos os eventos e aplicamos a regra do débito e crédito utilizando contas contábeis, respeitando-se a ordem cronológica que aconteceram: 1) DDC- Caixa Mercadorias para Revenda Capital Social 6.000 6.000 12.000 2) DC- Bancos Conta Movimento Caixa 5.000 5.000 3) DC- Duplicatas a Receber Vendas 2.000 2.000 DC- CMV - Custo da Mercadoria Vendida Mercadorias para Revenda 1.200 1.200 4) DC- Mercadorias para Revenda Fornecedores 2.500 2.500 5) DC- Despesas de Aluguel Bancos Conta Movimento 300 300 6) DC- Despesas com Cópias Caixa 200 200 7) DC- Bancos Conta Movimento Vendas 3.000 3.000 DC- CMV - Custo da Mercadoria Vendida Mercadorias para Revenda 1.500 1.500 8) DC- Despesas de Honorários 500 Bancos Conta Movimento 500 9) DC- Despesas de Material de Escritório Caixa 100 100 22 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 10) DC- Despesas de Salários Salários a Pagar 400 400 11) DC- Máquinas e Equipamentos Fornecedores 2.000 2.000 12) DC- Veículos Bancos Conta Movimento 1.000 1.000 Lançamentos de apuração do resultado, onde todas as contas de resultado são zeradas aplicando-se o débito e crédito, a fim de realizar a transferência dos seus saldos para a conta ARE (Apuração do Resultado do Exercício). Depois, o saldo desta conta é transferido para a conta Reservas de Lucros: A A DC- VENDAS ARE 5.000 5.000 B B B B B B B DCCCCCC- ARE CMV Despesas de Aluguel Despesas de Cópias Despesas de Honorários Despesas de Material de Escritório Despesas de Salários 4.200 2.700 300 200 500 100 400 C C DC- ARE Reservas de Lucros 800 800 7.2 - APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITAS É a entrada de elementos para o ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Mas existem outras receitas além de venda, como por exemplo rendimento de aplicações financeiras e juros recebidos de clientes que pagaram a duplicata em atraso. DESPESAS As Despesas representam a utilização ou consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas. Por exemplo, uma empresa para obter a receita de vendas pode ter despesas de aluguel, salários, honorários advocatícios, água, luz e limpeza. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Toda empresa é obrigada, legalmente, a fazer a apuração de resultados, pelo menos uma vez por ano. O lucro ou prejuízo de um exercício social está na dependência do confronto das contas de RECEITAS e de DESPESAS; e este resultado líquido é apurado na contabilidade através da conta contábil denominada Apuração do Resultado do Exercício (ARE). As contas de receitas e despesas são periódicas, isto é, somente terão registros por um ano, ou período menor, conforme a duração do exercício contábil, o que significa que todas as contas, de receitas e de despesas, devem possuir saldo zero no início de cada exercício social. Para que isto ocorra, deve-se proceder ao encerramento das contas, através do registro de lançamentos de encerramento. O roteiro para Apuração de Resultado pode ser resumido nos seguintes passos: a) Transferência da contas de Despesas para a conta de Apuração de Resultado do Exercício (ARE); b) Transferência da contas de Receitas para a conta de Apuração de Resultado; c) Confronto na conta de Apuração de Resultado, entre as Despesas e Receitas; e d) Após o confronto entre as Receitas e Despesas, o saldo remanescente na conta de Apuração de Resultado do Exercício deve ser transferido para a conta Reservas de Lucros ou Prejuízos Acumulados. 23 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ A seguir transportamos para os RAZONETES os lançamentos contábeis de acordo com a numeração e os valores registrados: ATIVO 1 Caixa 6.000 6.000 700 PASSIVO 5.000 2 100 9 200 6 5.300 Bancos Conta Movimento 5.000 300 5 3.000 500 8 7 1.000 12 8.000 1.800 6.200 Fornecedores Salários a Pagar Duplicatas a Receber 2.000 3 PATRIMÔNIO LIQUIDO 2.500 4 2.000 11 4.500 2 400 10 Mercadorias para Revenda 1 4 6.000 2.500 8.500 5.800 1.200 3 1.500 7 2.700 Capital Social Máquinas e Equipamentos 2.000 11 Reservas de Lucros 12.000 1 800 C Despesas de Aluguel 300 300 B ARE - Apuração do Resultado do Exercício 2.700 5.000 A 100 400 300 200 500 4.200 5.000 800 800 Veículos 1.000 12 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Receita de Vendas 2.000 3 5.000 3.000 7 A Despesas de Material de Escritório 100 100 B 9 5 B B B B CMV 1.200 3 1.500 7 Despesas de Salários 400 400 B 10 Despesas de Cópias 200 200 B 6 B B 2.700 B C 8 Despesas de Honorários 500 500 B 24 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 7.3 - DIÁRIO É um livro obrigatório pela legislação comercial. O Diário é o livro que registra os lançamentos contábeis em ordem cronológica. Por ser obrigatório, o Diário está sujeito às duas formalidades legais: • Extrínseca (Externa): deve ser encadernado com folhas numeradas em seqüência, tipografada ou digitada. Deve conter ainda, os termos de abertura e encerramento e ser submetido à autenticação no órgão competente do registro do comércio (Junta Comercial ou Cartório). • Intrínseca (Interna): sua escrituração deve ser completa, em idioma e moedas nacionais, em forma mercantil, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, rasuras ou emendas. Essas formalidades devem ser observadas para que o livro Diário mereça fé a favor do comerciante ou empresário. Características dos lançamentos no Diário: É identificada dentro de sua estrutura, por cinco características: local, data, contas de débito e crédito, valores envolvidos e histórico. Forma simplificada de apresentação do Diário: ______________________Local e data__________________________ D – Conta a Débito Valor C – Conta a Crédito Valor Histórico: descrição do evento Utilizando os eventos citados e lançados na aula anterior sobre Razonetes escriturar-se-á o Diário, na ordem cronológica: DIÁRIO GERAL - SÃO PAULO, JANEIRO DE XX -------------------------02 --------------------------------------DCaixa 6.000 DMercadorias para Revenda 6.000 CCapital Social 12.000 Histórico: integralização do capital em dinheiro e mercadoria -------------------------04 --------------------------------------DBancos Conta Movimento 5.000 CCaixa 5.000 Histórico: abertura de C/C mediante depósito em dinheiro -------------------------DDuplicatas a Receber CVendas Histórico: venda a prazo 05 --------------------------------------2.000 2.000 DCMV - Custo da Mercadoria Vendida 1.200 CMercadorias para Revenda 1.200 Histórico: apropriação do Custo da mercadoria vendida -------------------------06 DMercadorias para Revenda CFornecedores Histórico: compra de mercadorias a prazo DDespesas de Aluguel CBancos Conta Movimento Histórico: pagamento de aluguel do mês -------------------------14 DDespesas com Cópias CCaixa Histórico: pagamento de cópias -------------------------20 DBancos Conta Movimento CVendas Histórico: venda a vista --------------------------------------2.500 2.500 300 300 --------------------------------------200 200 --------------------------------------3.000 3.000 25 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ -------------------------20 --------------------------------------DCMV - Custo da Mercadoria Vendida 1.500 CMercadorias para Revenda 1.500 Histórico: apropriação do Custo da mercadoria vendida -------------------------30 --------------------------------------DDespesas de Honorários 500 CBancos Conta Movimento 500 Histórico: pagamento a vista de honorários DDespesas de Material de Escritório 100 CCaixa 100 Histórico: pagamento a vista de material de escritório -------------------------31 --------------------------------------DDespesas de Salários 400 Csalários a Pagar 400 Histórico: apropriação de salário referente ao mês DMáquinas e Equipamentos 2.000 CFornecedores 2.000 Histórico: compra a prazo de máquinas e equipamentos DVeículos 1.000 CBancos Conta Movimento 1.000 Histórico: compra a vista, em cheque, de veículos DVENDAS CCMV CDespesas de Aluguel CDespesas de Cópias CDespesas de Honorários 500 CDespesas de Material de Escritório 100 CDespesas de Salários CARE Histórico: apuração do resultado do exercício 5.000 2.700 300 200 400 800 DARE 800 CReservas de Lucros 800 Histórico: transferência do resultado apurado para a conta Reservas de Lucros 7.4 – RAZÃO É um livro de grande utilidade para a contabilidade, porque registra o movimento de todas as contas. A escrituração do livro Razão é obrigatória. Na contabilidade moderna, o razão é escriturado na seguinte estrutura: Conta : Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C Na realidade, se houve um lançamento, haveria a necessidade da ficha de razão analítico das duas contas envolvidas. Esta situação acontece, porém essa tarefa é facilitada devido o advento da informática. Esta realidade será vista mais adiante em nossa disciplina. Para haver um estudo mais rápido e ágil, quando não há o computador como auxiliar, utiliza-se o razonete, que é o razão analítico simplificado, onde se usa apenas as colunas de débito e crédito do razão analítico. Débito Crédito 26 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ A seguir demonstramos o Razão escriturado com base na escrituração efetuada nos Razonetes e Diário: AMINISTRAÇÃO GERAL ELETRODOMÉSTICOS LTDA. RAZÃO DE JANEIRO DE XX Conta Contábil DIA Histórico ARE 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício 31 D - Histórico: transferência do resultado apurado para a conta Lucros BANCOS CONTA MOVIMENTO 4 D - Histórico: abertura de C/C mediante depósito em dinheiro 6 C - Histórico: pagamento de aluguel do mês 20 D - Histórico: venda a vista 30 C - Histórico: pagamento a vista de honorários 31 C - Histórico: compra a vista, em cheque, de veículos CAIXA 2 D - Histórico: integralização do capital em dinheiro e mercadoria 4 C - Histórico: abertura de C/C mediante depósito em dinheiro 14 C - Histórico: pagamento de cópias 30 C - Histórico: pagamento a vista de material de escritório CAPITAL SOCIAL 2 C - Histórico: integralização do capital em dinheiro e mercadoria CMV - Custo da Mercadoria Vendida 5 D - Histórico: apropriação do Custo da mercadoria vendida 20 D - Histórico: apropriação do Custo da mercadoria vendida 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício DESPESAS DE ALUGUEL 6 D - Histórico: pagamento de aluguel do mês 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício DESPESAS DE CÓPIAS 14 D - Histórico: pagamento de cópias 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício DESPESAS DE HONORÁRIOS 30 D - Histórico: pagamento a vista de honorários 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício DESPESAS DE MATERIAL DE ESCRITÓRIO 30 D - Histórico: pagamento a vista de material de escritório 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício DESPESAS DE SALÁRIOS 31 D - Histórico: apropriação de salário referente ao mês 31 C - Histórico: apuração do resultado do exercício DUPLICATAS A RECEBER 5 D - Histórico: venda a prazo FORNECEDORES 6 C - Histórico: compra de mercadorias a prazo 31 C - Histórico: compra a prazo de máquinas e equipamentos RESERVAS DE LUCROS 31 C - Histórico: transferência do resultado apurado para a conta Lucros MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 31 D - Histórico: compra a prazo de máquinas e equipamentos MERCADORIAS PARA REVENDA 2 D - Histórico: integralização do capital em dinheiro e mercadoria 5 C - Histórico: apropriação do Custo da mercadoria vendida 6 D - Histórico: compra de mercadorias a prazo 20 C - Histórico: apropriação do Custo da mercadoria vendida SALÁRIOS A PAGAR 31 C - Histórico: apropriação de salário referente ao mês VEÍCULOS 31 D - Histórico: compra a vista, em cheque, de veículos VENDAS 5 C - Histórico: venda a prazo 20 C - Histórico: venda a vista 31 D - Histórico: apuração do resultado do exercício Débito Crédito Saldo D/C 800 800 0 --- 500 1.000 6.200 D 5.000 200 100 700 D 12.000 12.000 C 2.700 0 D 300 0 D 200 0 D 500 0 D 100 0 D 400 0 D 2.000 D 2.500 2.000 4.500 C 800 800 C 2.000 D 1.500 5.800 D 400 400 C 1.000 D 0 --- 5.000 300 3.000 6.000 1.200 1.500 300 200 500 100 400 2.000 2.000 6.000 1.200 2.500 1.000 2.000 3.000 5.000 27 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 8 – ELABORAÇÃO DE BALANCETE, BALANÇO E DRE BALANCETE DE VERIFICAÇÃO O Balancete de Verificação é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraídos dos registros contábeis em determinada data. O grau de detalhamento do balancete deverá ser consentâneo com sua finalidade. Os elementos mínimos que devem constar do balancete são: a) identificação da Entidade; b) data a que se refere; c) abrangência; d) identificação das contas e respectivos grupos; e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores; f) soma dos saldos devedores e credores. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. O Balancete de Verificação é a relação do saldo devedor ou credor de todas as contas extraídas do livro Razão ou Razão Analítico. O Balancete pode apresentar também o total das movimentações efetuadas a débito e a crédito conta por conta. Também obedecerá a regra que o total do débito é igual ao total dos créditos. Vide a seguir modelos de estrutura do Balancete de Verificação: 1. Balancete de Verificação de duas colunas Consta apenas as colunas de saldo atual devedor ou credor: Contas S A Devedor L D O Credor 2. Balancete de Verificação de quatro colunas Constam as colunas de movimentos a débito e crédito e saldo atual devedor ou credor: Contas MOV. Débito ATUAL Crédito SALDO Devedor ATUAL Credor 3. O Balancete de Verificação de seis colunas Constam as colunas de saldo anterior, movimentos a débito e crédito e saldo atual devedor ou credor: Contas SALDO Devedor ANT. Credor MOV. Débito ATUAL Crédito SALDO Devedor ATUAL Credor 28 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ A seguir apresentamos o Balancete de Verificação com os dados extraídos dos lançamentos efetuados nos Razonetes e Diário anteriormente. Neste exemplo os Saldos são apresentados numa única coluna, sendo diferenciado o tipo de saldo pela colocação ao lado do valor do termo D, que significa saldo devedor, ou o termo C, que significa saldo credor: BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DE JANEIRO DE XX SALDO INICIAL CONTAS Caixa Bancos Conta Movimento Duplicatas a Receber Mercadorias para Revenda Máquinas e Equipamentos Veículos Fornecedores Salários a Pagar Capital Social Reservas de Lucros Receitas de Vendas CMV - Custos das Mercadorias Vendidas Despesas de Material de Escritório Despesas com Cópias Despesas de Aluguel Despesas de Honorários Despesas de Salários ARE - Apuração do Resultado do Exercício 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 0 D D D D D D C C C C C D D D D D D D SALDO ANTES Débitos Créditos DA ARE 6.000 -5.300 700 D 8.000 -1.800 6.200 D 2.000 2.000 D 8.500 -2.700 5.800 D 2.000 2.000 D 1.000 1.000 D -4.500 -4.500 C -400 -400 C -12.000 -12.000 C 0C -5.000 -5.000 C 2.700 2.700 D 100 100 D 200 200 D 300 300 D 500 500 D 400 400 D 0D 31.700 -31.700 0 SALDO APÓS Créditos A ARE 700 D 6.200 D 2.000 D 5.800 D 2.000 D 1.000 D -4.500 C -400 C -12.000 C -800 -800 C 5.000 0C -2.700 0D -100 0D -200 0D -300 0D -500 0D -400 0D 0D Débitos 5.000 -5.000 0 BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade. O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - DRE A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade. A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas. 29 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Então, a seguir apresentamos um modelo simples de Balanço Patrimonial e DRE. ATIVO BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31/01/XX PASSIVO ATIVO CIRCULANTE Caixa Bancos Conta Movimento Duplicatas a Receber Mercadorias para Revenda 14.700 PASSIVO CIRCULANTE 700 Fornecedores 6.200 Salários a Pagar 2.000 5.800 4.900 4.500 400 ATIVO NÃO CIRCULANTE IMOBILIZADO Máquinas e Equipamentos Veículos 3.000 PATRIMÔNIO LÍQÜIDO 2.000 Capital Social 1.000 Reservas de Lucros 12.800 12.000 800 TOTAL DO ATIVO 17.700 TOTAL DO PASSIVO 17.700 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADA EM 31/01/XX Vendas (-) CMV Lucro Bruto 5.000 -2.700 2.300 (-) Depesas Operacionais Aluguel Cópias Despesas de Salários Honorários Material de Escritório -1.500 -300 -200 -400 -500 -100 LUCRO DO EXERCÍCIO 800 30 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 9 - ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS Ato administrativo é o ato de gestão, praticado pelos administradores, sem manusear valores patrimoniais, mas tomando providencias com a finalidade de fazê-los circular, para obtenção de um resultado. Exemplos de atos administrativos: elaboração de controle de produção, compras, vendas, trocas; gerencia dos capitais; implantação e manutenção de controles internos de bens e pessoas; registro das operações financeiras; funções administrativas envolvendo previsão, organização, direção, coordenação e controle; elaboração e registro do contrato social. Fato administrativo ou Fato contábil é a mutação sofrida por um bem patrimonial, provocando alteração da situação econômica da empresa. Todavia, deve-se ressaltar que o patrimônio é representado pelos bens, direitos e obrigações, e os fatos ocorrem justamente sobre estes valores concretos, sendo o registro contábil um simples ato e não fato, pois a contabilidade tem por função registrar os fenômenos ocorridos com a pratica de fatos administrativos. Fatos Contábeis são acontecimentos que provocam variações dos valores do Patrimônio, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Os fatos contábeis classificam-se em: • fatos permutativos, • fatos modificativos e • fatos mistos. Fatos Permutativos Acontece quando há troca de elementos do Ativo bem como do Passivo no Patrimônio, sem mudar o valor do Patrimônio Líquido. Ou seja, pode ocorrer troca entre elementos do Ativo, entre elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo. Exemplos: • Troca entre elementos do Ativo Recebimento de $ 500, em dinheiro, referente a duplicata. • Troca entre elementos do Passivo Transferência de salários a pagar, um valor de $ 40, para IRRF a recolher. • Troca entre elementos do Ativo e do Passivo - Aumento: compra de móveis e utensílios a prazo. - Diminuição: pagamento da dívida da compra a prazo de móveis e utensílios, em dinheiro. Fatos Modificativos Acarretam alterações para mais ou para menos, no Patrimônio, através das Receitas e Despesas. • Diminuição: Pagamento de uma despesa, em dinheiro, $ 100. • Aumento: Recebimento de $ 100, ref. a receitas com aluguel. Fatos Mistos Os fatos mistos, como o próprio nome diz, envolvem ao mesmo tempo um Fato Permutativo e um Fato Modificativo. Pode acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Líquido, ou no Passivo e no Patrimônio Líquido, ou ainda no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido. Ele pode acarretar aumento ou diminuição do Patrimônio. Exemplo: pagamento de uma duplicata em atraso com juros => diminui o Ativo, diminui o Passivo e aumenta as despesas (juros). 31 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 9.1 – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS BÁSICOS: fatos permutativos Os fatos contábeis classificam-se em: • fatos permutativos que é quando há troca de elementos do Ativo bem como do Passivo no Patrimônio, sem mudar o valor do Patrimônio Líquido. Ou seja, pode ocorrer troca entre elementos do Ativo, entre elementos do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo; • fatos modificativos que acontece quando há alterações para mais ou para menos, no Patrimônio, através das Receitas e Despesas; e • fatos mistos que acontece quando envolve ao mesmo tempo um Fato Permutativo e um Fato Modificativo Numa entidade desde o seu início há vários fatos contábeis. O primeiro fato contábil que existe numa empresa é o permutativo que é a entrada de bens e ou direitos mediante a integralização do capital social. Sendo que uma entidade também pode ser aberta sem a integralização do capital social ou com a integralização parcial. O valor do capital social total mencionado no contrato social é registrado na conta “Capital Social” e caso não haja sido integralizado todo ou parcialmente é aberta a conta “Capital a Integralizar” que registrará o valor não integralizado do capital social subscrito, a medida que o capital é integralizado em bens ou direitos a conta “Capital a Integralizar” é reduzida. Vide quadro abaixo, que apresentam tipos de lançamentos contábeis permutativos que envolvem o capital social. Na frente da conta contábil colocamos uma sigla que pode representar o seguinte: A = Ativo (bens e direitos) P = Passivo (obrigações com terceiros) PL = Patrimônio Líquido (capital próprio representado por capital social, reservas e lucros ou prejuízos acumulados) Lançamento Contábil Eventos Permutativos Subscrição do capital social Integralização do capital social, em dinheiro Integralização do capital social, via depósito bancário Integralização do capital social, em mercadoria Integralização do capital social, em veículos Débito Capital a Integralizar Caixa Bancos Conta Movimento Mercadorias para Revenda Veículos PL A A A A Crédito Capital Social Capital a Integralizar Capital a Integralizar Capital a Integralizar Capital a Integralizar PL PL PL PL PL Mas após a abertura da empresa acontecem diversos fatos permutativos. No quadro abaixo apresentamos alguns. Eventos Permutativos Adiantamento de clientes, via depósito bancário Aplicação financeira Compra de ações de caráter permanente, em cheque Compra de matéria-prima, a prazo Compra de mercadoria, a vista em cheque Compra de um terreno, a prazo Compra de uma máquina, a prazo Constituição de Reserva Legal, decorrente do lucro Contratação de seguros, a pagar em parcelas Empréstimo a funcionário, em cheque Pagamento ao fornecedor, em dinheiro Pagamento de FGTS a recolher, em cheque Pagamento de INSS a recolher, em cheque Pagamento de parcela de empréstimo a pagar Pagamento de pró-labore, em dinheiro Pagamento de salário, via depósito bancário Recebimento de duplicata, em cheque Recebimento de duplicata, em dinheiro Tomada de empréstimos bancário Lançamento Débito Bancos Conta Movimento A Aplicação Financeira A Investimentos - Ações A Matéria-Prima A Mercadorias para Revenda A Terrenos A Máquinas e Equipamentos A Lucro do Exercício PL Seguros a Apropriar A Empréstimos a Funcionários a Receber A Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar) P FGTS a Recolher P INSS a Recolher P Empréstimos a Pagar P Pró-Labore a Pagar P Salários a Pagar P Bancos Conta Movimento A Caixa A Bancos Conta Movimento A Contábil Crédito Adiantamentos de Clientes Bancos Conta Movimento Bancos Conta Movimento Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar) Bancos Conta Movimento Títulos a Pagar Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar) Reserva Legal Seguros a Pagar Bancos Conta Movimento Caixa Bancos Conta Movimento Bancos Conta Movimento Bancos Conta Movimento Bancos Conta Movimento Bancos Conta Movimento Duplicatas a Receber Duplicatas a Receber Empréstimos a Pagar P A A P A P P PL P A A A A A A A A A P 32 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 9.2 – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS BÁSICOS: fatos modificativos Os fatos modificativos acontecem quando há alterações para mais ou para menos, no Patrimônio, através das Receitas e Despesas. Vide quadro abaixo, que apresentam tipos de lançamentos contábeis modificativos. Na frente da conta contábil colocamos uma sigla que pode representar o seguinte: A = Ativo (bens e direitos) P = Passivo (obrigações com terceiros) PL = Patrimônio Líquido (capital próprio representado por capital social, reservas e lucros ou prejuízos acumulados) R = Receita (envolve receita que contribui para aumentar positivamente o resultado econômico e financeiro da empresa) D = Despesa (envolve custos ou despesas que contribuem para diminuir o resultado econômico e financeiro da empresa) Eventos Modificativos Provisionamento do salário a pagar Provisionamento da aluguel a pagar Provisionamento do imposto Cofins Provisionamento do imposto ISS Provisionamento de energia elétrica Provisionamento de serviços de manutenção a prazo Provisionamento de Telefone Receita de venda a prazo de mercadorias Receita de venda a vista em dinheiro de serviços Custo da mercadoria vendida, baixada do estoque Custo do produto vendido, baixado do estoque Juros ativos apropriados sobre empréstimos a receber Juros passivos apropriados sobre empréstimos tomados Rendimentos de aplicações financeiras Lançamento Contábil Débito Crédito Despesas de Salários D Salários a Pagar Despesas de Aluguel D Aluguel a Pagar Despesas de Cofins D Cofins a Recolher Despesas de ISS D ISS a Recolher Despesas de Energia Elétrica D Energia Elétrica a Pagar Despesas de Manutenção D Fornecedores a Pagar Despesas de telefones D Outras Obrigações a Pagar Duplicatas a Receber A Receita de Vendas Caixa A Receita de Vendas CMV - Custo da Mercadoria Vendida D Mercadorias para Revenda CPV - Custo do Produto Vendido D Porodutos Acabados Empréstimos a Receber A Receita de Juros Ativos Despesas de Juros Passivos D Empréstimos a Pagar Aplicações Financeiras A Rendimentos de Aplicações P P P P P P P R R A A R P R 9.3 – PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS BÁSICOS: fatos mistos Os fatos mistos acontecem quando ao mesmo tempo há um Fato Permutativo e um Fato Modificativo. Pode acarretar alterações no Ativo e no Patrimônio Líquido, ou no Passivo e no Patrimônio Líquido, ou ainda no Ativo, no Passivo e no Patrimônio Líquido. Ele pode acarretar aumento ou diminuição do Patrimônio. Vide quadro abaixo, que apresentam tipos de lançamentos contábeis mistos. Na frente da conta contábil colocamos uma sigla que pode representar o seguinte: A = Ativo (bens e direitos) P = Passivo (obrigações com terceiros) PL = Patrimônio Líquido (capital próprio representado por capital social, reservas e lucros ou prejuízos acumulados) R = Receita (envolve receita que contribui para aumentar positivamente o resultado econômico e financeiro da empresa) D = Despesa (envolve custos ou despesas que contribuem para diminuir o resultado econômico e financeiro da empresa) Lançamento Contábil Eventos Mistos Débito Pagamento em atraso ao fornecedor com cobrança de juros passivos Despesas de Juros Passivos Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar) Recebimento via depósito bancário de duplicatas em atraso, com cobrança de juros Bancos Conta Movimento Pagamento de empréstimos e juros a pagar, não reconhecidos pelo regime de competência Despesas de Juros Passivos Empréstimos a Pagar Crédito D P Bancos Conta Movimento A A Receita de Juros Ativos Duplicatas a Receber R A D P Bancos Conta Movimento A 33 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 10 – PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. Citamos a seguir dois princípios fundamentais de contabilidade: • o da Entidade; e • o da Competência. Embora não seja um princípio fundamental de contabilidade, existe também o Regime de Caixa, o qual é uma forma de registro simplificada de contabilidade, que deve sempre ser evitada, pois a sua metodologia de registro não é a mais adequada para apresentar a posição do patrimônio de uma entidade. PRINCÍPIO DA ENTIDADE O Princípio da ENTIDADE determina que cada entidade é única e possui o seu patrimônio próprio, o qual não se confunde com a de outras pessoas físicas ou jurídicas. O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial; decorre da necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio da Entidade não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA (REGIME DE COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS) A contabilidade nos registros dos fatos administrativos observa o Princípio da Competência (de Exercícios). Pelo Princípio da Competência os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. Este princípio determina que as receitas e as despesas (que geram o resultado do exercício que pode ser lucro ou prejuízo) devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O Princípio da Competência determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido. Da confrontação entre o valor final dos aumentos do Patrimônio Líquido – usualmente denominados “receitas” – e das suas diminuições – normalmente chamadas de “despesas” – emerge o conceito de “resultado do período”; positivo, se as receitas forem maiores do que as despesas; ou negativo, quando ocorrer o contrário. Observa-se que o Princípio da Competência não está relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período. Mesmo com desvinculação temporal das receitas e despesas, respectivamente do recebimento e do desembolso, à longo prazo ocorre a equalização entre os valores do resultado contábil e o fluxo de caixa derivado das receitas e despesas, em razão dos princípios referentes à avaliação dos componentes patrimoniais. A contabilidade deve reconhecer simultaneamente as receitas e despesas correlatas no período em que ocorrer sua geração. Por exemplo, no momento que é efetuada uma venda há a geração de uma 34 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ receita, que é o valor da venda, a qual é contabilizada, mas no mesmo período também há a geração de um custo (custo da mercadoria vendida), o qual refere-se à baixa da quantidade e valor da mercadoria que estava constando no estoque. As receitas consideram-se realizadas: a) em transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela compra de bens ou direitos anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela aquisição de serviços por esta prestados; b) quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; c) pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; d) no recebimento efetivo de doações e subvenções. As despesas são consideradas: a) quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro, exemplo custo da mercadoria vendida; b) pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo, exemplo desvalorização de um item do estoque; e c) pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo, exemplos: multa fiscal, despesas com salários, despesas de aluguel. Receitas e seu reconhecimento: • a Receita, na maioria das vezes, é realizada e registrada no momento em que há a venda de bens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadorias, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lo num prazo qualquer. Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do serviço. REGIME DE CAIXA O Regime de Caixa não está relacionado dentre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, pois não é um princípio que deve ser observado pelos contadores. Ao invés dele deve-se observar o Regime de Competência de Exercícios. O Regime de Caixa é uma forma simplificada de contabilidade, pois nele as receitas e despesas somente são registradas contabilmente quando efetivamente recebidas ou pagas. Por exemplos: 1) uma venda realizada a prazo não é reconhecia como despesa antes do seu pagamento e 2) um aluguel a pagar é registrado contabilmente somente no ato do pagamento. 35 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 11 – IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO IMOBILIZADO São os bens utilizados na consecução das atividades-fins da Entidade. Por exemplos móveis e utensílios, edifícios, terrenos, máquinas e equipamentos, computadores, veículos. DEPRECIAÇÃO A Depreciação é o desgaste que um bem imobilizado sofre nas circunstâncias que seguem: a) pelo uso; b) pelo desuso ou exposição no tempo; e c) pela obsolescência face o avanço tecnológico daquele bem. O referido desgaste vai tornando o bem cada vez menos produtivo. Logo, a depreciação é a perda da capacidade produtiva dos bens tangíveis do ativo imobilizado. O desgaste ocorrido no período é contabilizado como despesa denominada: DEPRECIAÇÃO. Os bens tangíveis são aqueles que têm existência física como os veículos, máquinas, terrenos, móveis, edifícios, etc. A depreciação do período, ou seja, a perda da capacidade produtiva ocorrida num determinado período é calculada aplicando-se um percentual chamado de taxa de depreciação sobre o valor dos bens do ativo imobilizado sujeitos à depreciação. Estas taxas são valores estimados em função da vida útil do bem. Os bens que não perdem capacidade produtiva não podem ser depreciados. A seguir, temos uma relação dos bens sujeitos e não sujeitos a depreciação e as respectivas taxas anuais de depreciação: Bens sujeitos a depreciação: Edifícios e Construções Máquinas Móveis Instalações Veículos Computadores e Periféricos Bens não sujeitos a depreciação Terrenos Edifícios e Construções não utilizados na atividade produtiva da empresa ou não alugados. Bens que se valorizam com o tempo como as obras de arte, antiguidades, etc. DEPRECIAÇÃO PELO MÉTODO LINEAR Os seguintes dados são necessários para o cálculo da depreciação: a) Data de Aquisição do Bem e Valor, b) Período que o Bem foi usado naquele ano e c) Taxa ou Vida Útil do bem. Taxas de Depreciação Linear Anual fixadas pela Legislação do Imposto de Renda: Grupos de Bens Imobilizados Qtde de Meses Taxa Anual de Depreciação Vida Útil Móveis e Utensílios 120 10 % 10 anos Edifícios e Construções 300 4% 25 anos Máquinas e Equipamentos 120 10 % 10 anos Computadores e Periféricos 60 20 % 5 anos Veículos em Geral 60 20% 5 anos Instalações 120 10% 10 anos 36 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ O método mais conhecido e utilizado no cálculo da depreciação é o Método da Linha Reta (Linear) ou taxa constante para todos os períodos (a mesma taxa todos os anos). • Exemplo de cálculo da depreciação pelo método da linha reta: Calcular a depreciação anual de um veículo cujo custo de aquisição foi de $ 400.000. Fórmula Depreciação Anual = valor do bem x taxa Fórmula Depreciação Mensal = valor do bem Qtde de meses Solução: sabendo-se que pela tabela a taxa anual de depreciação de veículos é 20%, logo: Depreciação Anual = $ 400.000 x 20% = $ 80.000 por ano. Depreciação Mensal = $ 400.000 ÷ 60 = $ 6.666,67 por mês. • Contabilização Depois de obtido o valor da depreciação vamos contabilizá-lo debitando uma conta de despesa, “Despesa de Depreciação” e creditando a conta retificadora do ativo “Depreciação Acumulada de Veículos”. A conta Despesas de Depreciação é uma conta de despesas. Enquanto, que a conta Depreciação Acumulada de Veículos é uma conta patrimonial, retificadora do ativo. No balanço patrimonial esta conta aparece logo abaixo da conta Veículos, porém de forma subtrativa. O lançamento contábil é feito da seguinte forma: D - Despesa de Depreciação C – Depreciação Acumulada Veículos $ 6.666,67 37 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 12 – DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE E PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE São termos sinônimos na contabilidade Despesas do exercício Seguinte, Despesas Pagas Antecipadamente e Despesas Antecipadas. São pagamentos antecipados, cujos benefícios ou prestação de serviço à empresa se farão durante o exercício seguinte. Não são despesas ainda incorridas. São despesas que efetivamente e de forma objetiva pertencem ao exercício ou exercício seguinte. Normalmente esses benefícios ou prestação de serviço não serão recebidos em dinheiro e nem representam bens fisicamente existentes. Pelo conceito de liquidez, é o último item apresentado no Ativo Circulante. Exemplos de despesas pagas antecipadamente: • prêmios de seguro contratados; • aluguéis já pagos relativos a períodos de utilização do imóvel posteriores ao fechamento do balanço; • vales transportes não utilizados; • assinaturas de revistas, jornais e periódicos; • comissões e prêmios de vendas pagos antecipadamente. Exemplo de lançamento: 1 – pela contratação do seguro D – Seguros a Apropriar ( Ativo Circulante - Despesas Pagas Antecipadamente) C – Seguros a Pagar ( Passivo Circulante – Contas a Pagar) 2 – pelo pagamento do seguro D – Seguros a Pagar C – Bancos c/ Movimento 3 – pela apropriação do seguro, quando incorrida a despesas D – Despesas c/ Seguros C – Seguros a Apropriar PROVISÃO PARA CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA (PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS) A contabilidade reconhece a Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD), que também pode ser chamada de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), a qual deve ser feita com base nas perdas estimadas na cobrança das contas a receber. Na maioria das empresas o item que representa o maior volume das contas a receber é o Duplicatas a Receber (Clientes), que surge das vendas a prazo de mercadorias, produtos ou serviços. Os valores estimados com perdas incobráveis geralmente são decorrentes de créditos com empresas: a) que faliram ou estão em concordata e b) cujo atraso no pagamento é de médio ou longo prazo e as cobranças estão sendo feitas em fase amigável (administrativa) ou judicial. No cálculo da estimativa das perdas incobráveis deve ser considerado se há garantia real pelo devedor, pois neste caso há a redução das chances do não recebimento. Contabilização da PCLD O valor apurado como crédito de liquidação duvidosa deve ser reconhecido mediante registro na contabilidade na conta redutora do Ativo denominada Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa em contrapartida a conta de resultado Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa. 38 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Os registros contábeis relacionados com Créditos de Liquidação Duvidosa ocorrem nas seguintes situações: a) no encerramento do exercício quando a provisão deve ser constituída, então é debitada a conta Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa e creditada a conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa. D - Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa C - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa $ b) no decorrer do exercício seguinte, quando vão surgindo os títulos considerados incobráveis, estes vão sendo baixados, utilizando-se a provisão constituída. Para baixar os títulos incobráveis debita-se a conta Provisão Para Créditos de Liquidação Duvidosa e credita-se a conta Duplicatas a Receber. D - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa C - Duplicatas a Receber $ c) no encerramento do exercício seguinte, a conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa pode apresentar saldo devedor ou saldo credor. O saldo devedor significa que as perdas com clientes incobráveis foram superiores a provisão constituída. O saldo credor significa que as perdas com clientes incobráveis foram inferiores a provisão constituída. Desta forma, encerramos a conta Provisão transferindo o saldo devedor ou credor para a conta de despesas, conforme exemplos abaixo: D - Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa C - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa $ Histórico: transferência do saldo devedor para ajuste da provisão de Créditos de Liquidação Duvidosa Ou D - Provisão Para Créditos de Liquidação Duvidosa C – Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa $ Histórico: transferência do saldo credor para ajuste da provisão de Créditos de Liquidação Duvidosa EXEMPLOS: 1. Contabilizar a provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa no valor de $ 150.000 referentes a duplicadas consideradas como não recebíveis. D - Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa C - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa Despesas com Créditos Duvidosa (conta de Despesa) de $ 150.000 Liquidação Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (conta redutora do Ativo) 150.000 2. 150.000 Registrar a baixa de uma duplicata no valor de $ 30.000 considerada incobrável. D - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa C - Duplicatas a Receber $ 30.000 Duplicatas a Receber (conta do Ativo) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 30.000 30.000 3. Sabendo-se que o saldo da conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, no encerramento do exercício, antes do registro da nova provisão, é de $ 40.000, credor, pede-se reverter ao resultado do exercício à provisão não utilizada. D - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa C – Despesas com Créditos de Liquidação Duvidosa Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa 40.000 $ 40.000 Despesas Duvidosa com Créditos de Liquidação 40.000 39 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 13 – ESTOQUES – EMPRESAS COMERCIAIS Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. O momento da contabilização da compra ou venda de itens do estoque deve ser o da transmissão do direito da propriedade dos mesmos. Na demonstração financeira denominada Balanço Patrimonial os Estoques fazem parte do subgrupo do Ativo Circulante, geralmente classificado após os subgrupos Disponível, Clientes e Outros Créditos, seguindo o conceito de liquidez, seqüência que deve ser adotada no balanço de publicação. Vide modelo abaixo. Observação: nem sempre esta é a classificação que verificamos nos balanços publicados, devido ao conceito de liquidez variar de empresa para empresa no que tange aos seus itens do Ativo. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO ATIVO CIRCULANTE Disponível Duplicatas a Receber PASSIVO 35.820 PASSIVO CIRCULANTE 700 Fornecedores 22.220 5.100 7.600 Empréstimos a Pagar 14.600 Outros Créditos 10.300 Obrigações Trabalhistas 1.000 Estoques 16.120 Obrigações Tributárias 1.400 Despesas Antecipadas 1.100 Outras Obrigações ATIVO NÃO CIRCULANTE 41.000 PASSIVO NÃO CIRCULANTE Ativo Realizável a Longo Prazo 10.000 Investimentos 1.000 PATRIMÔNIO LÍQÜIDO 120 30.000 24.600 Imobilizado 10.000 Capital Social 12.000 Intangível 20.000 Reservas de Lucros 12.600 TOTAL DO ATIVO 76.820 TOTAL DO PASSIVO 76.820 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES A seguir relacionamos as principais nomenclaturas adotadas para as contas contábeis que fazem parte do subgrupo Estoque e os respectivos tipos de empresa que as adotam: Produtos Acabados (indústria) Mercadorias para Revenda (comércio) Produtos em Elaboração (indústria) Matérias-Primas (indústria) Material de Embalagem (indústria) Outros Materiais (indústria ou comércio) Importações em Andamento (indústria ou comércio) Almoxarifado (indústria ou comércio) Adiantamento a Fornecedores (Mercadorias p/ Revenda ou Material p/ Produção) (-) Provisão para Redução ao Valor de Mercado (-) Provisão para Perdas em Estoque 40 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV) Numa empresa comercial existem estoques que são vendidos, existindo no ato da venda a receita da venda, mas ao mesmo tempo existe o custo da mercadoria vendida, que é valor da mercadoria que estava no estoque e que foi baixada para efetuar-se a venda. Existe uma fórmula, que a contabilidade aplica para calcular o custo da mercadoria vendida (CMV), a qual é: Custo da mercadoria Vendida = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA – Exemplo de Cálculo: Estoque Inicial (+) Compras do período (-) Estoque Final Total do CMV 10.000 400.000 (370.000) (40.000) O CMV faz parte da demonstração do resultado do exercício, aparecendo abaixo das linha de Vendas e Deduções da Receita Bruta: Em Reais Vendas 200.000 Deduções da Receita Bruta -16.000 A- - Impostos sobre Vendas -10.000 B - Vendas Canceladas -5.000 C - Descontos Concedidos Incondicionais -1.000 RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 184.000 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS -40.000 LUCRO OPERACIONAL BRUTO 144.000 DESPESAS OPERACIONAIS -100.991 Vendas -20.000 Administrativas e Gerais -80.591 Financeiras Líquidas Outras Despesas e Despesas LUCRO ANTES DA CSLL E IRPJ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Imposto de Renda Pessoa Jurídica LUCRO LÍQUIDO -500 100 43.009 -8.182 -22.227 12.600 41 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ RESULTADO COM MERCADORIAS (RCM) Define-se como mercadorias os bens de venda das empresas comerciais. Exemplificando, numa sapataria temos os sapatos para venda, numa farmácia temos os medicamentos e assim por diante. Para se apurar o resultado com mercadorias deve-se, antes, providenciar o levantamento dos estoques existentes. Este procedimento de verificação dos estoques chama-se de inventário e as mercadorias existentes, constantes do inventário, chama-se de estoque final. A apuração do resultado com mercadorias pode ser feita através de duas equações básicas, a saber: Resultado com Mercadorias (RCM) = Vendas – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou RCM = V – CMV O RCM não leva em consideração as demais receitas e despesas da empresa (por exemplo: impostos, despesas financeiras e salários), pois demonstra as receitas obtidas pelas vendas de mercadorias e o valor do custo delas. Vamos agora procurar compreender o significado de cada elemento das equações acima. Estoque inicial (Ei), corresponde ao valor das mercadorias existentes no início de exercício social, devendo corresponder ao estoque final do exercício anterior. Contabilmente o valor do estoque inicial é o saldo da conta mercadorias. Compras (C), compreende o total das compras de mercadorias efetuadas durante o exercício social. A conta Compras é utilizada como auxiliar da conta Mercadorias, recebendo a débito o valor de cada compra efetuada. Estoque Final (Ef), compreende o saldo das mercadorias em estoques no encerramento do exercício. A informação sobre o estoque final é obtida de forma extracontábil, através do inventário. Vendas (V), compreende o total das receitas de vendas de mercadorias durante o período. Cabe ressaltar, que as vendas são registradas na contabilidade segundo o regime de competência. 42 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Exemplo 1: RESULTADO COM MERCADORIAS MÊS/XXXX Real VENDAS 200.000 CUSTOS DAS MERCADORIAS VENDIDAS (40.000) RESULTADO BRUTO COM MERCADORIAS 160.000 Exemplo 2: CMV = EI + C - EF MÊS/XXXX Real VENDAS 200.000 (-) CMV Estoque Inicial 10.000 (+) Compras do período 400.000 (-) Estoque Final (370.000) Total do CMV (40.000) RESULTADO BRUTO COM MERCADORIAS 160.000 Exemplo 3: Considerando que num balancete de verificação onde vamos encontrar as seguintes contas: Estoque inicial de Mercadorias 6.000 Compras 11.500 Vendas 15.000 O estoque final não aparece no balancete de verificação por se tratar de uma informação ainda não registrada pela contabilidade. Admitindo-se que o estoque final é $ 7.000 temos: a) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) Estoque inicial (+) Compras (=) Mercadorias Disponíveis para Venda (-) Estoque Final (=) Custo das Mercadorias vendidas 6.000 11.500 17.500 (7.000) 10.500 b) Resultado Com Mercadorias (RCM) Vendas (-) Custo das Mercadorias Vendidas (=) Resultado Com mercadorias 15.000 (10.500) 4.500 43 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 13.1 – INVENTÁRIO PERIÓDICO Ao final de cada período as empresas devem apurar o saldo em quantidades e valores do seu estoque final. Tal apuração pode ser efetuada através de dois tipos de inventários: Periódico e Permanente. A valorização da mercadoria para revenda, para fins de inventário, toma basicamente o valor do custo de aquisição da mercadoria (são todos os gastos na aquisição da mercadoria, ou seja, preço do produto + despesas com embalagem + imposto de importação + seguro + transporte + outras despesas acessórias ligadas diretamente à aquisição). INVENTÁRIO PERIÓDICO O inventário periódico é elaborado, quando não há um controle permanente da movimentação do Estoque. No inventário periódico é efetuado um levantamento físico cujas quantidades são valorizadas. Segundo a legislação Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, a valorização das mercadorias adquiridas para revenda deve ser com base no custo de aquisição. Todo estoque de uma empresa comercial passa no mínimo por duas fases: entrada pela compra e baixa pela venda. Estes eventos são registrados na contabilidade pelo método do débito e crédito, podendo serem efetuados da seguinte forma: Lançamentos Contábeis – modo simples e direto Livro Diário a) Compra de mercadoria a prazo D – Mercadorias para Revenda C – Fornecedores (ou Duplicatas a Pagar) Histórico: compra de mercadoria a prazo $ _______________ b) pela baixa na apuração do estoque vendido; sendo que no inventário periódico este valor é apurado por exemplo mensalmente D – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) C - Mercadorias para Revenda $ _______________ Histórico: baixa da mercadoria vendida conforme inventário NOTA: TRATAMENTO DOS IMPOSTOS (ICMS E IPI) NA APURAÇÃO DO ESTOQUE O imposto ICMS da mercadoria adquirida para revenda deve ser deduzido do total do seu custo para fins de entrada no estoque, ou seja, neste caso é recuperável (dedutível do ICMS devido pelas saídas das mercadorias) e não compõe o custo de aquisição da mercadoria. No caso de empresas industriais, quando o item do estoque adquirido é utilizado na produção e faz parte da composição do produto, deverá ser deduzido o ICMS e o IPI, pois ambos serão impostos recuperáveis (dedutíveis respectivamente do ICMS e do IPI destacado nas notas fiscais de saída da empresa) Em outras palavras, podemos dizer: ICMS – no caso de ser incluso no preço, ou pago, e não ser recuperável fiscalmente, tal imposto deve integrar o custo de aquisição. No caso, todavia, em que o ICMS é fiscalmente recuperável, não deverá fazer parte dos estoques. IPI – não faz parte, no caso de indústria do custo do produto, pois o IPI é imposto destacado, e a empresa é mero agente arrecadador. No caso, todavia, de a empresa ser o consumidor final do produto ou de não haver recuperação (por exemplo em empresa comercial), o custo do item para fins de entrada no estoque é o seu preço normal mais o IPI, excluído o ICMS se for o caso. 44 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 13.2 – INVENTÁRIO PERMANENTE: Método PEPS INVENTÁRIO PERMANENTE O inventário permanente é o elaborado mediante o controle de forma contínua do Estoque, dandolhe baixa, em cada venda, pelo custo da mercadoria vendida (CMV) relativo à venda. O Controle Permanente é, portanto, também sobre o CMV. E, pela soma dos Custos de todas as Vendas, teremos o CMV total do período. Na apuração do inventário de forma permanente a quantidade da mercadoria será sempre a mesma, mas o preço unitário atribuído para a valorização da mercadoria pode variar dependendo do critério adotado para a forma de apuração do estoque. Os critérios mais utilizados para a atribuição desse valor unitário são os seguintes: Preço Específico, PEPS ou FIFO, UEPS ou LIFO e Média Ponderada Móvel. PREÇO ESPECÍFICO É o preço efetivamente pago para cada item especificamente determinado; usado somente quando é possível fazer a determinação específica do custo de cada unidade em estoque, por exemplo o custo da compra de um automóvel usado. PEPS ou FIFO PEPS (Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair ou First In – First Out) Dá-se a baixa a partir das primeiras compras, o que equivale ao raciocínio: vendem-se ou consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas. Exemplo: saldo inicial 20 unidades - $ 20 cada Compra de Venda ou requisição de Venda ou requisição de Compra de Venda ou requisição de DATA Quant. XX/XXXX XX/XXXX 20 20 unidade por $ 30 cada uma 10 unidades 20 unidades 30 unidade por $ 35 cada uma 10 unidades ENTRADA VALOR Unit. Total 30 Quant. SAÍDA VALOR Unit. Total 600 XX/XXXX 10 20 200 XX/XXXX 10 10 20 30 200 300 10 30 300 XX/XXXX 30 35 1.050 XX/XXXX SOMA 50 1.650 40 1.000 SALDO VALOR Quant. Unit. Total 20 20 400 20 20 400 20 30 600 40 1.000 10 20 200 20 30 600 30 800 0 20 0 10 30 300 10 300 10 30 300 30 35 1.050 40 1.350 0 30 0 30 35 1.050 30 1.050 30 1.050 O custo das vendas ou dos materiais utilizados na revenda desse período seria, portanto, de $ 1.000, e o valor do estoque final, de $ 1.050, ou seja, o primeiro baseado nas compras mais antigas e este último nas compras mais recentes. 45 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 13.3 – INVENTÁRIO PERMANENTE: Método UEPS UEPS ou LIFO UEPS (Último a Entrar é o Primeiro a Sair ou Last In – First Out) Dá-se a baixa pelo custo da última mercadoria que entrou, o que eqüivale ao raciocínio: vendem-se ou consomem-se em primeiro lugar as últimas mercadorias compradas. Exemplo: saldo inicial 20 unidades - $ 20 cada Compra de Venda ou requisição de Venda ou requisição de Compra de Venda ou requisição de DATA XX/XXXX XX/XXXX 20 unidade por $ 30 cada uma 10 unidades 20 unidades 30 unidade por $ 35 cada uma 10 unidades ENTRADA VALOR Quant. Unit. Total 20 30 SAÍDA VALOR Quant. Unit. Total 600 XX/XXXX 10 30 300 XX/XXXX 10 10 30 20 300 200 XX/XXXX 30 35 1.050 XX/XXXX SOMA 10 50 1.650 40 35 350 1.150 Quant. 20 20 20 40 20 10 30 10 10 10 30 40 10 20 30 30 SALDO VALOR Unit. Total 20 400 20 400 30 600 1.000 20 400 30 300 700 20 200 20 35 20 35 200 200 1.050 1.250 200 700 900 900 O custo das vendas ou dos materiais utilizados na revenda seria agora $ 1.150, enquanto o estoque final, de $ 900. 46 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 13.4 – INVENTÁRIO PERMANENTE: Método MÉDIA PONDERADA MÓVEL MÉDIA PONDERADA MÓVEL O valor médio de cada unidade em estoque se altera pelas compras de outras unidades por um preço diferente. Este método, mais comumente utilizado no Brasil, evita o controle de custos por lotes de compras, como nos métodos anteriores, mas obriga a maior número de cálculos ao mesmo tempo em que foge dos extremos, dando como custo da aquisição um valor médio das compras. Exemplo: saldo inicial 20 unidades - $ 20 cada Compra de Venda ou requisição de Venda ou requisição de Compra de Venda ou requisição de DATA XX/XXXX XX/XXXX XX/XXXX XX/XXXX XX/XXXX XX/XXXX SOMA 20 unidade por $ 30 cada uma 10 unidades 20 unidades 30 unidade por $ 35 cada uma 10 unidades ENTRADA VALOR Quant. Unit. Total 20 30 50 30,00 35,00 600 0 0 1.050 0 1.650 SAÍDA VALOR Quant. Unit. Total 10 20 10 40 25,00 25,00 25,00 32,50 0 250 500 0 325 1.075 Quant. 20 40 30 10 40 30 30 SALDO VALOR Unit. Total 20,00 400 25,00 1.000 25,00 750 25,00 250 32,50 1.300 32,50 975 32,50 975 47 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 13.5 – INVENTÁRIO PERMANENTE: comparação entre os métodos Comparando-se os dados das fichas de movimentação do estoque extraídos dos exemplos anteriormente apresentados, tem-se o seguinte quadro: ESTOQUE INICIAL + COMPRAS - ESTOQUE FINAL = CMV PEPS 400 1.650 (1.050) 1.000 UEPS 400 1.650 (900) 1.150 MÉDIA 400 1.650 (975) 1.075 Nesta mesma linha de raciocínio, sabendo-se o preço de venda para cada quantidade baixada do estoque da venda, pode-se apurar o resultado da empresa para cada método, como demonstrado a seguir: 10 unidades 20 unidades 10 unidades $ 40 = $ 45 = $ 50 = $ 400 $ 900 $ 500 PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO Média Ponderada $ $ $ Vendas 1.800 1.800 1.800 (-) Custo das vendas (1.000) (1.150) (1.075) Resultado 800 650 725 Estoque Final 1.050 900 975 Vê-se claramente que, se três empresas tivessem adquirido e vendido mercadorias nas mesmas condições (quantidades e preços), suas situações reais seriam as mesmas, com a mesma quantidade em estoque, porém os resultados obtidos seriam diferentes, em conseqüência dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora todos se baseassem no custo de aquisição. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÕES DE MERCADORIA PARA REVENDA ACEITO PELA LEGISLAÇÃO FISCAL A legislação do Imposto de Renda aceita somente a avaliação dos estoques de Mercadorias para Revenda pelos preços médios ponderados (permanente ou mensal) ou PEPS; entretanto, algumas devem ser avaliadas pelo preço específico, por exemplo veículos usados adquiridos para revenda. 48 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 14 – FOLHA DE PAGAMENTO e PROVISÃO PARA FÉRIAS E 13º SALÁRIO FOLHA DE PAGAMENTO As empresas possuem pessoas que trabalham em sua parte operacional administrativa, comercial ou de produção de serviços, bens ou produtos. As pessoas registradas pelo regime da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho são empregadas, possuem a CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social assinada e a principal remuneração recebida denomina-se salário. Os dirigentes (sócios, diretores, presidentes) das empresas também podem prestar serviços, sem ter a CTPS assinada, sem registro pela CLT e mesmo assim podem receber remuneração pelo trabalho executado, a qual é denominada de PróLabore. Pela legislação trabalhista, da Previdência Social e do Imposto de Renda há incidências de encargos sociais e impostos sobre a remuneração do trabalhador, quer seja empregado ou sócio, sendo que basicamente há: - INSS e IRRF retido na fonte sobre a remuneração do empregado e recolhidos pela empresa e - INSS parte Empresa e FGTS, os quais são encargos da empresa, mas tem como base de cálculo os proventos do empregado, sócio ou autônomo. EXEMPLO DE FOLHA DE PAGAMENTO: ENCARGOS SOCIAIS FOLHA DE PAGAMENTO Descrição INSS retido na Proventos fonte do empregado Salários 5.000,00 Pró-Labores 2.000,00 Totais 7.000,00 (275,96) (220,00) (495,96) IRRF retido na Proventos fonte do Líquido empregado (925,70) 3.798,34 (135,95) 1.644,05 (1.061,65) 5.442,39 DA EMPRESA INSS FGTS Empresa 1.340,00 400,00 1.740,00 400,00 0,00 400,00 Contabilização da Folha de Pagamento: a) Pela provisão dos salários: D – Despesas de Salários C – Salários a Pagar b) pela retenção do INSS sobre os proventos do empregado: D – Salários a Pagar C – INSS a Recolher c) pela retenção do IRRF sobre os proventos do empregado e ou sócio: D – Salários a Pagar C – IRRF a Recolher d) pela provisão do INSS – parte da empresa: D – Despesas de INSS Empresa C – INSS a Recolher e) pela provisão do FGTS, encargo da empresa: D – Despesas de FGTS C – FGTS a Recolher f) pelo pagamento do INSS retido na fonte do empregado e INSS – parte Empresa: D – INSS a Recolher D - Caixa (ou Bancos Conta Movimento) g) pelo pagamento do FGTS, encargo da Empresa: D – FGTS a Recolher D - Caixa (ou Bancos Conta Movimento) h) pelo pagamento do IRRF sobre os proventos do empregado e ou sócio: D – IRRF a Recolher D - Caixa (ou Bancos Conta Movimento) 49 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ PROVISÃO DE FÉRIAS E 13º SALÁRIO FÉRIAS Os empregados a cada mês ou período inferior desde que não seja a 15 dias têm direito a 1/12 avos de férias. O cálculo para apuração da provisão das férias é feito tendo como base a remuneração mensal do empregado, considerando-se que a cada ano decorrido o direito adquirido equivale ao total de sua remuneração mensal, adicionada de um terço constitucional. Pela legislação trabalhista, da Previdência Social e do Imposto de Renda há incidências de encargos sociais e impostos sobre a remuneração de férias do empregado, sendo que basicamente há: - INSS e IRRF retido na fonte sobre a remuneração do empregado e recolhidos pela empresa e - INSS parte Empresa e FGTS, os quais são encargos da empresa, mas tem como base de cálculo os proventos do empregado. EXEMPLO DE CÁLCULO DA PROVISÃO DE FÉRIAS E ENCARGOS SOCIAIS: Premissa: considerar que os empregados foram contratados em janeiro do ano XX e recebem atualmente a remuneração total mensal de R$ 5.000,00. No quadro abaixo demonstra a provisão de férias calculada em novembro de XX e depois calculada em dezembro de XX. Como é o primeiro ano dos empregados e nenhum ainda gozou as férias; a provisão no final do ano equivale ao direito adquirido de 12/12 avos (um ano) da remuneração total mensal adicionada de 1/3 constitucional, além dos encargos por parte da empresa do INSS e FGTS. PROVISÃO DE FÉRIAS FÉRIAS ENCARGOS S/ FÉRIAS TOTAL DA 1/3 Remuneração INSS FGTS Constitucional Férias a Pagar Empresa PROVISÃO 1 2 3=1+2 4.583,33 1.527,78 6.111,11 1.637,78 488,89 8.237,78 416,67 138,89 555,56 148,89 44,44 748,89 5.000,00 1.666,67 6.666,67 1.786,67 533,33 8.986,67 Rendimento Bruto Saldo em 30/11/XX - 11/12 avos Provisão complementar em dez/XX Saldo em 31/12/XX - 12/12 avos INCIDÊNCIAS SOBRE FÉRIAS Férias Normais 1/3 Constitucional INSS FGTS IRRF Sim Sim Sim Sim Sim Sim INSS-Empresa + Terceiros = 26,8% FGTS = 8,0% Contabilização da Provisão de Férias a) pela constituição ou aumento da provisão de férias e 1/3 constitucional: D – Despesas com Férias D - INSS sobre Férias D – FGTS sobre Férias C – Provisão de Férias e Encargos Sociais b) pelo reconhecimento do valor a pagar, quando o empregado gozará as férias: D – Provisão de Férias e Encargos Sociais C - Férias a Pagar C – INSS a Recolher (parte da empresa) C – FGTS a Recolher c) pela retenção do INSS e IRRF sobre as férias a pagar ao empregado D – Férias a Pagar C – INSS a Recolher (retido do empregado) C – IRRF a Recolher 50 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ d) pelo pagamento das férias ao empregado D – Férias a Pagar C – Caixa (ou Bancos Conta Movimento) e) pelo pagamento do INSS a Recolher D - INSS a Recolher C – Caixa (ou Bancos Conta Movimento) f) pelo pagamento do IRRF a Recolher D – IRRF a Recolher C – Caixa (ou Bancos Conta Movimento) 13º SALÁRIO Os empregados a cada mês ou período inferior desde que não seja a 15 dias têm direito a 1/12 avos de 13º Salário. O cálculo para apuração da provisão de 13º Salário é feito tendo como base a remuneração mensal do empregado, considerando-se que a cada ano decorrido o direito adquirido equivale ao total de sua remuneração mensal. Pela legislação trabalhista, da Previdência Social e do Imposto de Renda há incidências de encargos sociais e impostos sobre a remuneração de 13º salário do empregado, sendo que basicamente há: - INSS e IRRF retido na fonte sobre a remuneração do empregado e recolhidos pela empresa e - INSS parte Empresa e FGTS, os quais são encargos da empresa, mas tem como base de cálculo os proventos do empregado. EXEMPLO DE CÁLCULO DA PROVISÃO DE 13º SALÁRIO E ENCARGOS SOCIAIS: Premissa: considerar que os empregados foram contratados em janeiro do ano XX e recebem atualmente a remuneração total mensal de R$ 5.000,00. No quadro abaixo demonstra a provisão de 13º salário calculada em novembro de XX e depois calculada em dezembro de XX. Pela legislação até o dia 30 de novembro de cada ano deve haver o pagamento pela empresa da primeira parcela do 13º Salário, o que equivale ao pagamento de 50% do valor da provisão devida. A provisão no final do ano zerará, pois a segunda e última parcela da provisão de 13º Salário é paga até o dia 20 de dezembro do ano corrente. PROVISÃO DE 13º SALÁRIO Provisão 11 meses => 30/11/XX Pagamentos 1ª parcela em 30/11/XX Saldo a pagar em 30/11/XX Provisão Complementar em dez/XX Pagamentos 2ª parcela em 20/12/XX Provisão em 31/12/XX - final do ano Provisão 13º constituída e paga durante o ano XX INCÍDÊNCIAS SOBRE 13º SALÁRIO 1ª parcela 13º salário 2ª parcela 13º salário 13º SALÁRIO A PAGAR ENCARGOS SOBRE 13º TOTAL DA Remuneração INSS Empresa FGTS PROVISÃO 13º a Pagar 1 4.583,33 1.228,33 366,67 6.178,33 2 2.500,00 200,00 2.700,00 3=1-2 2.083,33 1.228,33 166,67 3.478,33 4=7-1 416,67 111,67 33,33 561,67 5=7-2 2.500,00 1.340,00 200,00 4.040,00 6=(3+4)-5 0,00 0,00 0,00 0,00 7 5.000,00 1.340,00 400,00 6.740,00 INSS FGTS IRRF Não Sim Não Sim Sim Sim INSS-Empresa + Terceiros = 26,8% FGTS = 8,0% 51 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Contabilização da Provisão de 13º Salário a) pela constituição ou aumento da provisão de 13º salário D – Despesas com 13º Salário D - INSS sobre 13º Salário D – FGTS sobre 13º Salário C – Provisão de 13º Salário e Encargos Sociais b) pelo reconhecimento do valor a pagar da primeira parcela do 13º Salário: D – Provisão de 13º Salário e Encargos Sociais C – 13º Salário a Pagar C – FGTS a Recolher c) pelo reconhecimento do valor a pagar da segunda parcela do 13º Salário: D – Provisão de 13º Salário e Encargos Sociais C – 13º Salário a Pagar C – INSS a Recolher (parte da empresa) C – FGTS a Recolher d) pela retenção do INSS e IRRF sobre o 13º salário a pagar ao empregado D – 13º Salário a Pagar C – INSS a Recolher (retido do empregado) C – IRRF a Recolher e) pelo pagamento do 13º Salário ao empregado D – 13º Salário a Pagar C – Caixa (ou Bancos Conta Movimento) f) pelo pagamento do INSS a Recolher D - INSS a Recolher C – Caixa (ou Bancos Conta Movimento) g) pelo pagamento do IRRF a Recolher D – IRRF a Recolher C – Caixa (ou Bancos Conta Movimento) 52 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 15 – JUROS, DESCONTOS, ABATIMENTOS e DEVOLUÇÃO DE VENDA JUROS Os juros podem ser ativos ou passivos. Os juros ativos são receitas financeiras, que refletem os juros recebidos ou a receber. Os juros passivos são despesas financeiras, que refletem os juros pagos ou a pagar. Os juros devem ser reconhecidos na contabilidade pelo regime de competência. Juros ativos, exemplos: juros sobre duplicatas a receber em atraso, juros sobre empréstimos concedidos. Juros passivos, exemplos: juros sobre duplicatas a pagar em atraso, juros sobre empréstimos tomados. Contabilização dos Juros g) Juros passivos pelo reconhecimento: D – Despesas com Juros C – Juros a Pagar (conta do Passivo Circulante ou Exigível a Longo Prazo) h) Juros ativos pelo reconhecimento D – Juros a Receber (conta do Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo) C – Receita de Juros Exemplos: Pagamento em cheque de título a pagar em atraso $ 240 mais juros passivos de $ 10 dentro do próprio mês de vencimento D – Títulos a Pagar $ 240 D – Despesas com Juros $ 10 C – Bancos Conta Movimento $ 250 Histórico: pagamento de título e juros sobre atraso com cheque Reconhecimento no final do mês dos juros passivos de $ 30 sobre empréstimos a pagar conforme cláusula contratual D – Despesas com Juros $ 30 C – Empréstimos a Pagar $ 30 Histórico: reconhecimento dos juros do mês sobre títulos a pagar em atraso, cujo valor incorpora o montante da dívida registrada no passivo. Recebimento de $ 100 em cheque de duplicatas a receber em atraso mais juros de $ 20 dentro do próprio mês de vencimento D – Bancos Conta Movimento $ 120 C – Duplicatas a Receber $ 100 C – Receita de Juros $ 20 Histórico: pagamento de título e juros sobre atraso com cheque Reconhecimento no final do mês dos juros ativos de $ 15 sobre empréstimos a receber conforme cláusula contratual D – Empréstimos a Receber $ 15 C – Receita de Juros $ 15 Histórico: reconhecimento dos juros do mês sobre duplicatas a receber em atraso, cujo valor incorpora no saldo a receber no ativo 53 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ DESCONTOS Existem os descontos condicionais e incondicionais. DESCONTOS CONDICIONAIS Os descontos condicionais podem ser obtidos ou concedidos. Os descontos condicionais obtidos são receitas financeiras, que refletem na diminuição de um valor original maior que a empresa tem a pagar. Os descontos condicionais concedidos são despesas financeiras, que refletem na diminuição de um valor original maior que a empresa tem a receber. Os descontos devem ser reconhecidos na contabilidade pelo regime de competência. Descontos obtidos, exemplo: desconto financeiro sobre o valor de uma duplicata a pagar ao fornecedor, obtido pela antecipação do pagamento. Descontos concedidos, exemplo: desconto financeiro concedido ao cliente sobre o valor de uma duplicata a receber. Contabilização dos Descontos Condicionais a) Desconto Obtido D – será o nome da conta contábil que representa o passivo que obterá o desconto C – Descontos Obtidos (conta de Receita Financeira) b) Descontos Concedidos D – Descontos Concedidos (conta de Despesa Financeira) C – será o nome da conta contábil que representa o ativo que sofre o desconto Exemplos: Desconto obtido de $ 13 sobre duplicatas a pagar D – Duplicatas a Pagar $ 13 C – Descontos Obtidos $ 13 Desconto concedido de $ 35 sobre duplicatas a receber D – Descontos Concedidos $ 35 C – Duplicatas a Receber $ 35 DESCONTOS INCONDICIONAIS Os descontos incondicionais que são descontos dados no ato da venda da mercadoria, serviço ou produto independente de qualquer condição do futuro. Contabilização do Desconto Incondicional D – Descontos Incondicionais sobre Vendas (conta da DRE – Deduções da Receita Bruta) C – Duplicatas a Receber Exemplo: A empresa cede no ato da venda o desconto incondicional de $ 20 sobre o valor da duplicata a receber. D – Desconto Incondicional sobre Vendas $ 20 C – Duplicatas a Receber $ 20 Histórico: desconto incondicional cedido no ato da venda 54 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ ABATIMENTOS Os abatimentos são descontos concedidos a clientes, posteriormente à entrega dos produtos, por defeitos apresentados nos produtos por motivo de má qualidade ou avaria durante o transporte ou produção. Contabilização do Abatimento D – Abatimentos sobre Vendas (conta da DRE – Deduções da Receita Bruta) C – Duplicatas a Receber Exemplo: O cliente solicita o abatimento de $ 10 sobre o valor da duplicata a pagar, pois recebeu algumas mercadorias com defeitos. D – Abatimentos sobre Vendas $ 10 C – Duplicatas a Receber $ 10 Histórico: redução do valor a receber do cliente por má qualidade e ou avaria durante o transporte DEVOLUÇÃO DE VENDA A devolução de venda ou venda cancelada acontece quando o cliente rejeita e devolve parte ou o total da venda faturada contra ele. As devoluções de vendas são registradas numa conta contábil de natureza devedora, a qual é redutora da conta contábil Vendas. A devolução de venda envolve: a) o cancelamento da dívida do cliente ou devolução do valor pago, b) o retorno da mercadoria ao estoque e c) o estorno dos impostos incidentes sobre as vendas. Contabilização da Devolução de Vendas D – Vendas Canceladas (conta da DRE – Deduções da Receita Bruta) C – Duplicatas a Receber D – Mercadorias para Revenda ou Produtos Acabados C – CMV (conta da DRE) D – Impostos a Recolher (conta do Passivo Circulante) C – Impostos Incidentes sobre Vendas (conta da DRE – Deduções da Receita Bruta) Exemplo: O cliente devolve o produto adquirido e solicita a baixa do valor devolvido, sendo que o valor total da venda a prazo foi de $ 1.000, sendo o ICMS $ 180, o IPI $ 50 e o CMV $ 550. D – Vendas Canceladas C – Duplicatas a Receber Histórico: venda cancelada $ 1.000 $ 1.000 D – Produtos Acabados C – CMV Histórico: venda cancelada $ 550 $ 550 D – ICMS a Recolher $ 180 C – ICMS sobre Vendas $ 180 Histórico: crédito fiscal do ICMS sobre a venda cancelada D – IPI a Recolher $ 50 C – IPI sobre Vendas $ 50 Histórico: crédito fiscal do IPI sobre a venda cancelada 55 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 16 – ESTRUTURAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: Balancete de Verificação, Balanço Patrimonial eDemonstração do Resultado do Exercício O BALANÇO GERAL de uma pessoa jurídica pode ser definido como: um conjunto de relatórios, demonstrações e pareceres, visando avaliar, na data do encerramento do exercício ou de um período intercalar, a situação da empresa. E pode ser constituído de: • Relatório da Administração; • Balanço Patrimonial; • Demonstração do Resultado do Exercício; • Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados que pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; • Demonstração do Fluxo de Caixa; • Demonstração do Valor Adicionado; • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; • Notas Explicativas; • Parecer dos Auditores Independentes, • Outras demonstrações ou quadros analíticos necessários. De acordo com a Lei nº 6.404/76, as empresas Sociedades Anônimas são obrigadas a publicar 5 (cinco) Demonstrações Contábeis. São elas: - Balanço Patrimonial; - Demonstração do Resultado do Exercício; - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; - Demonstração do Fluxo de Caixa; e - Demonstração do Valor Adicionado. As Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade legislam tais demonstrações. Apresentamos a seguir o que dispõem com base nas resoluções as demonstrações Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. BALANCETE O Balancete de Verificação é a relação de contas patrimoniais e de resultado, com seus respectivos saldos, extraídos dos registros contábeis em determinada data. O grau de detalhamento do balancete deverá ser adequado com sua finalidade. Os elementos mínimos que devem constar do balancete são: a) identificação da Entidade; b) data a que se refere; c) abrangência; d) identificação das contas e respectivos grupos; e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores; f) soma dos saldos devedores e credores. O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC. O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. Exemplo: 56 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ BALANCETE DE VERIFICAÇÃO DE JANEIRO DE XX CONTAS Caixa Bancos Conta Movimento Duplicatas a Receber - Curto Prazo Mercadorias para Revenda Despesas do Exercício Seguinte Duplicatas a Receber - Longo Prazo Investimentos Máquinas e Equipamentos Veículos Depreciação Acumulada Ativo Intangível Fornecedores Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias Obrigações Fiscais Empréstimos a Pagar - Curto Prazo Outras Obrigações Empréstimos a Pagar - Curto Prazo Capital Social Reservas de Lucros Receitas de Vendas Impostos, Vendas Canceladas e Descontos Incondicionais CMV - Custos das Mercadorias Vendidas Despesas com Vendas Despesas Administrativas e Gerais Despesas Financeiras Líquidas Outras Receitas e Despesas Operacionais Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Imposto de Renda Pessoa Jurídica Participações de Empregados Participações de Administradores ARE - Apuração do Resultado do Exercício TOTAL SALDO DA ARE ANTES 700 6.200 2.400 5.800 100 400 500 2.000 800 (600) 300 (4.300) (700) (300) (200) (100) (500) (12.000) 0 (5.000) 300 2.700 400 700 75 25 70 120 70 40 0 0 Débitos D D D D D D D D D C D C C C C C D D D D D D D D D D D 5.000 500 5.500 SALDO APÓS Créditos A ARE 700 D 6.200 D 2.400 D 5.800 D 100 D 400 D 500 D 2.000 D 800 D (600) C 300 D (4.300) C (700) C (300) C (200) C (100) C (500) C (12.000) C (500) (500) C 0 C (300) 0 D (2.700) 0 D (400) 0 D (700) 0 D (75) 0 D (25) 0 D (70) 0 D (120) 0 D (70) 0 D (40) 0 D (500) 0 D (5.500) 0 57 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade. O Balanço Patrimonial é constituído do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. • o Ativo compreende as aplicações de recursos representados por bens e direitos; • o Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigações para com terceiros; • o Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (Ativo menos Passivo). Portanto, o valor do Patrimônio Líquido, pode ser positivo, nulo ou negativo. • Observação: No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo é também denominado de “Passivo a Descoberto”. ATIVO As contas que compõem o ATIVO devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de realização, e as contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos. Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente, em grupos do Não Circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidas ou esperadas, situem-se após o término do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. Também compõem o Não Circulante os itens de caráter permanente denominados de Investimentos, Imobilizado e Intangível. Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no Circulante ou Não Circulante terá por base o prazo desse ciclo. Os saldos devedores ou credores de todas as contas retificadoras deverão ser apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram origem. Os saldos devedores e credores serão demonstrados separadamente, salvo nos casos em que a Entidade tiver direito ou obrigação de compensá-los. Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupados, desde que seja indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como “diversas contas” ou “contas-correntes”. ATIVO CIRCULANTE O Circulante compõe-se de Disponível, Créditos, Estoques, Outros Créditos e Despesas Antecipadas. Disponível são os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da Entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. Créditos são os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos. Estoques são os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades-fins da Entidade. Outros Créditos são os não relacionados às atividades-fins da Entidade. Despesas Antecipadas são as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial. ATIVO NÃO CIRCULANTE Este grupo abriga: Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. No Ativo Realizável a Longo Prazo entram os ativos cujos prazos esperados de realização situemse após o término do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. 58 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Nos subgrupos Investimentos, Imobilizado e intangível entram os bens e direitos não destinados à transformação direta em meios de pagamento ou direitos a receber, cuja perspectiva de permanência na Entidade ultrapasse um exercício, sendo constituídos da seguinte forma: Investimentos: são as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se destinem à manutenção das atividades-fins da Entidade. Imobilizado: são os bens e direitos, tangíveis, utilizados na consecução das atividades-fins da Entidade. Intangível: Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física. Faz parte deste subgrupo o Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura (goodwill), e os demais ativos intangíveis não classificáveis nos outros grupos do Ativo Circulante, Realizável a Longo Prazo ou Investimentos. PASSIVO As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em Passivo Circulante, Não Circulante e Patrimônio Líquido. PASSIVO CIRCULANTE São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situemse no curso do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. NÃO CIRCULANTE São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situemse após o término do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. Caso haja, também entram as receitas e suas correspondentes despesas diferidas de resultado de exercícios futuros. PATRIMÔNIO LÍQÜIDO As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em: • CAPITAL SOCIAL (é a soma dos valores que os proprietários investiram); • RESERVAS DE CAPITAL (constituídas com valores recebidos e que não transitam pelo Resulto como Receitas). • AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL (aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo em decorrência da sua avaliação a preço de mercado). • RESERVAS DE LUCROS (partes retiradas do lucro, para finalidade legais e societárias de provisão); • AÇÕES EM TESOURARIA (as ações da companhia que forem adquiridas pela própria sociedade). • PREJUIZOS ACUMULADOS (resultados obtidos sobre a aplicação do capital total da empresa no mercado). BALANÇO PATRIMONIAL (modelos): Modelo 1 ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Não Circulante Não Circulante Patrimônio Líquido 59 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Modelo 2 ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Disponibilidades Fornecedores Créditos Empréstimos / Financiamentos Outros Créditos Obrigações Fiscais Estoques Obrigações Trabalhistas Despesas Pagas Antecipadamente Outras Obrigações Provisões PASSIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Realizável a Longo Prazo Capital Social Investimentos Reservas de Capital Imobilizado Ajustes de Avaliação Patrimonial Intangível Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados Modelo 3 ATIVO BALANÇO PATRIMONIAL LEVANTADO EM 31/01/XX PASSIVO ATIVO CIRCULANTE Caixa Bancos Conta Movimento Duplicatas a Receber Mercadorias para Revenda Despesas do Exercício Seguinte ATIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangível TOTAL DO ATIVO 15.200 700 6.200 2.400 5.800 100 3.400 400 500 2.200 300 PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Obrigações Trabalhistas e Previdenciárias Obrigações Fiscais Empréstimos a Pagar Outras Obrigações PASSIVO NÃO CIRCULANTE Empréstimos a Pagar PATRIMÔNIO LÍQÜIDO Capital Social Reservas de Lucros 18.600 TOTAL DO PASSIVO 5.600 4.300 700 300 200 100 500 12.500 12.000 500 18.600 60 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade. A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas. Conteúdo e Estrutura: a demonstração do resultado compreenderá: • as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento; • os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas. A compensação de receitas, custos e despesas é vedada na demonstração do resultado, cada um desses itens devem apresentar-se individualmente. A demonstração do resultado evidenciará, no mínimo, e de forma ordenada: 1. as receitas decorrentes da exploração das atividades-fins; 2. os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos, as devoluções e os cancelamentos; 3. os custos dos produtos ou mercadorias vendidos e dos serviços prestados; 4. o resultado bruto do período; 5. os ganhos e perdas operacionais; 6. as despesas administrativas, com vendas, financeiras, outras e as receitas financeiras; 7. o resultado antes das participações e dos impostos; 8. as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado; 9. as participações no resultado; 10. o resultado líquido do período. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração dinâmica das operações da empresa, que evidencia claramente as RECEITAS, CUSTOS e DESPESAS, incorridas durante o exercício social, segundo o REGIME DE COMPETÊNCIA. O Regime de Competência determina que devem ser reconhecidas simultaneamente as receitas e despesas correlatas no período em que ocorrerem sua geração. Por exemplo, no momento que é efetuada uma venda há a geração de uma receita, que é o valor da venda, a qual é contabilizada, mas no mesmo período também há a geração de um custo (custo da mercadoria vendida), o qual refere-se a baixa da quantidade e valor da mercadoria que estava constando no estoque. Essa DRE evidencia o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período, geralmente igual a um ano civil (365 dias). RECEITAS É a entrada de elementos para o ativo, sob forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Mas existem outras receitas além da de venda, como por exemplo rendimento de aplicações financeiras e juros recebidos de clientes que pagaram a duplicata em atraso. DESPESAS E CUSTOS As Despesas representam a utilização ou consumo de bens e serviços no processo de produzir receitas. Por exemplo, uma empresa para obter a receita de vendas pode ter despesas de aluguel, salários, honorários advocatícios, água, luz e limpeza. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Toda empresa é obrigada, legalmente, a fazer a apuração de resultados, pelo menos uma vez por ano. O lucro ou prejuízo de um exercício social está na dependência do confronto das contas de RECEITAS e de DESPESAS; e este resultado líquido é apurado na contabilidade através da conta contábil denominada Apuração do Resultado do Exercício (ARE). As contas de receitas e despesas são periódicas, isto é, somente terão registros por um ano, ou período menor, conforme a duração do exercício contábil, o que significa que todas as contas, de receitas e de despesas, devem possuir saldo zero no início de cada exercício social. Para que isto ocorra, deve-se proceder ao encerramento das contas, através do registro de lançamentos de encerramento. 61 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Segundo a lei 6404/76, a D.R.E. elaborada discriminará os seguintes elementos: 1. Receita Operacional Bruta ( Vendas) 2. Deduções e Abatimentos (Vendas Canceladas, Descontos Concedidos Incondicionalmente, Impostos sobre Vendas) 3. Receita Operacional Líquida ( 1- 2 ) 4. Custos Operacionais (CMV – Custo das Mercadorias Vendidas, CPV – Custo dos Produtos Vendidos e CSP – Custo dos Serviços Prestados) 5. Lucro Operacional Bruto ( 3 – 4 ) 6. Despesas Operacionais Despesas com Vendas Despesas Administrativas e Gerais Despesas Financeiras Receitas Financeiras Outras Receitas e Despesas Operacionais 7. Lucro Antes da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e do I. R. Pessoa Jurídica ( 5 - 6) 8. Provisão do Imposto de Renda e da CSLL 9. Lucro antes das Participações (7 – 8) 10. Participações no Lucro de Administradores e Empregados 11. Lucro (ou Prejuízo) do Exercício (9 – 10) Modelo DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ENCERRADA EM 31/01/XX Receitas de Vendas Impostos, Vendas Canceladas e Descontos Incondicionais Receita Líquida de Vendas CMV - Custos das Mercadorias Vendidas Lucro Bruto 5.000 (300) 4.700 (2.700) 2.000 (-) Depesas Operacionais Despesas com Vendas Despesas Administrativas e Gerais Despesas Financeiras Líquidas Outras Receitas e Despesas Operacionais Lucos antes da CSLL e IRPJ (1.200) (400) (700) (75) (25) 800 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Imposto de Renda Pessoa Jurídica Lucros antes das Participações (70) (120) 610 Participações de Empregados Participações de Administradores (70) (40) LUCRO DO EXERCÍCIO 500 62 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 17 – SOCIEDADES: ASPECTOS GERAIS 17.1 - TERMINOLOGIAS Sociedade nacional é a que tem sua constituição levada a efeito de acordo com as leis brasileiras, e tem sua sede no País. A mudança da nacionalidade de sociedade brasileira é condicionada ao consentimento unânime dos sócios ou acionistas Sociedade estrangeira, para funcionar no Brasil, sendo irrelevante a atividade que pretenda explorar, sempre dependerá de autorização do Poder Executivo. Sem essa autorização, referidas sociedades não poderão ser constituídas. Essa autorização será obtida mediante requerimento, ao qual deverão ser juntados: a) prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu país; b) inteiro teor do contrato ou do estatuto; c) relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com nome, nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, o valor da participação de cada um no capital da sociedade; d) cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o capital destinado às operações no território nacional; e) prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para aceitar as condições exigidas para a autorização; f) último balanço. Esses documentos, para produzir os efeitos necessários, serão autenticados, de conformidade com a lei nacional da sociedade requerente, legalizados no consulado brasileiro da respectiva sede e acompanhados de tradução em vernáculo. Nome empresarial é a firma ou a denominação adotada através da qual a sociedade empresária é conhecida no meio em que atua. Firma, na técnica mercantil, entende-se o nome instituído por um comerciante ou por uma sociedade comercial para sobre ela fazer girar todos os negócios. E nesse sentido, compreendendo tanto a firma individual quanto a firma coletiva, firma social ou razão social é tomada em acepção ampla, distinguindo-se da denominação. A denominação é o título ou o nome indicativo do estabelecimento, enquanto a firma é o nome da pessoa, física ou jurídica, sob cuja responsabilidade funcional o estabelecimento comercial ou industrial executa todos os negócios a eles inerentes. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Dessa forma, a denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. Estabelecimento é todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Direitos e obrigações dos sócios A responsabilidade dos sócios começa imediatamente com o contrato, na hipótese de os atos constitutivos não fixarem outra data para tal responsabilização. Pelo dispositivo mencionado, essa responsabilidade terminará somente quando forem extintas as responsabilidades sociais, o que, em outras palavras, nos leva a concluir que, enquanto não forem totalmente pagas todas as obrigações sociais, perdurarão as responsabilidades dos sócios. Nesse aspecto, a novidade fica por conta do fato de que o sócio retirante continua a responder pelas obrigações sociais durante dois anos após a averbação da sua saída e o sócio recém-admitido na sociedade responde por obrigações sociais até dois anos anteriores à sua admissão. 63 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ Preposto e Gerente O preposto não pode agir sem autorização escrita e, na hipótese de fazê-lo, responderá pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas. Entre os prepostos, podemos citar o gerente ou o contador e seus auxiliares. Gerente é o preposto permanente no exercício da empresa, na sede desta, ou em sucursal, filial ou agência. Já o contador responderá pelos assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer dos prepostos encarregados de sua escrituração, que produzem, salvo se houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 17.2 - RESPONSABILIDADES Responsabilidade do contabilista O contabilista pode responder pessoal e solidariamente perante a empresa (empregador, ou contratante no caso de escritórios de contabilidade) e terceiros, com patrimônio pessoal. Responderá pessoalmente quando agir com culpa e solidariamente quando agir com dolo. Assim como no direito penal, perante o novo código, age com culpa aquele que age com imprudência, imperícia ou negligência, sendo o resultado alheio à vontade do agente. Por outro lado, age com dolo aquele que conhece o resultado de sua ação e mesmo assim a pratica; portanto, o resultado é esperado. Escrituração Quanto à escrituração em particular, o código civil determina que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. São dispensados dessas exigências o pequeno empresário e o empresário rural, aos quais são assegurados tratamentos diferenciados. A escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade, e será efetuada em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. Dessa forma, o empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados. Registro Público de Empresas Mercantis O Registro Público de Empresas Mercantis está a cargo das juntas comerciais e nele serão inscritos, obrigatoriamente, o empresário e a sociedade empresária. Dessa forma, a inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: a) o seu nome, a nacionalidade, o domicílio, o estado civil e, se casado, o regime de bens; b) a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; c) o capital; e d) o objeto e a sede da empresa. De posse do requerimento e dos dados exigidos, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, que observará o número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos. É de ressaltar que ao pequeno empresário e ao empresário rural será dado tratamento diferenciado e simplificado quanto à inscrição e aos efeitos dela decorrentes. 64 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ 17.3 - SOCIEDADES EMPRESARIAIS E CONTRATO SOCIAL SOCIEDADES O Código Civil determina que existe dois gêneros de sociedades empresariais: empresário e sociedade empresária. EMPRESÁRIO Empresário, antiga firma individual, é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por outro lado, determina que não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Desta forma, basta que se exerça profissionalmente atividade economicamente organizada com os equipamentos, ferramentas e tudo o mais que possa ser preciso para determinada atividade para se ter a caracterização de empresário. Por outro lado, o exercício de profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística não caracteriza a qualidade de empresário. Assim, por exemplo, os médicos, os engenheiros, os dramaturgos, os cantores, os artistas e apresentadores de rádio e televisão não são necessariamente empresários, mesmo que, para o desempenho de suas atividades, necessitem de auxiliares ou colaboradores. Ressalva se faz, na hipótese de o exercício dessas atividades constituírem elementos de empresa, ou seja, constituir ou compor o ramo de atividade constante do contrato social da empresa que pretenda explorar economicamente tais atividades. SOCIEDADE EMPRESÁRIA Existem as sociedades não personificadas e sociedades personificadas, ambas espécies do gênero sociedade empresária. Haverá sociedade quando houver no mínimo duas ou mais pessoas, unidas por contrato, com o mesmo objetivo, para criarem uma sociedade empresária, para exploração de qualquer atividade com objetivo de lucro. Sociedade não personificada A sociedade não personificada é aquela constituída sem as formalidades legais, ou seja, aquela não submetida a registro no órgão competente, por estar desobrigada ou pendente dessa condição, como exemplo desse tipo de sociedade temos: a) Sociedade em comum: esta sociedade é aquela cujos atos constitutivos ainda não foram submetidos a registro. Enquanto permanecer essa condição, essas sociedades serão regidas pelas normas da sociedade simples subsidiariamente naquilo que for compatível. Aqui o patrimônio especial é composto pelos bens e pelas dívidas sociais, sendo titulares em comum os sócios. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão de qualquer sócio. b) Sociedade em conta de participação: por si só e por sua natureza, dispensa registro de seus atos constitutivos, sendo suas operações e atividades geridas unicamente pelo sócio ostensivo. Dessa forma, obriga-se perante terceiros apenas e tão-somente o sócio ostensivo, desde que o sócio participante não tome parte nas deliberações sociais. Apesar disso, nada obsta a que o sócio participante fiscalize a gestão dos negócios sociais. Sociedade personificada Este gênero de sociedade, por sua própria natureza, exige que seus atos constitutivos sejam submetidos a registro nos órgãos competentes. Dessa forma, as espécies de sociedades tratadas a seguir, necessariamente, deverão estar oficializadas mediante o competente registro. Sociedade simples (inclusive cooperativas) Esta espécie de sociedade somente será constituída mediante contrato e a cooperativa, mediante estatutos escritos, particulares ou públicos, que deverá conter: a) o nome, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e a residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, a nacionalidade e a sede dos sócios, se jurídicas; b) a denominação, o objeto, a sede e o prazo da sociedade; 65 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ c) o capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; d) a quota de cada sócio no capital social e o modo de realizá-la; e) as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; f) as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; g) a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; h) se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. Além disso, a sociedade poderá prever outras cláusulas conforme a necessidade individual de cada uma, seja em relação à forma de administração ou previsões contratuais pertinentes. Em relação às cooperativas, doravante elas poderão ser constituídas com o concurso de sócios em número mínimo necessário para compor a administração da sociedade, sem limite de número máximo, sendo variável seu capital ou até mesmo dispensado. Sociedade em nome coletivo Nesta espécie de sociedade, apenas e tão-somente pessoas físicas poderão compor seu quadro societário, além do que todos os sócios respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Podem, ainda, os sócios dessa espécie de sociedade, no ato constitutivo ou em separado, limitar entre si a responsabilidade de cada um. Sociedade em comandita simples Constituem esta espécie de sociedade duas categorias de sócios: a) comanditados: pessoas físicas responsáveis e solidárias pelas obrigações sociais de forma ilimitada; b) comanditários: os que se obrigam somente pelo valor de suas quotas. As especificações tratadas nas letras "a" e "b" devem, obrigatoriamente, estar discriminadas no contrato social. Embora não possam praticar qualquer ato de gestão, é facultado aos sócios comanditários participar das deliberações da sociedade e fiscalizar suas operações. Sociedade limitada Espécie de sociedade em que os sócios, pessoas físicas ou jurídicas, respondem por suas quotas, porém todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Essa espécie de sociedade representa a grande maioria das sociedades empresárias no Brasil. Sociedade anônima/comandita por ações Sociedades cujo capital se divide em ações e que são regidas por lei especial, ficando cada sócio ou acionista obrigado apenas em relação ao preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Em relação à comandita por ações, somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. CONTRATO SOCIAL Os contratos sociais deverão contemplar alguns aspectos societários, cujo conteúdo, subjetivamente, dividimos em capítulo, obviamente a título de sugestão, ficando a redação de cada cláusula subordinada à necessidade de cada sociedade: I - Denominação, sede, foro, prazo de duração e objeto social Identificar e localizar a empresa, bem como informar seu prazo de duração e a atividade que pretende desenvolver. II - Capital social e quotas Identificar os detentores do capital, bem como a participação correspondente a cada sócio. III - Cessão de quotas e do direito de preferência Aqui deverão ser identificadas com precisão as formas e as condições que deverão ser observadas para a cessão de quotas, bem como o direito de preferência e forma de exercê-lo. São indispensáveis ainda o estabelecimento de prazos e as formas de comunicação e resposta de cada ato, nomeação, os poderes do administrador, o prazo do mandato, impedimentos, a destituição por falta grave, além de outras exigidas pela particularidade de cada sociedade. IV - Administração Nomeação do administrador, bem como os poderes necessários à sua administração, os quais deverão ser descritos com o máximo de precisão. O administrador poderá ainda ser nomeado por ato apartado, mediante assinatura do termo de posse no prazo de trinta dias, sob pena de se tornar sem efeito. Ato contínuo, no prazo de dez dias, deverá requerer a averbação de sua nomeação no registro competente. 66 Professor Otacílio de Morais Souza – UNINOVE É DEZ V - Reunião ou assembléia de quotistas e deliberações sociais Dedica-se a concentrar as normas que regerão as deliberações sociais, para sociedades em geral, tais como: forma de convocação, prazo, local, data e hora, bem como as matérias a serem deliberadas. VI - Retirada, exclusão de sócio e resolução das quotas de um sócio em relação à sociedade Esclarecer as normas e condições pelas quais o sócio será excluído da sociedade, bem como a destinação das quotas que lhe competir. Caso a sociedade pretenda inserir no rol de faltas graves outras além das mencionadas pelo código civil, aqui é o lugar apropriado. VII - Pagamento de haveres por resolução de quotas Condições, formas e prazos para pagamentos de sócio que se retira da sociedade. VIII - Demonstrações financeiras, contábeis e sociais, livros e destino do resultado Identificar, conforme a necessidade de cada sociedade, as demonstrações financeiras, contábeis ou sociais a serem elaboradas, bem como os prazos e as finalidades de cada uma. IX - Transformação, cisão, incorporação, fusão e reorganização societária. Normas que regerão os atos destinados a processar a transformação, a cisão, a incorporação ou a reorganização societária. X - Dissolução da sociedade Destina-se a estabelecer as normas para o encerramento das atividades, tais como: divisão dos lucros ou prejuízos, rateio dos ativos e passivos. XI - Desimpedimento Declaração dos sócios que não estão impedidos, por qualquer forma ou condição, de exercer a administração da sociedade. 67